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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS
CAMPUS DE CAICÓ

JOSEMÁRIA ÍRIS DE MEDEIROS RAQUEL

AUDITORIA INTERNA:
UM INSTRUMENTO FUNDAMENTAL PARA A ENTIDADE E UMA
FERRAMENTA IMPORTANTE PARA A TOMADA DE DECISÃO

CAICÓ – RN
2016
JOSEMÁRIA ÍRIS DE MEDEIROS RAQUEL

AUDITORIA INTERNA:
UM INSTRUMENTO FUNDAMENTAL PARA A ENTIDADE E UMA
FERRAMENTA IMPORTANTE PARA A TOMADA DE DECISÃO

Monografia apresentada ao Departamento de


Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino
Superior do Seridó da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Celso Luiz Souza de Oliveira

CAICÓ – RN
2016
JOSEMÁRIA ÍRIS DE MEDEIROS RAQUEL

AUDITORIA INTERNA:
UM INSTRUMENTO FUNDAMENTAL PARA A ENTIDADE E UMA
FERRAMENTA IMPORTANTE PARA A TOMADA DE DECISÃO

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de


Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção
do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________
Prof. Esp. Celso Luiz Souza de Oliveira - UFRN/CERES
Orientador

_______________________________________________________
Prof. Me. Ricardo Aladim Monteiro - UFRN/CERES
Examinador

________________________________________________________
Prof. Me. Sócrates Dantas Lopes - UFRN/CERES
Examinador
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES Caicó

Raquel, Josemária Iris de Medeiros.


Auditoria interna: um instrumento fundamental para a entidade
e uma ferramenta importante para a tomada de decisão / Josemaria
Iris de Medeiros Raquel. - Caicó, RN: UFRN, 2016.
58f.: il.

Orientador: Esp. Celso Luiz Souza de Oliveira.


Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Ensino Superior do Seridó.
Departamento de Ciências Sociais Aplicadas.
Curso de Ciências Contábeis.
Monografia - Bacharelado em Ciências Contábeis.

1. Auditoria interna. 2. Entidade. 3. Tomada de decisão. I.


Oliveira, Celso Luiz Souza de. II. Título.

RN/UF/BS-CAICÓ CDU 657


DEDICATÓRIA

Ao meu filho Thiago, que me deu a satisfação de ser sua mãe e me ensina com o dia a
dia como é possível buscar o conhecimento através dos estudos. Vê-lo crescendo com
dignidade é motivo de muito orgulho. O seu afeto e dedicação para comigo é sempre um
aprendizado, seu apoio auxilia e orienta o meu caminho.
AGRADECIMENTOS

Aos professores do curso de Ciências Contábeis do Centro de Ensino Superior do


Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que me ensinaram os encantos da
contabilidade e foram os responsáveis pelo conhecimento adquirido durante o curso. De modo
particular, agradeço a atenção do professor Celso Luiz em relação a minha pessoa, suas
orientações foram fundamentais para o desempenho desse projeto.
Às raras pessoas que apareceram no meu caminho nos momentos certos e que
marcaram muito a minha trajetória estudantil e pessoal ao longo do curso e da vida, dentre as
quais destaco o meu amigo Pablo Reife, minhas colegas/amigas Ana Jacqueline e em especial
Ana Santana. Só vocês foram testemunhas das lutas, batalhas e de muito estudo para concluir
o curso.
Ao meu filho Thiago de Medeiros pelo carinho e por respeitar meus horários de
estudos, muitas vezes assistindo à televisão com volume baixo para não me atrapalhar. Como
também pela companhia de ir assistir a algumas aulas, pois por diferentes motivos não tinha
com quem deixa-lo.
A todos muito obrigada!
RESUMO

O presente trabalho busca mostrar como a auditoria interna é um instrumento fundamental


para a entidade, sendo uma importante ferramenta no auxílio à tomada de decisão. Através de
uma pesquisa bibliográfica com alguns dos principais autores de livros sobre auditoria, assim
como consultas em dissertações, teses, acervos digitais e eletrônicos, apresentam-se de forma
clara e elucidativa as principais definições, divisões, características, etapas do planejamento,
importância e credibilidade da auditoria, tendo como foco principal a auditoria interna. O
objetivo é descrever os aspectos fundamentais e os benefícios que as atividades de auditoria
interna trazem para uma entidade, principalmente no tocante à tomada de decisão. Destaca-se
o papel do auditor interno dentro de uma entidade, verificando se a mesma está de acordo com
a imagem que passa, e propondo melhorias, quando necessário. Evidencia-se que o principal
papel da auditoria interna é agregar valor aos negócios da entidade, através da identificação
das necessidades primordiais para melhorar o seu posicionamento no mercado.

Palavras-chave: Auditoria interna, Entidade, Tomada de decisão.


ABSTRACT

The present study seeks to show how the internal audit is a key tool for the entity, being an
important tool to assist decision making. Through a bibliographical research with some of the
leading authors of books about auditing, as well as consultations in dissertations, theses,
digital and electronic collections, presented in a clear and informative way the main
definitions, divisions, features, planning stages, significance and credibility of the audit,
having as main focus the internal audit. The objective is to describe the fundamental aspects
and the benefits that the internal audit activities bring to an entity, especially with regard to
decision-making. We highlight the function of the internal auditor within an entity by
checking if the same is according to its image, and proposing improvements, where necessary.
We evidence that the primary function of internal audit is to add value to the entity‟s business,
by identifying key needs to improve its positioning in the market.

Keywords: Internal Audit, Entity, Decision making.


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Evolução e origem da auditoria ....................................................................... 08


Quadro 2 – Diferenças entre auditoria interna e auditoria externa ..................................... 16
Quadro 3 – Resumo dos benefícios de uma implantação da auditoria interna ................... 39
Quadro 4 – Resumo das razões a implantar uma auditoria interna nas organizações ........ 40
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

AUDIBRA Instituto dos Auditores Internos do Brasil


BACEN Banco Central do Brasil
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CRC Conselho Regional de Contabilidade
CVM Comissão de Valores Mobiliários
IBRACON Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
NBC Normas Brasileiras de Contabilidade
S.A. Sociedade Anônima
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 01
1.1. PROBLEMÁTIA .................................................................................................... 02
1.2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 03
1.3. OBJETIVOS .......................................................................................................... 04
1.3.1. Objetivo geral ........................................................................................................ 04
1.3.2. Objetivos específicos ............................................................................................. 04
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 04
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 06
2.1. ORIGEM DA AUDITORIA ...................................................................................06
2.2. AUDITORIA NO BRASIL .................................................................................... 10
3 AUDITORIA ......................................................................................................... 12
3.1. CONCEITO E APLICAÇÃO DA AUDITORIA CONTÁBIL ..............................12
3.2. TIPOS DE AUDITORIA ........................................................................................ 13
3.2.1. Auditoria interna .................................................................................................. 14
3.2.2. Auditoria externa ..................................................................................................15
3.2.3. Diferenças entre auditoria interna e externa ..................................................... 16
3.3. PROFISSIONAIS DA AUDITORIA ..................................................................... 18
3.3.1. Auditor interno ..................................................................................................... 18
3.3.2. Auditor externo ..................................................................................................... 20
3.4. IMPORTÂNCIA E CREDIBILIDADE DA AUDITORIA INTERNA E DO
CONTROLE INTERNO ........................................................................................ 21
3.4.1. Importância da auditoria interna ....................................................................... 21
3.4.2. Credibilidade da auditoria interna ..................................................................... 22
3.4.3. Planejamento dos trabalhos de auditoria ........................................................... 23
3.4.3.1.Planejamento da auditoria interna .......................................................................... 24
3.4.4. A importância do controle interno ...................................................................... 25
4 COLABORAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA PARA A
ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................. 28
4.1. ADMINISTRAÇÃO E AUDITORIA INTERNA ..................................................28
4.2. RESPONSABILIDADE DA AUDITORIA INTERNA ........................................ 29
4.3. VANTAGENS DA AUDITORIA INTERNA ....................................................... 31
5 A RELEVÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA PARA A TOMADA DE
DECISÃO .............................................................................................................. 34
5.1. PREVENÇÃO DE FRAUDES E ERROS ............................................................. 35
5.1.1. Fraudes .................................................................................................................. 35
5.1.2. Evita erros ............................................................................................................. 37
5.1.3. Diferenciação entre fraude e erro ....................................................................... 38
5.2. MELHORIAS NA IMPLANTAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA ....................39
5.3. O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA NAS ENTIDADES ............................... 43
6 METODOLOGIA ................................................................................................. 45
6.1. ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA DA PESQUISA ........................ 45
6.2. INSTRUMENTO DE COLETA E SELEÇÃO DE DADOS ................................. 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 46
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 47
1

1 1 INTRODUÇÃO

Todo setor administrativo de uma entidade tem obrigação de elaborar e apresentar


demonstrações contábeis e é imprescindível que estas estejam adequadas e de modo
esclarecedor para os seus usuários. Cabe ao auditor emitir parecer sobre os demonstrativos,
sendo que esse parecer é o elemento fundamental que torna as informações prestadas em
documentos de alta confiabilidade.
De acordo com Crepaldi (2013, pág. 1):

A administração de uma sociedade tem o dever de apresentar demonstrações


contábeis e divulgações adequadas e esclarecedoras à opinião pública. O parecer dos
auditores sobre esses demonstrativos é elemento fundamental na extensão que se
traduz em sinônimo de confiabilidade as informações prestadas.

Nesse sentido, a auditoria mostra seu papel e sua tamanha importância para o bom
desempenho de qualquer entidade, através de normas e técnicas, que foram sendo
desenvolvidas e elaboradas baseadas em princípios éticos. É salutar que a auditoria
desenvolva suas atividades pautadas e em consonância com a estrutura administrativa da
empresa, todavia cada uma tem sua singularidade e seu espaço dentro da entidade. Ou seja, a
auditoria não substitui a função administrativa, nem vice versa.
Crepaldi (2013, pág. 1) afirma que:

Valendo-se de normas e padrões de natureza técnica e ética claramente


determinados, a auditoria torna-se elemento fundamental no sistema de informações,
medição de desempenho e prestação de contas da administração. É preciso dirimir
um mal entendido de uma vez por todas. A auditoria não está para substituir a
função da administração da empresa; portanto, não deve prosperar o raciocínio de
que se há uma estrutura administrativa forte não é necessário o trabalho do auditor
ou, contrario sensu, a empresa tem auditor porque sua estrutura é fraca.

A auditoria pode ser classificada de acordo com a forma de intervenção em interna ou


externa. Nosso estudo aborda as duas classificações, mas nos detemos mais na auditoria
interna, por estar mais próxima à administração e ser mais participativa na tomada de decisão.
A auditoria interna mostra sua importância por meio das técnicas e procedimentos
específicos, dando um suporte aos administradores no processo gerencial. A auditoria interna
é realizada por um funcionário da empresa.
2

Conforme Cordeiro (2013, pág. 9):

A auditoria interna é uma atividade de avaliação independente dentro de uma


organização para revisar as operações contábeis financeiras e outras, com a
finalidade de prestar serviço à administração, é um controle administrativo cuja
função é medir e avaliar a eficiência dos outros controles.

De forma sintética, pode-se definir auditoria interna como o levantamento de


procedimentos e rotinas dentro de uma entidade. A atividade de auditoria interna baseia-se em
controlar as áreas-chaves dentro das empresas, evitando supostas fraudes, desfalques e
subornos, mediante testes de auditoria, que serão aplicados pelo profissional da contabilidade
e foram estruturados e fundamentados na necessidade que os usuários das informações
contábeis objetivam. O contador agrega credibilidade e confiabilidade ao emitir seu parecer
sobre a situação econômica e financeira da entidade.
Ainda segundo Cordeiro (2013, pág. 6), a auditoria interna “consiste em controlar as
áreas-chaves nas empresas, a fim de evitar situações que propiciem fraudes e desfalques por
meio de testes”.
Vemos que a auditoria é um processo no qual o auditor certifica-se da veracidade das
informações contidas nas atividades da companhia auditada, utilizando critérios e
procedimentos que são desenvolvidos para assegurar a efetividade dos respectivos valores
contidos nas demonstrações. Para que possa desenvolver um excelente trabalho, o auditor
interno precisa do apoio da administração e dos executivos das entidades.

1.1 PROBLEMÁTICA

As empresas, de uma forma em geral, estão vivenciando em um ambiente que, a cada


momento, se deparam com vários desafios: as margens de lucros são baixas, os concorrentes
lançam frequentemente produtos novos e às vezes fazem instalações bem ao lado, para ficar
mais acirradas as vendas, etc. O mercado é de incertezas e consequentemente vem exigindo
bastante das empresas.
Dentro de uma entidade é preciso agregar “valor”. Essa é a palavra de ordem, levar a
gestão da empresa a repensar e reaprender novas técnicas de gestão, com o intuito de
conseguir excelentes resultados com menos recursos. Diante desse cenário, surgiu a
3

necessidade de um profissional que auxilie os gestores na supervisão das atividades, visando


otimizar os resultados da entidade.
A auditoria interna é uma atividade essencial à entidade e busca auxiliar a gestão com
orientações e sugestões, dando um direcionamento aos trabalhos, colaborando como uma
espécie de assessoria à gestão. Diante desse contexto pergunta-se: Qual o papel da auditoria
interna dentro das entidades?
O principal papel da auditoria interna é agregar valor aos negócios da entidade,
melhorar seu posicionamento no mercado, otimizar os resultados e assegurar que as atividades
da empresa sejam mantidas.

1.2 JUSTIFICATIVA

Em ambientes empresariais modernos e competitivos, o mercado exige cada vez mais


conhecimentos que viabilizem a interação entre os diversos setores, formando um sistema
único, onde todos os segmentos se reúnam em busca de esforços coletivos para alcançar os
melhores resultados possíveis.
A atividade de auditoria interna passou a fazer parte das organizações modernas. O
conhecimento das práticas de auditoria interna deve ser implantado nas organizações como
forma de melhoria contínua, minimizando riscos decorrentes das fragilidades causadas por
pessoas que não detêm conhecimentos básicos de qualidade dos processos operacionais de
uma empresa.
Com o processo de globalização, a função de auditoria interna torna-se uma
ferramenta essencial para o mecanismo de controle dos processos, de acordo com os padrões
internacionais. A auditoria interna deve fazer parte do ambiente empresarial, atuando com a
prevenção de problemas, auxiliando a administração com dados e informações tempestivas e
fidedignas. Ou seja, a auditoria interna configura-se como um apoio à gestão no tocante à
tomada de decisão.
4

1.3 OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo geral

Descrever os aspectos fundamentais e os benefícios que as atividades de auditoria


interna trazem para uma entidade, principalmente no tocante à tomada de decisão.

1.3.2. Objetivos específicos

 Identificar conceitos sobre auditoria;


 Ressaltar a importância e a credibilidade da auditoria interna e do controle interno;
 Descrever as etapas do planejamento da auditoria interna;
 Detalhar que a auditoria interna deve trabalhar em conjunto com a administração da
entidade;
 Apresentar as contribuições da auditoria interna na prevenção de fraudes e erros;
 Enfatizar a relevância da auditoria interna para a tomada de decisão.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está dividido em seis capítulos. No primeiro capítulo apresenta-se


a introdução, contendo a contextualização do tema e a definição da pesquisa a ser
desenvolvida. Em seguida os objetivos geral e específicos do trabalho e a descrição da
estrutura do mesmo.
No segundo capítulo contem um pouco da história da auditoria, desde seu surgimento,
até os dias atuais, no Brasil e no mundo. Apresenta-se um quadro de Jund (2006) que mostra
um pouco da evolução da auditoria, desde seu surgimento.
5

O terceiro capítulo aprofunda-se na definição de auditoria, vendo sua aplicação, tipos


– auditoria interna e externa –, as diferenças entre esses tipos, os profissionais da auditoria –
auditor interno e externo –, o planejamento da auditoria, sua importância e credibilidade.
Nesse capítulo é feita uma explanação sobre o controle interno, falando sobre sua importância
para a entidade.
O quarto capítulo foca na auditoria interna, procurando enfatizar sua contribuição para
a administração da empresa, especificando as vantagens que a auditoria interna pode
proporcionar e quais suas responsabilidades junto à administração.
O quinto capítulo mostra alguns dos principais pontos positivos que levam a auditoria
interna a ser um auxiliar indispensável para o processo de tomada de decisão da entidade.
Mostra-se como a auditoria contribui para evitar fraudes e erros, diferenciando esses dois
termos. Para finalizar o capítulo apresentam-se as melhorias que se obtêm com a implantação
da auditoria interna e qual papel ela desenvolve na entidade.
O sexto capítulo trata da metodologia utilizada, a abordagem teórico-metodológica da
pesquisa, como também o seu contexto, delimitando espaço e sujeito de investigação. Por fim,
os instrumentos de coleta e seleção dos dados utilizados.
Encerrando o trabalho apresentam-se as considerações finais, fazendo uma síntese de
tudo o que foi explanado, confirmando a importância da auditoria interna no processo de
tomada de decisão da entidade.
6

2 2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ORIGEM DA AUDITORIA

Se for feito um estudo aprofundado com uma abordagem científica mais complexa,
verifica-se que a auditoria surgiu em épocas remotas, há 2.600 anos, na Suméria (Sá, 1994,
pág. 13-14). Porém, para o nosso objetivo, iremos levar em consideração a evolução da
auditoria a partir do século XV.
Diferentemente da contabilidade, que tem o frade Luca Pacioli como referência, a
história da auditoria é decorrente da evolução da contabilidade, pois essa era uma ferramenta
da contabilidade. E o nome do primeiro auditor talvez permaneça desconhecido, conforme
Jund (2006, pág. 5).
Devido à história da auditoria se fundir com a evolução da contabilidade e como
antigamente o contador era tido como um guardador de livros, a distinção entre essas duas
profissões pode ter surgido, segundo Jund (2006, pág. 5):

Provavelmente, pode ter sido um proficiente guarda-livros, a serviço de mercador


italiano do século XV ou XVI que, pela reputação de sua sabedoria e conhecimento
técnico, passou a ser consultado por outros sobre a escrituração de suas transações.
Supõe-se que a auditoria se estabeleceu como profissão distinta da atividade contábil
para um único usuário, no momento em que o especialista em escrituração deixou de
pratica-la para prestar assessoria aos demais especialistas e mercadores,
transformando-se em consultor público liberal.

É na Itália que surge o método das partidas dobradas. Foi lá que se deu o surgimento
da contabilidade moderna, tendo como principal divulgador o frade Luca Pacioli.
Jund (2006, pág. 5) confirma:

Os italianos foram os arquitetos da contabilidade moderna. Luca Pacioli, frade


matemático franciscano, em 1494, publicou sua teoria das partidas dobradas,
alicerce da contabilidade. O interesse do clero pela contabilidade não foi acidental,
porquanto os principais empreendimentos estruturados da Europa moderna ou
medieval foram dirigidos pela igreja, e a primeira dívida pública organizada de que
se tem notícia foi incorrida pelo Vaticano, mediante colocação de títulos
mobiliários.

A Revolução Industrial, na Inglaterra, trouxe problemas contábeis mais complexos,


pois cresceu a demanda do capital e a expansão das atividades.
7

Attie (2010, pág. 7), corrobora:

Em essência, a causa da evolução da auditoria, que é decorrente da evolução da


contabilidade, foi a do desenvolvimento econômico dos países, síntese do
crescimento das empresas e da expansão das atividades produtoras, gerando
crescente complexidade na administração dos negócios e de práticas financeiras
como uma força matriz para o desenvolvimento da economia de mercado.

Em decorrência de tais fatos, mudou-se o eixo nos sistemas contábeis, tornando-os


mais complexos, devido ao aumento e desenvolvimento das atividades empresariais. Com
isso, os exames de auditoria, que antes eram pormenorizadas, tornaram-se proibidos, devido
ao seu custo elevado. Chega-se a uma conclusão que o objetivo de detectarem-se erros e
falhas poderia ser atingido mais efetivamente através de um adequado sistema de controle
interno.
Assim, o papel do auditor mudou, passando da busca de erros e confirmação da
exatidão do balanço, para o exame do sistema e teste de evidências, de modo que se pudesse
emitir um parecer sobre a fidedignidade dos resultados das demonstrações financeiras do
empreendimento, que pudesse ser um parecer com relatórios imparciais.
Conforme Attie (2010, pág. 7):

A veracidade das informações, o correto cumprimento das metas, a aplicação do


capital investido de forma lícita e o retorno do investimento foram algumas das
preocupações que exigiram a opinião de alguém não ligado ao negócio e que
confirmasse, de forma independente, a qualidade e precisão das informações
prestadas, dando, dessa forma, o ensejo ao aparecimento do auditor.

O surgimento da auditoria está relacionado com a necessidade de confirmação por


parte dos investidores e proprietários quanto à realidade econômico-financeira demonstrada
no patrimônio das empresas investidas e, principalmente, em virtude do surgimento de
grandes empresas, com o desenvolvimento econômico que foi capaz de propiciar a
participação acionária na formação do capital de muitas delas.
Como a auditoria é proveniente da própria contabilidade, é justo que façamos um
conjunto de informações e dados históricos que permita comparabilidade entre as duas
atividades.
A seguir, no quadro 1, a evolução da auditoria, conforme Jund (2006, págs. 7-8):
Quadro 1 – Evolução e origem da auditoria

ORIGEM E EVOLUÇÃO DA AUDITORIA

SURGIMENTO NO
ORIGEM REVOLUÇÃO INDUSTRIAL BRASIL
SÉCULO XV SÉCULO XVIII SÉCULO XX
__________________________________________________________________________________________________________________
Itália Inglaterra Brasil

CENÁRIO: CENÁRIO: AUDITORIA: CENÁRIO:


- Empresas de pequeno porte, - Surgimento de empresas de PROFISSIONAL: “guarda livros” - Empresas familiares
tipicamente familiares médio e pequeno porte - Filiais de empresas de
- Publicação do método das - Aumento da demanda de PROCEDIMENTOS: grande porte estrangeiras
partidas dobradas (Frei capital - Avaliação dos sistemas de
Luca Pacioli) - Acionistas controles internos AUDITORIA:
- Problemas contábeis mais - Definição das amostras - Realizada por auditores
AUDITORIA: complexos - Análise e revisão dos lança- vindos do estrangeiro, com o
- Desenvolvimento e implantação mentos contábeis por sistema objetivo de enviar informa-
PROFISSIONAL: “guarda de sistemas de controles internos de amostragem ções das filiais para a matriz
livros” cuja finalidade era prevenção da no exterior
ocorrência de erros e falhas CONSEQUÊNCIAS:
PROCEDIMENTOS: - Risco de emitir uma opinião
Análise e revisão de 100% errada
dos lançamentos contábeis
OBJETIVO:
OBJETIVO: Identificação - Identificação das causas dos
de erros e falhas erros e falhas e a sua prevenção
- Comprovar a exatidão dos dados
apresentados nos balanços
- Resguardar os interesses dos
acionistas por meio de opiniões
independentes
8
1972 1976 1997 1999 2001
_________________________________________________________________________________________________________________
PROFISSIONALIZAÇÃO PROMULGAÇÃO DA APROVAÇÃO DAS NORMAS PUBLICAÇÃO DA INSTRUÇÃO NORMAS DE AUDITORIA
DA AUDITORIA LEI N° 6.404 PROFISSIONAIS DE EXAME CVM N° 308, 14/05/99 GOVERNAMENTAL
E AVALIAÇÃO, E DE IN 01/2001, SFC/MF
Criação das Normas de Auditoria - Obrigatoriedade de auditoria RELATÓRIO PELO CFC - Regulamenta e define Normas de - Regulamenta e define Normas de
Geralmente Aceitas por ato externa para S.A. capital Auditoria Independente no âmbito Auditoria e de Controle Interno no
conjunto do: aberto Última alteração das Normas de das empresas do mercado de valores âmbito do Poder Executivo Federal
- BACEN (Banco Central do Auditoria Independente, pelo mobiliários (S.A.)
Brasil) PROMULGAÇÃO DA Conselho Federal de Contabilidade
- IAIB (Instituto dos auditores LEI N° 6.385 por meio das resoluções n° 820 e
Independentes do Brasil, atual 821, ambas de 17/12/97
IBRACON) - Disciplinou o mercado de
- CFC (Conselho Federal de valores mobiliários e criou
Contabilidade) a CVM

NORMAS SOBRE TRANSAÇÕES


COM PARTES RELACIONADAS
RESOLUÇÃO CFC N° 974 DE 27/06/2003
- Regulamenta o item 11.2.12 da NBC T 11

2002 2003 2003 2004 2005


_________________________________________________________________________________________________________________
NORMAS PARA EDUCAÇÃO NORMAS SOBRE A REVISÃO NORMAS SOBRE EXAME NORMAS SOBRE AUDITORIA NORMAS SOBRE O
PROFISSIONAL CONTINUADA EXTERNA DE QUALIDADE DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA NO ÂMBITO DO MERCADO CADASTRO NACIONAL DE
RESOLUÇÃO CFC N° 945, PELO PARES RESOLUÇÃO CFC N° 989, FINANCEIRO AUDITORES INDEPENDENTES
27/09/2002 RESOLUÇÃO CFC N° 964, 11/12/2003 RESOLUÇÃO BACEN N° 3.198 (CNAI)
16/05/2003 21/05/2004 RESOLUÇÃO BCFC N° 1.019,
- Regulamenta e atende ao - Regulamenta e atende ao - Regulamenta e atende ao - Altera e consolida a 18/05/2005
disposto no Art. 34, da disposto no Art. 33, da disposto no Art. 30, da regulamentação relativa à -Dispõe sobre a criação do
Instrução CVM n° 308/99 Instrução CVM n° 308/99 Instrução CVM n° 308/99 prestação de serviços de Cadastro Nacional de Auditores
Auditoria Independente para Independentes do CFC
as instituições financeiras

Fonte: Jund. 2006.


9
10

Nesse quadro é possível identificar um breve resumo da origem e evolução da


auditoria. Sua origem se deu no séc. XV na Itália, onde o auditor ainda era considerado como
um “guardador de livros”, termo proveniente da contabilidade. Já no séc. XVIII, com a
Revolução Industrial, surge um novo cenário, com situações mais complexas, onde exige do
“guardador de livros” procedimentos mais detalhistas, pois nesse período ele faz avaliações
do controle interno e já emite opinião sobre os dados apresentados nos balanços. O
surgimento da auditoria no Brasil deu-se no séc. XX, com a instalação de filiais de empresas
estrangeiras no país. Nesse período a atividade já é realizada por auditores, que emitem seus
pareceres para o seu país de origem. Assim, é possível identificar que a auditoria já estava
pautada na internacionalização das normas e procedimentos.
Na segunda parte do quadro, é feito todo um aporte histórico entre o ano de 1972 até
2005. Nessa linha do tempo, surge a profissionalização da auditoria e a promulgação e
aprovação de algumas leis e normas. Estes acontecimentos só vieram trazer benefícios para a
auditoria, como também para a contabilidade e para todos que fazem uso dessas ferramentas.

2.2 AUDITORIA NO BRASIL

O surgimento da auditoria moderna foi na Inglaterra, que a exportou para outros


países, inclusive para o Brasil, juntamente com alguns investimentos, principalmente para a
construção de estradas de ferro e outros serviços de utilidade pública. Com isso, houve uma
evolução da auditoria no país.
De acordo com Attie (2010, pág. 8):

A evolução da auditoria no Brasil está primariamente relacionada com a instalação


de empresas internacionais de auditoria independente, uma vez que investimentos
também internacionais foram aqui implantados e compulsoriamente tiveram de ter
suas demonstrações contábeis auditadas.

Essa evolução fomentou-se a partir das situações citadas e com isso a auditoria se
desenvolveu no Brasil, em decorrência das principais influências, como diz Attie (2010, pág.
8-9):

a) filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras;


b) financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais;
11

c) crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e


diversificação de suas atividades econômicas;
d) evolução do mercado de capitais;
e) criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil
em 1972; e
f) criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades por
Ações, em 1976.

Foi a partir da criação da Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76) que se exigiu
que as companhias abertas deveriam ser auditadas por auditores independentes e deveriam
seguir as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e que os auditores deveriam
ser devidamente registrados na referida comissão.
Attie (2010, pág. 9) informa que:

“A Lei das Sociedades por Ações determinou que as companhias abertas, além de
observarem as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, serão
obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na mesma
comissão”.

De acordo com essa lei, a companhia é aberta ou fechada, conforme os valores


mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação em bolsa ou no mercado
de balcão. A Lei n° 6.385/76 criou a CVM, objetivando estabelecer a disciplina e a
fiscalização para as atividades de auditoria das companhias abertas, dando à referida comissão
a atribuição de examinar, a seu critério, os registros contábeis, livros ou documentos dos
auditores independentes.
No Brasil, a legislação aplicável era às Sociedades por Ações emitidas pela Lei n°
6.404/76, que foi atualizada pela Lei n° 11.638/07. Aos poucos, tanto no Brasil quanto no
exterior, estudos e alterações de legislações foram realizados para dar melhor adaptação às
informações contábeis, permitindo o desenvolvimento de normas internacionais que possam
auxiliar não só no preparo, como também na interpretação das informações contábeis e
financeiras de forma padronizada com aplicação internacional.
12

3 3 AUDITORIA

3.1 CONCEITO E APLICAÇÃO DA AUDITORIA CONTÁBIL

De modo simplificado, pode-se definir auditoria como um processo pelo qual o auditor
faz os levantamentos, estudos, procedimentos, operações e avaliação de transações das
demonstrações contábeis da entidade, certificando-se da veracidade das informações, sempre
examinando se todos os procedimentos contábeis estão em conformidade com os princípios
fundamentais da contabilidade e pertinentes com a legislação específica.
De acordo com Franco (1992, p. 22), auditoria é:

A técnica contábil que através de procedimentos específicos que lhe são peculiares,
aplicados no exame de registros e documentos, inspeções e na obtenção de
informações e confirmações, relacionados com o controle do patrimônio de uma
entidade – objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros
contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais e normas de
contabilidade e se as demonstrações contábeis dele decorrentes refletem
adequadamente a situação econômico financeira do patrimônio, os resultados de
períodos administrativos examinados e as demais situações nela demonstradas.

A atividade da auditoria consiste em uma técnica bastante utilizada para apurar as


informações contábeis de uma empresa, com a finalidade de expressar opinião sobre o
controle patrimonial e as demonstrações contábeis, transparecendo a situação real da empresa.
Sá (1998, p. 25), define:

Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros,


demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil,
visando apresentar opiniões, conclusões críticas e orientações sobre situações ou
fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer ocorridos,
quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.

Inúmeros autores, em suas diversas publicações, corroboram em conceituar a auditoria


através de descrições dos objetivos e dos fundamentos que fazem parte dessa técnica,
trazendo informações relevantes e familiarizando os leitores com as terminologias específicas.
Para Attie (2010), “Auditoria consiste no levantamento, estudo e avaliação sistemática
das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma
entidade”.
13

Pela definição de Almeida (2012), “A auditoria é o exame de demonstrações e


registros administrativos. O auditor observa a exatidão, integridade e autenticidade de tais
demonstrações, registros e documentos”.
Na concepção de Cordeiro (2013, pág. 6):

A auditoria se posiciona como uma técnica contábil que utiliza procedimentos


específicos e peculiares, os quais aplicados no exame de registros, documentos e
inspeções através da obtenção de informações e confirmações, estabelecem
condições para o controle de patrimônio da entidade.

Podemos observar que cada definição resume que a finalidade da auditoria é assegurar
que a entidade esteja em conformidade com as normas da contabilidade e de acordo com os
princípios fundamentais que a regem. Tudo deve ser registrado rigorosamente para que as
demonstrações contábeis reflitam a verdadeira situação econômico-financeira do patrimônio
da entidade.

3.2 TIPOS DE AUDITORIA

A auditoria é classificada de duas formas, dependendo dos serviços e da forma de


intervenção. Pode ser: interna e externa. Ambas são voltadas para assuntos relativos ao âmbito
da contabilidade. Vale salientar que o auditor interno e o auditor externo trabalham
normalmente no mesmo campo.
Segundo Crepaldi (2012, pág. 65), cada um deles busca verificar a existência de:

 Um sistema efetivo de controle interno para salvaguardar o patrimônio da


empresa e que este sistema esteja funcionando satisfatoriamente e dentro
das normas legais e internas da empresa;
 Um sistema contábil capaz de fornecer os dados necessários para permitir a
preparação de demonstrações contábeis que reflitam com propriedade a
posição contábil e o resultado das operações da empresa.

É indicado que haja uma inter-relação entre as duas auditorias, pois quando uma
empresa possui esses dois tipos de serviços, todas as áreas consideradas prioritárias serão
examinadas, por profissionais capacitados, sendo que o auditor interno trabalha com as
atividades específicas da empresa, tipo: departamento, setor e operação, enquanto o auditor
externo, embora existam semelhanças em determinadas áreas, tem funções um pouco
14

diferentes, cabendo a ele, em regra geral, a emissão da posição patrimonial e financeira, as


mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração do
Valor Adicionado. Ambos devem estar em conformidade com as normas brasileiras de
contabilidade.

3.2.1. Auditoria interna

É constituída por um conjunto de procedimentos que tem por finalidade examinar a


integridade, adequação e a eficácia dos controles internos, e de todas as informações
contábeis, das operações financeiras e das atividades operacionais.
Para Crepaldi (2013, pág. 65):

A auditoria interna é uma atividade de avaliação independente dentro da empresa,


que se destina a revisar operações, como um serviço prestado à administração.
Constitui um controle gerencial que funciona por meio da análise e avaliação da
eficiência de outros controles. É executada por um profissional ligado à empresa, ou
por uma seção própria para tal fim, sempre em linha de dependência da direção
empresarial.

A auditoria interna é uma atividade que deve estar relacionada diretamente com a
administração, e tem por objetivo auxiliar os membros do setor administrativo, fornecendo-
lhes recomendações, análises e comentários que forem pertinentes às atividades examinadas.
O auditor interno é a pessoa que acompanha os negócios da empresa permanentemente,
consequentemente é uma pessoa de alta confiança dos dirigentes e deve estar vinculado à
empresa através de contrato trabalhista. Atua em todas as atividades da empresa, com
predominância na verificação constante dos controles internos, como funcionam e são
executadas as rotinas administrativas, como também são manipulados os recursos financeiros.
Attie (2010, p. 175) enfatiza sobre auditoria interna:

É aquela exercida por funcionários da própria empresa, em caráter permanente.


Apesar de seu vínculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua função com
absoluta independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao
auditor externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento daquelas que lhe
cabem. Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o
vínculo de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua
subordinação à administração da empresa deve ser apenas com o aspecto funcional.
15

Assim, podemos dizer que quando a auditoria interna é atuante, independente e


qualificada, possibilita maior segurança para a entidade e consequentemente traz tranquilidade
para a gestão, pois a qualidade dos trabalhos praticados é essencial e permite a identificação e
resolução antecipada de possíveis problemas.

3.2.2. Auditoria externa

É formada por um conjunto de procedimentos técnicos com o intuito de emitir um


parecer sobre as demonstrações contábeis da empresa. Objetiva saber a real situação e a
posição patrimonial e financeira da entidade, o resultado das operações e as mutações do
Patrimônio Líquido, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor
Adicionado. O auditor externo certifica as demonstrações e emite parecer se a empresa
auditada segue em consonância com as normas brasileiras de contabilidade.
De acordo com Crepaldi (2013, pág. 74):

Auditoria externa é o processo pelo qual o auditor se certifica de que as


demonstrações financeiras representam adequadamente, em todos os aspectos
relevantes, a posição patrimonial e financeira da empresa. Assim, o principal
objetivo é emitir um parecer sobre as demonstrações contábeis de uma entidade,
quanto à sua adequação consoante os princípios de contabilidade e as normas
brasileiras de contabilidade.

A auditoria externa sempre será realizada por um profissional independente, ou seja,


não possui vínculo empregatício com a empresa auditada. Este deve ter registro no
IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil). Deve exercer sua função com
competência profissional, mantendo seu grau de independência diante da empresa, não
podendo ter qualquer interesse ou vantagem sobre o trabalho exercido. Também não pode ser
conivente em atender aos anseios da empresa.
Crepaldi (2013, págs. 74-75) afirma que:

A auditoria externa é executada por profissional independente, sem ligação com o


quadro da empresa. Sua intervenção é ajustada em contrato de serviços. Os testes e
indagações se espalham por onde haja necessidade de levantar questões elucidativas
para a conclusão do trabalho ajustado... Ao emitir o seu parecer sobre as
demonstrações em exame, o seu julgamento e procedimento não se subordinam a
injunções ou interesses da empresa.
16

A auditoria externa presta serviços relevantes perante os seus usuários. Este


procedimento técnico oferece serviço de credibilidade ao mercado, pois constitui uma
atividade ímpar, que presta inestimáveis serviços principalmente para: acionistas, banqueiros,
órgãos do governo, entre outros. Sua principal função visa à credibilidade das demonstrações
contábeis e se estas estão em conformidade com os parâmetros das normas de auditoria e de
acordo com os princípios contábeis.

3.2.3. Diferenças entre auditoria interna e externa

Mesmo que a auditoria externa e a interna tenham interesse comum e atuem sobre uma
mesma base de trabalho - o ambiente empresarial - devemos salientar que seus objetivos e
fundamentos possuem diferenças peculiares que as distinguem fortemente.
No quadro 2, Cordeiro (2013, págs. 11 e 12) diferencia auditoria interna e externa:

Quadro 2 – Diferenças entre auditoria interna e auditoria externa


AUDITORIA INTERNA AUDITORIA EXTERNA
Existe a relação direta de subordinação Não há relação de subordinação, pois as
hierárquica, considerando que as atividades atividades são executadas por pessoas sem
são executadas por colaboradores da própria vínculo de emprego com a empresa.
empresa.
Em razão de a atividade ser realizada por Devido à escassez de tempo para a realização
colaborador da empresa, normalmente existe dos exames, normalmente é executado com
maior abrangência nos exames que são bases amostrais, que assegurem o mínimo de
executados, considerando que a pessoa está o riscos para o auditor emitir a sua opinião.
tempo todo na empresa auditada.
Tem como principais objetivos avaliar os Tem como principais objetivos a revisão das
processos internos, adequação das práticas às práticas administrativas, com reflexos nas
expectativas da alta administração, melhoria demonstrações financeiras, pois a adequação
contínua, e avaliação da eficácia dessas práticas atende a terceiros
organizacional. interessados na empresa, especialmente os
investidores.
17

Há a preocupação diretamente com a Os erros e as fraudes são preocupações que


ocorrência de erros e fraudes, em todos os devem contemplar o planejamento das
processos, pois a responsabilidade primária atividades, principalmente relacionando estes
pela detecção destes é da alta administração. com seus reflexos nas demonstrações
financeiras.
O sistema de controle interno é O sistema de controle interno é base para a
permanentemente avaliado, possibilitando definição do escopo da auditoria,
assim a revisão e aperfeiçoamento das rotinas possibilitando a avaliação da necessidade de
na empresa. um maior ou menor aprofundamento.
Possibilita maior acompanhamento posterior O acompanhamento posterior à auditoria
à auditoria, evidenciando se áreas/processos somente é possível quando da realização de
corrigiram os rumos. nova auditoria, revisando os pontos falhos
que foram detectados anteriormente.
O produto final da auditoria interna é um O produto final da auditoria é a emissão de
relatório detalhado, com as observações e um parecer sobre as demonstrações
sugestões de melhorias com maior grau de financeiras, acompanhado de um relatório
detalhamento. com as observações e sugestões de
melhorias, todavia normalmente com menor
grau de detalhamento.
Envolvendo auditoria sobre demonstrações Há a necessidade de afiliação ao CRC –
financeiras há a necessidade de afiliação ao Conselho Regional de Contabilidade, e ao
CRC – Conselho Regional de Contabilidade, IBRACON – Instituto dos Auditores
sendo desejável a afiliação junto ao Independentes do Brasil.
AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos
do Brasil.
Fonte: Cordeiro. 2013.

No quadro anterior podemos perceber a distinção fundamental entre os dois tipos de


auditoria. Todavia, o que é mais evidente é o grau de independência de um, contra a total
dependência do outro.
Podemos concluir que a diferença básica ente a Auditoria Interna e a Auditoria
Externa refere-se ao grau de independência existente. O auditor interno é dependente da
empresa que trabalha e é responsável por seus atos somente perante a empresa em que exerce
suas atividades. Enquanto que o auditor externo é totalmente independente da empresa
18

auditada, sua função é emitir parecer das demonstrações contábeis examinadas, se estão
dentro das normas de auditoria e dos princípios contábeis. Ele presta serviço ao acionista,
banqueiros entre outros.

3.3 PROFISSIONAIS DA AUDITORIA

3.3.1. Auditor interno

De acordo com as normas previstas na NBC P 3, Normas Profissionais de Auditor


Interno, aprovadas pela Resolução n° 781, de 24 de março de 1995, do Conselho Federal de
Contabilidade, todos os requisitos contidos nesta norma são de tamanha importância para um
excelente trabalho profissional.
No tocante à competência técnico-profissional, a auditoria interna seria exercida por
um profissional da área da contabilidade, devido ao seu conhecimento técnico-específico, com
habilidade necessária para exercer a função de auditor, pois possui conhecimento das Normas
Brasileiras de Contabilidade. A NBC P 3 afirma que:

O contador, na função de auditor interno, deve manter o seu nível de competência


profissional pelo conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de Contabilidade,
das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação inerente à
profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação aplicável à
Entidade.

A norma em sua essência traz esse requisito, que o profissional capaz de exercer o
cargo de auditor interno é o contador. Porém, sabe-se que a realidade das empresas é bem
diferente da NBC P 3, ou seja, na maioria das vezes o auditor interno não tem a qualificação
profissional e normalmente é exercida por um funcionário que foi adequado para exercer tal
função. Não cabe aqui desmerecer ninguém, só frisamos que, de acordo com a referida norma,
o contador seria o profissional mais qualificado para executar e estar à frente da auditoria
interna de qualquer entidade.
O auditor interno, apesar de sua posição funcional, deve preservar sua autonomia
profissional, exercendo sua função com absoluta independência profissional, preenchendo
19

todas as condições necessárias ao auditor externo, mas também exigindo da própria empresa o
cumprimento que é cabível à mesma.
O auditor interno deve ser responsável na execução dos trabalhos, de modo livre e
objetivo. A independência permite ao auditor interno exercer o julgamento imparcial e sem
tendenciosidade, isso é essencial à realização de uma adequada auditoria. Em relação à
responsabilidade do auditor interno, a NBC P 3 é bem clara:
 O auditor interno deve ter o máximo de cuidado, imparcialidade e zelo na realização
dos trabalhos e na exposição das conclusões.
 A amplitude do trabalho do auditor interno e sua responsabilidade estão limitadas à
sua área de atuação.
 A utilização da equipe técnica supõe razoável segurança de que o trabalho venha a ser
executado por pessoas com capacitação profissional e treinamento referido nas
circunstâncias.
 Cabe também ao auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria ao Conselho
Fiscal ou Órgãos equivalentes.
Um dos pontos cruciais sobre a auditoria interna é o sigilo, é fundamental que o
auditor interno respeite o sigilo relativo às informações obtidas durante o seu trabalho, não
divulgando ou compartilhando para terceiros, sob nenhuma hipótese, sem a devida
autorização da entidade em que atua. Deve-se manter o sigilo contínuo mesmo depois de
terminado o vínculo empregatício ou contrato. Caso o auditor interno venha a divulgar
informações sobre uma determinada empresa, este corre o risco de ficar mal visto pelo
mercado de trabalho e dificilmente conseguirá uma entidade para atuar.
Nada impede, entretanto, que ambos os auditores se completem, pois o auditor interno
poderá deixar de executar procedimentos que ele sabe que serão executados pelo auditor
externo.
Quando for estabelecido previamente com a administração da empresa a qual atua, o
auditor interno deve apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor independente,
entregando-lhe cópias, quando for necessário, pois faz parte do seu trabalho contribuir com a
auditoria externa. É o que se pode chamar de um trabalho em conjunto, porém deve ter todo
um planejamento para que o auditor interno não fique meio à parte às exigências do auditor
independente.
20

3.3.2. Auditor externo

Embora o auditor externo não seja o nosso objeto de estudo, vamos fazer uma breve
explanação sobre esse profissional. Todos os embasamentos foram um recorte das normas
previstas na NBC P 1, Normas Profissionais de Auditor Independente, aprovadas pela
resolução n° 821, de 17 de dezembro de 1997, do Conselho Federal de Contabilidade.
O auditor externo (independente) é um profissional liberal, sem vínculo empregatício
com a entidade auditada, geralmente é exercido por um profissional qualificado, no caso um
contador, embora outros profissionais com graduação em outras áreas façam especialização
na área de auditoria e atuem no ramo. A NBC P 1 enfatiza que o contador tem a competência
técnico-profissional:

O contador, na função de auditor independente, deve manter seu nível de


competência profissional pelo conhecimento atualizado dos Princípios
Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade, das
técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação inerente à
profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação específica
aplicável à entidade auditada.

Uma das principais características do auditor externo é a independência, discriminada


nas definições das Normas de Independência da Auditoria: “Esta norma estabelece condições
e procedimentos para cumprimento dos requisitos de independência profissional nos trabalhos
de auditoria”. O auditor externo deve ser obrigatoriamente registrado no Instituto dos
Auditores Independentes do Brasil (IBRACON).
A respeito da independência do auditor externo, Jund (2006, pág. 122) enfatiza:

A independência do auditor externo deve ser absoluta e jamais poderá aceitar


imposições da empresa quanto ao procedimento que deverá adotar para realização da
auditoria, nem quanto às conclusões a que deve dar ao exame, bem como à
procedência e validade das provas, para tirar suas conclusões e oferecer seu parecer
final sobre a matéria examinada. Esta independência do auditor externo exige grande
preparo cultural e técnico, bem como sólida formação moral.

É fundamental a condição de independência e óbvia para o exercício da atividade de


auditoria externa (independente). Entende-se como independência o estado no qual as
obrigações ou os interesses da entidade de auditoria são consideráveis, isentos dos interesses
das entidades auditadas para permitir que os serviços sejam prestados com objetividade.
21

3.4 IMPORTÂNCIA E CREDIBILIDADE DA AUDITORIA INTERNA E DO


CONTROLE INTERNO

3.4.1. Importância da auditoria interna

Com o surgimento da globalização, as empresas sentiram a necessidade de expandir e


diversificar suas atividades, ou seja, otimizar os seus resultados. Com esse crescimento,
surgem novas oportunidades e estratégias, para isso é preciso diminuir os possíveis riscos de
negócios, eis que surge a função de um profissional para assessorar a administração da
empresa, sendo o responsável pela eficiência nas operações, efetividade do controle interno,
corrigir eventuais erros ou irregularidades, identificar soluções concretas que propiciem
resultados satisfatórios na produtividade, como também direcionar a empresa para a
competitividade do mercado.
Para Crepaldi (2013, pág. 66) a auditoria interna é importante para a entidade
principalmente no que tange:

 à aplicabilidade e adequação de controles internos, financeiros e


operacionais; revisando e avaliando a correção, adequando e aplicando os
controles contábeis, financeiros e outros de natureza operacional,
propiciando controles eficazes a um custo razoável;
 à extensão do cumprimento das diretrizes, planos e procedimentos;
determinando o grau de atendimento;
 à salvaguarda dos ativos quanto à estruturação, guarda e perdas de todas as
espécies; determinando o grau de controle dos ativos da empresa quanto à
proteção contra perdas de qualquer tipo;
 à avaliação da qualidade e desempenho na execução das responsabilidades
delegadas determinando a fidelidade dos dados administrativos originados
na empresa;
 à recomendação de melhorias operacionais.

O auditor interno participa de todas as fases das atividades do negócio, sendo parte
essencial da empresa. Revisa, analisa, recomenda e orienta tudo que possa ser útil para a
administração, levando o conhecimento necessário e retratando o desempenho da empresa.
Portanto, cabe à auditoria interna mostrar para os dirigentes e à administração da empresa
suas contribuições para a melhoria dos seus negócios.
22

3.4.2. Credibilidade da auditoria interna

As normas de auditoria interna são pautadas nos princípios básicos da auditoria, que
são: a integridade, a objetividade, a confidencialidade e a competência. Tais princípios
agregam valores intrínsecos à atividade da auditoria interna que, em nível organizacional,
devem estar direcionados a missão e a visão da entidade.
O auditor interno é um profissional altamente qualificado e com conhecimento
específico, afinal ele foi designado para tal função através dos dirigentes da empresa. Desta
forma, o mesmo tem conhecimento sobre sua responsabilidade frente à empresa. E não iria
correr riscos eminentes na sua carreira profissional, por exemplo, caso existisse desvio de
estoque em uma determinada empresa. A esse profissional cabe informar a veracidade dos
fatos, de forma independente. Suas responsabilidades devem ser claramente determinadas
pelas políticas da organização. Informar e assessorar a administração, sempre em
conformidade com o Código de Ética do Instituto dos Auditores Internos.
O auditor interno deve sentir-se à vontade para examinar a integridade, a adequação e
eficácia dos controles internos e demais estruturas dentro da empresa. A credibilidade da
auditoria interna configura-se na independência, esse fato é essencial para a eficiência do
serviço do auditor interno. De acordo com Crepaldi (2013, p. 67), obtém-se esta
principalmente por meio:

 o posicionamento da função de auditoria interna na estrutura organizacional


e o apoio dado a esta função pela administração são os principais
determinantes de sua amplitude e valor. O responsável pelas atividades de
auditoria interna deve, portanto, reportar-se a um executivo cuja autoridade
seja suficiente, para assegurar uma ação efetiva, com respeito aos assuntos
levantados e recomendações efetuadas.
 a objetividade é essencial à função de auditoria. Um auditor interno não
deve, portanto, desenvolver e implantar procedimentos, preparar registros
ou envolver-se em qualquer outra atividade que poderá vir normalmente a
examinar e analisar, e que venha a constituir empecilho à manutenção de
sua independência. Sua objetividade não é, entretanto, afetada pelas
determinações e recomendações de padrões de controle que venha a fazer,
para aplicação no desenvolvimento de sistemas e procedimentos por ele
revistos.

Para evidenciar a credibilidade que a auditoria interna possui, nos reportamos e


enfatizamos a Norma Brasileira de Contabilidade relativa à auditoria interna. A NBC T-12
estabelece que a atividade da Auditoria Interna deve estar estruturada em procedimentos
técnicos, objetivos sistemáticos e disciplinados, com a finalidade de agregar valor ao
23

resultado da organização, apresentando subsídio para o aperfeiçoamento dos processos, da


gestão e dos controles internos, por meio da recomendação de soluções para as não
conformidades apontadas nos relatórios.

3.4.3. Planejamento dos trabalhos de auditoria

Levando em consideração a expectativa e o impacto que a auditoria gera para uma


organização, é de extrema importância que o trabalho seja minuciosamente planejado, com
bastante antecedência para posteriormente ser executado, pois o trabalho de auditoria requer
certos cuidados e precauções, com o intuito de o auditor executar sua tarefa lógica, racional e
com a otimização dos recursos que ele dispõe.
Crepaldi (2013, pág. 570) afirma que “O planejamento de auditoria envolve a
definição de estratégia global para o trabalho e desenvolvimento de plano de auditoria. Um
planejamento adequado é benéfico para a auditoria das demonstrações contábeis”.
Desta forma, é evidente que na atividade de auditoria é necessário reservar uma boa
parte do tempo para a preparação de planos adequados de trabalho, desde aqueles realizados
rotineiramente até aqueles mais complexos que são feitos eventualmente, sempre buscando
melhorar o planejamento para que a atividade seja executada com êxito.
Attie (2010) nos ensina que o planejamento em auditoria permite a determinação
antecipada de quais procedimentos serão aplicados, bem como a extensão e a distribuição
desses procedimentos no tempo e a determinação de quem executará o trabalho.
Cordeiro (2013, pág. 202) acrescenta:

O planejamento em auditoria consiste na realização de estratégias claramente


ordenadas, sistematizadas e bem definidas, para que quando da execução dos
trabalhos de auditoria estes possam ser executados com qualidade, profundidade e
abordando todos os aspectos relevantes do objeto auditado.

Todas as normas de auditoria são claras com relação à execução dos trabalhos: exigem
que o trabalho de auditoria seja adequadamente planejado. Planejar significa estabelecer
metas para que o serviço de auditoria seja de excelente qualidade e a um menor custo.
24

3.4.3.1.Planejamento da auditoria interna

Para realizar um planejamento direcionado para a auditoria interna é preciso ter um


conhecimento global e muita experiência das atividades operacionais que a organização
desenvolve.
São inúmeras etapas que devem ser contempladas no planejamento da auditoria
interna, para isso é necessário que o auditor interno tenha organização e raciocínio lógico para
desempenhar essa atividade.
O AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil – fornece os subsídios
essenciais para que um plano global de auditoria seja executado e planejado com rigor e que
cumpra as diversas etapas recomendadas. De acordo como órgão, o planejamento de auditoria
interna deve ser documentado e compreenderá:
 Estabelecimento dos objetivos de auditoria interna e do âmbito do trabalho;
 Obtenção de informações básicas sobre as atividades a serem examinadas;
 Determinação dos recursos necessários à realização da auditoria interna;
 Comunicação a todos que precisam ter conhecimento da auditoria interna;
 Realização de um levantamento, no local de trabalho, para que os auditores internos
encarregados se familiarizem com as atividades e controles a serem examinados, para
que se identifiquem as áreas a serem ressaltadas e se estimule a apresentação dos
comentários e sugestões.
 Elaboração do programa de auditoria;
 Determinação de como, quando e a quem os resultados da auditoria serão
comunicados.
Devemos salientar que estamos selecionando apenas uma parte das normas de
auditoria interna emitidas pelo AUDIBRA. Portanto, para poder cumprir suas tarefas com
eficácia e eficiência é necessário que a auditoria interna trabalhe em conformidade com os
objetivos definidos e em conjunto com a administração. A auditoria interna deve atuar sobre
todos os setores e atividades da organização e sob diferentes enfoques técnicos.
25

3.4.4. A importância do controle interno

De acordo com Crepaldi (2013), nos países desenvolvidos é dada uma grande
importância aos métodos científicos de administração. Sabe-se que através desses métodos é
muito mais fácil alcançar os objetivos que foram planejados. É aí que surge a necessidade da
empresa de implantar o controle interno, pois todas as áreas das empresas precisam desse
acompanhamento nos seus diversos setores, tipo: vendas, produção, compras e estoque (um
dos principais setores das empresas).
Se realmente o controle interno for exercido adequadamente dentre de cada setor
citado anteriormente, este assume um papel fundamental e de tamanha importância,
objetivando atingir os resultados mais significativos e com menores perdas.
O Instituto Americano dos Contadores Públicos Certificados define, segundo Crepaldi
(2013, pág. 464):

O Controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos e


medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e
fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o
seguimento das políticas administrativas prescritas.

O Institut Français des Experts Comptables assim define e complementa (Crepaldi,


2013, pág. 464):

Controle Interno é formado pelo plano de organização e de todos os métodos e


procedimentos adotados internamente pela empresa para proteger seus ativos,
controlar a validade dos dados fornecidos pela Contabilidade, ampliar a eficácia e
assegurar a boa aplicação das instruções da direção.

Entende-se que o controle interno são todas as ferramentas que a empresa possui
destinados à fiscalização, vigilância e verificação administrativas, que viabilizam a
observação, permitem prever, dirigir ou governar todos os fatos e acontecimentos dentro da
empresa e que produzam reflexos no seu patrimônio.
Normalmente, o controle interno é confundido com a auditoria interna. Mas é
necessário fazer uma distinção para melhor compreensão (Crepaldi, 2013, pág. 463):

É preciso que se distinga que o termo Controle Interno não tem o mesmo significado
de Auditoria Interna. A Auditoria Interna equivale a um trabalho organizado de
revisão e apreciação de trabalho, normalmente executado por um departamento
26

especializado, ao passo que Controle Interno refere-se aos procedimentos e à


organização adotados como planos permanentes da empresa.

Em outras palavras, não podemos dizer que o controle interno é sinônimo de auditoria
interna, embora muitos leigos façam essa associação totalmente distorcida. A auditoria interna
é uma atividade desenvolvida a partir de um planejamento, organizado e minucioso, que
normalmente é feito por departamento qualificado para desenvolver o trabalho específico.
Enquanto que os controles internos são todos os procedimentos, métodos e rotinas que são
adotados pela empresa, como um conjunto de planos permanentes e diários.
Cabe à administração da empresa a responsabilidade pelo estabelecimento do sistema
de controle interno, sua verificação e seu cumprimento pelos funcionários, como também para
alguma modificação e adequação, visando adaptá-lo às novas circunstâncias e às reais
necessidades da empresa.
Segundo Cordeiro (2013, pág. 67), o sistema de controle interno deve ser eficaz no
sentido de assegurar com eficiência e economia:

 a consecução de objetivos e metas estratégicas e táticas da organização;


 o cumprimento de normas e legislação;
 a proteção dos ativos;
 a organização interna e os procedimentos;
 a segurança física e lógica;
 a qualidade das informações, serviços e produtos;
 a economicidade, eficiência, eficácia e efetividade na obtenção e uso dos
recursos financeiros, materiais e humanos;
 a prevenção de erros, fraudes e desperdícios.

Estudos mostram a tamanha importância dos controles internos, suas estruturas são os
“pilares” em que a administração se apoia para medir o alcance dos objetivos fixados pela
empresa.
Crepaldi (2013, pág. 474):

Pode-se entender a importância do controle interno a partir do momento em que se


verifica que é ele que pode garantir a continuidade do fluxo de operações com as
quais convivem as empresas. Nesse contexto, a contabilidade dos resultados gerados
por tal fluxo assume vital importância para os empresários que se utilizam dela para
a tomada de suas decisões.

É válido ressaltar que o controle interno gira em torno dos aspectos administrativos.
Por isso precisa considera-lo como um instrumento fundamental para que os objetivos da
organização sejam atingidos.
27

De acordo com a definição de controle interno, os objetivos primordiais dos controles


internos são os seguintes, em conformidade com Cordeiro (2013, pág. 71):

 proteger os ativos da empresa;


 obter informação adequada;
 promover a eficiência operacional da organização;
 estimular a obediência e o respeito às políticas da administração.

Corroboramos que os objetivos do controle interno são, entre outros, pautados e


voltados para assegurar as várias fases da tomada de decisão, o fluxo de informações e a
implementação dos processos decisórios se respaldam em dados necessários e confiáveis.
Entretanto, existem limitações sobre o controle interno. Segundo Almeida (2012, pág.
65), essas limitações são principalmente em relação a:

 conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa;


 os funcionários não são adequadamente instruídos com relação às normas
internas;
 funcionários negligentes na execução de suas tarefas diárias.

Para Cordeiro (2013, pág. 70), a importância de controle interno pode ser resumida
considerando-se os seguintes fatores:

 quanto maior é a empresa, mais complexa é a sua organização estrutural.


Para controlar as operações eficientemente, a administração necessita de
relatórios e análises concisos, que reflitam a situação da companhia;
 um sistema de controle interno que funcione adequadamente constitui a
melhor proteção, para a companhia, contra as fraquezas humanas. As
rotinas de verificação e revisão são características de um bom controle
interno, que reduzem a possibilidade de que erros ou tentativas fraudulentas
permaneçam por muito tempo e permitem à administração possuir maior
confiança na adequação dos dados.

Desta forma, podemos atestar que a importância do controle interno compreende todos
os meios planejados pela empresa para dirigir, restringir, governar e conferir suas atividades
com o propósito de fazer cumprir os seus objetivos. Alcançando os melhores resultados e com
menos desperdícios.
28

4 4 COLABORAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA PARA A ADMINISTRAÇÃO

4.1 ADMINISTRAÇÃO E AUDITORIA INTERNA

A auditoria interna é desenvolvida dentro da empresa como um suporte para a


administração, pois ela envolve toda a atividade operacional que a empresa desenvolve. É um
conjunto de procedimentos que contribui para o desempenho e melhoramento das atividades
da entidade. Ela conduz, orienta e faz os direcionamentos cabíveis para o bom funcionamento
da organização, em conjunto com os administradores.
O administrador deve ter conhecimento que o auditor interno é um profissional que
presta seus serviços em parceria com a administração, ou seja, o auditor interno desenvolve
seu trabalho de modo compartilhado com o administrador, é uma espécie de assessor. Ele
realiza suas atividades possuindo um conhecimento específico, abrangendo as áreas que são
necessárias ao trabalho de auditoria, de modo detalhado e minucioso, que requer
disponibilidade e capacidade especializada. O auditor interno sempre executa seus serviços
em consonância com os objetivos da entidade, viabilizando possíveis melhorias, almejando a
eficiência e a eficácia das atividades operacionais e dos processos e rotinas desenvolvidos
pelos diversos setores dentro da empresa.
Attie (2010, p. 28) afirma:

Para que a função da auditoria interna encontre consonância na empresa, é


necessário que além de contar com o apoio total da diretoria, também apresente a
execução de um trabalho imaginativo, capaz de fornecer subsídios valiosos à
administração. Esses aspectos se aplicam tanto para o auditor que tem o dever de
fornecer benefícios à sua empresa, como parte para a empresa, que tem o dever de
ordenar a execução de tudo aquilo traçado pela auditoria.

O auditor interno tem de ter o conhecimento da empresa da essência à sua totalidade, é


necessário conhecer das operações às atividades por ela executadas. Esse dado é
imprescindível para o auditor realizar uma auditoria excelente (completa), quanto melhor o
auditor interno compreender as informações com profundidade, maior será a possibilidade de
o trabalho ser valioso.
A administração é responsável pela gestão da empresa, o auditor interno é uma
ferramenta de bastante utilidade para o bom funcionamento da organização. O administrador e
29

o auditor interno são parte fundamental e de extrema importância para que a entidade alcance
seus objetivos.
Attie (2010, p. 31) corrobora:

Uma entidade é gerida por uma administração, que tem a responsabilidade pelo
registro, controle, análise e aprovação das transações. O conhecimento da
competência da administração é fundamental para que o auditor interno tenha uma
percepção razoável da organização da entidade e dos reflexos que uma gestão não
confiável pode determinar nas Demonstrações Contábeis.

Essa parceria deve ser pautada no respeito mútuo entre os profissionais envolvidos. De
modo que o trabalho desenvolvido por ambos traga resultados satisfatórios para a empresa.

4.2 RESPONSABILIDADE DA AUDITORIA INTERNA

A auditoria interna deve ser totalmente independente e imparcial na interpretação de


todas as informações que lhe são apresentadas ou nos dados encontrados.
Cordeiro (2013, p. 15) registra:

A independência situa-se não apenas no livre acesso a informações, documentos e


dependências da organização, mas, principalmente, na liberdade de programar seus
trabalhos, executá-los e relatar os resultados consoante sua livre iniciativa, sem
interferências.

Desta forma, o trabalho do auditor interno só será feito com propriedade quando esses
profissionais tenham a oportunidade de exercer suas funções livres e objetivamente. Por ser
uma atividade que requer avaliação, é essencial que a auditoria interna atue de forma
independente, dentro da entidade à qual está inserida. Essa independência é necessária, pois o
objetivo da auditoria é diferenciado dos demais setores da empresa.
A auditoria interna é uma atividade independente em relação aos demais
colaboradores da organização, é importante que seja claramente mencionada nos estatutos de
funcionamento e no manual de auditoria interna. Porque seu propósito é expressar opinião
sobre cada caso específico. O auditor interno deve desenvolver seu trabalho com honestidade
e sinceridade que sua função exige. É necessário que o auditor interno trabalhe com coerência
para manter sua imparcialidade, integridade e objetividade.
30

O órgão máximo da auditoria interna que no Brasil é representado pelo AUDIBRA –


Instituto dos Auditores Internos do Brasil – é responsável em apresentar a competência
profissional do auditor interno, ou também pode ser individualmente pelo próprio
profissional. Cabe ao órgão designar auditores para executar o trabalho, desde que possuam
experiência e conhecimentos técnicos específicos para desempenhar as tarefas com eficiência,
ou o auditor interno que possua os requisitos acima citados e faz parte do AUDIBRA pode e
está apto a desempenhar seu papel.
No tocante à responsabilidade, cabe ao órgão de auditoria, ou Ao próprio auditor
interno pessoalmente, demonstrar a competência técnica profissional. O papel do órgão é
designar auditores que possuam conhecimento e experiência para executar o trabalho com
eficiência. O auditor interno também pode demonstrar sua capacidade profissional e atuar em
determinada empresa. Desde que sempre execute seus serviços pautados na responsabilidade
e confiabilidade.
É válido lembrar que o modo de atuação e as responsabilidades dos auditores internos
devem ser formalizados por meio do manual de auditoria interna, neste devem estar incluídas
as funções a ele cabíveis, assim como as descrições que a empresa quer que sejam cumpridas.
É comum que cada organização tenha seus manuais, assim as responsabilidades da auditoria
interna podem variar de acordo com cada organização.
Cordeiro (2013, p. 17) acrescenta:

As responsabilidades da auditoria interna podem variar de uma organização para


outra, no tocante aos enfoques técnicos adotados. Entretanto, é recomendável que
aspectos estruturais básicos sobre o órgão obedeçam a uma linha profissional a mais
próxima possível daquela estabelecida Nas normas aprovadas para o exercício
profissional da auditoria interna. Um dos instrumentos essenciais para a boa
organização do órgão e orientação básica no treinamento e capacitação profissional é
o manual de auditoria interna.

É necessário que o manual de auditoria interna seja distribuído a todos que compõem a
equipe de auditoria interna, objetivando que o grupo tenha conhecimento, entendimento e
observância de seu conteúdo, e que seja possível sua atualização periódica.
A auditoria interna tem a responsabilidade de proporcionar à administração da
empresa informações relevantes como: análise, observações, recomendações, sugestões,
garantias, avaliações, dentre outras informações. A auditoria tem a finalidade de fazer um
ajustamento em todo o processo operacional e financeiro da entidade, a fim de trazer
mudanças que sejam salutares para o processo decisório. O auditor interno deve cumprir suas
31

responsabilidades, desde que mantenha os objetivos voltados para as atividades a serem


auditadas.
A auditoria interna tem as seguintes responsabilidades, de acordo com Cordeiro (2013,
p. 69):

 adequação e eficácia dos controles;


 integridade e confiabilidade das informações e dos registros;
 integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para assegurar a
observância das políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas,
regulamentos e da sua efetiva utilização.

Seguindo o pressuposto acima citado, a auditoria interna estará cumprindo o seu papel
de total responsabilidade frente às atividades da empresa. Esses requisitos são fundamentais
para a efetiva responsabilidade do trabalho de auditoria interna.

4.3 VANTAGENS DA AUDITORIA INTERNA

A auditoria interna fornece um importante número de serviços para a gestão da


empresa. Estes incluem detecção e prevenção de fraudes, testando controle interno e
verificação da conformidade com a política da empresa e regulamentação do governo.
Entre outras atribuições, a auditoria interna avalia a eficácia dos controles internos de
uma empresa. A manutenção de um sistema eficaz de controles internos é vital para atingir os
objetivos de negócios da empresa, a obtenção de informação financeira confiável sobre suas
operações, prevenção da fraude e apropriação indevida de seus ativos, e minimizar seu custo
de capital. Ambos os auditores, internos e externos, contribuem para o sistema de auditoria de
uma empresa de diferentes, mas importantes maneiras.
Crepaldi (2013, pág. 11) relaciona as seguintes vantagens que a auditoria interna
proporciona à administração da empresa:

 fiscaliza a eficiência dos controles internos;


 assegura maior correção dos registros contábeis;
 opina sobre a adequação das demonstrações contábeis;
 dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas;
 possibilita apuração de omissões no registro das receitas, na realização
oportuna de créditos ou na liquidação oportuna de débitos;
 contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação
econômica, patrimonial e financeira das empresas;
32

 aponta falhas na organização administrativa da empresa e nos controles


internos.

Podemos perceber como ter um sistema de auditoria eficaz é importante para uma
empresa, porque lhe permite buscar e atingir seus vários objetivos corporativos. O processo
negocial precisa de várias formas de controle interno para facilitar a supervisão e o
monitoramento, a prevenção de detecção de operações irregulares e para medir o desempenho
em curso, promovendo a produtividade operacional.
Os auditores internos fazem a revisão dos controles internos e propõem melhorias,
documentando quaisquer irregularidades materiais para permitir uma investigação mais
aprofundada pela administração, se for necessário.
Sem um sistema de auditoria, a empresa não seria capaz de criar relatórios financeiros
confiáveis para fins internos ou externos. Dessa forma, não seria capaz de determinar como
alocar seus recursos, bem como qual dos seus segmentos ou linhas de produtos são rentáveis e
quais não são. Um sistema de auditoria é fundamental na prevenção de distorções nos
registros e relatórios da empresa, fazendo com que esses reproduzam a veracidade das
informações, garantindo um real exame da situação patrimonial da mesma.
Um importante papel da auditoria interna para as empresas é a prevenção de fraudes.
As recorrentes análises das operações de uma empresa e a manutenção de sistemas rigorosos
de controle interno podem prevenir e detectar várias formas de fraude e outras irregularidades
contábeis. Os profissionais de auditoria auxiliam no projeto e modificação do sistema de
controles internos, objetivando a prevenção de fraudes.
Crepaldi (2013, págs. 11-12) também cita vantagens que a auditoria interna traz para
os investidores (titulares do capital) e para o Fisco:

 contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis;


 possibilita melhores informações sobre a real situação econômica,
patrimonial e financeira das empresas;
 assegura maior exatidão dos resultados apurados;
 permite maior exatidão das demonstrações e resultados contábeis;
 assegura maior exatidão dos resultados apurados;
 contribui para maior observância das leis fiscais.

Vemos que sistemas de auditoria fortes podem reduzir várias formas de risco de uma
empresa, incluindo o seu risco de informação (risco de distorção relevante nas demonstrações
financeiras), o risco de fraude e apropriação indevida de ativos, bem como o risco de gestão
ineficaz, devido à informação insuficiente sobre suas operações.
33

Uma auditoria interna eficaz ajuda as empresas a atingir metas e objetivos através da
medição do desempenho e da produtividade, protegendo-as de distorções financeiras e
apresentando uma imagem confiável da empresa para o mercado. A proteção contra fraudes é
um benefício que a auditoria traz, alcançado por meio de controles internos que previnem e
detectam irregularidades contábeis. A principal vantagem da auditoria interna é proporcionar
e oferecer informações fidedignas a respeito da real situação da entidade e o seu desempenho
diante do mercado empresarial.
34

5 5 A RELEVÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA PARA A TOMADA DE


DECISÃO

A auditoria interna é essencial e de extrema importância para todas as tomadas de


decisões dentro de uma entidade. Portanto, é válido salientar que provavelmente algo pode
passar despercebido pela auditoria interna e possivelmente por acaso venha a ser detectado
pela auditoria externa. Todo o trabalho da auditoria interna é executado buscando a excelência
nos resultados, todavia pode ser que algum fato venha ocorrer na empresa e não tenha sido
percebido pela auditoria interna.
Com relação a esse tema, Cordeiro (2013, pág. 60) sintetiza:

Considera-se que a atividade de auditoria não se propõe a verificar 100% dos fatos
ocorridos em uma organização, pois, caso isso ocorresse, necessitaria de um
contingente muito grande de pessoas, e provavelmente os resultados levariam muito
tempo para ser informados aos interessados. A auditoria necessita fazer revisão por
testes.

Todo o trabalho desenvolvido pela auditoria interna é voltado para os interesses e


objetivos da organização, ou seja, buscando obter os melhores resultados possíveis. É através
da auditoria interna que são tomadas as melhores decisões para a empresa.
Nossa proposta é evidenciar as contribuições que a auditoria interna traz para as
empresas. Dentre essas propostas, enfatizaremos como principais aspectos a prevenção de
fraudes e a correção de erros.
Muitas empresas possuem um controle interno, porém não têm, ou sequer conhecem a
importância da auditoria interna e do trabalho cotidiano que ela desenvolve diante dos
controles internos da organização. Não adianta a empresa implantar um sistema de controle
interno sem que alguém verifique periodicamente se está sendo cumprido o que foi
determinado.
Cordeiro (2013, pág. 67) contribui:

... adequação do sistema de controle interno é determinar se ele estabelece certeza


razoável de que os objetivos da organização são cumpridos de maneira eficiente e
econômica... determinar a eficiência é assegurar que o sistema do controle interno
funciona como deve, e que os objetivos da organização foram atingidos.
35

Desse modo, a finalidade da auditoria interna consiste na adequação do sistema de


controle interno, no sentido de determinar se o mesmo é eficaz e assegurar que sejam
atingidas a eficiência e economicidade que foram traçadas pela administração da entidade.

5.1 PREVENÇÃO DE FRAUDES E ERROS

5.1.1. Fraudes

Nesse tópico abordaremos assuntos bastante importantes e com grau de complexidade


nas empresas, que são: as fraudes e os erros, é comum encontrarmos em maior ou menor grau
na grande maioria das empresas. Apresentaremos uma abordagem significativa que a
auditoria interna é capaz de prevenir fraudes e erros, quais as suas diferenças. Evidenciando
como o auditor interno deve ter cuidado quando se deparar com situações dessa natureza.
Uma entidade que possui um bom controle interno tende a dificultar a ocorrência de
fraudes ou erros. Mas também se sabe que sempre pode existir uma brecha que é
normalmente descoberta pelo fraudador. De acordo com Jesus (2000), o fraudador para
conseguir êxito, utiliza-se de três recursos:
1. Obtenção das ferramentas de fraude;
2. Conhecimento de como usar a ferramenta de fraude; e
3. O objetivo de valores monetários que sejam facilmente conversíveis em moeda
corrente.
As formas e os meios poderão ser os mais diversificados possíveis, desde que os
objetivos sejam atingidos e a fraude seja realmente efetivada. Caso realmente a fraude seja
descoberta, é necessário que essa conduta ilícita seja comunicada imediatamente para a
administração da empresa. O auditor interno irá preparar um parecer descrevendo todos os
fatos e com sugestões adequadas para sanar a situação. E de imediato procurar solução para
ineficiência do controle interno, algo que seja adequado e funcional.
Cordeiro (2013, pág. 117) enfatiza:

A manutenção de um sistema de controle interno é indispensável para execução


correta dessa responsabilidade. As rotinas de verificação e revisão são características
de um bom sistema de controles internos, reduzem a possibilidade de erros ou que
36

tentativas fraudulentas permaneçam encobertas. Não adianta a empresa implantar


um excelente sistema de controle interno sem que alguém verifique periodicamente
se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado no sistema, ou se o
sistema não deveria ser adaptado às novas circunstâncias.

As ações fraudulentas podem destruir todos os objetivos de uma entidade. A fraude é


uma atividades devastadora para uma organização, esta deve ser constantemente controlada e
extinguida pela auditoria interna, pois se corre o risco de atingir as atividades operacionais da
empresa e causar transtornos e consequentemente a descontinuidade das atividades da
empresa.
O auditor interno deve estar atento aos indícios que a empresa possa estar sendo vítima
de algum esquema fraudulento. Para isso exige-se do auditor interno muita competência e
astúcia, para que caso depare-se com possíveis indícios de fraudes tenha o discernimento e
capacidade de desmascará-los e apresenta-los à administração da empresa, para que sejam
tomadas as devidas providências.
Cordeiro (2013, pág. 117) descreve a fraude:

Fraude: refere-se a um ato intencional por parte de um ou mais indivíduos da


administração, empregados, ou terceiras partes, que resulta em uma representação
errônea das demonstrações financeiras. A fraude pode implicar:
 manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos;
 malversação de ativos;
 supressão ou omissão de efeitos de transações nos registros ou documentos;
 registro de transações sem substância;
 má aplicação de políticas contábeis.

A fraude também é conhecida de acordo com os principais dicionários brasileiros


como: burlar, sonegar, enganar, adulterar, falsificar e lesar. Deve-se evidenciar que o impacto
de uma ação nociva no ambiente empresarial não pode ser visto apenas como prejuízos
financeiros acarretados. Esse tipo de ação pode acabar com a reputação da empresa e acabar
prejudicando seu espaço de trabalho. Portanto, sua prevenção exige vigilância permanente e
constante.
Desta forma, enaltecemos a importância e a vantagem da auditoria interna na
prevenção de fraudes, pois sua atuação será fundamental para as tomadas de decisões das
organizações. Baseado na afirmativa de Ratliff e Beckstead (1996, pág. 14), onde os mesmos
relatam com propriedade o grande problema das fraudes organizacionais e o importante papel
da auditoria interna em seu combate:
37

Desfalques e outras formas de fraudes e irregularidades tem sido comuns à maioria


das organizações. Embora muitos motivos possam ser atribuídos a essa situação,
todas essas ocorrências parecem ter um ponto em comum. A pessoa ou pessoas
responsáveis pela irregularidade considera seus interesses como fator isolado dos
interesses da organização, e a eles conferem maior prioridade. As auditorias internas
oferecem meios de expor tais irregularidades. O desempenho regular das auditorias é
até mesmo considerado como um dispositivo na prevenção em virtude dos riscos de
exposições.

Podemos observar que ao detectar fraudes, o auditor interno tem a obrigação de


informar à administração e sugerir medidas corretivas, informando-lhes sobre os possíveis
efeitos que essas fraudes vão gerar. Pois o auditor interno é um assessor à alta administração
na condução dos negócios e nas tomadas de decisões da empresa.

5.1.2. Evita erros

Os erros estão presentes principalmente nas ações desenvolvidas pela humanidade,


pois todos nós somos passíveis do erro. Assim, pode-se dizer que o erro pode ser encontrado
em qualquer ramo de negócio, já que o homem é quem gere as atividades comerciais. Desta
forma, os erros podem ser encontrados em entidades, tipo: micro e sociedades anônimas, com
ou sem fins lucrativos.
A identificação dos erros não é o principal objetivo da auditoria interna. A
responsabilidade primária é da administração da organização. Todavia, é comum que este tipo
de fato seja detectado pelo auditor interno, no entanto cabe a ele o dever de comunica-los à
administração para que sejam tomadas as devidas providências.
Cordeiro (2013, pág. 117) define:

Erro: refere-se a equívocos não intencionais nas demonstrações financeiras, como:


 equívocos matemáticos ou de escrituração nos registros subjacentes e dados
contábeis;
 omissão ou má interpretação de saldos;
 má aplicação de políticas contábeis.

O erro significa enganar-se, e de acordo com os principais dicionários brasileiros é:


equívoco, uso impróprio ou indevido, engano dentre outros. Ou seja, é um ato sem intenção,
que por algum motivo passou despercebido, e houve alguma omissão de informação.
38

A NBC T-12/12.1.4.2 é bem clara:

O termo „erro‟ aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção,


desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e
demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da Entidade, tanto
em termos físicos quanto monetários.

O erro, como se pode observar, não é algo que foi planejado, simplesmente ocorre,
sem a vontade de realização a ação.

5.1.3. Diferenciação entre fraude e erro

De acordo com os estudos de diversos autores, eis que surge uma comparação entre as
duas ações e baseado no entendimento de Carneiro (2004) “é evidente a identificação de
algumas diferenças significativas”. O termo fraude refere-se ao ato intencional, enquanto que
o termo erro refere-se a um equívoco não intencional.
Citando Cordeiro (2013, pág. 118):

O termo fraude refere-se ao ato intencional de omissão ou manipulação de


transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis...
Diferindo da fraude, o termo erro refere-se ao ato não intencional na elaboração de
registro e demonstrações contábeis, que resulte em incorreções deles, como os erros
aritméticos na escrituração contábil ou nas demonstrações contábeis, a aplicação
incorreta das normas contábeis, ou mesmo a interpretação errada das variações
patrimoniais. A diferença fundamental está na intenção.

Gonçalves (1968, pág. 37) acrescenta sobre a diferença básica entre erro e fraude:

A fraude não deve ser confundida com o erro. Erro é o que não é exato ou
verdadeiro. No erro há um conceito de inexatidão, de oposição à verdade, ou
afastamento desta. Na fraude há sempre um conceito de má fé, de intencionalidade
imoral. O erro é o fenômeno geral, sem causação compulsória de ordem moral. A
fraude é sempre fenômeno ou plano moral, com repercussões na ordem criminal.

Ao analisarmos as diferenças, entende-se que a fraude é cometida com a intenção de


obter algum tipo de vantagem, diferentemente do erro, que pode ser cometido sem vontade ou
intenção, no erro não se pretende obter algum benefício.
39

5.2 MELHORIAS NA IMPLANTAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA

Existem inúmeras razões que levam uma empresa a criar um departamento de


auditoria interna. Pois as empresas são impulsionadas a divulgarem seus produtos e sua real
imagem perante o mercado dos negócios, desse modo, necessitam de algo mais concreto no
tocante à questão da confiança no mercado, para que isto ocorra não é interessante que os
próprios funcionários de suas tarefas (atividades operacionais da empresa) sejam os
responsáveis por um retorno de grandes proporções. Para isso, surge a auditoria interna, como
um departamento de análise, avaliação e credibilidade nas informações a serem divulgadas.
A cada dia a profissão do auditor interno tem evoluído, esse processo de evolução tem
contribuído significativamente para a valorização da atuação do auditor interno juntamente
com os gestores empresariais, que ao considerarem a intensa complexidade dos negócios e as
suas mutações constantes nas suas transações, procuram a ajuda e o trabalho destes
profissionais qualificados, para fazerem parte da equipe de colaboradores nas empresas.
Objetivando assegurar o cumprimento de normas.
De acordo com o Portal de Auditoria, existe um conjunto de fatores que formam
necessidades de criação de um departamento de auditoria. Serão apresentados no quadro 3
alguns benefícios criados após implementação do Departamento de Auditoria Interna.

Quadro 3 – Resumo dos benefícios de uma implantação da auditoria interna


CUSTOS TÍPICOS BENEFÍCIOS TÍPICOS

A implantação do controle requer, A contabilidade aperfeiçoada salvaguarda


previamente, a análise do tempo que seria mais eficazmente o patrimônio.
despendido de outra maneira em
responsabilidades operacionais.
Os sistemas de controle exigem, O controle melhorado dos recursos usados na
frequentemente, documentação que tem um produção.
custo associado.
O processo de autorização, num sistema de A concordância com as políticas e
controle, envolve várias hierarquias de gestão, procedimentos ocorre, com mais
exigindo um tempo substancial da gestão de probabilidade, com verificações e
nível superior. comparações consolidadas.
40

Por vezes, os sistemas de controle estão em A não preocupação com a eficiência através
conflito direto com os objetivos operacionais. de medidas de eficácia.
Por exemplo, as encomendas por telefone
podem ser mais eficientes, mas os requisitos
do sistema de controle podem exigir que as
encomendas sejam colocadas por escrito
quando a importância exceda o limite
estabelecido.
Fonte: Portal de Auditoria. 2016.

Todo e qualquer empreendimento novo requer algum tipo de custo e a implantação da


auditoria interna também necessita de alguns. Iremos tratar de investimentos que serão feitos
pela entidade tipo: tempo despendido para sua implantação; documentação necessária; equipe
qualificada; adequação das atividades operacionais. Aparentemente, podemos considerar que
serão custos razoavelmente baixos, mas os seus benefícios serão automaticamente percebidos
pela entidade após a implantação da auditoria interna. A contabilidade será elaborada dentro
das normas, protegendo com mais eficácia o patrimônio da entidade.
Os recursos alocados na produção serão bem utilizados; haverá maior concordância
com as políticas e procedimentos, pois toda a equipe é preparada para fazer as verificações e
comparações, caso seja necessário. A entidade também é beneficiada através de uma maior
eficiência das atividades operacionais, devido a medidas de eficácia. Todos esses aspectos são
relevantes e de extrema importância para que todas as entidades sigam dando continuidade
nas atividades que se propõem a desenvolver, a auditoria interna só traz benefícios para as
mesmas.
Apresentaremos abaixo as razões que levam as empresas a criarem um Departamento
de Auditoria Interna:

Quadro 4 – Resumo das razões a implantar uma auditoria interna nas organizações

ITEM DESCRIÇÃO RESUMIDA

Ambiente Empresarial A constante mudança no cenário empresarial exigiu que as


Contemporâneo em empresas buscassem auxílios para o gerenciamento.
Mudanças
41

Uma das funções mais importantes da Auditoria Interna é


exatamente avaliar, criar, adaptar e ajustar os controles internos à
Grau de Organização
realidade da empresa. E esta função contribui para o sucesso da
empresa, no tocante a este grau de organização.
Fato que justifica a criação de um departamento de Auditoria
Dispersão Geográfica Interna com intuito de acompanhamento contínuo das atividades,
da Empresa fazendo valer o cumprimento das normas e procedimentos
determinados pela matriz.
A implantação do departamento de Auditoria Interna vem a
Aumento da viabilizar uma análise promovendo melhorias nos circuitos e
complexidade procedimentos vigentes, promovendo um acompanhamento nas
organizacional rotinas indicando melhorias nos processos já existentes e se
necessários a reformulação.
A dimensão do negócio causou impacto relevante na estrutura
organizacional. Como acompanhar os processos de transmissão de
informações que são gerados a cada segundo, e manter esta
Globalização estrutura sólida capaz de atender seus clientes sem falhas nos
processos. Nesta evolução forma-se uma equipe de auditores que
prestam assessoria aos administradores auxiliando-os na gestão dos
negócios.
Junto com este avanço os procedimentos e os sistemas sofrem
Avanço tecnológico alterações, sendo necessário um acompanhamento dos auditores à
adequação de novos processos e a validação destes.

A contribuição dos auditores em relação à competitividade no


mercado trouxe às empresas um apoio indispensável com avaliação
Competitividade
nos controles internos e redução nos custos incorridos nos produtos
fabricados.
Cabe a Auditoria Interna fornecer subsídios para os
Economicidade administradores que sirvam de orientação para a tomada de decisão
e avaliação de riscos em investimentos.
Fonte: Portal de Auditoria. 2016.
42

Assim como os futuros benefícios que a auditoria interna traz para uma entidade,
buscamos retratar as razões para que seja feita efetivamente a sua implantação.
Com a contemporaneidade dos negócios, foi preciso fazer mudanças significativas no
cenário empresarial, principalmente quando nos referimos sobre a questão gerencial das
atividades comerciais. A auditoria interna entra em cena com o propósito de assessorar a
administração da empresa a melhorar suas atividades, diante das exigências do mercado.
Um fator importante dentro da auditoria interna é o nível de organização, pois os seus
procedimentos permitem: avaliações, adaptações, sugestões, ajustes dos controles internos,
para que todos os processos estejam direcionados para melhorar e contribuir com a realidade
da entidade. Sua função é primordial para o sucesso da empresa, pois no tocante à
organização, a auditoria interna é imprescindível.
Quando a entidade possui várias filiais, é indispensável a criação do departamento de
auditoria interna para poder fazer o acompanhamento contínuo das atividades, de acordo com
as normas e procedimentos determinados pela sua matriz, facilitando o controle das atividades
e contribuindo para a expansão em outras regiões, caso seja possível ou necessário. A
auditoria interna dá esse subsídio para as empresas que pretendem expandir seus negócios e
crescer cada vez mais no ramo empresarial.
Na medida em que uma organização percebe a necessidade de ampliar suas atividades
em decorrência do aumento da complexidade que os seus processos vêm desempenhando é
extremamente salutar a implantação da auditoria interna com o intuito de analisar e promover
melhorias nesses processos, através de acompanhamento das rotinas, viabilizando e indicando
possíveis soluções. Para isso, será feito uma reformulação com procedimentos que sejam
adequados e eficientes para a organização, de forma que mantenha o padrão dos seus negócios
ou até mesmo eleve seu nível.
O processo de globalização trouxe inúmeras situações e ocorrências no campo dos
negócios que foram cruciais para algumas empresas e causou diversos impactos nas suas
estruturas organizacionais, pois estas não conseguiram acompanhar a evolução e o ritmo dos
processos e as informações constantes, para manter sua estrutura sólida para atender seus
clientes dentro das suas exigências e sem falhas nos processos. Devido à toda essa situação,
sentiu-se a necessidade de uma equipe que prestasse assessoria aos administradores, nas suas
tomadas de decisões. É nesse cenário que se configura o papel do auditor interno.
Em decorrência dessa globalização surge, paralelamente a ela, o avanço tecnológico
dos processos e da capacidade de produção. A tecnologia aprimorou e muito as operações, ao
ponto de reduzir o tempo necessário para a produção e fabricação de um item, diminuindo de
43

dias para horas o tempo necessário para um determinado projeto. Essa evolução e avanço
tecnológico trouxe inúmeras mudanças nos procedimentos e os sistemas sofrem alterações
constantes, para isso é necessário um acompanhamento que é desempenhado pelos auditores
internos, no tocante à adequação de novos processos e sua real validade.
O mercado empresarial é marcado pela sua competitividade. Toda atividade comercial
está participando e concorrendo com as demais empresas. É esse ponto que te faz manter-se
viva no mercado. O auditor interno vai ser um elemento imprescindível para sua participação
efetiva nesse processo, pois ao avaliar o controle interno o auditor vai fazer um diagnóstico de
como está a real situação da empresa, quais serão as modificações necessárias para reduzir
custos impróprios e como evitar desperdícios na produção, fazendo com que o custo do
produto acabado deixasse uma margem de lucro significativa. Esse apoio dado à
administração através da auditoria interna busca aperfeiçoar o resultado, proporcionando
maior concorrência no mercado.
Um fator essencial para qualquer entidade é a redução de custos, com o intuito de
aumentar e otimizar seus resultados. É nesse cenário que os auditores internos se destacam,
pois suas atividades são desenvolvidas para agregar valor aos negócios das empresas,
reduzindo significativamente os custos de produções e despesas operacionais, fazendo um
acompanhamento efetivo e contínuo para o cumprimento das metas e objetivos a serem
atingidos pela administração da organização. Economizar significa trazer novos horizontes
para a entidade e a auditoria interna é diretamente responsável por esse fato.
Ao analisarmos os respectivos quadros, podemos perceber que tais fatos foram
salutares e imprescindíveis para que as empresas impulsionassem e implementassem a
auditoria interna no seu contexto organizacional.
Verifica-se também que a implantação do departamento de auditoria interna nas
entidades configura-se como uma grande ferramenta de gestão. Esta ferramenta permite às
empresas minimizar os riscos relativos à sua administração presente e futura, garantindo
maior credibilidade nas atividades da entidade.

5.3 O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA NAS ENTIDADES

A auditoria interna tem um papel fundamental dentro das entidades, que é dar
garantias aos administradores quanto às informações geradas a partir da avaliação do controle
44

interno e da contabilidade. Permite averiguar se os fatos estão em conformidade com os


aspectos legais e dentro das normas de contabilidade, como também verifica se as operações
da entidade estão sendo realizadas conforme o seu planejamento.
Segundo Furtado (2009), a auditoria interna deve:

 Fiscalizar a eficiência dos controles internos;


 Assegurar maior correção dos registros contábeis;
 Opinar sobre a adequação dos demonstrativos contábeis;
 Dificultar desvios de ativos e pagamentos indevidos;
 Contribuir para a obtenção de melhores informações sobre a real situação
da entidade;
 Apontar falhas na organização administrativa e nos controles internos;
 Garantir maior atenção e rigor dos funcionários contra erros e evitar
fraudes.

É notável que a implantação da auditoria interna nas entidades deu-se principalmente


em virtude da sua capacidade de contribuir de modo significativo para a entidade. Sua
presença vem sendo abordada com bastante frequência nas empresas, sejam elas pequenas ou
de grande porte.
O principal papel da auditoria interna é agregar valor aos negócios da entidade,
identificar quais são as necessidades primordiais para melhorar seu posicionamento no
mercado, como também proporcionar melhor rentabilidade e assegurar que as atividades
operacionais sejam mantidas e assim permaneçam por um bom tempo, atuando no ambiente
comercial.
Dias (2012) afirma que:

Analisando a conjuntura atual é fácil observar as constantes mudanças de mercado, e


para que as empresas possam se atualizar e tornar-se competitivas é necessário que
estejam sempre atualizadas e com informações precisas, o que somente é possível a
partir do momento em que houver uma constante verificação nas suas informações
internas.

A auditoria interna é uma ferramenta que auxilia os administradores nas tomadas de


decisões, pois sua credibilidade gera informações concisas e de confiança, para que a entidade
possa dar continuidade às suas atividades. Seu papel é voltado e centrado para atingir os
melhores resultados para a entidade. Essa ferramenta é importante para reduzir custos,
simplificar processos, ganhar agilidade e ter maior rentabilidade.
45

6 6 METODOLOGIA

6.1 ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA DA PESQUISA

O método utilizado para desenvolver o projeto será através de uma pesquisa


bibliográfica, buscando referências significativas sobre o tema pesquisado.
Gil (2002, pág. 44) define essa técnica:

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,


constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos
estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas
sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições
acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente
mediante fontes bibliográficas.

O interesse por esse método partiu pela necessidade de um melhor aprofundamento do


que diz as normas e procedimentos relacionados à auditoria interna, como também saber o
que os principais autores da área de auditoria trazem sobre o assunto.
Trata-se de uma pesquisa básica, cuja finalidade é aprimorar as informações da própria
pesquisadora, ou a quem tiver interesse pelo assunto. O modo de abordagem será totalmente
qualitativo. Para Silveira (2009, pág. 31), “A pesquisa qualitativa não se preocupa com
representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo
social, de uma organização, etc.”

6.2 INSTRUMENTO DE COLETA E SELEÇÃO DE DADOS

A coleta de dados foi realizada através de uma pesquisa bibliográfica, buscando


informações em acervos bibliográficos, como: livros, acervos digitais e eletrônicos
relacionados com o tema pesquisado. Os principais autores pesquisados foram Attie,
Cordeiro, Crepaldi, Jund e outros.
46

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hoje, os ambientes empresariais estão cada vez mais competitivos, o mercado exige
que as entidades busquem meios para viabilizar os possíveis desafios, para isso é necessário o
conhecimento das práticas de auditoria interna, é um dos principais requisitos para quem tem
uma entidade e procura melhorias em seu negócio, sua implantação passou a ser uma prática
bastante usual, é a melhor forma de melhoria contínua nos processos decisórios das entidades,
pois minimiza os riscos decorrentes das falhas proporcionadas pelas atividades operacionais.
Portanto, o ideal é que toda entidade tenha a visão ampla e instale o departamento de auditoria
interna, para que esse departamento atue com a prevenção de potenciais problemas, de modo
a contribuir com a administração com informações tempestivas e fidedignas.
Com a globalização no mundo dos negócios, a auditoria interna deve estar totalmente
voltada e integrada aos padrões internacionais e das normas contábeis vigentes, deve estar em
constantes mudanças e adaptações, acompanhando a evolução do mercado e principalmente
nas modificações que a entidade passou, porém sempre deve voltar o foco aos interesses e
objetivos da mesma.
Os auditores internos têm um dever profissional de fornecer uma visão imparcial e
objetiva, independente das operações, avaliando e reportando ao mais alto nível da entidade.
Os auditores internos lidam com questões que são de importância fundamental para a
sobrevivência e prosperidade de qualquer entidade. Ao contrário dos auditores externos, eles
olham para além dos riscos financeiros e declarações, para tratar de questões como a
reputação da empresa, seu crescimento e a forma como ela trata seus funcionários.
Em resumo, os auditores internos ajudam as organizações a terem sucesso, fazendo
isso através de uma combinação de segurança e consultoria. Desse modo, é fundamental que
as entidades possuam a auditoria interna, como principal ferramenta para auxiliar a
administração a tomar decisões eficazes.
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REFERÊNCIAS

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Paulo: Atlas, 2012.

AUDIBRA. Instituto dos Auditores Internos do Brasil. Disponível em:


<www.iiabrasil.org.br>. Acesso em: 15 de outubro de 2016.

ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2010.

CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Disponível em: <cfc.org.br>. Acesso em: 18 de


outubro de 2016.

CORDEIRO, Cláudio Marcelo Rodrigues. Auditoria interna e operacional: fundamentos,


conceitos e aplicações práticas. – – São Paulo: Atlas, 2013.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. – 9. ed. – São Paulo:
Atlas, 2013.

DIAS, Sidney. O papel da auditoria interna nas empresas. 23. Fev. 2012. Disponível em:
<http://espacocont.com/Rio/index.php/artigos-em-contabilidade/461-o-papel-da-auditoria-
interna-nas-empresas.html>. Acesso em: 20 de outubro de 2016.

FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 1992.

FURTADO, Daiani. Auditoria interna e suas vantagens. 12. Jun. 2009. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/auditoria-interna-e-suas-
vantagens/30910/>. Acesso em: 20 de novembro de 2016.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GONÇALVES, Reynaldo de Souza. Peritagem contábil. Rio de Janeiro: Forense, 1968.

IBRACON. Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. Disponível em:


<www.ibracon.com.br>. Acesso em: 16 de outubro de 2016.

JESUS, Fernando. Perícia e investigação de fraudes. Goiânia: AB, 2000.

JUND, Sérgio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos: teoria e questões. –


8. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

PORTAL DE AUDITORIA. Razões que levam uma empresa a criar um departamento de


auditoria interna. Disponível em <http://www.portaldeauditoria.com.br/auditoria-
interna/Por-que-criar-um-departamento-de-Auditoria-Interna.asp>. Acesso em 01 de
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PORTAL DE CONTABILIDADE. A importância da auditoria interna nas organizações.


Disponível em <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/auditoria-interna-
organizacoes.htm>. Acesso em 16 de outubro de 2016.
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RATLIFF, Richard L.; BECKSTEAD, Stephen M. Como o gerenciamento do nível


internacional está transformando o sistema de auditoria interna. Boletim do IBRACON,
Brasília, p. 10-15, dez. 1996.

SÁ, Antônio Lopes de. Curso de Auditoria. – 8. ed. rev., ampl. e atual. – São Paulo: Atlas,
1998.

SILVEIRA, Denise T. Métodos de Pesquisa. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

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