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Na última quinta-feira inauguramos o "Atelier Silvia" no Museu Murillo La Greca.

Foi
uma noite especial na qual qualquer tentativa de protagonismo artístico (seja na figura
de Silva, La Greca, Daniel Santiago ou Bruna) aconteceu como mera desculpa para
agregar possíveis desenhadores; para criar um comum, partilhado pela política do
desenho.
Mas afinal, "o que não é desenho?" A pergunta astuta que intitula a exposição
idealizada pelo educativo do Museu pode ser respondida pelo reverso.
Desenho é mais do que uma linguagem visual manifesta pela expressão gráfica. É um
processo que envolve, a priori, sujeitos de desi ́gnio e dessa forma ultrapassa a
instrumentalização técnica. Desenho é exercício contínuo de percepção e imaginação.
Feito em conjunto, é criação de um lugar de diálogo, de troca de saberes entre pessoas
como um estado instigante de autoconhecimento e sensorialidade.
Na performance que provocamos pouco importava pensar o desenho em termos de
esboço (processo) ou arte finalizada (obra encerrada).
A exposição, bem como a performance que aconteceu como deslocamento e
atualização da prática empregada por Murillo e seu destaque dentro dos discursos da
vida cotidiana, trata-se da instituição de uma bela balbúrdia, orquestrada pela equipe
do Museu em confabulação com os artistas professores convidados.
Na expografia, muito bem engendrada, cada detalhe foi arquitetado de modo a
estimular um praticar e um pensar o desenho como dispositivo de expressão livre e de
interferência num acervo histórico. Portanto, desenho como ferramenta de criação e
de pensamento crítico.
Foi instigante adentrar o caos criativo instaurado no Museu. Ao chegar no La Greca
naquela noite, ao invés de encontrar um público ansioso na expectativa da realização
de uma performance, me deparei com uma muvuca de gente desenhando,
conversando, andando de um lado para o outro, abrindo e fechando gavetas e
riscando sobre desenhos dispostos na parede – inclusive aqueles do La Greca (!).
Enfim, gente se divertindo sob o pretexto de ver/fazer arte.
Em tempos de crise política, os agentes do Museu Murillo La Greca cumprem um
importante papel social e pedagógico naquele contexto. Demonstram através de suas
exposições e respectivas ativações vias alternativas ao emprego das forças coercitivas
que insistem em reduzir nossa percepção da realidade. Criam situações de abertura e
interlocução capazes de favorecer a cultura e a educação, o quê, por si, trata-se de
uma forte ferramenta de combate ao Estado de exceção.
Resta-me agradecer a maravilhosa Ariana Nuala, liderança afetiva do educativo do La
Greca, grupo que vem trabalhando com muito cuidado as possibilidades de
ressignificação da relação do público com a obra de Murillo.

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