RESUMO
INTRODUÇÃO
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Os diferentes significados atribuídos à educação profissional são entendidos como
construção social: desde os parâmetros da lógica formal, passando pelas acepções
existentes em dicionários brasileiros e internacionais dedicados ao tema, até as diferentes
conceituações nos principais documentos normativos das reformas da modalidade,
descritos com referência às suas finalidades, aos destinatários, aos tipos de cursos, à sua
articulação com a educação formal e na relação pretendida entre educação, trabalho e
desenvolvimento econômico.
As primeiras salas de aula em nossa terra foram criadas pelos jesuítas para
evangelizar os índios, começaram a catequizar os índios logo que desembarcaram no
Brasil. A gramática do tupi elaborada pelo padre José de Anchieta. Inicialmente, os
curumins (filhos dos índios) e órfãos portugueses. Mais tarde, os filhos dos proprietários
das fazendas de gado e dos engenhos de cana-de-açúcar e também dos escravos. Em todos
os casos, apenas meninos.
Esses foram os primeiros alunos da Educação formal (e letrada) brasileira. E os
padres jesuítas, os primeiros professores. De 1549, quando o padre Manuel da Nóbrega
(1517-1570) chegou ao nosso território na caravela do governador-geral Tomé de Sousa
(1503-1579), até 1759, quando Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), o
marquês de Pombal, expulsou a Companhia de Jesus, a catequização e o ensino se
misturaram.E ao longo do tempo Muitas transformações foram criadas na Educação
desde essa época com os Jesuítas sendo primeiros professores com poucos recursos mas
com aquele intuito de Ensinar.
A História da Educação no Brasil e a respectiva legislação são expostas e
discutidas sempre à luz da dinâmica do desenvolvimento econômico brasileiro e frente às
disputas travadas em torno do projeto societário e, assim, da própria política educacional.
Inicia-se a análise a partir da Reforma Francisco Campos, a partir da qual a educação no
Brasil adquire uma estrutura nacional. Posteriormente, com o Ministro Gustavo
Capanema, a educação nacional é ordenada pelas Leis Orgânicas1. Relembremos que
esse é um período em que se figura um projeto de desenvolvimento nacional,
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conformando-se mais claramente as relações de classe. Por isto mesmo, identificamos
motivações que levam á organização do ensino profissional no país.
FORMAÇÃO INICIAL
Depois que o ensino começou a dar seus avanços, a etapa inicial, chamada de
"estudos menores", era formada pelas aulas de ler, escrever, contar e humanidades
(gramática latina, grego etc.). Era a primeira vez que a Educação era responsabilidade
estatal e objetivava ser laica, mas o catolicismo ainda continuava muito presente. Para se
tornar professor, não havia uma formação específica saber. Por isso, eram selecionados
os que tinham alguma instrução, muitas vezes padres.
Tereza Fachada Levy Cardoso, doutora em História e docente do Centro de
Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), no Rio de Janeiro, conta que
os professores ganhavam um título de nobreza, que dava direito a alguns benefícios, como
a isenção de certos impostos. Mas a atividade era penosa e nem sempre compensadora.
As aulas régias aconteciam na casa dos educadores, previamente liberadas pelos
inspetores. Eram frequentes as solicitações por melhores salários, especialmente porque
havia muita diferença entre o que era pago dependendo do nível em que o educador
atuava.
No final do século XVII, durante o ciclo do ouro em Minas Gerais, “foram criadas
as Casas de Fundição e de Moeda e com elas a necessidade de um ensino mais
especializado, o qual destinava-se (sic) ao filho de homens brancos empregados da
própria Casa” (MEC, 2009, p. 1). Nesse mesmo período, “[...] foram criados os Centros
de Aprendizagem de Ofícios nos Arsenais da Marinha no Brasil, os quais traziam
operários especializados de Portugal e recrutavam pessoas, até durante a noite, pelas ruas
ou recorriam aos chefes de polícia para que enviassem presos que tivessem alguma
condição de produzir” (MEC, 2009, p. 1). Com a proibição da existência de fábricas, pelo
Alvará de 1785, o desenvolvimento Tecnológico do Brasil ficou estagnado. Com sua
revogação, em 1808, e a vinda da família real portuguesa, foi criado, por D. João VI, o
Colégio das Fábricas, considerado o primeiro estabelecimento instalado pelo poder
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público com o objetivo de atender à educação dos artistas e aprendizes vindos de Portugal.
Durante o Império, inúmeras iniciativas voltadas à educação profissional foram
implementadas, como as Casas de Educando Artífices instaladas em dez províncias, entre
1840 e 1865.
As orientações de Pombal valeram até a morte de dom José I, em 1777. Quando dona
Maria I (1734-1816) assumiu o trono, demitiu o marquês. Apesar da mudança política,
no início não houve uma ruptura no sistema de ensino. As aulas deixaram de ser
denominadas régias e passaram a ser chamadas de públicas, mas só o nome mudou.
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professores. A intenção do governo paulista era abrir quatro novas Escolas Normais, mas
só a da capital saiu do papel no início da República. Paralelamente, foi criada uma solução
rápida, mas de qualidade inferior: as escolas complementares.
Foi preciso, também, estruturar a administração da Educação e formular diretrizes
e normas. "Isso gerou novas relações de poder dentro das escolas e, a partir de 1894, surge
o cargo de diretor escolar", registra Jorge Uilson Clark, no artigo A Primeira República,
as Escolas Graduadas e o Ideário do Iluminismo Republicano: 1889-1930. A direção era
reservada aos homens. Já as vagas de professores da Educação primária eram amplamente
preenchidas por mulheres.
Pelo Decreto n.º 787, de 11 de setembro de 1906, Nilo Peçanha – então Presidente
do Estado do Rio de Janeiro – iniciou o ensino técnico no Brasil, com a criação de quatro
escolas profissionais, nas cidades de Campos, Petrópolis, Niterói e Paraíba do Sul. As três
primeiras destinavam-se ao ensino de ofícios e a última à aprendizagem agrícola.
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Foi criado o curso supletivo de dois anos para a população adulta. E a rede pública foi
organizada em escolas com uma, duas a quatro e cinco ou mais classes, além da escola
supletiva.
Com o fim do Estado Novo, o país ganhou outra Constituição. O texto atribuiu à
União a função de legislar sobre as bases da Educação, o que antes ocorria de maneira
fragmentada. Em 1948, o ministro Clemente Mariani (1900-1981) apresentou o
anteprojeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), o que gerou
novos conflitos entre os escola novistas e a Igreja Católica.
UNIVERSALIZÇÃO DO ENSINO
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Em 1942, também, surgiu o chamado Sistema S4, com a criação do Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (Senai).
Em 1946, foram criados o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o
Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), impulsionando
o atendimento em educação profissional.
A partir daí, a expressão Educação Profissional, que constava do artigo 39 da LDBEN,
passou para Educação Profissional e Tecnológica.
Conforme Pereira (2008, p.79), tais legislações, mais do que profissionalizar com
vistas à universalização do ensino. Em 1990, foram criados o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Sena), o Serviço Nacional do Transporte (Senat), o Serviço
Nacional de Apoio ao Cooperativismo (Sescoop) e o Serviço Brasileiro de Apoio à
Pequena e Média Empresa (Sebrae). profissional recebeu atenção especial dos governos
e da sociedade tanto no que se refere aos programas quanto à legislação. Na sequência, o
Decreto n.º 2.208, de 17 de abril de 1997 (Brasil, 1997), regulamentou a educação
profissional e criou o Programa de Expansão da Educação Profissional – PROEP, que
buscava a modernização e a expansão da educação profissional.
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Imperial e Governo atuais. O ensino vem se modernizando pra trazer melhorias integrar
a educação geral e a profissional pressupõe unir o saber (ciência) e o fazer (técnica). Pode-
se afirmar que a revogação do decreto 2.208/97 e a implantação do 5.154/04 foi um
avanço para o Brasil, no momento que alavancou um processo de superação da
dualidade explícita.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
Brasil (1909). Decreto nº. 7.566, de 23 de setembro. Crêa nas capitaes dos Estados da
Republica Escolas de Aprendizes Artifices, para o ensino profissional primario e gratuito.
Recuperado em 14 novembro, 2016, de http://www2.camara.leg.br/
legin/fed/decret/1900-1909/decreto-7566-23-setembro-1909-525411publicacaooriginal-
1-pe.html
Brasil (2011). Lei n.º 12.513, de 26 de outubro. Institui o Programa Nacional de Acesso
ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); altera as Leis n.º 7.998, de 11 de janeiro de
1990,
Fonseca, C. S. (1961). História do ensino industrial no Brasil. Rio de Janeiro: Escola
Técnica
BRASIL. Lei Nº 5622. Fixa educação a distância, como uma metodologia diferenciada.
Diário Oficial da União República Federativa do Brasil, Edição de 19/2/2005. Brasília
SANTOS, Jailson Alves dos. A trajetória da educação profissional. In: Lopes, et al (org.).
500 anos de educação no Brasil. 2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
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