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BOLETIM OPERÁRIO

Caxias do Sul, 10 de agosto de 2019 | Edição nº 558

O Paiz Qual o motivo do crime? Suspeita-se que fosse Temos ainda o crime de Fontenay sous Bois, o

Rio de Janeiro uma vingança política. Gustavo Dubuisson, roubo e assassinato de uma criada, praticado por

8 de novembro de 1892. anarquista como já acima dissemos era procurado um tal Plista, sobrinho de um rico proprietário,

Edição nº 3842 – Ano IX há muito pela polícia, porque se desconfiava que patrão da criada estrangulada.

Página 2 ele fosse um dos cumplices da terrível explosão Plista é quase um criminoso vulgar. Quase

Carta Parisiense de dinamite do boulevard Magenta, que custou a dizemos nós, porque, no entanto difere um pouco

Paris, 7 de outubro vida ao pobre Véry e a um dos seus clientes do dos outros criminosos pela inconsciência que

A crônica do crime é sempre um dos trechos restaurant dinamitado. A polícia principiou a demonstrou após o crime, andando a passear em

obrigados de uma Carta Parisiense. procura-lo nas barreiras de Paris, sobretudo do Paris, de chapéus desabado e botas de cano alto,

O que seria Paris sem o crime? O assassinato, o lado de S. Diniz, que é o foco do anarquismo. com grandes esporas, quando toso os jornais

roubo, a bomba de dinamite, a punhalada, o coup Afinal descobriram-no, mas dentro do canal, com assinalaram o seu traje meio fantasista e o seu

de Pére François, a estampage, o roubo à la livre o coração atravessado por uma punhalada. Pelo retrato corria de mão em mão na prefeitura e nas

e à americana, o arrombamento, o drama de fato que trazia vestido viu-se que era um larapio, redações dos jornais. O assassino não se

ciúmes, o vitriolo vingador das apaixonadas que dias antes havia roubado a casa de um escondeu, frequentando cafés centrais em

trágicas, o suicídio por miséria, etc., etc. tudo isto alfaiate celebre das proximidades da Opera, mas companhia de uma amante de ocasião, uma

constitui a engrenagem do noticiário sensacional de informação em informação e de pesquisa em rapariga do quartier latin, Gabrielle Leblanc.

de Paris. pesquisa veio em fim saber-se a verdade completa Foi preso na província, ainda com as roupas de

Nestes últimos dias tivemos uma linda série sobre o morto – que não era apenas um simples montar, com esporras, e um berrel alpino na

vermelha. Os assassinatos de gente chic e os ladrão, mas um anarquista perigoso, homem de cabeça, vestimenta estranha que dava logo nas

assassinatos de plebeus. Queremos falar: o crime ação, um dos anarquistas que se sabia implicado vistas de todos.

de Passy em que um pintor espanhol, homem do na tragédia do restaurant Véry. A amante, a fille Gabrielle não sabia que andava

mundo, elegante frequentador dos salões, matou Mas, por que fora ele assassinado? E sobretudo, viajando com um assassino. Plista depois de

a tiros de revólver a sua própria esposa e a sogra, por que fora ele assassinado pelos seus próprios cometer o crime é que encontrava a drolesse na

ferindo ao mesmo um dos cunhados. Tudo por companheiros de quadrilha de gatunagem e de praça do Chatelet, convidando-a para cear. A

causa do maldito ciúme! E ainda para mais de um club? Evidentemente porque desconfiavam dele, rapariga que andava em busca de aventuras

crime sem provas, porque até hoje ainda não porque o julgavam da polícia secreta, ou como aceitou e assim se ligou com o assassino durante

apareceu documento algum que comprovasse o aqui dizem, um indicador. quatro dias. É notável como Plista nunca se referiu

pretendido adultério. Mas os atilados vingadores anarquistas ao crime, mesmo nas conversas ótimas que tinha

Com respeito a assassinatos plebeus, esses são enganaram-se: o triste personagem não era com a sua nova amante. Quando está o viu

mais frequentes: o criminoso Plista, assassinando indicador policial, era mesmo pelo contrário um prender, ficou muito surpreendida e muito mais

a criada de um dos seus tios, rico proprietário de dos mais fiéis e terríveis membros da seita surpreendida ficou quando soube do que era

uma bela vivenda em Fontenay sous Bois, nos anarquista. acusado seu companheiro de boemia galante.

arrabaldes de Paris; o assassinato de São Diniz, A polícia procurava-o desde o mês de julho A doentia e macabra reportagem parisiense já se

crime meio misterioso, embora se conheçam os passado. Ora, se ele pertencesse a polícia, como apoderou da amante do assassino; tem-na

assassinos e a vítima, e o crime último, em pleno é que a prefeitura o desejaria prender? Os entrevistado todos os dias o romancista Oscar

Boulevard Rochechouart, em que por volta das 10 anarquistas, como todos os terroristas, são Méténier que a levou a um café-concerto.

horas da noite, num dos sítios mais frequentados doentes com a mania fixa da perseguição. Não Depois de Magdalena Gonzales, amante de

de Paris, no meio do Montmartre boêmio, um vem por toda a parte senão agentes disfarçados e Anastay, vamos ter como cantora a Gabrielle

homem é apunhalado sobre a calçada, não se mesmo nas reuniões anarquistas, quando Leblanc a amante de Flista. Antigamente para ser

sabendo nem como, nem porque motivo. aparece um novo adepto é logo posto sob cantora mesmo do mais sórdido benglant, era

O crime da barreira de São Diniz, isto é o apuração, vigiado de perto e espionado pelos seus necessário ter um pouco de voz, a mistura de um

assassinato de um tal Gustavo Dubuisson, gatuno novos camaradas. E aí do desgraçado se por certo trejeito para afrontar o tapage dos

insigne e anarquista militante, foi realizado por acaso é visto em relações diretas com qualquer espectadores irrequietos. Hoje a condição

quatro companheiros da vítima, também todos jornalista ou qualquer burguês. O novo adepto as primeira para uma boa atriz de concerto de 5ª

eles anarquistas e gatunos perigosos. Social é imediatamente esfaqueado ou recebe ordem é preciso ser amante de um assassino

mais dia menos dia um tiro de revólver. celebre. A cabotinagem moderna, neste fim de
século chinfrim!
Xavier de Carvalho

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