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O heptadecágono com régua e compasso

Miguel V. S. Frasson, ICMC – USP


14 de março de 2018

Dedicado ao Prof. Alceu de Amorim Ramos


No começo de meus estudos, contaram-me a curiosidade de que havia uma construção com ré-
gua e compasso para o polígono regular de curiosos 17 lados. Agora, décadas mais tarde, encontrei-
me com o assunto explicado, surpreendi-me que não é nenhum bicho de sete cabeças e gostaria
de expô-lo com o máximo de simplicidade, para qualquer um que queira uma bela aventura pelo
conhecimento, usando como ferramentas geometrias clássica e analítica, números complexos e
trigonometria.
O matemático alemão Johann Carl Friedrich Gauss (1777–1855) foi o pioneiro na solução
desse problema em aberto desde a antiguidade clássica, tratando-o essencialmente no seu trabalho
Disquisitiones Arithmeticae [5], dando as ideias em linhas gerais. Este feito nasceu de seu estudo
das raízes da unidade, ou seja, das raízes (complexas) da equação zn = 1, que no plano complexo
estão nos vértices de um polígono regular de n lados, inscrito na circunferência unitária. Gauss
mostrou como montar uma sequência de equações quadráticas em que os coeficientes da próxima
são expressas em termos simples das raízes das anteriores, no final da qual temos as coordenadas
k
de z 6= 1 tal que zn = 1, quando n é um produto de primos distintos da forma pk = 22 + 1. Ora, os
únicos primos dessa forma conhecidos são 3, 5, 17, 257 e 65.537, os chamados primos de Fermat.
Como sempre podemos dividir um arco ao meio, podemos construir também as potências de 2
vezes esses produtos de primos distintos de Fermat. Mostrou-se mais tarde que estes são todos os
casos. Demostrando estar orgulhoso de seu resultado, traz no epílogo daquela obra prima a lista
dos polígonos regulares construíveis com régua e compasso com até 320 lados, que reproduzimos
aqui, destacando os primos de Fermat:
n = 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 15, 16, 17, 20, 24, 30, 32, 34, 40, 48, 51, 60, 64, 68, 80, 85,
96, 102, 120, 128, 136, 160, 170, 192, 204, 240, 255, 256, 257, 272, 320, . . .
Gauss abriu o caminho, deixando a outros a elaboração de construções. Um século mais tarde
houve um melhoramento notável feito por Herbert William Richmond (1863–1948), que engenho-
samente encontrou uma relação trigonométrica simples que facilitava enormemente a construção.
Faremos aqui uma adaptação das ideias que Gauss e Richmond empregaram que levam à de-
dução da construção mais usual do heptadecágono. Ao final, deixamos como exercício a aplicação
dessas ideias para uma construção pouco usual do pentágono regular.

Construções com régua e compasso


Com régua e compasso, podemos passar uma reta por dois pontos, traçar uma circunferência dado
o centro e um ponto sobre ela e criar pontos nas interseções de duas retas, duas circunferências ou
1
uma reta com uma circunferência. Eis a base da geometria clássica. Com isso podemos somar, sub-
trair, multiplicar e dividir medidas de segmentos, assim como extrair raízes quadradas (e portanto
podemos resolver equações do 2º grau com medidas já construídas!), mas não mais do que isso: é
um exercício de geometria analítica mostrar que as coordenadas dos novos pontos criados nos três
casos de interseção acima satisfazem equações polinomiais no máximo quadráticas com coeficien-
tes sendo as somas, subtrações, multiplicações ou divisões das coordenadas dos pontos anteriores.
Nisso baseia-se a prova
√ de que não é possível a duplicação do cubo, ou seja, a construção de um
3
segmento que meça 2.

Construção das raízes de equações de 2º grau


Veremos adiante que, para a construção do heptadecágono, precisamos construir raízes de equações
de 2º grau com coeficientes construídos. Aprendamos duas maneiras de fazer isso.
A construção utilizada por Richmond tem base na fórmula de Bháskara, em que as raízes de

x2 − sx − p = 0, p > 0, (1)
√ √
são dadas por x − 2s = ± 2∆ , com discriminante ∆ = s2 + 4p, ou seja, as raízes a e b distam 2∆ de
s
2 . Para construir, comece traçando duas retas perpendiculares, concorrentes em O e marque U à
direita de O, correspondendo ao tamanho 1. Veja a Figura 1.

Passo 1 – Construa p. Marque P à esquerda de O com OP = p. Trace o ponto médio M
de UP e a circunferência de diâmetro UP, que cruzará a reta vertical em K. Por construção, o

triângulo 4UPK é retângulo, e a altura OK mede p.


Passo 2 – Construa 2 e as raízes. Marque à direita de O o ponto√S de forma que OS = 2s .

Então SK é a hipotenusa do triângulo de catetos p e 2s , medindo SK = 2∆ . Trace a circunferência
com centro em S e abertura até K, marcando A e B na reta horizontal, de forma que −OA = a e
OB = b são as raízes de (1).



2

A B
P M O S U

Figura 1: Construção das raízes de x2 − sx − p = 0 dados os comprimentos 2s = OS e p = OP. As


construções dos passos 1 e 2 estão feitas respectivamente em púrpura e azul. Aqui ilustramos a
solução de x2 − x − 2 = 0.

2
A circunferência de Carlyle [2] é outra forma elegante e econômica em número de construções de
se construir as raízes de
x2 − sx + p = 0 (2)
que estão marcadas nas interseções do eixo x com a circunferência com o diâmetro de extremos
nas coordenadas (0, 1) e (s, p). Veja a Figura 2.

Vejamos por que funciona. Recorde que um quadrilátero é cíclico, isto é, seus vértices estão
sobre uma circunferência, se seus ângulos internos opostos somam 180°, e a circunferência é
determinada por quaisquer três de seus vértices.
Sejam os pontos O = (0, 0), U = (0, 1), Q = (s, p), P = (0, p), A = (a, 0) e B = (b, 0). Os
triângulos retângulos 4AOU e 4POB são semelhantes, uma vez que seus catetos medem {1, a} e
{b, ab = p} e portanto ∠OAU = ∠OPB, ∠OUA = ∠OBP. Daí, os ângulos opostos do quadrilátero
PUAB somam 180°, sendo então um quadrilátero cíclico.
Note que os pontos A, B, P e Q pertencem ao gráfico da função y = x2 − sx + p, uma parábola
que tem a reta x = 2s como eixo. Por simetria em relação ao eixo da parábola, o quadrilátero ABQP
é um trapézio isósceles, e portanto também cíclico. Como os dois quadriláteros compartilham três
vértices, a mesma circunferência passa pelos pontos A, B, U, P e Q.
Para ver que o segmento UQ é um diâmetro dessa circunferência, note que o triângulo 4UPQ
é retângulo, e portanto P tem que estar na circunferência de diâmetro UQ. Em outras palavras, a
circunferência com diâmetro UQ passa por A e B, os pontos que marcam as raízes. Veja a Figura 3.

(0, 1)
P Q

a b

O A B
(s, p)

Figura 2: Construção das raízes de Figura 3: Demonstração da circunferência de Carlyle


x2 −sx+ p = 0 pela circunferência de para obtenção das raízes de x2 − sx + p = 0. Os qua-
Carlyle. Aqui ilustramos a circunfe- driláteros PUAB e ABQP são cíclicos com 3 vértices
rência referente a x2 − x − 2 = 0. comuns e UQ é diâmetro.

Números complexos e raízes da unidade


A multiplicação de números complexos é essencialmente geométrica: multiplicam-se os módulos
e somam-se os ângulos. O número complexo z com módulo 1 e argumento (ângulo a partir do

3
eixo real positivo, sentido anti-horário) θ é z = cos θ + i sen θ , e sua n-ésima potência segue sendo
unitária, com argumento nθ . Daí a conhecida Fórmula de De Moivre

(cos θ + i sen θ )n = cos(nθ ) + i sen(nθ ).

Em vista de que as funções seno e cosseno são periódicas, pela Fórmula de De Moivre, a equação
z17 = 1 torna-se
cos(17θ ) + i sen(17θ ) = 1 = cos 0° + i sen 0°
que está satisfeita apenas se 17θ = k × 360° para algum k ∈ Z, ou seja,
k × 360°
θ= , k ∈ Z.
17
O menor θ > 0 na forma acima é θ17 = 360° 17 . A partir de agora, tomaremos z = cos θ17 + i sen θ17 ,
k
de forma que, ao variarmos k de 0 a 16, z percorre os vértices de um polígono regular de 17 lados.
Como z17 = 1, temos zk z17−k = 1 = zk z−k e conclui-se que z−k = z17−k , que também é o con-
jugado de zk , isto é z̄k = z−k , em vista de que zk z̄k = |z|2k = 1 = zk z−k . Ora, a soma de um número
complexo com seu conjugado é o dobro de sua parte real, isto é, zk = zk + z−k = 2ℜzk é um número
real. Se para algum k encontrarmos zk , teremos encontrado (o dobro d)a parte real de zk , e portanto
zk , o que nos permite construir todos os outros vértices. Se nesta dedução, utilizarmos apenas uma
sequência de equações quadráticas, tal construção pode ser feita com régua e compasso. Esta foi a
sacada de Gauss na construção de seus polígonos regulares.

z5 z4
z3
z6
z2
z7
z
z8
1 = z17
z9
z16
z10
z15
z11
z12 z14
z13

Figura 4: Os vértices do heptadecágono, raízes de z17 = 1.

Precisamos de uma identidade para começar. Se colocarmos massas idênticas nos vértices de
um polígono regular de 17 lados, seu centro de massa estará no centro do polígono. Esta é uma
forma de mostrarmos que
1 + z + z2 + · · · + z16 = 0 (3)
que utilizaremos muito frequentemente. Também algebricamente, o 1º membro de (3) é uma soma
de P.G., e seu valor é
z17 − 1
= 0.
z−1

4
Vale comentar que, como as partes reais de zk são cos k×360°
17 , poderíamos ter evitado números
1
complexos, apelando para identidades trigonométricas . Mas optamos pela via original de Gauss
com raízes (complexas) da unidade, pois nos parece que as ideias geométricas ficam mais claras.

A dedução de Gauss
Façamos agora a dedução da construção do heptadecágono regular, por uma adaptação simplifica-
dora do que foi feito por Gauss, seguindo o esquema didático das notas de aula de Paul G. Bamberg
[1].
Seja z = cos 360 360 17
17 ° + i sen 17 °, raiz de z = 1, e os números reais
k × 360°
zk = zk + z−k = 2 cos , k = 1, . . . , 8,
17
e observamos de (3) que
z1 + z2 + z3 + z4 + z5 + z6 + z7 + z8 = −1. (4)
Fórmulas de simplificação. Como multiplicaremos inúmeras vezes tais números, convém ter em
mãos as simplificações
za × zb = (za + z−a )(zb + z−b ) = za+b + z−(a+b) + za−b + zb−a
= za+b + z|a−b| , (5)
Nessa fórmula, às vezes a soma a + b ultrapassa 8, mas como z17 = 1, podemos simplificar
zk = zk + z−k = z−17+k + z17−k = z17−k , k > 8, (6)
ou seja, z9 = z8 , z10 = z7 , etc.
Gauss agrupou os zk da seguinte forma2
y1 = z1 + z4 , y2 = z2 + z8 ,
y3 = z3 + z5 , y4 = z6 + z7 ,
x1 = z1 + z4 + z2 + z8 ,
x2 = z3 + z5 + z6 + z7 .
Dessa forma, por (4), x1 + x2 = −1. Usando as simplificações (4), (5) e (6) e fazendo as contas,
x1 × x2 = (z1 + z2 + z4 + z8 ) × (z3 + z5 + z6 + z7 )
= z1 × z3 + z1 × z5 + z1 × z6 + z1 × z7 + z2 × z3 + z2 × z5 + z2 × z6 + z2 × z7
+ z4 × z3 + z4 × z5 + z4 × z6 + z4 × z7 + z8 × z3 + z8 × z5 + z8 × z6 + z8 × z7
= z4 + z2 + z6 + z4 + z7 + z5 + z8 + z6 + z5 + z1 + z7 + z3 + z8 + z4 + z8 + z5
+ z7 + z1 + z8 + z1 + z7 + z2 + z6 + z3 + z6 + z5 + z4 + z3 + z3 + z2 + z2 + z1
= 4(z1 + z2 + z3 + z4 + z5 + z6 + z7 + z8 ) = −4.
1 Considerando z = 2 cos k×360 °, (5) relaciona-se estreitamente com 2 cos a cos b = cos(a + b) + cos(a − b), e (6)
k 17
com a periodicidade do cosseno e do fato de ser uma função par, isto é, cos θ = cos(−θ ). Uma prova de (4) apenas
com trigonometria pode ser encontrada em [4].
2 A escolha criteriosa dos expoentes nas variáveis x , y e z , aqui dada sem maiores esclarecimentos, está explicada
k k k
na obra de Gauss [5] e de maneira acessível em [3].

5
Esta foi a conta mais complicada da dedução. Logo, pela soma e produto de x1 e x2 , estes são as
raízes da equação quadrática
x2 + x − 4 = 0, (7)
de forma que podemos calcular (e construir com régua e compasso) x1 e x2 .
Continuando, y1 + y2 = x1 e

y1 × y2 = z1 × z2 + z1 × z8 + z4 × z2 + z4 × z8
= z3 + z1 + z8 + z7 + z6 + z2 + z5 + z4 = −1

de forma que y1 e y2 podem ser construídos por serem as raízes da equação quadrática

x2 − x1 x − 1 = 0.

Também, y3 + y4 = x2 e

y3 × y4 = z3 × z6 + z3 × z7 + z5 × z6 + z5 × z7
= z8 + z3 + z7 + z4 + z6 + z1 + z5 + z2 = −1,

e podemos construir y3 e y5 igualmente, raízes de

x2 − x2 x − 1 = 0. (8)

Seguindo a construção de Richmond, onde constrói-se z3 , note que

z3 + z5 = y3
z3 × z5 = z2 + z8 = y2 ,

e como os coeficientes todos já foram construídos, podemos fazer o mesmo com z3 , a maior raiz
da equação quadrática
x2 − y3 x + y2 = 0.
Com mais alguns passos construímos z3 .

Uma primeira construção. Já temos elementos suficientes para construir o heptadecágono com
régua e compasso, usando circunferências de Carlyle, se quisermos:
Passo 1 – Construir x1 > x2 , raízes da equação x2 + x − 4 = 0;

Passo 2 – Construir y1 > y2 , raízes de equação x2 − x1 x − 1 = 0;

Passo 3 – Construir y3 > y4 , raízes de equação x2 − x2 x − 1 = 0;

Passo 4 – Construir z3 > z5 , raízes da equação x2 − y3 x + y2 = 0;

Passo 5 – z3 é o ponto da circunferência unitária com abscissa cos 3×360°


17 = z23 . Transferindo su-
cessivamente o arco de 1 a z3 , obteríamos todos os outros vértices.
Fica como sugestão executar essa construção, seja com régua e compasso, seja com algum
programa de geometria dinâmica como Geogebra.

6
A trigonometria de Richmond
Em 1893, Richmond [6] publicou uma engenhosa construção, feita ao notar que as quantidades
y1 , y2 , y3 , y4 , x1 e x2 estão relacionadas com um certo ângulo φ , facilmente construível. Com isso
pôde-se eliminar diversos passos nas construções como a descrita anteriormente. Mostraremos
abaixo apenas as relações essenciais para nossa construção.
Recordemos algumas identidades trigonométricas
2 tan x tan x − 1
tan 2x = , tan(x − 45°) = .
1 − tan2 x tan x + 1
Seja um ângulo φ tal que
tan φ = y3 .
Fazendo contas,

y2 (y3 + 1) = (z2 + z8 )(z3 + z5 ) + z2 + z8


= z2 × z3 + z2 × z5 + z3 × z8 + z5 × z8 + z2 + z8
= z1 + z5 + z3 + z7 + z5 + z6 + z4 + z3 + z2 + z8 = y3 − 1,

e portanto
y3 − 1 tan φ − 1
y2 = = = tan(φ − 45°).
y3 + 1 tan φ + 1
As equações quadráticas (8) e (7) para y3 e x1 nos dão respectivamente que 1 − y23 = −x2 y3 ,
4 − x12 = x1 e x1 x2 = −4. Então,

2y3 −2y3 x1
tan 2φ = 2
= = ,
1 − y3 x2 y3 2
x1 4x1 4x1
tan 4φ = x1 2 = 2
= = 4.
1−( 2 ) 4 − x1 x1

Ora, é imediato construir um ângulo 4φ tal que tan 4φ = 4, e bissectando-o duas vezes, cons-
truímos φ e então φ − 45°, e suas tangentes y3 e y2 . A partir daí, poderíamos seguir a construção
anterior a partir do passo 4. Isso nos economiza várias construções!
A seguir faremos a construção proposta por Richmond.

Construção de Richmond. Trace uma reta horizontal, marque O e U. O comprimento OU


representa a medida 1. Trace a perpendicular por O e uma circunferência de centro em O passando
por U.
Passo 1 – Construa E. Construa Q = 0, 41 , de forma que tan(∠UQO) = 4 e portanto ∠UQO =


4φ . Bissecte o ângulo ∠UQO duas vezes para encontrar E no diâmetro horizontal, nos dando que
∠OQE = φ e OE = y43 .
Passo 2 – Construa F. Trace uma perpendicular a QE por Q e bissecte o ângulo reto para
marcar um segmento que faz ângulo de 45° com QE. Marque F na interseção deste segmento com
o diâmetro horizontal. Assim, OF = |y42 | .

7
P

K
Q

M
U
F OE C

Figura 5: Construção do heptadecágono por Richmond. Para não rabiscar muito o esquema, as
construções básicas estão feitas sem passos intermediários: pontos médios marcados, bissecções
pontilhadas e perpendiculares tracejadas. As construções dos passos 1, 2, 3 e 4 detalhados na
construção estão feitas em azul, púrpura, verde e vermelho, respectivamente.

Passo 3 – Construa z3
2, a maior raiz de x2 − y23 x − |y42 | = 0. Isto segue do fato de que

z3 z5 y3 z3 z5 y2 |y2 |
+ = , × = =− .
2 2 2 2 2 4 4

Como os comprimentos 2s = y43 = OE e p = |y42 | = OF estão marcados, estamos prontos para


executar a primeira construção das raízes de equação quadrática dada anteriormente.
Construa o ponto médio M de UF e trace a circunferência de diâmetro UF, que corta o raio
vertical em K. Centrado em E com abertura até K, trace a circunferência até cruzar com o raio
OU, no ponto C. Então, OC = z23 = cos( 3×360°
17 ).
Passo 4 – Construa z e todos os demais vértices. A abcissa de z3 é z23 , o ponto C. Trace uma
3

perpendicular por C ao diâmetro horizontal, que cruza a circunferência em P, acima de C. Este


ponto é z3 , o terceiro vértice do heptadecágono a partir de U! Abra o compasso na medida UP e
a partir de P transfira esta medida sobre a circunferência para construir z6 , depois faça o mesmo
em z6 para construir z9 e assim sucessivamente, até chegar em U novamente. Ligue os pontos para
traçar o heptadecágono! A construção está feita na Figura 5.

8
O pentágono como exercício
Há uma construção simples mas pouco usual do pentágono, baseada nessas ideias de Gauss e
Richmond:
P
Desenhe uma circunferência com centro O, um raio horizontal OA,
um raio vertical e seja Q seu ponto médio. Trace a bissetriz do Q
ângulo ∠OQA e marque sua interseção E com o raio horizontal.
Trace uma vertical por E, determinando o vértice P. Transferindo o O A
E
arco AP, determinamos os outros vértices do pentágono.

Como exercício, preencha os detalhes dos grandes passos abaixo


para justificar essa construção.

Sejam os vértices do pentágono as raízes de z5 = 1 e considere o ponto P como o número


complexo z. Note que 1 + z + z2 + z3 + z4 = 0. Defina valores apropriados para z1 e z2 na linha da
dedução de Gauss (soma de potências de z), calcule s = z1 + z2 e p = z1 × z2 , sendo então z1 raiz
de x2 − sx + p = 0. No estilo de Richmond, defina tan φ = z1 e calcule tan 2φ . Com Q = (0, 12 ),
encontre o ângulo 2φ . Com uma bissecção, encontre φ e marque z21 . Complete a construção do
pentágono.

Referências
[1] BAMBERG , P. G. Notas de aula do curso Calculating π: Heptadecagon Construction, Es-
cola de Extensão de Harvard (2004). Disponível em http://www.math.harvard.edu/
archive/fs21u_fall_04/Basic_topics/Heptadecagon17.rtf (Acesso em 23 de outu-
bro de 2017).

[2] D E T EMPLE , D. W. Carlyle circles and the Lemoine simplicity of polygon constructions.
American Mathematical Monthly 98, 2 (1991), 97–108.

[3] D IAS , C. H. B. B. Construção de um polígono regular de 17 lados. Boletim de Iniciação Ci-


entífica em Matemática VI (2009), 7–17. Disponível em http://www.rc.unesp.br/igce/
matematica/bicmat/volume_6.pdf (Acesso em 10 de maio de 2017).

[4] K NAPP, M. P. Sines and Cosines of Angles in Arithmetic Progression. Mathematics Magazine,
vol. 82, nº 5 (2009), 371–372. doi:10.4169/002557009X478436 (Acesso em 26 de julho de
2017).

[5] G AUSS , C. F. Disquisitiones Arithmeticae. Springer-Verlag, 1986. Tradução em inglês por


W.C. Waterhouse.

[6] R ICHMOND , H. W. A Construction for a Regular Polygon of Seventeen Sides. Quart. J. Pure
Appl. Math. 26 (1893), 206–207.

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Resposta do exercício do pentágono
z1
Sejam z1 = z + z4 , z2 = z2 + z3 . Note que ℜz = 2. Como antes,

z1 + z2 = z1 × z2 = z + z2 + z3 + z4 = −1

e então z1 é raiz de x2 + x − 1 = 0. Usando isso, 1 − z21 = z1 e

2z1
tan 2φ = = 2.
1 − z21

Tomando Q = 0, 21 , tan ∠OQU = 2 e portanto ∠OQU = 2φ . Bissectando, construímos φ =




∠OQE e como OQ = 21 , OE = z21 . Traçando a perpendicular por E, já encontramos outro vértice


do pentágono, e o resto segue.

10

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