História
Era colonial
Durante o período colonial, a África foi representada no cinema por cineastas do Ocidente. O continente era apresentado sem história
ou cultura próprias. Os melhores exemplos são os épicos Tarzan, Uma aventura na África e vários adaptações de Rider Haggard para
uma novela chamada As Minas do Rei Salomão.
Para muitos escritores africanos, como Chinua Achebe, assim como para os cineastas africanos,o repúdio aos estereótipos e imagens
sobre os africanos foi uma importante motivação.
Nas colônias francesas, a atividade era formalmente proibida. O primeiro filme francês sobre o tema, L’Afrique sur Seine (1955), foi,
na verdade, uma curta-metragem realizada em Paris por jovens estudantes africanos do IDHEC sob a direção de Paulin Soumanou
Vieyra.
Antes da independência, poucos filmes anti-coloniais eram produzidos. As estátuas também morrem de Chris Marker e Alain
Resnais, sobre um assalto de arte africana, que foi censurado na França por dez anos, ou Afrique 50 de René Vauthier, sobre revoltas
na Costa do Marfim e em Burkina Faso, são alguns exemplos. Alguns filmes etnográficos dessa época produzidos por Jean Rouch e
por outros diretores foram rejeitados por cineastas africanos porque na opinião destes a realidade africana era distorcida.
Décadas 1960 e 1970
O primeiro filme africano a ter reconhecimento internacional foi A Negra de… (A Jovem Negra), de Ousmane Sembène, que
mostrava o desespero de uma mulher africana ao trabalhar como doméstica na França. O escritor Tercio se voltou para o cinema para
atingir um público maior. Ele é considerado o "pai do cinema africano". O país onde ele nasceu, o Senegal, tem a produção
cinematográfica mais significativa.
Em 1969, com o Festival do Cinema Africano - FESPACO, em Burkina Faso, o Cinema da África estabeleceu seu próprio fórum.
FESPACO agora acontece de dois em dois anos, alternando com o Festival de Cinema de Cartago, em Cartago, na Tunísia.
A Federação dos Cineastas Africanos - FEPACI foi fundada em 1969 para promover a produção, distribuição e exibição do Cinema
africano. Desde sua concepção, a FEPACI tem sido parceira de outras organizações no desenvolvimento social, político e econômico
do continente africano.
O soleil O de Med Hondo, filmado em 1969, foi reconhecido imediatamente. Não menos engajado que Sembène, ele utiliza uma
linguagem menos formal para mostr o que significa ser ter um tom de pele "errado" na França.
A comédia Touki-Bouki de Djibril Diop Mambéty, rodado em 1973 sobre um casal de jovens em Dakar querendo viajar para Paris a
qualquer custo é considerado um dos melhores filmes africanos já realizados.
Após 1980
Yeelen, feito em 1987 por de Souleymane Cissé e Guimba, feito em 1995 pelo Sheik Oumar Sissokoor, ambos de Mali, foram bem
recebidos no ocidente. Alguns jornalistas especializados criticaram os diretores por adaptarem os filmes aos gostos do público
ocidental.
Alguns filmes dos anos 1990, como Quartier Mozart, de Jean-Pierre Bekolo (Camarões/1992), foram situados nas metrópoles
africanas globalizadas.
O primeiro ápice do cinema africano aconteceu na África do Sul, em 2006. Foi seguido pelo IX Congresso da Federação dos
Cineastas Africanos - FEPACI.
Produção e divulgação
Os cineastas africanos geralmente têm dificuldades de atingir seu público. As salas comerciais geralmente têm que programar e exibir
primeiramente filmes de Hollywood (americanos) ou de Bollywood (indianos).No entanto, ainda há sessões reservadas, nas quais o
público têm acesso a filmes africanos. A maioria dos cinestas africanos ainda dependem de instituições européias para financiar suas
produções. Uma produção de Vídeo viável e consistente se estabeleceu na Nigéria, informalmente conhecida como
Nollywood.
Missão
A abordagem política dos cineastas africanos é evidente no "Charte du Cinéaste Africain" (Manifesto dos cineastas africanos), que a
União dos Cineastas Africanos adotou naArgélia em 1975
Os cineastas começaram a denunciar o neocolonialismo nas sociedades africanas. "As sociedades africanas vivem dominadas em
vários níveis: politicamente, economicamente e culturalmente". Os cineastas africanos reafirmaram sua solidariedade a posições
progressistas dos cineastas de outros países. O Cinema da África geralmente é visto como parte do chamado
Third Cinema.
Nas palavras de Souleymane Cissé: "A primeira tarefa dos cineastas africanos é mostrar que os africanos são seres humanos e ajudá-
los a descobrir seus valores que podem ser postos a serviço de outros. As próximas gerações vão ampliar para outros aspectos do
cinema. Nossa obrigação é mostrar que os homens brancos mentiram com suas imagens" (Thackway
, p. 39).
Alguns cineastas, como Ousmane Sembène, tentaram resgatar a história relembrando a resistência à dominação européia e islâmica.
O papel do cineata africano é geralmente comparado ao poeta Griot,[1] isto é, refletir experiências coletivas. Modelos da tradição oral
reaparecem nos filmes africanos. Os filmes africanos também têm sido influenciados pela tradição de outros continentes, como o
neorealismo italiano ou o Cinema Novo, do Brasil e pelo teatro de Bertolt Brecht. Alguns planos de câmera nos filmes de Ousmane
Sembène tem por referencia o cinema japonês deYasujiro Ozu e alguns dos temas por ele abordados remetem aoCinema Russo.
Mulheres cineastas
A etimologista Safi Faye foi a primeira diretora africana a ganhar reconhecimento internacional.
Em 1972, Sarah Maldoror filmou Sambizanga sobre a Guerra colonial portuguesa, no período 1961-1974, em Angola. Mulheres
sobreviventes do conflito armado são o assunto do documentário Les oubliées (Os esquecidos), realizado por Anne-Laure Folly vinte
anos mais tarde.
Ligações externas
Africiné - AFCC (African Federation of Film Critics)
Marfilmes (African Film Distributor)
Allafricanmovies.com Very Large African Cinema & Movies selection
The Heavy Flag of Pan-African Cinema
Africultures
Nigerian Movies
Harvard Film Archive
African Cinema
African Cinema in the 1990s
African Media Program Comprehensive database of African media
Library of African Cinema in California
Cineclube Afro Sembène
Ver também
(em inglês) SOMALIWOOD
(em inglês) Literatura africana
(em inglês) Lista de filmes africanos
(em inglês) Cinema político
(em inglês) Terceiro cinema
(em inglês) Cinema de mulheres
(em inglês) Cinema mundial
(em inglês) O sol O
(em inglês) Manifesto dos Cineastas Africanos
(em inglês) Third Cinema
Bibliografia
Olivier Barlet, African Cinemas: decolonizing the gaze, Zed Books, London, 2001
Fernando E. Solanas, Octavio Getino, "T owards a Third Cinema" in: Bill Nichols (ed.),Movies and Methods. An
Anthology, University of California Press 1976, pp. 44-64
Nwachukwu Frank Ukadike,Black African Cinema, University of California Press 1994
Nwachukwu Frank Ukadike,Questioning African Cinema: Conversations with Filmmakers , University of Minnesota
Press 2002, ISBN 0-8166-4005-X
Melissa Thackway, Africa Shoots Back: Alternative Perspectives in Sub-Saharan Francophone African Film , Indiana
University Press 2003, Includes a comprehensive bibliography and a select filmografy
Africultures: see www.africultures.com (French and English)
Samuel Lelievre (ed.),Cinémas africains, une oasis dans le désert?, CinémAction no 106, Paris, Télérama/Corlet,
1st trimester 2003
Écrans d’Afriques (1992-1998) - French and English - to read on www .africine.org or www.africultures.com
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