Anda di halaman 1dari 5

Para que posamos compreender a totalidade dos pensamentos de Simone de

Beuavoir, faz-se necessário compreender a linha filosófica que à qual pertence,


sendo, o existencialismo. No existencialismo, o indivíduo se caracteriza por sua
essência, ou existência. Kierkgaard, sustentava a ideia de que o indivíduo é o
único responsável pelo significado existente em sua vida, tendo de vivê-la de
forma sincera e apaixonada, mesmo com todos problemas contemporâneos que
nos acometem: ansiedade, alienação, tédio, dentre outros. O existencialismo
tornou-se popular nos anos após as guerras mundiais, como maneira de
reafirmar a importância da liberdade e individualidade humana. Esta essência,
também chamada de Verdade, à qual, segundo Platão, deveríamos buscar,
tornou-se mais difusa com o advento do Cristianismo, seguindo a ideia de que
todas as coisas tiveram um criador, dando uma essência própria a todas as coisas,
Mas é claro que este ideal de essência torna-se cada vez mais complicado de se
sustentar, uma vez que vivemos em um mundo de constantes descobertas, sejam
elas políticas, econômicas ou sociais. O ideal de essência torna-se cada vez mais
complicado de se ser alcançado, afinal, já não existe mais a ideia advinda do
cristianismo de que toda essência criada pelo criador é imutável, afina, segundo
Darwin, não existe uma essência para nada, pois todas as coisas estão em um
constante devir (transformação). É a partir deste ponto que poderemos
compreender o pensamento de Jean Paul Sartre: A existência precede a essência.
Ou seja, segundo Sartre, as coisas estão, elas não são. Tudo o que há agora passa
por uma transformação contínua e sua essência é passageira, cabendo a nós dar
sentido à ela.

Antes de adentrarmos esta obra, fiquemos com esta belíssima citação


de Beuvoir, para que possamos finalmente compreender a
grandiosidade e importância de sua contribuição filosófica:

“Eles [Rosa Luxemburgo, Marie Curie] demonstram com brilhantismo que não
é a inferioridade das mulheres que determinou sua insignificância histórica: é
sua insignificância histórica que as tornou inferiores.”

FATOS E MITOS
Reconhecer um ser humano na mulher não é empobrecer a experiência do
homem: esta nada perderia de sua diversidade, de sua riqueza, de sua
intensidade, se se assumisse em sua intersubjetividade; recusar os mitos não é
destruir toda relação dramática entre os sexos, não é negar as significações que
se revelam autenticamente ao homem através da realidade feminina; não é
suprimir a poesia, o amor, a aventura, a felicidade, o sonho: é somente pedir
que as condutas, os sentimentos, as paixões assentem na verdade”

Fatos e mitos é a primeira parte do manuscrito de Simone de Beauvoir. Aqui, a


autora trabalhará arduamente em cima da desmistificação dos pressupostos que
dizem respeito a vivência da mulher. Aqui, Beauvoir trabalhará na explicação do
porquê as “essências existentes” da mulher na sociedade não explicam como se
dá a subordinação da mulher em relação aos homens.

A EXPERIÊNCIA VIVIDA

“Uma ética verdadeiramente socialista, ou seja, buscar a justiça sem suprimir a


liberdade, que impõe ônus aos indivíduos, mas sem abolir a individualidade,
ficará muito embaraçada com os problemas impostos pela condição das
mulheres.”

Segunda parte do segundo sexo. Se na primeira parte, Beauvoir busca


desmistificar a vivência da mulher no social, na segunda parte, ela coloca em
prática como realmente essa existência e essência funcionam. Como que a mulher
constrói a sua existência? Citando diversos exemplos de outras mulheres e suas
construções e caracterizações, Beuvoir compreende de forma abrangente a real
explicação do por que estas mulheres foram se construindo da forma como se
construíram e não de outra forma.

“Há um princípio bom que criou a ordem, a luz e o


homem, e há um princípio mau que criou o caos, as
trevas e a mulher.” (Aristóteles)
“Tudo o que os homens escreveram até hoje sobre as
mulheres deve ser suspeito, pois eles sao, a um só
tempo, juiz e parte.” (Fançois Poullain de La Barre)

A partir dos pensamentos acima, a autor inicia uma investigação através de uma
série de outros pensamentos, buscando a compreensão por meio de questões.
Aqui, Beuvoir critica a Biologia, o ponto de vista psicanalítico e o ponto de vista
materialista. Ao questionar a biologia, a autora não nega que exista uma natureza
feminina que se difere da natureza masculina, porém, ela também não acredita
que essa diferença seja o suficiente para explicar os motivos pelos quais a mulher
é sempre colocada em ponto de subordinação com relação ao homem. Já o ponto
de vista psicanalítico de Freud e Adler é confrontado, afinal, são pensamentos
masculinos acerca da essência da mulher que dependeram de um contexto
histórico para se solidificarem. Em outras palavras, se existe, de fato, um
complexo de inferioridade feminino em relação aos homens, é porque a mulher
está inserida dentro de um contexto social que valoriza muito mais a virilidade
masculina, do que a virilidade feminina. Nesta parte, a autora também busca
compreender o que dá à mulher o status de feminina levantando diversas
questões. Afinal, o que dá a uma mulher o status de mulher? Seriam suas vestes,
unhas pintadas ou uma essência pré-existente platônica da essência feminina?
Ou esta essência estaria presa à um conceito biológico de que a feminilidade está
ligada diretamente as questões biológicas? Será que basta pintar o cabelo, unhas
e usar saia para ser mulher? E partindo de questões como estas que Beauvoir
sintetiza toda a sua ideia em uma única frase, sendo ela: Não se nasce mulher,
torna-se.

Enfim, o livro é incrivelmente rico e merece ser lido, estudado e folheado dezenas
de vezes, até que suas palavras tornem-se efetivas em nosso eu. Como estudante
de Ciências Sociais, é interessante ler Beauvoir. A teoria da autora acerca da
formação da figura feminina no campo social, a construção da identidade
feminina, o lugar da mulher na sociedade segunda a concepção e visão histórica,
a mulher como objeto e não somo sujeito, dentre outros diversos temas
abordados pela autora, tornam a experiência de leitura extremamente densa e
rica. É necessário uma capacidade intelectual que exceda as linhas desta obra. Em
outras palavras, para que se compreenda de fato as ideias de Beauvoir, faz-se
necessário ler as diversas contribuições citadas pela autora ao longo de sua
narrativa. A compreensão das correntes filosóficas e das inúmeras contribuições
de outras correntes para a compreensão da teoria e formação da mulher como ser
no campo social é indispensável. Este é um livro que merece destaque na
prateleira, não por ser um livro que estuda àquilo o que buscamos compreender,
mas por ser um livro que excede as expectativas do leitor com relação as teorias
estudadas e apontadas por Simone de Beauvoir. Uma leitura realmente
intrigante.

Algumas citações presentes nesta obra:

“Mas, de qualquer maneira, criar, cuidar não são atividades, são funções
naturais; nenhum projeto está envolvido; é por isso que a mulher não encontra aí
a razão de uma afirmação arrogante de sua existência; ela passa seu destino
biológico passivamente.”

“A ideologia cristã não contribuiu muito para a opressão das mulheres.”

“A razão subjacente às mulheres história dedicada em trabalho doméstico e


proibidos de tomar parte na construção do mundo é a sua subserviência à função
geradora.”

“Mas, na verdade, as vozes femininas silenciam onde a ação concreta começa; eles
foram capazes de provocar guerras, não sugerir as táticas de uma batalha; eles
têm orientado a política apenas na medida em que a política é reduzida à intriga:
os comandos reais do mundo nunca estiveram nas mãos das mulheres; eles não
agiram nas técnicas ou na economia, não fizeram ou derrotaram estados, não
descobriram mundos. É através deles que certos eventos foram desencadeados:
mas eram pretextos muito mais que agentes.”

“O privilégio econômico mantido pelos homens, seu valor social, o prestígio do


casamento, a utilidade do apoio masculino, todos comprometem as mulheres a
desejarem agradar aos homens. Eles ainda estão em uma situação geral de
vassalagem. Segue-se que a mulher conhece e escolhe a si mesma não como ela
existe para si mesma, mas como o homem a define.”

“As costuras, os padrões são muitas vezes apliquées para cortar o corpo feminino
tem transcendência: os chineses com os pés enfaixados mal consegue andar,
garras envernizado de Hollywood estrela privar suas mãos, saltos altos,
espartilhos, as cestas, as vertugadinas, as crinolinas tinham menos intenção de
acentuar a composição do corpo feminino do que aumentar sua impotência.”

“O homem conseguiu escravizar a mulher: mas a esse ponto ele a despojou do


que a tornava desejável.”

“Ninguém é mais arrogante em relação às mulheres, agressivo ou desdenhoso, do que


um homem preocupado com sua virilidade.”

A AUTORA
Simone de Beauvoir foi uma autora e filósofa francesa. Ela escreveu romances,
monografias sobre filosofia, questões políticas e sociais, ensaios, biografias e uma
autobiografia. Ela é agora mais conhecida por seus romances metafísicos,
incluindo Ela veio a ficar e os mandarins, e por seu tratado de 1949 sobre o
segundo sexo , uma análise detalhada da opressão das mulheres e um trato
fundamental do feminismo contemporâneo.

Anda mungkin juga menyukai