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A morte do Calvinismo nos EUA e na

Europa
Publicado em 7 de outubro de 2015 por Anno Domini

Por James M. Boice

O objetivo de apresentar esses exemplos não é embelezar a história do Calvinismo. A


depravação humana é uma doutrina em que os calvinistas não só acreditam, mas também
praticam! Foi na Genebra de Calvino que Miguel Serveto foi queimado na fogueira por
heresia. Foi ali também que os puritanos executaram Carlos I e lideraram os julgamentos de
bruxas em Salem. Além disso, Edwards era um senhor de escravos e alguns africânderes
usaram a doutrina de Kuyper da soberania das esferas (explicada no capítulo 9) para
justificar o sistema opressivo do apartheid. Essas tragédias não eram o resultado inevitável
do Calvinismo, pois estavam em desacordo com os seus próprios princípios. Não obstante,
elas nos advertem para não idealizar o passado. Uma das principais lições da história da
Igreja é que os cristãos (inclusive os calvinistas) nunca conseguem viver exatamente
segundo os ideais de Deus, motivo pelo qual temos uma necessidade tão desesperada da sua
graça salvadora.

Ainda assim, as doutrinas da graça deram uma contribuição valiosa à Igreja e à cultura.
Cada um dos nossos quatro exemplos ilustra um aspecto um pouco diferente dessa
contribuição. A Reforma em Genebra mostra o que o Calvinismo representa para a
renovação urbana. Os puritanos desenvolveram as implicações da graça soberana para a
família e, assim, para a nação. Como afirmou o puritano Richard Greenham: “Se os homens
tivessem o cuidado de reformar em primeiro lugar a si mesmos e depois as suas próprias
famílias, eles veriam as múltiplas bênçãos de Deus em nossa terra, bem como sobre a Igreja
e a comunidade. Pois indivíduos geram famílias; famílias, cidades; cidades, províncias; e
províncias, reinos inteiros.” O Grande Despertamento demonstra o poder da doutrina da
graça na Igreja, especialmente para a evangelização e a renovação espiritual. Finalmente, o
exemplo de Abraham Kuyper mostra como o Calvinismo pode envolver o mundo moderno,
até o seu último centímetro.

Esses também não são os únicos exemplos do que as doutrinas da graça fizeram na História.
Podemos citar a visão de Agostinho da Cidade de Deus, construída pela graça soberana em
oposição à Cidade do Homem. Ou o escocês Thomas Chalmers, que organizou uma extensa
rede de cuidado pastoral e educação cristã para pessoas pobres em Glasgow. Há ainda o
movimento missionário moderno, que em grande parte originou-se de uma preocupação
calvinista com levar o Evangelho da graça até os confins da terra. Ou, para citar um
exemplo mais recente, considere a influência salutar de Francis Schaeffer sobre a
apologética do século vinte. O Cristianismo floresceu em toda parte onde as doutrinas da
graça foram compreendidas claramente e aplicadas rigorosamente.

Mas o que acontece quando essas doutrinas desaparecem? O presente livro surgiu a partir
de uma preocupação com a recuperação da teologia reformada em tempos pós-modernos.
Para entender por que isso é tão importante, considere o que acontece quando a teologia se
torna deformada. O declínio do Calvinismo significa inevitavelmente a ascensão do
Arminianismo. Isso é praticamente uma necessidade lógica. O Calvinismo insiste em que a
salvação é somente pela graça (sola gratia), mas a única coisa que pode substituir a
salvação somente pela graça é a salvação pela graça divina somada ao esforço humano —
um movimento que a teologia arminiana tende a incentivar. O Arminianismo aparece
inicialmente na forma de Pietismo, com uma devoção pessoal calorosa a Jesus Cristo.
Contudo, a menos que o Pietismo amadureça em direção ao Calvinismo, de modo a haver
um equilíbrio entre o coração e a mente, ele acaba dando lugar ao liberalismo e, finalmente,
ao ateísmo. (Não estamos falando aqui primariamente de cristãos como indivíduos, mas de
tendências de longo prazo na comunidade cristã). Essa é uma simplificação, e um
historiador cuidadoso desejaria caracterizar o fenômeno destacando a variedade de fatores
sociais, religiosos e culturais que contribuem para a decadência doutrinária. Não obstante, o
padrão básico de comprometimento teológico pode ser documentado na história da Igreja.
Quando a soberania divina é deixada de lado para dar lugar à capacidade humana, ocorre
um deslocamento teológico que leva ao abandono da ortodoxia, inevitavelmente.

Essa espiral descendente pode ser analisada usando-se cada um dos exemplos mencionados.
Primeiro, considere o Calvinismo que prevalecia em Genebra e em outros lugares durante a
Reforma Protestante. Foi a essa teologia que os arminianos se opuseram, primeiramente na
Holanda e posteriormente no restante da Europa. Durante algum tempo, o Arminianismo
manteve algo de sua vitalidade espiritual, principalmente na forma do Pietismo existente no
século dezoito. Porém, no século dezenove, muitas igrejas protestantes da Europa estavam
tomadas pelo liberalismo, que começou com um ataque à divina autoridade das Escrituras e
prosseguiu com um esvaziamento dos dogmas centrais da fé cristã. No século vinte, a
maioria dos europeus havia abandonado o Cristianismo por completo.

Ou considere a história do puritanismo nos Estados Unidos, especialmente após Jonathan


Edwards. Todos os sucessores imediatos de Edwards — homens como Joseph Bellamy,
Samuel Hopkins e Jonathan Edwards Jr. — moveram-se em direção ao Arminianismo. A
questão-chave para esses teólogos era o livre-arbítrio: eles queriam preservar um lugar para
a atuação humana no processo de salvação. Assim, a sua Teologia da Nova Inglaterra, como
era chamada, negava a doutrina da incapacidade total e minimizava de modo generalizado a
doutrina do pecado original, além de insistir em uma expiação universal. Em 1800, o
Calvinismo estava em declínio. Surgiu em Yale uma forma mais radical da Teologia da
Nova Inglaterra, conhecida como Teologia de New Haven. Homens como Nathaniel
Emmons argumentaram que responsabilidade implica capacidade e que, se Deus chama os
pecadores ao arrependimento, eles precisam então ter o poder de promover a própria
regeneração. Eles necessitam ter também o que N. W. Taylor denominou “energia
contrária”, ou a capacidade de resistir à graça divina. Uma a uma, as doutrinas da graça
foram perdendo força. Essa diluição do pensamento puritano preparou o caminho para o
liberalismo, que triunfou no século dezenove e tem dominado a Nova Inglaterra e suas
instituições desde então.

Embora a mudança do Calvinismo para o Arminianismo tenha se iniciado nas salas de aula
dos seminários, ela chegou a ter uma influência profunda sobre a cultura dos Estados
Unidos por meio dos acontecimentos ocorridos no Segundo Grande Despertamento. Os
avivamentos do Primeiro Grande Despertamento foram eventos sobrenaturais, forjados pelo
poder do Espírito de Deus. O mesmo poderia ser dito da nova onda de avivamentos, que
começou na década de 1790 e continuou até o século dezenove. Como seu antecessor, o
Segundo Grande Despertamento começou e floresceu em igrejas calvinistas, onde se
acredita que, devido ao avivamento ser uma obra somente de Deus, ele “ilustra de modo
peculiar as doutrinas gloriosas da graça”.

Todavia, movidos pelo desejo nada mais que natural de que o despertamento continuasse,
alguns líderes cristãos — especialmente os metodistas — procuraram imaginar métodos
para promover o avivamento. Sua preocupação com a salvação pessoal era louvável.
Contudo, em vez de confiar em Deus para abençoar os meios pelos quais a graça
usualmente se manifesta (oração, ministério da Palavra e sacramentos), eles adotaram as
“Novas Medidas” associadas ao sistema de convite: acampamentos evangelísticos
prolongados, o “banco dos ansiosos”, o chamado ao altar. Essas técnicas pragmáticas eram
suscetíveis à manipulação, especialmente em lugares onde se considerava importante contar
o número de convertidos. Os pregadores enfatizavam a necessidade de “ir à frente para
receber Cristo”, criando uma confusão não intencional entre a decisão humana (ir à frente) e
uma transformação divina (conversão espiritual). Em suma, houve uma mudança de
avivamento para avivamentismo.

Essa transição tinha suas raízes em uma teologia arminiana de conversão, que sustentava
que os pecadores eram neutros — livres para escolher seu próprio destino espiritual.
Embora os puritanos tivessem insistido em que a depravação não impedia alguém de se
decidir por Cristo sem a obra anterior do Espírito Santo, os novos avivamentistas
convidavam as pessoas a exercer sua própria capacidade de receber o Evangelho. Gardiner
Spring descreveu isso como a diferença entre um avivamento “erguido por obra humana” e
um “derramado pelo Espírito de Deus”. A diferença pode ser ilustrada comparando-se
Jonathan Edwards, que descreveu o avivamento como “uma dispensação incrivelmente
extraordinária da Providência”, a Charles Finney, que insistiu em que um avivamento não é
sobrenatural, mas sim o “resultado natural do uso correto dos meios constituídos”. Como a
maioria dos avivamentistas, Finney rejeitava explicitamente as doutrinas da graça. No início
de seu ministério, ele deixou a Igreja Presbiteriana e repudiou os pontos de vista de Calvino
“acerca de expiação, regeneração, fé, arrependimento, escravidão da vontade ou qualquer
doutrina afim”. A visão que ele finalmente adotou não era meramente arminiana, mas na
verdade pelagiana. Finney acreditava que os pecadores podiam dar início à própria
conversão: “Em vez de dizer aos pecadores para usarem os meios da graça e orarem por um
novo coração, nós os exortamos a se tornarem um novo coração e um novo espírito, e
estimulamos o dever da entrega imediata a Deus.”

E o que aconteceu à Holanda de Kuyper? Embora os detalhes sejam diferentes, o mesmo


padrão emergiu quando o Calvinismo se acomodou ao liberalismo. A figura principal na
região foi G. C. Berkouwer, que fora um teólogo reformado, mas cuja teologia teve uma
trajetória liberal ao longo do século vinte. A primeira obra de Berkouwer incluía uma defesa
vigorosa dos Cinco Pontos do Calvinismo, mas por volta da década de 1950 ele passou a ter
cada
vez mais dúvidas sobre a eleição e a reprovação, passando a defender a teologia neo-
ortodoxa. A contemporização de Berkouwer foi uma mudança pessoal, mas que espelhava
tendências mais amplas presentes na Igreja holandesa. A Universidade Livre se tornou cada
vez menos comprometida com ideias distintamente cristãs e, em 1971, havia abandonado
seu compromisso confessional com o Calvinismo. Hoje, a Igreja Reformada da Holanda é
uma minoria
em apuros que se agarra aos seus últimos lugares no Parlamento holandês, enquanto luta
contra a onda de ateísmo crescente, com sua decadência moral e desprezo pela vida
humana.

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