Salmo 136.16-26
A primeira razão pode ser encontrada nos versos 1-3, onde são
destacas a bondade, a superioridade e o senhorio do Deus cuja
misericórdia dura para sempre.
Vivemos dias tão difíceis que parece até que estamos numa arena, lutando
contra tudo e contra todos. Além disto, somos assaltados por sentimentos de
desprezo e solidão. De tal forma, que parece que fomos abandonados e relegados
à própria sorte e que Deus não se importa conosco. Não obstante o ledo engano
do nosso coração, as Escrituras nos mostram que Deus está no controle até
mesmo das circunstâncias mais difíceis e desanimadoras.
Talvez assim como nós, o povo de Israel tenha sido levado pelo equívoco
de seus corações, acreditando que havia sido abandonado pelo Senhor
naquele deserto. Mas, o que precisamos entender é que eles não foram parar
no deserto por estarem perdidos ou desorientados, senão porque o próprio
Deus assim o quis (ver 16; conf. Ezequiel 20.10). E há pelo menos duas razões
para Deus ter levado o povo ao deserto:
Deus fez mais que conduzir e/ou apontar o caminho certo. O que está
implícito aqui é que Deus os fez chegar ao destino final em perfeita segurança,
provendo-lhes o necessário para seu sustento em toda sua jornada. Destarte, além
de guiá-los por quarenta anos no deserto, numa coluna de nuvem durante o dia e
numa coluna de fogo durante a noite, o Senhor também proveu o maná, o pão do
céu; lhes deu codornizes para saciar seu desejo de carne; fez jorrar mananciais
onde não haviam fontes de água; não permitiu que suas vestes e calçados se
envelhecessem, nem que seus pés inchassem. O fato é que Ele lhes deu sustento
mesmo nas condições mais desfavoráveis e desesperadoras.
Alguém poderia argumentar que Deus foi injusto ao tomar as terras destes
famosos reis para dá-las ao seu povo. Contudo, as Escrituras nos ensinam no
Salmo 24.1, que “ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo
e os que nele habitam”. Ele é o Senhor de tudo, o supremo governante e provedor
da criação. Foi ele quem se lembrou do seu povo em seu abatimento e os libertou
dos seus adversários (23-24).
A graça comum é um dos meios usados por Deus para governar e sustentar
toda a sua criação. Diante disto, o salmista sem receios exclama a plenos pulmões
no verso 26: “Oh! Tributai louvores ao Deus dos céus, porque a sua misericórdia
dura para sempre”.
Aplicação
Confiar que mesmo no deserto haverá provisão dos altos céus; quando
Deus nos leva ao deserto, é porque ele está nos tratando, forjando
nosso caráter e nos fazendo mais parecidos com Cristo;