Aula 00
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
AULA DEMO
APLICA‚ÌO DA LEI PENAL. INFRA‚ÌO PENAL. DISPOSI‚ÍES
PRELIMINARES DO CP.
SUMçRIO
1 INFRA‚ÌO PENAL ................................................................................................. 6
1.1 Conceito ......................................................................................................... 6
1.2 Conceito de Crime .......................................................................................... 6
1.3 Contraven•‹o Penal ....................................................................................... 8
2 APLICA‚ÌO DA LEI PENAL .................................................................................... 9
2.1 Aplica•‹o da Lei penal no tempo .................................................................... 9
2.1.1 0
Conflito de Leis penais no Tempo ................................................................... 11
2.1.1.1 Lei nova incriminadora ........................................................................... 11
2.1.1.2 Lex Gravior .......................................................................................... 11
2.1.1.3 Abolitio Criminis .................................................................................... 11
2.1.1.4 Lex Mitior ou Novatio legis in mellius ........................................................ 13
2.1.1.5 Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu .................................... 13
2.1.2 Tempo do crime ........................................................................................... 16
2.2 Aplica•‹o da lei penal no espa•o .................................................................. 17
2.2.1 Territorialidade ............................................................................................ 17
2.2.2 Extraterritorialidade ..................................................................................... 18
2.2.2.1 Princ’pio da Personalidade ou da nacionalidade .......................................... 19
2.2.2.2 Princ’pio do domic’lio ............................................................................. 20
2.2.2.3 Princ’pio da Defesa ou da Prote•‹o .......................................................... 20
2.2.2.4 Princ’pio da Justi•a Universal .................................................................. 21
2.2.2.5 Princ’pio da Representa•‹o ou da bandeira ou do Pavilh‹o .......................... 22
2.2.3 Lugar do Crime ............................................................................................ 23
2.2.4 Extraterritorialidade condicionada, incondicionada e hipercondicionada ................ 23
2.3 Aplica•‹o da Lei penal em rela•‹o ˆs pessoas .............................................. 26
2.3.1 Sujeito ativo................................................................................................ 26
2.3.1.1 Imunidades Diplom‡ticas........................................................................ 28
2.3.1.2 Imunidades Parlamentares ..................................................................... 28
(a) Imunidade material ............................................................................................ 29
(b) Imunidade formal ............................................................................................... 30
2.3.2 Sujeito Passivo ............................................................................................ 31
3 DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP ................................................................. 32
3.1 Contagem de prazos..................................................................................... 32
3.2 Fra•›es n‹o comput‡veis de pena ................................................................ 33
3.3 Efic‡cia da senten•a estrangeira .................................................................. 33
3.4 Interpreta•‹o e integra•‹o da lei penal ....................................................... 34
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
3.4.1 Interpreta•‹o da lei penal ............................................................................. 34
3.4.2 Analogia ..................................................................................................... 36
3.5 Conflito aparente de normas penais ............................................................. 36
3.5.1 Princ’pio da especialidade .............................................................................. 37
3.5.2 Princ’pio da subsidiariedade ........................................................................... 37
3.5.3 Princ’pio da consun•‹o (absor•‹o) .................................................................. 38
3.5.4 Princ’pio da alternatividade ........................................................................... 39
4 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 40
5 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 42
5.1 Sœmulas do STF ............................................................................................ 42
5.2 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 43
6 RESUMO .............................................................................................................. 43
7 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 51
8 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 72
9 GABARITO ........................................................................................................ 112
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da SEFAZ-RS (ICMS-RS). N—s vamos estudar teoria e
comentar exerc’cios sobre DIREITO PENAL, para o cargo de AUDITOR-
FISCAL.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital ainda n‹o foi publicado, mas h‡ fortes expectativas no sentido
de que seja publicado em breve. A Banca do œltimo concurso foi a FUNDATEC.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, n‹o Ž?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso no concurso da SEFAZ-RS. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Aplica•‹o da Lei Penal. Infra•‹o 02.12
Aula
penal. Disposi•›es preliminares do
DEMO
CP.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
E-mail: profrenanaraujo@gmail.com
Periscope: @profrenanaraujo
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
Youtube:
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
1! INFRA‚ÌO PENAL
1.1! Conceito
A infra•‹o penal Ž um fen™meno social, disso ninguŽm duvida. Mas como
defini-la?
Podemos conceituar infra•‹o penal como:
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de
deten•‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de
multa; contraven•‹o, a infra•‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
CRIMES
INFRAÇÕES
PENAIS
CONTRAVENÇÕES
PENAIS
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Todos os tr•s aspectos (material, legal e anal’tico) est‹o presentes no nosso
sistema jur’dico-penal. De fato, uma conduta pode ser materialmente crime
(furtar, por exemplo), mas n‹o o ser‡ se n‹o houver previs‹o legal (n‹o ser‡
legalmente crime). Poder‡, ainda, ser formalmente crime (no caso da lei que
citei, que criminalizava a conduta de chorar em pœblico), mas n‹o o ser‡
materialmente se n‹o trouxer les‹o ou amea•a a les‹o de algum bem jur’dico de
terceiro.
Desta forma:
MATERIAL
CONCEITO DE ==0==
TEORIA
FORMAL
CRIME BIPARTIDA
TEORIA
QUADRIPARTIDA
Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que vai nos
fornecer os subs’dios para que possamos estudar os elementos do crime (Fato
t’pico, ilicitude e culpabilidade). Entretanto, isso Ž tema para nossa pr—xima aula
apenas!
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
CRIMES CONTRAVEN‚ÍES
Admitem tentativa (art. 14, II). N‹o se admite puni•‹o de
contraven•‹o na modalidade
tentada. Ou se pratica a contraven•‹o
consumada ou se trata de um indiferente
penal.
Se cometido crime, tanto no A pr‡tica de contraven•‹o no exterior
Brasil quanto no estrangeiro, e n‹o gera efeitos penais, inclusive para
vier o agente a cometer fins de reincid•ncia. S— h‡ efeitos penais
contraven•‹o, haver‡ em rela•‹o ˆ contraven•‹o praticada no
reincid•ncia. Brasil!
Tempo m‡ximo de cumprimento Tempo m‡ximo de cumprimento de
de pena: 30 anos. pena: 05 anos.
Aplicam-se as hip—teses de N‹o se aplicam as hip—teses de
extraterritorialidade (alguns extraterritorialidade do art. 7¡ do
crimes cometidos no C—digo Penal.
estrangeiro, em determinadas
circunst‰ncias, podem ser
julgados no Brasil)
N‹o se prendam a estas diferen•as! Para o estudo desta aula o que importa
Ž saber que Hç DIFEREN‚AS PRçTICAS entre ambos.
Portanto, crime e contraven•‹o s‹o termos relacionados ˆ mesma
categoria (infra•‹o penal), mas n‹o se confundem, existindo diferen•as
pr‡ticas entre ambos.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
amanh‹ pode n‹o o ser, e vice-versa. ƒ claro, tambŽm, que quando uma lei
revoga a outra, a lei revogadora deve abordar a matŽria de forma, ao menos um
pouco, diferente do modo como tratava a lei revogada, caso contr‡rio, seria uma
lei absolutamente inœtil. A esse fen™meno damos o nome de Princ’pio da
continuidade das leis.
A revoga•‹o, por sua vez, Ž o fen™meno que compreende a substitui•‹o de
uma norma jur’dica por outra. Essa substitui•‹o pode ser total ou parcial. No
primeiro caso, temos o que se chama de ab-roga•‹o, e no segundo caso,
derroga•‹o.
A revoga•‹o, como vimos, pode ser total ou parcial. Mas pode, ainda, ser
expressa ou t‡cita. Diz-se que Ž expressa quando a nova lei diz
expressamente que revoga a lei anterior. Por exemplo, a lei 11.343/06 (nova lei
de drogas) diz em seu art. 75, que ficam revogadas as disposi•›es contidas na
lei 6.368/76.
Por sua vez, a revoga•‹o t‡cita ocorre quando a lei nova, embora n‹o diga
nada com rela•‹o ˆ revoga•‹o da lei antiga, trata da mesma matŽria, s— que de
forma diferente.
Desta forma, a lei produz efeitos desde sua vig•ncia atŽ sua revoga•‹o.
CUIDADO! No per’odo de vacatio legis (Per’odo entre a publica•‹o da Lei e
sua entrada em vigor, geralmente de 45 dias) a lei ainda n‹o vigora! Ou seja,
ela ainda n‹o produz efeitos!
Em termos gr‡ficos:
|----------|-------------------------------------------------------|
Logo, podemos perceber que a lei penal, assim como qualquer lei, somente
produz efeitos durante o seu per’odo de vig•ncia. ƒ o que se chama de princ’pio
da atividade da lei.
Em alguns casos, porŽm, a lei penal pode produzir efeitos e atingir fatos
ocorridos antes de sua entrada em vigor e, atŽ mesmo, continuar produzindo
efeitos mesmo ap—s sua revoga•‹o. Vamos analis‡-los individualmente.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
2.1.1!Conflito de Leis penais no Tempo
Ocorrendo a revoga•‹o de uma lei penal por outra, algumas situa•›es ir‹o
ocorrer, e as consequ•ncias de cada uma delas depender‹o da natureza da norma
revogadora.
Frise-se que a lei nova ser‡ considerada mais gravosa ainda que n‹o
aumente a pena prevista para o crime. Basta que traga qualquer preju’zo ao
rŽu2, como forma de cumprimento da pena, redu•‹o ou elimina•‹o de benef’cios,
etc.
1
TambŽm chamada de ou Novatio Legis in Pejus ou Lei nova mais gravosa.
2
BITENCOURT, Op. cit., p. 208
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Nesse caso, como a lei posterior deixa de considerar o fato crime, ela
produzir‡ efeitos retroativos, alcan•ado os fatos praticados mesmo antes
de sua vig•ncia, em homenagem ao art. 5, XL da Constitui•‹o Federal e ao art.
2¡ do C—digo Penal3.
ƒ claro que quando uma lei deixa de considerar um determinado fato como
crime, ela est‡ beneficiando aquele praticou o fato e que, porventura, esteja
respondendo criminalmente por ele, ou atŽ mesmo, cumprindo pena em
decorr•ncia da condena•‹o pelo fato.
Em casos tais, ocorre o que se chama de retroatividade da Lei Penal, que
passa a produzir efeitos sobre fatos ocorridos anteriormente ˆ sua vig•ncia.
3
Art. 5¼ (...)
XL - a lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu;
[...]
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a condenat—ria.
4
A Lei 12.015/09 revogou o art. 214 do CP, que previa o crime de atentado violento ao pudor. Entretanto,
ao mesmo tempo, ampliou a descri•‹o do tipo penal do estupro para abranger tambŽm a pr‡tica de atos
libidinosos diversos da conjun•‹o carnal, que era a descri•‹o do tipo penal de atentado violento ao pudor.
Assim, o que a Lei 12.015/09 fez, n‹o foi descriminalizar o Atentado Violento ao Pudor, mas dar a ele novo
contorno jur’dico, passando agora o fato a ser enquadrado como crime de estupro, tendo, inclusive, previsto
a mesma pena anteriormente cominada ao Atentado Violento ao Pudor. Assim, n‹o houve abolitio criminis,
pois o fato n‹o deixou de ser crime, apenas passou a ser tratado em outro tipo penal.
5
TambŽm n‹o h‡ abolitio criminis quando a lei nova revoga uma lei especial que criminaliza um
determinado fato, mas que mesmo assim, est‡ enquadrado como crime numa norma geral.
Explico:
Imagine que a Lei ÒAÓ preveja o crime de roubo a empresa de transporte de valores, com pena de 4 a 12
anos. Posteriormente, entra em vigor a Lei ÒBÓ, que revoga expressa e totalmente a Lei ÒAÓ. Pode-se dizer
que o roubo a empresa de transporte de valores deixou de ser crime? Claro que n‹o, pois a conduta, o fato,
est‡ previsto no art. 157 do C—digo Penal (crime de roubo). Assim, apenas deixou de existir a lei especial
que previa pena diferenciada para este fato, passando o mesmo a ser regido pelo tipo previsto no C—digo
Penal. Pode-se dizer, no entanto, que houve novatio legis in mellius, ou Lex mitior, que Ž a superveni•ncia
de lei mais benŽfica.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
da condena•‹o). Todavia, se JosŽ foi condenado a reparar o dano causado ˆ
v’tima, tal obriga•‹o permanece (efeito extrapenal da condena•‹o).
6
Art. 2¼ (...)
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
ainda que decididos por senten•a condenat—ria transitada em julgado.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
UNITçRIA7, devendo ser aplicada apenas uma das leis, em homenagem aos
princ’pios da reserva legal e da separa•‹o dos Poderes do Estado. O STJ sempre
adotou esta posi•‹o8.
E quem deve aplicar a nova lei penal mais benŽfica ou a nova lei
penal abolitiva? O Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento no
sentido de que DEPENDE DO MOMENTO:
¥! Processo ainda em curso Ð Compete ao Ju’zo que est‡ conduzindo
o processo
¥! Processo j‡ transitado em julgado Ð Compete ao Ju’zo da execu•‹o
penal.
Nos termos da sœmula 611 do STF:
SòMULA N¼ 611
Transitada em julgado a senten•a condenat—ria, compete ao Ju’zo das
execu•›es a aplica•‹o da lei mais benigna.
Mas e se a lei nova for revogada por outra lei mais gravosa? Nesse
caso, a lei mais gravosa n‹o se aplicar‡ aos fatos regidos pela lei mais benŽfica,
pois isso seria uma retroatividade da lei em preju’zo do rŽu. No momento em que
a lei intermedi‡ria (a que revogou, mas foi revogada) entrou em vigor, passou a
reger os fatos ocorridos antes de sua vig•ncia. Sobrevindo lei posterior mais
grave, aplica-se a regra geral da irretroatividade da Lei em rela•‹o a esta œltima.
|----|------|------------------------------------------------------|
Fato VIGæNCIA DA LEI B
7
Entretanto, no julgamento do RE 596152/SP, o STF adotou posi•‹o contr‡ria, ou seja, permitiu a
combina•‹o de leis. Trata-se de uma decis‹o isolada, portanto, n‹o caracteriza uma Òjurisprud•nciaÓ de
verdade.
8
E de forma a consolidar sua tese, o STJ editou o verbete n¼ 501 de sua sœmula de jurisprud•ncia,
entendendo, relativamente aos crimes da lei de drogas, a impossibilidade de combina•‹o de leis. Vejamos:
SòMULA N¼ 501
ƒ cab’vel a aplica•‹o retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incid•ncia das suas
disposi•›es, na ’ntegra, seja mais favor‡vel ao rŽu do que o advindo da aplica•‹o da Lei n. 6.368/1976,
sendo vedada a combina•‹o de leis.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
vig•ncia e ANTES de sua vig•ncia). Nesse caso, diz-se que h‡ a
ULTRATIVIDADE DA LEI B.9
Excepcional Ž a situa•‹o das leis intermitentes, que se dividem em leis
excepcionais e leis tempor‡rias. As leis excepcionais s‹o aquelas que s‹o
produzidas para vigorar durante determinada situa•‹o. Por exemplo, estado de
s’tio, estado de guerra, ou outra situa•‹o excepcional. Lei tempor‡ria Ž aquela
que Ž editada para vigorar durante determinado per’odo, certo, cuja revoga•‹o
se dar‡ automaticamente quando se atingir o termo final de vig•ncia,
independentemente de se tratar de uma situa•‹o normal ou excepcional do pa’s.
No caso destas leis, dado seu car‡ter transit—rio, o fato de estas leis
virem a ser revogadas Ž irrelevante! Isso porque a revoga•‹o Ž decorr•ncia
natural do tŽrmino do prazo de vig•ncia da lei. Assim, aquele que cometeu o
crime durante a vig•ncia de uma destas leis responder‡ pelo fato, nos
moldes em que previsto na lei, mesmo ap—s o fim do prazo de dura•‹o
da norma.
Isso Ž uma quest‹o de l—gica, pois, se assim n‹o o fosse, bastaria que o rŽu
procrastinasse o processo atŽ data prevista para a revoga•‹o da lei a fim de que
fosse decretada a extin•‹o de sua punibilidade. Isso est‡ previsto no art. 3¡ do
C—digo Penal:
Art. 3¼ - A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vig•ncia.
9
Quando a lei Ž aplicada fora de seu per’odo de vig•ncia, diz-se que h‡ extratividade. A extratividade pode
ocorrer em raz‹o da ultratividade ou da retroatividade, a depender do caso. A extratividade, portanto, Ž um
g•nero, que comporta duas espŽcies: retroatividade e ultratividade. BITENCOURT, Op. cit., p. 207/209
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
caso, teremos abolitio criminis, e isso ter‡ efeitos pr‡ticos para JosŽ. O mesmo
ocorreria se o Governo, ao invŽs de proceder ˆ descriminaliza•‹o da conduta,
tivesse abrandado a pena (lex mitior). Essa lei iria retroagir.
CUIDADO! Eu j‡ vi este tema ser abordado das mais diversas formas. J‡ vi
Banca entendendo que a lei tempor‡ria ser‡ aplicada mesmo que sobrevenha
lei nova, abolindo o crime. Isso Ž complicado, porque traz inseguran•a ao
candidato. Contudo, a’ vai meu conselho: Lei tempor‡ria produz efeitos ap—s
sua revoga•‹o ÒnaturalÓ (expira•‹o do prazo de validade). Se houver
superveni•ncia de lei abolitiva expressamente revogando a criminaliza•‹o
prevista na lei tempor‡ria, ela n‹o mais produzir‡ efeitos. Assim, cuidado com
a abordagem na prova.
2.1.2!Tempo do crime
Para podermos aplicar corretamente a lei penal, Ž necess‡rio saber quando
se considerada praticado o delito. Tr•s teorias buscam explicar quando se
considera praticado o crime:
1)! Teoria da atividade Ð O crime se considera praticado quando da a•‹o
ou omiss‹o, n‹o importando quando ocorre o resultado. ƒ a teoria
adotada pelo art. 4¡ do C—digo Penal, vejamos:
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o, ainda que
outro seja o momento do resultado.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Mas isso n‹o ofende o princ’pio da irretroatividade da lei mais
gravosa? N‹o, pois neste caso NÌO Hç RETROATIVIDADE. Neste caso, a lei
mais grave est‡ sendo aplicada a um crime que ainda est‡ sendo praticado, e
n‹o a um crime que j‡ foi praticado.10
2.2.1!Territorialidade
Essa Ž a regra no que tange ˆ aplica•‹o da lei penal no espa•o. Pelo
princ’pio da territorialidade, aplica-se ˆ lei penal aos crimes cometidos no
territ—rio nacional. Assim, n‹o importa se o crime foi cometido por estrangeiro ou
contra v’tima estrangeira. Se cometido no territ—rio nacional, submete-se ˆ lei
penal brasileira.
ƒ o que prev• o art. 5¡ do C—digo Penal:
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional.
10
Cezar Roberto Bitencourt critica parcialmente a sœmula, ao entendimento de que ela poderia ser aplic‡vel
ao crime permanente, sem nenhuma viola•‹o ˆ irretroatividade da lei mais gravosa, mas a mesma solu•‹o
n‹o poderia ser adotada em rela•‹o ao crime continuado, por n‹o se tratar de crime œnico com execu•‹o
prolongada no tempo, e sim mera fic•‹o jur’dica que considera como crime œnico (para fins de aplica•‹o da
pena), uma sŽrie de delitos. BITENCOURT, Op. cit., p. 220.
A maioria da Doutrina, contudo, n‹o tece cr’ticas ˆ sœmula. Ver, por todos, BITENCOURT, Op. cit., p. 120.
11
Ver, por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 123/124 e GOMES, Luiz Flavio.
BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 222.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
¥! O subsolo
Assim, aos crimes praticados nestes locais aplica-se a lei brasileira, pelo
princ’pio da territorialidade.
ATEN‚ÌO! Como sabemos, a Lei penal brasileira ser‡ aplicada aos crimes
cometidos a bordo de aeronaves ou embarca•›es estrangeiras, mercantes ou
de propriedade privada, desde que se encontrem no espa•o aŽreo brasileiro ou
em pouso no territ—rio nacional, ou, no caso das embarca•›es, em porto ou mar
territorial brasileiro.
Contudo, a Doutrina aponta uma exce•‹o ˆ aplica•‹o da lei penal brasileira
neste caso. Trata-se do PRINCêPIO DA PASSAGEM INOCENTE. Este
princ’pio, decorrente do Direito Internacional Mar’timo, estabelecido na
Conven•‹o de Montego Bay (1982), que foi assinada pelo Brasil, prev• que
uma embarca•‹o de propriedade privada, de qualquer nacionalidade, possui o
direito de atravessar o mar territorial de uma na•‹o, desde que n‹o ameace
a paz, a seguran•a e a boa ordem do Estado.
Aplicando tal princ’pio ao Direito Penal, a Doutrina entende que se um crime for
praticado a bordo de uma embarca•‹o que se encontre em Òpassagem
inocenteÓ, n‹o ser‡ aplic‡vel a lei brasileira a este crime, desde que o crime em
quest‹o n‹o afete nenhum bem jur’dico nacional. Ex.: Um americano mata
um holand•s dentro de um navio argentino em situa•‹o de passagem
inocente.
Parte da Doutrina estende a aplica•‹o do princ’pio tambŽm ˆs aeronaves
privadas em situa•‹o semelhante.
CUIDADO! Este princ’pio s— se aplica ˆs embarca•›es ou aeronaves que
utilizem o territ—rio do Brasil como mera ÒpassagemÓ. Se o Brasil Ž o destino da
aeronave ou embarca•‹o, n‹o h‡ aplica•‹o do princ’pio.
Assim, para que possamos trabalhar com este princ’pio na prova, a quest‹o
deve deixar clara a situa•‹o de Òpassagem inocenteÓ, ou seja, a Banca
tem que deixar claro que pretende saber se voc• tem conhecimento
disso. Caso contr‡rio, esque•a tal exce•‹o.
2.2.2!Extraterritorialidade
A extraterritorialidade Ž a aplica•‹o da lei penal brasileira a um fato
criminoso que n‹o ocorreu no territ—rio nacional.
Pode se dar em raz‹o de diversos princ’pios, que veremos a seguir:
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
No primeiro caso, basta que o crime de genoc’dio tenha sido cometido por
brasileiro para que a lei brasileira seja aplicada, n‹o havendo qualquer condi•‹o
alŽm desta.
No segundo caso (crime comum cometido por brasileiro no exterior),
algumas condi•›es devem estar presentes, conforme preceitua o ¤2¡ do art. 7¡
do CPB:
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Assim, n‹o basta que o crime tenha sido cometido por brasileiro, Ž
necess‡rio que as condi•›es acima estejam presentes, ou seja: O fato deve ser
pun’vel tambŽm no local onde fora cometido o crime; deve o agente entrar no
territ—rio brasileiro; O crime deve estar inclu’do no rol daqueles que autorizam
extradi•‹o e n‹o pode o agente ter sido absolvido ou ter sido extinta sua
punibilidade no estrangeiro.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Pelo princ’pio da personalidade passiva, aplica-se a lei brasileira aos
crimes cometidos contra brasileiro, ainda que no exterior. Nos termos do art. 7¡,
¤3¡ do CPB:
¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi•›es previstas no par‡grafo
anterior:
a) n‹o foi pedida ou foi negada a extradi•‹o;
b) houve requisi•‹o do Ministro da Justi•a.
12
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 127
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica;
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de
Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia mista, autarquia
ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico;
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o;
Vejam que se trata de bens jur’dicos altamente relevantes para o pa’s. N‹o
se trata de considerar a vida e a liberdade do Presidente da Repœblica mais
importante que a vida e a liberdade dos demais brasileiros. Nesse caso, o que se
busca Ž garantir que um crime praticado contra a figura do Presidente da
Repœblica n‹o fique impune, pois Ž mais que um crime contra a pessoa, Ž um
crime contra toda a na•‹o.
Reparem, ainda, que n‹o Ž qualquer crime cometido contra o
Presidente, mas somente aqueles que atentem contra sua vida ou
liberdade.
Estas hip—teses dispensam outras condi•›es, bastando que tenha sido o
crime cometido contra estes bens jur’dicos. Ali‡s, ser‡ aplicada a lei brasileira
ainda que o agente j‡ tenha sido condenado ou absolvido no exterior:
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
13
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 129
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
atravŽs de tratado internacional, tenha se obrigado a reprimir tal conduta. Tem
previs‹o no art. 7¡, II, a do CPB:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(...)
II - os crimes:
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir;
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
2.2.3!Lugar do Crime
Para aplicarmos corretamente o que foi aprendido acerca da lei penal no
espa•o, precisamos saber, com exatid‹o, qual Ž o local do crime. Para tanto,
existem algumas teorias:
1)! Teoria da atividade Ð Considera-se local do crime aquele em que a
conduta Ž praticada.
2)! Teoria do resultado Ð Para esta teoria, n‹o importa onde Ž praticada a
conduta, pois se considera como lugar do crime o local onde ocorre a
consuma•‹o.
3)! Teoria mista ou da ubiquidade Ð Esta teoria prev• que tanto o lugar
onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado s‹o considerados
como local do crime. Esta teoria Ž a adotada pelo C—digo Penal, em
seu art. 6¡:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Crimes contra a
administração pública,
por quem está a seu
serviço
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA
UNIVERSAL OU DO Crime de genocídio, quando o agente for
DOMICÍLIO OU DA brasileiro ou domiciliado no Brasil
PERSONALIDADE ATIVA
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
EXTRATERRITORIALIDADE
CONDICIONADA
Entrar o agente no território nacional
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Entretanto, existe ainda a chamada extraterritorialidade
hipercondicionada, que Ž a hip—tese prevista no ¤ 3¡ do art. 7¼:
Art. 7¼ (...) ¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi•›es previstas no par‡grafo
anterior: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Neste caso, alŽm das condi•›es anteriores, existem ainda duas outras
condi•›es:
2.3.1!Sujeito ativo
Sujeito ativo Ž a pessoa que pratica a conduta descrita no tipo penal.
Entretanto, atravŽs do concurso de pessoas, ou concurso de agentes, Ž poss’vel
que alguŽm seja sujeito ativo de uma infra•‹o penal sem que realize a
conduta descrita no tipo penal.
EXEMPLO: Pedro atira contra Paulo, vindo a causar-lhe a morte. Pedro Ž
sujeito ativo do crime de homic’dio, previsto no art. 121 do C—digo Penal, isso
n‹o se discute. Mas tambŽm ser‡ sujeito ativo do crime de homic’dio, Jo‹o, que
lhe emprestou a arma e lhe encorajou a atirar. Embora Jo‹o n‹o tenha realizado
a conduta prevista no tipo penal, pois n‹o praticou a conduta de Òmatar alguŽmÓ,
auxiliou material e moralmente Pedro a faz•-lo.
Somente o ser humano, em regra, pode ser sujeito ativo de uma
infra•‹o penal. Os animais, por exemplo, n‹o podem ser sujeitos ativos da
infra•‹o penal, embora possam ser instrumentos para a pr‡tica de crimes.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Modernamente, tem se admitido a RESPONSABILIDADE PENAL DA
PESSOA JURêDICA, ou seja, tem se admitido que a pessoa jur’dica seja
considerada SUJEITO ATIVO DE INFRA‚ÍES PENAIS.
Embora boa parte da DOUTRINA discorde desta corrente, por inœmeras
raz›es, temos que estud‡-la.
A Constitui•‹o de 1988 trouxe, em seu art. 225, ¤ 3¡, estabelece que:
¤ 3¼ - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitar‹o os
infratores, pessoas f’sicas ou jur’dicas, a san•›es penais e administrativas,
independentemente da obriga•‹o de reparar os danos causados.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
2.3.1.1! Imunidades Diplom‡ticas
Estas imunidades se baseiam no princ’pio da reciprocidade, ou seja, o Brasil
concede imunidade a estas pessoas, enquanto os Pa’ses que representam
conferem imunidades aos nossos representantes.
N‹o h‡ viola•‹o ao princ’pio constitucional da isonomia! Cuidado! Pois a
imunidade n‹o Ž conferida em raz‹o da pessoa imunizada, mas em raz‹o do
cargo que ocupa. Ou seja, ela Ž de car‡ter funcional. Entenderam?
Estas imunidades diplom‡ticas est‹o previstas na Conven•‹o de Viena,
incorporada ao nosso ordenamento jur’dico atravŽs do Decreto 56.435/65, que
prev• imunidade total (em rela•‹o a qualquer crime) aos Diplomatas, que est‹o
sujeitos ˆ Jurisdi•‹o de seu pa’s apenas. Esta imunidade se estende aos
funcion‡rios dos —rg‹os internacionais (quando em servi•o!) e aos seus
familiares, bem como aos Chefes de Governo e Ministros das Rela•›es Exteriores
de outros pa’ses.
Essa imunidade Ž IRRENUNCIçVEL, exatamente por n‹o pertencer ˆ
pessoa, mas ao cargo que ocupa! Essa Ž a posi•‹o do STF! Cuidado com isso!
Com rela•‹o aos c™nsules (diferentes dos Diplomatas) a imunidade s— Ž
conferida aos atos praticados em raz‹o do of’cio, n‹o a qualquer crime.
EXEMPLO: Se Yamazaki, c™nsul do Jap‹o no Rio de Janeiro, no domingo,
curtindo uma praia, agride um vendedor de picolŽs por ter lhe dado o troco errado
(carioca malandro...), responder‡ pelo crime, pois n‹o se trata de ato praticado
no exerc’cio da fun•‹o.
Resumidamente:
¥! IMUNIDADE TOTAL DE JURISDI‚ÌO PENAL Ð Agentes
diplom‡ticos e seus familiares, bem como os membros do pessoal
administrativo e tŽcnico da miss‹o, assim como os membros de suas
fam’lias que com eles vivam, desde que n‹o sejam nacionais do estado
acreditado (no caso, o Brasil) nem nele tenham resid•ncia
permanente.
¥! IMUNIDADE DE JURISDI‚ÌO PENAL em rela•‹o aos ATOS
PRATICADOS NO EXERCêCIO DAS FUN‚ÍES Ð C™nsules14 e
membros do pessoal de servi•o da miss‹o diplom‡tica que n‹o sejam
nacionais do Estado acreditado nem nele tenham resid•ncia
permanente.
14
Art. 43.1 do Decreto 61.078/67 Ð Promulga•‹o da Conven•‹o de Viena sobre Rela•›es Consulares.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
de imunidades parlamentares: a) material (conhecida como real, ou ainda,
inviolabilidade); b) formal (ou processual ou ainda, adjetiva).
Vejam que Ž necess‡rio que o ato (no caso dos vereadores) tenha sido
praticado na circunscri•‹o do munic’pio. Caso contr‡rio, n‹o haver‡ a
incid•ncia da prote•‹o constitucional.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
FEDERAL poder‡ tomar a iniciativa de pedir a susta•‹o da a•‹o penal, que ser‡
decidida pela Casa.
2.3.2!Sujeito Passivo
O sujeito passivo nada mais Ž que aquele que sofre a ofensa causada
pelo sujeito ativo. Pode ser de duas espŽcies:
1)! Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ o Estado, pois a ele pertence
o dever de manter a ordem pœblica e punir aqueles que cometem crimes.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Todo crime possui o Estado como sujeito passivo mediato, pois todo crime
Ž uma ofensa ao Estado, ˆ ordem estatu’da;
2)! Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem jur’dico
efetivamente lesado. Por exemplo: A pessoa que sofre a les‹o no crime
de les‹o corporal (art. 129 do CP), o dono do carro roubado no crime de
roubo (art. 157 do CP), etc.
3! DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP
Como se v•, a lei estabelece que os prazos previstos na Lei Penal sejam
contados de forma a incluir o dia do come•o. Desta forma, se Bruno Ž
condenado a um m•s de pris‹o e o mandado Ž cumprido dia 10 de junho, essa
data Ž considerada o primeiro dia de cumprimento da pena, que ir‡ se extinguir
no dia 09 de julho, independentemente de o mandado ter sido cumprido no dia
10 de junho ˆs 23h45min. Esse dia ser‡ computado como um dia inteiro
para fins penais.
O artigo diz, ainda, que se computam os prazos pelo calend‡rio comum
(chamado de gregoriano), que Ž o que todos n—s utilizamos. Assim, no c™mputo
de meses n‹o levam em considera•‹o os dias de cada um (28, 29, 30 ou 31 dias).
Se um sujeito Ž condenado a pena de um m•s, e come•a a cumpri-la no dia 05,
sua pena estar‡ extinta no dia 04 do m•s seguinte, independentemente de o m•s
ter quantos dias for, o que na pr‡tica, gera algumas injusti•as. Com rela•‹o aos
anos, aplica-se a mesma regra (n‹o importa se o ano Ž bissexto ou n‹o).
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justi•a:
I - processar e julgar, originariamente:
(...)
i) a homologa•‹o de senten•as estrangeiras e a concess‹o de exequatur ˆs cartas
rogat—rias;(Inclu’da pela Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004)
Esta sœmula Ž, digamos, desnecess‡ria, eis que o art. 788, III do CPP j‡
exige o tr‰nsito em julgado como condi•‹o para a homologa•‹o da senten•a
estrangeira.
Percebam, por fim, que n‹o h‡ possibilidade de homologa•‹o da
senten•a penal estrangeira para fins de cumprimento de PENA. A
aplica•‹o de pena criminal Ž um ato de soberania do Estado e, portanto, entende-
se que n‹o poderia um Estado (no caso, o Brasil), aplicar a pena criminal imposta
em outro pa’s15. Se for o caso, poderia o Brasil proceder ao julgamento do
infrator, no Brasil.
15
Lembrando que Ž poss’vel a celebra•‹o de tratados internacionais de coopera•‹o jur’dico-penal para
transfer•ncia de presos, etc. Assim, as regras do CP se aplicam desde que n‹o haja tratado espec’fico
regulando a matŽria. Para os fins do nosso estudo basta que saibamos isso. N‹o Ž necess‡rio analisar a
exist•ncia de eventuais tratados ou acordos bilateriais internacionais.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
¥! Aut•ntica Ð ƒ aquela realizada pelo pr—prio legislador (tambŽm Ž
chamada de interpreta•‹o legislativa). POR EXEMPLO: O art. 327 nos
d‡ a defini•‹o de funcion‡rio pœblico para fins penais. Trata-se de uma
interpreta•‹o feita pelo pr—prio legislador. A interpreta•‹o aut•ntica,
por ser s— uma interpreta•‹o, aplica-se aos fatos passados, ainda que
mais gravosa ao rŽu! Cuidado com isso! EXEMPLO: Imagine que uma
lei preveja que Ž crime o funcion‡rio pœblico dormir na reparti•‹o.
Assim, v‡rios funcion‡rios est‹o sendo processados por crime.
Posteriormente surge uma lei que diz que funcion‡rio pœblico para fins
penais engloba qualquer pessoa que exer•a fun•‹o no poder pœblico,
inclusive estagi‡rios. Nesse caso, os eventuais estagi‡rios que tenham
dormido no trabalho poder‹o ser processados, porque a previs‹o de
que a conduta era crime j‡ existia, o que n‹o existia era uma lei
interpretando o conceito de funcion‡rio pœblico!
¥! Doutrin‡ria Ð ƒ a interpreta•‹o realizada pelos estudiosos do Direito.
N‹o tem for•a obrigat—ria, ou seja, o operador do Direito n‹o est‡
obrigado a acat‡-la, atŽ porque existem inœmeros doutrinadores. A
exposi•‹o de motivos do C—digo Penal Ž considerada
interpreta•‹o Doutrin‡ria.
¥! Judicial Ð ƒ aquela efetuada pelos membros do Poder Judici‡rio,
atravŽs das decis›es que proferem nos processos que lhe s‹o
submetidos. Via de regra n‹o vincula os operadores do Direito, salvo
em casos excepcionais (no pr—prio caso, em raz‹o da coisa julgada, e
no caso de sœmulas vinculantes editadas pelo STF);
¥! Gramatical Ð TambŽm Ž chamada de literal. ƒ aquela que decorre da
natural an‡lise da lei. ƒ muito simples e prec‡ria;
¥! L—gica (ou teleol—gica) Ð ƒ aquela que busca entender a vontade da
lei. ƒ uma das mais confi‡veis e tŽcnicas. O intŽrprete analisa o
contexto hist—rico em que foi editada, suas tend•ncias, de forma a
avaliar cada dispositivo da lei da forma que mais se aproxime com
aquilo que ela pretende dizer, ainda que n‹o tenha sido t‹o expl’cita;
¥! Declarat—ria Ð Decorre da perfeita sintonia entre o que a lei diz e o
que ela quis dizer. Nada h‡ a ser acrescido ou retirado;
¥! Extensiva Ð Trata-se de uma atividade na qual o intŽrprete estende
o alcance do que diz a lei, em raz‹o de sua vontade ser esta. No crime
de extors‹o mediante sequestro, por exemplo, Ž l—gico que a lei quis
incluir, tambŽm, extors‹o mediante c‡rcere privado. Assim, faz-se
uma interpreta•‹o extensiva, que pode ser aplicada sem que haja
viola•‹o ao princ’pio da legalidade, pois, na verdade, a lei diz isso, s—
que n‹o est‡ expresso em seu texto;
¥! Restritiva Ð Por outro lado, aqui o intŽrprete restringe o alcance do
texto da lei, por ser essa a sua vontade (o texto da lei alcan•a mais
situa•›es do que a lei realmente pretende);
¥! Anal—gica Ð Como o nome diz, decorre da analogia, que Ž o mesmo
que compara•‹o. Assim, essa interpreta•‹o ir‡ existir somente
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
naqueles casos em que a lei estabele•a uma f—rmula casu’stica (um
exemplo) e criminalize outras situa•›es id•nticas (f—rmula genŽrica).
Caso cl‡ssico Ž o do art. 121, ¤ 2¡, I, do CP, que diz ser o homic’dio
qualificado quando realizado mediante paga ou promessa de
recompensa (f—rmula casu’stica, exemplo), ou outro motivo torpe
(f—rmula genŽrica, outras hip—teses id•nticas).
3.4.2!Analogia
A analogia, por sua vez, n‹o Ž uma tŽcnica de interpreta•‹o da Lei Penal.
Trata-se de uma tŽcnica integrativa, ou seja, aqui se busca suprir a falta de
uma lei. Lembrem-se disso! N‹o confundir analogia com interpreta•‹o
anal—gica!
Na analogia, por n‹o haver norma que regulamente o caso, o aplicador
do Direito se vale de uma outra norma, parecida, de forma a aplic‡-la ao
caso concreto, a fim de que este n‹o fique sem solu•‹o.
A analogia nunca poder‡ ser usada para prejudicar o rŽu (analogia in
malam partem). Entretanto, Ž poss’vel sua utiliza•‹o em favor do rŽu
(analogia in bonam partem). Ex.: O art. 128, II do CP permite o aborto no caso
de gravidez decorrente de estupro. Entretanto, imaginem que uma mulher
engravidou somente atravŽs de atos libidinosos diversos da conjun•‹o carnal
(sexo anal com ejacula•‹o pr—ximo ˆ vagina). AtŽ 2009 eram crimes diversos,
hoje a conduta passou a tambŽm ser considerado estupro. Assim, nada impedia
que o aplicador do Direito entendesse poss’vel ˆ aplica•‹o do art. 128, II ao caso
dessa mulher, por ser analogia em favor do rŽu (m‹e que comete o aborto), pois
decorrente de situa•‹o extremamente parecida que n‹o possu’a regulamenta•‹o
legal.
Nesse œltimo caso, houve aplica•‹o da analogia in bonam partem,
considerada, ainda, analogia legal, pois se utilizou uma outra norma legal
para suprir a lacuna. Nada impede, porŽm, a analogia jur’dica, que Ž aquela
na qual o operador do Direito se vale de um princ’pio geral do Direito para
suprir a lacuna.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
3.5.1!Princ’pio da especialidade
O princ’pio da especialidade deve ser utilizado quando h‡ conflito aparente
entre duas normas, sendo que uma delas, denominada Ònorma especialÓ,
possui todos os elementos da outra (norma geral), acrescida de alguns
caracteres especializantes.
EXEMPLO: JosŽ subtrai, mediante destreza, o celular de Maria. Nesse caso,
temos um conflito aparente entre a norma do art. 155 (furto) e a norma do art.
155, ¤4¼, II do CP (furto qualificado pela destreza).
A princ’pio, qualquer uma das normas poderia ser aplicada, j‡ que a conduta de
JosŽ se amolda a ambas. Todavia, a norma especial (furto qualificado pela
destreza) deve prevalecer sobre a norma geral, a fim de que JosŽ responda
apenas por um crime (de forma a evitar o chamado bis in idem, ou dupla puni•‹o
pelo mesmo fato.
3.5.2!Princ’pio da subsidiariedade
Aqui n‹o h‡ uma rela•‹o de Òg•nero e espŽcieÓ, como ocorre na
especialidade. Aqui, a rela•‹o entre as normas aparentemente em conflito Ž de
ÒsubsidiariedadeÓ, ou seja, uma Ž mais abrangente que a outra.
EXEMPLO: H‡ subsidiariedade entre as normas dos arts. 163 (crime de dano) e
155, ¤4¼, I do CP (crime de furto qualificado pelo rompimento de obst‡culo).
Nesse caso, aparentemente, o agente deveria responder pelos dois crimes.
Todavia, para evitar o bis in idem, o agente responde apenas pelo crime descrito
na norma prim‡ria (crime de furto qualificado pelo rompimento de obst‡culo),
afastando-se a aplica•‹o da norma subsidi‡ria (crime de dano).
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A norma subsidi‡ria, portanto, atua como uma espŽcie de Òsoldado de
reservaÓ, ou seja, fica l‡, esperando para ser aplicada quando nenhuma outra
norma mais grave (prim‡ria) for aplic‡vel16.
A subsidiariedade pode ser:
⇒! Expressa Ð A norma penal subsidi‡ria j‡ informa que sua aplica•‹o s—
ser‡ cab’vel se n‹o for prevista norma mais grave para o fato. Ex.:
Art. 314 do CP17. Neste caso temos um tipo penal subsidi‡rio, e se a
conduta ali descrita for praticada como etapa ou elemento de outro
crime mais grave, afasta-se a aplica•‹o do art. 314, aplicando-se o
crime mais grave.
⇒! T‡cita Ð Aqui a norma penal n‹o Ž expressamente subsidi‡ria, mas
seu car‡ter subsidi‡rio poder‡ ser aferido no caso concreto. Ex.: Art.
146 do CP (crime de constrangimento ilegal). Tal tipo penal n‹o Ž
expressamente subsidi‡rio, mas como Ž, em muitos casos, uma
ÒparteÓ de crimes mais graves, Ž subsidi‡rio em rela•‹o a estes. Ex.:
Roubo (art. 157) e constrangimento ilegal (art. 146). O crime de roubo
abrange a conduta criminalizada pelo crime de constrangimento ilegal,
de maneira que, neste caso, apesar de o agente ter constrangido a
v’tima, n‹o responder‡ por constrangimento ilegal (norma subsidi‡ria
que fica afastada neste caso), apenas por roubo (norma principal).
16
Alguns autores, como RogŽrio Greco, entendem que a ideia de subsidiariedade Ž desnecess‡ria, de forma
que o conflito poderia ser perfeitamente revolvido por meio do critŽrio da especialidade.
17
Extravio, sonega•‹o ou inutiliza•‹o de livro ou documento
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em raz‹o do cargo; soneg‡-
lo ou inutiliz‡-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, se o fato n‹o constitui crime mais grave.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
⇒! Progress‹o criminosa Ð Aqui o agente altera seu dolo, ou seja,
durante a empreitada criminosa o agente altera sua inten•‹o. Ex.: JosŽ
pretende LESIONAR Maria. Para tanto, come•a a desferir contra ela
alguns golpes com uma barra de ferro. Todavia, ap—s consumar a les‹o
corporal, JosŽ acha por bem matar Maria, e d‡ mais alguns golpes, atŽ
mata-la. Neste caso, JosŽ consumou um crime de les‹o corporal (art.
129), e depois deu in’cio a um crime de homic’dio, que tambŽm foi
consumado (art. 121 do CP). Todavia, ante a ocorr•ncia de progress‹o
criminosa, responder‡ apenas pelo homic’dio (que absorve a les‹o
corporal). ƒ importante destacar que a progress‹o criminosa s— se
verifica se o agente altera seu dolo no mesmo contexto f‡tico (se, por
exemplo, ele agride, vai pra casa, e uma semana depois resolve matar
a v’tima, responde tanto pela les‹o corporal quanto pelo homic’dio).
⇒! Antefato impun’vel (antefactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que est‹o na mesma linha causal do crime principal, mas
responde apenas pelo crime principal, pois se considera que estes fatos
anteriores s‹o impun’veis. Ex.: Agente que invade uma casa para
furtar. Neste caso, a invas‹o de domic’lio Ž considerada um antefato
impun’vel.
⇒! P—s-fato impun’vel (postfactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que, isoladamente considerados, s‹o considerados
criminosos. Todavia, por serem considerados como desdobramento
natural ou exaurimento do crime praticado, n‹o s‹o pun’veis. Ex.: JosŽ
furta um celular e, dois dias depois, quebra o celular, porque n‹o
funciona. A rigor, JosŽ praticou duas condutas (furto, art. 155 do CP e
dano, art. 163 do CP). Todavia, o crime de dano, nessas
circunst‰ncias, n‹o Ž pun’vel, pois Ž considerado mero exaurimento do
crime de furto.
3.5.4!Princ’pio da alternatividade
Trata-se de um princ’pio que n‹o Ž citado por todos os Doutrinadores, mas
que possui alguns adeptos. Este princ’pio seria aplic‡vel nas hip—teses em que
uma mesma norma penal descreve diversas condutas que s‹o criminalizadas,
sendo que a pr‡tica de qualquer uma delas j‡ consuma o delito (n‹o Ž necess‡rio
praticar todas), mas a pr‡tica de mais de uma das condutas, no mesmo contexto
f‡tico, n‹o configura mais de um crime (chamados de Òtipos mistos alternativosÓ).
18
Por exemplo, Cezar Roberto Bitencourt.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
EXEMPLO: Temos, como exemplo, o crime do art. 213 do CP:
Estupro
Art. 213. Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, a ter conjun•‹o carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Lugar do crime (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Extraterritorialidade (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de
Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia mista, autarquia
ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 1984)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi•›es previstas no par‡grafo anterior:
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) n‹o foi pedida ou foi negada a extradi•‹o; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) houve requisi•‹o do Ministro da Justi•a. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Pena cumprida no estrangeiro (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Efic‡cia de senten•a estrangeira(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 9¼ - A senten•a estrangeira, quando a aplica•‹o da lei brasileira produz na espŽcie
as mesmas conseqŸ•ncias, pode ser homologada no Brasil para: (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - obrigar o condenado ˆ repara•‹o do dano, a restitui•›es e a outros efeitos civis;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeit‡-lo a medida de seguran•a.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - A homologa•‹o depende: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da exist•ncia de tratado de extradi•‹o com o pa’s de cuja
autoridade judici‡ria emanou a senten•a, ou, na falta de tratado, de requisi•‹o do
Ministro da Justi•a. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Contagem de prazo(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 10 - O dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calend‡rio comum. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Fra•›es n‹o comput‡veis da pena(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos,
as fra•›es de dia, e, na pena de multa, as fra•›es de cruzeiro. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Legisla•‹o especial (Inclu’da pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 12 - As regras gerais deste C—digo aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta n‹o dispuser de modo diverso. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
5! SòMULAS PERTINENTES
5.1! Sœmulas do STF
ÄSœmula n¼ 611 do STF Ð Uma vez ocorrido o tr‰nsito em julgado, caso haja
superveni•ncia de lei mais benŽfica, sua aplica•‹o compete ao Ju’zo da Execu•‹o
Penal:
SòMULA N¼ 611
Transitada em julgado a senten•a condenat—ria, compete ao Ju’zo das execu•›es a
aplica•‹o da lei mais benigna.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Sœmula 711
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGæNCIA ƒ ANTERIOR Ë CESSA‚ÌO DA CONTINUIDADE OU
DA PERMANæNCIA.
ÄSœmula n¼ 420 do STF - O STF exige que tenha havido o tr‰nsito em julgado
da senten•a penal condenat—ria para que possa ser realizada a homologa•‹o:
Sœmula 420 do STF
NÌO SE HOMOLOGA SENTEN‚A PROFERIDA NO ESTRANGEIRO SEM PROVA DO
TRåNSITO EM JULGADO.
6! RESUMO
INFRA‚ÌO PENAL
Conceito - A conduta, em regra praticada por pessoa humana, que ofende um
bem jur’dico penalmente tutelado, para a qual a lei estabelece uma pena, seja
ela de reclus‹o, deten•‹o, pris‹o simples ou multa.
EspŽcies
§! Crime - Infra•‹o penal a que a lei comina pena de reclus‹o ou de deten•‹o,
isoladamente, alternativa ou cumulativamente com a pena de multa
(conceito formal de crime).
§! Contraven•‹o - Infra•‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
pris‹o simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
OBS.: Crime (conceito anal’tico) Ð ado•‹o da teoria tripartida: fato t’pico,
ilicitude e culpabilidade.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Abolitio criminis Ð Lei nova passa a n‹o mais considerar a conduta como
criminosa (descriminaliza•‹o da conduta).
Continuidade t’pico-normativa - Em alguns casos, embora a lei nova revogue
um determinado artigo que previa um tipo penal, a conduta pode continuar sendo
considerada crime (n‹o h‡ abolitio criminis):
§! Quando a Lei nova simultaneamente insere esse fato dentro de outro tipo
penal.
§! Quando, mesmo revogado o tipo penal, a conduta est‡ prevista como crime
em outro tipo penal.
OBS.: Faz cessar a pena e os efeitos penais da condena•‹o.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
EXTRATERRITORIALIDADE Ð Aplica•‹o da lei penal brasileira a um crime
praticado fora do territ—rio nacional.
Extraterritorialidade INCONDICIONADA - Aplica-se aos crimes cometidos:
§! Contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica
§! Contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado,
de Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia
mista, autarquia ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico
§! Contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o
§! De genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
OBS.: Estas hip—teses dispensam outras condi•›es, bastando que tenha sido o
crime cometido contra estes bens jur’dicos.
OBS.2: Ser‡ aplicada a lei brasileira ainda que o agente j‡ tenha sido condenado
ou absolvido no exterior.
OBS.3: Caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena cumprida no
exterior ser‡ abatida na pena a ser cumprida no Brasil (DETRA‚ÌO PENAL).
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Lugar do crime - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a
conduta (a•‹o ou omiss‹o), bem como onde se produziu ou deveria produzir-se
o resultado (ado•‹o da teoria da UBIQUIDADE).
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
maioria de seus membros, dever‡ resolver sobre a pris‹o. OBS.: Tal
imunidade n‹o impede: (1) pris‹o em flagrante de crime inafian•‡vel; (2)
pris‹o decorrente de condena•‹o definitiva.
SUJEITO PASSIVO
ƒ quem sofre a ofensa causada pela infra•‹o penal. Pode ser de duas espŽcies:
§! Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ SEMPRE o Estado, pois a ele
pertence o dever de manter a ordem pœblica e punir aqueles que cometem
crimes.
§! Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem jur’dico
efetivamente lesado (Ex.: No furto, o dono da coisa furtada).
OBS.: O Estado tambŽm pode ser sujeito passivo imediato (Ex.: crimes contra o
patrim™nio pœblico).
T—picos importantes
§! Pessoa jur’dica pode ser sujeito passivo
§! Mortos n‹o podem ser sujeitos passivos (pois n‹o s‹o sujeitos de direitos)
§! Animais n‹o podem ser sujeitos passivos (pois n‹o s‹o sujeitos de direitos)
OBS.: Crime ambiental (ex.: maus-tratos a animais): sujeito passivo Ž a
coletividade.
OBS.: NinguŽm pode ser sujeito ativo e passivo do MESMO crime. Parte
da Doutrina entende que isso Ž poss’vel no crime de rixa, mas isso n‹o Ž posi•‹o
un‰nime
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP
Contagem de prazos Ð Inclui-se o dia do come•o. As fra•›es de dia (do dia do
come•o) s‹o computadas como dia inteiro. Ex.: Come•ou a correr o prazo no dia
10.01.15 ˆs 22h. O dia 10.01.15 Ž contado como dia inteiro.
Fra•›es n‹o comput‡veis de pena Ð As fra•›es de dia (horas e minutos) s‹o
desprezadas (arredonda-se para baixo). Ex.: 15 dias e 12 horas viram 15 dias.
Desprezam-se as fra•›es monet‡rias na pena de multa (centavos).
Aplica•‹o subsidi‡ria do CP Ð Regras gerais do CP se aplicam aos crimes
regidos por Lei especial, naquilo que com elas n‹o conflitar.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Restritiva Ð Por outro lado, aqui o intŽrprete restringe o alcance do texto da lei,
por ser essa a sua vontade
Anal—gica Ð Como o nome diz, decorre da analogia, que Ž o mesmo que
compara•‹o. Assim, essa interpreta•‹o ir‡ existir somente naqueles casos em
que a lei estabele•a uma f—rmula casu’stica (um exemplo) e criminalize outras
situa•›es id•nticas (f—rmula genŽrica).
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
responde apenas pelo crime principal, pois se considera que estes fatos
anteriores s‹o impun’veis.
⇒! P—s-fato impun’vel (postfactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que, isoladamente considerados, s‹o considerados
criminosos. Todavia, por serem considerados como desdobramento
natural ou exaurimento do crime praticado, n‹o s‹o pun’veis.
7! EXERCêCIOS DA AULA
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como Pierre foi absolvido no
estrangeiro, n‹o ficou satisfeita uma das exig•ncias previstas ˆ hip—tese de
extraterritorialidade condicionada.
B) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hip—tese de
extraterritorialidade incondicionada, exigindo-se, apenas, que o fato n‹o tenha
sido alcan•ado por nenhuma causa extintiva de punibilidade no estrangeiro.
C) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hip—tese de
extraterritorialidade incondicionada, sendo irrelevante o fato de ter sido o agente
absolvido no estrangeiro.
D) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como o agente Ž estrangeiro e a
conduta foi praticada em territ—rio tambŽm estrangeiro, as exig•ncias relativas ˆ
extraterritorialidade condicionada n‹o foram satisfeitas.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se somente a afirmativa III estiver correta.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Assinale a alternativa que apresente local que n‹o Ž considerado como extens‹o
do territ—rio nacional para os efeitos penais.
a) aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em territ—rio estrangeiro, desde que o crime figure entre aqueles que,
por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir.
b) as aeronaves e as embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espa•o aŽreo correspondente ou em
alto-mar.
c) as embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica, onde quer que
se encontrem.
d) aeronaves ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
e) as embarca•›es e aeronaves brasileiras, a servi•o do governo brasileiro, onde
quer que se encontrem.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) a teoria da ubiquidade, pela qual considera-se cometido o delito tanto no
momento da conduta como no do resultado, dependendo do que for mais benŽfico
ao autor do fato;
d) a teoria do resultado normativo, pela qual considera-se cometido o crime no
momento da ocorr•ncia do resultado natural’stico;
e) duas teorias, a da atividade e a da territorialidade condicionada, dependendo
da natureza do crime cometido.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
IV. A analogia n‹o pode ser aplicada contra texto expresso de lei.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II e IV.
c) I e II.
d) III e IV.
e) I e III.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
b) ser‡ considerada circunst‰ncia atenuante e a pena fixada no Brasil ser‡ objeto
de nova dosimetria.
c) implicou exaurimento da san•‹o penal cab’vel e Rodrigo n‹o estar‡ sujeito ao
cumprimento da pena imposta no Brasil.
d) ser‡ descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo ter‡ que cumprir
mais 1 ano de reclus‹o.
e) Ž irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo dever‡ cumprir integralmente os 2
anos de reclus‹o impostos pela justi•a brasileira.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
restava um ter•o para o cumprimento da pena, as modalidades criminosas
praticadas tiveram suas penas reduzidas na metade. Nesse caso, o agente
a) n‹o ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o da pena, haja vista
que a lei posterior que favore•a o agente ser‡ aplicada somente com os fatos
ocorridos posteriormente, acompanhando as normas do processo penal.
b) ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o de metade da pena restante
para o cumprimento, haja vista que a lei posterior que favore•a o agente ser‡
aplicada neste patamar proporcionalmente, diante dos fatos praticados
anteriormente.
c) ser‡ favorecido com o reconhecimento da possibilidade de indeniza•‹o pelo
Estado, diante da lei posterior, devendo cumprir integralmente sua pena em face
do tr‰nsito em julgado.
d) ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o da pena, haja vista que a
lei posterior que favore•a o agente ser‡ aplicada mesmo com os fatos praticados
anteriormente.
e) n‹o ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o da pena, haja vista
que a lei posterior que favore•a o agente ser‡ aplicada no caso de prever
expressamente o efeito retroativo.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
e) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e ainda que a’ n‹o sejam
julgados
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
B) a lei penal mais grave n‹o se aplica ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vig•ncia Ž anterior ˆ cessa•‹o da continuidade ou da
perman•ncia, segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal.
C) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime.
D) o dia do fim inclui-se no c™mputo do prazo, contando- se os meses e anos
pelo calend‡rio comum, desprezados os dias.
E) compete ao ju’zo da causa a aplica•‹o da lei mais benigna, ainda que
transitada em julgado a senten•a condenat—ria, segundo entendimento sumulado
do Superior Tribunal de Justi•a.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A respeito da aplica•‹o da lei penal quanto ao tempo, considera- se praticado o
crime no momento
a) da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
b) em que o agente der in’cio aos atos preparat—rios, ainda que n‹o tenha
ocorrido a•‹o ou omiss‹o.
c) em que ocorrer o resultado, ainda que seja outro o momento da a•‹o ou
omiss‹o.
d) do exaurimento da conduta delituosa, ainda que seja outro o momento da
a•‹o ou omiss‹o.
e) em que o agente concluir os atos preparat—rios, ainda que n‹o tenha ocorrido
a•‹o ou omiss‹o.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) desde que ainda n‹o tenha sido recebida a denœncia apresentada pelo
MinistŽrio Pœblico.
e) desde que a senten•a condenat—ria ainda n‹o tenha transitado em julgado.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) II.
d) II e III.
e) III.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
e) cometidos em embarca•›es pœblicas brasileiras, quando navegando em
territ—rio estrangeiro.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Aplica-se a lei penal brasileira ao crime cometido no territ—rio nacional. O art. 5¡
do CP estende a aplica•‹o da lei penal brasileira para fato cometido em
a) embarca•‹o privada brasileira atracada em portos estrangeiros.
b) embarca•‹o estrangeira de propriedade privada navegando no mar territorial
do Brasil.
c) aeronave privada brasileira pousada em aeroportos estrangeiros, desde que o
pa’s respectivo tenha acordo de extradi•‹o com o Brasil.
d) sede de embaixada ou unidade consular do Brasil no estrangeiro.
e) resid•ncia do embaixador brasileiro em pa’s estrangeiro que fa•a parte do
Mercosul.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(B) A lei posterior, que de alguma forma favorecer o agente, ser‡ aplicada aos
fatos anteriores, desde que n‹o decididos por senten•a condenat—ria transitada
em julgado.
(C) Considera-se praticado o crime no momento do resultado.
(D) Um crime praticado contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica,
se cometido no estrangeiro, ficar‡ sujeito ˆ legisla•‹o do pa’s em que tenha
ocorrido.
(E) Ao crime cometido no territ—rio nacional aplica-se a lei brasileira, sem
possibilidade de aplica•‹o de qualquer tratado ou regra de direito internacional.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Sobre a aplica•‹o da lei penal, Ž correto afirmar que
(A) em rela•‹o ao tempo do crime, o C—digo Penal, no artigo 4o, adotou a teoria
da ubiquidade.
(B) para os crimes permanentes, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa,
pois Ž considerado tempo do crime todo o per’odo em que se desenvolver a
atividade criminosa.
(C) em rela•‹o ao lugar do crime, o C—digo Penal, no artigo 6o, adotou a teoria
da atividade.
(D) a nova lei, que deixa de considerar criminoso determinado fato, cessa, em
favor do agente, todos os efeitos penais e civis.
(E) o princ’pio da retroatividade da lei penal mais benŽfica Ž absoluto, previsto
constitucionalmente, sobrepondo-se atŽ mesmo ˆ ultratividade das leis
excepcionais ou tempor‡rias.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(A) s— poder‡ ser punido pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ se houver
nova edi•‹o da lei no pr—ximo per’odo de seca.
(B) poder‡ ser condenado pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ, no
entanto esta condena•‹o n‹o poder‡ ser executada.
(C) poder‡ ser condenado pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ ainda que
o per’odo indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado.
(D) n‹o poder‡ ser punido pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ.
(E) s— poder‡ ser punido pelo crime de Òdesobedi•nciaÓ em virtude de n‹o mais
subsistir o crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) encaminhar os autos ao MinistŽrio Pœblico, a fim de que adite a denœncia.
e) determinar o normal prosseguimento do processo, uma vez que o fato foi
cometido sob a Žgide da lei antiga.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador.
8! EXERCêCIOS COMENTADOS
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
D) As leis penais tempor‡rias e excepcionais s‹o dotadas de ultra-
atividade. Por tal motivo, s‹o aplic‡veis a qualquer delito, desde que
seus resultados tenham ocorrido durante sua vig•ncia.
COMENTçRIOS: Nos termos do art. 7¼, I, c do CP, os crimes praticados contra
a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o (hip—tese do crime de
corrup•‹o passiva), s‹o crimes abarcados pelo princ’pio da extraterritorialidade,
aplicando-se a lei brasileira a tais crimes, ainda que praticados no estrangeiro.
Desta forma, a letra A Ž correta. Vejamos:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
exig•ncias relativas ˆ extraterritorialidade condicionada n‹o foram
satisfeitas.
COMENTçRIOS: A quest‹o traz uma hip—tese de EXTRATERRITORIALIDADE
INCONDICIONADA da aplica•‹o da lei penal brasileira, pois se trata de atentado
ˆ vida do Presidente da Repœblica. Vejamos:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
Nesse caso, a lei penal brasileira Ž aplic‡vel AINDA que o agente tenha sido
absolvido ou condenado no exterior. Vejamos:
Art. 7¼ (...)
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Vejam que n‹o se trata de retroatividade (o que seria vedado), mas de aplica•‹o
da lei vigente DURANTE a pr‡tica do crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) Ž aplic‡vel, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em
territ—rio estrangeiro, foi praticado por brasileiro.
d) n‹o Ž aplic‡vel, uma vez que, de acordo com a Conven•‹o de
Viena, Ž compet•ncia do Tribunal Penal Internacional processar e
julgar os crimes praticados em embarca•‹o estrangeira atracada em
territ—rio de pa’s diverso.
COMENTçRIOS: No caso, a lei brasileira Ž aplic‡vel, por se tratar de crime
praticado em embarca•‹o atracada em porto brasileiro. Vejamos:
Territorialidade
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
(...)
¤ 2¼ - ƒ tambŽm aplic‡vel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso
no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo correspondente, e estas em porto
ou mar territorial do Brasil.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
III Ð ERRADA: Item errado, pois tais crimes, ainda quando cometidos no
estrangeiro, poder‹o ser julgados pela lei penal brasileira, ainda que j‡ tenham
sido julgados no estrangeiro, nos termos do art.7¼, I, b e ¤1¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A respeito do tema da retroatividade da lei penal, assinale a afirmativa
correta.
a) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente n‹o se
aplica aos fatos praticados durante a vig•ncia de uma lei tempor‡ria.
b) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente aplica-
se aos fatos anteriores, com exce•‹o daqueles que j‡ tiverem sido objeto
de senten•a condenat—ria transitada em julgado.
c) A lei penal mais gravosa pode retroagir, aplicando-se a fatos
praticados anteriormente ˆ sua vig•ncia, desde que trate de crimes
hediondos, tortura ou tr‡fico de drogas, como expressamente ressalvado
na Constitui•‹o.
d) Quando um fato Ž praticado na vig•ncia de uma determinada lei e
ocorre uma mudan•a que gera uma situa•‹o mais gravosa para o agente,
ocorrer‡ a ultratividade da lei penal mais favor‡vel, salvo se houver a
edi•‹o de uma outra lei ainda mais gravosa, situa•‹o em que prevalecer‡
a lei intermedi‡ria.
e) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar o agente n‹o
se aplica aos fatos praticados anteriormente, salvo se houver previs‹o
expressa na pr—pria lei nova.
COMENTçRIOS: A Lei penal, em regra, n‹o retroage, ou seja, n‹o pode ser
aplicada a fatos praticados antes de sua vig•ncia.
Contudo, se a lei penal for mais favor‡vel ao agente, ela poder‡ retroagir, ou
seja, ser aplicada a fatos praticados antes de sua entrada em vigor.
Contudo, se os fatos foram praticados durante a vig•ncia de lei tempor‡ria, a
simples expira•‹o do prazo desta lei n‹o faz com que a nova regulamenta•‹o
penal (mais benŽfica, por natureza) seja aplic‡vel, pois temos aqui uma espŽcie
de lei penal excepcional.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Em rela•‹o ao TEMPO do crime o CP adotou a teoria da
ATIVIDADE, ou seja, considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou
omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado, nos termos do art. 4¼ do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
interior, salvo quando o autor for agente diplom‡tico ou possua
imunidade diplom‡tica.
d) S‹o princ’pios empregados para solucionar a regra da
extraterritorialidade: personalidade ou nacionalidade, domic’lio, defesa,
justi•a universal, representa•‹o ou da bandeira.
e) Para fins de Direito Penal, o conceito de territ—rio n‹o se restringe ˆ
‡rea limitada pelas fronteiras brasileiras.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: A lei penal brasileira adota o princ’pio da territorialidade MITIGADA
ou temperada (pois admite exce•›es0, conforme entendimento doutrin‡rio.
B) CORRETA: Correta, trata-se de extens‹o do territ—rio nacional, nos termos do
art. 5¼, ¤1¼ do CP.
C) CORRETA: As embaixadas s‹o consideradas territ—rio do pa’s em que estejam
localizadas. As embaixadas de outros pa’ses que estejam sediadas no Brasil s‹o
consideradas como territ—rio BRASILEIRO. O que ocorre Ž que alguns delitos
praticados nestes locais podem n‹o estar sujeitos ˆ aplica•‹o da lei brasileira, em
raz‹o de tratados internacionais, como ocorre em rela•‹o aos crimes praticados
por agentes diplom‡ticos.
D) CORRETA: Item correto, conforme vimos na aula, segundo entendimento
doutrin‡rio.
E) CORRETA: Item correto, pois o territ—rio abrange ainda o mar territorial, o
espa•o aŽreo e o subsolo, alŽm do territ—rio por equipara•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
meio de outra lei (e n‹o por algo externo, como os costumes). II Ð CORRETA:
Item correto, pois na analogia, por n‹o haver norma que regulamente o caso, o
aplicador do Direito se vale de uma outra norma, semelhante, de forma a aplic‡-
la ao caso concreto, a fim de que este n‹o fique sem solu•‹o.
III Ð ERRADA: Item errado, pois isso seria o que se chama de analogia in malam
partem, que Ž vedada em Direito Penal.
IV Ð CORRETA: A analogia n‹o pode ser aplicada contra texto expresso de lei,
pois s— tem cabimento na hip—tese de AUSæNCIA de lei regulamentando a
situa•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Em rela•‹o ˆ contagem dos prazos PENAIS (n‹o se trata,
portanto, de contagem dos prazos PROCESSUAIS), inclui-se o dia do come•o, ou
seja, a contagem do prazo n‹o come•a no dia œtil seguinte ao fato, come•ando a
fluir o prazo no pr—prio dia do fato que gera a contagem. AlŽm disso, contam-se
os dias, os meses e os anos pelo calend‡rio comum, nos termos do art. 10 do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
16.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-RJ Ð PROCURADOR)
No que concerne ˆ aplica•‹o da lei penal no espa•o, o princ’pio pelo qual
se aplica a lei do pa’s ao fato que atinge bem jur’dico nacional, sem
nenhuma considera•‹o a respeito do local onde o crime foi praticado ou
da nacionalidade do agente, denomina-se princ’pio
a) da nacionalidade.
b) da territorialidade.
c) de prote•‹o.
d) da compet•ncia universal.
e) de representa•‹o.
COMENTçRIOS: O princ’pio segundo o qual deve ser aplicada a lei do pa’s cujo
bem jur’dico NACIONAL Ž afetado pelo fato criminoso Ž o princ’pio da prote•‹o,
ou da defesa, que est‡, inclusive, previsto no nosso CP, nos termos do art. 7¼, I,
ÒaÓ, ÒbÓ e ÒcÓ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) ser‡ descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo ter‡ que
cumprir mais 1 ano de reclus‹o.
e) Ž irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo dever‡ cumprir
integralmente os 2 anos de reclus‹o impostos pela justi•a brasileira.
COMENTçRIOS: A quest‹o deveria ter sido anulada. Isso porque, se estivermos
diante de crime sujeito ˆ extraterritorialidade condicionada, ele n‹o dever‡
cumprir pena alguma no Brasil, nos termos do art. 7¼, II e ¤2¼ do CP:
Extraterritorialidade (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
(...)
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Vemos assim que, se estivermos diante de um crime de extraterritorialidade
condicionada, o agente n‹o poder‡ ser punido pela Lei Brasileira, pois um dos
pressupostos Ž o fato de n‹o ter o agente cumprido a pena no estrangeiro.
No caso de se tratar de um crime sujeito ˆ extraterritorialidade incondicionada,
o agente poder‡ cumprir a pena imposta no Brasil. Entretanto, a pena cumprida
no estrangeiro ir‡ ser computada para fins de abatimento da pena aqui imposta,
por serem da mesma natureza (privativas de liberdade). Vejamos:
Pena cumprida no estrangeiro (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Assim, a quest‹o estaria correta se se referisse expressamente ˆ hip—tese de
extraterritorialidade incondicionada, e por isso Banca deu como correta a letra D.
PorŽm, como n‹o fez a ressalva necess‡ria, deveria ter sido anulada.
Portanto, A QUESTÌO DEVERIA TER SIDO ANULADA.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A) n‹o se aplica a lei nova, mesmo que favore•a o agente de outra forma, caso
se esteja procedendo ˆ execu•‹o da senten•a, em raz‹o da imutabilidade da
coisa julgada.
ERRADA: A lei nova se aplica, se mais benŽfica, ainda que o processo esteja em
fase de execu•‹o de senten•a, nos termos do art. 2¡, ¤ œnico do CPB.
B) pela abolitio criminis se fazem desaparecer o delito e todos os seus reflexos
penais, permanecendo apenas os civis.
CORRETA: Nos termos do art. 2¡ e 107, III do CPB.
C) em regra, nas chamadas leis penais em branco com car‡ter excepcional ou
tempor‡rio, revogada ou alterada a norma complementar, desaparecer‡ o crime.
ERRADA: Nesse caso, n‹o desaparecer‡ o crime, pois a lei complementar, que
especifica a situa•‹o excepcional, quando revogada, n‹o gera abolitio criminis.
D) a lei excepcional ou tempor‡ria embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, n‹o se aplica ao fato
praticado durante a sua vig•ncia.
ERRADA: A lei tempor‡ria se aplica aos fatos ocorridos durante sua vig•ncia,
mesmo ap—s sua revoga•‹o, pela pr—pria natureza da lei, nos termos do art. 3¡
do CP.
E) permanecendo na lei nova a defini•‹o do crime, mas aumentadas suas
conseqŸ•ncias penais, esta norma ser‡ aplicada ao autor do fato
ERRADA: N‹o se aplicar‡, pois ela traz preju’zo ao rŽu, aplicando-se a regra geral
dos efeitos da lei penal, ou seja, apenas para o futuro.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
ERRADA: Nos termos do art. 10, computa-se o dia do come•o, n‹o o do fim. Este
t—pico n‹o faz parte do nosso conteœdo! J
E) Compete ao ju’zo da causa a aplica•‹o da lei mais benigna, ainda que
transitada em julgado a senten•a condenat—ria, segundo entendimento sumulado
do Superior Tribunal de Justi•a.
ERRADA: No caso de j‡ estar em fase de execu•‹o, compete ao Juiz da execu•‹o
a aplica•‹o da lei mais benigna, nos termos da sœmula 611 do STF.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
e) somente quando se tratar de crime executado no Brasil, cujo resultado
se produziu no estrangeiro.
COMENTçRIOS: A senten•a condenat—ria estrangeira Ž eficaz no Brasil para
diversos fins, inclusive para fins de reincid•ncia, nos termos do art. 63 do CP:
Art. 63 - Verifica-se a reincid•ncia quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a senten•a que, no Pa’s ou no estrangeiro, o tenha condenado
por crime anterior. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Vemos, assim, que a condena•‹o no estrangeiro pode gerar reincid•ncia.
As demais alternativas est‹o erradas porque reduzem o raio de efic‡cia da
senten•a estrangeira ao colocar o termo ÒsomenteÓ nos enunciados.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRERA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Os atos preparat—rios n‹o s‹o considerados integrantes do iter
criminis, ou seja, n‹o s‹o atos pun’veis. Assim, as alternativas B e E est‹o
incorretas, de plano.
Quanto ˆs demais alternativas, podemos afirmar que o CP adotou a teoria da
atividade quanto ao tempo do crime, ou seja, considera-se praticado quando a•‹o
ou omiss‹o (art. 4¡ do CP), motivo pelo qual a alternativa A est‡ correta, sendo
as alternativas C e D, erradas.
Portanto, a alternativa CORRETA ƒ A LETRA A.
Como se v•, a lei estabelece que os prazos previstos na Lei Penal sejam contados
de forma a incluir o dia do come•o. O art. 11 do CP, por sua vez, diz o seguinte:
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos,
as fra•›es de dia, e, na pena de multa, as fra•›es de cruzeiro.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) dignidade.
e) isonomia.
COMENTçRIOS: Trata-se de descri•‹o do princ’pio constitucional da legalidade,
que, conforme se extrai da pr—pria reda•‹o do artigo, divide-se em Princ’pio da
anterioridade e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora
deve ser prŽvia e prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder
Legislativo que obede•a ao processo legislativo previsto na Constitui•‹o, n‹o
servindo MP ou Decreto);
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
COMENTçRIOS: A afirmativa I est‡ correta, pois os crimes praticados contra a
administra•‹o pœblica no estrangeiro, s— ser‹o submetidos ˆ lei brasileira quando
praticados por quem est‡ a seu servi•o, nos termos do art. 7¡, I, c do CP:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
(...)
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o;
A afirmativa II tambŽm est‡ correta, pois trata-se do princ’pio do domic’lio,
aplicando-se lei brasileira ao crime cometido por pessoa domiciliada no Brasil,
n‹o havendo qualquer outra condi•‹o. S— h‡ uma hip—tese de aplica•‹o deste
princ’pio na lei penal brasileira, e Ž a prevista no art. 7¡, I, ÒdÓ do CPB:
ÒArt. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
(...)
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;Ó
A afirmativa III est‡ errada, pois a aplica•‹o da lei penal brasileira, nesta
hip—tese, depende de algumas condi•›es:
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradi•‹o; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Assim, a lei penal brasileira s— ser‡ aplic‡vel a estes crimes caso estejam
presentes todas estas condi•›es.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
b) embarca•›es mercantes brasileiras que estejam em porto
estrangeiro.
c) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espa•o aŽreo
estrangeiro.
d) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto
estrangeiro.
e) embarca•‹o estrangeira de propriedade privada que esteja em mar
territorial brasileiro.
COMENTçRIOS: Aqui, devemos entender, primeiro, o princ’pio da
Representa•‹o ou da Bandeira.
Por este princ’pio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no
estrangeiro, a bordo de aeronaves e embarca•›es privadas, mas que possuam
bandeira brasileira, quando, no pa’s em que ocorreu o crime, este n‹o for julgado.
Assim, se um cidad‹o mexicano comete um crime contra um cidad‹o alem‹o, a
bordo de uma aeronave pertencente a uma empresa aŽrea brasileira, enquanto
esta se encontra parada no aeroporto de Nova York, pelo Princ’pio da Bandeira,
a este crime poder‡ ser aplicada a lei brasileira, caso n‹o seja julgado pelo
Judici‡rio americano. A previs‹o est‡ no art. 7¡, II, ÒcÓ do CPB:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(...)
II - os crimes:
(...)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados.
Percebam que a lei penal brasileira atŽ pode ser aplicada a este crime, mas s— no
caso de ele n‹o ser julgado no local onde ocorreu. Assim, estamos diante de um
caso de extraterritorialidade condicionada (ao n‹o-julgamento no local do crime).
As quatro primeiras alternativas se referem a crimes cometidos nesta situa•‹o,
mas sem fazer a ressalva (condi•‹o) de que eles n‹o tenham sido julgados no
pa’s onde ocorreram. Desta forma, as quatro est‹o erradas.
A alternativa correta Ž a letra E, que trata de caso de simples aplica•‹o do
princ’pio da territorialidade, pois o mar territorial brasileiro Ž considerado nosso
territ—rio e, desta forma, qualquer crime cometido neste espa•o, est‡ sujeito ˆ
aplica•‹o da lei brasileira.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
III. embarca•›es estrangeiras de propriedade privada que estejam em
mar territorial brasileiro.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II.
d) II e III.
e) III.
COMENTçRIOS: Vamos analisar todos os itens:
I - ERRADA: Os crimes praticados dentro de aeronaves e embarca•›es privadas
brasileiras somente ser‹o julgados pela Lei brasileira se n‹o forem julgados no
pa’s em que cometidos, nos termos do art. 7¼, II, c do CP:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
II - CORRETA: Os crimes cometidos a bordo de aeronaves brasileiras a servi•o
do governo brasileiro ser‹o sempre julgados pela Lei brasileira, ainda que se
encontrem no estrangeiro, pois s‹o considerados como extens‹o do territ—rio
nacional. Vejamos:
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
¤ 1¼ - Para os efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio nacional as
embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica ou a servi•o do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarca•›es
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espa•o aŽreo correspondente ou em alto-mar. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
III - CORRETA: Os crimes praticados a bordo de aeronaves e embarca•›es
estrangeiras de propriedade privada ser‹o julgados pela Lei brasileira quando
estas estiverem em territ—rio nacional no momento da pr‡tica do delito. Vejamos:
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
(...)
¤ 2¼ - ƒ tambŽm aplic‡vel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso
no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo correspondente, e estas em porto
ou mar territorial do Brasil.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
34.! (FCC Ð 2013 Ð TRT 6 Ð JUIZ DO TRBALAHO)
No tocante ˆ aplica•‹o da lei penal, correto afirmar que:
a) o dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo.
b) a lei penal excepcional ou tempor‡ria n‹o se aplica ao fato praticado
durante a sua vig•ncia, se decorrido o per’odo de sua dura•‹o ou
cessadas as circunst‰ncias que a determinaram.
c) se considera praticado o crime no momento do resultado.
d) as regras gerais do C—digo Penal aplicam-se aos fatos incriminados
por lei especial, ainda que esta disponha de modo diverso.
e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, desde que n‹o decididos por senten•a condenat—ria
transitada em julgado.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Nos termos do art. 10 do CP:
Art. 10 - O dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calend‡rio comum. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
B) ERRADA: Item errado porque as leis excepcionais ou tempor‡rias s‹o ultra-
ativas, ou seja, continuam a reger os fatos praticados durante sua vig•ncia
mesmo ap—s o decurso de seu prazo de validade, nos termos do art. 3¼ do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois o CP adotou, quanto ao tempo do crime, a teoria
da atividade, ou seja, o crime se considera praticado no momento da conduta,
nos termos do art. 4¼ do CP.
D) ERRADA: Em raz‹o da subsidiariedade do CP em rela•‹o ˆs leis especiais, as
normas do CP somente ser‹o aplic‡veis a estas quando as leis especiais n‹o
dispuserem de forma diversa, nos termos do art. 12 do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois esta lei ser‡ aplic‡vel ainda que o fato j‡ tenha
sido decidido por senten•a transitada em julgado, nos termos do art. 2¼, ¤ œnico
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Neste caso, as duas leis ir‹o retroagir. Primeiro a lex mitior (lei
nova mais benŽfica). Depois ir‡ retroagir a lei abolitiva, por ser ainda mais
benŽfica que a anterior, nos termos do art. 2¼ e seu ¤ œnico do CP:
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a condenat—ria.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por senten•a condenat—ria transitada em
julgado. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Vemos, assim, que a letra B traz uma hip—tese de aplica•‹o condicionada da lei
penal brasileira a um crime cometido fora do territ—rio nacional.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
40.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð
ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que o dia do
come•o deve ser exclu’do no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calend‡rio comum.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o dia do come•o deve ser inclu’do na
contagem do prazo, conforme art. 10 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) aeronave privada brasileira pousada em aeroportos estrangeiros,
desde que o pa’s respectivo tenha acordo de extradi•‹o com o Brasil.
d) sede de embaixada ou unidade consular do Brasil no estrangeiro.
e) resid•ncia do embaixador brasileiro em pa’s estrangeiro que fa•a
parte do Mercosul.
COMENTçRIOS: O art. 5¼, ¤2¼ do CP assim estabelece:
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
(...)¤ 2¼ - ƒ tambŽm aplic‡vel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas
em pouso no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo correspondente, e estas
em porto ou mar territorial do Brasil.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Desta forma, Ž tambŽm aplic‡vel a lei penal brasileira aos crimes praticados em
embarca•‹o estrangeira de propriedade privada navegando no mar territorial do
Brasil.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
a pr‡tica do crime, e n‹o depois. Este Ž o entendimento sumulado do STF (sœmula
711 do STF).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
D) ERRADA: Embora tambŽm possa estar sujeito ˆ legisla•‹o do pa’s de origem,
nesse caso tambŽm Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, por se tratar de caso de
extraterritorialidade incondicionada, nos termos do art. 7¼, I, a, ¤ 1¼ do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois o CP Ž expresso ao ressalvar a possibilidade de
que tratados ou conven•›es internacionais apresentem exce•›es ˆ regra da
territorialidade (art. 5¼ do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(A) o princ’pio da retroatividade determina que os efeitos benŽficos e
favor‡veis de uma lei penal retroajam ilimitada e indiscriminadamente
apenas para os fatos praticados a partir da sua vig•ncia.
(B) a abolitio criminis, por ser benŽfica ao acusado, pode ser institu’da
tanto por lei como por medida provis—ria.
(C) as leis tempor‡rias e excepcionais representam exce•‹o ˆ regra da
aplica•‹o da lei mais benŽfica ao acusado, pois sempre ser‹o aplicadas
aos fatos praticados durante suas vig•ncias.
(D) o princ’pio da nacionalidade ou personalidade garante ao agente a
aplica•‹o da lei penal do pa’s em que ele cometeu o crime, pouco
importando a lei vigente do seu pa’s de origem.
(E) a imunidade dos agentes diplom‡ticos impede o processo, a pris‹o
ou deten•‹o do agente, n‹o abrangendo o dever de depor como
testemunha.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: O princ’pio da retroatividade da lei penal benŽfica determina que os
efeitos benŽficos e favor‡veis de uma lei penal retroajam para alcan•ar os fatos
praticados antes da vig•ncia da lei (art. 2¼, ¤ œnico do CP).
B) CORRETA: Apesar de haver discuss‹o doutrin‡ria, esse foi o entendimento
adotado pelo STF.
C) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a previs‹o do art. 3¼ do CP:
Art. 3¼ - A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vig•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
D) ERRADA: O princ’pio da nacionalidade ou da personalidade ativa prev• a
possibilidade de aplica•‹o da lei penal do pa’s de origem do infrator.
E) ERRADA: A imunidade dos agentes diplom‡ticos abrange, inclusive, o direito
de se opor a prestar depoimento como testemunha.
A Banca deu como correta a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
Contudo, a quest‹o deveria ter sido anulada.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(E) o princ’pio da retroatividade da lei penal mais benŽfica Ž absoluto,
previsto constitucionalmente, sobrepondo-se atŽ mesmo ˆ ultratividade
das leis excepcionais ou tempor‡rias.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Em rela•‹o ao tempo do crime o CP adotou a teoria da atividade,
nos termos do art. 4¼ do CP.
B) CORRETA: Em rela•‹o aos crimes continuados e aos crimes permanentes, a
lei nova Ž aplic‡vel, ainda quando mais severa, desde que entre em vigor durante
a pr‡tica do delito (antes da cessa•‹o da atividade criminosa), nos termos da
sœmula 711 do STF (faltou essa observa•‹o no enunciando da afirmativa, o que
poderia ter conduzido ˆ anula•‹o).
C) ERRADA: Item errado, pois em rela•‹o ao lugar do crime o CP adotou a teoria
da UBIQUIDADE, nos termos do art. 6¼ do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois tal lei nova faz cessar, apenas, os efeitos penais,
n‹o afetando os civis, nos termos do art. 2¼ do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois as leis excepcionais e tempor‡rias aplicam-se aos
fatos praticados durante sua vig•ncia, mesmo ap—s a sua retirada do mundo
jur’dico, nos termos do art. 3¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
E) ERRADA: Embora a territorialidade seja a regra, o CP traz diversas exce•›es,
ou seja, casos de extraterritorialidade da lei penal brasileira.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(D) A nova lei s— seria aplicada para os fatos praticados pelo indiv’duo B
se a sua entrada em vig•ncia ocorresse antes de 01 de fevereiro de 2015.
(E) A nova lei ser‡ aplicada para os fatos praticados pelo indiv’duo B,
cessando em virtude dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a
condenat—ria.
COMENTçRIOS: Neste caso, a nova lei ser‡ aplicada para os fatos praticados
pelo indiv’duo B, cessando em virtude dela a execu•‹o e os efeitos penais da
senten•a condenat—ria, nos termos do art. 2¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(E) s— poder‡ ser punido pelo crime de Òdesobedi•nciaÓ em virtude de
n‹o mais subsistir o crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ.
COMENTçRIOS: Neste caso o agente poder‡ ser condenado pelo crime de
Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ ainda que o per’odo indicado na lei que previu essa
conduta esteja encerrado, por se tratar de mera expira•‹o de prazo de lei
tempor‡ria, que n‹o implica abolitio criminis, nos termos do art. 3¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de
natureza diversa.
e) Ž nela computada, quando de natureza diversa.
COMENTçRIOS: A pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no
Brasil, se forem diversas. Se forem id•nticas, Ž nela computada, ou seja, a pena
cumprida no estrangeiro Ž computada na pena aplicada no Brasil:
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Pedro Ž sequestrado e os agentes exigem dinheiro de familiares dele
como pre•o do resgate. Enquanto Pedro est‡ privado da sua liberdade, Ž
promulgada lei aumentando a pena cominada ao crime de extors‹o
mediante sequestro, previsto no art. 159, do C—digo Penal. Os agentes
s‹o presos em flagrante, e Pedro, libertado pela pol’cia, mas somente
ap—s a entrada em vigor da altera•‹o legislativa. A pena a ser imposta
aos agentes do sequestro, neste caso, ser‡:
a) a pena anteriormente prevista, pelo princ’pio da ultratividade da lei
penal benŽfica.
b) a pena anteriormente prevista, pois a extors‹o mediante sequestro Ž
crime instant‰neo de efeitos permanentes.
c) a pena prevista pela nova legisla•‹o, pelo princ’pio da retroatividade
da lei penal.
d) a pena prevista pela nova legisla•‹o, pois a extors‹o mediante
sequestro Ž crime permanente.
COMENTçRIOS: No caso em tela, como o crime de extors‹o mediante sequestro
Ž um crime permanente, ser‡ aplicada a lei que vigorava quando cessou a
atividade criminosa, ou seja, a lei nova, pois ela chegou a vigorar DURANTE a
pr‡tica do delito (logo, n‹o se trata de retroatividade).
Aplica-se, aqui, o verbete de sœmula n¼ 711 do STF:
Sœmula 711 do STF
"A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a
sua vig•ncia Ž anterior ˆ cessa•‹o da continuidade ou da perman•ncia."
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) da a•‹o ou do efeito.
d) da ubiquidade.
COMENTçRIOS: O CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime,
a teoria da UBIQUIDADE, considerando-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a a•‹o ou omiss‹o, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado. Vejamos a reda•‹o do art. 6¼:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
9! GABARITO
1.! CORRETA
2.! CORRETA
3.! CORRETA
4.! ERRADA
5.! ERRADA
6.! ERRADA
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
7.! ALTERNATIVA A
8.! ERRADA
9.! ERRADA
10.! ERRADA
11.! ERRADA
12.! ALTERNATIVA B
13.! ALTERNATIVA A
14.! ALTERNATIVA A
15.! ANULçVEL
16.! ALTERNATIVA C
17.! ALTERNATIVA C
18.! ALTERNATIVA D
19.! ANULADA
20.! ANULADA
21.! ALTERNATIVA C
22.! ALTERNATIVA B
23.! ALTERNATIVA A
24.! ALTERNATIVA E
25.! ALTERNATIVA A
26.! ALTERNATIVA C
27.! ALTERNATIVA A
28.! ALTERNATIVA D
29.! ALTERNATIVA B
30.! ALTERNATIVA C
31.! ALTERNATIVA C
32.! ALTERNATIVA E
33.! ALTERNATIVA D
34.! ALTERNATIVA A
35.! ALTERNATIVA A
36.! ALTERNATIVA B
37.! CORRETA
38.! ERRADA
39.! ERRADA
40.! ERRADA
41.! ALTERNATIVA B
42.! ALTERNATIVA B
43.! ALTERNATIVA B
00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
44.! ALTERNATIVA D
45.! ALTERNATIVA A
46.! ALTERNATIVA C
47.! ANULADA
48.! ALTERNATIVA B
49.! ALTERNATIVA D
50.! ALTERNATIVA C
51.! ALTERNATIVA E
52.! ALTERNATIVA B
53.! ALTERNATIVA C
54.! ALTERNATIVA A
55.! ALTERNATIVA D
56.! ALTERNATIVA B
57.! ALTERNATIVA A
58.! ALTERNATIVA C
59.! ALTERNATIVA D
60.! ALTERNATIVA C
61.! ALTERNATIVA D
62.! ALTERNATIVA C
63.! ALTERNATIVA D
64.! ALTERNATIVA A
00000000000 - DEMO