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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO ANTONIO SALDANHA PALHEIRO

DA 6ª TURMA DO COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Habeas Corpus Nº 419.463 – GO


Processo: 2017.0259089-2
Impetrante: Ana Lúcia Batista Fonseca.
Paciente: Pablo Fleure dos Reis Silva.

PABLO FLEURE DOS REIS SILVA, por seu advogado, nos autos do Habeas
Corpus supra nomeado, com fundamento nos artigos 202 e no 258 do RISTJ, vem à
elevada presença de Vossa Excelência interpor AGRAVO REGIMENTAL contra a r.
decisão que, monocraticamente, negou seguimento ao Habeas Corpus interposto, pelas
razões adiante articuladas.

Na remota eventualidade de Vossa Excelência não reconsiderar a decisão


agravada, aguarda-se a juntada e posterior encaminhamento das inclusas razões de
agravo para análise pela colenda Turma deste egrégio STJ.

Termos em que pede deferimento.

Goiânia, 31 de março de 2019.

________________________________

Advogado/OAB
EGRÉGIA 6ª TURMA DO COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Habeas Corpus Nº 419.463 – GO


Processo: 2017.0259089-2
Impetrante: Ana Lúcia Batista Fonseca
Paciente: Pablo Fleure dos Reis Silva.

EMINENTE RELATOR

1- SINOPSE FÁTICA

Refere-se a habeas corpus com pedido liminar impetrado em favor de PABLO


FLEURE DOS REIS SILVA indicando como autoridade coatora o Tribunal de Justiça
do Estado de Goiás. Relata a impetrante que o paciente foi condenado à pena de 8 anos
e 8 meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente no regime fechado, pela prática do
crime previsto no art. 157, § 3º, primeira parte, do Código Penal, negado o recurso em
liberdade.
Inconformada, a defesa ingressou com recurso de apelação. No presente habeas
corpus, a impetrante afirmou a existência de excesso de prazo para o julgamento do
recurso de apelação, pois, a despeito de o paciente ter sido preso em 27/7/2015, a
sentença condenatória prolatada em 15/8/2015 e a insurgência protocolada em
28/7/2016, o apelo não foi apreciado, até os dias atuais, pelo Tribunal a quo.
Pede liminarmente que seja expedido o alvará de soltura em favor do paciente,
bem como determinado o imediato julgamento do apelo defensivo. Liminar foi
indeferida às e-STJ fls. 72/73. Após as informações terem sido prestadas, o Ministério
Público Federal opinou pela concessão parcial da ordem (e-STJ fls. 120/123).
Após isso, o MM. Ministro Antônio Saldanha em decisão monocrática concedeu
parcialmente a ordem a fim de determinar que o Tribunal de origem julgue, com
urgência, o recurso de apelação interposto em favor do ora paciente e indeferiu o pedido
de habeas corpus.
É o relatório.

2- FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Inicialmente, é necessário mencionar que o presente agravo regimental está


expressamente amparado pelo artigo 258 do Regimento Interno do STJ, que preleciona:

Art. 258. A parte que se considerar agravada por decisão do Presidente da


Corte Especial, de Seção, de Turma ou de relator, à exceção do indeferimento
de liminar em procedimento de habeas corpus e recurso ordinário em habeas
corpus, poderá requerer, dentro de cinco dias, a apresentação do feito em
mesa relativo à matéria penal em geral, para que a Corte Especial, a Seção ou
a Turma sobre ela se pronuncie, confirmando-a ou reformando-a.

Sendo assim, resta-se comprovado que o agravo é perfeitamente cabível.

3- MÉRITO

Tendo em vista que foi decidido monocraticamente o habeas corpus mencionado


acima, o mesmo não se pode prosperar, pois, de acordo com o artigo 202 do Regimento
Interno do STJ:

Art. 202. Instruído o processo e ouvido o Ministério Público em dois dias, o


relator o colocará em mesa para julgamento, na primeira sessão da Turma, da
Seção ou da Corte Especial, ou, se a matéria for objeto de jurisprudência
consolidada do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal,
poderá decidir monocraticamente.

Constata-se que nesse caso, não há jurisprudência consolidada do Superior


Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal, sem precedentes e paradigmas
capazes de trazer base suficiente para esta decisão, é notório que o princípio da
colegialidade foi desrespeitado, pois, ao invés de uma decisão ser prolatada por um
único magistrado, deveria a ser analisada e discutida por um grupo deles, o que
garantiria, em tese, uma melhor decisão.
Nesse sentido, esse é um dos princípios processuais penais mais proeminentes,
de acordo com o renomado doutrinador Guilherme de Souza Nucci1 (2016, p. 111), o
qual preleciona que “[...] o relevante consiste em proporcionar a discussão de teses, a
contraposição de ideias, enfim, o nobre exercício do convencimento e da evolução da
aplicação do Direito.”

Sobre esse assunto o STF já decidiu, com relação a decisões denegatórias de


seguimento de ordens de habeas corpus:

1
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 13. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016.
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. JULGAMENTO
MONOCRÁTICO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. 1.
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ofende o princípio
da colegialidade a decisão monocrática do relator que enfrenta diretamente o
mérito do habeas corpus, sem submetê-lo à apreciação do órgão competente.
Precedentes. 2. Ordem concedida2.

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. DECISÃO


MONOCRÁTICA DO RELATOR DO HABEAS CORPUS NO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA A ELE NEGANDO SEGUIMENTO. ANÁLISE
DE MÉRITO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE.
PRECEDENTES DA SUPREMA CORTE. 1. O princípio da colegialidade
assentado pela Suprema Corte não autoriza o relator a não conhecer do
habeas corpus enfrentando diretamente o mérito da impetração. 2. Habeas
corpus extinto. 3. Ordem concedida de ofício3.

Nessa conformidade, eminentes Ministros, com a devida e maxima venia, o


Habeas Corpus do recorrente não poderia de forma monocrática ter o seu seguimento
obstado sem que o mérito fosse submetido à col. Turma Julgadora, o que, espera-se ver
reconhecido com o provimento deste Agravo Regimental.

4- PEDIDO

Perante o exposto, requer-se que a Turma sobre a decisão se pronuncie,


reformando-a para que o habeas corpus seja julgado procedente.

Goiânia, 31 de março de 2019

________________________

Advogado/OAB

ALUNOS:

2
STF – HC: 116218, Relator (a): Min. GILMAR MENDES, Relator (a) p/ Acórdão: Min. TEORI
ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 07/05/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-246 DIVULG
12-12-2013 PUBLIC 13-12-2013.
3
STF - HC: 113608 GO, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 09/04/2013, Primeira
Turma, Data de Publicação: DJe-085 DIVULG 07-05-2013 PUBLIC 08-05-2013.
Gilvan de Barros Pinangé Neto
Giselly Santos Guimarães
Lídya Santos Moreira da Silva
Pedro Henrique Fernandes Mesquita de Oliveira
Rayner Abreu e Silva
Tálita Vieira Santa Barbara

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