Anda di halaman 1dari 13

INSPIRAÇÃO

arte e história
SÉRIE DE DOCUMENTÁRIOS COM FICÇÃO
5 episódios – 50 minutos
LOGLINE / PROPOSTA / SINOPSE DE 5 EPISÓDIOS

criação

1
ANGÉLICA KALIL
INSPIRAÇÃO
arte e história

LOGLINE

A trajetória de uma OBRA DE ARTE, desde sua criação até a chegada

ao museu onde se encontra, contada através de depoimentos,

imagens de arquivo e trechos de ficção.

PROPOSTA

Quantas histórias existem em uma obra de arte? Qual a motivação

do artista? Como ela foi concebida? Quem são os personagens

retratados? O que acontecia no mundo e na vida do autor?

A proposta desta série é contar a história de 5 obras de arte:

SAUDADE, de José Ferraz de Almeida Júnior;

ROSA E AZUL, de Pierre-Auguste Renoir;

GUERRA E PAZ, de Candido Portinari;

ABAPORU, de Tarsila do Amaral;

OS DOZE PROFETAS, de Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho).

Cada episódio terá como PROTAGONISTA uma das obras acima. Trata-

se de uma proposta narrativa que traz a possibilidade de uma

abordagem original e surpreendente. E de mostrar os bastidores da

criação, aproximando o olhar do público em relação à arte.

Por meio de depoimentos de historiadores, curadores, artistas,

professores e familiares dos artistas, o programa pretende

2
mostrar o processo de concepção de cada obra; as características

que a tornam relevante do ponto de vista artístico; como ela se

relaciona com outras obras na história da arte; curiosidades

sobre a arte e seu criador que costumam ser desconhecidas do

público; e como este mesmo público sente a obra quando a observa

em um museu ou livro. Imagens de arquivo que ilustrem toda essa

trajetória serão usadas não apenas como ilustração, mas como

parte do fio condutor do roteiro.

Alternando com os depoimentos, situações ficcionais servirão para

mostrar os momentos mais marcantes da criação da obra em questão

e em que sentido ela mobilizou a vida do artista que a criou.

E para ir mais fundo nos processos criativos, o espectador também

vai conhecer o trabalho dos atores que vão encenar os trechos

ficcionais e dar vida a personagens que muitas vezes temos poucas

informações históricas. A maneira como forem pensados os

figurinos, cenários, música e concepção visual também será

mostrada. O objetivo é fazer com que o espectador participe da

criação artística e seja levado pelos mistérios que a arte

carrega em si e deixa em nós.

Em comum os episódios têm o mesmo ponto de partida e chegada: a

obra de arte exposta ao público, seguida de uma elipse que nos

leva ao momento em que o artista a tinha sob a criação de suas

3
mãos. Depois do desenrolar de todo o episódio, uma outra elipse

da obra nos faz voltar ao museu e aos dias de hoje.

SINOPSES

EPISÓDIO 1
SAUDADE (1899)
José Almeida Júnior
Pinacoteca do Estado –
São Paulo

A tela SAUDADE foi pintada

por José Ferraz de Almeida

Júnior, morto a facadas em

um crime passional em frente

ao Hotel Central de

Piracicaba, interior de São

Paulo. O assassinato foi

cometido por seu primo, José

de Almeida Sampaio, casado

com a também prima dos dois,

Maria Laura de Amaral

Rangel, com quem Almeida

Júnior manteve um

relacionamento secreto por

muitos anos.

SAUDADE é considerada uma obra premonitória, pois foi pintada no

último ano de vida do artista e a modelo parece ser inspirada na

espanhola Rita Ibarra, com quem Almeida Júnior também se

4
relacionava e mãe do único filho registrado por ele. As lágrimas

e o luto da mulher que chora contidamente ao olhar uma foto que

nós não vemos torna a cena deste quadro cenário para a criação de

vários imaginários - uma das principais características das obras

deste pintor, que é fazer com que o observador seja levado pelas

possíveis histórias dos personagens retratados. As tonalidades

ocres, o rigor geométrico implacável e as referências aos grandes

mestres da pintura são outras marcas do artista fortemente

presentes em SAUDADE - um dos quadros mais importantes da

Pinacoteca do Estado de São Paulo e da arte brasileira. O chapéu

de palha pendurado perto da janela seria do próprio Almeida

Júnior, artista célebre ainda em vida e que circulava tanto nas

altas rodas da elite cefeeira paulista da época, quanto pelo

mundo simples dos caipiras.

O que se sabe sobre a vida deste pintor, um sedutor de forte

sotaque do interior de São Paulo e temperamento tímido, é

pesquisado com base nas notícias dos jornais da época. Muito se

falava sobre o filho ilustre do estado que ganhou o mundo por

meio de bolsas de estudo garantidas por Dom Pedro II, admirador

de seu trabalho.

Por isso, neste episódio, a parte ficcional terá como fio

condutor da narrativa essas notícias. Relatos que vão transportar

o espectador aos últimos meses da intensa vida de Almeida Júnior,

interrompida de maneira prematura quando ele tinha 49 anos.

5
EPISÓDIO 2
ROSA E AZUL (1881)
Pierre Auguste Renoir
Museu de Arte de São Paulo – MASP

A célebre tela ROSA E AZUL foi

descoberta por acaso, abandonada

em um apartamento de Paris, em

1900, quase vinte anos após ser

pintada. Depois, passou a integrar

o acervo da Galeria Bernheim-Jeune

et Fils, na capital francesa. Em

seguida, foi adquirida por um

colecionador de Mônaco e depois

por um de Nova York que permitiram

que a tela viajasse para

exposições em vários lugares do

mundo. Em 1952, a obra foi vendida

em um leilão para Assis Chateaubriand, que aproveitou a baixa no

mercado de arte depois da guerra para formar o acervo do MASP,

onde hoje ROSA E AZUL é um dos quadros de maior destaque.

É uma pintura impressionista, com a superfície pincelada de

acordo com a variedade das texturas retratadas. Os cabelos têm

superfícies suaves e brilham e as rendas são feitas através de

pontilhados que nos dão a ideia de volume dos vestidos.

6
Também conhecida como As

meninas de Cahen d’Anvers, a

tela foi encomendada pelo

banqueiro judeu Raphael Cahen

d’Anvers e retrata duas de suas filhas, Alice, de 5 anos, que nos

mostra uma expressão chorosa, e Elizabeth, de 6 anos, que parece

estar mais disposta a posar para o pintor. A mais velha morreu a

caminho de Auschwitz, com 69 anos. A menor viveu até os 89 e

lembrava que o tédio das sessões era compensado pelo prazer de

vestir a roupa de festa.

A família, que morava no número 66 da Avenue Mantaigne, em Paris,

aparentemente não gostou da pintura, que permaneceu desconhecida

até ser encontrada e considerada um dos retratos mais

emblemáticos produzidos por Renoir. O curioso caminho desta obra,

desde a concepção e abandono em Paris até a descoberta e chegada

às paredes do MASP, será o fio condutor da narrativa ficcional.

EPISÓDIO 3
GUERRA E PAZ (1956)
Candido Portinari
Sede da ONU – EUA

Os dois grandes painéis medindo 14m x

10m de GUERRA E PAZ, concebidos para a

sede da ONU, em Nova York, foram

pintados no Brasil, no auditório dos estúdios da TV Tupi. Por

7
problemas políticos, já que era filiado ao Partido Comunista,

Portinari não foi autorizado a entrar nos Estados Unidos nem para

a inauguração da obra, em 1957.

Mesmo contrariando orientações

médicas, já que estava com sintomas

de intoxicação devido ao chumbo das

tintas, o artista dedicou-se por

quatro anos àquela que seria sua obra-síntese: um diálogo entre o

belo e o trágico, a fúria e a poesia, o mal e o bem. GUERRA

apresenta uma estruturação horizontal e tons azuis escuros. PAZ

nos mostra uma leitura vertical com azuis mais claros. A cada

detalhe, temas universais como a morte, o lamento, a raiva; ou a

alegria, a colheita, a brincadeira.

Antes de seguir para a ONU, os

painéis de GUERRA E PAZ foram

expostos no Teatro Municipal do

Rio de Janeiro com a presença

do então presidente Juscelino

Kubitschek. Visitantes fizeram

filas que se estenderam noite a dentro para ver as telas. Era a

primeira vez que o público ia ao teatro ver uma pintura no lugar

de uma encenação. Naquele dia, Portinari - que morreria quatro

anos depois - viveu a emoção de ver de perto sua arte tocar uma

multidão de pessoas comuns. As mesmas que retratara durante toda

vida. Uma volta às origens humildes que o fez perder a voz.

8
A narrativa ficcional deste

episódio mostrará a noite no

Teatro Municipal e o intenso

esforço físico e operacional para a realização das telas. Tudo

isso em meio a revelação médica que mostrou ser o ponto mais

dramático da vida de Portinari, a de que estava com intoxicação

pelas tintas que usava para fazer o que, segundo ele, o matinha

vivo. Um paradoxo que GUERRA E PAZ também simbolizou.

EPISÓDIO 4
ABAPORU (1928)
Tarsila do Amaral
Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires -
Argentina

Quando pintou o ABAPORU,

Tarsila do Amaral queria

impressionar seu marido, o

escritor Oswald de Andrade.

E conseguiu. A obra o

impactou de tal forma que

serviu de inspiração para a

elaboração do Manifesto

Antropófago, onde ele

propunha que a cultura

9
brasileira devorasse a estrangeira e a partir dela criasse uma

identidade própria. O dia em que Oswald ganhou a tela era seu

aniversário e o casal estava em casa, na companhia do poeta Raul

Bopp. Ao falarem sobre suas impressões ao ver a pintura, os dois

se referiram a sensação de estarem diante de um ser originário da

terra. Tarsila então buscou um dicionário tupi-guarani para

batizar sua obra, que significa “homem que come carne humana.”

No entanto, ao que parece, ABAPORU é mais um dos autorretratos da

pintora. Em 2014, a sobrinha-neta da artista revelou acreditar

que Tarsila tenha se inspirado no reflexo que via de si mesma em

um espelho inclinado, apoiado na parede que ficava na entrada do

atelier da artista.

Além do ângulo deste espelho refletir uma imagem com as

proporções da figura retratada, os familiares ainda lembram que

Tarsila tinha os dedos dos pés semelhantes ao do ABAPORU. A tese

parece se encaixar bem quando lembramos que a obra foi criada

como um presente especial para um grande amor.

A ideia é usar a ficção para levar o espectador a fazer parte

deste importante momento para a arte e a cultura brasileira, o

dia em que Tarsila do Amaral mostrou para Oswald de Andrade a

tela que viria ser a obra mais importante da história da arte

brasileira. A proposta ficcional deste episódio é apresentar a

relação de Tarsila com os autorretratos a partir de ABAPORU,

10
mostrando o que acontecia na movimentada vida da artista no

momento em que foram criados. A pintora, conhecida por sua

beleza, forte presença e comportamento de vanguarda para uma

mulher da época que viveu, fez vários autorretratos no decorrer

de sua vida.

EPISÓDIO 5
OS DOZE PROFETAS (1805)
Francisco Antônio de Lisboa (Aleijadinho)
Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos
Congonhas do Campo – Minas Gerais

O conjunto de esculturas dos DOZE PROFETAS é tombado pelo IPHAN

(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e

considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO (Organização das

Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A

organização cenográfica perfeita das esculturas feitas de pedra

sabão, a posição de cada um dos profetas e a maturidade do

trabalho do artista colocam esta obra entre as mais importantes

de Aleijadinho e da arte barroca no mundo.

11
Francisco Antônio de Lisboa, filho de um arquiteto português e

uma escrava africana, nasceu em Ouro Preto, no período em que a

região do estado de Minas Gerais vivia o ciclo de riqueza do

ouro. Sua trajetória é resgatada com dificuldade, já que que as

pesquisas sobre sua vida se baseiam em uma biografia escrita por

Rodrigo José Ferreira Bretas, 44 anos após a morte do artista e

baseada em depoimentos muitas vezes fantasiosos. Na época também

não era costume assinar as obras, razão pela qual o legado de

Aleijadinho também depende de confirmações e estudos que

comprovem sua autoria.

Porém, o que se sabe é que as criações dele se dividem em três

fases. A primeira, quando ainda estava definindo seu estilo

(1760/1774); a segunda, já apresentando segurança e serenidade

(1774-1790); e a última, onde a espiritualidade é notada de

maneira muito forte (1790 até sua morte, em 1814).

As características da arte desse mineiro são influenciadas pelo

aparecimento da doença que lhe deu o apelido de Aleijadinho. Não

se sabe ao certo que enfermidade foi essa, pesquisadores e

médicos nunca chegaram a uma conclusão sobre o tema - lepra,

reumatismo deformante, intoxicação, sífilis, escorbuto, artrite e

poliomielite são algumas das possibilidades até hoje não

confirmadas. Os sinais começaram a se manifestar em 1977 (momento

em que sua obra estava na considerada segunda fase), quando ele

12
tinha por volta de 40 anos e mudaram totalmente seu

comportamento. De um homem alegre, amante das danças populares e

da boa mesa, ele foi se transformando em uma pessoa de humor

colérico e irônico. Perdeu a visão de um dos olhos, os dedos dos

pés e das mãos, a capacidade de se locomover sozinho. No final da

vida, precisava que lhe atassem as ferramentas nas mãos para

poder esculpir e costumava trabalhar à noite, incomodado pela

reação das pessoas em relação a seu aspecto. Mesmo deformado e

tomado pelo sofrimento físico, Aleijadinho seguiu produzindo até

o final da vida.

A proposta é usarmos as mãos do


Mas sempre realizando obras
artista como fio condutor da
soberbas, como as esculturas
narrativa ficcional. Sadias no
dos DOZE PROFETAS – trabalho
começo da trajetória, debilitadas
realizado já na terceira fase,
no meio e totalmente desfiguradas
por um escultor bastante doente
no fim.
e que mostra não só o talento

artístico de Aleijadinho, mas sua inteligência, conhecimento

histórico, persistência física e sabedoria espiritual.

13

Anda mungkin juga menyukai