Definição: trata-se de uma doença venérea com sérias repercussões econômicas na
espécie bovina e nos índices reprodutivos do plantel.
Etiologia: Campylobacter foetus veneralis e Campylobacter foetus intestinalis
(repercussão digestiva, não grave).
Sinonímia: aborto infeccioso, aborto vibriônico, vibriose, etc. É uma doença que produz abortamento entre o 5º e 7º mês de gestação, normalmente, além de produzir infertilidade, repetição de cio, entre outros danos às taxas de concepção.
Fontes de infecção: a principal fonte de infecção para vacas é o sêmen.
Patogenia e lesões: após a penetração do Campylobacter foetus contido no sêmen
contaminado, em 15 dias o embrião já pode estar infectado com ocorrência concomitante de placentite com exsudação sero-fibrinosa seguida da infiltração neutrofílica e necrose das vilosidades coriônicas. Após o abortamento, os cotilédones estarão edemaciados. Esses abortamentos ocorrem principalmente no terço médio da gestação (5º-7º mês). Eventualmente tais abortamentos podem estar acompanhados de retenção placentária. Em caso de necessidade de colher material para cultivo, os cotilédones são excelentes fontes de C. foetus.
Sintomas: abortamentos entre 5º e 7º mês de gestação, infertilidade com repetição de
cio, repercutindo direta e negativamente na taxa de reprodutividade do rebanho. As infecções vibriônicas podem ficar restritas à vagina da vaca, podendo, entretanto, a qualquer momento da prenhez atingir o útero e seus anexos. Após alguns abortamentos, a vaca pode apresentar-se clinicamente normal, podendo até mesmo levar a gestação a termo, porém continuará infectada e eliminando Campylobacter foetus no ambiente e infectando touros, nesses casos é como se houvesse uma imunidade uterina possibilitando a gestação. Nos machos não há sintomas nem lesões aparentes.
Diagnóstico: CLÍNICO → a não ser pelos abortamentos aumentados no âmbito do
rebanho, repetição de cio e outros indicadores reprodutivos, é difícil fechar um diagnóstico clínico, entretanto, a ocorrência da alteração desses índices reprodutivos dentro do plantel podem levar o criador a uma primeira suspeita da doença. LABORATATORIAL → consiste em pesquisar por microscopia de campo escuro o C. foetus, através do cultivo e isolamento e prova da gota pendente, onde apresentará movimentos de cambalhota (a bactéria apresenta uma organela motora chamada de flagelo polar). De posse da placenta pode-se puncionar os cotilédones e fazer cultivo e isolamento, fazer a impressão cotiledonária (decalque) e observar em microscopia a bactéria fixada (vibrio, Gram negativo), pode-se fazer o teste da gota pendente. Sem a posse da placenta tenta-se isolar a bactéria a partir do suco gástrico do feto abortado, fragmentos de fígado do feto, do lavado prepucial do touro que cobriu a vaca, do lavado vaginal da vaca. Para sêmen usa-se Bactethiol ou Ágar-sangue com bacitracina e novobiocina. Tratamento: tratamento sistêmico usando 10mg∕kg de estreptomicina IM, durante 3 dias, concomitante faz-se aplicação de 5g do mesmo antibiótico de aplicação local (prepúcio ou vagina), após o tratamento, testar os animais após 30 dias, se ainda tiver infecção, repetir tratamento.
Profilaxia: animais tratados devem ficar de 3 a 4 meses fora da reprodução, deve-se
vacinar as novilhas 1 mês antes de entrarem para reprodução e repetir anualmente, deve- se retirar animais doentes do programa de cruza, fazer monta controlada ou inseminação artificial, testar os animais antes de reintroduzi-los no programa de cruza.