Proteção Social Especial; ocasião de atuação que provocou todos os questionamentos que foram
discutidos no trabalho. Ao se deparar com a violação de direitos da população LGBT, ficou
evidente a fragilidade em que as equipes se encontram para estabelecer abordagens as quais
sejam verdadeiramente socioeducativas e que promovam garantia de direitos.
Aponta-se como questão central da problemática, a necessidade urgente de
esclarecimento sobre a condição humana das orientações e identidades sexuais não-
hegemônicas às equipes de gestão da seguridade social.
A partir do conhecimento do material citado e da NOB-SUAS (BRASIL, 2005) para
atuação técnica nos programas sociais, delimitou-se a proposta de questionamento e debate.
É preciso que os temas específicos da Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais sejam debatidos pelos grupos de proteção da sociedade civil, dos
movimentos sociais e das/dos trabalhadoras/trabalhadores técnicos responsáveis pelos
programas e acompanhamentos nos municípios. Apenas a discussão e análise constante desses
serviços pode manter acesa e viva a intencionalidade desses projetos sociais.
A Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social em seu Art. 6º parágrafo
VI – assegura que o serviço da rede socioassistencial no Brasil deve promover o “combate às
discriminações etárias, étnicas, de classe social, de gênero, por orientação sexual ou por deficiência,
dentre outras;” (NOB-SUAS, 2012, p. 18; grifo nosso). A partir da amplitude desta norma, inúmeras
referências se materializaram no sentido de possibilitar o exercício da cidadania e garantia de direitos
para pessoas em situação de maior vulnerabilidade social devido a associação de vários fatores de
exclusão e marginalização.
Dentre as categorias de vulnerabilidades sociais, ressaltam-se as condições de orientação sexual
e de identidade/performance de gênero diferenciadas da norma heterossexual, resultantes de maior
segregação, preconceitos/discriminação, perseguição e violências psicológicas e físicas (BUTLER,
2015). Conforme a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência
Social– NOB-RH/SUAS, os serviços socioassistenciais devem ofertar e viabilizar a
1
Cf. Resolução CFP Nº 001/99, de 22 de março de 1999 – “Estabelece normas de atuação para os psicólogos em
relação à questão da Orientação sexual”.
É evidente que o Brasil ainda vive sob a égide de uma constituição federal muito jovem,
em um vasto território geográfico localizado na América do Sul. Está inserido no grupo dos
países em desenvolvimento, ou seja, ainda não goza de estabilidade econômica e democrática
tanto nos aspectos de produção e consumo de bens materiais, quanto do exercício de cidadania
consciente, livre e participativa.
O final de século XX foi marcado por mudanças estruturais e governamentais no Brasil,
com o término dos governos militares o povo pôde depois de longos anos de ditatura, voltar a
escolher os representantes políticos para a Nação. Após as mobilizações de categorias de
trabalhadores, de movimentos sociais e de representantes da sociedade civil, em 1993 foi
promulgada a Lei Orgânica de Assistência Social (BRASIL, 1993) a qual permitiu o debate
sistematizado e a busca por legitimidade no que se refere à garantia de direitos para todas.
É sabido que “[a]gremiações de pessoas que se reconhecem ou que são reconhecidas
como homossexuais não são um fato um fato recente, seja no Brasil ou em outros países [...]”
(FACCHINI, 2011, p. 180), as lutas por direitos e visibilidade social são históricas nos
processos de formação das cidades, dos Estados e de diferentes nações. Também pode ser
observado que mudanças governamentais que contemplam o segmento populacional referido
não foram deliberadas por governos sem antes terem sido alvo de grande apelo popular.
No Brasil, a passagem dos anos 1960 para a década seguinte é marcada pelo
endurecimento da ditadura militar. [...] Em meados dos anos 1970, ganha
visibilidade o movimento feminista, e, na segunda metade da década, surgem
as primeiras organizações do movimento negro contemporâneo, como o
Movimento Negro Unificado, e do movimento homossexual, como o Somos
– Grupo de Afirmação Homossexual, de São Paulo. (FACCHINI, 2011, p.
182, grifos da autora).
Consoante, a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social em seu Art. 6º
parágrafo VI – assegura que o serviço da Rede Socioassistencial no Brasil deve promover o “combate
às discriminações etárias, étnicas, de classe social, de gênero, por orientação sexual ou por deficiência,
dentre outras” (NOB-SUAS, 2012, p. 18; grifo nosso).
A partir da magnitude desta norma, inúmeras referências se materializaram no sentido de
possibilitar o exercício da cidadania e garantia de direitos para pessoas em situação de maior
vulnerabilidade social devido a associação de vários fatores de exclusão e marginalização.
Os encontros
QueerIdxs
Primeiro encontro realizado no dia 28 de setembro de 2017
15 pessoas.
Uma transexual adulta e as demais pessoas em circulações entre bi e homossexualidades.
O tema do primeiro encontro buscou explicar o que é o CREAS, um pouco sobre o SUAS e os
direitos humanos. Cada participante teve a oportunidade de se apresentar e reconhecer as pessoas do
grupo.
Abordamos as questões da identidade de gênero para as pessoas trans e como ela poderia ser
adquirida.
Ficou combinado que o grupo se mobilizaria para que novos eventos fossem realizados.