AULA 2
CONVERSA INICIAL
TEMA 1 – OS FISIOCRATAS
2
O que havia então era uma ordem produzida pela natureza e que
ordenava o funcionamento da sociedade. Caberia à ciência desvendar os
mecanismos desse funcionamento ordenador e organizá-lo em um sistema
explicativo inteligível e coerente. Esse seria o papel da Economia Política para
os fisiocratas.
Os fisiocratas localizam na esfera da produção a geração do excedente
da economia. E o único setor capaz de gerar esse excedente é a agricultura. Sua
causa fundamental é a fertilidade do solo. Por isso se diz que para os fisiocratas
a riqueza vem da terra.
Temos, portanto, a noção de excedente como produto da natureza.
É a partir dessa teoria do excedente que François Quesnay constrói o
Tableau Économique, que se constitui na primeira análise do equilíbrio global do
sistema econômico. No Tableau, Quesnay procura construir uma representação
do processo econômico real, demonstrando a interdependência entre os setores
econômicos por meio da descrição do processo de circulação da riqueza entre
as classes (produtiva e improdutiva).
Para os fisiocratas não deveria haver qualquer intervenção “externa” ao
livre desenvolvimento do sistema econômico, que funciona de acordo com as
leis naturais. Dessa maneira, enquanto a “intervenção” do Estado é fundamental
aos mercantilistas, para os fisiocratas ela é indesejável, pois só produziria
distorções e desvios em relação ao natural funcionamento do sistema
econômico.
4
Aqui veremos um avanço em relação aos fisiocratas: É na produção industrial, e
não na agricultura, que reside o segredo da produção da riqueza e do excedente.
Para Smith, todo excedente econômico vem do trabalho. Consequentemente, o
trabalho é a medida real do valor de troca de todas as mercadorias.
David Ricardo avança nessa explicação definindo o valor como o tempo
de trabalho incorporado à mercadoria, isto é, o valor não vem apenas do trabalho
que é diretamente empregado em sua produção, mas também do trabalho que
foi aplicado na produção dos utensílios, ferramentas e edifícios que colaboraram
em sua fabricação.
A teoria do valor-trabalho de Ricardo levou-o a teorizar sobre a origem do
lucro e sobre a dinâmica da distribuição da renda na sociedade. Sua teoria
sugeria haver uma oposição entre a grandeza do salário e do lucro, mas esta
oposição era, de certa forma, ofuscada pela sua visão do capitalismo como um
sistema de harmonia social. Quem viria desenvolver a teoria do valor-trabalho
de Ricardo em direção a uma visão totalmente negativa do capitalismo seria Karl
Marx – que veremos em breve.
NA PRÁTICA
6
FINALIZANDO
7
REFERÊNCIAS