Biblioteca
Nacional
Vol. 128 • 2008
Rio de Janeiro
2010
República Federativa do Brasil Anais da Biblioteca Nacional, v. 127, 2010
Revisão
Fundação Biblioteca Nacional Rosanne Pousada
Ministério
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da Cultura
Sumário
Apresentação 5
Preciosidades do Acervo
O Saião de Baile na Ilha Fiscal, por Marc Ferrez 231
Frederico de Oliveira Ragazzi, Monique Matias Ramos de Oliveira
e Priscila Helena Pereira Duarte
CDD- 027.581
22 ed.
Apresentação
Este ensaio tiata da colaboração piestada pela Biblioteca Nacional nas negociações entie
os governos do Biasil e da Fiança, nos anos 1895-1900, paia resolvei antigo litígio de
fionteiia com a Guiana Fiancesa. O estudo revela que os diligentes da instituição se
valeiam de sua paiticipação nesse fato, com o objetivo de preservai ou mesmo aumentai
a impoitância da Biblioteca Nacional na República tecem proclamada. A legitimidade
jurídica da documentação existente na Biblioteca Nacional foi reconhecida inteinacio-
nalmente, inclusive pela Suíça, o país mediadoi.
Abstract
This essay focuses on BiaziFs National Libiaiys collaboiation in solving the boidei dis-
pute with French Guiana (1895-1900). The institutiorís main representatives capitalized
on this involvement aiming to teinfoice the Libiaiys histoiical impoitance, especially to
the goveinois and politicians of the tecently founded Biazilian Republic. The histoiical
collections held at the Libiaiy weie utilized in BiaziFs claim. They possessed an interna-
tional juiidical legitimacy attested by Switzeiland, the countiy designated as the media-
toi foi the feud thiough common agieement between both Biazil and Fiance.
(T^^>
"pelo
Com um enfático amor de Deus", o presidente Lula tentou incentivar ontem
seu colega Nicolas Sarkozy a não deixar apenas no papel a construção
de uma ponte sobre o Rio Oiapoque, na divisa do Amapá e a Guiana Francesa.
se reencontram mais de cem anos depois, mas, desta vez, o fizeram com o
objetivo de abrir e disponibilizar seus arquivos, ao contrário do que ocorrera
quando do processo de resolução do litígio territorial entre as duas nações,
como veremos a seguir.
Além das duas tarefas acima, aqueles funcionários também ficariam encar-
regados de verificar se o material copiado correspondia a rígidos padrões de
fidedignidade:
3o. - Conferência dos manuscriptos copiados - ainda mais pesado que os anterio-
res e mais melindroso quanto à responsabilidade official.
Os dois primeiros trabalhos foram feitos (e vão continuar a ser) dentro das ho-
ras do expediente, consumindo completamente toda a actividade do pessoal, de
modo que nada mais se tem podido fazer.
O 3o. É feito fora das horas do expediente.22
"o
O pobre diabo [o servente ou simplesmente preto" segundo Azevedo] não
tinha ninguém abaixo de si, em quem pudesse desforrar-se da agressão do conti-
nuo; entretanto, quando depois de jantar, sem vontade, no frege-moscas, entrou
no pardieiro em que morava, deu um tremendo ponta-pé no seu cão.
O mísero animal que vinha, alegre, dar-lhe as boas-vindas, grunhiu, grunhiu e
voltou a lamber-lhe humildemente os pés.
O cão pagou pelo servente, pelo contínuo, pelo amanuense, pelo chefe de seção,
24
pelo diretor-geral e pelo ministro!...
Se Belmiro acabou burocrata, é quanto basta saber. Perdeu-se o preço das solu-
ções, a medida do que não foi. A ironia, de segundo grau, mal se distingue do
conformismo simples; ataca o poeta mais que o funcionário, o propósito mais que
o fracasso. A virtualidade não relativiza o fato; de modo que chegamos à tauto-
logia, à cumplicidade do derrotado com a sua derrota: o poeta que não foi, não
foi, e existe o burocrata. A prosa risonha anima - principalmente à submissão.26
Não fica totalmente claro se ele já ocupava esta chefia quando de sua elabo-
ração inicial. Talvez sim. O que está claro, no entanto, é que a sua marca está
inscrita no trabalho: uma abordagem em que a modéstia na apresentação e
no fecho do texto evidencia que ele estava bem consciente dos limites da obra
e de seu propósito. E fez questão de deixá-los bem explícitos. Imiscuir-se no
assunto em questão presumia assumir um diálogo com o trabalho de uma sé-
rie de conselheiros e políticos que, embora hoje pouco lembrados, ocuparam
posições de destaque durante suas vidas.40
A escolha do título de sua obra e as palavras selecionadas para sua denomi-
"subsídios", "estudo", "notas", "notícia" -
nação ao longo do texto - refletem
"O
seu cuidado: nosso intuito coordenando estas notas não é traçar o que se
poderia denominar uma Memória sobre o importante assumpto que serve de
título ao presente estudo".41 Considerar os Subsídios... uma memória deveria,
à época, remeter a um tipo de escrita que exigisse do autor um conhecimento
do objeto ou uma vivência mais íntima com ele, ou até mesmo a um trabalho
de cunho oficial. Teixeira de Mello alega que uma produção de tal nature-
"inoportuna" "accordaram
za seria já que os dois governos tacitamente em
addial-a [a sua solução]". Sua afirmação era coerente com o estado em que o
litígio se encontrava em 1876. O segundo motivo alegado para que o leitor
não considerasse sua obra com demasiada pretensão remete ao já mencionado
diálogo com as outras figuras anteriormente envolvidas com a questão. Teixei-
ra de Mello se refere a esses homens de Estado, mas enfatiza um em especial,
Joaquim Caetano da Silva, do qual cita também os dois volumes de seu livro
publicado em 1861, LOyapoc e VAmazone: question brésilienne et française. A
estes dois volumes dedicados à argumentação em favor da causa brasileira nes-
"obra
ta questão de limites, ele não poupa elogios: monumental, que a todas
"o
as mais sobreleva",42 contendo em si valor de uma bibliotheca".43
Teixeira de Mello não estava sozinho em suas considerações. A comissão
encabeçada por Rio Branco também partilhava deste juízo. Dentre os sete
volumes impressos que foram entregues para o arbitramento suíço, dois foram
reproduções inteiras do livro de Joaquim Caetano. A afirmação atribuída a
Napoleão III a respeito da obra do brasileiro dá também uma boa medida de
"ella
sua consideração: valia por um exército".44 A Biblioteca Nacional buscou
estabelecer um diálogo direto e imediato com Joaquim Caetano. Segundo
"exgottou
Teixeira de Mello, LOyapoc e VAmazone... por assim dizer a ma-
teria [...] de tal sorte que tornou difficultosissima a missão de adeantar a sua
elucidação aos que d'este melindroso assumpto tivessem de se ocupar depois
d'elle".45 Apesar dos comentários efusivos e laudatórios que Teixeira de Mello
dirige a Joaquim Caetano na introdução, podemos perceber com clareza o
"a
propósito real dos Subsídios...: trazer lume em detida analyse os materiaes
que possuímos [a Biblioteca Nacional], de que elle não lançou mão ou que,
pelo menos, não aparecem citados na sua obra".46 Ainda segundo Teixeira de
"E
Mello, nosso intento preparar assim o terreno (...) para os que tiverem de
o trilhar depois, especialmente si esta intrincada complicação internacional
voltar algum dia á tela da discussão diplomática.47
A afirmação acima e a oportuna publicação dos Subsídios... no momento
em que a resolução do litígio estava prestes a ser impulsionada revela a pre-
visibilidade daquilo que era necessário para pôr fim às discussões.48 Dentro
do mesmo espírito de modéstia, o autor continua sua exposição e pede que
"ousadia"
se releve a sua por dar seu parecer sobre o assunto. Lembremos que
estamos em 1876, data em que a obra foi toda manuscrita. Em sua opinião,
"potência
o melhor caminho para resolver o litígio seria por arbitragem de de
todo desinteressada no seu desenlace". Sua crença na resolução por essa via se
"conquistas
baseia no que ele chama de da civilização", que aplacaram a força
"direito
bruta, antigo meio de encerrar as contendas, em benefício do das
"nova
gentes", força motriz da humanidade", tendo, inclusive, na França um
de seus maiores baluartes.49
Tal foi então a contribuição que a Biblioteca Nacional pretendeu dar num
momento em que o assunto chegava a um impasse. Mesmo quando original-
mente elaborado, seu conteúdo já provocava interesse. No manuscrito origi-
nal dos Subsídios...50, testemunha-se sua consulta pelo barão de Ponte Ribeiro:
suas notas e observações ainda podem ser vistas.510 fato de um manancial de
informações ainda estar pouco explorado abriu novas possibilidades para os
"trilhar
que de fato tiveram que o caminho" do secular litígio. Embora consi-
derada apenas uma modesta contribuição, o ineditismo do material não deixa
dúvidas quanto ao valor da iniciativa. Uma análise comparativa com a obra de
Joaquim Caetano indica que o propósito visado foi atendido.
Teixeira de Mello revela sua intenção em mais de uma ocasião no seu texto.
O último comentário que ele faz em relação ao seu próprio trabalho vale ser
"Limitar-nos-hemos
transcrito: [...] no presente estudo a dar apenas a co-
nhecer ao leitor brasileiro os documentos manuscriptos, originaes ou cópias,
quasi todas authenticas, inéditas pela mór parte, d'entre as que [...] possue a
Bibliotheca Nacional na secção respectiva."52
Embora atendesse a uma das mais importantes missões da Biblioteca Na-
cional — a difusão do acervo —, seu trabalho continha uma inesperada falha,
que teria sido ignorada se o único interessado pela questão fosse de fato o
"leitor
destinatário da obra: o brasileiro". Deixemos o rico comentário de Rio
Branco falar por si mesmo:
ao Príncipe Regente Nosso Senhor o seu Ministro e Secretário de Estado José de Seabra
da Silva em 4 de Janeiro de 1794.
Creio que durante a pendência da questão de limites com a França é conveniente
conservar secretos esse e outros documentos, para que não sejam examinados por
agentes da Legação Franceza no Rio de Janeiro. A Bibliotheca Nacional e também
o Instituto Histórico, onde também há alguns papeis que nos são desfavoráveis,
podem declarar que esses documentos sahiram em virtude de requisição do Go-
verno, para o estudo de certas questões. Ainda hoje me foi dada essa resposta na
secção de manuscritos da Bibliotheca Nacional de Pariz.
No seu parecer de 4 de Janeiro de 1794 o Ministro de Estado Seabra reconhece
no seguinte trecho que Portugal até aquella data não tinha reclamado contra o
estabelecimento dos Francezes entre o Oyapoc e Vicente Pinson, nem contra o
estabelecimento dos Francezes entre o Oyapoc e o Cabo Norte.
'Poderão
dizer (os inglezes) que a nossa questão ao norte do Amazonas he uma
questão restricta à liquidação do que se ajustou há 80 annos em Utrecht, e que
embrulhou há mais de 50 com os reparos do celebre Condamine, fazendo-se des-
de então a differença entre o Oyapok e Vicente Pisson (sic), sem que Portugal
fizesse sobre este ponto a mais pequena querella, nem intentasse na Corte de Pariz
[alguma] negociação a este respeito, esquecendo-se tanto delle que nem na Paz de
Pariz em 1762, tendo sido parte na guerra contra a mesma França, nem depois da
Paz, a vista dos grandes esforços que os francezes fizeram para povoar a Guyana,
pretendêssemos da França neste ponto a mais leve reparação...'
A distinção inventada por La Condamine foi, como V.aEx. sabe, aceita por mui-
tos escriptores e cartographos portugueses e brasileiros. O que está impresso o
Governo Francez já conhece, como se vê dos protocolos das conferências de Pariz
em 1855 e 1856. Mas é talvez possível ainda occultar-lhe os documentos manus-
criptos, e nesse numero incluo os mappas portuguezes do XVIII século, que se
encontram em Bibliothecas e Archivos nossos, e que dão ao Colsoene o nome de
Vincente Pinson.53
Snr. Ministro,
Em relação ao Vosso Aviso Reservado de 17 do corrente, devo communicar-vos
que já de há muitos annos os documentos existentes nessa Bibliothéca sobre as
nossas questões de limites, sobretudo os relativos à França, a que se refere a com-
municação que vos foi feita pelo Snr. Rio Branco no seu officio reservado n. 7, de
26 de Junho ultimo, são aqui guardados sob a maior reserva, em móvel especial,
sobretudo a estrangeiros, têm sido facultados, nem mesmo para simples leituras, a
que já se fez a mais de um agente do governo francez, cujos nomes ou categorias
official terei occasião de vos declinar em viva voz. Isso também temos feito com
mappas manuscriptos.55
A mesma cautela, no entanto, não era adotada em relação aos mapas im-
pressos. Teixeira de Mello informa o ministro a respeito de uma recente con-
sulta do geógrafo anarquista francês Elysée Réclus, que teria examinado esta
coleção da Biblioteca Nacional para a elaboração de sua Geographie universelle.
Teixeira de Mello não sabia dizer qual o resultado obtido de sua visita à Biblio-
teca. Em obediência à solicitação vinda do MRE, o diretor afirma que acatará
"salutar
sua e patriótica recommendação".56
"deixaram
Guiana, também de vir, ao que parece, alguns referentes a outros
assumptos da nossa Historia, como induzem a suppor-se os rótulos dos pa-
cotes recebidos".66 Juntar todo o material que foi separado mostrou-se tarefa
difícil. Complicado também foi determinar o que pertenceria a cada uma das
partes que concorreu para a sua compra.
A partilha das coleções Linhares e Pimenta Bueno já estava prevista desde o
início de seu processo de aquisição. Sua realização, no entanto, não encontrou
muitos entusiastas na Biblioteca Nacional. O assunto aparece anualmente nos
relatórios dos diretores da instituição, endereçados aos diversos ministros de
Justiça e Negócios Interiores, em função do protocolo oficial e segundo a
posição institucional ocupada pela Biblioteca. No relatório das atividades do
ano de 1896, lê-se que
[...] está essa colleção [Pimenta Bueno] depositada nesta Bibliotheca á espera
de que entre o vosso Ministério [MNJI], representado pela Bibliotheca, e o do
Exterior, se faça a distinção do que deverá pertencer a cada um dos condôminos;
o que não se me afigura fácil. Não sabemos, pois, quantos d'aquelles mappas e
documentos nos tocarão na partilha. Fora mais acertado, mais proveitoso, que á
Bibliotheca tocasse tudo.67
"valorosos"
Uma coleção de tal natureza composta de mapas e papéis ma-
nuscritos era algo que se pretendia conservar em sua integridade. Sensível à
o lugar deixado vago por d. João, atendia a uma função mais neutra e menos
polêmica. Sua presença era sem dúvida condizente com o destino que os li-
"moradia"
vros impressos guardariam para a humanidade. Em sua nova após
"mais
o retorno da imagem do velho monarca, ficou Gutemberg ao lado do
precioso dos nossos incunabulos", os dois volumes da Bíblia de Mogúncia de
1462.82 O revolucionário inventor alemão representava com justiça a impor-
tância que a sua inovação tipográfica teve para história de qualquer biblioteca
do mundo. Já o busto de d.João VI não representava a ligação dos livros com
os homens, mas, sim, a ligação de um conjunto específico de livros com uma
comunidade específica de homens.
"grande
O cabedal acumulado para a defeza dos nossos direitos litigiosos
nas Missões e nas Guyanas", citado no volume 19 dos Anais da Biblioteca Na-
cional, tinha como função sensibilizar os responsáveis pelo planejamento or-
çamentário da instituição da importância do acervo manuscrito da Biblioteca
Nacional e da falta de dinheiro para a expansão almejada. A corte portuguesa
nos trópicos, queira-se ou não, foi responsável por uma parte importante des-
te acervo: um legado manuscrito e bibliográfico surpreendente num país em
que o controle da informação em papel tinha obedecido a rigores excessivos.
Talvez para os republicanos mais exaltados, o busto de d. João VI fosse uma
homenagem indevida. Afinal, é exagerado pensá-lo como um benfeitor quan-
do os benefícios que trouxera para o país foram mais frutos de conjuntura
do que de planejamento e de intenção. Concordando ou não com o juízo
acima, os dirigentes da Biblioteca Nacional certamente valorizavam a liga-
ção da instituição com a sua origem, e um busto que fosse um elo com este
passado não deveria ser considerado indesejável a ponto de simplesmente
apagar a sua memória. Afinal, seria justamente em função do passado e da
memória que boa parte das atribuições da Biblioteca se fundamentava; seja
nas tentativas de recompor e ajuntar fragmentos materiais de nossa história
- nesse final de século XIX, a BN acumulava a coleção de numismatica hoje
"papel" —,
ostentada pelo Museu Histórico Nacional e não apenas ou mes-
mo na busca em garantir a preservação da produção bibliográfica brasileira
para futuras gerações.83
O início do século XX pode ser considerado um ponto de inflexão na
história da Biblioteca Nacional. Após a aposentadoria do já idoso Teixeira de
Mello, funcionário de longa permanência nos quadros da BN, uma pessoa es-
tranha aos trâmites da instituição é nomeada para o seu lugar: Manoel Cícero
Peregrino, um pernambucano, cuja experiência como bibliotecário se resumia
à Faculdade de Direito de Recife. Oriundo de uma outra cidade e responsável
por um acervo bastante especializado, bem diferente da heterogeneidade de
assuntos, suportes e usos que a Biblioteca Nacional oferecia, ele era quase um
estrangeiro na capital do país e no cotidiano de sua nova ocupação, e assim
"Entre
limitada: o uso pragmático — que no caso da livraria demonstra a sua
importância na constituição de leis, decretos e até fronteiras — e a dimensão
simbólica de sua inserção, fiquemos com os dois".95
Os dirigentes da Biblioteca Nacional, nas últimas décadas do século XIX
e início do século XX, também tendiam a ficar com estas duas dimensões
quando precisavam usar da persuasão para tentar atingir seus fins. Tesouros,
"cabedal
riquezas e preciosidades estão lado a lado com acumulado", papéis
ajun tados e utilidades; passado e tradição estão sempre atrelados ao presente
ou à garantia de uma memória para futuras gerações. O uso específico de ma-
nuscritos e mapas dotados de um valor legal internacionalmente legítimo fez
reacender nos dirigentes este duplo espírito simbólico e praxiológico, tesouro
e utilidade.
Os responsáveis pela Biblioteca Nacional se apropriaram dos louros de su-
cessivas decisões territoriais favoráveis ao Brasil. Ao aproveitar a repercussão
positiva dos processos de demarcação, forneceram indícios da forma como
pensavam a relação sempre colaborativa da Biblioteca Nacional com o gover-
no, exaltando toda a utilidade e toda a riqueza de seu acervo com o intuito
de sensibilizar os governantes para a sua importância. E, ao fazê-lo, tentaram
reafirmar a sua vocação com o passado e reinventar a sua própria tradição.
Notas
1. Para uma bieve caiacteiização da Cabanagem: "A revolução social dos cabanos que
explodiu em Belém do Paia, em 1835, deixou mais de 30 mil moitos e uma população
local que só voltou a crescei significativamente em 1860. Este movimento matou mes-
ticos, índios e africanos pobres ou esciavos, mas também dizimou boa paite da elite da
Amazônia. O piincipal alvo dos cabanos eia os biancos, especialmente os poitugueses
mais abastados." RICCI, Magda. "Cabanagem, cidadania e identidade tevolucionáiia: o
problema do patriotismo na Amazônia entre 1835 e 1840". In: Tempo. Revista do Depar-
tamento de História da UFF, n.22, vol. 11, Jan., pp. 5-30, 2007. Disponível em: < http://
www.histoiia.uff.bf/tempo/aftigos_dossie/vlln22a02.pdf>. Acesso em: 22 out. 2009.
2. BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Relatório do Ano de 1895. (1896), pp.
59-56. Disponível em: < http://bfazil.crl.edu/bsd/bsd/haftness/relacoes.html >. Acesso
em: 27 abr. 2009.
3. Ibidem, p.55.
4. Ibidem, p. 51-52.
5. REIS, Arthur Cezar Ferreira. Território do Amapá. Perfil histórico. Rio dejaneiro, De-
partamento de Imprensa Nacional, 1949.
6. GOMES, Flávio dos Santos; MARIN, Rosa Elizabeth Acevedo. Reconfigufações Co-
loniais: Tráfico de Indígenas, Fugitivos e Fionteiias no Gião-Paiá e Guiana Francesa
(sécs. XVII e XVIII). In: Revista de História (USP), São Paulo, n. 149, p. 69-108, 2004.
32. FBN, Mss, 65, 5, 006, n°026. [Aviso n. 2 de Dionisio Cerqueira do dia 02/06/1897].
Grifo nosso.
33. íbidem. Grifo nosso.
34. íbidem.
35. FBN, Mss, 65, 5, 006 n°. 026. [Aviso de Teixeira de Mello a Dionisio Cerqueira do
dia 07/07/1897].
36. FBN, Mss, 65, 5, 006 n°. 026. [Aviso de Dionisio Cerqueira a Teixeira de Mello do
dia 08/07/1897].
"Subsídios
37. MELLO, J. A. T de. existentes na Bibliotheca Nacional para o estudo da
questão de limites do Brasil pelo Oyapoch", in: Anais da Biblioteca Nacional, v. 17, Fase.
2, Tomo III, Rio de Janeiro: Typ. Leuzinger. 1895. Disponível em: < http://objdigital.
bn.br/acervo_digital/anais/anais_017_1891-1892.pdf >. Acesso em: 3 ago. 2009.
38. FBN, Mss, 66, 3, 004 n°. 038.
39. "A idéia do arbitramento surgiu pela primeira vez em 1890 durante as negociações
abertas em Paris pelo nosso ministro, Barão de Itajubá, para o reconhecimento oficial do
Governo republicano do Brasil. Alexandre Ribot, então ministro dos Negócios Estrangei-
ros, no decurso das conversações, perguntou ao Barão de Itajubá se o Governo Provisório,
depois do reconhecimento oficial pela França, estaria disposto a reatar as negociações sobre
a controvérsia de limites com a Guiana Francesa e a aceitar o recurso à decisão arbitrai, se
não fosse possível chegar a um acordo direto. O governo provisório declarou-se pronto a
prosseguir as conversações interrompidas em 1888. As graves comoções internas que pre-
cederam a consolidação do regime republicano entre nós retardaram o cumprimento dessa
promessa. Mas os trágicos sucessos de 1895 no Amapá precipitaram os acontecimentos de
tal sorte que o Dr. Prudente de Morais, presidente da República, na mensagem dirigida ao
Congresso Nacional em 1896, pôde anunciar que os governos do Brasil e da França haviam
concordado em submeter o seu litígio de fronteira à decisão arbitrai de um país amigo."
Iorge, Arthur Guimarães de Araújo. Rio Branco e as fronteiras do Brasil: uma introdução às
obras do Barão do Rio Branco. Brasília : Senado Federal. 1999.
40. Barão de Japurá, barão de Ponte Ribeiro, conselheiro Manuel da Costa e Sá, para
ficar apenas com os que Teixeira de Mello cita. Ainda havia outros.
41. MELLO, J. A. T de. Op. cit., p.5. Grifo do autor.
42. íbidem, p.5.
43. íbidem, p.7.
44. íbidem, p.5.
45. íbidem, p.5.
46. íbidem, p.5.
47. íbidem, p.5-6.
48. O IHGB também imprimiu um trabalho semelhante ao da Biblioteca Nacional.
"O
Cf., REVISTA DO Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Oiapoque: divisa do
Brasil com a Guiana Francesa à luz dos documentos históricos". Rio de Janeiro: IHGB,
58 (92):215-223, 1895.
80. Gilberto Vilar de Carvalho menciona o caso do busto, mas não chega a desenvolvê-lo.
Ele se refere a este episódio apenas para exemplificar quanto tempo levou para aparecer
da Biblioteca Nacional. A notícia com-
qualquer referência às mudanças políticas nos Anais"Relatório
pleta de sua volta está em: MELLO, J. A. T. de. apresentado ao Cidadão Dr.
Epitácio Pessoa, Ministro de Justiça e Negócios Interiores, pelo Director Dr. José Alexandre
Teixeira de Mello", pp. 239-281, in: Anais da Biblioteca Nacional, v. 22, 1901, pp. 278-279.
81. Lbidem, p. 278. Para um consagrado estudo sobre a criação de novos referenciais
simbólicos neste início da República, ver: CARVALHO, José Murilo de. A formação das
almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
82. Lbidem, p. 279.
83. CARVALHO, Gilberto Vilar. Op. cit., pp. 88-90. O autor nos um oferece um bom
resumo sobre o caminho percorrido até se chegar à primeira Lei do Depósito Legal de
1907. Apesar de não ter o caráter de lei antes disso, já havia a prerrogativa de se enviar
uma cópia de tudo quanto era impresso no país desde a chegada de d. João.
"Relatório
84. SILVA, Manoel Cícero Peregrino da. apresentado ao Sr. Dr. Epitácio da
Silva Pessoa, Ministro de Estado da Justiça e Negócios Interiores, pelo Diretor Manoel
Cícero Peregrino da Silva", pp. 589-639, in: Anais da Biblioteca Nacional, v. 23, Rio de
Janeiro, Imprensa Nacional, 1904, p. 591. Disponível em: < http://objdigital.bn.br/acer-
vo_digital/anais/anais_023_l901.pdf >. Acesso em: 10 ago. 2009.
85. Vimos que Teixeira de Mello procede de modo idêntico quando se refere aos políticos
"mais
e conselheiros graduados" que já haviam abordado a questão de limites. Ele usa este
"Subsídios..."
mesmo recurso retórico em seus
86. SILVA, Manoel Cícero Peregrino da. Op. cit, p. 591.
87. Lbidem, p. 592.
"Pagando
88. SCHWARCZ, Lilia Moritz. caro e correndo atrás do prejuízo", pp. 269-
302, in: MALERBA, Jurandir (Org.). A independência brasileira: novas dimensões. Rio
dejaneiro: Editora FGV, 2006, p. 292.
89. Lbidem, p. 292. Grifo da autora.
90. Lbidem, p. 295.
91. Lbidem, p. 296.
"é
92. Segundo Lilia Moritz Schwarcz em relação a seus referenciais teóricos: possível
'pistas',
pensar em outra história feita de detalhes e como diz o historiador Cario Ginz-
burg (1982), pouco explorados", Ibidem, p. 297. Assim pretendemos ter procedido com
a análise de um episódio já bastante discutido dentro de determinada abordagem his-
toriográfica, lançando um olhar despretensioso segundo outra abordagem, priorizando
objetos distintos daqueles tradicionais de uma leitura já consolidada.
93. Lbidem, p. 270.
94. Lbidem, p. 297.
95. Lbidem, p. 297. Grifo nosso.
Bibliografia
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FBN, Mss, 66, 3, 005, n. 010. n. 017.
FBN, Mss, I - 04, 19,41.
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Este estudo é uma reflexão sobre o tratamento dado na Divisão de Manuscritos da Bi-
blioteca Nacional às coleções particulares, tendo por base o trabalho de identificação e
organização da Coleção Ernesto Senna. Ernesto Senna foi um importante jornalista ca-
rioca nascido em 1858 e morto em 1913. Sua coleção é composta de 1.404 documentos
e foi adquirida no início do século passado. O autor também faz considerações sobre o
colecionismo, procurando compreender as motivações e critérios adotados pelo titular ao
formar a sua coleção de documentos.
Abstract
This study is a reflection on the treatment given at the National Librarys Manuscripts
Division to private collections based on the work of identifying and organizing Ernesto
Sennas Collection. Ernesto Senna was an important journalist, born in Rio de Janeiro
in 1858, and deceased in 1913. His collection is composed of 1.404 documents and it
was acquired in the beginning of the last century The author also examines carefully the
collectionism, trying to understand the reasons and criteria adopted by the owner when
he gathered up his collection of documents.
(T^3
e outros jogos. Com o tempo, porém, esse hobby, esse gosto por colecionar,
tende a desaparecer, sobretudo porque nossos interesses mudam.
Entretanto, as coleções parecem não nos abandonar tão facilmente; elas
permanecem em nossas vidas sutilmente disfarçadas, como um monte de ba-
tons, um diário, inúmeros chaveiros, vários livros dentre outros artigos. Mas
essa prática também pode estar em nossas vidas de maneira consciente, na
forma de coleções reunidas por nós ao longo dos anos. Estas são compostas
por objetos que voluntária ou involuntariamente destituímos de suas funções
e aos quais passamos a atribuir algum valor, seja ele financeiro, nostálgico,
mágico ou lúdico. Os fiéis donos destes objetos são os colecionadores, pessoas
que juntam de tudo motivadas talvez pelo desejo de memória4, ou seja, de
guardar a lembrança que aqueles objetos lhes trazem, arrolando em suas cole-
ções desde tampinhas de garrafa sem nenhum valor aparente até jóias muito
raras com um preço bem expressivo. Desta forma, fazem parte das coleções
os mais variados tipos de itens, já que nelas nos deparamos, como bem nos
descreve Pomian5
[...] com objectos inesperados que, pela sua banalidade, pareciam incapazes de
suscitar o mínimo interesse. Enfim, pode-se constatar que qualquer objeto natural
de que os homens conhecem a existência figura em alguma parte, num museu ou
numa colecção particular.
Essas coleções, pessoais por natureza, são uma parte importante no relato
de tempos passados, pois nos apresentam objetos, por exemplo, que já não
mais existem ou são usados e que, graças a seus colecionadores, ou seja, os
guardiões, chegaram ao nosso tempo, constituindo-se, desta forma, em narra-
dores da vida de seu colecionador e de sua sociedade. Esses objetos viajaram
de outro tempo até o nosso para nos levar a suas origens através do invisível6
que eles representam. Cada objeto carrega consigo a sua história e a história
de seu colecionador, passando a representá-lo, a ser o reflexo deste indivíduo
que o detém. Esses objetos são revestidos de todo um contexto mágico que
se revela aos olhos do colecionador, tal como a história particular do item: a
quem pertenceu, como e onde foi adquirido e, mais profundamente, o que ele
traz à tona da memória de seu colecionador.
Desta forma, o colecionismo está diretamente ligado à memória, pois as
coleções são as representações materiais da lembrança, ou seja, são memó-
ria que pode ser tocada. Relacionando-se diretamente com seu colecionador,
cada objeto faz a ponte entre o presente e o passado. Os objetos destas cole-
ções abrem a
'proximidade',
manifestações profanas da a mais resumida". Se examinarmos
"manifestação 'proxi-
com mais atenção as palavras de Benjamin, a profana da
midade"' representa este valor que o objeto colecionado adquire ao ser retira-
do de sua função utilitária e ser incorporado numa coleção.
Desta forma, todo objeto colecionado, ao ser destituído de sua utilidade,
"[...] 'função'" "não
passa a ter a que é funcional (!). Ela serve exclusivamente
para definir semanticamente o conjunto dos objetos colecionados"13. Assim,
o objeto deixa de ser usado e passa a ser admirado; deixa de ser uma máquina
funcional para se transformar em um objeto revestido de aura, de lembrança,
de memória.
A partir de então o
[...] objeto puro, privado de função ou abstraído de seu uso, toma um estatuto
estritamente subjetivo: deixa de se referir à coisa em si para ser apenas o objeto de
"Um 'objeto'
coleção. belo dirá o colecionador e não uma bela estatueta"14.
Cada objeto, uma história pra contar / Vivo a aventura de outra vez eternizar
/ Tijuca, coleciona na Avenida / Emoções pra toda vida / Um tesouro singular
'exposição',
/ Meu pavão em destaque na resgatou / Relíquias do tempo que o
'guardou' 'boneca -
sentimento / Olhar inocente / Embala criança / Um sonho
'guiando'
menino, destino, / Eterna lembrança.16
Não se pode negar que esse comportamento humano, considerado mania ou lou-
cura para alguns e atividade saudável para outros, trouxe muitos benefícios para
a humanidade, pois foi com a contraditória ação de juntar objetos similares que
surgiram as importantes e valiosas coleções, de valor sentimental e histórico, que
carregam consigo informações preciosas de uma época, de um artefato específico,
de um determinado grupo social.18
"[...]
Assim a coleção representa o perpétuo reinicio de um ciclo dirigido
onde o homem se entrega a cada instante e com a absoluta segurança — partin-
do não importa de que termo e seguro de a ele voltar — ao jogo do nascimento
e da morte"19, o que a leva a funcionar como uma legítima máquina do tem-
po, nos levando ao período e lugar desejados, bastando para tanto o simples
estopim do tocar ou olhar.
"o
Devido à longevidade dos objetos, homem que coleciona está morto,
mas sobrevive literalmente em uma coleção que, a partir desta vida, repete-
o indefinidamente para além da morte, ao integrar a própria morte na série
e no ciclo"20. Com isso, o colecionador incorpora-se à coleção, passa a fazer
parte dela, e ela o representa por toda a sua eternidade; desta forma, os pa-
péis se invertem e o colecionador passa a ser o objeto, pois a coleção junta
colecionadores.
A biblioteca colecionadora
[...] é pela falta, pelo inacabado que a coleção se separa da pura acumulação. A
falta com efeito é sempre exigência definida deste ou daquele objeto ausente e esta
exigência ao se traduzir como procura, paixão, mensagem aos outros.28
além de muitas outras perguntas que podem ser respondidas com base em
materiais administrativos de uma biblioteca.
Nesse sentido, a Biblioteca, como colecionadora, deve, sobretudo, manter
a história destes acervos, dispondo de recursos que nos contem a história de-
les. Sobre esse assunto, nos fala Benjamin:
Basta que nos lembremos quão importante é para cada colecionador não só o
seu objeto, mas também todo o passado deste, tanto aquele que faz parte de sua
gênese e qualificação objetiva, quanto os detalhes de sua história aparentemente
exterior: proprietários anteriores, preço de aquisição, valor etc. Tudo isso, os dados
"objetivos",
assim como os outros, forma para o autêntico colecionador em rela-
ção a cada uma de suas possessões uma completa enciclopédia mágica, uma ordem
do mundo, cujo esboço é o destino de seu objeto. 33
Nesse trecho Benjamin discorre sobre a representação dos objetos, que po-
dem nos remeter a uma história particular da vida do colecionador ou da vida
de indivíduos ou instituições, além de nos reportar à sua própria história, des-
tacando seu significado simbólico, que faz parte da historiografia da coleção.
"enciclopédia
A mágica" da história de um item, que serve como ponte
para o colecionador entre o presente o passado, remete-o a um conjunto de
símbolos e significados de sua coleção e vida.
De tão comprometido com seus ideais, chegou a ser preso durante os pro-
testos contra o imposto do vintém, a chamada Revolta do Vintém, que ocor-
reu entre os dias 1 e 4 de janeiro de 1880, acusado de incendiar um bonde.
Na época ele ainda era jornalista na Gazeta da Noite, periódico carioca de vida
curta, mas de intensa participação política, principalmente durante aquela
revolta, quando o jornal foi fechado por 11 dias40.
Ernesto Senna era considerado por seus contemporâneos como um jorna-
lista apaixonado, conforme descrição feita no Jornal do Commercio^1:
Vindo do nada elle foi na sua carreira de repórter um ousado e brilhante. Nin-
guem jamais o excedeu no enthusiasmo profissional. Educou-se a si mesmo num
trabalho poifiado e lento, e chegou a constiuii uma figura quasi symbolica da
classe. O Rio terá visto homens mais notáveis e mais illustres, mas duvidamos que
algum fosse mais popular do que Ernesto Senna. Todos o conheciam e estimavam.
Ernesto Senna casou-se com Emilia Pires Senna com quem teve dois filhos,
mas os perdeu muito cedo e logo ficou viúvo. Casou-se em segundas núpeias
com Eponina Christóvão dos Santos, com quem teve sete filhos, dois dos
quais também faleceram ainda muito jovens. Os outros cinco eram Gabriella
Wangler de Senna, Adelina Senna, Rachel Senna, Gustavo Senna e João Bap-
tista Senna. O sofrimento pela perda de um dos filhos, Luís, falecido aos 12
"Álbum
anos de idade, foi retratado num desenho que integra o dedicado a
Ernesto Senna".
Chamam mais a atenção em sua correspondência as amizades com Lopes
Trovão, o ferrenho militante republicano, e José Maria da Silva Paranhos Ju-
nior, barão do Rio Branco, o notável diplomata, responsável pela expansão
Desejo ser sepultado com o meu fardão e que o meu caixão seja forrado interna-
mente com o Jornal do Commercio do dia do fallecimento.
Devo dizer aos meus filhos que não conheci ódio nem vingança. Se tenho desa-
ffèctos, ignoro-os, mas posso affirmar que são injustos. Nunca procurei prejudicar
a quem quer que fosse, por qualquer forma.
Devo accrescentar que, se não deixo fortuna, deixo ao menos, o nome limpo e que
soube elevar-se unicamente pela dedicação ao trabalho.
Sempre tive desprezo pelo bajulador e pelos chaletristas.
Espero, pois, que os meus filhos não procurem subir nunca por esse processo vil.
Deixo o mundo com saudades de vocês, dos meus amigos e parentes, e por que não
dizêl-o? do Jornal do Commercio, onde criei nome e trabalhei com dedicação e leal-
dade! Fiz o bem que pude, privando-me muitas vezes da minha própria comodidade
e bem estar.45
1914
13 -Álbum contendo 892 documentos manuscriptos e 306 assigna-autographos
de politicos, litteratos, etc. por Gomes Pereira 12-5-914 300$000
14 - Documentos referentes a Thesouraria da Casa Imperial e 1 volume da mes-
ma natureza da Collecção Ernesto Senna por Gomes Pereira 12-5-914 150$000
15 - 116 documentos vários, cartas, requerimentos da mesma collecção por Go-
mes Carneiro 12-5-914 150$000
1916
4 - Uma collecção de autographos pertencentes a Ernesto Senna (231 does. sendo
duas photographias e um impresso) Sr. Adão da Costa Lima 21-1-16 120$000
1920
85 - Álbum de Ernesto Senna - contendo manuscriptos e desenhos vários. F.
Briguiet & Cia. 28 setembro 100$000
Pomian corrobora a idéia de que os vestígios são as pontes que nos ligam
ao passado de um objeto, ou até mesmo de uma coleção inteira, servindo de
agente que nos leva a recontar os fatos.
Articulado ainda com o conceito de vestígio, Cunha se refere às coleções
pessoais, principalmente aos diários, como
europeus. Outros amigos também foram grandes colaboradores, uma vez que
enviavam autógrafos e cartas para o colecionador. Um bom exemplo é a se-
guinte carta de Artur Azevedo52, onde se lê:
Caso curioso é que tanto a carta que remete os autógrafos como os pró-
prios autógrafos tornaram-se itens da coleção. Esta prática talvez seja uma
forma de o colecionador homenagear quem colabora com o crescimento de
sua coleção ou, até mesmo, manter a história de sua coleção, voluntária ou
involuntariamente. Outro fato ainda que chama a atenção é o missivista, por
vezes, também ansiar por fazer parte da coleção. E o caso de Adolfo Morales
de Los Rios53, que envia a seguinte carta ao colecionador:
Meu caro Senna = [Sic] O documento junto deve ter bastante interesse pa. sua
collecção. Se trata de um aviso que o Comandante general de marinha das ilhas
Canárias, mandou por copia, ao Capitan-General das mesmas ilhas, que na oc-
casião era o meu pae o Tenente General Adolfo Morales de Los Rios, sobre o
tratamento que se devia dar aos barcos de guerra brasileiros a raiz da proclamação
da Republica, no caso delles tocarem em postos hespanhóes.
O autographo é de um João Ninguém, é verdade, como o que vae ao pé destes
dizeres, mas como todo coleccionador quer justificar a todo [...ance] a maior o
menor razão de taes ou taes peças figurarem nas suas colecções, Nem justificará
a existência destas nos seus [cartões] acrescentando mais que estas linhas vão es-
criptas pelo fazedor de casas do Rio de Janeiro que mais destas tem construído na
Avenida Central, base esplendorosa do nosso progresso urbano.
A falta de melhor contente-se Vm. com isso e mais um abraço do velho amigo.
A. Morales de Los Rios
Rio dejaneiro 1-6-1907
pai, o que parece ser uma forma voluntária ou involuntária de preservar a sua
memória familiar; (ii) e seu apelo à história do país, já que o documento tem
como pano de fundo a Proclamação da República do Brasil. Afora esses aspec-
tos, o missivista foi um dos maiores arquitetos do início do século XX54 — fato
citado, inclusive, por ele na correspondência —, o que também pode ter sido
fator determinante na inserção do documento na coleção. Esse exemplo re-
força o argumento de que, direta ou indiretamente, uma coleção é um reflexo
de sua sociedade, de seu colecionador e, por que não, de seus colaboradores.
Ela [a dedicatória] é também uma figura pela qual o príncipe se vê louvado como
o inspiiadoi piimoidial, o autor primeiro do livro que lhe é apresentado - como
se o esciitoi, ou o sábio, lhe oferecesse uma obra que, de fato, é dele. Nessa figura
extrema de soberania, o rei [sic] se torna poeta ou sábio, e sua biblioteca não é
mais apenas um tesouro que preserva riquezas ameaçadas, ou uma coleção útil ao
público, ou ainda um recurso para prazeres particulares. Ela se transforma num
espelho onde se reflete o poder absoluto do príncipe.58
"Álbum "príncipe",
No dedicado a Ernesto Senna", o jornalista é o na po-
sição de autor supremo de todas as obras do álbum, espaço este, por sua vez,
em que todos lhe rendem homenagem.
O álbum, conforme dito acima, revela as tendências sociais, políticas e
literárias de sua época, como, por exemplo, o confronto entre ideais republi-
cano-abolicionistas e monarquistas, além de apresentar partituras, poemas,
desenhos ou apenas simples dedicatórias, todos com o mesmo propósito: ho-
menagear Ernesto Senna. Além da representação possível de Ernesto Senna
"príncipe",
como o autor máximo das obras que ele próprio reuniu, outro
"consciência
aspecto de interesse é o fato de haver no álbum uma espécie de
de si" e, através de inúmeras dedicatórias, narrar a sua história. Suas páginas
revelam como o jornalista conquistava os itens de sua coleção e, sobretudo,
como o próprio álbum foi constituído. As imagens e os textos nos servem de
relato da história deste objeto. Temos um bom exemplo na seguinte dedicató-
ria de Oliveira Gomes:
Como um homem do secuio dezenove, vejo com summa satisfação que se man-
tém, cada vez mais sólida, esta instituição do passado - o Álbum d'Autógraphos!
Mais rijo, embora nem sempre mais legivel, (pobres palcographos do futuro, per-
doa-me, a mim também!) [...] que as inscripções egypcias, o Álbum ha de através-
sar os séculos infinitos e destruidores e chegar ao [dies irael. Nesse dia [tremendo],
com o perfeito conhecimento das sciencias graphologicas que o Padre Eterno tem,
elle [...] verificará nestes perigosos manuscriptos as nossas tendências mais ocultas
e os nossos mais sombrios pecados. Embora! É possivel que todo progresso do
nosso querido secuio dezenove fique esquecido e apagado pelo do secuio novo;
[...] só Álbum ficará, essa instituição indestructivel e quasi sagrada!
Rio de Janeiro, 2 - I - MCMI
[Ass.] Oliveira Gomes59
tempo posterior aos homens de sua época, que se lança ao invisível em busca
da eternidade.
O álbum se afirma e corre atrás de seus dedicadores, como vemos na ima-
gem a seguir, na qual o jornalista parece querer a todo custo um autógrafo
para enriquecer a sua coleção.
E sobre a qual Pereira Netto faz o seguinte comentário:
[O seu Álbum,] dizia a pouco, o Luiz ao [Aristide], é como um raio que, quando
menos esperamos, nos fulmina!
Aproveito a idéa, e assim visto que o Senna deite scenas comigo.
25 -laneiro - 88
Pereira Netto61
O que fica mais claro ainda na dedicatória de João Phoca, em que este
define o que é álbum:
"Diccionario
Do de Verdade Profundas"
(que hei de publicar um dia)
Álbum - substantivo masculino - Instrumento de supplicio em forma de livro
que se applica ao cérebro do próximo. Ageita-se a machina infernal, com um
sorrizo, aperta-se o parafuso de uma lisonja, dá-se volta à manivella duma genti-
leza e o... sae quasi sempre... uma banalidade...
Considerações finais
Notas
"livro
1. Livro de tombo é o onde eram incluídos, por ordem de chegada, os itens adqui-
ridos por bibliotecas, museus e arquivos." (CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI,
Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia. Brasília:
Briquet de Lemos, 2008).
"Redes
2. LATOUR, Bruno. que a razão desconhece: laboratórios, bibliotecas, coleções".
In: BARATIN, Marc; JACOB, Christian (Orgs.). O poder das bibliotecas: a memória dos
livros no ocidente. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2000. p. 21-44.
3. BLOM, Philipp. Ter e manter: uma história íntima de colecionadores e coleções. Rio
de Janeiro: Record, 2003.
"Lembrar
4. GONDAR, Jô. e esquecer: desejo de memória". In: COSTA, Icléia Thiesen
Magalhães; GONDAR, Jô (Orgs.). Memória e espaço. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2000. p.
35-43.
"Coleção".
5. POMIAN, Krzstof. In: GIL, Fernando. Memória-História. Lisboa: Im-
prensa Nacional; Casa da Moeda, 1997, p. 51.
6. Ibidem, p. 51-86.
"Memória".
7. POMIAN, Krzstof. In: GIL, Fernando. Sistemática. Porto: Imprensa Na-
cional; Casa da Moeda: 2000. p. 510. (Enciclopédia Einaudi, v. 42).
8. BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1989, p.
103.
9. Ibidem, p. 99.
10. Ibidem, p. 98.
11. POMIAN, op. cit., 1997, p. 53.
"O
12. BENJAMIN, Walter. colecionador". In: . Passagens. Belo Horizonte: Edi-
tora da UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006, p. 239.
13. MOLES, Abraham A. Teoria dos objetos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1981, p.
139.
14. BAUDRILLARD, op. cit., p. 94.
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"Vou
16. ALVES, Júlio et ai. juntando o que eu quiser, minha mania vale ouro. Sou Ti-
jucá, trago a arte colecionando o meu tesouro". Intérprete: Wantuir. In: Sambas de enredo
2008. São Paulo: Universal, p2007. 1 CD. Faixa 4.
"Vou
17. BRUNO, Luiz Carlos; FARIAS, Júlio César. juntando o que eu quiser, minha
mania vale ouro: sou Tijuca, trago a arte colecionando o meu tesouro". Rio de Janeiro:
G.RE.S. Unidos da Tijuca, 2008. Disponível em: <http://www.unidosdatijuca.com.br/
enredo.htm >. Acesso em: 3 jan. 2008.
18. Ibidem.
19. BAUDRILLARD, op. cit., p. 103.
20. BAUDRILLARD, op. cit., p. 105.
21. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Histórico. Rio dejaneiro, 2006b. Disponível
em: <http://www.bn.bi/poital/?nu_pagina=ll>. Acesso em: 12 dez. 2008.
22. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Histórico. Rio dejaneiro, 2006a. Disponível
em: <http://www.bn.bi/poital/?nu_pagina=ll>. Acesso em: 12 dez. 2008.
23. "MARC (Machine Readable Cataloging) — Foimato digital padionizado paia a des-
crição de itens bibliogiáficos, que tem como objetivo facilitai a troca de registros biblio-
giáficos entie diveisos sistemas." (ARRUDA, Susana Maigaret de; CHAGAS, Joseane.
Glossário de biblioteconomia e ciências afins: poituguês-inglês. Florianópolis: Cidade Fu-
tura, 2002.)
"decifração
24. Leitura paleogiáfica é a de manuscritos antigos e medievais". (CUNHA,
Op. cit.)
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26. Ibidem.
"Colecionando
27. CLIFFORD, James. arte e cultura". Revista do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, v. 23, 1994, p. 71.
28. BAUDRILLARD, op. cit., p. 112.
"Colecção
29. PEREIRA, Pilar. versus biblioteca?". Episteme, Porto Alegre, n. 21, jan./
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40. GAZETA da Noite, Rio dejaneiro, 11 jan. 1880.
41. ERNESTO Senna, loc. cit.
42. ERNESTO Senna, loc. cit.
43. ERNESTO Senna, loc. cit.
44. VOL-TAIRE, op. cit.
45. ERNESTO Senna, loc. cit.
46. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil), op. cit.
47. No livro, os registros apresentam-se dispostos em 5 colunas: a) número de controle;
b) descrição da documentação recebida; c) vendedor da coleção; d) data de entrada da
coleção; e) valor pago pela coleção.
48. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil), op. cit.
"Apresentação
49. SILVA, Carlos H. J. da Coleção Ernesto Senna". Anais da Biblioteca
Nacional, v.l24, p.43-45, 2008a.
50. POMIAN, op. cit., 2000, p. 508.
"Do
51. CUNHA, Maria Teresa Santos. baú ao arquivo: escritas de si, escritas do outro".
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Moeda: 2000. p. 507- 516. (Enciclopédia Einaudi, v. 42)
Anexo A
Ora UÜ(.ALl2A)ÇAí.
11X1 A.llíHt
Mento: _
T.wm.raças. qu_:segue(. pntPÒfnc: _
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243 TÍTULO
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APRESENTAÇÃO
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NOTAS GERAIS
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530 M_C_ífll-*IL_MK
541 ENTRADA
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Data dc entrada.
M* IDIOMA
561 COtfiÇAí!
SI» PUPl-ICAÇAO
J&* CONSERVAÇÃO
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fRHBHCHIMENTO:
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RESPONSÁVEL I.-.
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Desenho de Pereira
Neto dedicado a
Ernesto Senna.
25 jan. 1888.
Divisão de
Manuscritos / FBN
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"Esboço
(do
natural)", também
com dedicatória
a Ernesto Senna,
^» - L- dB por H. Esteves
[provavelmente
Honório Esteves
do Sacramento,
pintor, natural de
Ouro Preto (MG)],
(1860-1933). Rio de
Janeiro, [fev.] 1888.
Divisão de
.___ w %__¦ Manuscritos / FBN
' w __,
o-w ,» <_¦: .*__'?. Desenho de
Luiz Teixeira,
* ViPv ki, _** <Wj no Álbum
Dedicado
a Ernesto
Senna. 1889.
Divisão de
Manuscritos /
FBN
4É
Desenho dedicado pelo autor a Ernesto Senna. Henrique Gold... [ininteligível], 1902.
Divisão de Manuscritos / FBN
O Governo JK
e a Revista Manchete
A Criação do Mito
Abstract
<T^J>
Otávio Ianni
Introdução
A Deus, pela minha fé que possibilitou a superação das minhas limitações; aos meus filhos queridos, Ana
Carolina e Bruno Vinícius, pela compreensão por minhas ausências constantes nos últimos tempos; a Carlos
Contreras, que, mesmo distante, se fez presente por e-mails e incentivo; a minha orientadora, professora dou-
tora Alzira Aves de Abreu, que, num primeiro momento, pensei austera e rígida, para, logo depois, descobrir
uma pesquisadora preocupada, atenta e que muito me auxiliou no decorrer desta jornada; a Fundação Bi-
blioteca Nacional através da senhora Carmen Moreno, diretora do Centro de Referência e Difusão, pela força,
compreensão e auxílio nos meus momentos de cansaço e dúvidas; ao meu amigo e companheiro de trabalho
Joaquim Marcai, por sua ajuda constante ao ler os meus textos, fazendo críticas e me mostrando caminhos; a
Rosângela Von Heide e Isther de Souza Areias, pela força que me deram durante as minhas ausências na Co-
ordenadoria de Acervo Especial da FBN, para que pudesse desenvolver a minha pesquisa; a Carlos Juvêncio
da Silva e Elizabeth Carvalho, pelo auxílio e presença constantes no desenvolvimento da pesquisa; a Cláudio
"cliques"
Xavier e Hélio josé Gonçalves, por todos os e todo o trabalho que dei para fotografar a revista Man-
chete; a todos os meus amigos e colegas da Fundação Biblioteca Nacional e da Fundação Getúlio Vargas que,
de alguma forma, me ajudaram no decorrer deste trabalho.
brasileira naquele período, quando o país sofria influência direta das transfor-
mações ocorridas no mundo, como explica Hobsbawm:
Durante os anos 50, sobretudo nos países desenvolvidos, cada vez mais prósperos,
muita gente sabia que os tempos tinham de fato melhorado, especialmente se
suas lembranças alcançavam os anos anteriores à Segunda Guerra Mundial. (...)
O mundo, em particular o mundo do capitalismo desenvolvido, passara por uma
fase excepcional de sua história; talvez uma fase única. Buscaram nomes para
'os
descrevê-la: trinta anos gloriosos' dos franceses, a Era de Ouro de um quarto
de século dos anglo-americanos (...) O dourado fulgiu com mais brilho contra
o pano de fundo baço e escuro das posteriores Décadas de Crise (...) O mundo
industrial se expandiu por toda à parte; nas regiões capitalistas e socialistas e no
Terceiro Mundo'. No velho Ocidente, houve impressionantes exemplos de revo-
lução industrial, como a Espanha e a Finlândia (...). No Terceiro Mundo, o fato
'países
mais espetacular dos chamados em recente industrialização' ocorreu depois
da Era do Ouro, mas por toda parte diminuiu acentuadamente o número de
países que dependiam da agricultura, pelo menos para financiai suas importações
do resto do mundo. Com exceção da Nova Zelândia, todos estavam na África e
na América Latina.1
'revolução
Nos anos 50 ocorreu no Brasil o que alguns economistas chamaram de
verde', ocasionada pela introdução de novas técnicas agrícolas e pelo desenvolvi-
mento capitalista no campo, provocando a expulsão de um vasto contingente de
trabalhadores para os centros urbanos.
O período foi marcado, também, por migrações em massa das regiões brasileiras
agrícolas para os estados mais industrializados e para as novas frentes de colonização:
do Nordeste para o Sudeste e do Centro-Oeste e do Sul, para o Centro-Oeste. O
deslocamento da população do Nordeste para a construção de Brasília é um exem-
pio marcante desse fenômeno de redistribuição da população no território nacional.
Os trabalhadores do campo não estavam amparados na nova legislação do tra-
balho e não possuíam uma série de direitos conquistados pelos trabalhadores
urbanos sindicalizados e politicamente mobilizados dentro do jogo político dos
partidos criados no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial
e ao Estado Novo.
A cidade afigurava-se para essa população flagelada pelas sucessivas secas, sem di-
reitos trabalhistas e submetida ao poder dos latifundiários, como uma nova terra
de promissão. Esse contingente populacional foi atraído pela promessa de empre-
go na indústria em crescimento, de amparo da previdência social, de educação
para os filhos e uma série de outras oportunidades de trabalho informal e de lazer.
Tanto a política populista-nacionalista de Vargas como o discurso desenvolvimen-
tista de Juscelino Kubitschek baseava-se no fenômeno da expansão do eleitorado
urbano e na organização de partidos de massa.4
Durante o
governo — a posse, as reportagens publicadas na revista sobre a
escolha dos ministérios, a reação da oposição, o plano de metas, a constru-
ção de Brasília, a transmissão do cargo a Jânio Quadros;
Pós-governo — o senado, a cassação, o exílio, a análise do comportamento
da revista em relação à sua imagem durante a ditadura até 1976.
Incluímos neste estudo todo o material da pesquisa — as reportagens da re-
vista cujo assunto é o objeto deste trabalho. Optamos por disponibilizá-lo acre-
ditando que, desta forma, estaremos contribuindo com os pesquisadores que
porventura se interessarem por alguma linha de investigação em que este mate-
rial seja representativo, poupando-os do enorme esforço e tempo de pesquisa.
Além dos resultados da pesquisa propriamente dita, apresentamos a traje-
tória da revista Manchete e conceituamos o mito e sua construção, relacionan-
"anos
do-o com a idéia de dourados" que, acreditamos, guarda estreita relação
com a mitificação da figura de Juscelino Kubitschek, o qual passou a ser visto
como um visionário e se tornou símbolo da modernidade de uma época.
Parte 1
A importância das revistas ilustradas
A foto não se limita mais a ilustrar o texto, mas apresenta um ponto de vista
especificamente visual sobre os acontecimentos. Nesse sentido, texto e imagem
ampliam reciprocamente o seu potencial semântico e o conjunto ganha particular
coesão através de uma narrativa bem estruturada.10
A trajetória de Manchete
Era filho de Joseph Bloch, um apaixonado pela tipografia, que teve uma
gráfica em Kiev, além de uma filial em Jitomir, ambas na Ucrânia, país onde
vivia com os nove filhos e que teve de deixar para trás devido à revolução boi-
chevique e ao conturbado panorama político do país. Foram para Nápoles e,
posteriormente, vieram para o Rio de Janeiro. Aqui enfrentaram inúmeras di-
ficuldades, mas Joseph insistiu no trabalho tipográfico e instalou à Rua Vieira
Fazenda, no Rio de Janeiro, uma pequena impressora na qual trabalhava com
os filhos.
Adolpho Bloch seguiu a profissão, pois, ainda na Rússia, trabalhara ao lado
do pai e de seus irmãos, imprimindo libretos de ópera e colocando affiches nos
quiosques de jornais. A gráfica vingou, rendeu bons frutos e Bloch passou a
sonhar com a publicação de uma revista brasileira. Mesmo com dificuldades,
lançou a revista Manchete, que sintetizava o trabalho e a paixão de uma fami-
lia. Apostava que havia lugar no mercado para mais uma revista de circulação
nacional, ou seja, que poderia concorrer com O Cruzeiro. Com base na expe-
riência adquirida nas tipografias da família, acreditava nas possibilidades de
introduzir inovações editoriais na publicação e aprimoramentos técnicos nos
equipamentos gráficos para vencer o desafio da concorrência. O nome Man-
chete foi sugerido pelo primo Pedro Bloch, como conta Adolpho:
"Um
Em texto publicado no seu primeiro número, intitulado momento,
leitor", encontra-se explicitada a proposta editorial da revista:
Depois de trinta anos de trabalho como gtáficos tesolvemos condensar numa re-
vista semanal os resultados da nossa experiência técnica convocando, para apro-
veitá-la, uma equipe de escritores, jornalistas, fotógrafos e ilustradores de primeira
ordem. Manchete nasce no momento exato em que nos consideramos aparelha-
dos para entregar ao Brasil uma revista de atualidades, correta e modernamente
impressa. Em todos os números daremos páginas e cores - e faremos o possível
para que essas cores se ponham sistematicamente a serviço da beleza do Brasil e
das manifestações do seu progresso. O Brasil cresceu muito, suas mil faces recla-
mam muitas revistas, como a nossa, para espelhá-las. Manchete será o espelho
escrupuloso das suas faces positivas, assim como do mundo trepidante em que vi-
vemos e da hora assombrosa que atravessamos. Neste momento, os fatos nacionais
e internacionais se sucedem com uma rapidez nunca antes registrada. Os jornais
nunca tiveram uma vida tão curta dentro das vinte e quatro horas de um dia. Este
é o grande, o sonhado momento dos fotógrafos e dos repórteres exercitados para
colher o instantâneo, o irrepetível. Depois virão os historiadores. E agora prossiga,
leitor (...)17
exclusivos das agencias estrangeiras. Muito menos, mas muito bom. Bossa, bossa
e mais bossa. Bossa, modéstia à parte, nunca me faltou, mas bossa sem dinheiro
bota a gente na situação de comprar o refugo do fotógrafo nas agencias secunda-
rias e de solancar dia e noite para escrever - como escrevi - quarenta por cento
dos primeiros números.18
Desde que surgiu, Manchete se caracteriza pela presteza com que cobre os grandes
acontecimentos e tudo informa sobre eles. Esse, o sentido de nossa revista: atua-
lidade em fotografias e texto. E esta equipe que se prepara para mais uma fase de
Manchete. Em julho próximo estaremos em rotogravura, com impressão nova,
nova paginação, atualidade ainda maior.
"Posto
Nesta nova formulação, criou a seção de Escuta", além de seções
"Tentaríamos
destinadas a culinária, moda, arte e beleza. mudar a tradição
de capas com jovens de belas formas para utilizar fotografias dos principais
eventos cobertos em cada edição". De uma revista de cronistas com Otto
para uma revista de reportagens com Sirotsky, permaneceram apenas Rubem
Braga e Henrique Pongetti, aos quais se somaram Paulo Mendes Campos e
Guilherme de Almeida. Com essas mudanças, Manchete estava pronta para
a rotogravura, segundo Sirotsky. Todos esperavam por uma alternativa a 0
Cruzeiro. Nahum Sirotsky permaneceu apenas dois anos na direção e deixou
a revista em outubro de 1958.
A partir de 1959, Justino Martins assume a direção de Manchete. Ele tes-
temunhou sobre a maneira como chegou e como ocorreram as modificações
na revista, além de falar sobre Bloch. Segundo ele, Henrique Pongetti, desde
1952, já cansado da aventura de dirigir a publicação, ofereceu-lhe a tarefa:
Em todo caso, olhando para trás - e no que toca à minha atividade em Man-
chete - ocorre-me à imagem de Henrique Pongetti a dizer-me, numa obscura
salinha das antigas instalações de Bloch Editores na Rua Frei Caneca, com um
'Justino,
ar de desolação e cansaço: fica fazendo esta revista. Eu não posso mais.'
Confesso que tomei um susto. Estávamos em 1952 e eu de férias no Rio, vindo de
Paris, onde morava. Adolpho Bloch me convocara para uma conversa. Eu queria
continuar em Paris. Só aceitei mesmo, sete anos mais tarde, em 1959. Adolpho
me chamou pelo telefone. Desembarquei no Galeão e fui direto para a redação.
Nunca mais saí da empresa.21
Do final dos anos 50 até meados dos anos 70, Manchete foi a maior revista
brasileira. Tudo o que não acontecia nela era como se não tivesse ocorrido.
Desde a própria era JK, que teve nela seu evangelista e apóstolo principal,
até os movimentos mais expressivos daquela época, como a Bossa Nova e o
Cinema Novo. Nas suas páginas, Vinícius de Moraes escreveu um de seus me-
"Receita
lhores poemas: da mulher amada", e Rubem Braga imortalizou uma
"Ai
crônica intitulada de ti, Copacabana!"23. Como linha editorial, Manchete
e o conglomerado de empresas da família Bloch sempre se destacaram pelo
bom relacionamento com o governo, empregando uma concepção moderna
do fotojornalismo como principal forma de linguagem. Segundo Munteal,
"ler"
o objetivo da revista era fazer com que até os analfabetos pudessem os
artigos, trazendo uma narrativa visual, independente do texto de suas repor-
tagens24. Era voltada, prioritariamente, para mostrar temas variados como po-
lítica, personalidades, religião e o cotidiano da realidade brasileira. Mantinha
correspondentes e representantes nas principais capitais do Brasil e em cidades
importantes do mundo, como Paris, Lisboa, Londres, Nova York, Montevi-
déu e Tóquio.
Em agosto de 1999, Roberto Muggiati, no editorial da edição 2000, nos
dá uma visão do que foi a revista:
'O
importante não é ser, ter ou parecer. O importante é fazer, construir, desen-
volver'. A frase de Adolpho Bloch define a sua filosofia de vida e também a revista
que ele criou (...). Manchete foi o começo de uma empolgante aventura cul tu-
ral que transformou uma empresa gráfica num grande sistema de comunicação
"Mil
Em seu artigo e quinhentas semanas", publicado pela Revista de Co-
municação, Adolpho Bloch relembra o início da sua amizade com Juscelino:
50 anos em 5?' Saí do Catete reconfortado e dormi uma das minhas melhores
noites.27
Parte 2
O mito e sua construção
'fábula,
(Do grego mythos, pelo latim mythu.) 1. Narrativa dos tempos fabulosos
ou heróicos. 2. Narrativa na qual aparecem seres e acontecimentos imaginários,
que simbolizam forças da natureza, aspecto da vida humana, etc. 3. Representação
de fatos ou personagens reais, exagerada pela imaginação popular, pela tradição,
etc. 4. Pessoa ou fato assim teptesentado ou concebido: Para muitos, Rui Batbosa
"monstro
é um mito, nesta acepção sagrado". 5. Idéia falsa sem correspondente
na realidade. 6. Representação (passada ou futura) de um estágio ideal da hu-
manidade: o mito da idade do ouro. 7. Imagem simplificada de pessoa ou de
acontecimento, não raro ilusória, elaborada ou aceita pelos grupos humanos, e
que representa significativo papel em seu comportamento. 8. Coisa inacreditável,
fantasiosa, irreal; utopia: a perfeição absoluta é um mito, 9. Antrop. Narrativa de
significação simbólica, transmitida de geração em geração e considerada vetdadei-
ra ou autêntica dentro de um grupo, tendo gerado a forma de um relato sobre a
origem de determinado fenômeno, instituição, etc. e pelo qual se formula uma
Para Marcelo Perine, a explicação que obtém maior adesão entre os espe-
cialistas remete a palavra mito a uma raiz indo-europeia meudh ou mudh, com
"recordar-se", "aspirar", "preocupar-
significados diversos, mas próximos de
se". Essa etimologia levaria a palavra grega mythos ao significado fundamen-
"pensamento",
tal de o que é convalidado pelo uso dos termos mytholomai,
muythologeo, mythologia em Esquilo, Sófocles e Homero. O campo semântico
"palavra
do vocábulo mythos, no sentido geral de formulada", inclui os seguin-
tes sentidos: notícia, mensagem, conto, estória, boato, narração à qual se dá
crédito, fábula, saga, lenda.31
"mito"
Na linguagem corrente, a palavra designa uma idéia falsa ou a ima-
gem simplificada e ilusória de uma realidade. Sua temporalidade, porém, é
sempre algo vivido e presente no momento. Como forma de comunicação
humana, o mito está obviamente relacionado a questões de linguagem e da
vida social do homem, uma vez que a narração dos mitos é própria de uma
comunidade e de uma tradição comum.
Para Eliade, o mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que
podemos abordar e interpretar em perspectivas múltiplas e complementares.
O mito conta uma história sagrada, relata um acontecimento que teve lugar no
tempo primordial, o tempo fabuloso dos começos (...) o mito conta graças aos
feitos dos seres sobrenaturais, uma realidade que passou a existir, quer seja uma
realidade, o Cosmos, quer apenas um fragmento, uma ilha, uma espécie vegetal,
um comportamento humano; é sempre, portanto, uma narração de uma criação,
descreve-se como uma coisa foi produzida, como começou a existir (...)32
"sistema
Para Barthes, o mito é um semiológico segundo" que faz uma cadeia
semiológica completa pré-existente se transformar no primeiro termo (signi-
ficante) de uma nova cadeia.34
Segundo Barthes:
"era
uma vez..."), mas que conserva no presente um valor eminentemente
explicativo, na medida em que esclarece e justifica certas peripécias do destino
do homem ou certas formas de organização social. Em um outro sentido, a
noção do mito confunde-se com a de mistificação: ilusão, fantasma ou ca-
muflagem. O mito altera os dados da observação experimental e contradiz as
regras do raciocínio lógico; interpõe-se como uma tela entre a verdade dos fa-
tos e as exigências do conhecimento. Por fim, Girardet nos esclarece a terceira
acepção, citando Georges Sorel em seu livro intitulado Réflexions sur la violen-
ce, no qual declara que o mito é essencialmente apreendido em sua função de
"conjunto
animação criadora: ligado de imagens motrizes"; segundo a própria
fórmula de Sorel, ele é apelo ao movimento, incitação à ação e aparece em de-
finitivo como estimulador de energias de excepcional potência. Neste sentido,
cada uma dessas formulações parece efetivamente corresponder a alguns dos
principais aspectos do mito político. Girardet conclui então que:
A reação popular foi imediata e mostrou que mesmo na morte o prestígio do ex-
presidente mantinha-se intato. Multidões foram para as ruas, jornais da oposição
foram destruídos, e Carlos Lacerda, vitorioso na véspera, teve que se esconder e sair
do país. O antigo ditador, que nunca se salientara pelo amor às instituições demo-
cráticas, tornara-se um herói popular por sua política social e trabalhista. O povo
identificara nele o primeiro presidente da República que o interpelara diretamente,
que se preocupara com os seus problemas. O fato de ser preocupação paternalista
era irrelevante para os que se sentiram valorizados e beneficiados pelo líder morto. A
influência de Vargas projetou-se ainda por vários anos na política nacional.44
Belo Horizonte na época tinha 250.000 habitantes viu seu abastecimento de água
dobrar, sua rede de esgoto triplicar e o número de ruas calçadas aumentar consi-
deravelmente. Juscelino construiu Pampulha, bairro modelo da classe alta, além
de uma escola de belas-artes, o museu da cidade, o hospital da cidade, restaurantes
para trabalhadores e maternidades nos bairros pobres. Contribuiu para a expan-
são do desenvolvimento industrial do estado, concentrado em Belo Horizonte.
Desenvolvimento que foi especialmente intenso durante a guerra, em virtude da
expansão do mercado agrícola e dos obstáculos à importação. A industrialização,
praticamente inevitável dada às jazidas de minérios da região, iria tornar-se a ob-
sessão do estado no pós-guerra. Em 1945, com o fim do Estado Novo, terminou
também a prefeitura de Kubitschek.47
Em 1946 retorna à vida política como deputado federal pelo PSD. Ajudou
a instalar o partido em Minas Gerais, tornando-se seu secretário de coordena-
ção no estado. E neste período que viaja por todo o interior, criando diretórios
municipais, familiarizando-se com as raízes partidárias e tornando-se conheci-
do em todos os recantos mineiros.
Candidatou-se posteriormente ao governo de Minas como representante
da coalizão do PSD com o PR e o PTB. A coalizão garantiu-lhe a vitória, e ele
tomou posse no Palácio da Liberdade em 31 de janeiro de 1951. A principal
meta de seu plano de governo foi a modernização do estado através do desen-
volvimento da energia e do transporte.
Como homem de ação e mentalidade progressista, criou primeiramente a
Companhia Estadual de Energia Elétrica de Minas Gerais (Cemig), reorganizou
o Departamento Estadual de Estradas e Rodagem e ampliou a rede rodoviária,
unindo o sudeste e o norte do estado à capital. A indústria siderúrgica passou
por uma ampliação com a construção da usina de fabricação de aço, da Man-
nesman e da usina belga do Grupo Jofret. Da perspectiva do desenvolvimento
social, construíram-se escolas e instalaram-se faculdades de medicina, farmácia,
direito e odontologia durante o seu governo. Esta intensa atividade de constru-
ção alterou consideravelmente o caráter econômico e político do estado.
O governo de Kubitschek foi econômica e politicamente benéfico ao es-
tado de Minas Gerais. A trajetória de governador a presidente da República
'restauração',
A oposição civil, liderada pela UDN, visava obstar a ou seja, o re-
'legalista'
torno dos políticos afastados em 1954. Sua tática (Afonso Arinos) con-
'tese
sistia na da maioria absoluta' (Kubitschek recebera 36% do total de votos,
correspondendo a pouco mais de 1/3 do montante de todo o país), e na revisão
do pleito sob pretexto de fraude eleitoral e nulidade dos votos comunistas. A
'golpista 'estado
tática (Carlos Lacerda) defendia abertamente um de exceção',
confiante no apoio dos meios militares jovens, principalmente da Aeronáutica. A
'episódio
perspectiva de golpe parecia iminente até que o Mamede' (2/11/55) pro-
vocou a intervenção do General Lott; foi o golpe preventivo do 11 de novembro
'legitimado'
(deposição do presidente em exercício, Carlos Luz) pelo congresso no
mesmo dia e consolidado a 21 de novembro, quando Café Filho foi igualmen-
te impedido pelo Exército de retornar ao governo. Estava garantida a posse dos
eleitos, que assumem a presidência e a vice-presidência a 31 de janeiro de 1956; a
aliança PSD/PTB passa a dominar a cena política.49
(...) a glória do meu governo foi manter o regime democrático malgré tout, apesar
de todas as tentativas, todos os esforços para derrubá-lo. Em 40 anos de vida re-
publicana eu fui o único governo civil que começou e terminou no dia marcado
pela Constituição. Este é um dos títulos de maior benemerência para mim. Sei o
que isto significou de esforço continuado, de vigilância constante.
"50
A proposta de desenvolvimento econômico de JK era realizar anos em
5", condição indispensável para o êxito do programa de governo. A eferves-
cência política, civil e militar do período levou JK a manter o aparelho militar
nos órgãos do Estado e exigiu uma política conciliatória quanto à atuação
partidária e à política econômica.
"go-
Para Benevides, surge neste período o contraste entre a imagem de um
verno estável" e a realidade do Governo Kubitschek. Qual o caráter daquela
"aparência"
estabilidade? A de estabilidade devia-se ao desenvolvimento con-
tinuado, ao otimismo generalizado com o Programa de Metas, à euforia de
'nacio-
O ISEB foi um dos centros mais importantes de elaboração da ideologia
nal-desenvolvimentistá, que marcou todo o processo político brasileiro do início
da década de 1950 até a queda do governo constitucional de João Goulart em
1964. Embora o nacionalismo não tenha sido o projeto político que prevaleceu na
orientação do desenvolvimento, nesse período, como ideologia ele desempenhou
uma função importante, na medida em que serviu para o amortecimento das ten-
soes sociais. Isso ocorreu através do apelo à colaboração de classes (portanto, da
Conclusão
assassinato? — pois todos sabiam que ele era uma força cujo nome era sempre
lembrado para retornar ao centro do poder. Seu corpo foi velado na sede de
Manchete, onde aconteceu a maior homenagem popular prestada pelo Rio de
Janeiro a um político desde a morte de Getulio Vargas. O governo militar não
sabia como se posicionar direito diante da tragédia, como explica Bojunga:
Notas
1. HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 1995. p.253 e 256.
2. BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. O Governo Kubitschek: desenvolvimen-
to econômico e estabilidade política, 1956-1961. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
p.239-241.
3. PEREIRA, Luiz C. Bresser. Desenvolvimento e crise no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar,
1968. p.113
"Imagens
4. MONTEIRO, Charles. sedutoras da modernidade urbana: reflexões sobre a
construção de um novo padrão de visualidade urbana nas revistas ilustradas da década de
1950". Revista Brasileira de História. São Paulo, v.27, n. 53, p.l59-176. 2007.
"Imprensa
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Porto Alegre: v. 12, n. 2, p.215-234, jun./dez. 2006.
"Jornalismo,
6. RIBEIRO, Ana Paula Goulart. literatura e política: a modernização da
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FGV, n. 31,2003.
7. ABREU, Alzira Alves de. Revisitando os anos de 1950 através da imprensa. 2006. No
prelo.
8. MUNTEAL, Oswald; GRANDI, Larissa. A imprensa na História do Brasil: fotojorna-
lismo no século XX. Rio de Janeiro: Ed. PUC - Rio, 2005.
9. GOMES, Angela de Castro (org.). O Brasil de JK. Rio de Janeiro: Ed. FVG, 2002.
p.ll.
10. COSTA, Helouise. Aprenda a ver as coisas: fotojornalismo e modernidade na revista
O Cruzeiro. 1992. Dissertação. (Mestrado em Comunicação) - Escola de Comunicação
e Artes Visuais, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1992. p.l38.
11. MUNTEAL, Oswaldo; GRANDI, Larissa, op. cit, p.9.
12. MONTEIRO, Charles, op. cit, p.163.
"O
13. Dados retirados do verbete Cruzeiro", no Dicionário histórico-biográfico brasileiro
pós-1930. Coordenação: Alzira Alves de Abreu... [et al.]. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV;
CPDOC, 2001, p.l727-1729.
"Palco
14. COSTA, Helouise. de uma história desejada: o retrato do Brasil por Jean
Manzon". Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 27, 1998. p.l38.
"O
15. CONY, Carlos Heitor. menino de 120 mil-réis". Revista de Comunicação. Rio de
Janeiro, n° 43, 1996. p.9.
"Mil
16. BLOCH, Adolpho. e quinhentas semanas". Revista de Comunicação. Rio de
Janeiro, n° 30, 1987. p.l3.
54. Para maior detalhamento do Programa de Metas ver: LAFER, Celso. JKe o programa
de metas (1956-1961): processo de planejamento e sistema político no Brasil. Rio de
"A
Janeiro: Ed. FGV, 2002; FARO, Clovis de; SILVA, Salomão L. Quadros da. década
de 50 e o Programa de Metas". In: GOMES, Ângela de Castro; FARO, Clovis (org.). O
Brasil de JK. Rio dejaneiro: Ed. FGV: CPDOC, 1991.
"O
55. MELLO e SOUZA, Nelson. planejamento econômico no Brasil". Revista de
Administração Pública, n. 4, Rio dejaneiro: FGV, 1968, p.83-93.
56. Ver ABREU, Alzira Alves de. O ISEB e o desenvolvimentismo. Disponível em:
<http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jk/htm/o_Brasil_de_JK/o_iseb_e_o_desenvolvimentis-
mo.aspx Acesso em: 17 jan. 2009.
"A
57. ABREU, Alzira Alves de. ação política dos intelectuais do ISEB". In: TOLEDO,
Caio Navarro de (org.). Intelectuais epolítica no Brasil: a experiência do ISEB. Rio de
Ianeiro: Revan, 2005. p.98.
58. íbidem, p.l04-105.
59. GIRARDET, Raoul, op. cit., p.l5.
60. POLLAK, Michael, op. cit., p.200-212.
61. BOJUNGA, Cláudio. JK: o artista do impossível. Rio dejaneiro: Ed. Objetiva, 2001.
62. íbidem, p.855-856.
63. CONY, Carlos Heitor, op. cit., p.10.
64. BOJUNGA, Cláudio, op. cit., p.707.
"O
banquete foi o primeiro prato da oposição": nota comenta as críticas da oposição
aos custos das comemorações da posse de JK.
"JG
substitui JK": noticia que João Goulart assume o governo enquanto Juscelino
Kubitschek está no Panamá.
"Ike
e JK no eixo Washington-Rio" (texto de Murilo Melo Filho; fotos de Gervasio
Batista): declara que o governo americano e o brasileiro estão se correspondendo para
se aproximarem mais e, no futuro, realizarem a integração pan-americana.
"Uma
azeitona para a nossa empada" (Henrique Pongetti): trata da tradição brasileira
de iniciar e não terminar obras, de inaugurar sem estar pronto; questiona se acontece-
rá isso com Brasília e se o sucessor de JK fará uma obra maior ainda.
"Vou-me
embora pra Brasília: o problema da mudança": fotorreportagem composta
somente por imagens.
"O
Brasil não pode parar: FURNAS" (texto de Ivan Alves; fotos de Jader Neves):
afirma que Furnas será a maior usina da América do Sul e uma das maiores do mun-
"alvo
do. Exibe fotos de JK, descrito como de carinhosa manifestação popular em
Furnas". Mostra o povo cumprimentando JK.
408 e 409), decidiu publicar a edição especial com os artigos mais comentados desses
números, os quais têm como tema principal justamente o desenvolvimento do Brasil
no Governo JK. A capa mostra o presidente - o responsável por acordar o gigante. A
edição teve tiragem de mais de 200 mil exemplares em português e em inglês.
"Missão
cumprida": apresenta as realizações do Governo JK, com diversas imagens
de inaugurações, dentre as quais as da barragem de Três Marias e da Refinaria Duque
de Caxias.
"JK
entrevistado pela TV": nota que registra a participação do ex-presidente em um
programa de TV.
N° 508, 13 jan. 1962
"JK
chegando à Paris": acompanha sua viagem a Paris.
"As
pioneiras não podem parar": mostra o intenso trabalho das Pioneiras Sociais.
N° 510, 27jan. 1962
"Como
vivem os ex-presidentes do Brasil: Juscelino ainda trabalha em ritmo presi-
dencial": mostra suas atividades diárias.
"Operação
Pan-Americana idealizada durante o governo do Sr. JK": relembra os prin-
cipais episódios do lançamento da OPA.
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"Segunda
primeira missa": a matéria compara a primeira missa realizada no Brasil à primeira
celebrada na futura capital. Manchete, n° 264, 11 maio 1957, pp. 8-9.
Divisão de Publicações Seriadas / FBN
A CAPITAL DA ESPERANÇA m
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"Carreata
Construção da rodovia Belém-Brasília e de Integração Nacional".
Manchete, n° 409, 20 fev. 1960, pp. 16-31.
Divisão de Publicações Seriadas / FBN
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"Brasília
já é capital"
mostra imagens da
O Presider.lt: Kubitschek
cidade e revela a
chora dt «mr* emoção de JK na
missa de inauguração.
Manchete, n°4l6,
9 abr. 1960.
Divisão
de Publicações
Seriadas / FBN
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A multidão aclama JK após sua indicação como candidato do PSD a um segundo mandato
presidencial. Manchete, n° 624, 4 abr. 1964.
Divisão de Publicações Seriadas / FBN
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AS FOTOS DA REVOLUÇÃO
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Carlos Lacerda, então
governador do antigo
Estado da Guanabara e
maior rival de Juscelino nas
eleições presidenciais (não
realizadas) de 1965, na capa
da primeira edição após o
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golpe militar. Manchete, n°
625, 11 abr. 1964. (Houve
duas edições do número
625: a segunda, preparada
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às pressas para noticiar a
derrubada do governo de
"as
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João Goulart, trazia fotos
da revolução").
Divisão de Publicações
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BRASIL
Seriadas / FBN
"Os
dez anos que abalaram o
Brasil": edição especial da revista
apresenta um painel da política no
Brasil de 1954, ano do suicídio do
presidente Getúlio Vargas, a 1964;
e homenageia JK, que seguiu para o
exílio na Espanha. Manchete,
n° 636, 27 jun. 1964.
Divisão de Publicações
Seriadas / FBN
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Edição especial
comemora os cinco
anos de Brasília e
homenageia o seu
fundador. Manchete,
n° 681, 8 maio 1965.
Divisão de
Publicações
Seriadas / FBN
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"JK
escreve - 21 razões para confiar no Brasil". Em matéria de mais de vinte
páginas, JK aponta as principais conquistas do Brasil: Brasília, a indústria
automobilística e a construção da Transamazônica (esta última iniciada no governo
Mediei e não concluída) eram as três primeiras. Manchete, n° 979, 23 jan. 1971.
Divisão de Publicações Seriadas / FBN
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A capa do primeiro
número de setembro de
1976 trazia JK sorridente,
mas o assunto era a morte
trágica de JK em acidente
de automóvel na Rodovia
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Presidente Dutra.
Divisão de Publicações
Seriadas / FBN
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Os últimos momentos
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"Brasília -
O adeus a JK". Nesta página e na seguinte,
imagens da cerimônia religiosa do sepultamento de JK
na Catedral de Brasília: comoção popular e tristeza dos
amigos, entre os quais Adolfo Bloch.
Manchete, n° 1272, 4 set. 1976.
Divisão de Publicações Seriadas / FBN
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O segundo número do mês de setembro, também
dedicado à memória de JK, registra a missa de sétimo
dia realizada na Igreja da Candelária no Rio de
Janeiro. Manchete, n° 1273, 11 set. 1976.
Divisão de Publicações Seriadas / FBN
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Ju^íHinrj ¦í.iilsics.ihi.-k, unljcp RLíViTriurliir rli* Min-ra. s^iip^a
primeira VC7 na- capa de
MANCHETE. Outras capa» lhes íirriarn dedicada, ao fonjp) dnlas- Ires décadas —
- uchfrn püw o Rn«l ri1"" força «Io trttcrlo mjicrda no&*a profissão: d lfllpr«*e
jamiHSlca. PtnneifO .1 Hr.itJr ™ .m-nli. (tos briulpm V tUilcsilo do
ftiB de J^rif.uMi ricncnvülvirri-rnto. JK marcou o modillrou todi um? .i^.i-.i.r.j. , _mj época,,
4(lr--wHcrtií1rcn3n 1OT5 MANCI ItTL. .ík-rn dr docurooritiir íi ^a hTilhjnte carrpirj. -sempre da
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nir^>rníi unf_itX> no íutum dopáh, í m__ Fui um —
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"Registros
Não foi incluída nesta seção a palestra de memória: muito além do inven-
tário", de Carlos Juvêncio da Silva, pois o tema por ele tratado é o mesmo da matéria
"Coleção
Ernesto Senna: a construção de uma memória".
A Marginália na Coleção
Bibliográfica do Acadêmico
Baiano Renato Berbert de Castro
Importância, Preservação e Conservação
Esta comunicação tem como tema as anotações à margem de livros (conhecidas como
marginaliá) do acervo bibliográfico do acadêmico baiano Renato Betbett de Castro, que
se encontra sob a guarda da Fundação Clemente Mariani, em Salvador (Bahia). A autora
ressalta a importância da coleção para o conhecimento da trajetória do seu titular, um
estudioso e pesquisador de temas como a história da imprensa na Bahia, e da história
cultural baiana, como também informa sobre o tratamento técnico dado ao acervo, que
inclui impressos raros do século XVIII, visando a sua preservação.
Abstract
This communication has as its subject the notes in the margin of books (known as mar-
ginaliá) belonging to the bibliographical holdings of Renato Berbert de Castro, a late
member of the Academy of Letters from the Brazilian state of Bahia, which is under the
safeguard of Clemente Mariani Foundation in the city of Salvador, Bahia. The author
highlights the importance of the collection to the knowledge of its owners life course, a
scholar and researcher of matters such as the history of the press or the culture in Bahia.
It also informs the technical treatment given to the bibliographical holdings, which in-
cludes rare printed material from the eighteenth century, aiming its preservation.
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Introdução
Como abertura deste trabalho, nestes tempos que marcam a história dos
duzentos anos da imprensa na Bahia, tomo como tema central a marginália
encontrada nas obras inseridas no acervo do acadêmico baiano Renato Ber-
bert de Castro, autor do livro A primeira imprensa da Bahia e suas publicações.
As, considerações aqui apresentadas traduzem a trajetória de um bibliófilo, que
ao longo da vida, foi construindo, como estudioso e pesquisador, a história de
uma sociedade, enquanto colecionava livros e escrevia a sua própria história.
O acervo bibliográfico reunido por esse colecionador de obras raras e pre-
ciosas e pesquisador da história da Bahia, com impressos que datam do século
XVIII, está hoje no Centro de Documentação e Informação Cultural sobre
a Bahia — Cedic-BA, da Fundação Clemente Mariani, instituição de direito
privado sem fins lucrativos. Conhecida como Coleção Especial, é um lega-
do sobre autores e temas baianos, referenciado por confrades das Academias
Baiana e Brasileira de Letras e, por isso, muito utilizado por pesquisadores e
estudiosos interessados em obras de autores baianos que contribuíram para a
historiografia brasileira.
A produção de Renato Berbert de Castro foi merecidamente reconhecida por
"Sobre
Rubem Borba de Moraes ao afirmar que essa obra excelente [Aprimeira
Imprensa da Bahia e suas publicações] é que baseamos todo o presente capítulo.
Por essa razão, dispensamo-nos de citar continuamente as páginas quando nos
referimos a fatos e documentos nela registrados.1 Moraes2 comenta como foi
"obra "estuda
exaustivo o estudo de Berbert para produzir a notável" que a vida
de Manuel Antonio da Silva Serva, o fundador da primeira tipografia baiana, e
narra a história de sua oficina, a segunda que houve no Brasil".
Berbert de Castro gozava de respeito e admiração entre os confrades das
academias e daqueles que se propunham a pesquisar o tema Bahia em sua
coleção particular. Os temas que reuniu, desde o período colonial, a exemplo
da história da imprensa, vida social e literária na Bahia e outras preciosidades,
revelam autores renomados e esquecidos, autores de expressiva participação
nacional jamais citados, que comparecem nos registros marginais e em outras
anotações de próprio punho — autógrafos, grifos e dedicatórias. Esses regis-
tros conferem aos livros que leu e amou ainda mais importância no âmbito
"Os
da raridade documental. modelos mais preciosos eram os que continham
anotações de punho do autor..."3, afiançando a significação do exemplar.
Em que medida esse objeto de valor pessoal pode se tornar uma referência
imprescindível para uma comunidade acadêmica e um material de interesse
Marginália
Conservação e preservação
Conclusão
O contato com este material foi uma experiência gratificante; estas anota-
ções já não estão à margem do esquecimento. Foi um encontro vivo, poderia
dizer, com figuras ilustres, tais como o mestre Isaias Alves - educador baia-
no, com vasta contribuição para a história da educação nacional —, Carneiro
Ribeiro, Almáquio Diniz, Afránio Peixoto, Jorge Amado e outros escritores
de expressão nas artes, na educação, nas ciências e na literatura. Todos serão
arrolados posteriormente em pesquisa mais apurada.
A função do bibliotecário é tão eclética quanto a do bibliófilo, pois o amor
aos livros, agregado às técnicas biblioteconômicas de inventariar e catalogar,
se harmonizam. Somente uma atitude sensível e responsável dará a cada um
deles o tratamento adequado, justificará o empenho de bibliotecários, restau-
radores e interessados, todos juntos, com o fito de recuperar e salvaguardar
acervos e informações que podem reescrever a história e manter os registros
do conhecimento humano.
Notas
1. MORAES, Rubens Borba de. Livros e bibliotecas no Brasil colonial. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos, 1979. p. 131.
2. MORAES, Rubens Borba de. O bibliófilo aprendiz. 2. ed. São Paulo: Nacional, 1975.
p. 154.
3. ARNS, Paulo Evaristo. A técnica do livro segundo São Jeronimo. Rio de Janeiro: Imago,
1993. p.81.
4. LAGO, Pedro Corrêa do. Documentos e autógrafos brasileiros. Rio de Janeiro: Salaman-
dra, 1997. p. 11.
5. PINHEIRO, Ana Virginia Teixeira da Paz. Que é livro raro?: uma metodologia para o
estabelecimento de critérios de raridade. Rio dejaneiro: Presença; Brasília: INL, 1989.
p. 13.
6. MORAES, op. cit., p.24.
"A
7. LOPEZ, Telê Ancona. criação literária na biblioteca do escritor". Revista Ciência e
Cultura, São Paulo, v. 59, n. 1, jan./mar. 2007. p.33.
8. CHARTIER, Roger. (Org.) Práticas da leitura. Tradução de Cristiane Nascimento.
São Paulo: Estação Liberdade, 2001. p.56.
9. LOPES, Cássia. Um olhar na neblina: um encontro com Jorge Luís Borges. Salvador:
Secretaria de Cultura e Turismo, 1999. p. 114 -115.
10. MONTELLO, José. Prefácio. In: CASTRO, Renato Berbert de (Org.) Xavier Mar-
quês e a Academia Brasileira de Letras: correspondência I, II. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1996. p.[10].
11. SPINELLI JÚNIOR, Jayme. A conservação de acervos bibliográficos e documentais. Rio
de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1997. p.39.
Bibliografia
ARNS, Paulo Evaristo. A técnica do livro segundo São Jerônimo. Rio de Janeiro: Imago,
1993. 21 lp.
ARQUIVO NACIONAL (BRASIL). Catálogo de obras raras. Rio de Janeiro: Arquivo
Nacional, 1972. 119p.il.
BARRETO, Ângela Maria. Memória e leitura: as categorias da produção de sentidos.
Salvador: EDUFBA, 2006. 192 p.
BATISTA, Antônio Augusto Gomes; GALVÃO, Ana Maria de Oliveira.(Orgs.) Leitura:
práticas, impressos, letramentos. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. 165 p.
CALMON, Pedro. História da literatura bahiana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1949.
241 p.
CASTRO, Renato Berbert de. Breviário da Academia de Letras da Bahia. 2. ed. Salvador:
Conselho de Cultura, 1994. 338 p.
. A primeira imprensa da Bahia e suas publicações: tipografia de Manuel Anto-
nio da Silva Serva, 1811-1819. Salvador: Imprensa Oficial, 1969. 166 p.
"A
LOPEZ, Telê Ancona. criação literária na biblioteca do escritor". Revista Ciência e
Cultura, São Paulo, v. 59, n. 1, p. 33-37, jan./mar. 2007.
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
405 p.
MINDLIN, José. Uma vida entre livros: reencontros com o tempo. São Paulo: EDUSP:
Companhia das Letras, 1997. 231 p.
MONTELLO, José. Prefácio. In: CASTRO, Renato Berbert de (Org.) Xavier Marques e
a Academia Brasileira de Letras: correspondência I, II. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1996. 2t.
MORAES, Rubens Borba de. O bibliófilo aprendiz. 2. ed. São Paulo: Nacional, 1975.
187 p.
QUEIROZ, Rita de Cássia Ribeiro de. Manuscritos baianos dos séculos XVLLL a XX: livro
de notas de escrituras. Feira de Santana, BA: UEFS, 2007. 396p.
SPINELLI JÚNIOR, Jayme. A conservação de acervos bibliográficos e documentais. Rio de
Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1997. 90 p.
VIEIRA, Domingos. Grande diecionario portuguez ou thesouro da língua portugueza. Por-
to: Ernesto Chardron e Bartholomeu H. de Moraes, 1871. 4 v
Abstract
This work addresses the creation and evolution of Unified National Catalog (CNU), a
project the National Library of Argentina has been developing since 2003. We detail the
resources allocated to the project, its cataloging guidelines, and final purposes. CNU is
a project included in the National Program of Colonial Bibliography It adopts catalo-
ging and classification guidelines common to the National Library, and it makes part of
the countrys retrospective national bibliography prior to the year of 1800. In order to
put CNU in a global context, and understand it, we will mention international policies
concerning old funds registration, specifically describing the cases of México, Brazil, and
Latin American countries.
C^^D
Introducctión
Antecedentes supranacionales
Novum Regestrum
Experiências latinoamericanas
"emergentes"
La realidad de nuestros países llamados es dispar, aún entre
los que conformamos la América Latina. La economia y políticas de infor-
mación de cada país prioriza proyectos que consideran de resolucion inmi-
nente. Y en este contexto, por lógica institucional, es complicado encarar pro-
gramas a largo plazo y de especificidad.
En Latinoamérica encontramos solo tres casos en los que el Estado, a través
de sus bibliotecas nacionales, se compromete especificamente a registrar y
difundir este tipo de patrimônio con el consentimiento de los organismos
participantes. Se açude, en esta instância, a asegurar el derecho de acceso a la
información e identidad que todo indivíduo posee tanto en el presente como
en el futuro.
Las experiências de los catálogos colectivos en libros antiguos y obras raras
de México, Brasil y Argentina proponen una respuesta interesante a la invisi-
bilidad nacional de estos documentos promoviendo, a su vez, el estúdio y la
investigación sobre los mismos y desde los mismos. Difusión que debe de ser
medida y controlada ya que la propaganda institucional no siempre considera
el riesgo de hurto o saqueo.
A pesar de la magnitud y dimensiones de la tarea, el personal afectado a
estos catálogos es mínimo por lo que la incorporación de nuevas instituciones,
asi como el procesamiento y revisión de las ya incluídas se ve condicionada
"Otros
En el campo 13 responsables", el CNU registran los traductores,
ilustradores, impresores o editores de la obra de manera normalizada. Seguido
de una coma, se aclara la fecha de nacimiento y deceso entre corchetes, si se
conoce este dato. Tambien, para este caso, se consultan catálogos de autorida-
des. Por ejemplo:
Taberniel, Jacinto, imp. Nombre normalizado de Iacinthum Taberniel
Herculis, Domenico Antonio, imp. Nombre normalizado de Herculis,
Domenico Antonio, imp.
"Título"
En el campo 17 se ingresa el título del documento tal cuál se
visualiza en la portada de la obra. La longitud de este depende de la política
adoptada por el centro catalogador, pero es una tendência européa el registro
de títulos cortos que logren conservar, por supuesto, una semântica coherente.
En el CNU podemos encontrar ejemplos de ambos tipos de títulos, ya que
se ha visto en la extensión de alguno de ellos, información importante para el
investigador. En esta tarea es indispensable el uso de diccionarios de distintas
lenguas. Se utiliza diccionarios de latin, francês, inglês, entre otros. Seguido se
coloca la barra de responsabilidad y se registra, literalmente, al responsable de
la obra según este aparece en la portada. Por último y seguido de coma, se in-
dica el volumen con t. y el número correspondiente en números romanos en
el caso de que no se consigne claramente en portada el número de volumen.
Si aparece la mención del volumen en portada se registra literalmente, tal cual
indica la portada. Por ejemplo:
Essai physique sur 1'oeconomie animale / par M. Quesnay : tome
premier
Historia general de los hechos de los castellanos en las Islãs y tierra firme
del Mar Oceano / Escrita por Antonio de Herrera : [t. IV]
"Idioma
El campo 40 del texto" registra el idioma del texto en código
ISO 639-2. Por ejemplo:
spa para Espana
lat para Latin
"Notas"
En el campo 61 se consigna primero, si se tiene esa información,
la signatura tipográfica de la obra, la cual describe la confección física de la
misma e identifica claramente el documento que se analiza. En este campo se
ofrece información sobre el tipo de encuadernación, estado de conservacion y
otros datos que puedan llegar a describir con mayor detalle la realidad física o
de contenido del material en cuestión. Por ejemplo:
Obra seriamente deteriorada. - Presumiblemente tomo VI. - Cum pri-
vilegio regis. - Lectoris. - Aprobatio. - Index quaestionum et articulorum.
- Index disputationum. - Texto a dos columnas. - Index locorum sacrae
scripturae. - Compendium rerum. - Sin restaurar
Sign.: A-V8, X3, a-b8
"Ciudad"
El campo 66 registra el lugar donde el documento fue impreso o
editado. Se lo transcribe de la manera como aparece en el texto. Por ejemplo:
Venetiis
Lugduni
"País"
El campo 67 indica, a través dei código ISO 3166, el país donde fue
impreso o editado el texto. Por ejemplo:
AR para Argentina
ES para Espana
"Editorial"
En el campo 62 incluimos la figura dei impresor junto con la
dei editor. Esta asimilación es causante de problemas de apreciación o defi-
nición de estos dos responsables, por lo que se trabaja para su modificacion.
Este campo registra literalmente de la portada al impresor y editor con los en-
cabezamientos característicos a tales menciones de publicación. Por ejemplo:
Chez Guillaume Cavelier
apud Minimam Societatem
"Edicion"
El campo 63 indica la mención de la edicion hecha de la obra.
Se consigna como aparece en la portada. Por ejemplo:
Secunda editio, recognita atque emendata
"Referencias
Se precisa en el campo 73, cruzadas" distintas formas de
encontrar al autor, impresor y otros responsables de la obra. Por ejemplo:
Stapletono, Toma, v. Stapleton, Thomas
"Documentalista"
El campo 92 indica con siglas el nombre de quién regis-
tró los datos de la obra o de quién los ingresó a la base de datos. Por ejemplo:
TS como Tomás Solari
"Bibliotecas
Utilizamos el campo 999 participantes" para ingresar las si-
glas adjudicadas a la biblioteca que participa dei catálogo. A cada biblioteca se
le asignan siglas. Las correspondências entre institución y siglas se encuentran
en la misma página web.
BM-UNC correspondiente a la Biblioteca Mayor de la Universidad de
Córdoba
BJF correspondiente a la Biblioteca Jorge Furt
"Descriptor "Descriptor
Para los campos 87, 88 y 89 específico", ge-
"Catálogo"
nérico", se utiliza el Tesauro de la UNESCO y una adaptación
"Fecha"
El campo 64 refiere la fecha de publicación del documento citada
en la misma obra. Se transcribe en números arábigos. Por ejemplo:
1670 en lugar de MDCLXX
1723 en lugar de MDCCXXIII
Dificultades de realización
La normalización de descriptores
genéricos y específicos a fin de ser incor-
porados ai CNU.
Asesoramiento sobre catalogación de libros antiguos.
En caso de
que los fondos sean de real importância, se ofrece la informa-
tización de los fondos antiguos. Esta modalidad lentifica, de manera, su
incorporación.
Conclusión
Bibliografia
BRITOS, S. (2005). Catálogo Colectivo dei Patrimônio Bibliográfico Mexicano. Sao Pablo:
III Simpósio internacional de bibliotecas digitais.
AJENJO, J.; HERNÁNDEZ, F. (1994). Novum Regestrum: Catálogo colectivo dei patri-
monio bibliográfico iberoamericano. Madrid: Boletín de ANABAD.
GARCIA AGUILAR, I. (2004). Ese eterno desconocido dei patrimônio cultural: el libro
antiguo en México, Primer Coloquio Internacional sobre patrimônio cultural tangible
e intangible. México: Universidad Autônoma dei Estado de Hidalgo. Recuperado
noviembre, 2008 de: http://eprints.rclis.org/archive/00005858/
"Para
. (2005, julio-diciembre). empezar hay que recordar: Formación
profesional e investigación del libro antiguo en México". Revista interamericana
de Bibliotecología, 28(2). Recuperado noviembre, 2008, de: http://eprints.rclis.org/
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FERNANDEZ DE ZAMORA, R. (2003). Hacia el catálogo colectivo nacional de fondos anti-
guos: Patrimônio bibliográfico mexicano. México: XXXIV Jornadas Mexicanas de Bibliote-
conomía. Recuperado, noviembre, 2008, de: http://eprints.rclis.org/archive/00003458/
GUILLÉN BERMEJO, M. C. (2004). Novum Regestrum: Catálogo colectivo de impresos
de impresos del siglo XVI y XIX. Buenos Aires: World Library of Information Con-
gtess. Recuperado, noviembre, 2008, de: http://www.ifla.org/IV/ifla70/papers/074s-
Bermejo.pdf
Biblioteca Nacional de la República Atgentina. (2003). Catálogos: Programa nacional de
bibliografia colonial. Recuperado, noviembre, 2008, de: www.bn.gov.ar
UNESCO. (1992?). Communication & information: Memory of the world. Recuperado,
noviembre, 2008, de: www.unesco.org
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2008, de: www.bn.br
Biblioteca Nacional de Espana. Abinia: Novum Regestrum. Recuperado, noviembre,
2008, de: www.bn.es
Asociacion Mexicana de Bibliotecas e Instituciones con Fondos Antiguos. AMBIPA. Re-
cupetado, marzo, 2008, de: www.ambifa
Anexo
Abstract
This work addresses the reorganization ofthe original holdings ofthe Recife Law School
Library - the Oratorians' Collection - specially in what concerns the first actions con-
ducted, the treatment procedures (hygiene and conservation), the Gesamtkatalog der
Wiegendrucke preliminary inventory, and the bibliographical holdings technical pro-
cessing. It presents the results achieved in the first stage ofthe project, its benefits and
impacts on the academie community, and particularly on the population of the Brazilian
State of Pernambuco.
C^^^>
Introdução
"Certa
palavra dorme na sombra de um livro raro. Como
desencantá-lo? É a senha da vida, a senha do mundo".
Carlos Drummond de Andrade
Grande foi minha alegria quando encontrei à minha espera, para ser classificada e
catalogada, uma biblioteca rica em obras de Direito, é certo, mas igualmente rica
nas outras ciências sociais e até naturais, e também em literatura, filosofia, arte,
religião. Uma autêntica biblioteca humanista, no duplo sentido em que reflete a
restauração da cultura greco-romana e a universidade do saber.
Metodologia
Benefícios e impactos
Conclusão
Nota
1. VEIGA, Gláucio. Histórias das idéias da Faculdade de Direito do Recife. Recife: UFPE,
Ed. Universitária, v. 2, p. 15-49, 1981, v. 4, p. 99-107, 208-242,1984.
Bibliografia
Abstract
<T^<>
Introdução
Antecedentes
Metodologia
Resultados parciais
Resultados numéricos:
Foram mapeados e dispostos em
planilha 376 dos 651 títulos de periódicos;
Foram remanej ados 22 títulos de
periódicos, visando completar os títu-
los que se encontram armazenados no acervo retrospectivo da Biblioteca
de Ciências Biomédicas, Pavilhão Haity Moussatché.
Considerações finais
entre o passado e futuro com seu acervo de periódicos científicos, não ape-
nas como memória técnico-científica, mas como um verdadeiro centro de
informação.
Notas
Bibliografia
"Pano-
ANJOS, C. R.; CALIXTO, A. P C; MARINHO, S. M. O. X.; SILVA, C. P
rama parcial do inventário da coleção de periódicos retrospectivos da Biblioteca de
Manguinhos". Informação & Sociedade: Est., João Pessoa, v.16, n.l, p.147-157, jan./
jun. 2006.
CAMPELLO, B. S.; CAMPOS, CM. Fontes de informação especializadas: características
e utilização. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 1993.
"The
MCKIE, D. Scientific Periodicals from 1665 to 1789". In: MEADOWS, A. J.,
(Ed.). The Scientific Journal. London: ASLIB, 1979. (ASLIB Reader Series, 2).
RODRIGUES, J. G. Socialização do acesso à coleção de periódicos científicos raros da Fio-
cruz. Rio dejaneiro: Projeto Paper/Fio cruz, 2002-2004.
"Passado
STUMPF, I. R. C. e futuro das revistas científicas". Ciência da Informação.
Brasília, v. 25, n. 3, p. 383-386, 1996.
VALERIO, P M. O espelho da ciência. Rio dejaneiro: FINEP, 1994.
"A
WELTMAN, W. L. produção científica publicada pelo Instituto Oswaldo Cruz no
período 1900 a 1917: um estudo exploratório". História Ciências Saúde - Mangui-
nhos. Rio dejaneiro, v. 9, n. 1, p. 159-186, 2002.
ZIMAN, J. M. A força do conhecimento: a dimensão científica da sociedade. São Paulo:
Edusp, 1981.
Abstract
<T^J>
Introdução
Objetivos
Objetivo geral
• Promover a socialização do conhecimento histórico e científico em saúde
preservado pelo ICICT
Objetivos específicos
Proceder ao levantamento histórico e biobibliográfico;
Proceder à descrição bibliográfica da obra/exemplar;
Disponibilizar o acesso à coleção de obras raras na base de dados Acervos
bibliográficos;
Manter intercâmbio informacional com as bases de dados nacionais e
internacionais;
Buscar
parcerias nacionais e internacionais visando à disseminação do
acervo.
Metodologia
OBRAS
MAPEADAS
/-— \ 26%
Considerações finais
Notas
Bibliografia
"A
PINHEIRO, A. V Biblioteconomia de Livros Raros no Brasil, necessidades, proble-
mas e propostas". Revista de Biblioteconomia e Comunicação. Porto Alegre, v.5, p.4l-
44, jan./dez. 1990.
Este trabalho apresenta o resultado final do inventário da biblioteca Lélio Gama, que
faz parte do estudo sobre as coleções especiais da Biblioteca do Museu de Astronomia e
Ciências Afins (MAST) destinado a gerar subsídios para a elaboração de uma política de
preservação. Em continuidade ao que foi apresentado no VII ENAR, relata-se aqui o tra-
balho e as reflexões realizados após o inventário: o estudo das características intrínsecas e
"coleção
extrínsecas das obras que se enquadram no parâmetro de especial"; a identifica-
ção das metodologias de bibliologia nas análises empreendidas; o caráter interdiscíplinar
do inventário; a importância do planejamento em estudos dessa natureza; bem como
a necessidade de ampliação do corpus teórico-metodológico relativo à preservação de
acervos bibliográficos
Abstract
This work presents the final outcome ofthe inventory carried out in Lelio Gama library,
as part ofthe study on the Museum of Astronomy and Related Sciences (MAST) library
special collections with the intent of yielding subsidies to develop a preservation policy.
As a continuation of what was presented in the VII Rare Collections National Meeting
(ENAR), we report the job performed and the reflections made after the inventory: the
study ofthe intrinsic and extrinsic characteristics ofthe works that fit the parameter of
'special
collection'; the identification ofthe bibliological methodologies in the analyses
carried through; the interdisciplinary nature of the inventory; the relevance of planning
in this kind of study; as well as the need of extending the theoretical and methodological
corpus related to the preservation of bibliographical holdings.
Keywords: Museum of Astronomy and Related Sciences (MAST) library. lélio Gama li-
brary. Inventory. Special collections.
<r^^>
Introdução
* Este trabalho é dedicado a todos os servidores da Biblioteca e Arquivo de História da Ciência do MAST
que, nos anos 80 do século passado, como estagiários, desbravaram o acervo bibliográfico e documental dessa
instituição mediante um eficiente trabalho multidisciplinar.
O nome de Lélio Gama evoca lembranças amenas e respeitosas. Lembra uma pes-
soa suave, de trato gentil, voz grave, modo tímido, terno de linho claro, sempre
de gravata. Faz recordar o matemático fino, de estilo elegante, pensamento sutil,
idéias claras e nítida percepção, entre os meandros às vezes traiçoeiros da sua
Ciência. [...] O nome Lélio Gama [...] é símbolo de dignidade, de fiel servidão
à Ciência, de viagens de dedicação a um nobre ideal até seu último dia de vida.3
No final dos anos 80, quando a coleção Lélio Gama foi recebida pela bi-
blioteca do MAST, o tratamento possível no momento foi o comumente pra-
ticado em biblioteconomia: registro, classificação e catalogação.
Com o amadurecimento técnico da equipe da biblioteca do MAST e dian-
te da possibilidade de inclusão de mais um membro na equipe, vislumbrou-se
a oportunidade de realizar um estudo sobre as coleções especiais do acervo. O
mote desse estudo foi o estabelecimento de parâmetros para a elaboração de
uma política de preservação e acesso da biblioteca. Para essa pesquisa foram
isolados três objetos de estudo, dentre os quais estava o acervo bibliográfico de
Lélio Gama. A escolha desse acervo como objeto de pesquisa fundamentou-se
na sua característica de acervo particular e o que isso representa no âmbito da
história do livro e da leitura.
A partir do início do século XX, houve um aumento de interesse nesse
tema, sobretudo seguindo as abordagens de Henri-Jean Martin, Michel Ma-
rion, Daniel Roche, Le Gofif, Robert Darton, Rocher Chartier entre outros.
Todos estes dedicaram pesquisas à formação de bibliotecas particulares, anali-
sando uma série de aspectos que levaram outros pesquisadores a despertarem
para o caráter nada silencioso desse tipo de acervo. No Brasil é possível desta-
car o trabalho de Eduardo Frieiro, que analisou a biblioteca do cônego Luís
Vieira da Silva e Ciado Ribeiro de Lessa, na sua investigação sobre bibliotecas
brasileiras dos tempos coloniais. Dentre tantos outros vultos que tomaram
como assunto de pesquisa bibliotecas particulares, é necessário destacar a his-
toriadora Tânia Bessone, que em Palácio de destinos cruzados apresentou um
estudo de grande interesse para os que desejam seguir essa seara.
Para pontuar a relevância desse VIII ENAR, vale indicar um ponto de
convergência entre as pesquisas citadas: o inventário. Como principal fonte de
pesquisa, esse valioso instrumento serviu também como memória de acervos
já desaparecidos e que podem ser reconstituídos e analisados a partir desse
rol de livros. A maioria dos inventários utilizados foram os chamados post
mortem. Embora haja alguma diferença entre os inventários praticados em
bibliotecas, seu principio é o mesmo, e o que se destaca aqui é: qualquer que
seja sua classificação, o inventário constitui um importante lugar de memória.
No âmbito da biblioteconomia, podemos inserir o inventário no universo
de formação e desenvolvimento de coleções, no sentido de que é imprescin-
dível que o gestor de biblioteca tenha o controle e o conhecimento do acervo
que a compõe. Essa atitude favorece uma série de tomadas de decisões e,
principalmente, contribui para a segurança do acervo, pois, ao inventariar
JEANS, James. The astronomical horizon. London: New York: Toronto: Geof-
frey Cumberlege; Oxford University Press, 1946. 21p. (The Philip Maurice
Deneke Lecture, 1944).
'buliço-
Dedicatória: Pa o am° Lelio ler e meditar bem durante as noites ricas de
sas' estrelas de Vila Rica, [ilegível] Domingos [ilegível] 10/9/950.
As notas de raridade e/ou importância que tanto contribuem para esse tipo
de descrição não foram adicionadas devido à dificuldade de localizar fontes
bibliográficas que tratem dos assuntos identificados na biblioteca. Para não
abrir mão desse tipo de qualificador, ao final desse trabalho, a lista com o rol
de livros foi entregue a uma astrônoma que pesquisa, de longa data, a biogra-
fia de Lélio Gama e sua atuação como pesquisador. Trata-se da Dra. Teresinha
Rodrigues, vinculada ao Observatório Nacional, que passou a contribuir para
a atribuição de valor histórico e de pesquisa a coleção bibliográfica.
"as
Tânia Bessone afirma que bibliotecas particulares se formam a partir
de escolhas pessoais, que podem estar vinculadas às necessidades acadêmicas,
profissionais [...]"17. Na biblioteca Lélio Gama fica claro que o caráter é fran-
camente profissional e acadêmico. Com base em su é possível verificar que há
livros que fizeram parte tanto de sua vida de docente no Instituto Politécnico
quanto de pesquisador do Observatório Nacional e do Instituto de Materna-
tica Aplicada.
"la
Como considera Gracia18 coleccion de libros de la persona que se estu-
dia es la coleccion del momento y, por conseguiente, la imagen que muestra
de él es tambien la de esse momento". Tem-se na biblioteca Lélio Gama a
possibilidade de traçar um perfil da evolução dos estudos da variação da lati-
tude — assunto muito presente e do qual foi um dos grandes pesquisadores —,
assim como das bases da dinamização do ensino da matemática no país e, da
mesma forma, como um dos expoentes da formação da ciência no Brasil, em
que estágio esse processo estava no período em que formou seu acervo.
As dedicatórias identificadas podem ser um elemento para estabelecer as
redes de sociabilidade de Lélio Gama. A verificação das ocorrências no eam-
po das marcas de circulação favorecem a análise do mercado livreiro na área
da ciência no Rio de Janeiro do início do século XX. As marcas de leitura
são freqüentes e abundantes nessa biblioteca e certamente serão no futuro
melhor identificadas - inclusive quanto ao ineditismo - por pesquisadores
especializados.
Considerações finais
Notas
13. Indica-se como referencial para estes estudos no Brasil a metodologia desenvolvida
pela bibliotecária Ana Virgínia Pinheiro, chefe da Divisão de Obras Raras da Biblioteca
Nacional.
14. Entende-se como marcas de circulação selos ou carimbos de livreiros e de encaderna-
dores. Seguimos o conceito já trabalhado pela bibliotecária Ana Virgínia Pinheiro.
15. Cândido, 1990 apud FERREIRA, 1999, p. 17.
16. FRIEIRO, Eduardo. O diabo na livraria do Cônego. Belo Horizonte: Livraria Cultura
Brasileira, 1945.
17. FERREIRA, Tânia Maria Tavares Bessone da Cruz. Palácio de destinos cruzados: ho-
mens e livros no Rio de Janeiro, 1870-1920. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999.
p. 52.
"Lector,
18. GRAÇIA, Manuel José Pedraza. lecturas, bibliotecas...: el inventario como
fuente para su investigación histórica". Anales de documentación, n° 2, p. 148, 1999. Dis-
ponível em: <http://eprints.rclis.org/archive/000l4l27/>. Acesso em: 2 ago. 2008.
19. ZAID, Gabriel. Livros demais!: sobre escrever e publicar. São Paulo: Summus, 2004.
p. 14.
"Revendo
20. VIANNA, Glória. a Biblioteca Machado de Assis". JOBIM, José Luis
(org.). A Biblioteca de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras;
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Bibliografia
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BARRETO, Luiz Muniz. Lélio Gama: the father of brazilian geomagnetism. Rio de Ja-
neiro: Observatório Nacional, 1997.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel,
1990.
DARTON, Robert. O beijo de Lamourete: mídia, cultura e revolução. São Paulo: Com-
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FERREIRA, Tânia Maria Tavares Bessone da Cruz. Palácio de destinos cruzados: homens
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FRIEIRO, Eduardo. O diabo na livraria do Cônego. Belo Horizonte: Livraria Cultura
Brasileira, 1945.
GRAÇIA, Manuel José Pedraza. Lector, lecturas, bibliotecas...: el inventario como fuen-
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Disponível em: <http://eprints.rclis.org/archive/000l4l27/>. Acesso em: 2 ago. 2008.
MARION, Michel. Recherches sur lês bibliothèques privées á Paris au milieu du XVIII
siècle: 1750-1759. Paris: Bibliothèque Nationale, 1978.
SILVA, Clovis Pereira da. A contribuição de Lélio Gama para o desenvolvimento da mate-
mática superior no Brasil. Curitiba, 1999 (em fase de pré-publicação).
SODRÉ, Nelson Werneck. Louvor de Lélio Gama. In: MUSEU DE ASTRONOMIA
E CIÊNCIAS AFINS. Arquivo Lélio Gama: inventário sumário. Rio de Janeiro: O
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VIANNA, Glória. Revendo a Biblioteca Machado de Assis. In: JOBIM, José Luis (Org.).
A Biblioteca de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras; Top-
books, 2001. p. 100-125.
ZAID, Gabriel. Livros demais!: sobre escrever e publicar. São Paulo: Summus, 2004.
Abstract
This communication deals with the recent finding of a photograph of historical value
in Livraria José Olympio Editora documental holdings, incorporated, in 2006, to the
Manuscripts Division of the National Library of Brazil. This image, produced by Marc
Ferrez, pictures one of the halls of the Fiscal Island Palace in Rio de Janeiro, a little be-
fore taking place the bali in homage to the crew of the Chilean dreadnought battleship
Almirante Cochrane. The party, to which were present members ofthe National political
"the
elite as well as the state of Rio de Janeiros aristocracy, became known as last bali of
the Empire".
Keywords: livraria José Olympio Editora documental holdings, Marc Ferrezs photograph,
"last
Fiscal Island Palace in Rio de Janeiro, bali ofthe Empire".
<r^^>
outubro de 2006, a Fundação Biblioteca Nacional recebeu o acervo
da Livraria José Olympio Editora, doado pelos familiares do empresa-
Emrio Henrique Sérgio Gregori - fundador da filial brasileira da empresa
Xerox -, que em 1984 adquiriu o controle acionário da empresa, então sob a
tutela do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fundada em 1931, a editora e livraria teve um papel destacado no cenário
cultural brasileiro ao divulgar a obra de alguns dos mais notáveis escritores
brasileiros, como José Lins do Rego, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Ra-
chel de Queiroz, Gilberto Freyre, Guimarães Rosa, entre tantos outros que
contribuíram para solidificar o panorama literário brasileiro no século XX.
Esse feito deve-se, em especial, à figura do seu fundador, José Olympio (1902-
1990), cuja identidade, não por acaso, sempre esteve diretamente associada à
da instituição.
O acervo, abrangendo os oitenta anos de atividades da editora, é consti-
tuído principalmente pela correspondência trocada entre escritores e o editor
José Olympio, documentos administrativos (com informações preciosas para
a compreensão do funcionamento de uma editora na época), fotografias e
recortes de jornais e revistas (com notícias sobre os acontecimentos na área
editorial), projetos gráficos para cartazes e capas de livros, ilustrações criadas
por renomados artistas brasileiros, como Santa Rosa, Poty, Eugênio Hirsch,
Gian Calvi etc.
Não obstante ser composto por documentos, em sua grande maioria, do
último século, há também no acervo alguns documentos do século XIX. A
fotografia de Ferrez do salão de bailes no palacete da Ilha Fiscal - feita prova-
velmente pouco antes do início da festa — é, sem dúvida, uma peça notável,
pois são raras as representações do baile que se tornou, para contragosto de
seus organizadores, um irônico símbolo do declínio final da Monarquia.
Em preto e branco, papel albuminado e medindo 16 x 22,5 cm, a fotogra-
fia de Ferrez retrata o salão principal do palacete com mobiliário e ornamen-
tação festiva, tendo ao fundo o retrato do almirante Cochrane, o oficial inglês
que integrou as forças navais do Chile e, depois, do Brasil durante as guerras
de independência nesses dois países. O cartão-suporte mede 17,5 x 25 cm e
"Marc
traz impresso em seu verso o nome e endereço do fotógrafo: Ferrez,
Rua S. José, 88", além de mais algumas anotações manuscritas feitas a tinta.
Nascido no Rio de Janeiro em 1843, Marc Ferrez foi responsável por par-
cela considerável das fotografias do fim do período monárquico e início do
republicano, tendo legado à memória e história nacionais alguns dos mais sig-
nificativos registros do início da transformação da sociedade rural e escravista
í*!*:
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.'**¦'
Salão de baile do palacete
da Ilha Fiscal preparado
para a festa em homenagem
à Marinha chilena: ao
fundo o retrato de Thomas
Cochrane, o almirante
inglês que ajudou a
assegurar as independências
do Brasil e do Chile.
Foto inédita de Marc Ferrez
[9 nov. 1889]
236
"D.
brasileira. A fotografia em questão encontrava-se na pasta intitulada Pe-
dro II — solenidades — coroação — inauguração E. [Estrada] de Ferro Pedro
II — baile da Ilha Fiscal — etc — soberano visitando doentes", juntamente com
outras reproduções fotomecânicas que retratam momentos emblemáticos da
família real. O documento, pode-se supor, talvez viesse a ser utilizado para
ilustrar livros de história do Brasil publicados pela editora, como alguns títu-
los de Pedro Calmon e Octávio Tarquínio de Sousa.
A fotografia recebeu na Divisão de Iconografia da Biblioteca Nacional o
"Sala
título de baile da Ilha Fiscal preparada para a festa de 9 de novembro de
1889, em honra da marinha Chilena". O título foi extraído do papel colado
originalmente no verso do cartão-suporte, com informações datilografadas
atribuídas por funcionários da Livraria José Olympio Editora, e retirado de-
pois por ocasião do tratamento de conservação em 2009.