questões ambientais
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02/06/2019 A cidade onde o tempo parou
“N
ão sou filho de pai assustado. Sabia, desde o princípio, que
este trem não ia estourar”, disse o aposentado Tarcísio
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Baú, vão usar o método a seco. Não queremos mais barragens na nossa
região”, diz Santos.
N
a tensa noite de sexta, 24 de maio, véspera do deadline, a praça
Nossa Senhora Aparecida, a principal da cidade, estava cheia, com
as barracas de comida exalando cheiros, o sertanejo universitário
ecoando nas caixas de som e os moradores enrodilhados. “O tempo
parou. Eu queria que estourasse isso, e a gente poderia tocar a vida”,
disse Denise Maria do Carmo. Ela vende massas italianas congeladas de
porta em porta: “Ninguém mais compra. As pessoas não querem encher o
freezer sabendo que de uma hora para outra terão que deixar tudo para
trás. Nossa vida agora é isto: esperar.” O problema da prima, Patrícia do
Carmo, era outro: convencer o filho Lucas do Carmo, de 17 anos, a voltar
a frequentar as aulas. O garoto estuda na Escola Estadual Odilon
Behrens, localizada à beira do rio Santa Bárbara. “Os corredores são
estreitos. Se tocar a sirene, vai todo mundo se empurrar nas escadas, cair,
machucar. Não quero estar lá. A gente chega e não tem certeza se vai
voltar para casa”, pontuou ele, enquanto a falante Patrícia ralhava: “Tem
isso não, Lucas, tem que ir. A gente não pode deixar de viver.”
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mineradora nos deu para voltar para casa, isso se a barragem não romper
e se conseguirem fazer o descomissionamento, é de três a cinco anos.”
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