Resumo
O artigo analisará o processo de conformação de agenda voltada para o desenvolvimento da
economia da música brasileira, no marco dos processos de inovação em políticas públicas
culturais e o processo de concertação do governo federal em torno da dimensão econômica da
cultura. Após a sistematização do histórico desse processo e apresentação de seus resultados
mais imediatos, o trabalho procederá uma avaliação sobre as condições de sua implantação,
pondo em destaque a dimensão da participação social. Busca-se, portanto, apresentar um estudo
de caso e realizar uma análise crítica sobre o cenário para sua execução, compreendendo esse
processo como referencial para reflexão e qualificação da atuação do poder público frente ao
campo da economia da cultura.
Palavras-Chave: Política Cultural; Economia da Música; Inovação; Empreendedorismo.
Abstract
The article will examine the agenda´s definition process focused on the development of the
Brazilian music economics, in the context of innovation in cultural policies and the concertation
of the federal government on the economic dimension of culture. After the systematization of
the history of this process and present their most immediate results, the article will develop an
assessment of the conditions of its implantation, highlighting the role of social participation.
Seeks to, therefore, present this agenda as a case study and perform a critical analysis of the
scenario for its execution, comprising this process as a benchmark for reflection and
qualification of government's performance into the cultural economics field.
Keywords: Cultural Policy; Music Economics; Innovation; Entrepreneurship.
Enquadramento Teórico
1Doutora em Sociologia pela Universidade de Campinas, membro do Colegiado Setorial da Música (2015-
2017) e pesquisadora no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP. E-mail: daniribas@cpf.sescsp.org.br.
2 Mestre em Gestão de Instituições e Empresas Culturais pela Universidade de Barcelona. E-mail:
gustavo.vidigal@iande.net.br.
ao ambiente da iniciativa privada. Um dos ícones que tradicionalmente é elencado para ilustrar
essa compreensão é o economista e cientista político austríaco Joseph Schumpeter,
reiteradamente criticado por neoinstitucionalitas da sociologia econômica por abordar o tema a
partir de uma percepção atomizada do indivíduo (ALDRICH, 2005; DEVINE, 2002). A pesar
de haver necessidade de relativização dessa crítica (MARTES, 2010), o elemento central que
se orquestra é que, ao Schumpeter advogar sobre a incapacidade da teoria econômica
neoclássica de compreender a dinâmica do processo de desenvolvimento econômico,
posiciona-se a figura do empreendedor, mesmo que como categoria analítica, como o indivíduo
capaz de realizar combinações pioneiras dos meios produtivos de forma a gerar transformações
radicais num determinado setor ou atividade econômica, de forma a "romper com os limites
tradicionais até então estabelecidos de produção e comercialização de bens, impondo uma nova
forma que futuramente se consubstanciará em uma nova tradição" (SCHUMPETER, 1985).
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Refere-se ao processo no qual as empresas externalizam etapas do processo de produção de algum
bem, o que normalmente ocorre devido à redução dos custos de investimento e dos riscos, ocorrido em
determinada cadeia produtiva, a partir do desenvolvimento tecnológico e do progresso técnico das
empresas de determinado setor e do crescimento do respectivo mercado (SANDRONI, 2005).
tradicionalmente e requerer o diálogo junto a agentes não mobilizados costumeiramente, o que
propicia um ambiente de inovação ao tema, também contribui para reflexão sobre a própria
intervenção governamental na cultura, especialmente na compreensão do real objeto das
políticas públicas do campo. A dimensão econômica da cultura apresenta novos desafios para
a execução de políticas públicas também devido aos diversos arranjos que os empreendimentos
culturais podem assumir, a necessidade de um alto nível de integração entre ações de fomento
e regulação incidentes no campo, a escassez de dados parametrizados e informações
qualificadas sobre o tema e o alto grau de dependência frente a outras pastas governamentais,
como ciência e tecnologia, educação, trabalho e emprego, comércio exterior e desenvolvimento
industrial. O desenvolvimento de um ambiente favorável ao crescimento econômico orgânico
e estruturado, que promova uma economia da cultura competitiva, dinâmica, diversificada e
equilibrada, requer, portanto, o engajamento amplo do governo e sociedade em torno de uma
agenda estratégica voltada à dimensão econômica da cultura.
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A PNA pretendeu sistematizar um conjunto de políticas públicas consistentes e duradouras para as
artes brasileiras a partir de um amplo debate com os diversos setores artísticos e com a sociedade em
geral. As discussões tiveram como ponto de partida o conteúdo produzido pelos Planos dos Colegiados
Setoriais, debates, conferências e estudos realizados pelo Sistema Federal de Cultura. O processo visou
contribuir também para a renovação da Funarte, entidade vinculada ao Ministério da Cultura brasileiro,
Alguns desafios, como vimos anteriormente na questão da concentração de ciclos
produtivos do mercado fonográfico, apresentam-se para a economia da música no país, cuja
superação faz-se necessária para que ela alcance seu potencial e distribua de forma mais
democrática seus resultados. Atualmente, observa-se um grande volume e diversidade da
produção simbólica autoral nacional, com importantes vantagens comparativas na produção de
conteúdos culturais, mas alguns gargalos estruturais foram identificados, os quais podem ser
dirimidos a partir de políticas públicas adequadas, tais como: (i) titularidade, referente ao direito
patrimonial, das obras nacionais concentradas em empresas estrangeiras, gerando um
significativo vazamento de receitas; (ii) apesar do alto consumo interno de música brasileira, a
concentração desse consumo em determinados gêneros a partir de mediação realizada pelas
majors, por meio da prática como o jabá5, algoritmos e playlists; (iii) alta taxa de informalidade
dos empreendimentos musicais brasileiros e de relações contratuais abusivas, o que propicia a
precarização das questões trabalhistas e previdenciárias; (iv) a ineficácia de um sistema
nacional de circulação, caracterizado pela baixa integração de infraestruturas e circuitos locais
e regionais; e (v) a baixa diversificação das formas de financiamento e receita acionadas por
agentes econômicos do setor (BASIL, 2016b).
responsável pelas políticas de fomento para artes visuais, circo, dança, literatura, música e teatro. Dentre
os temas destacados a serem trabalhados transversalmente na organização setorial da empreitada, a
economia das artes foi definida como um dos eixos centrais.
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Suborno financeiro para veiculação de determinados repertórios musicais em canais de comunicação,
sendo uma prática observada tradicionalmente na radiodifusão.
circunscrevem o Programa ao framework de empreendedorismo e inovação no campo das
políticas públicas culturais.
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As cadeias produtivas podem ser compreendidas como o “conjunto de etapas consecutivas pelas quais
passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos, em ciclos de produção,
distribuição e comercialização” (CASSIOLATO e LASTRES, 2003).
de elemento ou situação que limita o desempenho e capacidade de um determinado sistema
produtivo, que fossem identificados nos circuitos econômicos do setor musical brasileiro, desde
a coleta da matéria-prima até seu processo de comercialização e de consumo. Essa escolha, que
constituiu a concatenação lógica utilizada para modelar a intervenção proposta pelo Programa,
seguiu, portanto, o seguinte fluxo: (i) identificação de gargalos estruturais no sistema produtivo
da música no Brasil; (ii) a partir da identificação desses gargalos, definir objetivos com
indicação da mudança esperada no ambiente econômico a partir de intervenção coordenada
pelo Estado; (iii) desenho de estratégias, a partir da escolha dos métodos e instrumentos a serem
utilizados, para consecução daquela determinada mudança desejada; e, finalmente, (iv) o
desenho de projetos para cada uma das estratégias definidas, como pacotes de entregas a serem
desenvolvidas para materializar os métodos adotados.
Essa abordagem, vale salientar, para que o Programa não fosse sequestrado por uma
perspectiva restritiva de política industrial e respeitasse a indissociabilidade das três dimensões
preconizadas pelo PNC, teve de ser conjugada a uma matriz que organizasse a compreensão do
papel do Estado no processo econômico. Objetivando consolidar essa equalização, recorreu-se
ao conjunto de diretrizes e estratégias estabelecidas pelo Plano Nacional de Cultura,
sistematizado pelo PNEC, e dos demais documentos orientadores das políticas públicas em
âmbito federal, principalmente o Plano Plurianual 2016-2019. Em destaque, as diretrizes
estabelecidas de redução de assimetrias regionais, da promoção da inclusão produtiva e da
desconcentração de mercados.
Após de realizar a análise desses dois repertórios, o Programa indicou uma síntese do
diagnóstico. A primeira constatação foi o grande volume e diversidade da produção simbólica
autoral nacional, o que legaria ao país importante vantagem comparativa na produção de
conteúdos culturais, mas também de bens tecnológicos associados. Sobre ambientes
prioritários, destacou-se o mercado digital, devido à grande expansão observada nos últimos
anos, e a importância do comércio internacional, sendo necessário compreender a alteração de
mercados regionais estratégicos. Destacou-se ainda diversos níveis e âmbitos de concentração
de mercado, como: a questão do direito patrimonial de grande parte das obras musicais
nacionais estarem de posse das empresas estrangeiras, o que geraria um significativo vazamento
de receitas; o consumo interno de repertório nacional ser concentrado em alguns poucos
cenários e circuitos, com forte atuação das majors na mediação do consumo; e a grande
concentração territorial e econômica dos empreendimentos do setor musical, principalmente
nos elos de difusão, circulação e promoção. A precarização das relações trabalhistas e das
questões previdenciárias, a precariedade e desarticulação de um sistema nacional de circulação
e a baixa diversificação das formas de financiamento e receita utilizadas por agentes
econômicos do setor também foram elementos destacados. Por fim, evocou-se alguns
elementos que confirmariam a importância da atuação coordenada do Estado na agenda, como
seu papel para a inclusão produtiva associada à redução das assimetrias regionais, o
aquecimento do mercado interno e o melhor posicionamento do país em cadeias globais de
valor.
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ABEM (Associação Brasileira de Editores de Música), ABEM (Associação Brasileira de Educação
Musical), ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos), ABEPEC (Associação Brasileira das
Emissoras Públicas Educativas e Culturais), ABER (Associação Brasileira de Editoras Reunidas),
ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), ABM (Academia Brasileira de
Música), ABMI (Associação Brasileira de Música Independente), ECAD (Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição) e OMB (Ordem dos Músicos do Brasil). Fonte: Brasil (2011, p. 10).
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Sobre a renovação dos Colegiados Setoriais do CNPC em 2015 vide: www.cultura.gov.br/cnpc. Sobre
a plataforma digital da renovação dos Colegiados em 2015, vide: www.cultura.gov.br/votacultura/. O
processo, aberto à sociedade civil para voto e candidaturas, deu-se em duas fases, uma por meio de
plataforma digital e outra presencial, obteve recorde de participação (mais de 70 mil pessoas votaram
em seus representantes). Para um detalhamento maior destas questões e para informações sobre a
captação de recursos através de renúncia fiscal (Lei Rouanet) na área da música vide Ghezzi (2016).
ano. O Plano Setorial consiste num relatório das atividades da Câmara (2005-2008) e do
Colegiado (2008/2009-2010), levando em conta os 10 pontos da “Carta de Recife” elaborada
pela Rede Música Brasil9 durante a Feira Música Brasil promovida pelo MinC em 2009 10. Além
disso, a Política Nacional das Artes, retomada em 2015 na segunda gestão de Juca Ferreira à
frente do MinC, procurou mobilizar e articular nacionalmente os diversos agentes que fizeram
parte deste processo desde 2009, gerando em 2016 um relatório com considerações sobre a
criação de um órgão específico à música, vinculado à estrutura do Ministério. A continuidade
de um pensamento político que incorporou a participação social como premissa permitiu o
aprimoramento dos mecanismos de participação social nas políticas setoriais: a Câmara,
alocada na Funarte, foi substituída por um Colegiado com representação no CNPC, gerando um
Plano Setorial complementar ao Plano Nacional; e a Política Nacional das Artes passou a
articular de maneira estratégica os principais agentes do setor, tendo como resultado um
documento síntese com as principais demandas e propostas do segmento (GHEZZI, 2016). O
PEM incorporou todos esses documentos em seu diagnóstico, pois o entendimento foi o de que
o diálogo com os setores responsáveis pela elaboração desses documentos traria contribuições
ao PEM.
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“No início de 2009, foi criado o fórum virtual Pró-Conferência Nacional de Música, com o objetivo
de fomentar e organizar as discussões em torno das políticas públicas para a área musical, como
preparação para a Conferência Nacional de Cultura, realizada em março de 2010. Este movimento surgiu
por iniciativa da sociedade civil organizada, e o Centro de Música/Funarte logo o reconheceu como um
ambiente privilegiado para a articulação do setor musical. Em meados de 2009, o Fórum Pró-
Conferência Nacional de Música foi então acolhido pelo recém-criado programa Rede Música Brasil /
Funarte, passando a se chamar Fórum Virtual Rede Música Brasil – RMB. (...) O Conselho da RMB é
formado por entidades musicais com representatividade nacional (SEBRAE, ABMI, ABEART,
ABRAFIN, ABEM, ABER, ABPD, ARPUB, BM&A, CUFA, FNM, FED. DAS COOPERATIVAS DE
MÚSICA, CIRCUITO FORA DO EIXO, CASAS ASSOCIADAS e MPB)”. Fonte:
http://culturadigital.br/redemusicabr/
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O 4º Encontro da RMB foi realizado na Feira Música Brasil em Pernambuco, gerando o documento
conhecido como “Carta de Recife”. Sobre a Feira, vide: http://migre.me/uK7e8. Para acessar a Carta de
Recife, vide: http://migre.me/uK7en. O primeiro ponto da Carta é a criação da Agência Nacional da
Música, aos moldes da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), demanda ainda muito forte no
segmento e priorizada nos debates da Política Nacional das Artes.
ausência de uma visão panorâmica e estratégica do Estado teve consequências importantes para
o Plano Setorial da Música. Um exemplo teria sido a obliteração de metas no Plano relacionadas
à questão dos direitos autorais e da concentração dos meios de difusão musical: a atuação de
grupos de interesse e a falta de olhar panorâmico do Estado sobre os interesses em questão
deixaram as problemáticas ligadas ao direito de autor e das telecomunicações em segundo plano
nesse documento – quadro que apenas recebeu maior atenção a partir da atuação direta da
Diretoria de Direitos Intelectuais do Ministério no bojo da ação programática do setor. Não
obstante, a problemática envolvendo a concentração econômica permaneceu sem o devido
tratamento na última década.
Alguns desses pontos já foram listados como desafios na própria publicação do Plano
Setorial da Música em 2011:
Formação dos conselheiros e conselheiras, avaliação pormenorizada do papel do
conselho na vida financeira, administrativa e política do órgão governamental, além
da articulação com conselhos estaduais e municipais são exemplos de temas que
precisam ser exaustivamente debatidos pelo CNPC e demais conselhos do governo
federal. Podemos apontar caminhos interessantes para problemas comuns, que
atualmente afetam o processo de democratização do Estado. Além destes pontos,
destaco outra contribuição da cultura à agenda participativa, que é contraditória. Se
por um lado inovamos ao incorporar, em nossas estruturas institucionais de diálogo
com a sociedade, uma parte importante da enorme diversidade de segmentos que
compõem o cenário político da cultura, do outro, esta mesma dinâmica intensa de
subdivisões torna a tarefa da representação política muito complexa. A lógica da
fragmentação dificulta, ainda, a criação de políticas abrangentes (VIDIGAL in
BRASIL, 2011, p. 5).
As demandas apontadas pela sociedade civil por meio do Plano Setorial da Música
também são férteis na medida em que surgem da interlocução ativa entre os agentes organizados
em rede. A base social diversificada dos Colegiados Setoriais (RUBIM, 2011) contribui para
que as experiências sejam também diversificadas, e a interação entre os agentes e suas
respectivas experiências funciona como uma espécie de “laboratório do real” que os gestores
públicos teriam dificuldade em acessar de outro modo. Demandas dependentes de
regulamentações municipais, assim como as respostas locais a tais demandas 12 , podem ser
fontes importantes de inovação na construção de políticas públicas em escala nacional. Além
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O diálogo, nesse caso, foi dificultado em virtude das datas em que ocorreram alguns fatos relevantes:
o lançamento da PEM foi realizado em 03 de maio de 2016; a posse dos colegiados setoriais se deu entre
9 e 11 de maio de 2016; e o início do processo de Impeachment ocorreu em 12 de maio de 2016.
12Como, por exemplo, a normatização da atividade musical em bares, a contratação de músicos em projetos e
ações municipais, arranjos produtivos locais, a inserção de metas ligadas à música em Planos Municipais de
Cultura, dentre tantas outras questões advindas da rede de agentes mobilizada pelos Colegiados e dos municípios.
da proposição de novas questões, a participação social tem papel importante na avaliação de
programas, podendo denunciar, caso seja superada a falta de diálogo dos conselheiros com suas
bases (TATAGIBA, 2011, p. 47-48), a atuação dos lobbies que agem em favor da concentração
de capitais na área da música.
Dessa forma, para que o esforço inicial do PEM – que se constitui num documento
que aponta grandes tendências – não se perca pela descontinuidade institucional (RUBIM,
2007b), é necessário que a nova gestão não abra mão do diálogo com a sociedade civil como
importante elemento de inovação nas políticas culturais.
Conclusão
O cenário político que surge como contexto para implantação da agenda, entretanto,
edifica um conjunto amplo e profundo de preocupações referentes à manutenção dos preceitos
de condução do Programa de Economia da Música. Se consideramos que “numa perspectiva
democrática, as prioridades [de uma política cultural] são claras; trata-se de garantir direitos
existentes, criar novos direitos e desmontar privilégios” (CHAUI, 2006), o que constatamos
atualmente é um ataque aos direitos básicos conquistados no ainda recente processo de
redemocratização vivido no país, como os relacionados ao campo trabalhista e ao acesso à saúde
e educação. Não havendo um projeto político claro da atual gestão interina do Ministério da
Cultura e observando recentemente um processo de restruturação institucional que não
estabeleceu canal de comunicação com a sociedade, nem em perspectiva ampliada e nem a
partir dos próprios mecanismos já instituídos no âmbito do Sistema Federal de Cultura, há fortes
indícios de retrocesso nos avanços obtidos na última década referentes a um dos campos
centrais explorados no presente artigo, o referente aos processos de participação social.
Cabe, neste momento, compreender o papel vital da sociedade civil no debate crítico
e construção republicana a partir do principal ativo legado pelo Programa de Economia da
Música, sua contribuição para a ampla mobilização de agentes em torno de uma agenda
constituída a partir dos históricos acúmulos do próprio campo mobilizado. Apesar das
limitações e fragilidades em torno da modelagem do Programa, registra-se um processo que
proporciona uma plataforma para o exercício contínuo da cidadania no campo cultural,
sacramentando a cultura enquanto ativo, contexto e finalidade de um desenvolvimento mais
democrático e a participação social como principal ambiente para assegurar o caráter público
de políticas institucionais.
Referências