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FULLER, Lon Luvois. O Caso dos Exploradores de Caverna. 1949.

A obra O Caso dos Exploradores de Caverna (The Case of the Speluncean


Explorers) foi escrita pelo filósofo e jurista Lon Fuller na primeira metade do século
XX, e conta a história de alguns exploradores de caverna que foram acusados,
processados por um crime de homicídio doloso, de modo que foram condenados a
pena de morte por causa disso. A partir de então, começa o transmite entre o
Tribunal do Condado de Stowfield e o Superior Tribunal de Newgarth sobre a
decisão condenatória dos acusados. O livro foi feito para aqueles que buscam o
exercício da razão do justo, trata do antigo embate entre positivismo e
jusnaturalismo e há uma clara predileção do autor à escolha do realismo jurídico
como alternativa para essa disputa judicial.

Lon Luvois Fuller nasceu em 1902 no estado norte-americano do Texas e


faleceu em 1978. O intelectual estudou Economia e Direito em Stanford, foi
professor de Teoria do Direito nas Faculdades de Direito do Oregon, Illinois e Duke.
A partir de 1940, lecionou na Faculdade de Direito da Universidade de Havard, onde
se manteve até 1972. Além disso, Fuller criou e publicou inúmeros estudos em
direito civil, filosofia e teoria do direito, de modo que se tornou um dos maiores
filósofos e juristas ocidentais. Outrossim, vale ressaltar que o autor possui grande
reconhecimento entre os profissionais do direito da América por suas contribuições à
legislação sobre contratos e ao debate para moldar o conflito moderno, entre o
positivismo e o jusnaturalismo.

Ao longo da obra, há a explicação da história do caso e a exposição dos votos


de cinco juízes do tribunal superior sobre a decisão condenatória dos acusados em
questão. Primeiramente, encontra-se o voto do juíz Truepenny que explica em
detalhes como decorreu a história dos membros da Associação de Espeluncologia
(exploradores de caverna) em maio de 4299, dando enfoque aos tratos sugeridos e
estabelecidos entre seus membros para a sobrevivência do máximo de integrantes
possíveis enquanto estivessem presos na caverna.

Resumidamente, cinco exploradores ficaram presos em uma caverna por causa


de um deslizamento. Durante o trabalho de resgate, houve outro deslizamento e dez
operários morreram. No vigésimo dia, a equipe de resgate conseguiu entrar em
contato com os exploradores por um rádio que possuíam. Um deles, Whetmore,
perguntou quanto tempo mais ficariam presos e responderam que no mínimo mais
dez dias. Diante desse contexto, Whetmore perguntou se seria possível
sobreviverem mais a esses dez dias, pois seus suprimentos estavam acabando, mas
o médico respondeu que dificilmente aguentariam. Então, depois de algum tempo,
Whetmore perguntou se sobreviveriam a todos esses dias se se alimentassem a
carne de um deles, e com relutância o médico disse que sim. Cessadas as
comunicações, quando a equipe resgatou os exploradores descobriu que estes se
alimentaram da carne de Whetmore para sobreviverem.

Após todo o ocorrido, os sobreviventes foram denunciados pelo homicídio de


Roger Whetmore, no qual o juíz de primeira instância decidiu que os réus eram
culpados do assassinato do mesmo, pois na legislação dizia que “quem quer que
prive intencionalmente a outrem da vida será punido com a morte”. Diante disso, o
juíz Truepenny decidiu que deveria ser feito a justiça sem mexer, alterar ou
transgredir o texto da legislação, confirmando a sentença condenatória dos réus.

Em seguida, mostra-se o voto do Juiz Foster o qual defende que o direito em


vigor em sua época, também podendo ser chamado de direito positivo, é inaplicável
ao caso em questão devido ao fato de que os exploradores encontravam-se em uma
espécie de estado de natureza, tanto pela distância deles da civilização por tempo
considerável como pela situação entre a vida e a morte que se achavam, levando-os
a necessidade de elaborarem uma Carta Constitucional, que seria um acordo mútuo
feito entre eles no estado em que se achavam.

Para defender seu ponto de vista, Foster diz que desde a Antiguidade o princípio
fundamental do direito ou governo deve ser baseado na noção de pacto ou
convênio, de modo que houve um acordo feito entre homens livres após o período
da Grande Espiral por meio do redigimento de uma Carta Política de Estado. Além
disso, o juíz acredita que esses homens violaram o apenas sentido literal da norma
legislada que os condena, mas que uma norma pode possuir vários significados e
interpretações diferentes dependendo do propósito que visa obter. Por fim, Foster
declara que essas demais interpretações da norma que devem ser feitas pelo jurista
visam corrigir os erros ou equívocos legislativos dessa (já que ele defende que uma
norma em seu sentido literal é ampla e incompleta) de modo a fazê-la mais eficaz.
Na vez do juíz Tatting, esse claramente visou procurar e refutar as incoerências
de seu antecessor Foster, de tal forma que ele diz que não pode aceitar a idéia de
que esses homens estariam regidos por um código de normas da natureza (estado
de natureza) e muito menos que o Tribunal avaliasse a situação a partir desse ponto
de vista. Ademais, segundo Tatting, Foster procurou demonstrar que os réus não
violaram os dipositivos legais, pois é impossível crer que as leis do Código Penal
pudesem agir preventivamente em relação a homens que se encontravam entre a
vida e a morte. Para o juíz, uma das maiores dificuldades é tentar aplicar uma norma
segundo seu propósito sem violar os demais propósitos que também são
estabelecidos na legislação penal.

Por um lado, Tatting diz que a norma a respeito do homicício requer um ato
intencional e que um homem para repelir uma ameaça agressiva à sua própria vida
não age intencionalmente, mas em resposta a um impulso da natureza humana,
mas por outro defende que esses homens não só agiram intencionalmente como
também de forma deliberada após horas de discussão a respeito do que fariam (de
tal maneira que ele se pergunta se foi ou não justo que a maioria decidisse contra a
vontade de Whetmore). Por último, contrapondo quase tudo o que disse
anteriormente, Tatting não consegue condenar o grupo de homens porque lhe
parece absurdo condená-los à morte quando a salvação de suas vidas custou a de
dez operários que agiram em resgate, de modo que o juíz declarou sua retirada do
caso, pois não conseguia se decidir acerca de suas dúvidas.

Já o juíz Keen foca na separação dos três poderes existentes considerando o


respeito que deve existir entre as funções de cada um, e que um juíz deve deixar
suas predileções pessoais de lado ao interpretar e aplicar a legislação vigente. Além
disso, ele acredita na supremacia do ramo legislativo na divisão dos poderes do
Estado, pois desse princípio decorre a obrigação do Poder Judiciário de aplicar
fielmente a legislação escrita e de interpretá-la de acordo com seu significado
evidente, pois para ele, no processo de revisão judicial, o jurista deve adivinhar o
propósito único para o qual serve a legislação, encontrar as omissões ou lacunas
que o legislador pode vir a ter deixado (até onde ela pode alcançar) e preencher
essa lacuna que foi criada a partir de sua decisão.
Para o jurista, o objetivo é saber se os acusados privaram mesmo
intencionalmente a vida de Roger Whetmore, pois, se for o caso, esses violaram um
valor extremamente enraizado que é o da vida, de modo que um assassinato injusto
merece uma punição equivalente. Keen se preocupa com as consequências que
poderão surgir no futuro se abrirem uma exceção a essa norma, de tal forma que
acredita que isso terá mais efeitos negativos a longo prazo do que julgar
rigorosamente o caso. Por fim, Keen crê que deve aplicar o que é mais óbvio de
extrair da legislação escrita e sua decisão é a confirmação da decisão condenatória.

Por último, mas não menos importante, há o voto do juíz Handy, que defende
que os juristas podem fazer várias interpretações de regras e princípios abstratos e
que o bom jurista é aquele que consegue conciliar os procedimentos e princípios ao
caso concreto visando a melhor resolução possível do caso. Outrossim, ele destaca
a importância da opnião pública na resolução do caso, sempre levando em
consideração os sentimentos dos que estão submetidos à autoridades deles, ou
seja, dos cidadãos. Para Handy, os réus são inocentes da prática do crime e a
sentença deve ser reformulada.

Vale destacar que a “solução perfeita” para o caso, segundo, Handy, seria se o
tribunal condenasse os réus, mas logo após o Executivo os absolvesse, pois, assim,
tanto evitaria a prática de uma injustiça como seria preservado o respeito à
legislação. No entanto, sabe-se que o chefe do Executivo é conservador e não
permitirá nem o perdão dos réus nem o abrandamento da pena, de modo que não
interfirirá se os juízes decidirem que os exploradores sobreviventes transgrediram a
legislação. Na resolução do caso, o Superior Tribunal dividiu-se e, como houve
empate de votos na decisão, foi confirmada a decisão condenatória do tribunal de
primeira instância, devendo ocorrer o enforcamente dos réus em abril de 4300.

Em suma, ao longo do livro foram apresentadas diferentes argumentações com


o único propósito de focalizar certas posturas filosóficas divergentes a respeito do
Direito e do Estado. Por exemplo, na obra houve duas condenações, duas
absolvições e uma abstenção, e dos juristas presentes três eram positivistas (o qual
dois possuiram crise de consciência, que foram Tatting e Trupenny), um era
jusnaturalista (Foster) e um era realista (Handy). Basicamente, para o autor a melhor
decisão é a do realista jurídico que foca sua decisão no bom senso existente.

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