Anda di halaman 1dari 116

Livro Eletrônico

Aula 00

Direito Penal p/ ICMS-RS (Auditor) - Com videoaulas


Professores: Renan Araujo, Time Renan Araujo

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

AULA DEMO
APLICA‚ÌO DA LEI PENAL. INFRA‚ÌO PENAL. DISPOSI‚ÍES
PRELIMINARES DO CP.

SUMçRIO
1 INFRA‚ÌO PENAL ................................................................................................. 6
1.1 Conceito ......................................................................................................... 6
1.2 Conceito de Crime .......................................................................................... 6
1.3 Contraven•‹o Penal ....................................................................................... 8
2 APLICA‚ÌO DA LEI PENAL .................................................................................... 9
2.1 Aplica•‹o da Lei penal no tempo .................................................................... 9
2.1.1 0
Conflito de Leis penais no Tempo ................................................................... 11
2.1.1.1 Lei nova incriminadora ........................................................................... 11
2.1.1.2 Lex Gravior .......................................................................................... 11
2.1.1.3 Abolitio Criminis .................................................................................... 11
2.1.1.4 Lex Mitior ou Novatio legis in mellius ........................................................ 13
2.1.1.5 Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu .................................... 13
2.1.2 Tempo do crime ........................................................................................... 16
2.2 Aplica•‹o da lei penal no espa•o .................................................................. 17
2.2.1 Territorialidade ............................................................................................ 17
2.2.2 Extraterritorialidade ..................................................................................... 18
2.2.2.1 Princ’pio da Personalidade ou da nacionalidade .......................................... 19
2.2.2.2 Princ’pio do domic’lio ............................................................................. 20
2.2.2.3 Princ’pio da Defesa ou da Prote•‹o .......................................................... 20
2.2.2.4 Princ’pio da Justi•a Universal .................................................................. 21
2.2.2.5 Princ’pio da Representa•‹o ou da bandeira ou do Pavilh‹o .......................... 22
2.2.3 Lugar do Crime ............................................................................................ 23
2.2.4 Extraterritorialidade condicionada, incondicionada e hipercondicionada ................ 23
2.3 Aplica•‹o da Lei penal em rela•‹o ˆs pessoas .............................................. 26
2.3.1 Sujeito ativo................................................................................................ 26
2.3.1.1 Imunidades Diplom‡ticas........................................................................ 28
2.3.1.2 Imunidades Parlamentares ..................................................................... 28
(a) Imunidade material ............................................................................................ 29
(b) Imunidade formal ............................................................................................... 30
2.3.2 Sujeito Passivo ............................................................................................ 31
3 DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP ................................................................. 32
3.1 Contagem de prazos..................................................................................... 32
3.2 Fra•›es n‹o comput‡veis de pena ................................................................ 33
3.3 Efic‡cia da senten•a estrangeira .................................................................. 33
3.4 Interpreta•‹o e integra•‹o da lei penal ....................................................... 34

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
3.4.1 Interpreta•‹o da lei penal ............................................................................. 34
3.4.2 Analogia ..................................................................................................... 36
3.5 Conflito aparente de normas penais ............................................................. 36
3.5.1 Princ’pio da especialidade .............................................................................. 37
3.5.2 Princ’pio da subsidiariedade ........................................................................... 37
3.5.3 Princ’pio da consun•‹o (absor•‹o) .................................................................. 38
3.5.4 Princ’pio da alternatividade ........................................................................... 39
4 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 40
5 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 42
5.1 Sœmulas do STF ............................................................................................ 42
5.2 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 43
6 RESUMO .............................................................................................................. 43
7 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 51
8 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 72
9 GABARITO ........................................................................................................ 112

Ol‡, meus amigos!

ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da SEFAZ-RS (ICMS-RS). N—s vamos estudar teoria e
comentar exerc’cios sobre DIREITO PENAL, para o cargo de AUDITOR-
FISCAL.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital ainda n‹o foi publicado, mas h‡ fortes expectativas no sentido
de que seja publicado em breve. A Banca do œltimo concurso foi a FUNDATEC.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, n‹o Ž?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso no concurso da SEFAZ-RS. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:

Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia•‹o do curso. De


um curso elaborado para um concurso bastante concorrido (Delegado da
PC-PE), s— que ministrado em 2015. Vejam que, dos 62 alunos que avaliaram
o curso, 61 o aprovaram. Um percentual de 98,39%.
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc• acha que
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc• possa analisar o
material, ver se a abordagem te agrada, etc.
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc• o prazo de 30 DIAS para testar o
material. Isso mesmo, voc• pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro.
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o
temos medo de dar a voc• essa liberdade.
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Penal estimado
para o Edital.
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:
!

AULA CONTEòDO DATA

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Aplica•‹o da Lei Penal. Infra•‹o 02.12
Aula
penal. Disposi•›es preliminares do
DEMO
CP.

Aula 01 Teoria do Delito (parte I)


12.12
Aula 02 Teoria do Delito (parte II). 22.12
Crimes contra a fŽ pœblica: falsidade
de t’tulos e outros papŽis pœblicos; 05.01
Aula 03
falsidade documental; fraudes em
certames de interesse pœblico.
Crimes praticados por funcion‡rio 15.01
Aula 04 pœblico contra a administra•‹o em
geral
Crimes praticados por particular 25.01
Aula 05
contra a administra•‹o em geral
Crimes contra as finan•as pœblicas 05.02
Aula 06
(Lei 10.028/00)

Crimes contra a ordem tribut‡ria (Lei


Aula 07
Federal no 8.137/90). 15.02
Aula 20.02
Quest›es da FUNDATEC
EXTRA

As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma


apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas
em concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria.
Como a FUNDATEC possui um acervo pequeno de quest›es da nossa
matŽria, vamos utilizar quest›es de Bancas renomadas, como FCC, FGV,
VUNESP, etc. Todavia, ao final do curso eu trarei uma aula EXTRA apenas
com quest›es da FUNDATEC.
AlŽm da teoria e das quest›es, voc•s ter‹o acesso a duas ferramentas
muito importantes:
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado,
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem
muito tempo.
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta
perguntar ao professor Vinicius Silva (respons‡vel pelo f—rum de
dœvidas), que ele ir‡ sanar suas dœvidas no f—rum exclusivo para os
alunos do curso.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡


complementado por videoaulas. Nas videoaulas ser‹o apresentados
alguns pontos considerados mais relevantes da matŽria, seja atravŽs da
apresenta•‹o da teoria seja atravŽs da resolu•‹o de exerc’cios anteriores, como
forma de ajudar na assimila•‹o da matŽria.

No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!


Prof. Renan Araujo

E-mail: profrenanaraujo@gmail.com

Periscope: @profrenanaraujo

Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia

Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
Youtube:
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ

Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.

Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os


professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
1! INFRA‚ÌO PENAL

1.1! Conceito
A infra•‹o penal Ž um fen™meno social, disso ninguŽm duvida. Mas como
defini-la?
Podemos conceituar infra•‹o penal como:

A conduta, em regra praticada por pessoa humana, que ofende um bem


jur’dico penalmente tutelado, para a qual a lei estabelece uma pena,
seja ela de reclus‹o, deten•‹o, pris‹o simples ou multa.

Assim, um dos princ’pios que podemos extrair Ž o princ’pio da lesividade,


que diz que s— haver‡ infra•‹o penal quando a pessoa ofender (lesar) bem
jur’dico de outra pessoa. Assim, se uma pessoa pega um chicote e se autolesiona
com mais de 100 chibatadas, a œnica puni•‹o que ela receber‡ Ž ficar com suas
costas ardendo, pois a conduta Ž indiferente para o Direito Penal.
A infra•‹o penal Ž o g•nero do qual decorrem duas espŽcies, crime e
contraven•‹o.
Vamos dividir, desta forma, o nosso estudo. Primeiramente vamos analisar
o crime (conceito e elementos). Depois, vamos analisar o que diz a lei acerca das
contraven•›es penais.

1.2! Conceito de Crime


Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inœmeras posi•›es
a respeito. Vamos tratar das principais.
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, legal e anal’tico.
Sob o aspecto material, crime Ž toda a•‹o humana que lesa ou exp›e
a perigo um bem jur’dico de terceiro, que, por sua relev‰ncia, merece a
prote•‹o penal. Esse aspecto valoriza o crime enquanto conteœdo, ou seja,
busca identificar se a conduta Ž ou n‹o apta a produzir uma les‹o a um bem
jur’dico penalmente tutelado.
Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que Ž proibido chorar em
pœblico, essa lei n‹o estar‡ criando uma hip—tese de crime em seu sentido
material, pois essa conduta NUNCA SERç crime em sentido material, pois
n‹o produz qualquer les‹o ou exposi•‹o de les‹o a bem jur’dico de quem quer
que seja. Assim, ainda que a lei diga que Ž crime, materialmente n‹o o ser‡.
Sob o aspecto legal, ou formal, crime Ž toda infra•‹o penal a que a lei
comina pena de reclus‹o ou deten•‹o. Nos termos do art. 1¡ da Lei de
Introdu•‹o ao CP:

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de
deten•‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de
multa; contraven•‹o, a infra•‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.

Percebam que o conceito aqui Ž meramente legal. Se a lei cominar a uma


conduta a pena de deten•‹o ou reclus‹o, cumulada ou alternativamente
com a pena de multa, estaremos diante de um crime.
Por outro lado, se a lei cominar a apenas pris‹o simples ou multa, alternativa
ou cumulativamente, estaremos diante de uma contraven•‹o penal.
Esse aspecto consagra o sistema dicot™mico adotado no Brasil, no qual
existe um g•nero, que Ž a infra•‹o penal, e duas espŽcies, que s‹o o crime e a
contraven•‹o penal. Assim:

CRIMES
INFRAÇÕES
PENAIS
CONTRAVENÇÕES
PENAIS

Vejam que quando se diz Òinfra•‹o penalÓ, est‡ se usando um termo


genŽrico, que pode tanto se referir a um ÒcrimeÓ ou a uma Òcontraven•‹o penalÓ.
O termo ÒdelitoÓ, no Brasil, Ž sin™nimo de crime.
O crime pode ser conceituado, ainda, sob um aspecto anal’tico, que o
divide em partes, de forma a estruturar seu conceito.
Primeiramente, surgiu a teoria quadripartida do crime, que entendia que
crime era todo fato t’pico, il’cito, culp‡vel e pun’vel. Hoje Ž praticamente
inexistente.
Depois, surgiram os defensores da teoria tripartida do crime, que
entendiam que crime era o fato t’pico, il’cito e culp‡vel. Essa Ž a teoria que
predomina no Brasil, embora haja muitos defensores da terceira teoria.
A terceira e œltima teoria acerca do conceito anal’tico de crime entende que
este Ž o fato t’pico e il’cito, sendo a culpabilidade mero pressuposto de aplica•‹o
da pena. Ou seja, para esta corrente, o conceito de crime Ž bipartido (teoria
bipartida), bastando para sua caracteriza•‹o que o fato seja t’pico e il’cito.
As duas œltimas correntes possuem defensores e argumentos de peso.
Entretanto, a que predomina ainda Ž a corrente tripartida. Portanto, na prova
objetiva, recomendo que adotem esta, a menos que a banca seja muito expl’cita
e voc•s entenderem que eles claramente s‹o adeptos da teoria bipartida, o que
acho pouco prov‡vel.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Todos os tr•s aspectos (material, legal e anal’tico) est‹o presentes no nosso
sistema jur’dico-penal. De fato, uma conduta pode ser materialmente crime
(furtar, por exemplo), mas n‹o o ser‡ se n‹o houver previs‹o legal (n‹o ser‡
legalmente crime). Poder‡, ainda, ser formalmente crime (no caso da lei que
citei, que criminalizava a conduta de chorar em pœblico), mas n‹o o ser‡
materialmente se n‹o trouxer les‹o ou amea•a a les‹o de algum bem jur’dico de
terceiro.
Desta forma:

MATERIAL

CONCEITO DE ==0==

TEORIA
FORMAL
CRIME BIPARTIDA

TEORIA ADOTADA PELO


ANALÍTICO
TRIPARTIDA CP

TEORIA
QUADRIPARTIDA

Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que vai nos
fornecer os subs’dios para que possamos estudar os elementos do crime (Fato
t’pico, ilicitude e culpabilidade). Entretanto, isso Ž tema para nossa pr—xima aula
apenas!

1.3! Contraven•‹o Penal


As contraven•›es penais s‹o infra•›es penais que tutelam bens jur’dicos
menos relevantes para a sociedade e, por isso, as penas previstas para as
contraven•›es s‹o bem mais brandas. Nos termos do art. 1¡ do da Lei de
Introdu•‹o ao C—digo Penal:
Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de
deten•‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de
multa; contraven•‹o, a infra•‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.

Percebam que a Lei estabelece que se considera contraven•‹o a infra•‹o


penal para a qual a lei estabele•a pena de pris‹o simples ou multa.
Percebam, portanto, que a Lei estabelece um n’tido patamar diferenciado
para ambos os tipos de infra•‹o penal. Trata-se de uma escolha pol’tica, ou seja,

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0

Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo


o legislador estabelece qual conduta ser‡ considerada crime e qual conduta ser‡
considerada contraven•‹o, de acordo com sua no•‹o de lesividade para a
sociedade.
Mas professor, qual Ž a diferen•a pr‡tica em saber se a conduta Ž
crime ou contraven•‹o? Muitas, meu caro! Vejamos:

CRIMES CONTRAVEN‚ÍES
Admitem tentativa (art. 14, II). N‹o se admite puni•‹o de
contraven•‹o na modalidade
tentada. Ou se pratica a contraven•‹o
consumada ou se trata de um indiferente
penal.
Se cometido crime, tanto no A pr‡tica de contraven•‹o no exterior
Brasil quanto no estrangeiro, e n‹o gera efeitos penais, inclusive para
vier o agente a cometer fins de reincid•ncia. S— h‡ efeitos penais
contraven•‹o, haver‡ em rela•‹o ˆ contraven•‹o praticada no
reincid•ncia. Brasil!
Tempo m‡ximo de cumprimento Tempo m‡ximo de cumprimento de
de pena: 30 anos. pena: 05 anos.
Aplicam-se as hip—teses de N‹o se aplicam as hip—teses de
extraterritorialidade (alguns extraterritorialidade do art. 7¡ do
crimes cometidos no C—digo Penal.
estrangeiro, em determinadas
circunst‰ncias, podem ser
julgados no Brasil)

N‹o se prendam a estas diferen•as! Para o estudo desta aula o que importa
Ž saber que Hç DIFEREN‚AS PRçTICAS entre ambos.
Portanto, crime e contraven•‹o s‹o termos relacionados ˆ mesma
categoria (infra•‹o penal), mas n‹o se confundem, existindo diferen•as
pr‡ticas entre ambos.

2! APLICA‚ÌO DA LEI PENAL


2.1! Aplica•‹o da Lei penal no tempo
A Lei Penal, como toda e qualquer lei, entra no mundo jur’dico em um
determinado momento e vigora atŽ sua revoga•‹o, regulando todos os fatos
praticados nesse ’nterim. Entretanto, nem sempre as coisas s‹o t‹o simples,
surgindo situa•›es verdadeiramente excepcionais e complexas.
ƒ certo, meus caros, que as leis se sucedem no tempo, pois Ž da natureza
humana a mudan•a de pensamento. Assim, o que hoje Ž considerado crime,

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
amanh‹ pode n‹o o ser, e vice-versa. ƒ claro, tambŽm, que quando uma lei
revoga a outra, a lei revogadora deve abordar a matŽria de forma, ao menos um
pouco, diferente do modo como tratava a lei revogada, caso contr‡rio, seria uma
lei absolutamente inœtil. A esse fen™meno damos o nome de Princ’pio da
continuidade das leis.
A revoga•‹o, por sua vez, Ž o fen™meno que compreende a substitui•‹o de
uma norma jur’dica por outra. Essa substitui•‹o pode ser total ou parcial. No
primeiro caso, temos o que se chama de ab-roga•‹o, e no segundo caso,
derroga•‹o.
A revoga•‹o, como vimos, pode ser total ou parcial. Mas pode, ainda, ser
expressa ou t‡cita. Diz-se que Ž expressa quando a nova lei diz
expressamente que revoga a lei anterior. Por exemplo, a lei 11.343/06 (nova lei
de drogas) diz em seu art. 75, que ficam revogadas as disposi•›es contidas na
lei 6.368/76.
Por sua vez, a revoga•‹o t‡cita ocorre quando a lei nova, embora n‹o diga
nada com rela•‹o ˆ revoga•‹o da lei antiga, trata da mesma matŽria, s— que de
forma diferente.
Desta forma, a lei produz efeitos desde sua vig•ncia atŽ sua revoga•‹o.
CUIDADO! No per’odo de vacatio legis (Per’odo entre a publica•‹o da Lei e
sua entrada em vigor, geralmente de 45 dias) a lei ainda n‹o vigora! Ou seja,
ela ainda n‹o produz efeitos!

Em termos gr‡ficos:

Publica•‹o Entrada em vigor Revoga•‹o

|----------|-------------------------------------------------------|

Vacatio Legis PRODU‚ÌO DE EFEITOS

Logo, podemos perceber que a lei penal, assim como qualquer lei, somente
produz efeitos durante o seu per’odo de vig•ncia. ƒ o que se chama de princ’pio
da atividade da lei.
Em alguns casos, porŽm, a lei penal pode produzir efeitos e atingir fatos
ocorridos antes de sua entrada em vigor e, atŽ mesmo, continuar produzindo
efeitos mesmo ap—s sua revoga•‹o. Vamos analis‡-los individualmente.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
2.1.1!Conflito de Leis penais no Tempo
Ocorrendo a revoga•‹o de uma lei penal por outra, algumas situa•›es ir‹o
ocorrer, e as consequ•ncias de cada uma delas depender‹o da natureza da norma
revogadora.

2.1.1.1! Lei nova incriminadora


Nesse caso, a lei nova atribui car‡ter criminoso ao fato. Ou seja, atŽ ent‹o,
o fato n‹o era crime. Nesse caso, a solu•‹o Ž bastante simples: A lei nova
produzir‡ efeitos a partir de sua entrada em vigor, como toda e qualquer
lei, seguindo a regra geral da atividade da lei.

2.1.1.2! Lex Gravior1


Aqui, a lei posterior n‹o inova no que se refere ˆ natureza criminosa do fato,
pois a lei anterior j‡ estabelecia que o fato era considerado criminoso. No entanto,
a lei nova estabelece uma situa•‹o mais gravosa ao rŽu.
EXEMPLO: O crime de homic’dio simples (art. 121 do CP) possui pena m’nima
de 06 e pena m‡xima de 20 anos. Imaginemos que entrasse em vigor uma lei
que estabelecesse que a pena para o crime de homic’dio seria de 10 a 30 anos.
Nesse caso, a lei nova, embora n‹o inove no que tange ˆ criminaliza•‹o do
homic’dio, traz uma situa•‹o mais gravosa para o fato. Assim, produzir‡
efeitos somente a partir de sua vig•ncia, n‹o alcan•ando fatos pretŽritos

Frise-se que a lei nova ser‡ considerada mais gravosa ainda que n‹o
aumente a pena prevista para o crime. Basta que traga qualquer preju’zo ao
rŽu2, como forma de cumprimento da pena, redu•‹o ou elimina•‹o de benef’cios,
etc.

2.1.1.3! Abolitio Criminis


A abolitio criminis ocorre quando uma lei penal incriminadora vem a ser
revogada por outra, que prev• que o fato deixa de ser considerado crime.
EXEMPLO: Suponhamos que a Lei ÒAÓ preveja que Ž crime dirigir ve’culo
automotor sob a influ•ncia de ‡lcool. Vindo a Lei ÒBÓ a determinar que dirigir
ve’culo automotor sob a influ•ncia de ‡lcool n‹o Ž crime, ocorreu o fen™meno
da abolitio criminis.

1
TambŽm chamada de ou Novatio Legis in Pejus ou Lei nova mais gravosa.
2
BITENCOURT, Op. cit., p. 208

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Nesse caso, como a lei posterior deixa de considerar o fato crime, ela
produzir‡ efeitos retroativos, alcan•ado os fatos praticados mesmo antes
de sua vig•ncia, em homenagem ao art. 5, XL da Constitui•‹o Federal e ao art.
2¡ do C—digo Penal3.
ƒ claro que quando uma lei deixa de considerar um determinado fato como
crime, ela est‡ beneficiando aquele praticou o fato e que, porventura, esteja
respondendo criminalmente por ele, ou atŽ mesmo, cumprindo pena em
decorr•ncia da condena•‹o pelo fato.
Em casos tais, ocorre o que se chama de retroatividade da Lei Penal, que
passa a produzir efeitos sobre fatos ocorridos anteriormente ˆ sua vig•ncia.

CUIDADO! N‹o confundam abolitio criminis com


continuidade t’pico-normativa. Em alguns casos, embora a lei nova revogue
um determinado artigo que previa um tipo penal, ela simultaneamente insere
esse fato dentro de outro tipo penal.4 Neste caso n‹o h‡ abolitio criminis, pois
a conduta continua sendo considerada crime, ainda que por outro tipo penal.5

ƒ importante ressaltar, ainda, que a abolitio criminis faz cessar a pena e


os efeitos PENAIS da condena•‹o.
EXEMPLO: JosŽ foi condenado pelo crime ÒXÓ e est‡ cumprindo pena. Surge uma
Lei nova, descriminalizando a conduta. JosŽ ser‡ colocado em liberdade (deve
cessar a pena imposta), bem como tal condena•‹o pelo crime X n‹o poder‡ ser
considerada futuramente para fins de reincid•ncia (afastam-se os efeitos penais

3
Art. 5¼ (...)
XL - a lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu;
[...]
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a condenat—ria.
4
A Lei 12.015/09 revogou o art. 214 do CP, que previa o crime de atentado violento ao pudor. Entretanto,
ao mesmo tempo, ampliou a descri•‹o do tipo penal do estupro para abranger tambŽm a pr‡tica de atos
libidinosos diversos da conjun•‹o carnal, que era a descri•‹o do tipo penal de atentado violento ao pudor.
Assim, o que a Lei 12.015/09 fez, n‹o foi descriminalizar o Atentado Violento ao Pudor, mas dar a ele novo
contorno jur’dico, passando agora o fato a ser enquadrado como crime de estupro, tendo, inclusive, previsto
a mesma pena anteriormente cominada ao Atentado Violento ao Pudor. Assim, n‹o houve abolitio criminis,
pois o fato n‹o deixou de ser crime, apenas passou a ser tratado em outro tipo penal.
5
TambŽm n‹o h‡ abolitio criminis quando a lei nova revoga uma lei especial que criminaliza um
determinado fato, mas que mesmo assim, est‡ enquadrado como crime numa norma geral.
Explico:
Imagine que a Lei ÒAÓ preveja o crime de roubo a empresa de transporte de valores, com pena de 4 a 12
anos. Posteriormente, entra em vigor a Lei ÒBÓ, que revoga expressa e totalmente a Lei ÒAÓ. Pode-se dizer
que o roubo a empresa de transporte de valores deixou de ser crime? Claro que n‹o, pois a conduta, o fato,
est‡ previsto no art. 157 do C—digo Penal (crime de roubo). Assim, apenas deixou de existir a lei especial
que previa pena diferenciada para este fato, passando o mesmo a ser regido pelo tipo previsto no C—digo
Penal. Pode-se dizer, no entanto, que houve novatio legis in mellius, ou Lex mitior, que Ž a superveni•ncia
de lei mais benŽfica.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
da condena•‹o). Todavia, se JosŽ foi condenado a reparar o dano causado ˆ
v’tima, tal obriga•‹o permanece (efeito extrapenal da condena•‹o).

2.1.1.4! Lex Mitior ou Novatio legis in mellius


A Lex mitior, ou novatio legis in mellius, ocorre quando uma lei posterior
revoga a anterior trazendo uma situa•‹o mais benŽfica ao rŽu. Nesse caso,
em homenagem ao art. 5, XL da Constitui•‹o, j‡ transcrito, a lei nova retroage
para alcan•ar os fatos ocorridos anteriormente ˆ sua vig•ncia. Essa previs‹o est‡
contida tambŽm no art. 2¡, ¤ œnico do CP6.
Vejam que o C—digo Penal estabelece que a aplica•‹o da lei nova se dar‡
ainda que o fato (crime) j‡ tenha sido julgado por senten•a transitada
em julgado.

2.1.1.5! Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu


Pode ocorrer, no entanto, que a lei nova tenha alguns pontos mais favor‡veis
e outros mais prejudiciais ao rŽu.
EXEMPLO: Suponhamos que Maria tenha praticado crime de furto, cuja pena Ž
de 1 a 04 anos de reclus‹o, e multa. Posteriormente, sobrevŽm uma lei que
estabelece que a pena passa a ser de 02 a 06 anos de deten•‹o, sem multa.
Percebam que a lei nova Ž mais benŽfica pois extinguiu a pena de multa,
e estabeleceu o regime de deten•‹o, mas Ž mais gravosa pois aumentou
a pena m’nima e a pena m‡xima.
Nesse caso, como avaliar se a lei Ž mais benŽfica ou mais gravosa?
E mais, ser‡ que Ž poss’vel combinar as duas leis para se achar a solu•‹o mais
benŽfica para o rŽu? Duas correntes se formaram:
§! 1¡ corrente: N‹o Ž poss’vel combinar as leis penais para se extrair os
pontos favor‡veis de cada uma delas, pois o Juiz estaria criando uma
terceira lei (Lex tertia), o que seria uma viola•‹o ao princ’pio da
Separa•‹o dos Poderes, j‡ que n‹o cabe ao Judici‡rio legislar. Essa Ž
a TEORIA DA PONDERA‚ÌO UNITçRIA ou GLOBAL.
§! 2¡ corrente: ƒ poss’vel a combina•‹o das duas leis, de forma a
selecionar os institutos favor‡veis de cada uma delas, sem que com
isso se esteja criando uma terceira lei, pois o Juiz s— estaria agindo
dentro dos limites estabelecidos pelo pr—prio legislador. Essa Ž a
TEORIA DA PONDERA‚ÌO DIFERENCIADA.
O STF, embora tenha vacilado em alguns momentos, firmou entendimento
no sentido de que deve ser adotada a TEORIA DA PONDERA‚ÌO

6
Art. 2¼ (...)
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
ainda que decididos por senten•a condenat—ria transitada em julgado.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
UNITçRIA7, devendo ser aplicada apenas uma das leis, em homenagem aos
princ’pios da reserva legal e da separa•‹o dos Poderes do Estado. O STJ sempre
adotou esta posi•‹o8.
E quem deve aplicar a nova lei penal mais benŽfica ou a nova lei
penal abolitiva? O Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento no
sentido de que DEPENDE DO MOMENTO:
¥! Processo ainda em curso Ð Compete ao Ju’zo que est‡ conduzindo
o processo
¥! Processo j‡ transitado em julgado Ð Compete ao Ju’zo da execu•‹o
penal.
Nos termos da sœmula 611 do STF:
SòMULA N¼ 611
Transitada em julgado a senten•a condenat—ria, compete ao Ju’zo das
execu•›es a aplica•‹o da lei mais benigna.

Mas e se a lei nova for revogada por outra lei mais gravosa? Nesse
caso, a lei mais gravosa n‹o se aplicar‡ aos fatos regidos pela lei mais benŽfica,
pois isso seria uma retroatividade da lei em preju’zo do rŽu. No momento em que
a lei intermedi‡ria (a que revogou, mas foi revogada) entrou em vigor, passou a
reger os fatos ocorridos antes de sua vig•ncia. Sobrevindo lei posterior mais
grave, aplica-se a regra geral da irretroatividade da Lei em rela•‹o a esta œltima.

Lei A (gravosa) Lei B (Mais benŽfica) Lei C (Mais gravosa)


EFEITOS DA LEI B EFEITOS DA LEI C

|----|------|------------------------------------------------------|
Fato VIGæNCIA DA LEI B

No caso representado pelo esquema acima, a Lei B produzir‡ efeitos mesmo


ap—s sua revoga•‹o pela Lei C (em rela•‹o aos fatos praticados durante sua

7
Entretanto, no julgamento do RE 596152/SP, o STF adotou posi•‹o contr‡ria, ou seja, permitiu a
combina•‹o de leis. Trata-se de uma decis‹o isolada, portanto, n‹o caracteriza uma Òjurisprud•nciaÓ de
verdade.
8
E de forma a consolidar sua tese, o STJ editou o verbete n¼ 501 de sua sœmula de jurisprud•ncia,
entendendo, relativamente aos crimes da lei de drogas, a impossibilidade de combina•‹o de leis. Vejamos:
SòMULA N¼ 501
ƒ cab’vel a aplica•‹o retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incid•ncia das suas
disposi•›es, na ’ntegra, seja mais favor‡vel ao rŽu do que o advindo da aplica•‹o da Lei n. 6.368/1976,
sendo vedada a combina•‹o de leis.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
vig•ncia e ANTES de sua vig•ncia). Nesse caso, diz-se que h‡ a
ULTRATIVIDADE DA LEI B.9
Excepcional Ž a situa•‹o das leis intermitentes, que se dividem em leis
excepcionais e leis tempor‡rias. As leis excepcionais s‹o aquelas que s‹o
produzidas para vigorar durante determinada situa•‹o. Por exemplo, estado de
s’tio, estado de guerra, ou outra situa•‹o excepcional. Lei tempor‡ria Ž aquela
que Ž editada para vigorar durante determinado per’odo, certo, cuja revoga•‹o
se dar‡ automaticamente quando se atingir o termo final de vig•ncia,
independentemente de se tratar de uma situa•‹o normal ou excepcional do pa’s.
No caso destas leis, dado seu car‡ter transit—rio, o fato de estas leis
virem a ser revogadas Ž irrelevante! Isso porque a revoga•‹o Ž decorr•ncia
natural do tŽrmino do prazo de vig•ncia da lei. Assim, aquele que cometeu o
crime durante a vig•ncia de uma destas leis responder‡ pelo fato, nos
moldes em que previsto na lei, mesmo ap—s o fim do prazo de dura•‹o
da norma.
Isso Ž uma quest‹o de l—gica, pois, se assim n‹o o fosse, bastaria que o rŽu
procrastinasse o processo atŽ data prevista para a revoga•‹o da lei a fim de que
fosse decretada a extin•‹o de sua punibilidade. Isso est‡ previsto no art. 3¡ do
C—digo Penal:
Art. 3¼ - A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vig•ncia.

CUIDADO! Sempre se entendeu que a posterior revoga•‹o da lei tempor‡ria


n‹o afetaria os fatos praticados durante sua vig•ncia. Isso deve ser analisado
com cautela.
Existem duas hip—teses absolutamente distintas.
EXEMPLO Ð Existe uma Lei ÒAÓ que diz que Ž crime vender qualquer cerveja
que n‹o seja a cerveja ÒredondaÓ durante a realiza•‹o da Copa do Mundo no
Brasil. Essa lei tem dura•‹o prevista atŽ o dia da final da Copa. JosŽ foi preso
em flagrante, durante uma das semifinais da Copa do Mundo, vendendo a
cerveja ÒquadradaÓ e, portanto, praticando o crime previsto na Lei ÒAÓ.
Dessa situa•‹o, duas hip—teses podem ocorrer:
01 Ð A Lei ÒAÓ deixa de vigorar naturalmente porque se prazo de validade
expirou Ð Nenhuma consequ•ncia pr‡tica em favor de JosŽ, pois a expira•‹o da
validade Ž o processo natural da lei penal tempor‡ria.
02 Ð O Governo entende que Ž um absurdo criminalizar tais condutas que, na
verdade, tem como œnica finalidade proteger interesses econ™micos de
particulares e, em raz‹o, disso, edita uma nova Lei (ap—s a expira•‹o da lei
tempor‡ria) que prev• a descriminaliza•‹o da conduta incriminada Ð Nesse

9
Quando a lei Ž aplicada fora de seu per’odo de vig•ncia, diz-se que h‡ extratividade. A extratividade pode
ocorrer em raz‹o da ultratividade ou da retroatividade, a depender do caso. A extratividade, portanto, Ž um
g•nero, que comporta duas espŽcies: retroatividade e ultratividade. BITENCOURT, Op. cit., p. 207/209

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
caso, teremos abolitio criminis, e isso ter‡ efeitos pr‡ticos para JosŽ. O mesmo
ocorreria se o Governo, ao invŽs de proceder ˆ descriminaliza•‹o da conduta,
tivesse abrandado a pena (lex mitior). Essa lei iria retroagir.
CUIDADO! Eu j‡ vi este tema ser abordado das mais diversas formas. J‡ vi
Banca entendendo que a lei tempor‡ria ser‡ aplicada mesmo que sobrevenha
lei nova, abolindo o crime. Isso Ž complicado, porque traz inseguran•a ao
candidato. Contudo, a’ vai meu conselho: Lei tempor‡ria produz efeitos ap—s
sua revoga•‹o ÒnaturalÓ (expira•‹o do prazo de validade). Se houver
superveni•ncia de lei abolitiva expressamente revogando a criminaliza•‹o
prevista na lei tempor‡ria, ela n‹o mais produzir‡ efeitos. Assim, cuidado com
a abordagem na prova.

2.1.2!Tempo do crime
Para podermos aplicar corretamente a lei penal, Ž necess‡rio saber quando
se considerada praticado o delito. Tr•s teorias buscam explicar quando se
considera praticado o crime:
1)! Teoria da atividade Ð O crime se considera praticado quando da a•‹o
ou omiss‹o, n‹o importando quando ocorre o resultado. ƒ a teoria
adotada pelo art. 4¡ do C—digo Penal, vejamos:
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o, ainda que
outro seja o momento do resultado.

2)! Teoria do resultado Ð Para esta teoria, considera-se praticado o crime


quando da ocorr•ncia do resultado, independentemente de quando fora
praticada a a•‹o ou omiss‹o.
3)! Teoria da ubiquidade ou mista Ð Para esta teoria, considera-se
praticado o crime tanto no momento da a•‹o ou omiss‹o quanto no
momento do resultado.

Como vimos, nosso C—digo adotou a teoria da atividade como a


aplic‡vel ao tempo do crime. Isto representa sŽrios reflexos na aplica•‹o da
lei penal, pois esta depende da data do fato, que, como vimos, Ž a data da
conduta.
Nos crimes permanentes, aplica-se a lei em vigor ao final da
perman•ncia delitiva, ainda que mais gravosa que a do in’cio. O mesmo ocorre
nos crimes continuados, hip—tese em que se aplica a lei vigente ˆ Žpoca do
œltimo ato (crime) praticado. Essa tese est‡ consagrada pelo STF, atravŽs do
enunciado n¡ 711 da sœmula de sua Jurisprud•ncia:
SòMULA N¼ 711
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a
sua vig•ncia Ž anterior ˆ cessa•‹o da continuidade ou da perman•ncia.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Mas isso n‹o ofende o princ’pio da irretroatividade da lei mais
gravosa? N‹o, pois neste caso NÌO Hç RETROATIVIDADE. Neste caso, a lei
mais grave est‡ sendo aplicada a um crime que ainda est‡ sendo praticado, e
n‹o a um crime que j‡ foi praticado.10

2.2! Aplica•‹o da lei penal no espa•o


T‹o importante quanto conhecer as minœcias referentes ˆ aplica•‹o da lei
penal no tempo Ž conhecer as regras atinentes ˆ lei penal no espa•o.
Toda lei Ž editada para vigorar num determinado tempo e num determinado
espa•o. No que tange ˆ lei penal, via de regra ela se aplica dentro do territ—rio
do pa’s em que foi editada, pois este Ž o limite do exerc’cio da soberania de cada
Estado. Ou seja, nenhum Estado pode exercer sua soberania fora de seu
territ—rio.
Vamos estudar, ent‹o, as regras referentes ˆ aplica•‹o da lei penal no
espa•o.

2.2.1!Territorialidade
Essa Ž a regra no que tange ˆ aplica•‹o da lei penal no espa•o. Pelo
princ’pio da territorialidade, aplica-se ˆ lei penal aos crimes cometidos no
territ—rio nacional. Assim, n‹o importa se o crime foi cometido por estrangeiro ou
contra v’tima estrangeira. Se cometido no territ—rio nacional, submete-se ˆ lei
penal brasileira.
ƒ o que prev• o art. 5¡ do C—digo Penal:
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional.

Na verdade, como o C—digo Penal admite algumas exce•›es, podemos dizer


que o nosso C—digo adotou O PRINCêPIO DA TERRITORIALIDADE
MITIGADA OU TEMPERADA.11
Territ—rio pode ser conceituado como espa•o em que o Estado exerce
sua soberania pol’tica. O territ—rio brasileiro compreende:
¥! O Mar territorial;
¥! O espa•o aŽreo (Teoria da absoluta soberania do pa’s subjacente);

10
Cezar Roberto Bitencourt critica parcialmente a sœmula, ao entendimento de que ela poderia ser aplic‡vel
ao crime permanente, sem nenhuma viola•‹o ˆ irretroatividade da lei mais gravosa, mas a mesma solu•‹o
n‹o poderia ser adotada em rela•‹o ao crime continuado, por n‹o se tratar de crime œnico com execu•‹o
prolongada no tempo, e sim mera fic•‹o jur’dica que considera como crime œnico (para fins de aplica•‹o da
pena), uma sŽrie de delitos. BITENCOURT, Op. cit., p. 220.
A maioria da Doutrina, contudo, n‹o tece cr’ticas ˆ sœmula. Ver, por todos, BITENCOURT, Op. cit., p. 120.
11
Ver, por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 123/124 e GOMES, Luiz Flavio.
BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 222.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
¥! O subsolo

S‹o considerados como territ—rio brasileiro por extens‹o:


¥! Os navios e aeronaves pœblicos, onde quer que se encontrem
¥! Os navios e aeronaves particulares, que se encontrem em alto-
mar ou no espa•o aŽreo

Assim, aos crimes praticados nestes locais aplica-se a lei brasileira, pelo
princ’pio da territorialidade.
ATEN‚ÌO! Como sabemos, a Lei penal brasileira ser‡ aplicada aos crimes
cometidos a bordo de aeronaves ou embarca•›es estrangeiras, mercantes ou
de propriedade privada, desde que se encontrem no espa•o aŽreo brasileiro ou
em pouso no territ—rio nacional, ou, no caso das embarca•›es, em porto ou mar
territorial brasileiro.
Contudo, a Doutrina aponta uma exce•‹o ˆ aplica•‹o da lei penal brasileira
neste caso. Trata-se do PRINCêPIO DA PASSAGEM INOCENTE. Este
princ’pio, decorrente do Direito Internacional Mar’timo, estabelecido na
Conven•‹o de Montego Bay (1982), que foi assinada pelo Brasil, prev• que
uma embarca•‹o de propriedade privada, de qualquer nacionalidade, possui o
direito de atravessar o mar territorial de uma na•‹o, desde que n‹o ameace
a paz, a seguran•a e a boa ordem do Estado.
Aplicando tal princ’pio ao Direito Penal, a Doutrina entende que se um crime for
praticado a bordo de uma embarca•‹o que se encontre em Òpassagem
inocenteÓ, n‹o ser‡ aplic‡vel a lei brasileira a este crime, desde que o crime em
quest‹o n‹o afete nenhum bem jur’dico nacional. Ex.: Um americano mata
um holand•s dentro de um navio argentino em situa•‹o de passagem
inocente.
Parte da Doutrina estende a aplica•‹o do princ’pio tambŽm ˆs aeronaves
privadas em situa•‹o semelhante.
CUIDADO! Este princ’pio s— se aplica ˆs embarca•›es ou aeronaves que
utilizem o territ—rio do Brasil como mera ÒpassagemÓ. Se o Brasil Ž o destino da
aeronave ou embarca•‹o, n‹o h‡ aplica•‹o do princ’pio.
Assim, para que possamos trabalhar com este princ’pio na prova, a quest‹o
deve deixar clara a situa•‹o de Òpassagem inocenteÓ, ou seja, a Banca
tem que deixar claro que pretende saber se voc• tem conhecimento
disso. Caso contr‡rio, esque•a tal exce•‹o.

2.2.2!Extraterritorialidade
A extraterritorialidade Ž a aplica•‹o da lei penal brasileira a um fato
criminoso que n‹o ocorreu no territ—rio nacional.
Pode se dar em raz‹o de diversos princ’pios, que veremos a seguir:

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

2.2.2.1! Princ’pio da Personalidade ou da nacionalidade


Divide-se em princ’pio da personalidade ativa e da personalidade passiva.
Pelo princ’pio da personalidade ativa, aplica-se a lei penal brasileira ao crime
cometido por brasileiro, ainda que no exterior. As hip—teses de aplica•‹o deste
princ’pio est‹o previstas no art. 7¡, I, ÒdÓ e II, ÒbÓ do CPB:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
(...)
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
(...)
II - os crimes:
(...) 0
b) praticados por brasileiro;

No primeiro caso, basta que o crime de genoc’dio tenha sido cometido por
brasileiro para que a lei brasileira seja aplicada, n‹o havendo qualquer condi•‹o
alŽm desta.
No segundo caso (crime comum cometido por brasileiro no exterior),
algumas condi•›es devem estar presentes, conforme preceitua o ¤2¡ do art. 7¡
do CPB:
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)

Assim, n‹o basta que o crime tenha sido cometido por brasileiro, Ž
necess‡rio que as condi•›es acima estejam presentes, ou seja: O fato deve ser
pun’vel tambŽm no local onde fora cometido o crime; deve o agente entrar no
territ—rio brasileiro; O crime deve estar inclu’do no rol daqueles que autorizam
extradi•‹o e n‹o pode o agente ter sido absolvido ou ter sido extinta sua
punibilidade no estrangeiro.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Pelo princ’pio da personalidade passiva, aplica-se a lei brasileira aos
crimes cometidos contra brasileiro, ainda que no exterior. Nos termos do art. 7¡,
¤3¡ do CPB:
¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi•›es previstas no par‡grafo
anterior:
a) n‹o foi pedida ou foi negada a extradi•‹o;
b) houve requisi•‹o do Ministro da Justi•a.

Percebam que, alŽm das condi•›es previstas para a aplica•‹o do princ’pio


da personalidade ativa, para a aplica•‹o do princ’pio da personalidade
passiva o C—digo prev• ainda outras duas condi•›es:
¥! Ter havido requisi•‹o do Ministro da Justi•a
¥! N‹o ter sido pedida ou ter sido negada a extradi•‹o do estrangeiro que
praticou o crime

2.2.2.2! Princ’pio do domic’lio


Por este princ’pio, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido por pessoa
domiciliada no Brasil, n‹o havendo qualquer outra condi•‹o. S— h‡ uma hip—tese
de aplica•‹o deste princ’pio na lei penal brasileira, e Ž a prevista no art. 7¡, I, ÒdÓ
do CPB:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
(...)
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;Ó

Portanto, somente no caso do crime de genoc’dio ser‡ aplicado o princ’pio


do domic’lio, devendo ser aplicada a lei brasileira ainda que se trate crime
cometido no estrangeiro por agente estrangeiro contra v’tima estrangeira, desde
que o autor seja domiciliado no Brasil. Alguns autores entendem que aqui se
aplica o princ’pio da Justi•a Universal.12

2.2.2.3! Princ’pio da Defesa ou da Prote•‹o


Este princ’pio visa a garantir a aplica•‹o da lei penal brasileira aos crimes
cometidos, em qualquer lugar e por qualquer agente, mas que ofendam bens
jur’dicos nacionais. Est‡ previsto no art. 7¡, I, Òa, b e cÓ:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:

12
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 127

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica;
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de
Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia mista, autarquia
ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico;
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o;

Vejam que se trata de bens jur’dicos altamente relevantes para o pa’s. N‹o
se trata de considerar a vida e a liberdade do Presidente da Repœblica mais
importante que a vida e a liberdade dos demais brasileiros. Nesse caso, o que se
busca Ž garantir que um crime praticado contra a figura do Presidente da
Repœblica n‹o fique impune, pois Ž mais que um crime contra a pessoa, Ž um
crime contra toda a na•‹o.
Reparem, ainda, que n‹o Ž qualquer crime cometido contra o
Presidente, mas somente aqueles que atentem contra sua vida ou
liberdade.
Estas hip—teses dispensam outras condi•›es, bastando que tenha sido o
crime cometido contra estes bens jur’dicos. Ali‡s, ser‡ aplicada a lei brasileira
ainda que o agente j‡ tenha sido condenado ou absolvido no exterior:
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.

Entretanto, para que seja evitado o cumprimento duplo de pena (bis in


idem), caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena a ser cumprida
no Brasil ser‡ abatida da pena cumprida no exterior, o que se chama DETRA‚ÌO
PENAL. Nos termos do art. 8¡ do CPB:
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas.

Embora o art. 8¡ seja louv‡vel, tecnicamente, a simples possibilidade de


duplo julgamento pelo mesmo fato j‡ configura bis in idem. Entretanto,
o STF ignora este fato, e a norma permanece em pleno vigor.
H‡ quem entenda, portanto, que esta regra Ž uma exce•‹o ao princ’pio do
ne bis in idem13, pois o Estado estaria autorizado a julgar, condenar e punir a
pessoa mesmo j‡ tendo havido julgamento (inclusive com condena•‹o e
cumprimento de pena) em outro Estado.

2.2.2.4! Princ’pio da Justi•a Universal


Este princ’pio Ž utilizado para a aplica•‹o da lei penal brasileira contra crimes
cometidos em qualquer territ—rio e por qualquer agente, desde que o Brasil,

13
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 129

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
atravŽs de tratado internacional, tenha se obrigado a reprimir tal conduta. Tem
previs‹o no art. 7¡, II, a do CPB:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(...)
II - os crimes:
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir;

Como a previs‹o se encontra no inciso II do art. 7¡, aplicam-se as condi•›es


previstas no ¤ 2¡, como ingresso do agente no territ—rio nacional, etc.

2.2.2.5! Princ’pio da Representa•‹o ou da bandeira ou do Pavilh‹o


Por este princ’pio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no
estrangeiro, a bordo de aeronaves e embarca•›es privadas, mas que possuam
bandeira brasileira, quando, no pa’s em que ocorreu o crime, este n‹o for julgado.
A previs‹o est‡ no art. 7¡, II, ÒcÓ do CPB:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(...)
II - os crimes:
(...)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados.

EXEMPLO: Se um cidad‹o mexicano comete um crime contra um cidad‹o


alem‹o, a bordo de uma aeronave pertencente a uma empresa aŽrea brasileira,
enquanto esta se encontra parada no aeroporto de Nova York, pelo Princ’pio da
Bandeira, a este crime poder‡ ser aplicada a lei brasileira, caso n‹o seja julgado
pelo Judici‡rio americano.

CUIDADO! Se, no exemplo anterior, o crime fosse cometido


a bordo de uma aeronave pertencente ao Brasil, por exemplo, o avi‹o
oficial da Presid•ncia da Repœblica, a lei penal brasileira seria aplicada n‹o pelo
Princ’pio da Bandeira, mas pelo Princ’pio da Territorialidade, regra geral,
pois estas aeronaves s‹o consideradas territ—rio brasileiro por extens‹o!

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
2.2.3!Lugar do Crime
Para aplicarmos corretamente o que foi aprendido acerca da lei penal no
espa•o, precisamos saber, com exatid‹o, qual Ž o local do crime. Para tanto,
existem algumas teorias:
1)! Teoria da atividade Ð Considera-se local do crime aquele em que a
conduta Ž praticada.
2)! Teoria do resultado Ð Para esta teoria, n‹o importa onde Ž praticada a
conduta, pois se considera como lugar do crime o local onde ocorre a
consuma•‹o.
3)! Teoria mista ou da ubiquidade Ð Esta teoria prev• que tanto o lugar
onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado s‹o considerados
como local do crime. Esta teoria Ž a adotada pelo C—digo Penal, em
seu art. 6¡:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado

Entretanto, esta regra da ubiquidade s— se aplica quando estivermos


diante de pluralidade de pa’ses, ou seja, quando for necess‡rio estabelecer o
local do crime para fins de defini•‹o de qual lei (de que pa’s) penal aplicar.
S— para finalizar, vou deixar de lambuja para voc•s um macete para
gravarem as teorias adotadas para o tempo do crime e para o lugar do crime:
Lugar = Ubiquidade
Tempo = Atividade
Muita LUTA, meus amigos!!

2.2.4!Extraterritorialidade condicionada, incondicionada e


hipercondicionada
Como estudamos, a regra na aplica•‹o da lei penal brasileira Ž o princ’pio da
territorialidade, em que se aplica a lei penal brasileira aos crimes cometidos no
territ—rio nacional.
Entretanto, existem algumas hip—teses em que se aplica a lei penal brasileira
a crimes cometidos no exterior. Nestes casos, estamos diante do fen™meno da
extraterritorialidade da lei penal.
Esta extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada.
No primeiro caso, como o pr—prio nome diz, n‹o h‡ qualquer condi•‹o. Basta
que o crime tenha sido cometido no estrangeiro. As hip—teses s‹o poucas e j‡
foram aqui estudadas. S‹o as previstas no art. 7¡, I do CPB (Crimes contra bens
jur’dicos de relev‰ncia nacional e crime de genoc’dio). Nestes casos, pelos
princ’pios da Prote•‹o e do Domic’lio ou da Personalidade Ativa (a depender do
caso), aplica-se a lei brasileira, ocorrendo o fen™meno da extraterritorialidade:

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

Crimes contra a vida


ou a liberdade do
Presidente da
República
Crimes contra o patrimônio
ou a fé pública da União, do
Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município,
PRINCÍPIO DA DEFESA de empresa pública,
OU PROTEÇÃO sociedade de economia
mista, autarquia ou
fundação instituída pelo
Poder Público

Crimes contra a
administração pública,
por quem está a seu
serviço

PRINCÍPIO DA JUSTIÇA
UNIVERSAL OU DO Crime de genocídio, quando o agente for
DOMICÍLIO OU DA brasileiro ou domiciliado no Brasil
PERSONALIDADE ATIVA

Embora sob fundamentos diversos (Princ’pios diversos), todas as hip—teses


culminam no fen™meno da extraterritorialidade incondicionada da lei penal
brasileira.
A extraterritorialidade condicionada, por sua vez, est‡ prevista no art.
7¡, II e ¤ 2¡ do CP. Neste caso, a lei brasileira s— ser‡ aplicada ao fato de
maneira subsidi‡ria, ou seja, apenas se cumpridas determinadas condi•›es.
Nos termos do C—digo Penal, temos as seguintes hip—teses de
extraterritorialidade condicionada:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)

Estas s‹o as hip—teses em que se aplica, condicionalmente, a lei penal


brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro. As condi•›es para esta aplica•‹o se
encontram no art. 7¡, ¤ 2¡ do CPB:
Art. 7¼ (...) ¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do
concurso das seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)

Podemos esquematizar da seguinte forma:

Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil


se obrigou a reprimir

Crimes praticados por


brasileiro

Crimes praticados em aeronaves ou


HIPÓTESES embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados

EXTRATERRITORIALIDADE
CONDICIONADA
Entrar o agente no território nacional

Ser o fato punível também no país em que foi


CONDIÇÕES praticado (dupla tipicidade)

Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a


lei brasileira autoriza a extradição

Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro


ou não ter aí cumprido a pena;

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Entretanto, existe ainda a chamada extraterritorialidade
hipercondicionada, que Ž a hip—tese prevista no ¤ 3¡ do art. 7¼:
Art. 7¼ (...) ¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi•›es previstas no par‡grafo
anterior: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)

Neste caso, alŽm das condi•›es anteriores, existem ainda duas outras
condi•›es:

Não ter sido pedida ou


ter sido negada a
extradição do infrator
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA
EXTRATERRITORIALIDADE
HIPERCONDICIONADA
Ter havido requisição
do Ministro da
Justiça

Desta maneira, meus caros, terminamos o estudo da aplica•‹o da lei penal,


no tempo e no espa•o.

2.3! Aplica•‹o da Lei penal em rela•‹o ˆs pessoas


Os sujeitos do crime s‹o aqueles que, de alguma forma, se relacionam com
a conduta criminosa. S‹o basicamente de duas ordens: Sujeito ativo e passivo.

2.3.1!Sujeito ativo
Sujeito ativo Ž a pessoa que pratica a conduta descrita no tipo penal.
Entretanto, atravŽs do concurso de pessoas, ou concurso de agentes, Ž poss’vel
que alguŽm seja sujeito ativo de uma infra•‹o penal sem que realize a
conduta descrita no tipo penal.
EXEMPLO: Pedro atira contra Paulo, vindo a causar-lhe a morte. Pedro Ž
sujeito ativo do crime de homic’dio, previsto no art. 121 do C—digo Penal, isso
n‹o se discute. Mas tambŽm ser‡ sujeito ativo do crime de homic’dio, Jo‹o, que
lhe emprestou a arma e lhe encorajou a atirar. Embora Jo‹o n‹o tenha realizado
a conduta prevista no tipo penal, pois n‹o praticou a conduta de Òmatar alguŽmÓ,
auxiliou material e moralmente Pedro a faz•-lo.
Somente o ser humano, em regra, pode ser sujeito ativo de uma
infra•‹o penal. Os animais, por exemplo, n‹o podem ser sujeitos ativos da
infra•‹o penal, embora possam ser instrumentos para a pr‡tica de crimes.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Modernamente, tem se admitido a RESPONSABILIDADE PENAL DA
PESSOA JURêDICA, ou seja, tem se admitido que a pessoa jur’dica seja
considerada SUJEITO ATIVO DE INFRA‚ÍES PENAIS.
Embora boa parte da DOUTRINA discorde desta corrente, por inœmeras
raz›es, temos que estud‡-la.
A Constitui•‹o de 1988 trouxe, em seu art. 225, ¤ 3¡, estabelece que:
¤ 3¼ - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitar‹o os
infratores, pessoas f’sicas ou jur’dicas, a san•›es penais e administrativas,
independentemente da obriga•‹o de reparar os danos causados.

Esse dispositivo Ž considerado o marco mais significativo para a


responsabiliza•‹o penal da pessoa jur’dica, para os que defendem essa tese.
Os opositores justificam sua tese sob o argumento, basicamente, de que a
pessoa jur’dica n‹o possui vontade, assim, a vontade seria sempre do seu
dirigente, devendo este responder pelo crime, n‹o a pessoa jur’dica. Ademais, o
dirigente s— pode agir em conformidade com o estatuto social, o que sair disso Ž
excesso de poder, e como a Pessoa Jur’dica n‹o pode ter em seu estatuto a
pr‡tica de crimes como objeto, todo crime cometido pela pessoa jur’dica seria
um ato praticado com viola•‹o a seu estatuto, devendo o agente responder
pessoalmente, n‹o a Pessoa Jur’dica.
Muitos outros argumentos existem, para ambos os lados. Entretanto, isto
n‹o Ž um livro de doutrina, mas um curso para concurso, ent‹o o que voc•s
precisam saber Ž que o STF e o STJ admitem a responsabilidade penal da
pessoa jur’dica em todos os crimes ambientais (regulamentados pela lei
9.605/98)!
Com rela•‹o aos demais crimes, em tese, atribu’veis ˆ pessoa jur’dica
(crimes contra o sistema financeiro, economia popular, etc.), como n‹o houve
regulamenta•‹o da responsabilidade penal da pessoa jur’dica, esta fica
afastada, conforme entendimento do STF e do STJ.
A Jurisprud•ncia CLçSSICA do STJ e do STF Ž no sentido de ADMITIR a
responsabilidade penal da pessoa jur’dica. Todavia, o STF e o STJ exigiam a
puni•‹o simult‰nea da pessoa f’sica causadora do dano, no que se convencionou
chamar de TEORIA DA DUPLA IMPUTA‚ÌO. Apesar de esta ser a jurisprud•ncia
cl‡ssica, mais recentemente o STF e o STJ DISPENSARAM o requisito da
dupla imputa•‹o. Ou seja, atualmente n‹o mais se exige a chamada
Òdupla imputa•‹oÓ.
Em regra, a Lei Penal Ž aplic‡vel a todas as pessoas indistintamente.
Entretanto, em rela•‹o a algumas pessoas, existem disposi•›es especiais
do C—digo Penal. S‹o as chamadas imunidades diplom‡ticas (diplom‡ticas e de
chefes de governos estrangeiros) e parlamentares (referentes aos membros do
Poder Legislativo).

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
2.3.1.1! Imunidades Diplom‡ticas
Estas imunidades se baseiam no princ’pio da reciprocidade, ou seja, o Brasil
concede imunidade a estas pessoas, enquanto os Pa’ses que representam
conferem imunidades aos nossos representantes.
N‹o h‡ viola•‹o ao princ’pio constitucional da isonomia! Cuidado! Pois a
imunidade n‹o Ž conferida em raz‹o da pessoa imunizada, mas em raz‹o do
cargo que ocupa. Ou seja, ela Ž de car‡ter funcional. Entenderam?
Estas imunidades diplom‡ticas est‹o previstas na Conven•‹o de Viena,
incorporada ao nosso ordenamento jur’dico atravŽs do Decreto 56.435/65, que
prev• imunidade total (em rela•‹o a qualquer crime) aos Diplomatas, que est‹o
sujeitos ˆ Jurisdi•‹o de seu pa’s apenas. Esta imunidade se estende aos
funcion‡rios dos —rg‹os internacionais (quando em servi•o!) e aos seus
familiares, bem como aos Chefes de Governo e Ministros das Rela•›es Exteriores
de outros pa’ses.
Essa imunidade Ž IRRENUNCIçVEL, exatamente por n‹o pertencer ˆ
pessoa, mas ao cargo que ocupa! Essa Ž a posi•‹o do STF! Cuidado com isso!
Com rela•‹o aos c™nsules (diferentes dos Diplomatas) a imunidade s— Ž
conferida aos atos praticados em raz‹o do of’cio, n‹o a qualquer crime.
EXEMPLO: Se Yamazaki, c™nsul do Jap‹o no Rio de Janeiro, no domingo,
curtindo uma praia, agride um vendedor de picolŽs por ter lhe dado o troco errado
(carioca malandro...), responder‡ pelo crime, pois n‹o se trata de ato praticado
no exerc’cio da fun•‹o.
Resumidamente:
¥! IMUNIDADE TOTAL DE JURISDI‚ÌO PENAL Ð Agentes
diplom‡ticos e seus familiares, bem como os membros do pessoal
administrativo e tŽcnico da miss‹o, assim como os membros de suas
fam’lias que com eles vivam, desde que n‹o sejam nacionais do estado
acreditado (no caso, o Brasil) nem nele tenham resid•ncia
permanente.
¥! IMUNIDADE DE JURISDI‚ÌO PENAL em rela•‹o aos ATOS
PRATICADOS NO EXERCêCIO DAS FUN‚ÍES Ð C™nsules14 e
membros do pessoal de servi•o da miss‹o diplom‡tica que n‹o sejam
nacionais do Estado acreditado nem nele tenham resid•ncia
permanente.

2.3.1.2! Imunidades Parlamentares


Est‹o previstas na Constitui•‹o Federal, motivo pelo qual geralmente s‹o
mais bem estudadas naquela disciplina. Entretanto, como costumam ser
cobradas tambŽm na matŽria de Direito Penal, vamos estud‡-la ponto a ponto.
Trata-se de prerrogativas dos parlamentares, com vistas a se preservar
a Institui•‹o (Poder Legislativo) de inger•ncias externas. S‹o duas as hip—teses

14
Art. 43.1 do Decreto 61.078/67 Ð Promulga•‹o da Conven•‹o de Viena sobre Rela•›es Consulares.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
de imunidades parlamentares: a) material (conhecida como real, ou ainda,
inviolabilidade); b) formal (ou processual ou ainda, adjetiva).

(a)! Imunidade material


Trata-se de prerrogativa prevista no art. 53 da Constitui•‹o:
Art. 53. Os Deputados e Senadores s‹o inviol‡veis, civil e penalmente, por quaisquer
de suas opini›es, palavras e votos.

Assim, o parlamentar n‹o comete crime quando pratica estas condutas em


raz‹o do cargo (exerc’cio da fun•‹o). Entretanto, n‹o Ž necess‡rio que o
parlamentar tenha proferido as palavras dentro do recinto (Congresso,
Assembleia Legislativa, etc.), bastando que tenha rela•‹o com sua
fun•‹o (Pode ser numa entrevista a um jornal local, etc.). ESSA ƒ A POSI‚ÌO
DO STF A RESPEITO DO TEMA.
Quanto ˆ natureza jur’dica dessa imunidade (o que ela representa
perante o Direito), h‡ muita controvŽrsia na Doutrina, mas a posi•‹o que
predomina Ž a de que se trata de fato at’pico, ou seja, a conduta do parlamentar
n‹o chega sequer a ter enquadramento na lei penal (Essa Ž a posi•‹o que vem
sendo adotada pelo Supremo Tribunal Federal Ð STF).
Temos, ainda, a imunidade material dos vereadores, prevista no art. 29,
VIII da Constitui•‹o:
Art. 29. O Munic’pio reger-se-‡ por lei org‰nica, votada em dois turnos, com o
interst’cio m’nimo de dez dias, e aprovada por dois ter•os dos membros da C‰mara
Municipal, que a promulgar‡, atendidos os princ’pios estabelecidos nesta Constitui•‹o,
na Constitui•‹o do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
(...)
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opini›es, palavras e votos no exerc’cio
do mandato e na circunscri•‹o do Munic’pio; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda
Constitucional n¼ 1, de 1992)

Vejam que Ž necess‡rio que o ato (no caso dos vereadores) tenha sido
praticado na circunscri•‹o do munic’pio. Caso contr‡rio, n‹o haver‡ a
incid•ncia da prote•‹o constitucional.

Informativo 775 do STF Ð ÒNos limites da circunscri•‹o


do Munic’pio e havendo pertin•ncia com o exerc’cio do mandato, garante-se a imunidade
prevista no art. 29, VIII, da CF aos vereadores (...) O Colegiado reputou que, embora as
manifesta•›es fossem ofensivas, teriam sido proferidas durante a sess‹o da C‰mara dos
Vereadores Ñ portanto na circunscri•‹o do Munic’pio Ñ e teriam como motiva•‹o quest‹o de
cunho pol’tico, tendo em conta a exist•ncia de representa•‹o contra o prefeito formulada junto
ao MinistŽrio Pœblico Ñ portanto no exerc’cio do mandato.Ó Ð (RE 600063/SP, rel. orig. Min.
Marco AurŽlio, red. p/ o ac—rd‹o Min. Roberto Barroso, 25.2.2015. (RE-600063)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

(b)! Imunidade formal


Esta imunidade n‹o est‡ relacionada ˆ caracteriza•‹o ou n‹o de uma
conduta como crime. Est‡ relacionada a quest›es processuais, como
possibilidade de pris‹o e seguimento de processo penal. Est‡ prevista no
art. 53, ¤¤ 1¡ a 5¡ da Constitui•‹o da Repœblica.
A primeira das hip—teses Ž a imunidade formal para a pris‹o. Assim
disp›e o art. 53, ¤ 2¡ da Constitui•‹o:
¤ 2¼ Desde a expedi•‹o do diploma, os membros do Congresso Nacional n‹o poder‹o
ser presos, salvo em flagrante de crime inafian•‡vel. Nesse caso, os autos ser‹o
remetidos dentro de vinte e quatro horas ˆ Casa respectiva, para que, pelo voto da
maioria de seus membros, resolva sobre a pris‹o.

O STF entende que essa impossibilidade de pris‹o se refere a


qualquer tipo de pris‹o, inclusive as de car‡ter provis—rio, decretadas pelo
Juiz. A œnica ressalva Ž a pris‹o em flagrante pela pr‡tica de crime
inafian•‡vel.
Entretanto, recentemente, o STF decidiu que os parlamentares podem
ser presos, alŽm desta hip—tese, no caso de senten•a penal condenat—ria
transitada em julgado, ou seja, na qual n‹o cabe mais recurso algum.
Continuando no caso da pris‹o em flagrante, os autos da pris‹o ser‹o
remetidos ˆ casa a qual pertencer o parlamentar, em atŽ 24h, e esta decidir‡,
em vota•‹o aberta, por maioria absoluta de seus membros, se a pris‹o Ž
mantida ou n‹o.
A imunidade se inicia com a diploma•‹o do parlamentar e se encerra com o
fim do mandato.
J‡ a imunidade formal para o processo, est‡ prevista no ¤3¡ do art. 53
da Constitui•‹o:
¤ 3¼ Recebida a denœncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido ap—s a
diploma•‹o, o Supremo Tribunal Federal dar‡ ci•ncia ˆ Casa respectiva, que, por
iniciativa de partido pol’tico nela representado e pelo voto da maioria de seus
membros, poder‡, atŽ a decis‹o final, sustar o andamento da a•‹o.

Assim, se um parlamentar cometer um crime ap—s a diploma•‹o e for


denunciado por isso, o STF, se receber a denœncia, dever‡ dar ci•ncia ˆ Casa a
qual pertence o parlamentar (C‰mara ou Senado), e esta poder‡, por iniciativa
de algum partido pol’tico que l‡ tenha representante, sustar o andamento da a•‹o
atŽ o tŽrmino do mandato.
CUIDADO! S— quem pode tomar a iniciativa de pedir a susta•‹o da a•‹o
penal Ž partido pol’tico que possua algum representante NAQUELA CASA.
EXEMPLO: Se um Senador est‡ sendo processado, sendo o Senado
comunicado pelo STF, somente um partido com representa•‹o no SENADO

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
FEDERAL poder‡ tomar a iniciativa de pedir a susta•‹o da a•‹o penal, que ser‡
decidida pela Casa.

A susta•‹o deve ser decidida no prazo de 45 dias a contar do recebimento


do pedido pela Mesa Diretora da Casa. Caso o processo seja suspenso, suspende-
se tambŽm a prescri•‹o, para evitar que o Parlamentar deixe de ser julgado ao
tŽrmino do mandato.
Havendo a susta•‹o da a•‹o penal em rela•‹o ao parlamentar, e tendo o
processo outros rŽus que n‹o sejam parlamentares, o processo deve ser
desmembrado, e os demais rŽus ser‹o processados normalmente.

Cuidado, meu povo! No caso de crime cometido ANTES da diploma•‹o, n‹o


h‡ essa regra. O STF n‹o tem que comunicar a Casa e n‹o h‡ possibilidade de
susta•‹o do andamento do processo!

Cuidado! Essas regras (referentes a ambas as espŽcies de imunidades)


s‹o aplic‡veis aos parlamentares estaduais (Deputados estaduais), por for•a do
art. 27, ¤ 1¡ da Constitui•‹o. Entretanto, aos parlamentares municipais
(vereadores) s— se aplicam as imunidades materiais! Muito, mas muito cuidado
com isso! Ah, e em qualquer caso, n‹o abrangem os suplentes!
Os parlamentares n‹o podem renunciar a estas imunidades, pois, como disse
antes, trata-se de prerrogativa inerente ao cargo, n‹o ˆ pessoa. Entretanto, a
Doutrina e a Jurisprud•ncia entendem que o parlamentar afastado para
exercer cargo de Ministro ou Secret‡rio de Estado NÌO mantŽm as
imunidades, ou seja, ele perde a imunidade parlamentar (A sœmula n¼ 04
do STF fora revogada!). INQ 725-RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 8.5.2002.(INQ-725) Ð
Informativo 267 do STF.
Fiquem atentos! As imunidades parlamentares permanecem ainda que o pa’s
se encontre em estado de s’tio. Entretanto, por decis‹o de 2/3 dos membros da
Casa, estas imunidades poder‹o ser suspensas, durante o estado de s’tio, em
raz‹o de ato praticado pelo parlamentar FORA DO RECINTO. Assim, EM
HIPîTESE NENHUMA (NEM NO ESTADO DE SêTIO), O PARLAMENTAR
PODERç SER RESPONSABILIZADO POR ATO PRATICADO NO RECINTO
(aqueles atos previstos na Constitui•‹o, Ž claro).

2.3.2!Sujeito Passivo
O sujeito passivo nada mais Ž que aquele que sofre a ofensa causada
pelo sujeito ativo. Pode ser de duas espŽcies:
1)! Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ o Estado, pois a ele pertence
o dever de manter a ordem pœblica e punir aqueles que cometem crimes.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Todo crime possui o Estado como sujeito passivo mediato, pois todo crime
Ž uma ofensa ao Estado, ˆ ordem estatu’da;
2)! Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem jur’dico
efetivamente lesado. Por exemplo: A pessoa que sofre a les‹o no crime
de les‹o corporal (art. 129 do CP), o dono do carro roubado no crime de
roubo (art. 157 do CP), etc.

CUIDADO! O Estado tambŽm pode ser sujeito passivo imediato ou


material, nos crimes em que for o titular do bem jur’dico especificamente
violado, como nos crimes contra a administra•‹o pœblica, por exemplo.
As pessoas jur’dicas tambŽm podem ser sujeitos passivos de crimes. J‡ os
mortos e os animais n‹o podem ser sujeitos passivos de crimes pois n‹o
s‹o sujeitos de direito. Mas, e o crime de vilip•ndio a cad‡ver e os crimes
contra a fauna? Nesse caso, n‹o s‹o os mortos e os animais os sujeitos passivos
e sim, no primeiro caso, a fam’lia do morto, e no segundo caso, toda a
coletividade, pelo desequil’brio ambiental.
NINGUƒM PODE COMETER CRIME CONTRA SI MESMO! Ou seja,
ninguŽm pode ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo imediato de
um crime (Parte da Doutrina entende que isso Ž poss’vel no crime de rixa, mas
isso n‹o Ž posi•‹o un‰nime).

3! DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP

3.1! Contagem de prazos


Nos termos do art. 10 do CP:
Art. 10 - O dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calend‡rio comum.

Como se v•, a lei estabelece que os prazos previstos na Lei Penal sejam
contados de forma a incluir o dia do come•o. Desta forma, se Bruno Ž
condenado a um m•s de pris‹o e o mandado Ž cumprido dia 10 de junho, essa
data Ž considerada o primeiro dia de cumprimento da pena, que ir‡ se extinguir
no dia 09 de julho, independentemente de o mandado ter sido cumprido no dia
10 de junho ˆs 23h45min. Esse dia ser‡ computado como um dia inteiro
para fins penais.
O artigo diz, ainda, que se computam os prazos pelo calend‡rio comum
(chamado de gregoriano), que Ž o que todos n—s utilizamos. Assim, no c™mputo
de meses n‹o levam em considera•‹o os dias de cada um (28, 29, 30 ou 31 dias).
Se um sujeito Ž condenado a pena de um m•s, e come•a a cumpri-la no dia 05,
sua pena estar‡ extinta no dia 04 do m•s seguinte, independentemente de o m•s
ter quantos dias for, o que na pr‡tica, gera algumas injusti•as. Com rela•‹o aos
anos, aplica-se a mesma regra (n‹o importa se o ano Ž bissexto ou n‹o).

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

3.2! Fra•›es n‹o comput‡veis de pena


O art. 11 do CP, por sua vez, diz o seguinte:
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos,
as fra•›es de dia, e, na pena de multa, as fra•›es de cruzeiro.

Desta maneira, se o autor do crime Ž condenado a 09 dias de pris‹o,


aumentada de metade (9 + 4,5 = 13,5) a pena ser‡ de 13 dias, desprezando-se
as 12 horas do c‡lculo.
Com rela•‹o ˆ pena de multa, obviamente, hoje se entende como ÒrealÓ e
n‹o como ÒcruzeirosÓ. As fra•›es que n‹o se computam s‹o os centavos. Assim,
ninguŽm pode ser condenado a R$ 125,43. Ser‹o desprezados os centavos.

3.3! Efic‡cia da senten•a estrangeira


Para que uma senten•a penal estrangeira possa produzir seus efeitos no
Brasil devem ser respeitadas as regras estabelecidas no art. 9¼ do CP. Vejamos:
Art. 9¼ - A senten•a estrangeira, quando a aplica•‹o da lei brasileira produz na espŽcie
as mesmas conseqŸ•ncias, pode ser homologada no Brasil para: (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - obrigar o condenado ˆ repara•‹o do dano, a restitui•›es e a outros efeitos civis;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeit‡-lo a medida de seguran•a. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - A homologa•‹o depende: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da exist•ncia de tratado de extradi•‹o com o pa’s de cuja
autoridade judici‡ria emanou a senten•a, ou, na falta de tratado, de requisi•‹o do
Ministro da Justi•a. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Assim, basicamente, podemos dividir os efeitos da senten•a penal


estrangeira em dois:
¥! Obriga•‹o de reparar o dano (bem como restitui•›es e outros
efeitos civis) Ð Deve haver requerimento da parte interessada (em
regra, a v’tima ou seus sucessores).
¥! Sujeitar o infrator ˆ medida de seguran•a Ð Existir tratado de
extradi•‹o entre o Brasil e o Pa’s em que foi proferida a senten•a OU,
caso n‹o exista, deve haver requisi•‹o do Ministro da Justi•a.

E a quem compete a homologa•‹o da senten•a estrangeira para que


produza seus efeitos no Brasil? Compete ao STJ, nos termos do art. 105, I, i
da Constitui•‹o Federal:

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justi•a:
I - processar e julgar, originariamente:
(...)
i) a homologa•‹o de senten•as estrangeiras e a concess‹o de exequatur ˆs cartas
rogat—rias;(Inclu’da pela Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004)

O STF exige, ainda, que tenha havido o tr‰nsito em julgado da senten•a


penal condenat—ria que ser‡ homologada:
Sœmula 420 do STF
NÌO SE HOMOLOGA SENTEN‚A PROFERIDA NO ESTRANGEIRO SEM PROVA DO
TRåNSITO EM JULGADO.

Esta sœmula Ž, digamos, desnecess‡ria, eis que o art. 788, III do CPP j‡
exige o tr‰nsito em julgado como condi•‹o para a homologa•‹o da senten•a
estrangeira.
Percebam, por fim, que n‹o h‡ possibilidade de homologa•‹o da
senten•a penal estrangeira para fins de cumprimento de PENA. A
aplica•‹o de pena criminal Ž um ato de soberania do Estado e, portanto, entende-
se que n‹o poderia um Estado (no caso, o Brasil), aplicar a pena criminal imposta
em outro pa’s15. Se for o caso, poderia o Brasil proceder ao julgamento do
infrator, no Brasil.

CUIDADO! O art. 63 do CP disp›e que a condena•‹o anterior por crime, no


Brasil ou no estrangeiro, gera reincid•ncia.
Entretanto, para esta finalidade espec’fica n‹o Ž necess‡ria a
homologa•‹o da senten•a penal condenat—ria proferida no estrangeiro.
Basta que haja prova do tr‰nsito em julgado desta senten•a.

3.4! Interpreta•‹o e integra•‹o da lei penal

3.4.1!Interpreta•‹o da lei penal


Interpretar Ž extrair o sentido de alguma coisa. Quando interpretamos
um texto, procuramos entender o que ele pretende nos dizer. A mesma coisa
acontece com o texto da lei.
Assim, quando o operador do Direito se depara com um texto legal, deve
procurar extrair a vontade da lei (mens legis).
S‹o diversos os tipos de interpreta•‹o. Vejamos:

15
Lembrando que Ž poss’vel a celebra•‹o de tratados internacionais de coopera•‹o jur’dico-penal para
transfer•ncia de presos, etc. Assim, as regras do CP se aplicam desde que n‹o haja tratado espec’fico
regulando a matŽria. Para os fins do nosso estudo basta que saibamos isso. N‹o Ž necess‡rio analisar a
exist•ncia de eventuais tratados ou acordos bilateriais internacionais.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
¥! Aut•ntica Ð ƒ aquela realizada pelo pr—prio legislador (tambŽm Ž
chamada de interpreta•‹o legislativa). POR EXEMPLO: O art. 327 nos
d‡ a defini•‹o de funcion‡rio pœblico para fins penais. Trata-se de uma
interpreta•‹o feita pelo pr—prio legislador. A interpreta•‹o aut•ntica,
por ser s— uma interpreta•‹o, aplica-se aos fatos passados, ainda que
mais gravosa ao rŽu! Cuidado com isso! EXEMPLO: Imagine que uma
lei preveja que Ž crime o funcion‡rio pœblico dormir na reparti•‹o.
Assim, v‡rios funcion‡rios est‹o sendo processados por crime.
Posteriormente surge uma lei que diz que funcion‡rio pœblico para fins
penais engloba qualquer pessoa que exer•a fun•‹o no poder pœblico,
inclusive estagi‡rios. Nesse caso, os eventuais estagi‡rios que tenham
dormido no trabalho poder‹o ser processados, porque a previs‹o de
que a conduta era crime j‡ existia, o que n‹o existia era uma lei
interpretando o conceito de funcion‡rio pœblico!
¥! Doutrin‡ria Ð ƒ a interpreta•‹o realizada pelos estudiosos do Direito.
N‹o tem for•a obrigat—ria, ou seja, o operador do Direito n‹o est‡
obrigado a acat‡-la, atŽ porque existem inœmeros doutrinadores. A
exposi•‹o de motivos do C—digo Penal Ž considerada
interpreta•‹o Doutrin‡ria.
¥! Judicial Ð ƒ aquela efetuada pelos membros do Poder Judici‡rio,
atravŽs das decis›es que proferem nos processos que lhe s‹o
submetidos. Via de regra n‹o vincula os operadores do Direito, salvo
em casos excepcionais (no pr—prio caso, em raz‹o da coisa julgada, e
no caso de sœmulas vinculantes editadas pelo STF);
¥! Gramatical Ð TambŽm Ž chamada de literal. ƒ aquela que decorre da
natural an‡lise da lei. ƒ muito simples e prec‡ria;
¥! L—gica (ou teleol—gica) Ð ƒ aquela que busca entender a vontade da
lei. ƒ uma das mais confi‡veis e tŽcnicas. O intŽrprete analisa o
contexto hist—rico em que foi editada, suas tend•ncias, de forma a
avaliar cada dispositivo da lei da forma que mais se aproxime com
aquilo que ela pretende dizer, ainda que n‹o tenha sido t‹o expl’cita;
¥! Declarat—ria Ð Decorre da perfeita sintonia entre o que a lei diz e o
que ela quis dizer. Nada h‡ a ser acrescido ou retirado;
¥! Extensiva Ð Trata-se de uma atividade na qual o intŽrprete estende
o alcance do que diz a lei, em raz‹o de sua vontade ser esta. No crime
de extors‹o mediante sequestro, por exemplo, Ž l—gico que a lei quis
incluir, tambŽm, extors‹o mediante c‡rcere privado. Assim, faz-se
uma interpreta•‹o extensiva, que pode ser aplicada sem que haja
viola•‹o ao princ’pio da legalidade, pois, na verdade, a lei diz isso, s—
que n‹o est‡ expresso em seu texto;
¥! Restritiva Ð Por outro lado, aqui o intŽrprete restringe o alcance do
texto da lei, por ser essa a sua vontade (o texto da lei alcan•a mais
situa•›es do que a lei realmente pretende);
¥! Anal—gica Ð Como o nome diz, decorre da analogia, que Ž o mesmo
que compara•‹o. Assim, essa interpreta•‹o ir‡ existir somente

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
naqueles casos em que a lei estabele•a uma f—rmula casu’stica (um
exemplo) e criminalize outras situa•›es id•nticas (f—rmula genŽrica).
Caso cl‡ssico Ž o do art. 121, ¤ 2¡, I, do CP, que diz ser o homic’dio
qualificado quando realizado mediante paga ou promessa de
recompensa (f—rmula casu’stica, exemplo), ou outro motivo torpe
(f—rmula genŽrica, outras hip—teses id•nticas).

3.4.2!Analogia
A analogia, por sua vez, n‹o Ž uma tŽcnica de interpreta•‹o da Lei Penal.
Trata-se de uma tŽcnica integrativa, ou seja, aqui se busca suprir a falta de
uma lei. Lembrem-se disso! N‹o confundir analogia com interpreta•‹o
anal—gica!
Na analogia, por n‹o haver norma que regulamente o caso, o aplicador
do Direito se vale de uma outra norma, parecida, de forma a aplic‡-la ao
caso concreto, a fim de que este n‹o fique sem solu•‹o.
A analogia nunca poder‡ ser usada para prejudicar o rŽu (analogia in
malam partem). Entretanto, Ž poss’vel sua utiliza•‹o em favor do rŽu
(analogia in bonam partem). Ex.: O art. 128, II do CP permite o aborto no caso
de gravidez decorrente de estupro. Entretanto, imaginem que uma mulher
engravidou somente atravŽs de atos libidinosos diversos da conjun•‹o carnal
(sexo anal com ejacula•‹o pr—ximo ˆ vagina). AtŽ 2009 eram crimes diversos,
hoje a conduta passou a tambŽm ser considerado estupro. Assim, nada impedia
que o aplicador do Direito entendesse poss’vel ˆ aplica•‹o do art. 128, II ao caso
dessa mulher, por ser analogia em favor do rŽu (m‹e que comete o aborto), pois
decorrente de situa•‹o extremamente parecida que n‹o possu’a regulamenta•‹o
legal.
Nesse œltimo caso, houve aplica•‹o da analogia in bonam partem,
considerada, ainda, analogia legal, pois se utilizou uma outra norma legal
para suprir a lacuna. Nada impede, porŽm, a analogia jur’dica, que Ž aquela
na qual o operador do Direito se vale de um princ’pio geral do Direito para
suprir a lacuna.

3.5! Conflito aparente de normas penais


Em determinados casos, duas ou mais normas penais, igualmente vigentes,
s‹o aparentemente aplic‡veis ˆ mesma situa•‹o.
O conflito Ž ÒaparenteÓ porque, na verdade, n‹o h‡ conflito efetivo, j‡ que o
sistema, o ordenamento jur’dico Ž um conjunto de normas harm™nicas entre si,
de forma que n‹o pode haver conflito efetivo. O conflito, portanto, ocorre apenas
uma an‡lise superficial, mas quando se faz uma an‡lise mais detida, percebe-se
que somente uma das normas pode ser aplicada.
Vamos, agora, ver quais s‹o os princ’pios (critŽrios) utilizados para
solucionar os conflitos aparentes de normas penais.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
3.5.1!Princ’pio da especialidade
O princ’pio da especialidade deve ser utilizado quando h‡ conflito aparente
entre duas normas, sendo que uma delas, denominada Ònorma especialÓ,
possui todos os elementos da outra (norma geral), acrescida de alguns
caracteres especializantes.
EXEMPLO: JosŽ subtrai, mediante destreza, o celular de Maria. Nesse caso,
temos um conflito aparente entre a norma do art. 155 (furto) e a norma do art.
155, ¤4¼, II do CP (furto qualificado pela destreza).
A princ’pio, qualquer uma das normas poderia ser aplicada, j‡ que a conduta de
JosŽ se amolda a ambas. Todavia, a norma especial (furto qualificado pela
destreza) deve prevalecer sobre a norma geral, a fim de que JosŽ responda
apenas por um crime (de forma a evitar o chamado bis in idem, ou dupla puni•‹o
pelo mesmo fato.

Podemos dizer, portanto, que a norma especial tem o cond‹o de afastar,


nesse caso espec’fico, a aplica•‹o da norma geral (lex specialis derrogat lex
generalis). N‹o tem relev‰ncia o fato de a norma especial prever uma pena mais
branda que a norma geral (ex.: infantic’dio, que Ž norma especial em rela•‹o ao
homic’dio, e possui pena bem mais branda).
Tal princ’pio norteia, inclusive, o art. 12 que diz:
Art. 12 - As regras gerais deste C—digo aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta n‹o dispuser de modo diverso.

Portanto, o C—digo Penal (sua parte geral) Ž aplicado


subsidiariamente aos crimes previstos em lei especial, ou seja, primeiro se
analisa se a lei especial contŽm alguma regulamenta•‹o acerca do tema. Se n‹o
possuir, aplica-se a regulamenta•‹o presente no CP (Princ’pio da conviv•ncia
das esferas aut™nomas).

3.5.2!Princ’pio da subsidiariedade
Aqui n‹o h‡ uma rela•‹o de Òg•nero e espŽcieÓ, como ocorre na
especialidade. Aqui, a rela•‹o entre as normas aparentemente em conflito Ž de
ÒsubsidiariedadeÓ, ou seja, uma Ž mais abrangente que a outra.
EXEMPLO: H‡ subsidiariedade entre as normas dos arts. 163 (crime de dano) e
155, ¤4¼, I do CP (crime de furto qualificado pelo rompimento de obst‡culo).
Nesse caso, aparentemente, o agente deveria responder pelos dois crimes.
Todavia, para evitar o bis in idem, o agente responde apenas pelo crime descrito
na norma prim‡ria (crime de furto qualificado pelo rompimento de obst‡culo),
afastando-se a aplica•‹o da norma subsidi‡ria (crime de dano).

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A norma subsidi‡ria, portanto, atua como uma espŽcie de Òsoldado de
reservaÓ, ou seja, fica l‡, esperando para ser aplicada quando nenhuma outra
norma mais grave (prim‡ria) for aplic‡vel16.
A subsidiariedade pode ser:
⇒! Expressa Ð A norma penal subsidi‡ria j‡ informa que sua aplica•‹o s—
ser‡ cab’vel se n‹o for prevista norma mais grave para o fato. Ex.:
Art. 314 do CP17. Neste caso temos um tipo penal subsidi‡rio, e se a
conduta ali descrita for praticada como etapa ou elemento de outro
crime mais grave, afasta-se a aplica•‹o do art. 314, aplicando-se o
crime mais grave.
⇒! T‡cita Ð Aqui a norma penal n‹o Ž expressamente subsidi‡ria, mas
seu car‡ter subsidi‡rio poder‡ ser aferido no caso concreto. Ex.: Art.
146 do CP (crime de constrangimento ilegal). Tal tipo penal n‹o Ž
expressamente subsidi‡rio, mas como Ž, em muitos casos, uma
ÒparteÓ de crimes mais graves, Ž subsidi‡rio em rela•‹o a estes. Ex.:
Roubo (art. 157) e constrangimento ilegal (art. 146). O crime de roubo
abrange a conduta criminalizada pelo crime de constrangimento ilegal,
de maneira que, neste caso, apesar de o agente ter constrangido a
v’tima, n‹o responder‡ por constrangimento ilegal (norma subsidi‡ria
que fica afastada neste caso), apenas por roubo (norma principal).

Podemos dizer, portanto, que a norma prim‡ria tem o cond‹o de afastar a


aplica•‹o da norma subsidi‡ria (lex primaria derrogat lex subsidiariae).

3.5.3!Princ’pio da consun•‹o (absor•‹o)


Neste caso temos duas normas, mas uma delas ir‡ absorver a outra (lex
consumens derrogat lex consumptae) ou, em outras palavras, um fato criminoso
absorve os demais, respondendo o agente apenas por este, e n‹o pelos demais.
Pode ocorrer em algumas hip—teses:
⇒! Crime progressivo Ð O agente, querendo praticar determinado
crime, necessariamente tem que praticar um crime menos grave. Ex.:
JosŽ, querendo matar Maria, come•a a desferir contra ela golpes com
uma barra ferro, vindo a causar-lhe a morte. Neste caso JosŽ praticou,
em tese, as condutas de les‹o corporal (art. 129) e homic’dio (art. 121
do CP). Todavia, o crime-meio (les‹o corporal) Ž absorvido pelo crime-
fim (homic’dio), respondendo o agente apenas pelo œltimo (que era
sua inten•‹o desde o come•o).

16
Alguns autores, como RogŽrio Greco, entendem que a ideia de subsidiariedade Ž desnecess‡ria, de forma
que o conflito poderia ser perfeitamente revolvido por meio do critŽrio da especialidade.
17
Extravio, sonega•‹o ou inutiliza•‹o de livro ou documento
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em raz‹o do cargo; soneg‡-
lo ou inutiliz‡-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, se o fato n‹o constitui crime mais grave.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
⇒! Progress‹o criminosa Ð Aqui o agente altera seu dolo, ou seja,
durante a empreitada criminosa o agente altera sua inten•‹o. Ex.: JosŽ
pretende LESIONAR Maria. Para tanto, come•a a desferir contra ela
alguns golpes com uma barra de ferro. Todavia, ap—s consumar a les‹o
corporal, JosŽ acha por bem matar Maria, e d‡ mais alguns golpes, atŽ
mata-la. Neste caso, JosŽ consumou um crime de les‹o corporal (art.
129), e depois deu in’cio a um crime de homic’dio, que tambŽm foi
consumado (art. 121 do CP). Todavia, ante a ocorr•ncia de progress‹o
criminosa, responder‡ apenas pelo homic’dio (que absorve a les‹o
corporal). ƒ importante destacar que a progress‹o criminosa s— se
verifica se o agente altera seu dolo no mesmo contexto f‡tico (se, por
exemplo, ele agride, vai pra casa, e uma semana depois resolve matar
a v’tima, responde tanto pela les‹o corporal quanto pelo homic’dio).
⇒! Antefato impun’vel (antefactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que est‹o na mesma linha causal do crime principal, mas
responde apenas pelo crime principal, pois se considera que estes fatos
anteriores s‹o impun’veis. Ex.: Agente que invade uma casa para
furtar. Neste caso, a invas‹o de domic’lio Ž considerada um antefato
impun’vel.
⇒! P—s-fato impun’vel (postfactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que, isoladamente considerados, s‹o considerados
criminosos. Todavia, por serem considerados como desdobramento
natural ou exaurimento do crime praticado, n‹o s‹o pun’veis. Ex.: JosŽ
furta um celular e, dois dias depois, quebra o celular, porque n‹o
funciona. A rigor, JosŽ praticou duas condutas (furto, art. 155 do CP e
dano, art. 163 do CP). Todavia, o crime de dano, nessas
circunst‰ncias, n‹o Ž pun’vel, pois Ž considerado mero exaurimento do
crime de furto.

ƒ importante ressaltar que parte da Doutrina18 entende que nas hip—teses


de antefato e p—s-fato impun’vel n‹o haveria, propriamente, conflito aparente de
normas, pois seriam duas condutas criminosas, cada uma regida por uma norma,
mas que, por raz›es de pol’tica criminal, apenas uma delas Ž pun’vel.

3.5.4!Princ’pio da alternatividade
Trata-se de um princ’pio que n‹o Ž citado por todos os Doutrinadores, mas
que possui alguns adeptos. Este princ’pio seria aplic‡vel nas hip—teses em que
uma mesma norma penal descreve diversas condutas que s‹o criminalizadas,
sendo que a pr‡tica de qualquer uma delas j‡ consuma o delito (n‹o Ž necess‡rio
praticar todas), mas a pr‡tica de mais de uma das condutas, no mesmo contexto
f‡tico, n‹o configura mais de um crime (chamados de Òtipos mistos alternativosÓ).

18
Por exemplo, Cezar Roberto Bitencourt.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
EXEMPLO: Temos, como exemplo, o crime do art. 213 do CP:
Estupro
Art. 213. Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, a ter conjun•‹o carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)

O agente que, numa mesma empreitada criminosa, constranger a v’tima ˆ


conjun•‹o carnal (sexo vag’nico) e ˆ pr‡tica de sexo oral (ato libidinoso diverso
da conjun•‹o carnal), por exemplo, responder‡ por apenas um delito de estupro,
e n‹o por dois crimes de estupro.

4! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES


Ä Art. 1¡ a 4¼ do CP - Lei penal no tempo:
Art. 1¼ - N‹o h‡ crime sem lei anterior que o defina. N‹o h‡ pena sem prŽvia
comina•‹o legal. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Lei penal no tempo
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a condenat—ria.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por senten•a condenat—ria transitada em
julgado. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Lei excepcional ou tempor‡ria (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 3¼ - A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vig•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Tempo do crime
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o, ainda que
outro seja o momento do resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)

Ä Art. 5¡ a 7¼ do CP - Lei penal no espa•o:


Territorialidade
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
¤ 1¼ - Para os efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio nacional as
embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica ou a servi•o do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarca•›es
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espa•o aŽreo correspondente ou em alto-mar. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
¤ 2¼ - ƒ tambŽm aplic‡vel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso
no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo correspondente, e estas em porto
ou mar territorial do Brasil.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Lugar do crime (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Extraterritorialidade (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de
Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia mista, autarquia
ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 1984)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi•›es previstas no par‡grafo anterior:
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) n‹o foi pedida ou foi negada a extradi•‹o; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) houve requisi•‹o do Ministro da Justi•a. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)

Ä Art. 8¡ a 12 do CP - Disposi•›es preliminares do CPP:

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Pena cumprida no estrangeiro (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Efic‡cia de senten•a estrangeira(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 9¼ - A senten•a estrangeira, quando a aplica•‹o da lei brasileira produz na espŽcie
as mesmas conseqŸ•ncias, pode ser homologada no Brasil para: (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - obrigar o condenado ˆ repara•‹o do dano, a restitui•›es e a outros efeitos civis;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeit‡-lo a medida de seguran•a.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - A homologa•‹o depende: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da exist•ncia de tratado de extradi•‹o com o pa’s de cuja
autoridade judici‡ria emanou a senten•a, ou, na falta de tratado, de requisi•‹o do
Ministro da Justi•a. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Contagem de prazo(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 10 - O dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calend‡rio comum. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Fra•›es n‹o comput‡veis da pena(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos,
as fra•›es de dia, e, na pena de multa, as fra•›es de cruzeiro. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Legisla•‹o especial (Inclu’da pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 12 - As regras gerais deste C—digo aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta n‹o dispuser de modo diverso. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)

5! SòMULAS PERTINENTES
5.1! Sœmulas do STF
ÄSœmula n¼ 611 do STF Ð Uma vez ocorrido o tr‰nsito em julgado, caso haja
superveni•ncia de lei mais benŽfica, sua aplica•‹o compete ao Ju’zo da Execu•‹o
Penal:
SòMULA N¼ 611
Transitada em julgado a senten•a condenat—ria, compete ao Ju’zo das execu•›es a
aplica•‹o da lei mais benigna.

ÄSœmula n¼ 711 do STF Ð Em se tratando de crime continuado ou permanente,


deve ser aplicada a lei penal mais grave se esta tiver entrado em vigor antes da
cessa•‹o da continuidade ou da perman•ncia. N‹o h‡, aqui, retroatividade da lei
mais grave, pois ela entrou em vigor DURANTE a pr‡tica criminosa:

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Sœmula 711
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGæNCIA ƒ ANTERIOR Ë CESSA‚ÌO DA CONTINUIDADE OU
DA PERMANæNCIA.

ÄSœmula n¼ 420 do STF - O STF exige que tenha havido o tr‰nsito em julgado
da senten•a penal condenat—ria para que possa ser realizada a homologa•‹o:
Sœmula 420 do STF
NÌO SE HOMOLOGA SENTEN‚A PROFERIDA NO ESTRANGEIRO SEM PROVA DO
TRåNSITO EM JULGADO.

ÄSœmula n¼ 04 do STF (CANCELADA) Ð O parlamentar afastado para exercer


cargo de Ministro ou Secret‡rio de Estado NÌO mantŽm as imunidades (INQ
725-RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 8.5.2002.(INQ-725) Ð Informativo 267 do STF).
A revogada a sœmula 04 do STF assim dispunha:
SòMULA 4
N‹o perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro de Estado.
(Cancelada)

5.2! Sœmulas do STJ


ÄSœmula n¼ 501 do STJ - O STJ, ao analisar o conflito intertemporal de leis
relativas ao tr‡fico de drogas, firmou entendimento pela IMPOSSIBILIDADE de
combina•‹o de leis (ado•‹o da teoria da pondera•‹o unit‡ria):
SòMULA N¼ 501
ƒ cab’vel a aplica•‹o retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da
incid•ncia das suas disposi•›es, na ’ntegra, seja mais favor‡vel ao rŽu do que o
advindo da aplica•‹o da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combina•‹o de leis.

6! RESUMO
INFRA‚ÌO PENAL
Conceito - A conduta, em regra praticada por pessoa humana, que ofende um
bem jur’dico penalmente tutelado, para a qual a lei estabelece uma pena, seja
ela de reclus‹o, deten•‹o, pris‹o simples ou multa.
EspŽcies
§! Crime - Infra•‹o penal a que a lei comina pena de reclus‹o ou de deten•‹o,
isoladamente, alternativa ou cumulativamente com a pena de multa
(conceito formal de crime).
§! Contraven•‹o - Infra•‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
pris‹o simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
OBS.: Crime (conceito anal’tico) Ð ado•‹o da teoria tripartida: fato t’pico,
ilicitude e culpabilidade.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

Principais diferen•as entre crime e contraven•‹o:


CRIMES CONTRAVEN‚ÍES
Admitem tentativa (art. N‹o se admite puni•‹o de contraven•‹o na
14, II). modalidade tentada. Ou se pratica a
contraven•‹o consumada ou se trata de um
indiferente penal
Se cometido crime, tanto A pr‡tica de contraven•‹o no exterior n‹o
no Brasil quanto no gera efeitos penais, inclusive para fins de
estrangeiro, e vier o reincid•ncia. S— h‡ efeitos penais em rela•‹o ˆ
agente a cometer contraven•‹o praticada no Brasil!
contraven•‹o, haver‡
reincid•ncia.
Tempo m‡ximo de Tempo m‡ximo de cumprimento de pena: 05
cumprimento de pena: 30 anos.
anos.
Aplicam-se as hip—teses N‹o se aplicam as hip—teses de
de extraterritorialidade extraterritorialidade do art. 7¡ do C—digo
Penal.

APLICA‚ÌO DA LEI PENAL


LEI PENAL NO TEMPO
REGRA Ð Princ’pio da atividade: lei Ž aplicada aos fatos praticados durante
sua vig•ncia.
EXCE‚ÌO: Extra-atividade da Lei penal benŽfica. Duas formas:
§! RETROATIVIDADE da Lei penal benŽfica Ð Lei nova mais benŽfica
retroage, de forma que ser‡ aplicada aos fatos criminosos praticados antes
de sua entrada em vigor.
§! ULTRA-ATIVIDADE da Lei penal benŽfica Ð Lei mais benŽfica, quando
revogada, continua a reger os fatos praticados durante sua vig•ncia.

Abolitio criminis Ð Lei nova passa a n‹o mais considerar a conduta como
criminosa (descriminaliza•‹o da conduta).
Continuidade t’pico-normativa - Em alguns casos, embora a lei nova revogue
um determinado artigo que previa um tipo penal, a conduta pode continuar sendo
considerada crime (n‹o h‡ abolitio criminis):
§! Quando a Lei nova simultaneamente insere esse fato dentro de outro tipo
penal.
§! Quando, mesmo revogado o tipo penal, a conduta est‡ prevista como crime
em outro tipo penal.
OBS.: Faz cessar a pena e os efeitos penais da condena•‹o.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu - Prevalece o


entendimento de que n‹o Ž poss’vel combinar as duas Leis. Deve ser aplicada a
Lei que, no todo, seja mais benŽfica (teoria da pondera•‹o unit‡ria).

Compet•ncia para a aplica•‹o da Lei nova mais benŽfica


¥! Processo ainda em curso Ð Compete ao Ju’zo que est‡ conduzindo
o processo
¥! Processo j‡ transitado em julgado Ð Compete ao Ju’zo da execu•‹o
penal (enunciado n¼ 611 da sœmula do STF)

Leis excepcionais e tempor‡rias - Continuam a reger os fatos praticados


durante sua vig•ncia, mesmo ap—s expirado o prazo de vig•ncia ou mesmo ap—s
o fim das circunst‰ncias que determinaram a edi•‹o da lei.
OBS.: Se houver superveni•ncia de lei abolitiva expressamente revogando a
criminaliza•‹o prevista na lei tempor‡ria ou excepcional, ela n‹o mais
produzir‡ efeitos.

Tempo do crime Ð Considera-se praticado o delito no momento conduta (a•‹o


ou omiss‹o), ainda que outro seja o momento do resultado (ado•‹o da teoria da
ATIVIDADE).

Crimes continuados e permanentes Ð Consideram-se como sendo praticados


enquanto n‹o cessa a continuidade ou perman•ncia. Consequ•ncia: se neste
per’odo (em que o crime est‡ sendo praticado) sobrevier lei nova, mais grave,
ela ser‡ aplicada (sœmula 711 do STF).

LEI PENAL NO ESPA‚O


REGRA Ð Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no territ—rio nacional
(princ’pio da territorialidade mitigada ou temperada, pois h‡ exce•›es).
Territ—rio nacional - Espa•o em que o Estado exerce sua soberania
pol’tica. O territ—rio brasileiro compreende:
¥! O Mar territorial;
¥! O espa•o aŽreo (Teoria da absoluta soberania do pa’s subjacente);
¥! O subsolo
Territ—rio nacional por extens‹o
¥! Os navios e aeronaves pœblicos, onde quer que se encontrem
¥! Os navios e aeronaves particulares, que se encontrem em alto-
mar ou no espa•o aŽreo

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
EXTRATERRITORIALIDADE Ð Aplica•‹o da lei penal brasileira a um crime
praticado fora do territ—rio nacional.
Extraterritorialidade INCONDICIONADA - Aplica-se aos crimes cometidos:
§! Contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica
§! Contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado,
de Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia
mista, autarquia ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico
§! Contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o
§! De genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil

OBS.: Estas hip—teses dispensam outras condi•›es, bastando que tenha sido o
crime cometido contra estes bens jur’dicos.
OBS.2: Ser‡ aplicada a lei brasileira ainda que o agente j‡ tenha sido condenado
ou absolvido no exterior.
OBS.3: Caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena cumprida no
exterior ser‡ abatida na pena a ser cumprida no Brasil (DETRA‚ÌO PENAL).

EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA - Aplica-se aos crimes:


§! Que por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir
§! Praticados por brasileiro
§! Praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam
julgados
Condi•›es:
ü! Entrar o agente no territ—rio nacional
ü! Ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado
ü! Estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradi•‹o
ü! N‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a
pena
ü! N‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel

EXTRATERRITORIALIDADE HIPER-CONDICIONADA - òNICA HIPîTESE:


Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil.
(hiper) Condi•›es:
Mesmas condi•›es da extraterritorialidade condicionada
+
N‹o ter sido pedida ou ter sido negada a extradi•‹o
Haver requisi•‹o do MJ

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Lugar do crime - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a
conduta (a•‹o ou omiss‹o), bem como onde se produziu ou deveria produzir-se
o resultado (ado•‹o da teoria da UBIQUIDADE).

APLICA‚ÌO DA LEI PENAL EM RELA‚ÌO ËS PESSOAS


SUJEITO ATIVO
ƒ a pessoa que, de alguma forma, participa do crime (como autor ou como
part’cipe). ƒ a pessoa que pratica a infra•‹o penal.
OBS.: Pessoa Jur’dica pode ser sujeito ativo de crimes (atualmente,
somente de crimes ambientais). Adotava-se a teoria da dupla imputa•‹o
(necessidade de processar, concomitantemente, a pessoa f’sica respons‡vel pelo
ato). STF e STJ abandonaram esta teoria.

Imunidades Ð Regras espec’ficas de (n‹o) aplica•‹o da lei penal a determinadas


pessoas, em determinadas circunst‰ncias.

Imunidades diplom‡ticas Ð Se baseiam no princ’pio da reciprocidade.


Conferidas em raz‹o do CARGO, n‹o da pessoa. Previstas na Conven•‹o de Viena,
incorporada ao nosso ordenamento jur’dico atravŽs do Decreto 56.435/65.
Imunidade TOTAL aos Diplomatas, sendo estendida aos funcion‡rios dos
—rg‹os internacionais (quando em servi•o) e aos seus familiares, bem como aos
Chefes de Governo e Ministros das Rela•›es Exteriores de outros pa’ses. Est‹o
sujeitos ˆ Jurisdi•‹o de seu pa’s apenas. Irrenunci‡vel. OBS.: Com rela•‹o aos
c™nsules a imunidade s— Ž conferida aos atos praticados em raz‹o do
of’cio.

Imunidades parlamentares - Prerrogativas dos parlamentares, garantias


conferidas para que possam desempenhar suas fun•›es de forma livre. S‹o
irrenunci‡veis. Duas espŽcies:
Imunidade material - Deputados e Senadores s‹o inviol‡veis, civil e
penalmente, por quaisquer de suas opini›es, palavras e votos. N‹o Ž necess‡rio
que o parlamentar tenha proferido as palavras dentro do recinto (Congresso,
Assembleia Legislativa, etc.), bastando que tenha rela•‹o com sua fun•‹o.
OBS.: A imunidade material dos vereadores s— abrange os atos praticados na
circunscri•‹o do munic’pio.

Imunidade formal - N‹o est‡ relacionada ˆ caracteriza•‹o ou n‹o de uma


conduta como crime. Est‡ relacionada a quest›es processuais. S‹o duas
espŽcies:
§! Imunidade formal para a pris‹o Ð ÒDesde a expedi•‹o do diploma, os
membros do Congresso Nacional n‹o poder‹o ser presos, salvo em
flagrante de crime inafian•‡velÓ. Os autos da pris‹o devem ser remetidos
dentro de 24h ˆ A Casa respectiva (Senado ou C‰mara), pelo voto da

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
maioria de seus membros, dever‡ resolver sobre a pris‹o. OBS.: Tal
imunidade n‹o impede: (1) pris‹o em flagrante de crime inafian•‡vel; (2)
pris‹o decorrente de condena•‹o definitiva.

§! Imunidade formal para o processo Ð Possibilidade de a Casa respectiva


(Senado ou C‰mara) sustar o andamento de a•‹o penal contra um de seus
membros (Senadores ou deputados federais), relativa a crime praticado
APîS a diploma•‹o. T—picos importantes:
§! Iniciativa de partido pol’tico com representa•‹o na Casa
§! Voto da maioria absoluta dos membros
§! Caso o processo seja suspenso, suspende-se tambŽm a
prescri•‹o

As imunidades s‹o aplic‡veis aos parlamentares estaduais (Deputados


estaduais).
Aos parlamentares municipais (vereadores) s— se aplicam as imunidades
materiais!
As imunidades n‹o abrangem os suplentes.
OBS.: Parlamentar afastado para exercer cargo de Ministro ou Secret‡rio de
Estado NÌO mantŽm as imunidades (INQ 725-RJ, rel. Ministra Ellen Gracie,
8.5.2002 Ð Informativo 267 do STF).

SUJEITO PASSIVO
ƒ quem sofre a ofensa causada pela infra•‹o penal. Pode ser de duas espŽcies:
§! Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ SEMPRE o Estado, pois a ele
pertence o dever de manter a ordem pœblica e punir aqueles que cometem
crimes.
§! Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem jur’dico
efetivamente lesado (Ex.: No furto, o dono da coisa furtada).
OBS.: O Estado tambŽm pode ser sujeito passivo imediato (Ex.: crimes contra o
patrim™nio pœblico).

T—picos importantes
§! Pessoa jur’dica pode ser sujeito passivo
§! Mortos n‹o podem ser sujeitos passivos (pois n‹o s‹o sujeitos de direitos)
§! Animais n‹o podem ser sujeitos passivos (pois n‹o s‹o sujeitos de direitos)
OBS.: Crime ambiental (ex.: maus-tratos a animais): sujeito passivo Ž a
coletividade.
OBS.: NinguŽm pode ser sujeito ativo e passivo do MESMO crime. Parte
da Doutrina entende que isso Ž poss’vel no crime de rixa, mas isso n‹o Ž posi•‹o
un‰nime

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP
Contagem de prazos Ð Inclui-se o dia do come•o. As fra•›es de dia (do dia do
come•o) s‹o computadas como dia inteiro. Ex.: Come•ou a correr o prazo no dia
10.01.15 ˆs 22h. O dia 10.01.15 Ž contado como dia inteiro.
Fra•›es n‹o comput‡veis de pena Ð As fra•›es de dia (horas e minutos) s‹o
desprezadas (arredonda-se para baixo). Ex.: 15 dias e 12 horas viram 15 dias.
Desprezam-se as fra•›es monet‡rias na pena de multa (centavos).
Aplica•‹o subsidi‡ria do CP Ð Regras gerais do CP se aplicam aos crimes
regidos por Lei especial, naquilo que com elas n‹o conflitar.

EFICçCIA DA SENTEN‚A ESTRANGEIRA


A senten•a estrangeira, para produzir efeitos no Brasil, precisa ser homologada.
O regramento varia de acordo com o efeito pretendido:
¥! Obriga•‹o de reparar o dano (bem como restitui•›es e outros
efeitos civis) Ð Deve haver requerimento da parte interessada (em
regra, a v’tima ou seus sucessores).
¥! Sujeitar o infrator ˆ medida de seguran•a Ð Existir tratado de
extradi•‹o entre o Brasil e o Pa’s em que foi proferida a senten•a OU,
caso n‹o exista, deve haver requisi•‹o do Ministro da Justi•a.

Compet•ncia para homologa•‹o Ð STJ


OBS.: N‹o h‡ possibilidade de homologa•‹o da senten•a penal estrangeira para
fins de cumprimento de PENA. A aplica•‹o de pena criminal Ž um ato de soberania
do Estado.

INTERPRETA‚ÌO E INTEGRA‚ÌO DA LEI PENAL


Interpreta•‹o da Lei penal
Aut•ntica Ð ƒ aquela realizada pelo pr—prio legislador (tambŽm Ž chamada de
interpreta•‹o legislativa).
Doutrin‡ria Ð ƒ a interpreta•‹o realizada pelos estudiosos do Direito.
Judicial Ð ƒ aquela efetuada pelos membros do Poder Judici‡rio, atravŽs das
decis›es que proferem nos processos que lhe s‹o submetidos.
Gramatical Ð TambŽm Ž chamada de literal. ƒ aquela que decorre da natural
an‡lise da lei.
L—gica (ou teleol—gica) Ð ƒ aquela que busca entender a vontade da lei. ƒ uma
das mais confi‡veis e tŽcnicas.
Declarat—ria Ð Decorre da perfeita sintonia entre o que a lei diz e o que ela quis
dizer.
Extensiva Ð Trata-se de uma atividade na qual o intŽrprete estende o alcance
do que diz a lei, em raz‹o de sua vontade ser esta.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Restritiva Ð Por outro lado, aqui o intŽrprete restringe o alcance do texto da lei,
por ser essa a sua vontade
Anal—gica Ð Como o nome diz, decorre da analogia, que Ž o mesmo que
compara•‹o. Assim, essa interpreta•‹o ir‡ existir somente naqueles casos em
que a lei estabele•a uma f—rmula casu’stica (um exemplo) e criminalize outras
situa•›es id•nticas (f—rmula genŽrica).

Integra•‹o da Lei penal


Analogia - A analogia n‹o Ž uma tŽcnica de interpreta•‹o da Lei Penal. Trata-
se de uma tŽcnica integrativa, ou seja, aqui se busca suprir a falta de uma lei.
N‹o confundir analogia com interpreta•‹o anal—gica! Na analogia, por n‹o
haver norma que regulamente o caso, o aplicador do Direito se vale de uma outra
norma, parecida, de forma a aplic‡-la ao caso concreto, a fim de que este n‹o
fique sem solu•‹o.
N‹o se admite a analogia prejudicial ao rŽu (analogia in malam partem).

CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS


Especialidade - O princ’pio da especialidade deve ser utilizado quando h‡
conflito aparente entre duas normas, sendo que uma delas, denominada Ònorma
especialÓ, possui todos os elementos da outra (norma geral), acrescida
de alguns caracteres especializantes.
OBS.: N‹o tem relev‰ncia o fato de a norma especial prever uma pena mais
branda que a norma geral (ex.: infantic’dio, que Ž norma especial em rela•‹o ao
homic’dio, e possui pena bem mais branda).

Subsidiariedade - Aqui n‹o h‡ uma rela•‹o de Òg•nero e espŽcieÓ, como ocorre


na especialidade. Aqui, a rela•‹o entre as normas aparentemente em conflito Ž
de ÒsubsidiariedadeÓ, ou seja, uma Ž mais abrangente que a outra. A norma
subsidi‡ria, portanto, atua como uma espŽcie de Òsoldado de reservaÓ, ou seja,
fica l‡, esperando para ser aplicada quando nenhuma outra norma mais grave
(prim‡ria) for aplic‡vel. A subsidiariedade pode ser:
⇒! Expressa Ð A norma penal subsidi‡ria j‡ informa que sua aplica•‹o s—
ser‡ cab’vel se n‹o for prevista norma mais grave para o fato.
⇒! T‡cita Ð Aqui a norma penal n‹o Ž expressamente subsidi‡ria, mas
seu car‡ter subsidi‡rio poder‡ ser aferido no caso concreto.

Consun•‹o (absor•‹o) - Pode ocorrer em algumas hip—teses:


⇒! Crime progressivo Ð O agente, querendo praticar determinado
crime, necessariamente tem que praticar um crime menos grave.
⇒! Progress‹o criminosa Ð Aqui o agente altera seu dolo, ou seja,
durante a empreitada criminosa o agente altera sua inten•‹o.
⇒! Antefato impun’vel (antefactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que est‹o na mesma linha causal do crime principal, mas

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
responde apenas pelo crime principal, pois se considera que estes fatos
anteriores s‹o impun’veis.
⇒! P—s-fato impun’vel (postfactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que, isoladamente considerados, s‹o considerados
criminosos. Todavia, por serem considerados como desdobramento
natural ou exaurimento do crime praticado, n‹o s‹o pun’veis.

Alternatividade - Seria aplic‡vel nas hip—teses em que uma mesma norma


penal descreve diversas condutas que s‹o criminalizadas, sendo que a pr‡tica de
qualquer uma delas j‡ consuma o delito (n‹o Ž necess‡rio praticar todas), mas a
pr‡tica de mais de uma das condutas, no mesmo contexto f‡tico, n‹o configura
mais de um crime (chamados de Òtipos mistos alternativosÓ).
_____________
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

7! EXERCêCIOS DA AULA

01.! (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - PRIMEIRA


FASE (OUT/2011)
Acerca da aplica•‹o da lei penal no tempo e no espa•o, assinale a alternativa
correta.
A) Se um funcion‡rio pœblico a servi•o do Brasil na It‡lia praticar, naquele pa’s,
crime de corrup•‹o passiva (art. 317 do C—digo Penal), ficar‡ sujeito ˆ lei penal
brasileira em face do princ’pio da extraterritorialidade.
B) O ordenamento jur’dico-penal brasileiro prev• a combina•‹o de leis sucessivas
sempre que a fus‹o puder beneficiar o rŽu.
C) Na ocorr•ncia de sucess‹o de leis penais no tempo, n‹o ser‡ poss’vel a
aplica•‹o da lei penal intermedi‡ria mesmo se ela configurar a lei mais favor‡vel.
D) As leis penais tempor‡rias e excepcionais s‹o dotadas de ultra-atividade. Por
tal motivo, s‹o aplic‡veis a qualquer delito, desde que seus resultados tenham
ocorrido durante sua vig•ncia.

02.! (FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME UNIFICADO)


No ano de 2005, Pierre, jovem franc•s residente na Bulg‡ria, atentou contra a
vida do ent‹o presidente do Brasil que, na ocasi‹o, visitava o referido pa’s.
Devidamente processado, segundo as leis locais, Pierre foi absolvido.
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como Pierre foi absolvido no
estrangeiro, n‹o ficou satisfeita uma das exig•ncias previstas ˆ hip—tese de
extraterritorialidade condicionada.
B) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hip—tese de
extraterritorialidade incondicionada, exigindo-se, apenas, que o fato n‹o tenha
sido alcan•ado por nenhuma causa extintiva de punibilidade no estrangeiro.
C) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hip—tese de
extraterritorialidade incondicionada, sendo irrelevante o fato de ter sido o agente
absolvido no estrangeiro.
D) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como o agente Ž estrangeiro e a
conduta foi praticada em territ—rio tambŽm estrangeiro, as exig•ncias relativas ˆ
extraterritorialidade condicionada n‹o foram satisfeitas.

03.! (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII -


PRIMEIRA FASE)
Considere que determinado agente tenha em dep—sito, durante o per’odo de um
ano, 300 kg de coca’na. Considere tambŽm que, durante o referido per’odo, tenha
entrado em vigor uma nova lei elevando a pena relativa ao crime de tr‡fico de
entorpecentes. Sobre o caso sugerido, levando em conta o entendimento do
Supremo Tribunal Federal sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
a) Deve ser aplicada a lei mais benŽfica ao agente, qual seja, aquela que j‡ estava
em vigor quando o agente passou a ter a droga em dep—sito.
b) Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que passou a vigorar
durante o per’odo em que o agente ainda estava com a droga em dep—sito.
c) As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado Ž permitido fazer a
combina•‹o das leis sempre que essa atitude puder beneficiar o rŽu.
d) O magistrado poder‡ aplicar o critŽrio do caso concreto, perguntando ao rŽu
qual lei ele pretende que lhe seja aplicada por ser, no seu caso, mais benŽfica

04.! (FGV - 2013 - TCE-BA - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


Com rela•‹o ao tempo e ao local do crime, analise as afirmativas a seguir.
I. O tempo do crime, de acordo com o C—digo Penal, Ž definido pelo momento
em que o resultado ocorre. Tanto Ž assim, que a compet•ncia territorial do
magistrado leva em considera•‹o esse mesmo critŽrio.
II. A Teoria da Atividade foi utilizada pelo C—digo Penal para definir o local
do crime, tendo em vista que se considera local do crime apenas aquele em que
ocorreu a a•‹o ou omiss‹o.
III. Para efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio nacional
as embarca•›es e aeronaves brasileiras de natureza pœblica ou a servi•o do
governo brasileiro onde quer que se encontrem.
Assinale:
a) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se somente a afirmativa III estiver correta.

05.! (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII - PRIMEIRA


FASE)
John, cidad‹o ingl•s, capit‹o de uma embarca•‹o particular de bandeira
americana, Ž assassinado por JosŽ, cidad‹o brasileiro, dentro do aludido barco,
que se encontrava atracado no Porto de Santos, no Estado de S‹o Paulo.
Nesse contexto, Ž correto afirmar que a lei brasileira
a) n‹o Ž aplic‡vel, uma vez que a embarca•‹o Ž americana, devendo JosŽ ser
processado de acordo com a lei estadunidense.
b) Ž aplic‡vel, uma vez que a embarca•‹o estrangeira de propriedade privada
estava atracada em territ—rio nacional.
c) Ž aplic‡vel, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em territ—rio
estrangeiro, foi praticado por brasileiro.
d) n‹o Ž aplic‡vel, uma vez que, de acordo com a Conven•‹o de Viena,
Ž compet•ncia do Tribunal Penal Internacional processar e julgar os crimes
praticados em embarca•‹o estrangeira atracada em territ—rio de pa’s diverso.

06.! (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLêCIA)


Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialidade, analise as
afirmativas a seguir.
I. Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes
contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o.
II. Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, os crimes praticados em aeronaves ou
embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em
territ—rio estrangeiro ainda que julgados no estrangeiro.
III. Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes
contra o patrim™nio da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de Territ—rio ou de
Munic’pio quando n‹o sejam julgados no estrangeiro.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

07.! (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLêCIA)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Assinale a alternativa que apresente local que n‹o Ž considerado como extens‹o
do territ—rio nacional para os efeitos penais.
a) aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em territ—rio estrangeiro, desde que o crime figure entre aqueles que,
por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir.
b) as aeronaves e as embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espa•o aŽreo correspondente ou em
alto-mar.
c) as embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica, onde quer que
se encontrem.
d) aeronaves ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
e) as embarca•›es e aeronaves brasileiras, a servi•o do governo brasileiro, onde
quer que se encontrem.

08.! (FGV - 2008 - TCM-RJ Ð PROCURADOR)


A respeito do tema da retroatividade da lei penal, assinale a afirmativa correta.
a) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente n‹o se aplica
aos fatos praticados durante a vig•ncia de uma lei tempor‡ria.
b) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente aplica-se aos
fatos anteriores, com exce•‹o daqueles que j‡ tiverem sido objeto de senten•a
condenat—ria transitada em julgado.
c) A lei penal mais gravosa pode retroagir, aplicando-se a fatos praticados
anteriormente ˆ sua vig•ncia, desde que trate de crimes hediondos, tortura ou
tr‡fico de drogas, como expressamente ressalvado na Constitui•‹o.
d) Quando um fato Ž praticado na vig•ncia de uma determinada lei e ocorre uma
mudan•a que gera uma situa•‹o mais gravosa para o agente, ocorrer‡ a
ultratividade da lei penal mais favor‡vel, salvo se houver a edi•‹o de uma outra
lei ainda mais gravosa, situa•‹o em que prevalecer‡ a lei intermedi‡ria.
e) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar o agente n‹o se aplica
aos fatos praticados anteriormente, salvo se houver previs‹o expressa na pr—pria
lei nova.

09.! (FGV Ð 2014 Ð MPE-RJ Ð ESTçGIO)


Em rela•‹o ao tempo do crime, o C—digo Penal adotou:
a) a teoria da atividade, pela qual considera-se praticado o delito no momento da
conduta, ainda que distinto o momento do resultado, jur’dico ou natural’stico;
b) a teoria do resultado, pela qual considera-se praticado o delito no momento
da ocorr•ncia do resultado, jur’dico ou normativo;

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) a teoria da ubiquidade, pela qual considera-se cometido o delito tanto no
momento da conduta como no do resultado, dependendo do que for mais benŽfico
ao autor do fato;
d) a teoria do resultado normativo, pela qual considera-se cometido o crime no
momento da ocorr•ncia do resultado natural’stico;
e) duas teorias, a da atividade e a da territorialidade condicionada, dependendo
da natureza do crime cometido.

10.! (FGV Ð 2013 Ð TJ-AM Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


No tocante ˆ aplica•‹o da lei penal, assinale a afirmativa incorreta.
a) Lei penal extrativa Ž aquela que produz efeitos fora de seu per’odo de vig•ncia,
podendo ser ultrativa ou retroativa.
b) A abolitio criminis Ž causa de extin•‹o da punibilidade
c) A novativo legis in mellius Ž retroativa, salvo quando j‡ houve o tr‰nsito em
julgado da decis‹o condenat—ria respectiva.
d) Em se tratado de crime permanente, aplica-se a lei vigente no momento em
que cessou a perman•ncia, ainda que se trate de lei penal mais gravosa.
e) No caso de abolitio criminis, cessam os efeitos penais do fato praticado,
persistindo os civis.

11.! (FGV Ð 2013 Ð TJ-AM Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Com rela•‹o ˆ lei penal no espa•o, assinale a afirmativa incorreta.
a) A legisla•‹o penal brasileira adota o princ’pio da territorialidade absoluta.
b) Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados em aeronave pœblica
brasileira ainda que esteja em territ—rio estrangeiro.
c) As embaixadas estrangeiras n‹o s‹o consideradas territ—rio estrangeiro,
aplicando-se a lei brasileira nos crimes praticados no seu interior, salvo quando
o autor for agente diplom‡tico ou possua imunidade diplom‡tica.
d) S‹o princ’pios empregados para solucionar a regra da extraterritorialidade:
personalidade ou nacionalidade, domic’lio, defesa, justi•a universal,
representa•‹o ou da bandeira.
e) Para fins de Direito Penal, o conceito de territ—rio n‹o se restringe ˆ ‡rea
limitada pelas fronteiras brasileiras.

12.! (FCC Ð 2016 Ð ISS-TERESINA Ð AUDITOR-FISCAL)


A respeito da analogia, considere:
I. A analogia Ž uma forma de auto-integra•‹o da lei.
II. Pela analogia, aplica-se a um fato n‹o regulado expressamente pela norma
jur’dica um dispositivo que disciplina hip—tese semelhante.
III. O emprego da analogia para estabelecer san•›es criminais Ž admiss’vel no
Direito Penal.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
IV. A analogia n‹o pode ser aplicada contra texto expresso de lei.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II e IV.
c) I e II.
d) III e IV.
e) I e III.

13.! (FCC Ð 2016 Ð PREF. CAMPINAS-SP Ð PROCURADOR)


O c—digo penal brasileiro considera praticado o crime no lugar em que ocorreu a
a) a•‹o ou omiss‹o, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.
b) omiss‹o ou a•‹o dolosa, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.
c) a•‹o il’cita, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado esperado.
d) a•‹o ou omiss‹o culposa do agente, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu o resultado.
e) omiss‹o, no todo ou em parte, ainda que seja outro o momento do resultado.

14.! (FCC Ð 2015 Ð CNMP Ð ANALISTA)


Para fins da contagem do prazo no C—digo Penal,
a) o dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calend‡rio comum.
b) n‹o se computar‡ no prazo o dia do come•o, incluindo-se, porŽm, o do
vencimento.
c) o dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se as horas, os dias,
os meses e os anos.
d) n‹o se computar‡ no prazo o dia do crime, incluindo-se, porŽm, o do resultado.
e) o dia do come•o e do vencimento dever‹o estar expressamente previstos em
face do princ’pio da reserva legal.

15.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Rodrigo praticou no exterior crime sujeito ˆ lei brasileira e foi condenado a 1 ano
de reclus‹o no exterior e a 2 anos de reclus‹o no Brasil. Cumpriu a pena no
exterior e voltou ao Brasil, tendo sido preso em raz‹o do mandado de pris‹o
expedido pela justi•a brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no exterior
a) implicar‡ na transforma•‹o autom‡tica da pena imposta no Brasil em san•‹o
pecuni‡ria.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
b) ser‡ considerada circunst‰ncia atenuante e a pena fixada no Brasil ser‡ objeto
de nova dosimetria.
c) implicou exaurimento da san•‹o penal cab’vel e Rodrigo n‹o estar‡ sujeito ao
cumprimento da pena imposta no Brasil.
d) ser‡ descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo ter‡ que cumprir
mais 1 ano de reclus‹o.
e) Ž irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo dever‡ cumprir integralmente os 2
anos de reclus‹o impostos pela justi•a brasileira.

16.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-RJ Ð PROCURADOR)


No que concerne ˆ aplica•‹o da lei penal no espa•o, o princ’pio pelo qual se aplica
a lei do pa’s ao fato que atinge bem jur’dico nacional, sem nenhuma considera•‹o
a respeito do local onde o crime foi praticado ou da nacionalidade do agente,
denomina-se princ’pio
a) da nacionalidade.
b) da territorialidade.
c) de prote•‹o.
d) da compet•ncia universal.
e) de representa•‹o.

17.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð PROCURADOR)


A respeito da aplica•‹o da lei penal, considere:
I. Aplica-se a lei brasileira a crimes praticados a bordo de embarca•›es brasileiras
a servi•o do governo brasileiro que se encontrem ancorados em portos
estrangeiros.
II. A senten•a estrangeira pode ser executada no Brasil para obrigar o condenado
a reparar o dano independentemente de homologa•‹o.
III Consideram-se extens›es do territ—rio brasileiro as embarca•›es brasileiras
de propriedade privada em alto mar.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I
b) II
c) I e III
d) I e II
e) II e III.

18.! (FCC Ð 2015 Ð SEFAZ-PE Ð JULGADOR TRIBUTçRIO)


Acusado em processo que apurou o crime de lavagem de dinheiro em concurso
com o crime de organiza•‹o criminosa teve uma pena alt’ssima. Quando lhe

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
restava um ter•o para o cumprimento da pena, as modalidades criminosas
praticadas tiveram suas penas reduzidas na metade. Nesse caso, o agente
a) n‹o ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o da pena, haja vista
que a lei posterior que favore•a o agente ser‡ aplicada somente com os fatos
ocorridos posteriormente, acompanhando as normas do processo penal.
b) ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o de metade da pena restante
para o cumprimento, haja vista que a lei posterior que favore•a o agente ser‡
aplicada neste patamar proporcionalmente, diante dos fatos praticados
anteriormente.
c) ser‡ favorecido com o reconhecimento da possibilidade de indeniza•‹o pelo
Estado, diante da lei posterior, devendo cumprir integralmente sua pena em face
do tr‰nsito em julgado.
d) ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o da pena, haja vista que a
lei posterior que favore•a o agente ser‡ aplicada mesmo com os fatos praticados
anteriormente.
e) n‹o ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o da pena, haja vista
que a lei posterior que favore•a o agente ser‡ aplicada no caso de prever
expressamente o efeito retroativo.

19.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Rodrigo praticou no exterior crime sujeito ˆ lei brasileira e foi condenado a 1 ano
de reclus‹o no exterior e a 2 anos de reclus‹o no Brasil. Cumpriu a pena no
exterior e voltou ao Brasil, tendo sido preso em raz‹o do mandado de pris‹o
expedido pela justi•a brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no exterior
a) implicar‡ na transforma•‹o autom‡tica da pena imposta no Brasil em san•‹o
pecuni‡ria.
b) ser‡ considerada circunst‰ncia atenuante e a pena fixada no Brasil ser‡ objeto
de nova dosimetria.
c) implicou exaurimento da san•‹o penal cab’vel e Rodrigo n‹o estar‡ sujeito ao
cumprimento da pena imposta no Brasil.
d) ser‡ descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo ter‡ que cumprir
mais 1 ano de reclus‹o.
e) Ž irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo dever‡ cumprir integralmente os 2
anos de reclus‹o impostos pela justi•a brasileira.

20.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Embora cometidos no estrangeiro, NÌO ficam sujeitos ˆ lei brasileira os crimes
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica.
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado,
de Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, de sociedade de economia mista,
autarquia ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico.
c) contra a Administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
e) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e ainda que a’ n‹o sejam
julgados

21.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Com rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei penal, Ž INCORRETO afirmar:
a) N‹o h‡ crime sem lei anterior que o defina. N‹o h‡ pena sem prŽvia comina•‹o
legal.
b) A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado
durante sua vig•ncia.
c) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de considerar crime, se j‡
houver senten•a penal definitiva.
d) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas.
e) Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o, ainda que
outro seja o momento de seu resultado.

22.! (FCC Ð 2006 Ð TRE-AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA


JUDICIçRIA)
Considerando os princ’pios que regulam a aplica•‹o da lei penal no tempo, pode-
se afirmar que
A) n‹o se aplica a lei nova, mesmo que favore•a o agente de outra forma, caso
se esteja procedendo ˆ execu•‹o da senten•a, em raz‹o da imutabilidade da
coisa julgada.
B) pela abolitio criminis se fazem desaparecer o delito e todos os seus reflexos
penais, permanecendo apenas os civis.
C) em regra, nas chamadas leis penais em branco com car‡ter excepcional ou
tempor‡rio, revogada ou alterada a norma complementar, desaparecer‡ o crime.
D) a lei excepcional ou tempor‡ria embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, n‹o se aplica ao fato
praticado durante a sua vig•ncia.
E) permanecendo na lei nova a defini•‹o do crime, mas aumentadas suas
consequ•ncias penais, esta norma ser‡ aplicada ao autor do fato.

23.! (FCC Ð 2010 Ð TCE/RO Ð Procurador)


No tocante ˆ aplica•‹o da lei penal,
A) a lei brasileira adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar do crime.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
B) a lei penal mais grave n‹o se aplica ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vig•ncia Ž anterior ˆ cessa•‹o da continuidade ou da
perman•ncia, segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal.
C) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime.
D) o dia do fim inclui-se no c™mputo do prazo, contando- se os meses e anos
pelo calend‡rio comum, desprezados os dias.
E) compete ao ju’zo da causa a aplica•‹o da lei mais benigna, ainda que
transitada em julgado a senten•a condenat—ria, segundo entendimento sumulado
do Superior Tribunal de Justi•a.

24.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-RS Ð DEFENSOR PòBLICO)


Sobre o tempo e o lugar do crime, o C—digo Penal para estabelecer
a) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade, e, para
estabelecer o lugar do crime, a teoria da a•‹o.
b) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da a•‹o.
c) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria do resultado.
d) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade.
e) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da a•‹o, e, para estabelecer
o lugar do crime, a teoria da ubiquidade.

25.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-PB Ð DEFENSOR PòBLICO)


A senten•a criminal condenat—ria estrangeira Ž eficaz no direito brasileiro
a) inclusive para fins de reincid•ncia.
b) somente para sujeitar o agente ˆ medida de seguran•a.
c) somente para sujeitar o agente ˆ repara•‹o do dano, ˆ restitui•‹o e outros
efeitos civis.
d) somente nos casos expressos de extraterritorialidade incondicionada da lei
estrangeira.
e) somente quando se tratar de crime executado no Brasil, cujo resultado se
produziu no estrangeiro.
26.! (FCC Ð 2013 Ð ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB Ð PROCURADOR)
No direito brasileiro, o lugar do crime define-se pela teoria
a) da equidist‰ncia.
b) do efeito intermŽdio.
c) da ubiquidade.
d) monista.
e) vicariante.

27.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A respeito da aplica•‹o da lei penal quanto ao tempo, considera- se praticado o
crime no momento
a) da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
b) em que o agente der in’cio aos atos preparat—rios, ainda que n‹o tenha
ocorrido a•‹o ou omiss‹o.
c) em que ocorrer o resultado, ainda que seja outro o momento da a•‹o ou
omiss‹o.
d) do exaurimento da conduta delituosa, ainda que seja outro o momento da
a•‹o ou omiss‹o.
e) em que o agente concluir os atos preparat—rios, ainda que n‹o tenha ocorrido
a•‹o ou omiss‹o.

28.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)


A respeito da aplica•‹o da lei penal, no que concerne ˆ contagem dos prazos, de
acordo com o C—digo Penal, Ž correto afirmar que
a) o dia do come•o n‹o se inclui no c™mputo do prazo, mas inclui-se fra•‹o deste.
b) o dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo, mas n‹o se inclui fra•‹o deste.
c) o dia do come•o ou fra•‹o deste n‹o se inclui no c™mputo do prazo.
d) o dia do come•o ou fra•‹o deste inclui-se no c™mputo do prazo.
e) os prazos em meses s‹o contados pelo nœmero real de dias e n‹o pelo
calend‡rio comum.

29.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð TƒCNICO)


Disp›e o artigo 1o do C—digo Penal: "N‹o h‡ crime sem lei anterior que o defina.
N‹o h‡ pena sem prŽvia comina•‹o legal".
Tal dispositivo legal consagra o princ’pio da
a) ampla defesa.
b) legalidade.
c) presun•‹o de inoc•ncia.
d) dignidade.
e) isonomia.

30.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð TƒCNICO)


Em matŽria penal, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores,
a) desde que o representante do MinistŽrio Pœblico n‹o tenha apresentado a
denœncia.
b) desde que a autoridade policial ainda n‹o tenha instaurado inquŽrito policial a
respeito.
c) ainda que decididos por senten•a condenat—ria transitada em julgado.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) desde que ainda n‹o tenha sido recebida a denœncia apresentada pelo
MinistŽrio Pœblico.
e) desde que a senten•a condenat—ria ainda n‹o tenha transitado em julgado.

31.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð TƒCNICO)


No que tange ˆ aplica•‹o da lei penal, considere:
I. crime cometido no estrangeiro contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡
a seu servi•o;
II. crime de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
III. crime cometido no estrangeiro por brasileiro, que n‹o Ž pun’vel no pa’s em
que foi praticado.
Dentre os crimes acima, ficam sujeitos ˆ lei brasileira os indicados APENAS em
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.

32.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð TƒCNICO)


ƒ certo que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
a) embarca•›es mercantes brasileiras que estejam em mar territorial estrangeiro.
b) embarca•›es mercantes brasileiras que estejam em porto estrangeiro.
c) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espa•o aŽreo estrangeiro.
d) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto
estrangeiro.
e) embarca•‹o estrangeira de propriedade privada que esteja em mar territorial
brasileiro.

33.! (FCC Ð 2010 Ð SEFIN/RO Ð AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS)


Aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos a bordo de
I. embarca•›es brasileiras de propriedade privada que estejam em mar territorial
estrangeiro.
II. aeronaves brasileiras a servi•o do governo brasileiro que estejam em espa•o
aŽreo estrangeiro.
III. embarca•›es estrangeiras de propriedade privada que estejam em mar
territorial brasileiro.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 62 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) II.
d) II e III.
e) III.

34.! (FCC Ð 2013 Ð TRT 6 Ð JUIZ DO TRBALAHO)


No tocante ˆ aplica•‹o da lei penal, correto afirmar que:
a) o dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo.
b) a lei penal excepcional ou tempor‡ria n‹o se aplica ao fato praticado durante
a sua vig•ncia, se decorrido o per’odo de sua dura•‹o ou cessadas as
circunst‰ncias que a determinaram.
c) se considera praticado o crime no momento do resultado.
d) as regras gerais do C—digo Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, ainda que esta disponha de modo diverso.
e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, desde que n‹o decididos por senten•a condenat—ria transitada em
julgado.

35.! (FCC Ð 2013 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


JosŽ foi processado e condenado por crime previsto em lei vigente ˆ Žpoca do
fato delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis: a primeira reduziu
a pena prevista para o delito; a segunda o aboliu. Nesse caso, em rela•‹o ˆ
condena•‹o imposta a JosŽ, se a senten•a j‡ tiver transitado em julgado,
a) as duas leis novas retroagem.
b) apenas a lei que aboliu o delito retroage.
c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage.
d) as duas leis novas n‹o retroagem.
e) as duas leis s— retroagem se contiverem norma expressa prevendo a aplica•‹o
a casos pretŽritos.

36.! (FCC Ð 2014 Ð CåMARA MUNICIPAL/SP Ð PROCURADOR)


Pode caracterizar situa•‹o de extraterritorialidade condicionada da lei penal
brasileira sua aplica•‹o aos crimes
a) cometidos em embarca•›es privadas brasileiras, quando navegando em alto-
mar.
b) cometidos em embarca•›es privadas brasileiras, quando navegando em
territ—rio estrangeiro.
c) cometidos contra o patrim™nio da Marinha do Brasil, quando navegando em
alto-mar.
d) de genoc’dio, cometidos em quaisquer embarca•›es, navegando em alto-mar
ou em territ—rio estrangeiro, desde que o agente seja brasileiro ou domiciliado no
Brasil.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 63 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
e) cometidos em embarca•›es pœblicas brasileiras, quando navegando em
territ—rio estrangeiro.

37.! (VUNESP Ð 2017 Ð CRBIO-1¡REGIÌO Ð ADVOGADO - ADAPTADA)


De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, fica sujeito ˆ lei brasileira, embora
praticado no estrangeiro, o crime contra o patrim™nio dos munic’pios. O agente
ser‡ punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido no estrangeiro.

38.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð


ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que se considera
praticado o crime no momento do resultado.

39.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð


ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que a lei posterior, que
de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, salvo se
decididos por senten•a condenat—ria transitada em julgado.

40.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð


ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que o dia do come•o
deve ser exclu’do no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos
pelo calend‡rio comum.

41.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE ALUMêNIO-SP Ð PROCURADOR)


Um brasileiro, Jo‹o, que reside em Buenos Aires, Argentina, decide matar um
desafeto, JosŽ, que reside na cidade de Alum’nio, SP, Brasil. Jo‹o, em sua
resid•ncia, fabrica uma Òcarta-bombaÓ, no dia 10, e, no mesmo dia, posta o
objeto em uma unidade dos correios de Buenos Aires, com destino a Alum’nio. O
artefato Ž recebido por JosŽ, em Alum’nio, no dia 20. No dia 25 Ž aberto, explode
e mata JosŽ. Com rela•‹o ˆ aplica•‹o da Lei Penal, e de acordo com os arts. 4¼
e 6¼ do CP, assinale a alternativa que traz, respectivamente, o dia do crime e o
local em que ele foi praticado.
a) 10; apenas Buenos Aires.
b) 10; Buenos Aires ou Alum’nio.
c) 20; apenas Alum’nio.
d) 25; apenas Alum’nio.
e) 25; Buenos Aires ou Alum’nio.

42.! (VUNESP Ð 2016 Ð CåMARA DE MARêLIA-SP Ð PROCURADOR)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Aplica-se a lei penal brasileira ao crime cometido no territ—rio nacional. O art. 5¡
do CP estende a aplica•‹o da lei penal brasileira para fato cometido em
a) embarca•‹o privada brasileira atracada em portos estrangeiros.
b) embarca•‹o estrangeira de propriedade privada navegando no mar territorial
do Brasil.
c) aeronave privada brasileira pousada em aeroportos estrangeiros, desde que o
pa’s respectivo tenha acordo de extradi•‹o com o Brasil.
d) sede de embaixada ou unidade consular do Brasil no estrangeiro.
e) resid•ncia do embaixador brasileiro em pa’s estrangeiro que fa•a parte do
Mercosul.

43.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE SERTÌOZINHO-SP Ð PROCURADOR)


Rosa Margarida, apaixonada por Carlos Flores, imaginando que se os dois
convivessem por alguns dias, ele poderia se apaixonar, resolveu sequestr‡-lo.
Sendo assim, o privou da sua liberdade e o levou para sua casa. Enquanto Carlos
era mantido em cativeiro por Rosa, nova lei entrou em vigor, agravando a pena
do crime de sequestro.
Sobre a possibilidade de aplica•‹o da nova lei, mais severa, ao caso exposto,
assinale a alternativa correta.
a) N‹o se aplica, tendo em vista a irretroatividade da lei penal mais severa.
b) ƒ aplic‡vel, pois entrou em vigor antes de cessar a perman•ncia.
c) N‹o se aplica, tendo em vista o princ’pio da preval•ncia do interesse do rŽu.
d) ƒ aplic‡vel, pois se trata de crime material e nesses casos deve ser aplicada a
teoria da ubiquidade.
e) N‹o de aplica, pois de acordo com a teoria da atividade, a lei a ser aplicada
deve ser aquela em vigor no momento do crime.

44.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE POç-SP Ð PROCURADOR)


Considera-se praticado o crime no momento
a) do resultado.
b) em que o agente inicia os atos preparat—rios.
c) em que o agente cogita e planeja a pr‡tica criminosa.
d) da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
e) da a•‹o ou omiss‹o, bem como no momento em que se produziu o resultado.

45.! (VUNESP Ð 2015 Ð CAMARA DE ITATIBA/SP Ð ADVOGADO)


Acerca da aplica•‹o da lei penal, assinale a alternativa correta.
(A) A lei excepcional ou tempor‡ria aplica-se ao fato praticado durante sua
vig•ncia, ainda que decorrido o per’odo de sua dura•‹o ou cessadas as
circunst‰ncias que a determinaram.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 65 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(B) A lei posterior, que de alguma forma favorecer o agente, ser‡ aplicada aos
fatos anteriores, desde que n‹o decididos por senten•a condenat—ria transitada
em julgado.
(C) Considera-se praticado o crime no momento do resultado.
(D) Um crime praticado contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica,
se cometido no estrangeiro, ficar‡ sujeito ˆ legisla•‹o do pa’s em que tenha
ocorrido.
(E) Ao crime cometido no territ—rio nacional aplica-se a lei brasileira, sem
possibilidade de aplica•‹o de qualquer tratado ou regra de direito internacional.

46.! (VUNESP Ð 2015 Ð CAMARA DE ITATIBA/SP Ð ADVOGADO)


De acordo com o C—digo Penal,
(A) considera-se lugar do crime aquele em que o resultado se produziu.
(B) no c™mputo do prazo, n‹o se inclui o dia do come•o, mas sim o do
vencimento.
(C) aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de embarca•›es
estrangeiras, de propriedade privada, que estejam em porto ou mar territorial do
Brasil.
(D) a senten•a estrangeira n‹o pode ser homologada no Brasil para obrigar o
condenado ˆ repara•‹o do dano.
(E) em se tratando de pena cumprida no estrangeiro pelo mesmo crime, caso
sejam diferentes as penas impostas, aquela cumprida no estrangeiro n‹o
atenuar‡ a imposta no Brasil.

47.! (VUNESP Ð 2015 Ð CåMARA DE SÌO JOSƒ DO RIO PRETO/SP Ð


ADVOGADO)
A respeito da aplica•‹o da lei penal, pode-se afirmar que
(A) o princ’pio da retroatividade determina que os efeitos benŽficos e favor‡veis
de uma lei penal retroajam ilimitada e indiscriminadamente apenas para os fatos
praticados a partir da sua vig•ncia.
(B) a abolitio criminis, por ser benŽfica ao acusado, pode ser institu’da tanto por
lei como por medida provis—ria.
(C) as leis tempor‡rias e excepcionais representam exce•‹o ˆ regra da aplica•‹o
da lei mais benŽfica ao acusado, pois sempre ser‹o aplicadas aos fatos praticados
durante suas vig•ncias.
(D) o princ’pio da nacionalidade ou personalidade garante ao agente a aplica•‹o
da lei penal do pa’s em que ele cometeu o crime, pouco importando a lei vigente
do seu pa’s de origem.
(E) a imunidade dos agentes diplom‡ticos impede o processo, a pris‹o ou
deten•‹o do agente, n‹o abrangendo o dever de depor como testemunha.

48.! (VUNESP Ð 2015 Ð MPE/SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 66 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Sobre a aplica•‹o da lei penal, Ž correto afirmar que
(A) em rela•‹o ao tempo do crime, o C—digo Penal, no artigo 4o, adotou a teoria
da ubiquidade.
(B) para os crimes permanentes, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa,
pois Ž considerado tempo do crime todo o per’odo em que se desenvolver a
atividade criminosa.
(C) em rela•‹o ao lugar do crime, o C—digo Penal, no artigo 6o, adotou a teoria
da atividade.
(D) a nova lei, que deixa de considerar criminoso determinado fato, cessa, em
favor do agente, todos os efeitos penais e civis.
(E) o princ’pio da retroatividade da lei penal mais benŽfica Ž absoluto, previsto
constitucionalmente, sobrepondo-se atŽ mesmo ˆ ultratividade das leis
excepcionais ou tempor‡rias.

49.! (VUNESP Ð 2015 Ð CåMARA DE CAIEIRAS/SP Ð ASSESSOR)


De acordo com a teoria da aplica•‹o da lei penal, pode-se afirmar:
(A) A lei penal, em raz‹o das suas consequ•ncias, n‹o retroage.
(B) A analogia, uma das fontes do direito, Ž vetada, no direito penal, em raz‹o
do princ’pio da legalidade.
(C) Considera-se o crime praticado no momento do resultado, e n‹o da a•‹o ou
omiss‹o (artigo 4o, CP).
(D) Considera-se o crime praticado no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
(E) No Brasil, os efeitos da lei penal n‹o podem ultrapassar seus limites
territoriais para regular fatos ocorridos alŽm da sua soberania.

50.! (VUNESP Ð 2015 Ð PREF. ARUJA/SP Ð ASSISTENTE JURêDICO)


Renato Reis, brasileiro a servi•o do Consulado-Geral do Brasil em Toronto, no
Canad‡, foi surpreendido desviando verbas do —rg‹o para sua conta corrente,
naquele pa’s. Levando em conta o princ’pio da extraterritorialidade, previsto na
parte geral do C—digo Penal, Ž correto afirmar que
(A) a lei canadense ser‡ aplicada se o autor do crime for absolvido pela justi•a
do Brasil.
(B) a lei brasileira ser‡ aplicada se n‹o foi pedida ou foi negada a extradi•‹o do
autor do crime.
(C) o crime sujeita-se ˆ lei brasileira por ter sido praticado contra a Administra•‹o
Pœblica.
(D) o agente ser‡ punido pela lei brasileira se houver requisi•‹o do Ministro da
Justi•a.
(E) o crime sujeita-se ˆ lei canadense por ter sido praticado naquele territ—rio,
excluindo-se a lei brasileira.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 67 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

51.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


O indiv’duo B provocou aborto com o consentimento da gestante, em 01 de
fevereiro de 2010, e foi condenado, em 20 de fevereiro de 2013, pela pr‡tica de
tal crime ˆ pena de oito anos de reclus‹o. A condena•‹o j‡ transitou em julgado.
Na hip—tese do crime de aborto, com o consentimento da gestante, deixar de ser
considerado crime por for•a de uma lei que passe a vigorar a partir de 02 de
fevereiro de 2015, assinale a alternativa correta no tocante ˆ consequ•ncia dessa
nova lei ˆ condena•‹o imposta ao indiv’duo B.
(A) A nova lei s— ir‡ gerar algum efeito sobre a condena•‹o do indiv’duo B se
prever expressamente que se aplica a fatos anteriores.
(B) A nova lei ser‡ aplicada para os fatos praticados pelo indiv’duo B, contudo s—
far‡ cessar a execu•‹o persistindo os efeitos penais da senten•a condenat—ria,
tendo em vista que esta j‡ havia transitado em julgado.
(C) N‹o haver‡ consequ•ncia ˆ condena•‹o imposta ao indiv’duo B visto que j‡
houve o tr‰nsito em julgado da condena•‹o.
(D) A nova lei s— seria aplicada para os fatos praticados pelo indiv’duo B se a sua
entrada em vig•ncia ocorresse antes de 01 de fevereiro de 2015.
(E) A nova lei ser‡ aplicada para os fatos praticados pelo indiv’duo B, cessando
em virtude dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a condenat—ria.

52.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


No que diz respeito ˆ contagem de prazo no C—digo Penal, assinale a alternativa
correta.
(A) O dia do come•o Ž irrelevante no c™mputo do prazo.
(B) O dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo.
(C) O dia do come•o exclui-se no c™mputo do prazo.
(D) Inicia-se o c™mputo do prazo dois dias ap—s o dia do come•o.
(E) O dia do come•o exclui-se no c™mputo do prazo nas hip—teses de crime contra
a vida.

53.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Em virtude da seca que assola o pa’s, considere a hip—tese em que seja
promulgada uma Lei Federal ordin‡ria que estabele•a como crime o desperd’cio
doloso ou culposo de ‡gua tratada, no per’odo compreendido entre 01 de
novembro de 2014 e 01 de mar•o de 2015. Em virtude do encerramento da
estiagem e volta ˆ normalidade, n‹o houve necessidade de edi•‹o de nova lei ou
altera•‹o no prazo estabelecido na citada legisla•‹o. Nessa hip—tese, o indiv’duo
A que em 02 de mar•o de 2015 estiver sendo acusado em um processo criminal
por ter praticado o referido crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ, durante o
per’odo de vig•ncia da lei,

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 68 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(A) s— poder‡ ser punido pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ se houver
nova edi•‹o da lei no pr—ximo per’odo de seca.
(B) poder‡ ser condenado pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ, no
entanto esta condena•‹o n‹o poder‡ ser executada.
(C) poder‡ ser condenado pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ ainda que
o per’odo indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado.
(D) n‹o poder‡ ser punido pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ.
(E) s— poder‡ ser punido pelo crime de Òdesobedi•nciaÓ em virtude de n‹o mais
subsistir o crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ.

54.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Nos termos do C—digo Penal e em rela•‹o ˆ territorialidade, Ž correto afirmar
que, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de direito internacional, ao
crime cometido a bordo de aeronaves ou embarca•›es estrangeiras de
propriedade privada
(A) ser‡ aplicada a lei brasileira se as aeronaves estiverem em pouso no territ—rio
nacional ou em voo no espa•o aŽreo correspondente, e as embarca•›es estiverem
em porto ou mar territorial do Brasil.
(B) ser‡ aplicada a lei brasileira se as embarca•›es estiverem em porto brasileiro,
mas Ž vedada a aplica•‹o da lei brasileira se as embarca•›es estiverem em mar
territorial do Brasil.
(C) n‹o se aplica a lei brasileira ao crime cometido a bordo de aeronaves ou
embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, ainda que aquelas estejam
em pouso no territ—rio nacional ou em voo no espa•o aŽreo correspondente, e
estas em porto ou mar territorial do Brasil.
(D) ser‡ aplicada a lei brasileira se as aeronaves estiverem em pouso no territ—rio
nacional, sendo vedada a aplica•‹o da lei brasileira se as aeronaves estiverem
em voo no espa•o aŽreo correspondente.
(E) Ž vedada a aplica•‹o da lei brasileira se as aeronaves estiverem em voo no
espa•o aŽreo correspondente e se as embarca•›es estiverem em mar territorial
do Brasil.

55.! (VUNESP Ð 2014 Ð TJ-PA Ð AUXILIAR JUDICIçRIO)


ƒ correto afirmar que a pena cumprida no estrangeiro
a) n‹o Ž nela computada, quando de natureza id•ntica.
b) n‹o produz qualquer efeito, para os fins de atenua•‹o ou de agrava•‹o de
penas no Brasil pelo mesmo crime.
c) agrava a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza
id•ntica.
d) atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza
diversa.
e) Ž nela computada, quando de natureza diversa.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 69 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

56.! (VUNESP Ð 2014 Ð CåMARA DE SÌO JOSƒ DOS CAMPOS Ð


ADVOGADO)
Para os efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio nacional, nos
termos do quanto determina o art. 5.¼, ¤1.¼ do CP, as embarca•›es e aeronaves
brasileiras, de natureza pœblica ou a servi•o do governo brasileiro onde quer que
se encontrem, bem como
a) as aeronaves oficiais de chefes de Estado estrangeiro que estejam pousadas
em solo nacional.
b) as aeronaves e as embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espa•o aŽreo correspondente ou em
alto-mar.
c) as ‡reas de embaixadas e consulados brasileiros, alŽm das resid•ncias
particulares de diplomatas instalados em pa’ses que mant•m rela•›es de amizade
com o Brasil.
d) as embarca•›es e aeronaves de guerra estrangeiras, desde que estacionadas
em nosso mar territorial ou desde que sobrevoando o espa•o aŽreo
correspondente ao territ—rio nacional.
e) as embarca•›es mercantes e de propriedade privada, seja qual for sua
bandeira, desde que estejam estacionadas ou em tr‰nsito em ‡rea de mar
internacional pr—xima ao mar territorial do Brasil.

57.! (VUNESP Ð 2014 Ð CåMARA DE SÌO JOSƒ DOS CAMPOS Ð


ADVOGADO)
De acordo com o art. 8.¼ do CP, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena
imposta no Brasil, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas,
desde que as penas digam respeito
a) ao mesmo crime.
b) a crimes da mesma espŽcie.
c) a condena•›es n‹o transitadas em julgado.
d) a crimes que n‹o sejam classificados como atentat—rios ˆ dignidade da pessoa
humana.
e) a crimes que n‹o estejam inseridos no rol daqueles que, por conven•‹o ou
tratado internacional, o Brasil tenha se obrigado a combater.

58.! (VUNESP Ð 2014 Ð SAAE-SP Ð PROCURADOR JURêDICO)


Durante o regular curso de processo penal, passa a vigorar lei nova, que deixa
de considerar o fato imputado na denœn-cia como criminoso. Nessa hip—tese,
deve o juiz
a) absolver o acusado.
b) decretar a prescri•‹o e arquivar o processo.
c) decretar a extin•‹o da punibilidade do acusado.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 70 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) encaminhar os autos ao MinistŽrio Pœblico, a fim de que adite a denœncia.
e) determinar o normal prosseguimento do processo, uma vez que o fato foi
cometido sob a Žgide da lei antiga.

59.! (VUNESP Ð 2011 Ð TJ-RJ Ð JUIZ)


Pedro Ž sequestrado e os agentes exigem dinheiro de familiares dele como pre•o
do resgate. Enquanto Pedro est‡ privado da sua liberdade, Ž promulgada lei
aumentando a pena cominada ao crime de extors‹o mediante sequestro, previsto
no art. 159, do C—digo Penal. Os agentes s‹o presos em flagrante, e Pedro,
libertado pela pol’cia, mas somente ap—s a entrada em vigor da altera•‹o
legislativa. A pena a ser imposta aos agentes do sequestro, neste caso, ser‡:
a) a pena anteriormente prevista, pelo princ’pio da ultratividade da lei penal
benŽfica.
b) a pena anteriormente prevista, pois a extors‹o mediante sequestro Ž crime
instant‰neo de efeitos permanentes.
c) a pena prevista pela nova legisla•‹o, pelo princ’pio da retroatividade da lei
penal.
d) a pena prevista pela nova legisla•‹o, pois a extors‹o mediante sequestro Ž
crime permanente.

60.! (VUNESP Ð 2011 Ð TJ-SP Ð TITULAR NOTARIAL)


Assinale a alternativa que indica hip—tese de n‹o aplica•‹o da lei penal brasileira.
a) Crime praticado em navio de cruzeiro italiano, navegando em mar territorial
brasileiro.
b) Crime praticado em navio de guerra brasileiro, navegando no mar territorial
australiano.
c) Crime praticado em lancha de recreio brasileira no mar territorial uruguaio.
d) Falsifica•‹o de Reais (artigo 289 do C—digo Penal) praticada na China.

61.! (VUNESP Ð 2010 Ð MPE-SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


Considere que um indiv’duo, de nacionalidade chilena, em territ—rio argentino,
contamine a ‡gua pot‡vel que ser‡ utilizada para distribui•‹o no Brasil e
Paraguai. Considere, ainda, que neste œltimo pa’s, em raz‹o da contamina•‹o,
ocorre a morte de um cidad‹o paraguaio, sendo que no Brasil Ž vitimado, apenas,
um equatoriano.
De acordo com a regra do art. 6.¼, do nosso C—digo Penal ("lugar do crime"),
considera-se o crime praticado
a) na Argentina, apenas.
b) no Brasil e no Paraguai, apenas.
c) no Chile e na Argentina, apenas.
d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 71 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador.

62.! (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


A norma inserida no art. 7.¼, inciso II, al’nea "b", do C—digo Penal - Ficam sujeitos
ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...) os crimes (...) praticados
por brasileiro - encerra o princ’pio
a) da universalidade ou da justi•a mundial.
b) da territorialidade.
c) da nacionalidade ou da personalidade ativa.
d) real, de defesa ou da prote•‹o de interesses.

63.! (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


O C—digo Penal Brasileiro, em seu art. 6.¼, como lugar do crime, adota a teoria
a) da atividade ou da a•‹o.
b) do resultado ou do evento.
c) da a•‹o ou do efeito.
d) da ubiquidade.

64.! (VUNESP Ð 2007 Ð OAB-SP Ð EXAME DE ORDEM)


O C—digo Penal brasileiro,
a) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqŸidade.
b) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria da atividade ou da a•‹o.
c) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqŸidade.
d) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria do resultado.

8! EXERCêCIOS COMENTADOS

01.! (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - PRIMEIRA


FASE (OUT/2011)
Acerca da aplica•‹o da lei penal no tempo e no espa•o, assinale a
alternativa correta.
A) Se um funcion‡rio pœblico a servi•o do Brasil na It‡lia praticar,
naquele pa’s, crime de corrup•‹o passiva (art. 317 do C—digo Penal),
ficar‡ sujeito ˆ lei penal brasileira em face do princ’pio da
extraterritorialidade.
B) O ordenamento jur’dico-penal brasileiro prev• a combina•‹o de leis
sucessivas sempre que a fus‹o puder beneficiar o rŽu.
C) Na ocorr•ncia de sucess‹o de leis penais no tempo, n‹o ser‡ poss’vel
a aplica•‹o da lei penal intermedi‡ria mesmo se ela configurar a lei mais
favor‡vel.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 72 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
D) As leis penais tempor‡rias e excepcionais s‹o dotadas de ultra-
atividade. Por tal motivo, s‹o aplic‡veis a qualquer delito, desde que
seus resultados tenham ocorrido durante sua vig•ncia.
COMENTçRIOS: Nos termos do art. 7¼, I, c do CP, os crimes praticados contra
a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o (hip—tese do crime de
corrup•‹o passiva), s‹o crimes abarcados pelo princ’pio da extraterritorialidade,
aplicando-se a lei brasileira a tais crimes, ainda que praticados no estrangeiro.
Desta forma, a letra A Ž correta. Vejamos:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)

As demais est‹o incorretas, eis que a jurisprud•ncia n‹o vem admitindo a


combina•‹o de leis penais, embora haja alguns julgados em sentido contr‡rio
(letra b). Na sucess‹o de diversas leis penais, aplicar-se-‡ sempre a lei mais
favor‡vel ao acusado, ainda que essa lei venha ser posteriormente revogada por
uma mais gravosa (lei intermedi‡ria mais benŽfica), estando a letra C errada
tambŽm. As leis penais tempor‡rias e excepcionais s‹o, de fato, dotadas de ultra
atividade, aplicando-se aos delitos COMETIDOS durante sua vig•ncia, ainda que
o resultado se d• posteriormente e ainda que ela venha a ser revogada, eis que
a revoga•‹o Ž inerente ˆ pr—pria natureza destas leis.
Portanto, a afirmativa CORRETA ƒ A LETRA A.

02.! (FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME UNIFICADO)


No ano de 2005, Pierre, jovem franc•s residente na Bulg‡ria, atentou
contra a vida do ent‹o presidente do Brasil que, na ocasi‹o, visitava o
referido pa’s. Devidamente processado, segundo as leis locais, Pierre foi
absolvido.
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta.
A) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como Pierre foi absolvido
no estrangeiro, n‹o ficou satisfeita uma das exig•ncias previstas ˆ
hip—tese de extraterritorialidade condicionada.
B) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hip—tese de
extraterritorialidade incondicionada, exigindo-se, apenas, que o fato n‹o
tenha sido alcan•ado por nenhuma causa extintiva de punibilidade no
estrangeiro.
C) ƒ aplic‡vel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hip—tese de
extraterritorialidade incondicionada, sendo irrelevante o fato de ter sido
o agente absolvido no estrangeiro.
D) N‹o Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, pois como o agente Ž estrangeiro
e a conduta foi praticada em territ—rio tambŽm estrangeiro, as

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 73 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
exig•ncias relativas ˆ extraterritorialidade condicionada n‹o foram
satisfeitas.
COMENTçRIOS: A quest‹o traz uma hip—tese de EXTRATERRITORIALIDADE
INCONDICIONADA da aplica•‹o da lei penal brasileira, pois se trata de atentado
ˆ vida do Presidente da Repœblica. Vejamos:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
Nesse caso, a lei penal brasileira Ž aplic‡vel AINDA que o agente tenha sido
absolvido ou condenado no exterior. Vejamos:
Art. 7¼ (...)
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

03.! (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII -


PRIMEIRA FASE)
Considere que determinado agente tenha em dep—sito, durante o per’odo
de um ano, 300 kg de coca’na. Considere tambŽm que, durante o referido
per’odo, tenha entrado em vigor uma nova lei elevando a pena relativa
ao crime de tr‡fico de entorpecentes. Sobre o caso sugerido, levando em
conta o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema,
assinale a afirmativa correta.
a) Deve ser aplicada a lei mais benŽfica ao agente, qual seja, aquela que
j‡ estava em vigor quando o agente passou a ter a droga em dep—sito.
b) Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que passou a
vigorar durante o per’odo em que o agente ainda estava com a droga em
dep—sito.
c) As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado Ž permitido fazer
a combina•‹o das leis sempre que essa atitude puder beneficiar o rŽu.
d) O magistrado poder‡ aplicar o critŽrio do caso concreto, perguntando
ao rŽu qual lei ele pretende que lhe seja aplicada por ser, no seu caso,
mais benŽfica
COMENTçRIOS: No caso em tela, temos um crime continuado, pois a execu•‹o
do delito se prolonga no tempo. Em se tratando de delitos continuados, a lei nova
Ž aplic‡vel desde que tenha entrada em vigor antes da cessa•‹o da continuidade
(ou seja, durante a execu•‹o do delito), ainda que seja mais gravosa ao agente,
nos termos da sœmula 711 do STF:
SòMULA N¼ 711
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGæNCIA ƒ ANTERIOR Ë CESSA‚ÌO DA CONTINUIDADE OU
DA PERMANæNCIA.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 74 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Vejam que n‹o se trata de retroatividade (o que seria vedado), mas de aplica•‹o
da lei vigente DURANTE a pr‡tica do crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

04.! (FGV - 2013 - TCE-BA - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


Com rela•‹o ao tempo e ao local do crime, analise as afirmativas a
seguir.
I. O tempo do crime, de acordo com o C—digo Penal, Ž definido pelo
momento em que o resultado ocorre. Tanto Ž assim, que a compet•ncia
territorial do magistrado leva em considera•‹o esse mesmo critŽrio.
II. A Teoria da Atividade foi utilizada pelo C—digo Penal para definir
o local do crime, tendo em vista que se considera local do crime apenas
aquele em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o.
III. Para efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio
nacional as embarca•›es e aeronaves brasileiras de natureza pœblica ou
a servi•o do governo brasileiro onde quer que se encontrem.
Assinale:
a) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se somente a afirmativa III estiver correta.
COMENTçRIOS:
I Ð ERRADA: O tempo do crime se define pelo momento da conduta, ou seja,
teoria da atividade, nos termos do art. 4¼ do CP.
II Ð ERRADA: A teoria que define o local do crime Ž a teoria da UBIQUIDADE, nos
termos do art. 6¼ do CP.
III Ð CORRETA: Esta Ž a previs‹o do art. 5¼, ¤1¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

05.! (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII - PRIMEIRA


FASE)
John, cidad‹o ingl•s, capit‹o de uma embarca•‹o particular de bandeira
americana, Ž assassinado por JosŽ, cidad‹o brasileiro, dentro do aludido
barco, que se encontrava atracado no Porto de Santos, no Estado de S‹o
Paulo.
Nesse contexto, Ž correto afirmar que a lei brasileira
a) n‹o Ž aplic‡vel, uma vez que a embarca•‹o Ž americana, devendo JosŽ
ser processado de acordo com a lei estadunidense.
b) Ž aplic‡vel, uma vez que a embarca•‹o estrangeira de propriedade
privada estava atracada em territ—rio nacional.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 75 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) Ž aplic‡vel, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em
territ—rio estrangeiro, foi praticado por brasileiro.
d) n‹o Ž aplic‡vel, uma vez que, de acordo com a Conven•‹o de
Viena, Ž compet•ncia do Tribunal Penal Internacional processar e
julgar os crimes praticados em embarca•‹o estrangeira atracada em
territ—rio de pa’s diverso.
COMENTçRIOS: No caso, a lei brasileira Ž aplic‡vel, por se tratar de crime
praticado em embarca•‹o atracada em porto brasileiro. Vejamos:
Territorialidade
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
(...)
¤ 2¼ - ƒ tambŽm aplic‡vel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso
no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo correspondente, e estas em porto
ou mar territorial do Brasil.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

06.! (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLêCIA)


Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialidade, analise
as afirmativas a seguir.
I. Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os
crimes contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o.
II. Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, os crimes praticados em aeronaves ou
embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando
em territ—rio estrangeiro ainda que julgados no estrangeiro.
III. Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os
crimes contra o patrim™nio da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de
Territ—rio ou de Munic’pio quando n‹o sejam julgados no estrangeiro.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTçRIOS:
I Ð CORRETA: Item correto, nos termos do art. 7¼, I, c do CP.
II Ð ERRADA: Neste caso, tais embarca•›es n‹o s‹o consideradas territ—rio
nacional por extens‹o. Assim, somente ser‡ aplicada a lei brasileira caso o delito
n‹o seja julgado no pa’s em que ocorreu o crime, nos termos do art. 7¼, II, c do
CP.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 76 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
III Ð ERRADA: Item errado, pois tais crimes, ainda quando cometidos no
estrangeiro, poder‹o ser julgados pela lei penal brasileira, ainda que j‡ tenham
sido julgados no estrangeiro, nos termos do art.7¼, I, b e ¤1¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

07.! (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLêCIA)


Assinale a alternativa que apresente local que n‹o Ž considerado como
extens‹o do territ—rio nacional para os efeitos penais.
a) aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro, desde que o crime figure entre
aqueles que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir.
b) as aeronaves e as embarca•›es brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espa•o aŽreo
correspondente ou em alto-mar.
c) as embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica, onde
quer que se encontrem.
d) aeronaves ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada,
achando-se aquelas em pouso no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o
aŽreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
e) as embarca•›es e aeronaves brasileiras, a servi•o do governo
brasileiro, onde quer que se encontrem.
COMENTçRIOS: O territ—rio nacional, real e por extens‹o, est‡ previsto no art.
5¼ do CP:
Territorialidade
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
¤ 1¼ - Para os efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio nacional as
embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica ou a servi•o do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarca•›es
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espa•o aŽreo correspondente ou em alto-mar. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
¤ 2¼ - ƒ tambŽm aplic‡vel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso
no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo correspondente, e estas em porto
ou mar territorial do Brasil.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Vemos, assim, que as aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro, n‹o s‹o consideradas
territ—rio brasileiro por extens‹o. A depender do crime, pode ser que seja aplicada
a lei brasileira, mas isso n‹o se dar‡ pelo princ’pio da territorialidade, e sim pelo
princ’pio da BANDEIRA.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

08.! (FGV - 2008 - TCM-RJ Ð PROCURADOR)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 77 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A respeito do tema da retroatividade da lei penal, assinale a afirmativa
correta.
a) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente n‹o se
aplica aos fatos praticados durante a vig•ncia de uma lei tempor‡ria.
b) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente aplica-
se aos fatos anteriores, com exce•‹o daqueles que j‡ tiverem sido objeto
de senten•a condenat—ria transitada em julgado.
c) A lei penal mais gravosa pode retroagir, aplicando-se a fatos
praticados anteriormente ˆ sua vig•ncia, desde que trate de crimes
hediondos, tortura ou tr‡fico de drogas, como expressamente ressalvado
na Constitui•‹o.
d) Quando um fato Ž praticado na vig•ncia de uma determinada lei e
ocorre uma mudan•a que gera uma situa•‹o mais gravosa para o agente,
ocorrer‡ a ultratividade da lei penal mais favor‡vel, salvo se houver a
edi•‹o de uma outra lei ainda mais gravosa, situa•‹o em que prevalecer‡
a lei intermedi‡ria.
e) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar o agente n‹o
se aplica aos fatos praticados anteriormente, salvo se houver previs‹o
expressa na pr—pria lei nova.
COMENTçRIOS: A Lei penal, em regra, n‹o retroage, ou seja, n‹o pode ser
aplicada a fatos praticados antes de sua vig•ncia.
Contudo, se a lei penal for mais favor‡vel ao agente, ela poder‡ retroagir, ou
seja, ser aplicada a fatos praticados antes de sua entrada em vigor.
Contudo, se os fatos foram praticados durante a vig•ncia de lei tempor‡ria, a
simples expira•‹o do prazo desta lei n‹o faz com que a nova regulamenta•‹o
penal (mais benŽfica, por natureza) seja aplic‡vel, pois temos aqui uma espŽcie
de lei penal excepcional.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

09.! (FGV Ð 2014 Ð MPE-RJ Ð ESTçGIO)


Em rela•‹o ao tempo do crime, o C—digo Penal adotou:
a) a teoria da atividade, pela qual considera-se praticado o delito no
momento da conduta, ainda que distinto o momento do resultado,
jur’dico ou natural’stico;
b) a teoria do resultado, pela qual considera-se praticado o delito no
momento da ocorr•ncia do resultado, jur’dico ou normativo;
c) a teoria da ubiquidade, pela qual considera-se cometido o delito tanto
no momento da conduta como no do resultado, dependendo do que for
mais benŽfico ao autor do fato;
d) a teoria do resultado normativo, pela qual considera-se cometido o
crime no momento da ocorr•ncia do resultado natural’stico;
e) duas teorias, a da atividade e a da territorialidade condicionada,
dependendo da natureza do crime cometido.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 78 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Em rela•‹o ao TEMPO do crime o CP adotou a teoria da
ATIVIDADE, ou seja, considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou
omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado, nos termos do art. 4¼ do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

10.! (FGV Ð 2013 Ð TJ-AM Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


No tocante ˆ aplica•‹o da lei penal, assinale a afirmativa incorreta.
a) Lei penal extrativa Ž aquela que produz efeitos fora de seu per’odo de
vig•ncia, podendo ser ultrativa ou retroativa.
b) A abolitio criminis Ž causa de extin•‹o da punibilidade
c) A novativo legis in mellius Ž retroativa, salvo quando j‡ houve o
tr‰nsito em julgado da decis‹o condenat—ria respectiva.
d) Em se tratado de crime permanente, aplica-se a lei vigente no
momento em que cessou a perman•ncia, ainda que se trate de lei penal
mais gravosa.
e) No caso de abolitio criminis, cessam os efeitos penais do fato
praticado, persistindo os civis.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: A extratividade Ž um g•nero, que comporta duas espŽcies:
retroatividade e ultratividade.
B) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 2¼ do CP, bem como nos termos
do art. 107, III do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois a novativo legis in mellius Ž retroativa AINDA
quando j‡ tenha havido o tr‰nsito em julgado da decis‹o condenat—ria respectiva,
nos termos do art. 2¼, ¤ œnico do CP.
D) CORRETA: Item correto, pois este Ž o entendimento sumulado do STF (sœmula
711 do STF).
E) CORRETA: Item correto, pois a abolitio criminis faz cessar apenas os efeitos
PENAIS do fato, nos termos do art. 2¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA C.

11.! (FGV Ð 2013 Ð TJ-AM Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Com rela•‹o ˆ lei penal no espa•o, assinale a afirmativa incorreta.
a) A legisla•‹o penal brasileira adota o princ’pio da territorialidade
absoluta.
b) Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados em aeronave
pœblica brasileira ainda que esteja em territ—rio estrangeiro.
c) As embaixadas estrangeiras n‹o s‹o consideradas territ—rio
estrangeiro, aplicando-se a lei brasileira nos crimes praticados no seu

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 79 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
interior, salvo quando o autor for agente diplom‡tico ou possua
imunidade diplom‡tica.
d) S‹o princ’pios empregados para solucionar a regra da
extraterritorialidade: personalidade ou nacionalidade, domic’lio, defesa,
justi•a universal, representa•‹o ou da bandeira.
e) Para fins de Direito Penal, o conceito de territ—rio n‹o se restringe ˆ
‡rea limitada pelas fronteiras brasileiras.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: A lei penal brasileira adota o princ’pio da territorialidade MITIGADA
ou temperada (pois admite exce•›es0, conforme entendimento doutrin‡rio.
B) CORRETA: Correta, trata-se de extens‹o do territ—rio nacional, nos termos do
art. 5¼, ¤1¼ do CP.
C) CORRETA: As embaixadas s‹o consideradas territ—rio do pa’s em que estejam
localizadas. As embaixadas de outros pa’ses que estejam sediadas no Brasil s‹o
consideradas como territ—rio BRASILEIRO. O que ocorre Ž que alguns delitos
praticados nestes locais podem n‹o estar sujeitos ˆ aplica•‹o da lei brasileira, em
raz‹o de tratados internacionais, como ocorre em rela•‹o aos crimes praticados
por agentes diplom‡ticos.
D) CORRETA: Item correto, conforme vimos na aula, segundo entendimento
doutrin‡rio.
E) CORRETA: Item correto, pois o territ—rio abrange ainda o mar territorial, o
espa•o aŽreo e o subsolo, alŽm do territ—rio por equipara•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA A.

12.! (FCC Ð 2016 Ð ISS-TERESINA Ð AUDITOR-FISCAL)


A respeito da analogia, considere:
I. A analogia Ž uma forma de auto-integra•‹o da lei.
II. Pela analogia, aplica-se a um fato n‹o regulado expressamente pela
norma jur’dica um dispositivo que disciplina hip—tese semelhante.
III. O emprego da analogia para estabelecer san•›es criminais Ž
admiss’vel no Direito Penal.
IV. A analogia n‹o pode ser aplicada contra texto expresso de lei.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II e IV.
c) I e II.
d) III e IV.
e) I e III.
COMENTçRIOS:
I Ð CORRETA: Item correto, pois a analogia Ž uma forma de integra•‹o da lei
penal, e Ž considerada Òauto-integra•‹oÓ porque se trata de integra•‹o da lei por

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 80 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
meio de outra lei (e n‹o por algo externo, como os costumes). II Ð CORRETA:
Item correto, pois na analogia, por n‹o haver norma que regulamente o caso, o
aplicador do Direito se vale de uma outra norma, semelhante, de forma a aplic‡-
la ao caso concreto, a fim de que este n‹o fique sem solu•‹o.
III Ð ERRADA: Item errado, pois isso seria o que se chama de analogia in malam
partem, que Ž vedada em Direito Penal.
IV Ð CORRETA: A analogia n‹o pode ser aplicada contra texto expresso de lei,
pois s— tem cabimento na hip—tese de AUSæNCIA de lei regulamentando a
situa•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

13.! (FCC Ð 2016 Ð PREF. CAMPINAS-SP Ð PROCURADOR)


O c—digo penal brasileiro considera praticado o crime no lugar em que
ocorreu a
a) a•‹o ou omiss‹o, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.
b) omiss‹o ou a•‹o dolosa, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado.
c) a•‹o il’cita, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado esperado.
d) a•‹o ou omiss‹o culposa do agente, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu o resultado.
e) omiss‹o, no todo ou em parte, ainda que seja outro o momento do
resultado.
COMENTçRIOS: Pela teoria adotada pelo CP, que Ž a teoria da UBIQUIDADE,
considera-se praticado o delito no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o
(conduta), no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado, nos termos do art. 6¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

14.! (FCC Ð 2015 Ð CNMP Ð ANALISTA)


Para fins da contagem do prazo no C—digo Penal,
a) o dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calend‡rio comum.
b) n‹o se computar‡ no prazo o dia do come•o, incluindo-se, porŽm, o
do vencimento.
c) o dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se as horas,
os dias, os meses e os anos.
d) n‹o se computar‡ no prazo o dia do crime, incluindo-se, porŽm, o do
resultado.
e) o dia do come•o e do vencimento dever‹o estar expressamente
previstos em face do princ’pio da reserva legal.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 81 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Em rela•‹o ˆ contagem dos prazos PENAIS (n‹o se trata,
portanto, de contagem dos prazos PROCESSUAIS), inclui-se o dia do come•o, ou
seja, a contagem do prazo n‹o come•a no dia œtil seguinte ao fato, come•ando a
fluir o prazo no pr—prio dia do fato que gera a contagem. AlŽm disso, contam-se
os dias, os meses e os anos pelo calend‡rio comum, nos termos do art. 10 do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

15.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Rodrigo praticou no exterior crime sujeito ˆ lei brasileira e foi condenado
a 1 ano de reclus‹o no exterior e a 2 anos de reclus‹o no Brasil. Cumpriu
a pena no exterior e voltou ao Brasil, tendo sido preso em raz‹o do
mandado de pris‹o expedido pela justi•a brasileira. Nesse caso, a pena
cumprida no exterior
a) implicar‡ na transforma•‹o autom‡tica da pena imposta no Brasil em
san•‹o pecuni‡ria.
b) ser‡ considerada circunst‰ncia atenuante e a pena fixada no Brasil
ser‡ objeto de nova dosimetria.
c) implicou exaurimento da san•‹o penal cab’vel e Rodrigo n‹o estar‡
sujeito ao cumprimento da pena imposta no Brasil.
d) ser‡ descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo ter‡ que
cumprir mais 1 ano de reclus‹o.
e) Ž irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo dever‡ cumprir
integralmente os 2 anos de reclus‹o impostos pela justi•a brasileira.
COMENTçRIOS: Quest‹o pol•mica! Isso porque falta uma informa•‹o
importante no enunciado da quest‹o. Caso estejamos diante de um crime
submetido ˆ extraterritorialidade incondicionada (art. 7¼, I do CP), a alternativa
correta ser‡ a letra D (gabarito dado pela Banca), eis que ser‡ aplic‡vel o art. 8¼
do CP:
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Isto ocorre porque, em se tratando de hip—tese de extraterritorialidade
incondicionada, ser‡ aplic‡vel a lei brasileira ainda que o agente tenha sido
absolvido ou condenado no estrangeiro (aplicando-se a detra•‹o do art. 8¼, caso
l‡ tenha cumprido pena).
Contudo, a quest‹o n‹o trouxe esta informa•‹o. Caso estejamos diante de uma
hip—tese de extraterritorialidade CONDICIONADA, prevista no art. 7¼, II do CP
(tambŽm h‡ aplica•‹o da lei brasileira, mas h‡ alguns outros requisitos), a
alternativa correta ser‡ a letra C, pois o agente n‹o poderia cumprir pena
novamente no Brasil, nos termos do art. 7¼, ¤2¼, ÒdÓ do CP.
Assim, a pesar de o Gabarito ser letra D, entendo que a quest‹o merecia
ser ANULADA.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 82 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
16.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-RJ Ð PROCURADOR)
No que concerne ˆ aplica•‹o da lei penal no espa•o, o princ’pio pelo qual
se aplica a lei do pa’s ao fato que atinge bem jur’dico nacional, sem
nenhuma considera•‹o a respeito do local onde o crime foi praticado ou
da nacionalidade do agente, denomina-se princ’pio
a) da nacionalidade.
b) da territorialidade.
c) de prote•‹o.
d) da compet•ncia universal.
e) de representa•‹o.
COMENTçRIOS: O princ’pio segundo o qual deve ser aplicada a lei do pa’s cujo
bem jur’dico NACIONAL Ž afetado pelo fato criminoso Ž o princ’pio da prote•‹o,
ou da defesa, que est‡, inclusive, previsto no nosso CP, nos termos do art. 7¼, I,
ÒaÓ, ÒbÓ e ÒcÓ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

17.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð PROCURADOR)


A respeito da aplica•‹o da lei penal, considere:
I. Aplica-se a lei brasileira a crimes praticados a bordo de embarca•›es
brasileiras a servi•o do governo brasileiro que se encontrem ancorados
em portos estrangeiros.
II. A senten•a estrangeira pode ser executada no Brasil para obrigar o
condenado a reparar o dano independentemente de homologa•‹o.
III Consideram-se extens›es do territ—rio brasileiro as embarca•›es
brasileiras de propriedade privada em alto mar.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I
b) II
c) I e III
d) I e II
e) II e III.
COMENTçROS:
I Ð CORRETA: Trata-se de aplica•‹o da lei penal brasileira em raz‹o da
TERRITORIALIDADE, pois tais embarca•›es s‹o consideradas como extens‹o do
territ—rio nacional onde quer que se encontrem, nos termos do art. 5¼, ¤1¼ do
CP.
II Ð ERRADA: Item errada, pois ser‡ necess‡ria a prŽvia homologa•‹o da
senten•a estrangeira, nos termos do art. 9¼, I e seu ¤1¼, ÒaÓ do CP.
III Ð CORRETA: Tais embarca•›es s‹o consideradas como territ—rio nacional por
extens‹o quando se encontrem em alto-mar, nos termos do art. 5¼, ¤1¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 83 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

18.! (FCC Ð 2015 Ð SEFAZ-PE Ð JULGADOR TRIBUTçRIO)


Acusado em processo que apurou o crime de lavagem de dinheiro em
concurso com o crime de organiza•‹o criminosa teve uma pena alt’ssima.
Quando lhe restava um ter•o para o cumprimento da pena, as
modalidades criminosas praticadas tiveram suas penas reduzidas na
metade. Nesse caso, o agente
a) n‹o ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o da pena, haja
vista que a lei posterior que favore•a o agente ser‡ aplicada somente
com os fatos ocorridos posteriormente, acompanhando as normas do
processo penal.
b) ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o de metade da pena
restante para o cumprimento, haja vista que a lei posterior que favore•a
o agente ser‡ aplicada neste patamar proporcionalmente, diante dos
fatos praticados anteriormente.
c) ser‡ favorecido com o reconhecimento da possibilidade de indeniza•‹o
pelo Estado, diante da lei posterior, devendo cumprir integralmente sua
pena em face do tr‰nsito em julgado.
d) ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o da pena, haja vista
que a lei posterior que favore•a o agente ser‡ aplicada mesmo com os
fatos praticados anteriormente.
e) n‹o ser‡ favorecido com o reconhecimento da extin•‹o da pena, haja
vista que a lei posterior que favore•a o agente ser‡ aplicada no caso de
prever expressamente o efeito retroativo.
COMENTçRIOS: O agente, neste caso, ser‡ favorecido pela lei nova. A aplica•‹o
da lei nova a caso far‡ com que sua pena total seja reduzida pela metade. Como
ele j‡ cumpriu mais da metade da pena originalmente imposta, n‹o dever‡
cumprir mais qualquer tempo de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

19.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Rodrigo praticou no exterior crime sujeito ˆ lei brasileira e foi condenado
a 1 ano de reclus‹o no exterior e a 2 anos de reclus‹o no Brasil. Cumpriu
a pena no exterior e voltou ao Brasil, tendo sido preso em raz‹o do
mandado de pris‹o expedido pela justi•a brasileira. Nesse caso, a pena
cumprida no exterior
a) implicar‡ na transforma•‹o autom‡tica da pena imposta no Brasil em
san•‹o pecuni‡ria.
b) ser‡ considerada circunst‰ncia atenuante e a pena fixada no Brasil
ser‡ objeto de nova dosimetria.
c) implicou exaurimento da san•‹o penal cab’vel e Rodrigo n‹o estar‡
sujeito ao cumprimento da pena imposta no Brasil.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 84 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) ser‡ descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo ter‡ que
cumprir mais 1 ano de reclus‹o.
e) Ž irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo dever‡ cumprir
integralmente os 2 anos de reclus‹o impostos pela justi•a brasileira.
COMENTçRIOS: A quest‹o deveria ter sido anulada. Isso porque, se estivermos
diante de crime sujeito ˆ extraterritorialidade condicionada, ele n‹o dever‡
cumprir pena alguma no Brasil, nos termos do art. 7¼, II e ¤2¼ do CP:
Extraterritorialidade (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
(...)
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Vemos assim que, se estivermos diante de um crime de extraterritorialidade
condicionada, o agente n‹o poder‡ ser punido pela Lei Brasileira, pois um dos
pressupostos Ž o fato de n‹o ter o agente cumprido a pena no estrangeiro.
No caso de se tratar de um crime sujeito ˆ extraterritorialidade incondicionada,
o agente poder‡ cumprir a pena imposta no Brasil. Entretanto, a pena cumprida
no estrangeiro ir‡ ser computada para fins de abatimento da pena aqui imposta,
por serem da mesma natureza (privativas de liberdade). Vejamos:
Pena cumprida no estrangeiro (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Assim, a quest‹o estaria correta se se referisse expressamente ˆ hip—tese de
extraterritorialidade incondicionada, e por isso Banca deu como correta a letra D.
PorŽm, como n‹o fez a ressalva necess‡ria, deveria ter sido anulada.
Portanto, A QUESTÌO DEVERIA TER SIDO ANULADA.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 85 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

20.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Embora cometidos no estrangeiro, NÌO ficam sujeitos ˆ lei brasileira os
crimes
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica.
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de
Estado, de Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, de sociedade de
economia mista, autarquia ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico.
c) contra a Administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o.
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
e) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e ainda que a’
n‹o sejam julgados
COMENTçRIOS: Todas as alternativas trazem hip—teses em que o agente ficar‡
sujeito ˆ aplica•‹o da lei penal brasileira, mesmo tendo sido o crime praticado no
exterior.
As letras ÒAÓ, ÒBÓ, ÒCÓ e ÒDÓ s‹o hip—teses de extraterritorialidade incondicionada.
Vejamos:
Extraterritorialidade (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de
Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia mista, autarquia
ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 1984)
J‡ a letra E trata de uma hip—tese de extraterritorialidade condicionada, prevista
no art. 7¼, II, c do CP:
Extraterritorialidade (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
Assim, todas as afirmativas est‹o INCORRETAS.
Portanto, a quest‹o foi ANULADA.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 86 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

21.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Com rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei penal, Ž INCORRETO afirmar:
a) N‹o h‡ crime sem lei anterior que o defina. N‹o h‡ pena sem prŽvia
comina•‹o legal.
b) A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de sua
dura•‹o ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-se ao
fato praticado durante sua vig•ncia.
c) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de considerar
crime, se j‡ houver senten•a penal definitiva.
d) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas.
e) Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o,
ainda que outro seja o momento de seu resultado.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Trata-se do princ’pio da legalidade, previsto no art. 1¼ do CP.
B) CORRETA: Trata-se do princ’pio da ultratividade, aplic‡vel ˆs leis tempor‡rias
e excepcionais, nos termos do art. 3¼ do CP.
C) ERRADA: O fato de j‡ haver sido proferida senten•a condenat—ria definitiva
n‹o impede a aplica•‹o da lei nova quando mais benŽfica ao agente (inclusive
quando deixa de considerar o fato como criminoso). Vejamos:
Lei penal no tempo
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a condenat—ria.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por senten•a condenat—ria transitada em
julgado. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
D) CORRETA: Trata-se da reda•‹o literal do art. 8¼ do CP. Vejamos:
Pena cumprida no estrangeiro (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
E) CORRETA: Trata-se do princ’pio da ATIVIDADE, que Ž o adotado pelo CP em
rela•‹o ao TEMPO do crime, nos termos do art. 4¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA C.

22.! (FCC Ð 2006 Ð TRE-AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA


JUDICIçRIA)
Considerando os princ’pios que regulam a aplica•‹o da lei penal no
tempo, pode-se afirmar que

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 87 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
A) n‹o se aplica a lei nova, mesmo que favore•a o agente de outra forma, caso
se esteja procedendo ˆ execu•‹o da senten•a, em raz‹o da imutabilidade da
coisa julgada.
ERRADA: A lei nova se aplica, se mais benŽfica, ainda que o processo esteja em
fase de execu•‹o de senten•a, nos termos do art. 2¡, ¤ œnico do CPB.
B) pela abolitio criminis se fazem desaparecer o delito e todos os seus reflexos
penais, permanecendo apenas os civis.
CORRETA: Nos termos do art. 2¡ e 107, III do CPB.
C) em regra, nas chamadas leis penais em branco com car‡ter excepcional ou
tempor‡rio, revogada ou alterada a norma complementar, desaparecer‡ o crime.
ERRADA: Nesse caso, n‹o desaparecer‡ o crime, pois a lei complementar, que
especifica a situa•‹o excepcional, quando revogada, n‹o gera abolitio criminis.
D) a lei excepcional ou tempor‡ria embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, n‹o se aplica ao fato
praticado durante a sua vig•ncia.
ERRADA: A lei tempor‡ria se aplica aos fatos ocorridos durante sua vig•ncia,
mesmo ap—s sua revoga•‹o, pela pr—pria natureza da lei, nos termos do art. 3¡
do CP.
E) permanecendo na lei nova a defini•‹o do crime, mas aumentadas suas
conseqŸ•ncias penais, esta norma ser‡ aplicada ao autor do fato
ERRADA: N‹o se aplicar‡, pois ela traz preju’zo ao rŽu, aplicando-se a regra geral
dos efeitos da lei penal, ou seja, apenas para o futuro.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

23.! (FCC Ð 2010 Ð TCE/RO Ð PROCURADOR)


No tocante ˆ aplica•‹o da lei penal,
A) a lei brasileira adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar do crime.
CORRETA: No que se refere ao local do crime, a teoria adotada Ž a da ubiquidade.
Lembrando que isso s— se aplica a crimes cuja a•‹o acontece num pa’s e o
resultado se verifica em outro. Quando a pluralidade Ž apenas de comarcas,
existem regras pr—prias.
B) a lei penal mais grave n‹o se aplica ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vig•ncia Ž anterior ˆ cessa•‹o da continuidade ou da
perman•ncia, segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal.
ERRADA: O STF entende que, nesses casos, a lei nova mais grave deve ser
aplicada, nos termos de sua sœmula n¡ 711.
C) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime.
ERRADA: Quanto ao tempo do crime a teoria adota Ž a da atividade, nos termos
do art. 4¡ do CP.
D) o dia do fim inclui-se no c™mputo do prazo, contando- se os meses e anos
pelo calend‡rio comum, desprezados os dias.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 88 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
ERRADA: Nos termos do art. 10, computa-se o dia do come•o, n‹o o do fim. Este
t—pico n‹o faz parte do nosso conteœdo! J
E) Compete ao ju’zo da causa a aplica•‹o da lei mais benigna, ainda que
transitada em julgado a senten•a condenat—ria, segundo entendimento sumulado
do Superior Tribunal de Justi•a.
ERRADA: No caso de j‡ estar em fase de execu•‹o, compete ao Juiz da execu•‹o
a aplica•‹o da lei mais benigna, nos termos da sœmula 611 do STF.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

24.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-RS Ð DEFENSOR PòBLICO)


Sobre o tempo e o lugar do crime, o C—digo Penal para estabelecer
a) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade, e, para
estabelecer o lugar do crime, a teoria da a•‹o.
b) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da a•‹o.
c) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria do resultado.
d) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da
ubiquidade.
e) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da a•‹o, e, para
estabelecer o lugar do crime, a teoria da ubiquidade.
COMENTçRIOS: O CP adotou, como regra, a teoria da ubiquidade para o LUGAR
DO CRIME e a teoria da atividade para o TEMPO DO CRIME, nos termos dos arts.
4¼ e 6¼ do CP:
Tempo do crime
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o, ainda que
outro seja o momento do resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
Lugar do crime (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

25.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-PB Ð DEFENSOR PòBLICO)


A senten•a criminal condenat—ria estrangeira Ž eficaz no direito
brasileiro
a) inclusive para fins de reincid•ncia.
b) somente para sujeitar o agente ˆ medida de seguran•a.
c) somente para sujeitar o agente ˆ repara•‹o do dano, ˆ restitui•‹o e
outros efeitos civis.
d) somente nos casos expressos de extraterritorialidade incondicionada
da lei estrangeira.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 89 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
e) somente quando se tratar de crime executado no Brasil, cujo resultado
se produziu no estrangeiro.
COMENTçRIOS: A senten•a condenat—ria estrangeira Ž eficaz no Brasil para
diversos fins, inclusive para fins de reincid•ncia, nos termos do art. 63 do CP:
Art. 63 - Verifica-se a reincid•ncia quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a senten•a que, no Pa’s ou no estrangeiro, o tenha condenado
por crime anterior. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Vemos, assim, que a condena•‹o no estrangeiro pode gerar reincid•ncia.
As demais alternativas est‹o erradas porque reduzem o raio de efic‡cia da
senten•a estrangeira ao colocar o termo ÒsomenteÓ nos enunciados.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRERA ƒ A LETRA A.

26.! (FCC Ð 2013 Ð ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB Ð PROCURADOR)


No direito brasileiro, o lugar do crime define-se pela teoria
a) da equidist‰ncia.
b) do efeito intermŽdio.
c) da ubiquidade.
d) monista.
e) vicariante.
COMENTçRIOS: A teoria que explica o lugar do crime Ž a teoria da ubiquidade,
pois se considera como lugar do crime o local em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado, nos termos do art. 6¼ do CP:
Lugar do crime (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

27.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)


A respeito da aplica•‹o da lei penal quanto ao tempo, considera- se
praticado o crime no momento
a) da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
b) em que o agente der in’cio aos atos preparat—rios, ainda que n‹o tenha
ocorrido a•‹o ou omiss‹o.
c) em que ocorrer o resultado, ainda que seja outro o momento da a•‹o
ou omiss‹o.
d) do exaurimento da conduta delituosa, ainda que seja outro o momento
da a•‹o ou omiss‹o.
e) em que o agente concluir os atos preparat—rios, ainda que n‹o tenha
ocorrido a•‹o ou omiss‹o.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 90 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Os atos preparat—rios n‹o s‹o considerados integrantes do iter
criminis, ou seja, n‹o s‹o atos pun’veis. Assim, as alternativas B e E est‹o
incorretas, de plano.
Quanto ˆs demais alternativas, podemos afirmar que o CP adotou a teoria da
atividade quanto ao tempo do crime, ou seja, considera-se praticado quando a•‹o
ou omiss‹o (art. 4¡ do CP), motivo pelo qual a alternativa A est‡ correta, sendo
as alternativas C e D, erradas.
Portanto, a alternativa CORRETA ƒ A LETRA A.

28.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)


A respeito da aplica•‹o da lei penal, no que concerne ˆ contagem dos
prazos, de acordo com o C—digo Penal, Ž correto afirmar que
a) o dia do come•o n‹o se inclui no c™mputo do prazo, mas inclui-se
fra•‹o deste.
b) o dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo, mas n‹o se inclui
fra•‹o deste.
c) o dia do come•o ou fra•‹o deste n‹o se inclui no c™mputo do prazo.
d) o dia do come•o ou fra•‹o deste inclui-se no c™mputo do prazo.
e) os prazos em meses s‹o contados pelo nœmero real de dias e n‹o pelo
calend‡rio comum.
COMENTçRIOS: Nos termos do art. 10 do CP:
Art. 10 - O dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calend‡rio comum.

Como se v•, a lei estabelece que os prazos previstos na Lei Penal sejam contados
de forma a incluir o dia do come•o. O art. 11 do CP, por sua vez, diz o seguinte:
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos,
as fra•›es de dia, e, na pena de multa, as fra•›es de cruzeiro.

Desta maneira, se o autor do crime Ž condenado a 9 dias de pris‹o, aumentada


de metade (9 + 4,5 = 13,5) a pena ser‡ de 13 dias, desprezando-se as 12 horas
do c‡lculo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

29.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð TƒCNICO)


Disp›e o artigo 1o do C—digo Penal: "N‹o h‡ crime sem lei anterior que
o defina. N‹o h‡ pena sem prŽvia comina•‹o legal".
Tal dispositivo legal consagra o princ’pio da
a) ampla defesa.
b) legalidade.
c) presun•‹o de inoc•ncia.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 91 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) dignidade.
e) isonomia.
COMENTçRIOS: Trata-se de descri•‹o do princ’pio constitucional da legalidade,
que, conforme se extrai da pr—pria reda•‹o do artigo, divide-se em Princ’pio da
anterioridade e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora
deve ser prŽvia e prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder
Legislativo que obede•a ao processo legislativo previsto na Constitui•‹o, n‹o
servindo MP ou Decreto);
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

30.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð TƒCNICO)


Em matŽria penal, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores,
a) desde que o representante do MinistŽrio Pœblico n‹o tenha
apresentado a denœncia.
b) desde que a autoridade policial ainda n‹o tenha instaurado inquŽrito
policial a respeito.
c) ainda que decididos por senten•a condenat—ria transitada em julgado.
d) desde que ainda n‹o tenha sido recebida a denœncia apresentada pelo
MinistŽrio Pœblico.
e) desde que a senten•a condenat—ria ainda n‹o tenha transitado em
julgado.
COMENTçRIOS: A lei penal mais favor‡vel se aplica aos fatos praticados antes
de sua entrada em vigor, ainda que decididos por senten•a condenat—ria
transitada em julgado.
Esta Ž a previs‹o contida no art. 2¡, ¤ œnico do CP. AlŽm disso, o STJ possui
verbete de sœmula (n¡ 611) determinando que, nos casos de processo j‡ em fase
de execu•‹o, compete ao Juiz da execu•‹o aplicar a lei nova mais benŽfica, e n‹o
ao Juiz que proferiu a senten•a.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

31.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð TƒCNICO)


No que tange ˆ aplica•‹o da lei penal, considere:
I. crime cometido no estrangeiro contra a administra•‹o pœblica, por
quem est‡ a seu servi•o;
II. crime de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
Brasil;
III. crime cometido no estrangeiro por brasileiro, que n‹o Ž pun’vel no
pa’s em que foi praticado.
Dentre os crimes acima, ficam sujeitos ˆ lei brasileira os indicados
APENAS em

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 92 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
COMENTçRIOS: A afirmativa I est‡ correta, pois os crimes praticados contra a
administra•‹o pœblica no estrangeiro, s— ser‹o submetidos ˆ lei brasileira quando
praticados por quem est‡ a seu servi•o, nos termos do art. 7¡, I, c do CP:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
(...)
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o;
A afirmativa II tambŽm est‡ correta, pois trata-se do princ’pio do domic’lio,
aplicando-se lei brasileira ao crime cometido por pessoa domiciliada no Brasil,
n‹o havendo qualquer outra condi•‹o. S— h‡ uma hip—tese de aplica•‹o deste
princ’pio na lei penal brasileira, e Ž a prevista no art. 7¡, I, ÒdÓ do CPB:
ÒArt. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
(...)
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;Ó
A afirmativa III est‡ errada, pois a aplica•‹o da lei penal brasileira, nesta
hip—tese, depende de algumas condi•›es:
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradi•‹o; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Assim, a lei penal brasileira s— ser‡ aplic‡vel a estes crimes caso estejam
presentes todas estas condi•›es.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

32.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð TƒCNICO)


ƒ certo que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
a) embarca•›es mercantes brasileiras que estejam em mar territorial
estrangeiro.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 93 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
b) embarca•›es mercantes brasileiras que estejam em porto
estrangeiro.
c) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espa•o aŽreo
estrangeiro.
d) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto
estrangeiro.
e) embarca•‹o estrangeira de propriedade privada que esteja em mar
territorial brasileiro.
COMENTçRIOS: Aqui, devemos entender, primeiro, o princ’pio da
Representa•‹o ou da Bandeira.
Por este princ’pio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no
estrangeiro, a bordo de aeronaves e embarca•›es privadas, mas que possuam
bandeira brasileira, quando, no pa’s em que ocorreu o crime, este n‹o for julgado.
Assim, se um cidad‹o mexicano comete um crime contra um cidad‹o alem‹o, a
bordo de uma aeronave pertencente a uma empresa aŽrea brasileira, enquanto
esta se encontra parada no aeroporto de Nova York, pelo Princ’pio da Bandeira,
a este crime poder‡ ser aplicada a lei brasileira, caso n‹o seja julgado pelo
Judici‡rio americano. A previs‹o est‡ no art. 7¡, II, ÒcÓ do CPB:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(...)
II - os crimes:
(...)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados.
Percebam que a lei penal brasileira atŽ pode ser aplicada a este crime, mas s— no
caso de ele n‹o ser julgado no local onde ocorreu. Assim, estamos diante de um
caso de extraterritorialidade condicionada (ao n‹o-julgamento no local do crime).
As quatro primeiras alternativas se referem a crimes cometidos nesta situa•‹o,
mas sem fazer a ressalva (condi•‹o) de que eles n‹o tenham sido julgados no
pa’s onde ocorreram. Desta forma, as quatro est‹o erradas.
A alternativa correta Ž a letra E, que trata de caso de simples aplica•‹o do
princ’pio da territorialidade, pois o mar territorial brasileiro Ž considerado nosso
territ—rio e, desta forma, qualquer crime cometido neste espa•o, est‡ sujeito ˆ
aplica•‹o da lei brasileira.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

33.! (FCC Ð 2010 Ð SEFIN/RO Ð AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS)


Aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos a bordo de
I. embarca•›es brasileiras de propriedade privada que estejam em mar
territorial estrangeiro.
II. aeronaves brasileiras a servi•o do governo brasileiro que estejam em
espa•o aŽreo estrangeiro.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 94 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
III. embarca•›es estrangeiras de propriedade privada que estejam em
mar territorial brasileiro.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II.
d) II e III.
e) III.
COMENTçRIOS: Vamos analisar todos os itens:
I - ERRADA: Os crimes praticados dentro de aeronaves e embarca•›es privadas
brasileiras somente ser‹o julgados pela Lei brasileira se n‹o forem julgados no
pa’s em que cometidos, nos termos do art. 7¼, II, c do CP:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
II - CORRETA: Os crimes cometidos a bordo de aeronaves brasileiras a servi•o
do governo brasileiro ser‹o sempre julgados pela Lei brasileira, ainda que se
encontrem no estrangeiro, pois s‹o considerados como extens‹o do territ—rio
nacional. Vejamos:
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
¤ 1¼ - Para os efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio nacional as
embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica ou a servi•o do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarca•›es
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espa•o aŽreo correspondente ou em alto-mar. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
III - CORRETA: Os crimes praticados a bordo de aeronaves e embarca•›es
estrangeiras de propriedade privada ser‹o julgados pela Lei brasileira quando
estas estiverem em territ—rio nacional no momento da pr‡tica do delito. Vejamos:
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
(...)
¤ 2¼ - ƒ tambŽm aplic‡vel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso
no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo correspondente, e estas em porto
ou mar territorial do Brasil.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 95 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
34.! (FCC Ð 2013 Ð TRT 6 Ð JUIZ DO TRBALAHO)
No tocante ˆ aplica•‹o da lei penal, correto afirmar que:
a) o dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo.
b) a lei penal excepcional ou tempor‡ria n‹o se aplica ao fato praticado
durante a sua vig•ncia, se decorrido o per’odo de sua dura•‹o ou
cessadas as circunst‰ncias que a determinaram.
c) se considera praticado o crime no momento do resultado.
d) as regras gerais do C—digo Penal aplicam-se aos fatos incriminados
por lei especial, ainda que esta disponha de modo diverso.
e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, desde que n‹o decididos por senten•a condenat—ria
transitada em julgado.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Nos termos do art. 10 do CP:
Art. 10 - O dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calend‡rio comum. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
B) ERRADA: Item errado porque as leis excepcionais ou tempor‡rias s‹o ultra-
ativas, ou seja, continuam a reger os fatos praticados durante sua vig•ncia
mesmo ap—s o decurso de seu prazo de validade, nos termos do art. 3¼ do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois o CP adotou, quanto ao tempo do crime, a teoria
da atividade, ou seja, o crime se considera praticado no momento da conduta,
nos termos do art. 4¼ do CP.
D) ERRADA: Em raz‹o da subsidiariedade do CP em rela•‹o ˆs leis especiais, as
normas do CP somente ser‹o aplic‡veis a estas quando as leis especiais n‹o
dispuserem de forma diversa, nos termos do art. 12 do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois esta lei ser‡ aplic‡vel ainda que o fato j‡ tenha
sido decidido por senten•a transitada em julgado, nos termos do art. 2¼, ¤ œnico
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

35.! (FCC Ð 2013 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


JosŽ foi processado e condenado por crime previsto em lei vigente ˆ
Žpoca do fato delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis: a
primeira reduziu a pena prevista para o delito; a segunda o aboliu. Nesse
caso, em rela•‹o ˆ condena•‹o imposta a JosŽ, se a senten•a j‡ tiver
transitado em julgado,
a) as duas leis novas retroagem.
b) apenas a lei que aboliu o delito retroage.
c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage.
d) as duas leis novas n‹o retroagem.
e) as duas leis s— retroagem se contiverem norma expressa prevendo a
aplica•‹o a casos pretŽritos.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 96 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Neste caso, as duas leis ir‹o retroagir. Primeiro a lex mitior (lei
nova mais benŽfica). Depois ir‡ retroagir a lei abolitiva, por ser ainda mais
benŽfica que a anterior, nos termos do art. 2¼ e seu ¤ œnico do CP:
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a condenat—ria.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por senten•a condenat—ria transitada em
julgado. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

36.! (FCC Ð 2014 Ð CåMARA MUNICIPAL/SP Ð PROCURADOR)


Pode caracterizar situa•‹o de extraterritorialidade condicionada da lei
penal brasileira sua aplica•‹o aos crimes
a) cometidos em embarca•›es privadas brasileiras, quando navegando
em alto-mar.
b) cometidos em embarca•›es privadas brasileiras, quando navegando
em territ—rio estrangeiro.
c) cometidos contra o patrim™nio da Marinha do Brasil, quando
navegando em alto-mar.
d) de genoc’dio, cometidos em quaisquer embarca•›es, navegando em
alto-mar ou em territ—rio estrangeiro, desde que o agente seja brasileiro
ou domiciliado no Brasil.
e) cometidos em embarca•›es pœblicas brasileiras, quando navegando
em territ—rio estrangeiro.
COMENTçRIOS: As hip—teses de extraterritorialidade condicionada da lei penal
brasileira est‹o previstas no art. 7¼, II do CP:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
(...)
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 97 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Vemos, assim, que a letra B traz uma hip—tese de aplica•‹o condicionada da lei
penal brasileira a um crime cometido fora do territ—rio nacional.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

37.! (VUNESP Ð 2017 Ð CRBIO-1¡REGIÌO Ð ADVOGADO - ADAPTADA)


De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, fica sujeito ˆ lei brasileira,
embora praticado no estrangeiro, o crime contra o patrim™nio dos
munic’pios. O agente ser‡ punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido no estrangeiro.
COMENTçRIOS: Item correto, pois neste caso temos uma hip—tese de
extraterritorialidade incondicionada, nos termos do art. 7¼, I, ÒbÓ do CP. Por se
tratar de extraterritorialidade incondicionada o agente poder‡ ser punido segundo
a lei brasileira, ainda que absolvido no estrangeiro, na forma do art. 7¼, ¤1¼ do
CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

38.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð


ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que se considera
praticado o crime no momento do resultado.
COMENTçRIOS: Item errado, pois se considera praticado o crime no momento
da conduta (a•‹o ou omiss‹o), ainda que outro seja o momento do resultado,
conforme art. 4¼ do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

39.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð


ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que a lei
posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, salvo se decididos por senten•a condenat—ria transitada em
julgado.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a lei posterior, que de qualquer modo
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, AINDA QUE j‡ tenham sido
decididos por senten•a condenat—ria transitada em julgado, na forma do art. 2¼,
¤ œnico do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 98 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
40.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð
ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que o dia do
come•o deve ser exclu’do no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calend‡rio comum.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o dia do come•o deve ser inclu’do na
contagem do prazo, conforme art. 10 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

41.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE ALUMêNIO-SP Ð PROCURADOR)


Um brasileiro, Jo‹o, que reside em Buenos Aires, Argentina, decide matar
um desafeto, JosŽ, que reside na cidade de Alum’nio, SP, Brasil. Jo‹o, em
sua resid•ncia, fabrica uma Òcarta-bombaÓ, no dia 10, e, no mesmo dia,
posta o objeto em uma unidade dos correios de Buenos Aires, com
destino a Alum’nio. O artefato Ž recebido por JosŽ, em Alum’nio, no dia
20. No dia 25 Ž aberto, explode e mata JosŽ. Com rela•‹o ˆ aplica•‹o da
Lei Penal, e de acordo com os arts. 4¼ e 6¼ do CP, assinale a alternativa
que traz, respectivamente, o dia do crime e o local em que ele foi
praticado.
a) 10; apenas Buenos Aires.
b) 10; Buenos Aires ou Alum’nio.
c) 20; apenas Alum’nio.
d) 25; apenas Alum’nio.
e) 25; Buenos Aires ou Alum’nio.
COMENTçRIOS: Neste caso temos um crime ˆ dist‰ncia, ou seja, um crime em
que a conduta ocorre num pa’s e o resultado ocorre em outro. Neste caso, o CP
estabelece que ser‡ considerado local do crime tanto o lugar em que foi praticada
a conduta (Buenos Aires-ARG) quanto o lugar em que ocorreu o resultado
(Alum’nio/SP-BRA), conforme art. 6¼ do CP.
Com rela•‹o ao momento do crime, o CP, em seu art. 4¼, estabelece que se
considera praticado o crime no momento da CONDUTA (a•‹o ou omiss‹o), ainda
que outro seja o momento do resultado. No caso, a conduta ocorreu quando o
agente postou a carta-bomba com destino ao Brasil, ou seja, no dia 10.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

42.! (VUNESP Ð 2016 Ð CåMARA DE MARêLIA-SP Ð PROCURADOR)


Aplica-se a lei penal brasileira ao crime cometido no territ—rio nacional.
O art. 5¡ do CP estende a aplica•‹o da lei penal brasileira para fato
cometido em
a) embarca•‹o privada brasileira atracada em portos estrangeiros.
b) embarca•‹o estrangeira de propriedade privada navegando no mar
territorial do Brasil.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 99 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) aeronave privada brasileira pousada em aeroportos estrangeiros,
desde que o pa’s respectivo tenha acordo de extradi•‹o com o Brasil.
d) sede de embaixada ou unidade consular do Brasil no estrangeiro.
e) resid•ncia do embaixador brasileiro em pa’s estrangeiro que fa•a
parte do Mercosul.
COMENTçRIOS: O art. 5¼, ¤2¼ do CP assim estabelece:
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
(...)¤ 2¼ - ƒ tambŽm aplic‡vel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas
em pouso no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo correspondente, e estas
em porto ou mar territorial do Brasil.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)

Desta forma, Ž tambŽm aplic‡vel a lei penal brasileira aos crimes praticados em
embarca•‹o estrangeira de propriedade privada navegando no mar territorial do
Brasil.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

43.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE SERTÌOZINHO-SP Ð PROCURADOR)


Rosa Margarida, apaixonada por Carlos Flores, imaginando que se os dois
convivessem por alguns dias, ele poderia se apaixonar, resolveu
sequestr‡-lo. Sendo assim, o privou da sua liberdade e o levou para sua
casa. Enquanto Carlos era mantido em cativeiro por Rosa, nova lei entrou
em vigor, agravando a pena do crime de sequestro.
Sobre a possibilidade de aplica•‹o da nova lei, mais severa, ao caso
exposto, assinale a alternativa correta.
a) N‹o se aplica, tendo em vista a irretroatividade da lei penal mais
severa.
b) ƒ aplic‡vel, pois entrou em vigor antes de cessar a perman•ncia.
c) N‹o se aplica, tendo em vista o princ’pio da preval•ncia do interesse
do rŽu.
d) ƒ aplic‡vel, pois se trata de crime material e nesses casos deve ser
aplicada a teoria da ubiquidade.
e) N‹o de aplica, pois de acordo com a teoria da atividade, a lei a ser
aplicada deve ser aquela em vigor no momento do crime.
COMENTçRIOS: Neste caso temos um crime permanente, ou seja, um crime
que se prolonga no tempo. Neste caso, entende-se que o crime est‡ ocorrendo
enquanto n‹o cessar a perman•ncia, ou seja, enquanto a v’tima estiver privada
de sua liberdade (no caso da quest‹o).
Nos crimes permanentes, caso sobrevenha uma lei nova, que entre em vigor
durante a pr‡tica do crime (durante a perman•ncia), ela ser‡ aplicada ao crime
que est‡ em andamento, independentemente de ser mais benŽfica ou mais
gravosa. Neste caso, n‹o h‡ retroatividade, pois a lei entrou em vigor DURANTE

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 100 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
a pr‡tica do crime, e n‹o depois. Este Ž o entendimento sumulado do STF (sœmula
711 do STF).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

44.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE POç-SP Ð PROCURADOR)


Considera-se praticado o crime no momento
a) do resultado.
b) em que o agente inicia os atos preparat—rios.
c) em que o agente cogita e planeja a pr‡tica criminosa.
d) da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
e) da a•‹o ou omiss‹o, bem como no momento em que se produziu o
resultado.
COMENTçRIOS: Considera praticado o crime no momento da conduta (a•‹o ou
omiss‹o), ainda que outro seja o momento do resultado, conforme art. 4¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

45.! (VUNESP Ð 2015 Ð CAMARA DE ITATIBA/SP Ð ADVOGADO)


Acerca da aplica•‹o da lei penal, assinale a alternativa correta.
(A) A lei excepcional ou tempor‡ria aplica-se ao fato praticado durante
sua vig•ncia, ainda que decorrido o per’odo de sua dura•‹o ou cessadas
as circunst‰ncias que a determinaram.
(B) A lei posterior, que de alguma forma favorecer o agente, ser‡
aplicada aos fatos anteriores, desde que n‹o decididos por senten•a
condenat—ria transitada em julgado.
(C) Considera-se praticado o crime no momento do resultado.
(D) Um crime praticado contra a vida ou a liberdade do Presidente da
Repœblica, se cometido no estrangeiro, ficar‡ sujeito ˆ legisla•‹o do pa’s
em que tenha ocorrido.
(E) Ao crime cometido no territ—rio nacional aplica-se a lei brasileira,
sem possibilidade de aplica•‹o de qualquer tratado ou regra de direito
internacional.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Esta Ž a exata previs‹o do art. 3¼ do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois tal lei ser‡ aplicada AINDA que estes fatos j‡
tenham sido decididos por senten•a transitada em julgado, nos termos do art.
2¼, ¤ œnico do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois considera-se praticado o crime no momento da
A‚ÌO OU OMISSÌO (CONDUTA), ainda que outro seja o momento do resultado,
nos termos do art. 4¼ do CP.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 101 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
D) ERRADA: Embora tambŽm possa estar sujeito ˆ legisla•‹o do pa’s de origem,
nesse caso tambŽm Ž aplic‡vel a lei penal brasileira, por se tratar de caso de
extraterritorialidade incondicionada, nos termos do art. 7¼, I, a, ¤ 1¼ do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois o CP Ž expresso ao ressalvar a possibilidade de
que tratados ou conven•›es internacionais apresentem exce•›es ˆ regra da
territorialidade (art. 5¼ do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

46.! (VUNESP Ð 2015 Ð CAMARA DE ITATIBA/SP Ð ADVOGADO)


De acordo com o C—digo Penal,
(A) considera-se lugar do crime aquele em que o resultado se produziu.
(B) no c™mputo do prazo, n‹o se inclui o dia do come•o, mas sim o do
vencimento.
(C) aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
embarca•›es estrangeiras, de propriedade privada, que estejam em
porto ou mar territorial do Brasil.
(D) a senten•a estrangeira n‹o pode ser homologada no Brasil para
obrigar o condenado ˆ repara•‹o do dano.
(E) em se tratando de pena cumprida no estrangeiro pelo mesmo crime,
caso sejam diferentes as penas impostas, aquela cumprida no
estrangeiro n‹o atenuar‡ a imposta no Brasil.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Lugar do crime Ž o lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado, nos
termos do art. 6¼ do CP (teoria da ubiquidade).
B) ERRADA: Na contagem de prazos penais (n‹o processuais) inclui-se o dia do
come•o, nos termos do art. 10 do CP.
C) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a previs‹o contida no art. 5¼, ¤2¼ do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois esta possibilidade est‡ expressamente prevista no
art. 9¼, I do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois neste caso a pena cumprida atenuar‡ a pena
imposta no Brasil:
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

47.! (VUNESP Ð 2015 Ð CåMARA DE SÌO JOSƒ DO RIO PRETO/SP Ð


ADVOGADO)
A respeito da aplica•‹o da lei penal, pode-se afirmar que

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 102 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(A) o princ’pio da retroatividade determina que os efeitos benŽficos e
favor‡veis de uma lei penal retroajam ilimitada e indiscriminadamente
apenas para os fatos praticados a partir da sua vig•ncia.
(B) a abolitio criminis, por ser benŽfica ao acusado, pode ser institu’da
tanto por lei como por medida provis—ria.
(C) as leis tempor‡rias e excepcionais representam exce•‹o ˆ regra da
aplica•‹o da lei mais benŽfica ao acusado, pois sempre ser‹o aplicadas
aos fatos praticados durante suas vig•ncias.
(D) o princ’pio da nacionalidade ou personalidade garante ao agente a
aplica•‹o da lei penal do pa’s em que ele cometeu o crime, pouco
importando a lei vigente do seu pa’s de origem.
(E) a imunidade dos agentes diplom‡ticos impede o processo, a pris‹o
ou deten•‹o do agente, n‹o abrangendo o dever de depor como
testemunha.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: O princ’pio da retroatividade da lei penal benŽfica determina que os
efeitos benŽficos e favor‡veis de uma lei penal retroajam para alcan•ar os fatos
praticados antes da vig•ncia da lei (art. 2¼, ¤ œnico do CP).
B) CORRETA: Apesar de haver discuss‹o doutrin‡ria, esse foi o entendimento
adotado pelo STF.
C) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a previs‹o do art. 3¼ do CP:
Art. 3¼ - A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vig•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
D) ERRADA: O princ’pio da nacionalidade ou da personalidade ativa prev• a
possibilidade de aplica•‹o da lei penal do pa’s de origem do infrator.
E) ERRADA: A imunidade dos agentes diplom‡ticos abrange, inclusive, o direito
de se opor a prestar depoimento como testemunha.
A Banca deu como correta a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
Contudo, a quest‹o deveria ter sido anulada.

48.! (VUNESP Ð 2015 Ð MPE/SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


Sobre a aplica•‹o da lei penal, Ž correto afirmar que
(A) em rela•‹o ao tempo do crime, o C—digo Penal, no artigo 4o, adotou
a teoria da ubiquidade.
(B) para os crimes permanentes, aplica-se a lei nova, ainda que mais
severa, pois Ž considerado tempo do crime todo o per’odo em que se
desenvolver a atividade criminosa.
(C) em rela•‹o ao lugar do crime, o C—digo Penal, no artigo 6o, adotou a
teoria da atividade.
(D) a nova lei, que deixa de considerar criminoso determinado fato,
cessa, em favor do agente, todos os efeitos penais e civis.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 103 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(E) o princ’pio da retroatividade da lei penal mais benŽfica Ž absoluto,
previsto constitucionalmente, sobrepondo-se atŽ mesmo ˆ ultratividade
das leis excepcionais ou tempor‡rias.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Em rela•‹o ao tempo do crime o CP adotou a teoria da atividade,
nos termos do art. 4¼ do CP.
B) CORRETA: Em rela•‹o aos crimes continuados e aos crimes permanentes, a
lei nova Ž aplic‡vel, ainda quando mais severa, desde que entre em vigor durante
a pr‡tica do delito (antes da cessa•‹o da atividade criminosa), nos termos da
sœmula 711 do STF (faltou essa observa•‹o no enunciando da afirmativa, o que
poderia ter conduzido ˆ anula•‹o).
C) ERRADA: Item errado, pois em rela•‹o ao lugar do crime o CP adotou a teoria
da UBIQUIDADE, nos termos do art. 6¼ do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois tal lei nova faz cessar, apenas, os efeitos penais,
n‹o afetando os civis, nos termos do art. 2¼ do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois as leis excepcionais e tempor‡rias aplicam-se aos
fatos praticados durante sua vig•ncia, mesmo ap—s a sua retirada do mundo
jur’dico, nos termos do art. 3¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

49.! (VUNESP Ð 2015 Ð CåMARA DE CAIEIRAS/SP Ð ASSESSOR)


De acordo com a teoria da aplica•‹o da lei penal, pode-se afirmar:
(A) A lei penal, em raz‹o das suas consequ•ncias, n‹o retroage.
(B) A analogia, uma das fontes do direito, Ž vetada, no direito penal, em
raz‹o do princ’pio da legalidade.
(C) Considera-se o crime praticado no momento do resultado, e n‹o da
a•‹o ou omiss‹o (artigo 4o, CP).
(D) Considera-se o crime praticado no lugar em que ocorreu a a•‹o ou
omiss‹o, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
(E) No Brasil, os efeitos da lei penal n‹o podem ultrapassar seus limites
territoriais para regular fatos ocorridos alŽm da sua soberania.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: A lei penal pode retroagir, desde que para beneficiar o rŽu, nos
termos do art. 2¼, ¤ œnico do CP.
B) ERRADA: No direito penal s— n‹o se admite a analogia in malam partem, ou
seja, em preju’zo do rŽu.
C) ERRADA: O crime Ž considerado praticado no momento da a•‹o ou omiss‹o,
ainda que outro seja o do resultado, nos termos do art. 4¼ do CP (teoria da
atividade).
D) CORRETA: Item correto, pois trata-se da teoria da UBIQUIDADE, adotada por
nosso CP (art. 6¼ do CP) em rela•‹o ao lugar do crime.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 104 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
E) ERRADA: Embora a territorialidade seja a regra, o CP traz diversas exce•›es,
ou seja, casos de extraterritorialidade da lei penal brasileira.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

50.! (VUNESP Ð 2015 Ð PREF. ARUJA/SP Ð ASSISTENTE JURêDICO)


Renato Reis, brasileiro a servi•o do Consulado-Geral do Brasil em
Toronto, no Canad‡, foi surpreendido desviando verbas do —rg‹o para
sua conta corrente, naquele pa’s. Levando em conta o princ’pio da
extraterritorialidade, previsto na parte geral do C—digo Penal, Ž correto
afirmar que
(A) a lei canadense ser‡ aplicada se o autor do crime for absolvido pela
justi•a do Brasil.
(B) a lei brasileira ser‡ aplicada se n‹o foi pedida ou foi negada a
extradi•‹o do autor do crime.
(C) o crime sujeita-se ˆ lei brasileira por ter sido praticado contra a
Administra•‹o Pœblica.
(D) o agente ser‡ punido pela lei brasileira se houver requisi•‹o do
Ministro da Justi•a.
(E) o crime sujeita-se ˆ lei canadense por ter sido praticado naquele
territ—rio, excluindo-se a lei brasileira.
COMENTçRIOS: Neste caso, o crime sujeita-se ˆ lei brasileira por ter sido
praticado contra a Administra•‹o Pœblica, por quem estava a seu servi•o, nos
termos do art. 7¼, I, c, do CP.
Portanto, a ALTERNATOVA CORRETA ƒ A LETRA C.

51.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


O indiv’duo B provocou aborto com o consentimento da gestante, em 01
de fevereiro de 2010, e foi condenado, em 20 de fevereiro de 2013, pela
pr‡tica de tal crime ˆ pena de oito anos de reclus‹o. A condena•‹o j‡
transitou em julgado. Na hip—tese do crime de aborto, com o
consentimento da gestante, deixar de ser considerado crime por for•a de
uma lei que passe a vigorar a partir de 02 de fevereiro de 2015, assinale
a alternativa correta no tocante ˆ consequ•ncia dessa nova lei ˆ
condena•‹o imposta ao indiv’duo B.
(A) A nova lei s— ir‡ gerar algum efeito sobre a condena•‹o do indiv’duo
B se prever expressamente que se aplica a fatos anteriores.
(B) A nova lei ser‡ aplicada para os fatos praticados pelo indiv’duo B,
contudo s— far‡ cessar a execu•‹o persistindo os efeitos penais da
senten•a condenat—ria, tendo em vista que esta j‡ havia transitado em
julgado.
(C) N‹o haver‡ consequ•ncia ˆ condena•‹o imposta ao indiv’duo B visto
que j‡ houve o tr‰nsito em julgado da condena•‹o.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 105 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(D) A nova lei s— seria aplicada para os fatos praticados pelo indiv’duo B
se a sua entrada em vig•ncia ocorresse antes de 01 de fevereiro de 2015.
(E) A nova lei ser‡ aplicada para os fatos praticados pelo indiv’duo B,
cessando em virtude dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a
condenat—ria.
COMENTçRIOS: Neste caso, a nova lei ser‡ aplicada para os fatos praticados
pelo indiv’duo B, cessando em virtude dela a execu•‹o e os efeitos penais da
senten•a condenat—ria, nos termos do art. 2¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

52.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


No que diz respeito ˆ contagem de prazo no C—digo Penal, assinale a
alternativa correta.
(A) O dia do come•o Ž irrelevante no c™mputo do prazo.
(B) O dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo.
(C) O dia do come•o exclui-se no c™mputo do prazo.
(D) Inicia-se o c™mputo do prazo dois dias ap—s o dia do come•o.
(E) O dia do come•o exclui-se no c™mputo do prazo nas hip—teses de
crime contra a vida.
COMENTçRIOS: Em se tratando de prazos penais, o dia do come•o inclui-se no
c™mputo do prazo, nos termos do art. 10 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

53.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Em virtude da seca que assola o pa’s, considere a hip—tese em que seja
promulgada uma Lei Federal ordin‡ria que estabele•a como crime o
desperd’cio doloso ou culposo de ‡gua tratada, no per’odo compreendido
entre 01 de novembro de 2014 e 01 de mar•o de 2015. Em virtude do
encerramento da estiagem e volta ˆ normalidade, n‹o houve necessidade
de edi•‹o de nova lei ou altera•‹o no prazo estabelecido na citada
legisla•‹o. Nessa hip—tese, o indiv’duo A que em 02 de mar•o de 2015
estiver sendo acusado em um processo criminal por ter praticado o
referido crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ, durante o per’odo de
vig•ncia da lei,
(A) s— poder‡ ser punido pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ se
houver nova edi•‹o da lei no pr—ximo per’odo de seca.
(B) poder‡ ser condenado pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ,
no entanto esta condena•‹o n‹o poder‡ ser executada.
(C) poder‡ ser condenado pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ
ainda que o per’odo indicado na lei que previu essa conduta esteja
encerrado.
(D) n‹o poder‡ ser punido pelo crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 106 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
(E) s— poder‡ ser punido pelo crime de Òdesobedi•nciaÓ em virtude de
n‹o mais subsistir o crime de Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ.
COMENTçRIOS: Neste caso o agente poder‡ ser condenado pelo crime de
Òdesperd’cio de ‡gua tratadaÓ ainda que o per’odo indicado na lei que previu essa
conduta esteja encerrado, por se tratar de mera expira•‹o de prazo de lei
tempor‡ria, que n‹o implica abolitio criminis, nos termos do art. 3¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

54.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Nos termos do C—digo Penal e em rela•‹o ˆ territorialidade, Ž correto
afirmar que, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido a bordo de aeronaves ou embarca•›es
estrangeiras de propriedade privada
(A) ser‡ aplicada a lei brasileira se as aeronaves estiverem em pouso no
territ—rio nacional ou em voo no espa•o aŽreo correspondente, e as
embarca•›es estiverem em porto ou mar territorial do Brasil.
(B) ser‡ aplicada a lei brasileira se as embarca•›es estiverem em porto
brasileiro, mas Ž vedada a aplica•‹o da lei brasileira se as embarca•›es
estiverem em mar territorial do Brasil.
(C) n‹o se aplica a lei brasileira ao crime cometido a bordo de aeronaves
ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada, ainda que aquelas
estejam em pouso no territ—rio nacional ou em voo no espa•o aŽreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
(D) ser‡ aplicada a lei brasileira se as aeronaves estiverem em pouso no
territ—rio nacional, sendo vedada a aplica•‹o da lei brasileira se as
aeronaves estiverem em voo no espa•o aŽreo correspondente.
(E) Ž vedada a aplica•‹o da lei brasileira se as aeronaves estiverem em
voo no espa•o aŽreo correspondente e se as embarca•›es estiverem em
mar territorial do Brasil.
COMENTçRIOS: Neste caso, ser‡ aplic‡vel a lei brasileira aos crimes praticados
a bordo de aeronaves ou embarca•›es estrangeiras de propriedade privada,
achando-se aquelas em pouso no territ—rio nacional ou em v™o no espa•o aŽreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil, nos termos do art.
5¼, ¤2¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
55.! (VUNESP Ð 2014 Ð TJ-PA Ð AUXILIAR JUDICIçRIO)
ƒ correto afirmar que a pena cumprida no estrangeiro
a) n‹o Ž nela computada, quando de natureza id•ntica.
b) n‹o produz qualquer efeito, para os fins de atenua•‹o ou de agrava•‹o
de penas no Brasil pelo mesmo crime.
c) agrava a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de
natureza id•ntica.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 107 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
d) atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de
natureza diversa.
e) Ž nela computada, quando de natureza diversa.
COMENTçRIOS: A pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no
Brasil, se forem diversas. Se forem id•nticas, Ž nela computada, ou seja, a pena
cumprida no estrangeiro Ž computada na pena aplicada no Brasil:
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

56.! (VUNESP Ð 2014 Ð CåMARA DE SÌO JOSƒ DOS CAMPOS Ð


ADVOGADO)
Para os efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio
nacional, nos termos do quanto determina o art. 5.¼, ¤1.¼ do CP, as
embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica ou a servi•o
do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como
a) as aeronaves oficiais de chefes de Estado estrangeiro que estejam
pousadas em solo nacional.
b) as aeronaves e as embarca•›es brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espa•o aŽreo
correspondente ou em alto-mar.
c) as ‡reas de embaixadas e consulados brasileiros, alŽm das resid•ncias
particulares de diplomatas instalados em pa’ses que mant•m rela•›es de
amizade com o Brasil.
d) as embarca•›es e aeronaves de guerra estrangeiras, desde que
estacionadas em nosso mar territorial ou desde que sobrevoando o
espa•o aŽreo correspondente ao territ—rio nacional.
e) as embarca•›es mercantes e de propriedade privada, seja qual for sua
bandeira, desde que estejam estacionadas ou em tr‰nsito em ‡rea de
mar internacional pr—xima ao mar territorial do Brasil.
COMENTçRIOS: Nos termos do art. 5¼, ¤1¼ do CP, consideram-se extens‹o do
territ—rio brasileiro as embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica
ou a servi•o do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, no espa•o aŽreo correspondente ou em alto-
mar. Vejamos:
Art. 5¼ (...)
¤ 1¼ - Para os efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio nacional as
embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica ou a servi•o do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarca•›es
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espa•o aŽreo correspondente ou em alto-mar. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 108 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

57.! (VUNESP Ð 2014 Ð CåMARA DE SÌO JOSƒ DOS CAMPOS Ð


ADVOGADO)
De acordo com o art. 8.¼ do CP, a pena cumprida no estrangeiro atenua
a pena imposta no Brasil, quando diversas, ou nela Ž computada, quando
id•nticas, desde que as penas digam respeito
a) ao mesmo crime.
b) a crimes da mesma espŽcie.
c) a condena•›es n‹o transitadas em julgado.
d) a crimes que n‹o sejam classificados como atentat—rios ˆ dignidade
da pessoa humana.
e) a crimes que n‹o estejam inseridos no rol daqueles que, por
conven•‹o ou tratado internacional, o Brasil tenha se obrigado a
combater.
COMENTçRIOS: A regra do art. 8¼ do CP (pena cumprida no estrangeiro) s— se
aplica em rela•‹o ao MESMO CRIME. Vejamos:
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

58.! (VUNESP Ð 2014 Ð SAAE-SP Ð PROCURADOR JURêDICO)


Durante o regular curso de processo penal, passa a vigorar lei nova, que
deixa de considerar o fato imputado na denœn-cia como criminoso. Nessa
hip—tese, deve o juiz
a) absolver o acusado.
b) decretar a prescri•‹o e arquivar o processo.
c) decretar a extin•‹o da punibilidade do acusado.
d) encaminhar os autos ao MinistŽrio Pœblico, a fim de que adite a
denœncia.
e) determinar o normal prosseguimento do processo, uma vez que o fato
foi cometido sob a Žgide da lei antiga.
COMENTçRIOS: Ocorrendo a chamada abolitio criminis, dever‡ o Juiz declarar
EXTINTA A PUNIBILIDADE do acusado, por for•a do art. 107, III do CP:
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
III - pela retroatividade de lei que n‹o mais considera o fato como criminoso;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

59.! (VUNESP Ð 2011 Ð TJ-RJ Ð JUIZ)

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 109 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
Pedro Ž sequestrado e os agentes exigem dinheiro de familiares dele
como pre•o do resgate. Enquanto Pedro est‡ privado da sua liberdade, Ž
promulgada lei aumentando a pena cominada ao crime de extors‹o
mediante sequestro, previsto no art. 159, do C—digo Penal. Os agentes
s‹o presos em flagrante, e Pedro, libertado pela pol’cia, mas somente
ap—s a entrada em vigor da altera•‹o legislativa. A pena a ser imposta
aos agentes do sequestro, neste caso, ser‡:
a) a pena anteriormente prevista, pelo princ’pio da ultratividade da lei
penal benŽfica.
b) a pena anteriormente prevista, pois a extors‹o mediante sequestro Ž
crime instant‰neo de efeitos permanentes.
c) a pena prevista pela nova legisla•‹o, pelo princ’pio da retroatividade
da lei penal.
d) a pena prevista pela nova legisla•‹o, pois a extors‹o mediante
sequestro Ž crime permanente.
COMENTçRIOS: No caso em tela, como o crime de extors‹o mediante sequestro
Ž um crime permanente, ser‡ aplicada a lei que vigorava quando cessou a
atividade criminosa, ou seja, a lei nova, pois ela chegou a vigorar DURANTE a
pr‡tica do delito (logo, n‹o se trata de retroatividade).
Aplica-se, aqui, o verbete de sœmula n¼ 711 do STF:
Sœmula 711 do STF
"A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a
sua vig•ncia Ž anterior ˆ cessa•‹o da continuidade ou da perman•ncia."
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

60.! (VUNESP Ð 2011 Ð TJ-SP Ð TITULAR NOTARIAL)


Assinale a alternativa que indica hip—tese de n‹o aplica•‹o da lei penal
brasileira.
a) Crime praticado em navio de cruzeiro italiano, navegando em mar
territorial brasileiro.
b) Crime praticado em navio de guerra brasileiro, navegando no mar
territorial australiano.
c) Crime praticado em lancha de recreio brasileira no mar territorial
uruguaio.
d) Falsifica•‹o de Reais (artigo 289 do C—digo Penal) praticada na China.
COMENTçRIOS: No caso em tela, apenas a hip—tese de alternativa C n‹o
representa uma situa•‹o de aplica•‹o da lei penal brasileira.
Isto porque a lancha particular de bandeira brasileira NÌO Ž extens‹o do territ—rio
nacional quando em mar territorial de outro pa’s.
Contudo, atŽ seria poss’vel a aplica•‹o da lei brasileira a este crime, desde que
o crime n‹o fosse julgado no pa’s de origem, mas esta informa•‹o n‹o consta no
item, de forma que n‹o devemos presumi-la.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 110 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

61.! (VUNESP Ð 2010 Ð MPE-SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


Considere que um indiv’duo, de nacionalidade chilena, em territ—rio
argentino, contamine a ‡gua pot‡vel que ser‡ utilizada para distribui•‹o
no Brasil e Paraguai. Considere, ainda, que neste œltimo pa’s, em raz‹o
da contamina•‹o, ocorre a morte de um cidad‹o paraguaio, sendo que
no Brasil Ž vitimado, apenas, um equatoriano.
De acordo com a regra do art. 6.¼, do nosso C—digo Penal ("lugar do
crime"), considera-se o crime praticado
a) na Argentina, apenas.
b) no Brasil e no Paraguai, apenas.
c) no Chile e na Argentina, apenas.
d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas.
e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador.
COMENTçRIOS: O CP brasileiro adotou a teoria da UBIQUIDADE em rela•‹o ao
lugar do crime. Vejamos:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Assim, podemos perceber que, PELA LEI BRASILEIRA, o crime seria punido
apenas na Argentina (onde foi praticado), no Paraguai e no Brasil (onde o
resultado ocorreu).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

62.! (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


A norma inserida no art. 7.¼, inciso II, al’nea "b", do C—digo Penal - Ficam
sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...) os crimes
(...) praticados por brasileiro - encerra o princ’pio
a) da universalidade ou da justi•a mundial.
b) da territorialidade.
c) da nacionalidade ou da personalidade ativa.
d) real, de defesa ou da prote•‹o de interesses.
COMENTçRIOS: Tal norma encerra o princ’pio da personalidade ativa, ou
princ’pio da nacionalidade, conforme defini•‹o dada pela doutrina penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

63.! (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


O C—digo Penal Brasileiro, em seu art. 6.¼, como lugar do crime, adota a
teoria
a) da atividade ou da a•‹o.
b) do resultado ou do evento.

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 111 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
c) da a•‹o ou do efeito.
d) da ubiquidade.
COMENTçRIOS: O CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime,
a teoria da UBIQUIDADE, considerando-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a a•‹o ou omiss‹o, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado. Vejamos a reda•‹o do art. 6¼:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

64.! (VUNESP Ð 2007 Ð OAB-SP Ð EXAME DE ORDEM)


O C—digo Penal brasileiro,
a) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqŸidade.
b) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria da atividade ou da a•‹o.
c) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqŸidade.
d) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria do resultado.
COMENTçRIOS: O CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime,
a teoria da UBIQUIDADE (ou mista), considerando-se praticado o crime no lugar
em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado. Vejamos a reda•‹o do art. 6¼:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
J‡ com rela•‹o ao TEMPO do crime, o CP adotou a teoria da atividade, nos termos
do art. 4¼:
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o, ainda que
outro seja o momento do resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

9! GABARITO

1.! CORRETA
2.! CORRETA
3.! CORRETA
4.! ERRADA
5.! ERRADA
6.! ERRADA

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 112 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
7.! ALTERNATIVA A
8.! ERRADA
9.! ERRADA
10.! ERRADA
11.! ERRADA
12.! ALTERNATIVA B
13.! ALTERNATIVA A
14.! ALTERNATIVA A
15.! ANULçVEL
16.! ALTERNATIVA C
17.! ALTERNATIVA C
18.! ALTERNATIVA D
19.! ANULADA
20.! ANULADA
21.! ALTERNATIVA C
22.! ALTERNATIVA B
23.! ALTERNATIVA A
24.! ALTERNATIVA E
25.! ALTERNATIVA A
26.! ALTERNATIVA C
27.! ALTERNATIVA A
28.! ALTERNATIVA D
29.! ALTERNATIVA B
30.! ALTERNATIVA C
31.! ALTERNATIVA C
32.! ALTERNATIVA E
33.! ALTERNATIVA D
34.! ALTERNATIVA A
35.! ALTERNATIVA A
36.! ALTERNATIVA B
37.! CORRETA
38.! ERRADA
39.! ERRADA
40.! ERRADA
41.! ALTERNATIVA B
42.! ALTERNATIVA B
43.! ALTERNATIVA B

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 113 de 11

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ ICMS-RS (2017-2018) Ð AUDITOR-FISCAL
Teoria e quest›es
0
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
44.! ALTERNATIVA D
45.! ALTERNATIVA A
46.! ALTERNATIVA C
47.! ANULADA
48.! ALTERNATIVA B
49.! ALTERNATIVA D
50.! ALTERNATIVA C
51.! ALTERNATIVA E
52.! ALTERNATIVA B
53.! ALTERNATIVA C
54.! ALTERNATIVA A
55.! ALTERNATIVA D
56.! ALTERNATIVA B
57.! ALTERNATIVA A
58.! ALTERNATIVA C
59.! ALTERNATIVA D
60.! ALTERNATIVA C
61.! ALTERNATIVA D
62.! ALTERNATIVA C
63.! ALTERNATIVA D
64.! ALTERNATIVA A

Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 114 de 11

00000000000 - DEMO

Anda mungkin juga menyukai