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EVERSON THIAGO DOS SANTOS

OAB/PR 84.638

EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) JUIZ (a) FEDERAL DA VARA DO


TRABALHO DE PORECATU – ESTADO DO PARANÁ.

DOLOR RODRIGUES ASCENCIO, brasileiro, casado, trabalhador rural, portador


da cédula de identidade nº 3.150.196-2, inscrito no CPF sob o nº 087.058.819-27,
residente e domiciliado à Rua João Bonfim Pereira, nº 31, na cidade de
Florestópolis-PR, por seu procurador infra-assinado, mediante procuração que
segue em anexo, vem respeitosamente a presença de VossaExcelência com
embasamento na CLT, propor:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face de RICARDO PAGANO FAZENDA JANGADINHA, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 343800141684, com sede à Rodovia
João Lunardelli PR 170, Km 54 mais 300 metros,zona rural, na cidade de
Florestópolis-PR,CEP: 86.165-000, nos termos e fundamentos a seguir expostos:

PRELIMINARMENTE

Conforme sua CTPS, atualmente o Reclamante é aposentado, motivo pelo


qual não possui condições de arcar com as custas decorrentes deste processo.
Ademais, como forma de corroborar sua insuficiência de renda, traz-se aos autos
comprovante da ausência de declaração de imposto de renda.

Por isso, requer-se a concessão do benefício da assistência judiciária


gratuita em prol do Reclamante, por ele não comportar com as despesas judiciais,
sem prejudicar o seu próprio sustento e o sustento de sua família, estando
amparado pelo inciso LXXIV, do art. 5º da Constituição Federal, c/c a Lei nº
1.060/50, art. 1º da Lei nº 7.115/83 e nos termos do art. 98 e seguintes do
CPC/2015, além do art. 790 e seguintes da CLT.
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DA IRRETROATIVIDADE DA LEI 13.467/2017

O contrato de trabalho da reclamante teve fim em 05/03/2019.

Na presente reclamação não merece serem aplicadas as disposições da Lei


13.467/2017, pois, o contrato aqui discutido é ato jurídico perfeito nos termos do §§
1º e 2º do art. 6º da LINDB.

Deste modo, em respeito ao precitado dispositivo e com amparo no art. 5º,


inciso XXXVI, da Constituição Federal, adiante serão adotadas regras de direito
material vigentes antes da Reforma trazida pela Lei 13.467/2017.

1. DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi admitido pela Reclamada no dia 01 de outubro de 2014


para exercer a função de trabalhador rural, com salário de 1.523,08 (um mil
quinhentos e vinte e três reais e oito centavos).

O contrato foi rescindido por iniciativa da Reclamada no dia 30 de junho de


2017, acontece que, mesmo após o seu contrato ser reincidido, o Reclamante
continuou prestando serviços para reclamada até o dia 15 de fevereiro de 2019.

Desta forma o reclamante trabalhou de 01 de outubro de 2014 até 15 de


fevereiro de 2019 para a reclamada e não de 01 de outubro de 2014 a 30 de
junho de 2017 como o empregador fez constar na CTPS do Autor.

É de suma importância destacar que no período em que o empregado


trabalhou sem registro na CTPS, seu salário era no valor de R$1.703,00 (um mil
setecentos e três reais).

2. DA DECLARAÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

O Empregado trabalhou para Reclamante de 01 de outubro de 2014 até 15


de fevereiro de 2019, como já esmiuçado acima.
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Acontece que no período de 01 de junho de 2017 até 15 de fevereiro de


2019 o Reclamante prestou serviço para Reclamada sem o devido registro na
CTPS, por consequência, não houve recolhimento previdenciário, razão pela qual
requer o reconhecimento do vínculo empregatício existente entre as partes neste
período, considerando que o reclamante cumpria ordens da reclamada ou de seus
prepostos e ficava à disposição do mesmo para o trabalho.

Assim é evidente a presença de todos os requisitos caracterizadores da


relação de emprego: a onerosidade, já que recebia remuneração do reclamado,
também se encontra presente a subordinação, a não eventualidade e a
pessoalidade, e laborava de forma subordinada, haja vista que recebia ordens da
Reclamada na prestação dos serviços, trabalhava de forma continuada, vez que
somente trabalhava para o mesmo e ficava à disposição deste, e também de forma
pessoal.

Diante do exposto, requer o reconhecimento do vínculo de emprego entre


partes no período de 01 de junho de 2017 a 15 de fevereiro de 2019.

3. DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Como já mencionado, o reclamante foi contratado para exercer as funções


de trabalhador rural, função que, como o próprio nome diz, era desempenhada na
área rural, mais precisamente nas lavouras da reclamada.

São de conhecimento geral os riscos aos quais esses trabalhadores são


expostos. Estando sempre suscetíveis a ataques de animais peçonhentos, tendo
contatos com os produtos químicos presentes nas lavouras – herbicidas –, e
considerando que sua atividade é realizada em contato direto com o sol e o calor
excessivo, estão sujeitos a desidratação e a outros problemas de saúde que
podem decorrer desta exposição frequente, como por exemplo o câncer de pele.

Insta salientar que o reclamante em todo o período em que prestou serviço


para reclamada, com e sem registro na CTPS, nunca recebeu adicional de
insalubridade.

Neste sentido, a Orientação Jurisprudencial 173 do TST determina que:


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“173. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.


ATIVIDADE A CÉU ABERTO. EXPOSIÇÃO AO
SOL E AO CALOR. (redação alterada na sessão do
Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res.
186/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de


insalubridade ao trabalhador em atividade a céu
aberto, por sujeição à radiação solar (art. 195 da
CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do
MTE).

II – Tem direito ao adicional de insalubridade o


trabalhador que exerce atividade exposto ao
calor acima dos limites de tolerância, inclusive
em ambiente externo com carga solar, nas
condições previstas no Anexo 3 da NR 15 da
Portaria Nº 3214/78 do MTE.”.

O Tribunal Superior do Trabalho acordou o seguinte em relação ao adicional


de insalubridade referente à empresa reclamada e seus trabalhadores rurais:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO


PELA SEGUNDA RECLAMADA - USINA ALTO
ALEGRE S.A. - AÇÚCAR E ÁLCOOL LEI N.º
13.015/14. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
TRABALHADOR RURAL. EXPOSIÇÃO A CALOR
EXCESSIVO.Não há como recusar o direito ao
adicional de insalubridade aos trabalhadores
rurais, cuja jornada laboral se estende por
várias horas, sob sol escaldante, com
exposição a calor excessivo, decorrente da
atividade desempenhada a céu aberto e em
ambiente abafado. Nesse sentido, o entendimento
cristalizado na jurisprudência desta Corte superior,
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nos termos do item II da Orientação Jurisprudencial


nº 173 da SBDI-I, de seguinte teor: "tem direito ao
adicional de insalubridade o trabalhador que exerce
atividade exposto ao calor acima dos limites de
tolerância, inclusive em ambiente externo com
carga solar, nas condições previstas no Anexo 3 da
NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE". Agravo de
Instrumento não provido. RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO PELA SEGUNDA RECLAMADA -
USINA ALTO ALEGRE S.A. - AÇÚCAR E ÁLCOOL
LEI N.º 13.015/14. "TROCA DE EITO".
CORTADOR DE CANA-DE-AÇÚCAR. TEMPO À
DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. 1. "Eito de
cana" é conhecido como o espaço retangular em
que a cana-de-açúcar é plantada, podendo tal
espaço ser utilizado como medida de produção
diária do empregado que exerce a função de
cortador de cana. 2. O tempo despendido pelo
obreiro, cortador de cana-de-açúcar, para efetuar a
"troca de eito" deve ser considerado como tempo à
disposição do empregador, nos termos do que
dispõe o artigo 4º da Consolidação das Leis do
Trabalho, uma vez que tal lapso temporal é
inerente ao labor prestado pelo cortador de cana-
de-açúcar. 3. Precedentes deste Tribunal Superior.
4. Recurso de Revista não conhecido.

(TST - ARR: 14377720145090562, Relator: Lelio


Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 11/10/2017, 1ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 16/10/2017) ”.

Diante do exposto, requer-se pagamento do adicional de insalubridade a


reclamada, em seu grau máximo de 40%, nos períodos entre 01 de junho de 2017
até 15 de fevereiro de 2019, que deverá ser calculado sobre o salário mínimo
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federal, mais os reflexos referentes a todo período contratual, no valor aproximado


de R$ 22.452,80 (vinte e dois mil, quatrocentos e cinquenta e dois reais e oitenta
centavos).

4. DA JORNADA DE TRABALHO - HORAS EXTRAS

Desde o início da a relação de trabalho, o reclamante por determinação da


reclamada, sempre realizou horas extras que nunca foram pagas durante todo o
contrato de trabalho.

O reclamante nos períodos em que trabalhou para a reclamada executava


suas atividades habituais das 07h00min às 18h00min de segundas-feiras aos
sábados, com intervalo de 1h para descanso e alimentação.

Desta feita, observa-se que a jornada do reclamante era excedente à 8ª hora


diária e/ou à 44ª semanal.

Portanto faz jus o Reclamante à percepção do pagamento horas extras


excedente à 8ª hora diária e/ou à 44ª semanal referente a toda a relação laboral
havida entre as partes, acrescido de 50% sobre a hora normal, conforme dispõe o
parágrafo 1º do artigo 59 da CLT.

Requer, enfim, a condenação da reclamada ao pagamento de todos os


reflexos das horas excedentes à 8ª hora diária e/ou à 44ª semanal em demais
verbas, tais como FGTS e multa de 40%, 13º salário, dsr’s, férias + 1/3, aviso
prévio.
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Como já delineado, para o desenvolvimento da atividade empresarial da


reclamada era necessário que seus trabalhadores, inclusive a reclamante,
exercessem as suas funções expostos ao sol e ao calor, sem que para tanto fosse
respeitado o intervalo de recuperação térmica estabelecido pela Norma
Regulamentadora 15.

O quadro abaixo, retirado no Anexo 3 da NR já referida, estipulapara as


atividades consideradas pesadas, o que sem dúvida alguma é o caso da
reclamante, um intervalo mínimo de 30 minutos destinado ao descanso a
cada 30 minutos trabalhados.

No mais, além da pausa já mencionada, a Norma Regulamentadora 31


prevê que o empregador rural ou equiparado deve adotar princípios ergonômicos
que visem a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar melhorias nas
condições de conforto e segurança no trabalho. E para isso, estipula que:

“31.10.7 Para as atividades que forem realizadas


necessariamente em pé, devem ser garantidas
pausas para descanso.

31.10.9 Nas atividades que exijam sobrecarga


muscular estática ou dinâmica devem ser incluídas
pausas para descanso e outras medidas que
preservem a saúde do trabalhador”.
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Deste modo, a reclamada faz jus ao pagamento de 03h30min diárias (ver no


sábado) referentes as horas extras e seus respectivos acréscimos legais, pela não
concessão do intervalo de recuperação térmica e o descanso para atividade
realizada em pé.

Neste sentido é o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, conforme


pode ser visto a seguir:

“RECURSO DE REVISTA. INTERPOSTO SOB A


ÉGIDE DAS LEIS Nºs 13.015/2014, 13.105/2015 E
13.467/2017. 1. PAUSAS PARA RECUPERAÇÃO
TÉRMICA PREVISTAS NAS NRs 15 E 31 DO
MTE.PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS PELA
SUPRESSÃO DOS INTERVALOS DEVIDOS. 1. O
trabalho realizado além dos níveis de tolerância ao
calor gera o direito não apenas ao adicional de
insalubridade, nos termos da OJ 173/SBDI1/TST,
como também a intervalos para recuperação
térmica previstos pelo Ministério do Trabalho, em
seus regulamentos, conforme autoriza o art. 200, V,
da CLT. 2. A cumulação do adicional de
insalubridade com o pagamento das horas
extras decorrentes da supressão das pausas
para recuperação térmica não configura “bis in
idem”, visto que a exposição contínua ao
agente insalubre não é elidida pelas pausas.
São parcelas de natureza diversa, devidas
distintamente. Recurso de revista conhecido e
provido. (...) (PROCESSO Nº TST-RR-11148-
90.2015.5.18.0281.A C Ó R D Ã O 3ª Turma.
Ministro Relator ALBERTO BRESCIANI Ministro
Relator).

“INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA.


EXPOSIÇÃO AO CALOR ACIMA DOS LIMITES
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DE TOLERÂNCIA. ANEXO 3 DA NR-15. Cinge-se


a controvérsia em torno do direito ao pagamento de
horas extras decorrentes da supressão do intervalo
para recuperação térmica estabelecido no Anexo 3
da NR-15 para o caso de exposição ao calor acima
dos limites de tolerância. A concessão do
intervalo para recuperação térmica estabelecido
na referida norma regulamentadora constitui
medida que visa assegurar a higiene, a saúde e
a segurança do trabalhador, a qual não se
confunde com o direito ao adicional de
insalubridade. Por conseguinte, a supressão do
referido intervalo enseja o respectivo
pagamento como horas extras, conforme
exegese aplicada em relação aos intervalos dos
arts. 71, § 4º, e 253 da CLT. Precedentes. Recurso
de revista conhecido e provido.”. (Processo: RR-
10738-95.2016.5.18.0281, Data de Julgamento:
13/12/2017, Relatora Ministra: Dora Maria da
Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT
19/12/2017).”.

Diante do exposto, requer-se que a empresa reclamada sela condenada ao


pagamento das horas extras, pela supressão do intervalo para recuperação térmica
e/ou descanso para atividades realizadas em pé, no valor aproximado de R$
12.355,351.

5. DANO MORAL – LIMITAÇÃO DO USO DO BANHEIRO

A reclamada limitava a utilização do banheiro pelos empregados, em atitude


notoriamente discriminatória e vexatória em face destes. Aludida limitação afronta o
direito à intimidade do empregado, humilhando-se ao depender de autorização
para a realização de suas necessidades fisiológicas.

1 (R$ 315,20 x 3) + (R$ 352,00 x 12) + (R$ 374,80 x 12) = R$ 9.667,20.


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Assim, não restam dúvidas que o comportamento do supervisor hierárquico


que age pela reclamada ultrapassou os limites do poder diretivo e invadiu a esfera
da personalidade da reclamante, afrontando, também, os princípios fundamentais
da cidadania, da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho,
insculpidos nos incisos II, III e IV do art. 1º da Constituição Federal, dessa forma
requer a devida indenização, preconizada pelo art. 5º, X da CF, com a finalidade de
reparar o dano moral, buscando compensar a dor da funcionária e punir a atitude
da empresa.

Neste mesmo sentido vem entendendo a jurisprudência:

“RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL.


LIMITAÇÃO AO USO DO BANHEIRO. VIOLAÇÃO
DO ART. 5º, X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1. A
limitação ao uso do banheiro por determinação do
empregador acarreta constrangimento e exposição a
risco de lesão à saúde do empregado, ao
comprometer-lhe o atendimento de necessidades
fisiológicas impostergáveis. 2. O direito à satisfação
das necessidades fisiológicas constitui direito
humano fundamental, primário e básico, dada a
condição biológica do ser humano. De intuitiva
percepção, assim, que o livre exercício do direito
natural à excreção é insuscetível de restrições ou
condicionamentos. 3. Mesmo em relação a
atividades econômicas que, por imperativo de ordem
técnica e/ou em face de exigências relativas à
continuidade do trabalho, demandam maior
acuidade na execução da atividade laboral e a
presença efetiva do empregado no processo
produtivo, há que prevalecer o direito irrestrito de
acesso às instalações sanitárias da empresa,
durante a jornada de trabalho. 4. A simples sujeição
do empregado à obtenção de autorização expressa
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da chefia, para uso do banheiro, em certas


circunstâncias, em si mesma já constitui intolerável
constrangimento e menoscabo à dignidade humana.
5. Direito à indenização por dano moral assegurado,
com fundamento nas normas do art. 5º, X, da
Constituição Federal e art. 186 do Código Civil. 6.
Recurso de revista da Reclamante de que se
conhece e que se dá provimento. (TST - RR:
11342520125090662, Data de Julgamento:
28/02/2018, Data de Publicação: DEJT 02/03/2018)”.

Ademais, a NR 36 do MTE no item 36.13.9, resguarda as saídas para


necessidades fisiológicas a qualquer tempo:

Assim, presentes todos os elementos necessários a caracterização do dano


moral, nos termos do art. 927 do CC, quais sejam: conduta ilícita da reclamada, ao
limitar o uso dos banheiros pelo abuso de seu poder de mando, prejuízo e violação
ao direito do reclamante e o sofrimento e dor moral causados pelo ato ilícito e o
nexo de causalidade. Deste modo não resta dúvidas com relação à obrigação de a
reclamada indenizar o dano moral que causou em razão de conduta ilícita e
desumana.

Isto posto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de danos


morais em razão de afronta a dignidade e intimidade da obreira ao limitar o tempo e
a frequência do uso do banheiro.

6.1 DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

No que diz respeito à quantificação do quantum indenizatório, importante


elucidar que o dano moral é a dor, o sentimento de grande aflição, o sofrimento
intenso, sendo que o valor de indenização cabível deve ser fixado de acordo com a
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peculiaridade de cada caso e, ainda, a indenização devida deve observar alguns


critérios dentre eles o da proporcionalidade e o da razoabilidade.

Assim, é imperioso que se ponderem, na fixação do valor da indenização, a


condição econômica de ambas as partes, as circunstâncias do caso e o grau de
participação de cada um no alegado evento danoso.

Então, verifica-se que o quantum indenizatório deve ser arbitrado em


patamar suficiente para que a reclamada não pratique novamente tal conduta,
tendo em vista a peculiaridade do caso.

Portanto, merece ser acolhido integralmente o pleito indenizatório da parte


reclamante, sendo que o quantum a ser arbitrado por Vossa Excelência deve
atender as peculiaridades do caso, em patamar não inferior a R$ 20.000,00
(vintemil reais).

6. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Conforme estabelecido pelo artigo 85, §2º, do CPC, requer a condenação da


reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, na razão de
20% sobre o valor da condenação.

7. DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente inicial contém todos requisitos estabelecidos no artigo 840, § 1º,


da CLT. Contudo, para prevenir futuras indagações, ad cautelam, caso Vossa
Excelência verifique qualquer inconformidade, requer a reclamante seja
intimada para emendar a inicial no prazo legal2.

Ainda, ad cautelam, em relação ao valor atribuído à causa, o CPC/2015


em seu art. 491 elenca hipóteses em que não se é possível determinar de forma
definitiva o valor da causa:

2ENUNCIADO 105 ANAMATRA -SENTENÇA SEM EXAME DE MÉRITO. DIREITO AUTORALÀ EMENDA:
CLT, ART. 840, § 3º. SENTENÇA SEM EXAME DO MÉRITO. NECESSIDADE DE OPORTUNIZAR A EMENDA.
A EXORDIAL QUE NÃO ATENDE INTEGRALMENTE OS REQUISITOS LEGAIS DEVE ENSEJAR
OPORTUNIDADE PARA EMENDA E NÃO IMEDIATA SENTENÇA SEM EXAME DO MÉRITO, SOB PENA DE
OBSTAR O DIREITO DO AUTOR À INTEGRAL ANÁLISE DO MÉRITO (CPC, ARTS. 4º, 6º, 317, 319 E 321;
TST, SÚMULA 263).
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“Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado
pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o
índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a
periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização
demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido
por liquidação.
§ 2o O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a
sentença.”

Em assim sendo, as hipóteses do artigo acima mencionado se enquadram à


presente inicial, por isto, desde já, informa o reclamante que o valor atribuído à
causa não é definitivo, podendo ser alterado de acordo com a prova produzida
nos autos, em especial, após a apresentação de defesa.

No mais, artigo 324, § 1º, inciso III, do CPC/2015, estipula que quando o
valor do pedido depender de ato que deve ser praticado pelo réu ou quando não for
possível determinar, de plano, as consequências do ato ou fato, é lícito atribuir
pedido genérico.

A reforma trazida pela lei 13.467/2017, dispõe que o autor deverá indicar o
valor do pedido, entretanto, a referida lei não tornou obrigatória a liquidação prévia
dos pedidos, nem a juntada de planilha de cálculos, mas tão somente a indicação
dos valores.

Pelo exposto, há impossibilidade jurídica de liquidação de todos os pleitos


objeto da presente ação, tendo a reclamante indicado valores provisoriamente
atribuídos como tentativa de cumprimento da legislação, não se constituindo
em valor absoluto, admitindo alteração para mais ou para menos, nos termos
que estabelecer a condenação e, posteriormente, sua liquidação.

8. DOS PEDIDOS

Por fim, diante do exposto, REQUER-SE:


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I. A citação da reclamada, na pessoa de seu representante legal, no endereço


declinado no preâmbulo desta para, querendo, no prazo da lei, responder aos
termos da presente ação, sob pena de revelia e confissão;

II. Sejam julgados totalmente procedentes os pedidos expostos na presente


exordial, sendo eles:

a. JUSTIÇA GRATUITA: A concessão dos benefícios da assistência


judiciária gratuita a reclamante, por não ter condições de arcar com as
custas do processo sem prejuízo de seu sustento e de sua família, bem
como porque aufere remuneração inferior a 40% (quarenta por cento) do
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, na
forma do artigo 790, § 3º, CLT;

b. PARTICIPAÇÃO NO LUCRO DA EMPRESA: A condenação da


reclamada ao pagamento de R$ R$ 1.011,42 (mil e onze reais equarenta
e dois centavos), valor equiparado ao piso salarial da categoria da
reclamante, referente a participação nos lucros relativos ao ano de 2017;

c. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE: O pagamento do Adicional de


Insalubridade em grau máximo, ou, subsidiariamente, em grau
constatado em perícia técnica a ser realizada, bem como sua integração
na remuneração da obreira (Súmula 139 do TST) e, consequentemente,
o pagamento de seus reflexos legais gerando diferenças em RSR e com
estes em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário, horas extras e FGTS,
naforma já requerida, no valor provisório de R$9.667,20 (nove mil,
seiscentos e sessenta e sete reais e vinte centavos), na forma do artigo
324, § 1º, inciso II, do CPC/2015, sujeitos à complementação;

d. NORMAS REGULAMENTADORAS 15 E 31: A condenação da


reclamada ao pagamento das horas extras, mais o acréscimo legal pela
supressão do intervalo de recuperação térmica e/ou descanso para
atividades realizadas em pé, bem como a integração deste valor na
remuneração da reclamante, gerando diferenças em RSR e com estes
em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário, e FGTS, na forma já requerida
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no tópico 5, no valor provisório de R$12.355,35 (treze mil trezentos e


cinquenta e cinco reais e trinta e cinco centavos;

e. DANO MORAL: A condenação da reclamada em razão do dano moral


causado o reclamante, em virtude da limitação ao uso dos banheiros, no
valor sugerido de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), ou, subsidiariamente,
outro valor que este Respeitável Juízo arbitrar;

III. A inversão do ônus da prova em razão dos fundamentos expostos, consagrado


pela aplicação supletiva do art. 373, §§ 1º e 2º do Novo Código deProcesso
Civil e por força da Resolução nº 203, de 15 de março de 2013, art. 3º, inciso
VII;

IV. A exibição dos documentos na forma do art. 396 a 404 do CPC/2015, sob pena
de serem admitidos como verdadeiros os fatos que se pretende provar, posto
que são documentos de realização e guarda obrigatória da Empresa, ora
reclamada, em especial: PPRA e LTCAT;

V. A condenação da reclamada ao pagamento de juros de mora de 1% ao mês, a


partir do ajuizamento da ação, bem como da correção monetária a partir do
próprio mês da prestação de serviços, quando o direito foi gerado;

VI. A condenação da reclamada ao pagamento dos honorários advocatícios


sucumbenciais 20% sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 85, §2º,
do CPC;

VII. A produção de todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive a


testemunhal, mediante rol de testemunhas a ser apresentado em momento
processual oportuno, bem como a produção de prova pericial de insalubridade.

VIII. Requer ainda, que as notificações e intimações sejam publicadas em nome


do advogado Rinaldo Francisco Alves OAB/PR 94.128, sob pena de
nulidade.

Dá-se à causa o valor de R$ 43.033,97.

Termos em que,
Pede Deferimento.
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Porecatu, 18 de fevereiro de 2019.

RINALDO FRANCISCO ALVES


OAB/PR 94.128

 AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C


REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS. CARTÃO DE
CRÉDITO CONSIGNADO NÃO SOLICITADO PELO AUTOR. RESERVA
DE MARGEM CONSIGNÁVEL. DESCONTOS EFETUADOS A TÍTULO
DE EMPRÉSTIMO SOBRE A RMC. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA
CONTRATAÇÃO DO EMPRÉSTIMO. DEVER DE INFORMAÇÃO NÃO
OBSERVADO. DANOS MORAIS. DEVIDOS R$ 2.000,00 (DOIS
MIL REAIS). ÍNFIMO. MAJORADO QUANTUM PARA R$
5.000,00 (CINCO MIL REAIS). APLICAÇÃO DO ENUNCIADO
12.13 B DA TRU/PR SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

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