leonardo.o.sassi@hotmail.com.
Paulo Roberto Rodrigues Soares, Professor Titular do Departamento de
Geografia, UFRGS, paulo.soares@ufrgs.br
1
Maiores informações sobre o processo de metropolização no Brasil e os múltiplos fatores da sua
constituição, nas diferentes regiões do país podem ser apreciados no estudo realizado pelo IBGE, IPEA e
UNICAMP nos anos de 2001 a 2003, denominado “Caracterização e tendências da rede urbana do
Brasil”.
ocasionando um aumento significativo da malha urbana e do setor de serviços
(LACERDA, 2012, p. 37).
2
O livro “Porto Alegre: Transformações na Ordem Urbana”, da série “Metrópole: Território, Coesão
Social e Governança Democrática”, organizado por Luciano Joel Fedozzi e Paulo Roberto Rodrigues
Soares, apresenta, sobre diversas perspectivas, estas mudanças ocorridas na área metropolitana de
Porto Alegre entre os anos de 1980 a 2010.
Neste artigo buscamos então investigar, através de alguns indicadores
socioeconômicos selecionados, como as recentes mudanças nos cenários
político e econômico, tanto na escala global como local, no período entre o
início do século XXI e o atual momento, impactam a área que concentra o
processo de metropolização no estado do Rio Grande do Sul (RS), qual seja, a
denominada por Soares, Schneider e Costa (2009), Cidade-Região de Porto
Alegre. Essa estrutura socioespacial influência e polariza a organização e
ordenação territorial de todo o estado, atuando também com relativa relevância
nas escalas regionais e nacionais (IBGE, 2008) e, apesar das poucas
investigações e trabalhos académicos, sem dúvida possui diversas relações
com outras grandes metrópoles meridionais da América Latina, como
Montevidéu, Buenos Aires, Santiago e Assunção.
Metodologia
Resultados e Discussões
3
A amostra não se inicia no ano de 2000 devido a uma mudança metodológica no cálculo do VAB
estadual efetuada a partir do ano de 2002, tornando incompatível a análise comparativa com amostras
dos anos anteriores.
A organização socioespacial do setor da indústria e do setor de serviços
na Cidade-Região de Porto Alegre
2002 116 24 11 5 5 2
2005 116 24 11 6 2 4
2010 111 30 11 6 3 2
2015 110 32 11 6 3 2
Elaborado pelos autores, 2018. Fonte: FEE.
Mapa 02 - Participação dos municípios da Cidade-Região de Porto Alegre no
VAB Industrial do estado do RS, nos anos de 2002, 2005, 2010 e 2015
2002 112 31 13 3 3 1
2005 110 32 12 5 3 1
2010 109 33 12 6 2 2
2015 109 33 13 6 2 1
Elaborado pelos autores, 2018. Fonte: FEE.
4
De acordo com a classificação instituída pelo ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa),
chamada de Critério Brasil, explicação metodológica para a divisão das classes de rendimento disponível
em http://www.abep.org/criterio-brasil.
O padrão de distribuição espacial do Índice de Potencial de Consumo
nos municípios reforça os padrões de organização espacial dos setores da
indústria e do de serviços. Fato que reforça nosso entendimento de que,
apesar do ainda modesto processo de desconcentração dos setores produtivos
para “novas periferias”, as demandas do regime de acumulação flexível de
capital por infraestruturas que condicionem a rápida circulação de produtos,
pessoas e capitais, bem como por serviços de gestão especializados, tende a
reforçar “velhas centralidades” já institucionalizadas nas Regiões
Metropolitanas de Porto Alegre e da Serra Gaúcha (RMPA), na Aglomeração
Urbana do Litoral Norte (AULN) e nas Aglomerações Urbanas não
institucionalizadas de Santa Cruz do Sul e Lajeado-Estrela.
ROLNIK, Raquel et al. O Programa Minha Casa Minha Vida nas regiões
metropolitanas de São Paulo e Campinas: aspectos socioespaciais e
segregação. Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 17, n. 33, p. 127-154, maio
2015. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-
99962015000100127&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 23 nov. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/2236-9996.2015-3306.