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MARIA CATARINA DOS SANTOS PINTO PIRES – RGM 112729 – 1 Noturno

Discurso sobre o corpo

Este texto tem o objetivo de discursar sobre algumas visões do corpo pela
sociedade e questões diversas sobre a corporeidade
O que é corpo? Esta pergunta têm tido as mais diversas interpretações no
decorrer da história. Desde os egípcios da antiguidade, com seus esforços
gigantescos (literalmente, tendo em vista as pirâmides que conhecemos hoje) em
preservar seus corpos após a morte, aos católicos medievais, com sua concepção
de corpo como instrumento do capeta, disseminando repulsa pela corporeidade em
si, aos indígenas brasileiros, que não consideram a nudez como algo ofensivo ou
erotizado, mas natural.
Em meio a nossa própria sociedade, não há consenso absoluto sobre o que
seja o corpo em si, ou sobre o que ele signifique. Em uma pequena entrevista
realizada com três pessoas diferentes, encontramos respostas a essa questão.
Uma das entrevistadas respondeu que o corpo é “Um conjunto de órgãos e
tecidos. Uma estrutura.”, o que está diretamente relacionado aos conceitos da
biologia. Já outra pessoa respondeu que o corpo “É uma estrutura que usamos para
viver na terra, tipo algo físico, usado para abrigar nossas almas pelo período em que
estamos aqui”. Essas duas respostas diferentes, são exemplos da visão do corpo no
senso comum, afinal nenhuma das duas entrevistadas haviam se quer pensado no
assunto em algum momento de suas vidas. Para muitas pessoas, o corpo e a alma
são coisas opostas mas que constituem uma mesma pessoa, enquanto o corpo
peca, a alma santifica. Essa teoria se contrapõe fortemente, por exemplo, às teorias
ayurvédicas, em que corpo e alma não estão divididos, mas são uma coisa só.
Frequentemente nos deparamos com corpos bem parecidos e que também
fazem coisas parecidas, seja na forma de vestir-se, andar, e se comportar de uma
forma geral. O corpo na sociedade está sendo constantemente julgado e avaliado e
existem padrões definidos culturalmente para considerar um corpo mais ou menos
aceitável, ou feio, ou imoral. Ninguém que faça parte de qualquer sociedade faz o
que bem entender com o seu corpo. Podemos analisar um simples tópico que é a
vestimenta, e já é do conhecimento de todos que em algumas sociedades as
pessoas andam com o corpo todo coberto, em outras com o corpo todo descoberto,
ou vestindo tipos de adorno distintos. São padrões que nos conferem identificação
com determinado grupo social, pertencimento. O próprio riso muda de uma
sociedade para a outra, existem maneiras normais de rir em uma sociedade
completamente diferentes de outras. Quando as pessoas passam a usar o corpo
como bem entendem, sem seguir os padrões aceitáveis, elas se desvinculam ou
deixam de pertencer, ou se identificar com determinado grupo.
Mas e as transgressões? Não raro, as pessoas tomam atitudes divergentes à
moral tradicional. Isso é fato. Mas o que dizer então? Existem indivíduos que,
voluntariamente, se excluem de seu círculo social. Porém na maioria das vezes para
se identificar e fazer parte de um outro grupo. São pouquíssimos os casos de
pessoas que, contrariamente à sua sociedade, se isolam do restante da sociedade,
e salvo os casos por motivos de patologia, não há como apagar absolutamente as
marcas já impressas pela cultura em que um dia esse indivíduo esteve inserido.
É interessante analisar como as experiências sociais são determinantes nas
diferentes visões sobre o corpo. O último entrevistado respondeu a questão “o que é
corpo”, dizendo “É tudo aquilo que constitui a totalidade de alguma coisa. No nosso
caso, tronco e membros, mas pode ser também o corpo de um rio, por exemplo.”
Apesar de bastante diferente das opiniões anteriores, esse entrevistado também
manifestou seu conhecimento baseado em experiências vividas anteriormente. A
pessoa em questão, estudante de engenharia florestal soube relacionar prontamente
a palavra corpo, até então (nas entrevistas) associada apenas ao físico humano,
com o corpo de um outro elemento da natureza, pois já havia feito uma reflexão
parecida em algum momento de sua trajetória acadêmica. Essa visão, além de
pensar sobre o corpo não humano, se difere grandemente da visão cartesiana
apresentada de maneira geral pelo senso comum, pois pensa em totalidade e não
dualidade.
Hoje no ocidente, além da multiplicidade de olhares para o corpo, há uma
multiplicidade talvez ainda mais vasta sobre as questões da corporeidade. Temas
extremamente polêmicos estão constantemente sendo discutidos envolvendo
também a esfera política e a mídia. Aborto, prostituição, burca, fisiculturismo,
obesidade, são alvos de discussões complexas e polêmicas, com maior ou menor
grau.
As questões envolvendo sexualidade são, de maneira geral, as mais
polêmicas de todas e que envolvem maior cerceamento e controle social,
principalmente a sexualidade feminina. É pertinente ressaltar que o que está sendo
tratado está contido na sociedade ocidental patriarcal, sem discussões sobre o que
acontece em outras sociedades como as matriarcais.
Apesar de mais erotizada há muitos anos, a mulher também é mais cerceada
sexualmente. A liberdade sexual no caso, não é aquela frequentemente associada à
prostituição e à mídia. Uma prostituta, por exemplo, não se enquadra em muitos
parâmetros socialmente aceitos, mas utiliza o sexo como fonte de renda, e não
como livre expressão do seu corpo. O que também não é regra absoluta, pois aí
está a questão da subjetividade. E essa é exatamente isso que delimita a questão
da liberdade, que é o espaço para a realização da vontade própria. As mulheres
estão muito mais fortemente submetidas a regras e julgamentos por seus
comportamentos sexuais de uma maneira bem diferente da dos homens. E esses
julgamentos não se limitam somente a si mesmos, uma mulher pode perder o
emprego se julgada sexualmente fora do padrão. Ou seja, as transgressões sexuais
femininas, passam por um limiar muito tênue.
Existe além da sexualidade, que é uma expressão da corporeidade, existem
considerações sobre os próprios corpos em si. Sua forma, seu tamanho,
constituição. Desde a antiguidade, os seres humanos se utilizam das mais variadas
formas para moldar o corpo, sejam os exercícios praticados pelos gregos antigos,
sapatos de madeira, argolas no pescoço, tatuagens. Essas coisas são formas de
demarcar uma estética valorizada em determinada cultura.
Atualmente no entanto, existem formas de tratar o corpo, que além da
questão estética, envolvem algo relativamente novo, que é a mudança do corpo na
busca pela saúde. As duas coisas podem aparecer até mesmo intrínsecamente
relacionadas. Com os avanços recentes da ciência, descobriu-se que fatores
externos, destacando-se o exercício físico, é possível melhorar muito a saúde do
corpo. Saúde essa que não está separada das condições psíquicas do sujeito como
afirma o cartesianismo, mas diretamente ligadas e fazendo parte de um mesmo todo
que é o corpo. O homem moderno descobriu a capacidade de trabalhar o corpo com
a função de melhorá-lo, seja pelo objetivo estético ou no âmbito da saúde. Mais do
que uma escolha ou um hobby, o exercício físico vem se tornando cada vez mais
uma necessidade.

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