PRODUÇÃO
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
CUSTOS DE PRODUÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)!
Nesta disciplina, você está convidado(a) a embarcar numa interessante viagem ao mun-
do dos custos. Descobrirá o que são custos, como se classificam, como podem ser calcu-
lados, entre diversos outros conteúdos sobre o assunto.
Estudar sobre custos é importante tanto profissionalmente quanto no sentido pessoal.
Todos nós temos nossos próprios custos, e saber lidar com eles é algo essencial.
Neste livro, o foco está voltado para a área de produção. O mercado cada vez mais con-
corrido e o comércio globalizado obriga as indústrias a praticarem políticas de diminui-
ção de custos. Isso só é possível se a empresa conhecer bem os seus.
Diminuir custos não é simplesmente cortar gastos: a falta de investimentos também
pode prejudicar a qualidade. A redução, ou melhor, o bom controle de custos requer
análises que demonstrem o que deve ser alterado e o que deve ser mantido. A empresa
precisa saber onde está seu ponto forte e incentivar seu crescimento, assim como preci-
sa reconhecer seu ponto fraco e verificar o que pode ser feito a respeito.
Neste livro, trabalharemos com um crescente aprimoramento sobre o custos de produ-
ção, iniciando com estudos mais teóricos até chegarmos à aplicação prática dos conhe-
cimentos adquiridos.
Nas duas primeiras unidades, abordaremos o conteúdo de forma mais teórica, descre-
vendo o que são custos, como se classificam e quais são os elementos que os compõem.
A partir da terceira unidade, passaremos a parte prática, onde você conhecerá como
calcular os custos. Na Unidade IV, você aprenderá como utilizar estes custos para fins de
decisão. Por fim, na quinta unidade, abordaremos um estudo de caso que contempla os
conteúdos apresentados nos capítulos anteriores. Isso proporcionará a você, aluno(a), a
compreensão de como acontece na prática todo o processo para cálculo e controle dos
custos de produção.
Espero que você esteja entusiasmado(a) para começar nossa viagem. Lápis e caderno
nas mãos... Vamos lá!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
CUSTOS DE PRODUÇÃO
15 Introdução
40 Considerações Finais
48 Referências
49 Gabarito
UNIDADE II
ELEMENTOS DE CUSTOS
53 Introdução
54 Materiais
67 Mão de Obra
79 Considerações Finais
85 Referências
86 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
89 Introdução
113 Custo-padrão
122 Referências
123 Gabarito
UNIDADE IV
127 Introdução
157 Referências
158 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
161 Introdução
182 Referências
183 Gabarito
184 Conclusão
Professora Me. Adriana Casavechia Fragalli
Professor Me. Silvio César de Castro
I
UNIDADE
CUSTOS DE PRODUÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Reconhecer a importância da apuração dos custos para a subsistência
das empresas.
■■ Compreender expressões e terminologias que são costumeiramente
utilizadas.
■■ Identificar e diferenciar os gastos diretos e indiretos.
■■ Identificar e diferenciar os gastos fixos e variáveis.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Objetivos da apuração dos custos de produção
■■ Conceitos e terminologias em custos industriais
■■ Investimento
■■ Classificação dos gastos em relação aos produtos
■■ Classificação dos gastos em relação ao volume de produção
15
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao nosso estudo sobre custos de produ-
ção! Aqui, você descobrirá a importância desta disciplina para o sucesso de uma
empresa. Toda e qualquer tipo de empresa deve se atentar aos gastos gerados no
seu dia a dia. Até mesmo as empresas sem fins lucrativos devem se preocupar
em analisar seus gastos, afinal de contas, não é saudável para nenhuma empresa,
ou, até mesmo, pessoa, ficar endividada.
Contudo, o controle dos gastos para as empresas industriais se mostra ainda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
OBJETIVOS DA APURAÇÃO DOS CUSTOS
DE PRODUÇÃO
CUSTOS DE PRODUÇÃO
17
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITOS E TERMINOLOGIAS EM CUSTOS
INDUSTRIAIS
CUSTOS DE PRODUÇÃO
19
Neste livro, trabalharemos com custos de uma empresa industrial, nesse sen-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
GASTO
No nosso dia a dia, os termos gasto, custo, despesa, desembolso, dentre outros,
são, muitas vezes, considerados como sinônimos. Entretanto, quando utilizados
pela contabilidade de custos, representam coisas diferentes.
De acordo com Montoto (2012), o gasto representa a compra de produtos
ou serviço que gera sacrifício financeiro para a entidade. De forma geral, a ocor-
rência de um gasto gera a entrega ou promessa de entrega de ativos da entidade,
normalmente dinheiro. Como exemplos de gastos, podemos citar: compra de
equipamentos, de matéria-prima, de energia, de pacotes de software, contrata-
ção de serviços, impostos, aluguéis, seguros etc.
Mesmo gerando a obrigação de pagar, é importante entender que paga-
mento e gasto são eventos distintos, podendo ocorrer – e geralmente ocorrem
– em momentos diferentes. Isso se explica pela possibilidade de se adqui-
rir algo ou contratar um serviço e pagar posteriormente, ou ao contrário,
porém, mais raramente.
DESEMBOLSO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o bem é faturado em nome da empresa ou quando o serviço é prestado pelo
contratante, se reconhece o gasto.
INVESTIMENTO
CUSTOS DE PRODUÇÃO
21
CUSTO
O custo compreende todo o gasto relativo aos recursos (bens ou serviços) utili-
zados na produção de outros bens ou serviços, ou seja, o custo está relacionado
com o processo produtivo da empresa.
De acordo com Martins e Rocha (2010), o uso de recursos pode ocorrer de três
formas:
■■ Consumo: energia elétrica, água, aluguel etc.;
■■ Utilização: máquinas, equipamentos, infraestruturas (por meio da depre-
ciação) etc.;
■■ Transformação: matéria-prima, mão de obra, materiais secundários etc.;
É importante deixar claro que o uso de tais recursos só se caracteriza como custo
quando utilizados no processo produtivo da empresa, ou seja, o consumo de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
energia referente ao setor administrativo não representa custo.
O custo só é reconhecido como tal no momento da utilização dos fatores de
produção. Por exemplo, enquanto a matéria-prima está estocada aguardando sua
utilização, ela representa um investimento. No momento em que ela é requisi-
tada pelo departamento produtivo e utilizada na fabricação, passa a representar
um custo de produção.
São exemplos de gastos utilizados no processo produtivo, também conheci-
dos como fatores de produção:
■■ Matérias-primas consumidas ou transformadas;
■■ Materiais auxiliares;
■■ Mão de obra produtiva;
■■ Salário e benefícios da diretoria industrial;
■■ Custos gerais de fabricação – depreciação, energia elétrica, água etc.;
■■ Serviços de apoio à produção – manutenção, almoxarifado etc.;
■■ Seguros contra incêndio e demais riscos da fábrica.
CUSTOS DE PRODUÇÃO
23
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vale a pena ressaltar que o uso de recursos no processo produtivo não se dá ape-
nas em indústrias. Nas empresas prestadoras de serviços, os recursos utilizados
nos serviços realizados, como materiais de reparos e equipamentos, também são
classificados como custo.
DESPESA
Portanto, as despesas são diferenciadas dos custos pelo fato de estarem rela-
cionadas com a administração geral da empresa (geralmente representado pelos
setores administrativo, comercial e financeiro), ao passo que os custos estão liga-
dos com a produção.
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CUSTOS DE PRODUÇÃO
25
RECEITA
Segundo Ferrari (2001), receita representa a entrada de recursos para o Ativo, sob
forma de dinheiro, direitos a receber e outros. Entre outras formas, tem origem
nas vendas de mercadorias (empresa comercial), de produtos (empresa indus-
trial) ou serviços (empresa prestadora de serviços).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PERDA
CUSTOS DE PRODUÇÃO
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Além da classificação dos gastos em relação a sua utilização pela empresa (inves-
timento, custo, despesa ou perda), podemos observá-los com base em dois
aspectos: I) em relação à identificação e apropriação aos produtos; e II) em rela-
ção ao volume de produção.
Quanto à forma de distribuição e apropriação dos gastos aos produtos, pode-
mos classificá-los em diretos ou indiretos.
CUSTOS DIRETOS
São os custos que podem ser identificados de forma objetiva e direta no pro-
duto. Dessa forma, não necessitam de critérios de rateio para serem alocados
aos produtos fabricados ou aos serviços prestados. Assim, todos os recur-
sos utilizados exclusivamente por um determinado produto representam
custos diretos dele.
De acordo com Martins e Rocha (2010), tais custos são assim classificados
porque:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ A identificação é direta;
■■ A apropriação é objetiva;
■■ A mensuração é precisa;
■■ Não há alocação subjetiva nem arbitrária; e
■■ Não é necessário realizar estimativas ou aproximações.
DESPESAS DIRETAS
CUSTOS DE PRODUÇÃO
29
CUSTOS INDIRETOS
Os custos indiretos são aqueles que, por não serem perfeitamente identificados
nos produtos ou serviços, dependem de cálculos, rateios ou estimativas para
serem apropriados aos diferentes produtos.
Como exemplos de custos indiretos, podemos citar: I) mão de obra indireta,
representada pelo trabalho realizados nos departamentos auxiliares da indústria,
como almoxarifado; II) materiais indiretos, como graxas e lubrificantes utiliza-
dos na manutenção e limpeza de máquinas; e III) outros custos indiretos, como
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DESPESAS INDIRETAS
As despesas indiretas referem-se aos gastos que não podem ser identificados
com precisão com as receitas geradas. Dessa forma, elas são consideradas des-
pesas do período e não são distribuídas por tipo de receita.
Salário do pessoal da área administrativa, despesas financeiras, imposto de
renda e contribuição social são alguns exemplos de despesas indiretas.
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CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS EM RELAÇÃO AO
VOLUME DE PRODUÇÃO
CUSTOS FIXOS
CUSTOS DE PRODUÇÃO
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precisam estar relacionados com o setor produtivo, caso contrário, são con-
siderados despesas.
Para ilustrar o comportamento dos custos fixos, apresentamos a Tabela 1,
que exemplifica o gasto com aluguel de uma fábrica que apresenta volumes de
produção diferentes ao longo dos meses.
QUANTIDADE PRODUZIDA
PERÍODO VALOR DO ALUGUEL CUSTO UNITÁRIO
PRODUTO X
Janeiro 800 R$ 6.000 R$ 7,50
Fevereiro 500 R$ 6.000 R$ 12,00
Março 700 R$ 6.000 R$ 8,57
Abril 1.000 R$ 6.000 R$ 6,00
Maio 1.200 R$ 6.000 R$ 5,00
Junho 900 R$ 7.000 R$ 7,78
Fonte: os autores.
Por meio da Tabela 1, podemos perceber que os custos fixos não sofrem alte-
rações proporcionais às variações no nível de produção da empresa. Os custos
fixos até podem sofrer alterações de valor de um mês para o outro, mas essas
variações estão geralmente relacionadas à correção de preços do fornecedor,
como podemos observar entre o período de maio e junho. No entanto, isso não
o torna um custo variável.
Nesse sentido, o custo fixo não possui, necessariamente, o mesmo valor todos
os meses; no entanto, essa variação não está diretamente ligada ao volume de
produção de cada período. Um exemplo deste aspecto pode ser observado na
Tabela 2, que compara o gasto com segurança da fábrica e o volume de produção.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fevereiro 500 R$ 4.650 R$ 9,30
Março 700 R$ 4.800 R$ 6,86
Abril 1.000 R$ 4.450 R$ 4,45
Maio 1.200 R$ 4.550 R$ 3,79
Junho 900 R$ 4.700 R$ 5,22
Fonte: os autores.
DESPESAS FIXAS
Assim como os custos fixos, as despesas fixas são aquelas que permanecem
constantes dentro de determinado nível de atividade, mas estas, por sua
vez, estão relacionadas à geração de receitas. Em outras palavras, as despe-
sas fixas permanecem constantes, independentemente do volume de vendas
ou de prestação de serviços.
Os gastos com salários e encargos sociais, aluguel, seguro, despesas finan-
ceiras, depreciação, dentre outros, desde que relacionados ao setor comercial e
administrativo da empresa, representam despesas fixas.
CUSTOS DE PRODUÇÃO
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CUSTOS VARIÁVEIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Mar 1000 R$ 35,00 R$ 35.000,00
Abr 500 R$ 35,00 R$ 17.500,00
Mai 1200 R$ 35,00 R$ 42.000,00
Total 4200 - R$ 147.000,00
Fonte: os autores.
CUSTOS DE PRODUÇÃO
35
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESPESAS VARIÁVEIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Apropriados de Apropriadas de
forma subjetiva forma subjetiva
por critérios de por critérios de
rateio rateio
CUSTOS DE PRODUÇÃO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 8 – Exemplo de classificação dos gastos 3
Fonte: autores.
CUSTOS DE PRODUÇÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), ao término deste primeiro capítulo, você já deve ter per-
cebido o quanto é importante para uma empresa o controle dos seus gastos,
principalmente em se tratando de empresas industriais.
Os gastos estão presentes em todos os tipos de empresas, contudo, a fabri-
cação de produtos apresenta uma atividade complexa, que vai desde a compra
de matéria-prima até a transformação desta em produto acabado. Dessa forma,
reconhecer e avaliar os gastos durante todo o processo produtivo se torna fun-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
damental para o desempenho empresarial.
Além de reconhecer a importância da disciplina na gestão das empresas,
você pode conhecer que a contabilidade de custos trabalha com termos e con-
ceitos específicos, os quais, se não compreendidos e classificados corretamente,
podem afetar a apuração do resultado da empresa.
Gasto, custo, despesa, investimento e desembolso são expressões que, infor-
malmente, podem representar a mesma coisa. No entanto, para a contabilidade de
custos, representam conceitos pontuais que devem ser levados em consideração.
Resumidamente, podemos dizer que o gasto se refere à compra de produtos
ou serviços que provocam a entrega ou promessa de entrega de ativos, normal-
mente dinheiro. O gasto se transforma em investimento quando é ativado, ou
seja, passa a compor o grupo de bens e direitos da empresa, como o estoque. O
custo, por sua vez, está relacionado ao processo produtivo, podendo ou não ter
sido classificado inicialmente como investimento (matéria-prima). Por fim, as
despesas representam gastos que estão relacionados à geração de receita, como os
impostos incidentes sobre as vendas. Assim como os custos, as despesas podem
ou não passar pela classificação como investimento.
Agora que você já conheceu os principais termos relacionados à contabili-
dade de custos, podemos avançar para o estudo de seus elementos.
CUSTOS DE PRODUÇÃO
41
CUSTOS R$
Matéria-prima 150.000,00
Depreciação das máquinas 17.000,00
Material de embalagem 23.000,00
Aluguel da fábrica 40.000,00
Mão de obra direta (paga por produção) 36.000,00
Salários e encargos da administração da fábrica 52.000,00
43
O levantamento conceitual básico de cus- custos, custos fixos, custos variáveis, cus-
tos e suas terminologias são relevantes para tos diretos, custos indiretos e custo misto
o processo de gestão empresarial tendo (MARTINS; ROCHA, 2010). Desta feita,
em vista que muitos “usuários das informa- assim como Martins (2003, p. 16) este
ções contábeis realmente não conseguem artigo não se tem “nenhuma pretensão de
compreender perfeitamente o significado resolver o impasse ou de conseguir gene-
de muitos termos utilizados pela con- ralizar a terminologia de Custos” a seguir
tabilidade” (DIAS FILHO, 2000, p. 38). A apresentam-se a nomenclatura e a concei-
linguagem contábil precisa comunicar fiel- tuação sobre o ponto de vista de Hansen e
mente os fenômenos que representa. Neste Mowen (2001), Martins (2003), Blocher et.
sentido, Martins (2003, p.16) enfatiza que al.(2007) e Martins e Rocha (2010) sobre
“desde que duas pessoas resolvam comu- tais conceitos.
nicar-se, é absolutamente necessário que
passem a dar aos objetos, conceitos e ideias Inicia-se o impasse sobre os três signos
o mesmo nome, sob pena de, no mínimo, principais utilizados pela Contabilidade
reduzir-se o nível de entendimento”. de Custos, a saber: gastos, custos e des-
pesas. O termo gastos é definido como “a
A linguagem contábil precisa ser clara, compra de bens ou serviços” (MARTINS;
direta e objetiva para garantir a eficiên- ROCHA, 2010, p. 9) “que gera sacrifício
cia e a eficácia do processo de informação financeiro para a entidade (desembolso),
e comunicação dentro das organizações. sacrifício esse representado por entrega
As informações de custos são utilizadas ou promessa de entrega de ativos (normal-
sob três perspectivas contábeis: Contabi- mente dinheiro)” (MARTINS, 2003, p. 17).
lidade Societária, Contabilidade Tributária Entende-se como um conceito vasto que
e Contabilidade Gerencial. Na primeira as engloba todos os bens e serviços adqui-
informações geradas pela Contabilidade ridos pelas organizações, isto é, o gasto
de Custos influenciam a confecção dos acontece “no ato da passagem para a pro-
relatórios contábeis destinados aos usu- priedade da empresa do bem ou serviço”
ários externos, na segunda é usada para seja “no momento em que existe o reco-
mensurar corretamente o valor do lucro nhecimento contábil da dívida assumida ou
e do patrimônio objeto de tributação e da redução do ativo dado em pagamento”
no âmbito da Controladoria e da Conta- (MARTINS, 2003, p. 17).
bilidade Gerencial, a mesma alicerça o
processo de planejamento e o controle O custo é incorrido quando um deter-
gerencial das organizações. Destaca-se, minado recurso é utilizado para algum
ainda, que para a compreensão e utiliza- propósito, assim qualquer produto,
ção dos métodos, sistemas e das práticas serviço, cliente, atividade ou unidade
de gestão de custos, faz-se necessário a organizacional do qual os custos são
correta compreensão dos significados calculados com algum objetivo são deno-
dos seguintes termos: gastos, despesas, minados de objeto de custos (BLOCHER
45
et. al., 2007) . Desta feita, um gasto é reco- As despesas de uma organização refle-
nhecido como custo apenas no momento tem na redução do Patrimônio Líquido e
da utilização, ou seja, na fabricação de um representam os sacrifícios no processo de
produto ou execução de um serviço. Cor- obtenção de receitas, ou seja, é “o bem ou o
roborando Martins (2003, p. 17) definido serviço consumido direta ou indiretamente
custo como um “gasto relativo a bem ou para a obtenção de receitas” (MARTINS,
serviço utilizado na produção de outros 2003, p. 17).Martins e Rocha (2010, p. 17)
bens ou serviços”. Martins e Rocha (2010, confirmam que um evento é considerado
p. 9) evidenciam que um evento é conside- uma despesa quando atender aos seguin-
rado custo quando atender aos seguintes tes requisitos: ao consumo, a utilização ou
requisitos: ao consumo, a utilização ou a a transformação de um recurso econômico
transformação de um recurso econômico (bens ou serviços); e que o mesmo tenha o
(bens ou serviços); e tenha o objetivo de objetivo de manter em atividade a empresa
produzir outros bens e serviços. como um todo e gerar receitas [...].
Fonte: Martins et al. (2013, on-line)1
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade de Custos
Ed Luiz Ferrari
Editora: Impetus
Ano: 2015
Sinopse: a Editora Impetus e o renomado autor, Ed Luiz Ferrari,
orgulhosamente apresentam Contabilidade de Custos, em sua primeira
edição. A obra foi dividida em 10 capítulos e tem como maior objetivo
atender aos candidatos que desejam a aprovação em concursos públicos
elaborados pelas diversas bancas do Brasil, mas também poderá ser utilizada
por aqueles que buscam conhecimento rápido e objetivo em contabilidade
de custos e gerencial. Pensando em facilitar o entendimento da matéria,
toda a parte teórica está descrita em linguagem sequencial didática e
acompanhada de exemplos práticos e exercícios resolvidos. Além disso,
inclui, ao final de cada capítulo, uma coletânea de questões extraídas de diversos concursos públicos,
sendo todas comentadas e com gabarito. Portanto, trata-se de uma ferramenta indispensável que
contempla todos os níveis de concurso, do fundamental ao superior, e indicada tanto aos profissionais
da área quanto aos concurseiros que almejam sucesso nas provas desta disciplina.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
48
REFERÊNCIAS
FAVERO, Hamilton Luiz; LONARDONI, Mário; SOUZA, Clóvis de; TAKAKURA, Mas-
sakazu. Contabilidade: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
FERRARI, Ed Luiz. Contabilidade Geral: teoria e 950 questões. Rio de Janeiro: Impe-
tus, 2001.
MARTINS, Daiana Bragueto; LEPCHAK, Alessandro; KRESPI, Nayane Thais; SCARPIN,
Jorge Eduardo. Terminologias e conceitos de contabilidade de custos na percepção
dos graduandos em ciências contábeis. In: XX Congresso Brasileiro de Custos. 2013.
Uberlândia. Anais... Uberlândia, 2013. Disponível em: <https://anaiscbc.emnuvens.
com.br/anais/article/view/140/140>. Acesso em: 15 jan. 2018.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de custeio comparados: custos e
margens analisados sob diferentes perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010.
MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizada. São Paulo: Saraiva,
2012.
OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Contabilidade de cus-
tos para não contadores. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
49
GABARITO
II
UNIDADE
ELEMENTOS DE CUSTOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer os materiais que compõem o custo de um produto
acabado e compreender os métodos de controle existentes.
■■ Identificar os gastos que compõem o custo com mão de obra, assim
como efetuar o seu cálculo.
■■ Reconhecer os custos indiretos do processo produtivo e sua forma de
distribuição
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Materiais
■■ Mão de obra
■■ Custos indiretos de fabricação
53
INTRODUÇÃO
Introdução
54 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MATERIAIS
ELEMENTOS DE CUSTOS
55
Materiais
56 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Produtos Acabados: representam os itens resultantes do processo produti-
vo de indústrias, os quais serão comercializados. Ex.: álcool, açúcar, calçados
etc.
Fonte: os autores.
ELEMENTOS DE CUSTOS
57
Materiais
58 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INVENTÁRIO PERIÓDICO
CMV = EI + C - EF
No final de cada período, podendo ser mensal, semestral, anual etc. (a legisla-
ção determina ao menos um controle por ano), a empresa realiza a contagem
física do seu estoque. Após a contagem, é necessária a valoração dele. Depois de
contado e valorado, tem-se o valor do estoque final. Juntamente com os regis-
tros de compras referentes ao período, e tendo como saldo inicial o saldo final
do período anterior, basta aplicar a fórmula.
Suponhamos que, ao final de 2016, determinada empresa realizou a conta-
gem física e valoração do seu estoque e apurou um estoque final de R$ 1.400,00.
Sabendo que em janeiro ela possuía um estoque inicial de R$ 1.700,00, e durante
o ano realizou compras no valor de R$ 4.350,00, qual o custo das mercadorias
vendidas neste período?
ELEMENTOS DE CUSTOS
59
Isso significa que o custo das mercadorias vendidas durante o ano de 2016 foi
de R$ 4.650,00. Confrontando esta informação com o faturamento do período,
a empresa poderá avaliar seu resultado econômico.
Mesmo sendo prático, esse sistema de controle de estoque é recomendado
apenas para empresas de pequeno porte. Um controle permanente do estoque
é, sem dúvida, mais eficiente, contudo, isso pode incorrer em gastos muito ele-
vados em relação aos benefícios das informações oferecidas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INVENTÁRIO PERMANENTE
Materiais
60 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 1 – Modelo de ficha de controle de estoque
Mercadoria:_____________________ Critério:_____________________
ENTRADA SAÍDA SALDO
DATA: DESCRIÇÃO Valor Valor Valor
Quant. Total Quant. Total Quant. Total
Unit. Unit. Unit.
- - - - - - - - - - -
Fonte: os autores.
ELEMENTOS DE CUSTOS
61
Por esse motivo, surgem algumas alternativas para valoração e controle dos esto-
ques, devendo ser adotado o mais adequado a cada circunstância.
Os dados apresentados na Tabela 1 representam a movimentação de merca-
doria da empresa Mais Controle Ltda., os quais serão utilizados para demonstrar
e comparar os métodos de avaliação de estoque.
No método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), também conhecido
como FIFO (first in, first out), os saldos em estoque são avaliados pelos valores
mais recentes. Isto porque os materiais mais antigos são os primeiros a serem
baixados do estoque, conforme a saída.
Neste método, “as matérias-primas são baixadas do estoque pelo custo mais
antigo e, consequentemente, as que permanecem em estoque ficam avaliadas a
custos mais recentes” (OLIVEIRA; PEREZ JR. 2012, p. 85).
Para poder dar baixa nos itens mais antigos, é necessário fazer a separa-
ção dos lotes no momento do preenchimento da ficha. Na Tabela 2, a seguir,
é apresentada a ficha de controle de estoque da empresa Mais Controle Ltda.
seguindo o método PEPS.
Materiais
62 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
50 150 7.500
100 120 12.000
200 130 26.000
04/mai Venda - - - 40 150 6.000
10 150 1.500
310 - 39.500
40 150 6.000
05/mai Compra 40 160 6.400 - - -
40 160 6.400
40 150 6.000
06/mai Venda - - - 10 160 1.600 30 160 4.800
50 7.600
Total do período 390 51.900 360 47.100 30 4800
Fonte: os autores.
ELEMENTOS DE CUSTOS
63
Como o método PEPS dá baixa nos itens mais antigos, a venda do dia 04 pro-
vocou a saída de mercadorias referentes ao primeiro, segundo e terceiro lote
adquiridos, sequencialmente, até chegar as 310 unidades solicitadas.
O método UEPS (último que entra, primeiro que sai), ou LIFO (last in, first
out), avalia o saldo em estoque pelos valores mais antigos, ou seja, os últimos
itens a entrar no estoque são os primeiros a receber baixa em função da saída
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Materiais
64 UNIDADE II
40 120 4.800
05/mai Compra 40 160 6.400 - - -
40 160 6.400
40 160 6.400
06/mai Venda - - - 10 120 1.200 30 120 3.600
50 7.600
Total do período 390 51.900 360 48.300 30 3.600
Fonte: os autores.
Note que, pelo método UEPS, o valor das saídas, chamado de custo das merca-
dorias vendidas (CMV), são maiores dos que os apresentados no método PEPS.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Isso porque estamos considerando uma situação de inflação, ou seja, a cada com-
pra o custo foi aumentado.
Dando baixa nos últimos lotes primeiro, o custo de cada venda é composto
pelos valores maiores, consequentemente, os itens que permanecem em estoque
representam os valores menores.
ELEMENTOS DE CUSTOS
65
Vários autores afirmam que o Custo Médio Ponderado Móvel (CMPM) é o cri-
tério mais utilizado no Brasil. “Adotando-se esse critério, os materiais estocados
serão sempre avaliados pela média dos custos de aquisição, sendo esses custos
atualizados após cada compra efetuada” (RIBEIRO, 2013, p. 129).
Para calcular o custo médio, basta juntar a quantidade e o valor dos lotes.
Em seguida, divide-se o saldo total em valor pelo saldo em quantidade, encon-
trando assim, o valor unitário. Desta forma, é necessária a separação de lotes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com preços diferentes; após cada compra com valores distintos, o valor unitá-
rio do saldo em estoque, é alterado.
Fonte: os autores.
Materiais
66 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Imposto de Renda (2.835) (2.768) (2.655)
Lucro Líquido 16.065 15.682 15.045
Fonte: os autores.
Perceba que, para todos os métodos, o valor da venda é o mesmo, mas, como
os critérios de apuração do custo do estoque são diferentes, o lucro é afetado.
Consequentemente, o Imposto de Renda, que é calculado sobre o lucro, tam-
bém sofre variação.
Quadro 2 – Efeitos gerados pelos métodos de avaliação do estoque
EFEITO
MÉTODO
ESTOQUE CMV LUCRO IMPOSTO LEGALMENTE
PEPS Aumenta Diminui Aumenta Aumenta Aceito
UEPS Diminui Aumenta Diminui Diminui Não Aceito
MPM Média Média Média Média Aceito
Fonte: os autores.
ELEMENTOS DE CUSTOS
67
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MÃO DE OBRA
Mão de Obra
68 UNIDADE II
No caso da mão de obra indireta, como não é possível atribuir o custo direta-
mente a determinado produto, se faz necessária a utilização de rateio. Trataremos
deste assunto no próximo capítulo.
Independentemente da classificação (direta ou indireta), o custo com mão
de obra não é composto somente pelo salário básico. Vários são os elementos que
integram o custo com mão de obra: férias, 13º salário, encargos sociais (INSS,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FGTS), bonificações ou diferenciais de turno, horas extras, incentivos de produ-
ção, bonificações de assiduidade, por tempo de serviço, em datas comemorativas,
gastos com treinamento, demissões, indenizações, pensões etc.
Consiste no custo com mão de obra:
De uma forma geral, pode-se afirmar que o custo com mão de obra é todo e qual-
quer gasto que a empresa tenha efetuado com os funcionários que atuam, direta
ou indiretamente, na área de produção.
ELEMENTOS DE CUSTOS
69
O custo com mão de obra engloba não só os salários pagos aos funcionários, mas
também os encargos determinados pela legislação trabalhista e previdenciária,
assim como todos os demais gastos com o pessoal que trabalha direta ou indire-
tamente no setor de produção,
como horas extras, seguro de
acidente de trabalho, lanches e
refeições etc. (RIBEIRO, 2013).
Para ilustrar o cálculo do
custo com mão de obra direta,
vamos utilizar o exemplo pro-
posto por Martins (2010).
Segundo o autor, a melhor
maneira de realizar esse cál-
culo é apurar os gastos com funcionários que cabe à empresa e, em seguida,
dividir esse valor pelo número de horas que estes estão efetivamente à dispo-
sição para o trabalho. Isso porque durante o ano existem vários momentos em
que a empresa gasta com o funcionário mesmo ele não atuando no seu serviço,
como: férias, feriados, descanso semanal remunerado etc.
Mão de Obra
70 UNIDADE II
Para ilustrar, vamos supor que uma empresa contrate um funcionário por R$
10,00 a hora e, considerando a Constituição brasileira, a jornada seja de 44 horas
semanais. Supondo que o funcionário trabalhe 6 dias por semana, temos que a
carga de trabalho diária é de 7,3333 horas (44 ÷ 6 = 7,3333), que equivalem a 7
horas e 20 minutos. A partir desses dados, a Tabela a seguir apresenta o cálculo
do custo com mão de obra direta.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
à empresa:
Número total de dias por ano 365 dias
(-) Repousos Semanais Remunerados 48 dias
(-) Férias 30 dias
(-) Feriados 12 dias
(=) Número máximo de dias à disposição do empregador: 275 dias
(X) Jornada máxima diária (em horas) 7,3333 horas
(=) Número máximo de horas à disposição, por ano: 2.016,7 horas
Remuneração anual do trabalhador:
(a) Salários: 2.016,7h x $10,00 $ 20.167,00
(b) Repousos Semanais: 48 x 7,3333 = 352h x $10,00 $ 3.520,00
(c) 13º Salário: 30 x 7,3333 = 220h x $10,00 $ 2.200,00
(d) Férias: 30 x 7,3333 = 220h x $10,00 $ 2.200,00
(e) Adicional de Férias: 1/3 das Férias $ 733,33
(f ) Feriados: 12 x 7,3333 = 88h x $10,00 $ 880,00
Total: $ 29.700,33
Encargos Sociais:
INSS 20% $ 5.940,07
FGTS 8% $ 2.376,03
Seguro-acidente de trabalho 3% $ 891,01
Salário-educação 2,5% $ 742,51
SESI ou SESC 1,5% $ 445,50
ELEMENTOS DE CUSTOS
71
Mão de Obra
72 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO
De acordo com Viceconti e Neves (2012, p. 70) “todos os gastos que a empresa
incorre para a produção e que não estejam enquadrados como gastos com mate-
rial direto ou mão de obra direta são denominados custos indiretos de fabricação
(CIF)”. Isto é, são os outros demais custos necessários para a operação da fábrica,
porém genéricos demais para serem apropriados diretamente ao produto.
O aspecto da impossibilidade de se alocar os custos indiretos de fabricação
sobre a produção de forma objetiva e mensurável, sem distorções, gera um grau
de incerteza considerável na sua correta identificação em relação a certo pro-
duto ou departamento.
Segundo Ribeiro (2013, p. 292) “uma das características dos custos indiretos
é beneficiar a fabricação de vários produtos ao mesmo tempo”. Como exemplo
temos: mão de obra indireta, depreciação de máquinas e equipamentos, aluguel,
segurança, entre outros.
Imagine que a mão de obra mensal de um soldador seja de R$ 5.000,00. Se
ele trabalha com quatro produtos, um momento soldando um produto, outro
momento outro (mesas, cadeiras, carteiras e janelas), qual o custo com a mão
de obra desse soldador que será alocado em cada produto?
ELEMENTOS DE CUSTOS
73
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ As características que envolvem o processo de fabricação (processo tér-
mico, mecânico, químico, montagem etc.);
■■ O tipo do produto fabricado;
■■ O volume, o peso e o valor da matéria-prima aplicada;
■■ Os equipamentos utilizados;
■■ O ciclo de produção (tempo de maturação do produto);
■■ O tempo de horas-máquina e de hora-homem necessárias etc.
Para determinar uma base de rateio ideal, é necessário associar o gasto com o
motivo que o gerou. O gasto com o supervisor da fábrica, por exemplo, poderá
decorrer da necessidade de inspecionar o trabalho dos funcionários ou da neces-
sidade de conferência da produção.
No caso de decorrer da necessidade de inspecionar os funcionários, a distri-
buição do gasto com o supervisor poderá ser feita levando em conta o número
de trabalhadores; se decorrer da necessidade de conferência da produção, a
apropriação do gasto poderá ser realizada com base na quantidade produzida.
São inúmeras as bases existentes para apropriação dos custos indiretos de fabri-
cação aos produtos ou departamentos. Cada empresa pode criar seu próprio
critério levando em consideração suas necessidades e características.
ELEMENTOS DE CUSTOS
75
Neste tópico, abordaremos as formas rateio mais usuais. Para tanto, suponha-
mos que uma empresa apresentou os seguintes dados referentes à produção dos
itens X, Y e Z, em um determinado período.
Tabela 7 - Dados da produção dos itens X, Y e Z
X Y Z TOTAL
Matéria-prima aplicada $ 5.500,00 $ 4.300,00 $ 6.800,00 $ 16.600,00
Mão de obra direta $ 1.900,00 $ 3.400,00 $ 2.700,00 $ 8.000,00
Custo primário $ 7.400,00 $ 7.700,00 $ 9.500,00 $ 24.600,00
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MATÉRIA-PRIMA APLICADA
X $ 5.500,00 33%
Y $ 4.300,00 26%
Z $ 6.800,00 41%
Total: $ 16.600,00 100%
Fonte: os autores.
c) Custo primário:
Quando a matéria-prima e a mão de obra direta forem igualmente expressivos no
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
processo de fabricação, utiliza-se o valor do custo primário, que representa a soma
destes dois gastos. Neste caso, calcula-se o gasto total com custo primário, assim
como o custo primário de cada produto, esta proporção então é utilizada para dis-
tribuir os CIFs.
Tabela 10 - Custo primário
CUSTO PRIMÁRIO
X S 7.400,00 30%
Y S 7.700,00 31%
Z S 9.500,00 39%
Total: S 24.600,00 100%
Fonte: os autores.
d) Horas-máquina:
HORAS-MÁQUINA
X 220h 27%
Y 310h 39%
Z 270h 34%
Total: 800h 100%
Fonte: os autores.
ELEMENTOS DE CUSTOS
77
e) Horas-homem:
Tabela 12 - Horas-homem
HORAS-HOMEM
X 140h 29%
Y 170h 36%
Z 165h 35%
Total: 475h 100%
Fonte: os autores.
f) Unidades produzidas:
UNIDADES PRODUZIDAS
X 3.500 30%
Y 4.100 36%
Z 3.900 34%
Total: 11.500 100%
Fonte: os autores.
Além dos exemplos citados, existem diversas outras bases de rateio, como tempo
de maturação do produto, área ocupada, medidores de energia etc.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ELEMENTOS DE CUSTOS
79
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
80
III. O custo com mão de obra indireta deve ser apropriado ao produto por meio
critério de rateio escolhido pela empresa.
IV. O custo com mão de obra envolve todos os gastos com pessoal, inclusive
treinamentos e planos assistenciais.
A correta sequência das afirmativas é:
a) F, F, F e V.
b) F, F, V e V.
c) F, V, F e V.
d) V, V, F e F.
e) V, V, V e F.
5. A empresa Mais Cores Ltda. trabalha na fabricação de tintas automotivas. Ao
contratar os funcionários da produção, é registrado em suas carteiras de traba-
lho um salário de $ 25,00/hora. Considerando o modelo proposto por Martins
(2010), inclusive com as mesmas horas de trabalho e taxas, qual o custo to-
tal por hora com mão de obra?
a) $ 35,42.
b) $ 43,84.
c) $ 50,37.
d) $ 58,25.
e) $ 64, 91.
6. A determinação da base de rateio para distribuição dos custos indiretos de fabri-
cação deve ser muito bem estudada, afinal de contas, bases diferentes atribuem
valores diferentes aos diversos produtos. Dentre os aspectos a serem levados
em consideração para determinar a base de rateio ideal, mencione três e
descreva porque se faz importante sua observação.
82
tos como custos variáveis. Se as receitas car por que certas celebridades têm taxas
de comerciais das cadeias de rádio e TV por telespectadores mais altas ou mais
forem igualmente baseadas no número baixas, provavelmente devido a dife-
de telespectadores, então faz sentido o rentes taxas de receita dos programas;
tratamento dado a essas celebridades. anunciantes devem pagar mais por um
Isso também deve ser usado para expli- certo tipo de telespectador.
Fonte: Blocher et al. (2007).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade de Custos
Osni Moura Ribeiro
Editora: Saraiva
Sinopse: as áreas da contabilidade são inúmeras e entender cada
uma delas requer bons livros. Esse conhecimento é primordial para o
desenvolvimento profissional não só dos estudantes de contabilidade,
mas também dos profissionais da área que têm, no seu dia a dia,
inúmeras informações a decifrar e precisam de um embasamento
teórico forte. Uma dessas áreas é a contabilidade de custos, que
necessita de análises mais detalhadas para tomada de decisões. Ao
contrário do que se possa pensar, estudar custos não é uma tarefa
difícil, ainda mais quando se faz uso de uma abordagem como
a empregada neste livro. Os capítulos são divididos de maneira
progressiva, tornando o aprendizado mais tranquilo, mesmo para
aqueles que nunca estudaram custos antes. Isso só é possível em razão
da grande facilidade que o autor tem em transmitir o conteúdo; são mais
de 35 anos de experiência acumulada como professor e profissional da área.
85
REFERÊNCIAS
BLOCHER, Edward J.; CHEN, Kung H.; COKINS, Gary; LIN, Thomas W. Gestão estraté-
gica de custos. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
CAMPIGLIA, Américo O.; CAMPIGLIA, Oswaldo R. Controles de gestão: controlado-
ria financeira das empresas. São Paulo: Atlas, 1993.
FAVERO, Hamilton Luiz; LONARDONI, Mário; SOUZA, Clóvis de; TAKAKURA, Mas-
sakazu. Contabilidade: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Contabilidade de cus-
tos para não contadores. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
VICECONTI, Paulo Eduardo V.; NEVES, Silvério das. Contabilidade de custos: um en-
foque direto e objetivo. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
GABARITO
DEPARTAMENTALIZAÇÃO, RATEIO
III
UNIDADE
DOS CUSTOS INDIRETOS DE
PRODUÇÃO E FORMAS DE CUSTEIO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender o que são departamentos e centros de custos e como
esses devem ser tratados na distribuição dos custos de produção.
■■ Conhecer os métodos de distribuição dos custos de produção.
■■ Entender o custeio por absorção e o custeio variável como métodos
de apuração do custo de produção e verificar suas formas de
aplicação.
■■ Reconhecer o custo-padrão como sendo uma forma eficaz de se
planejar e controlar os custos de produção.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Departamentalização e centro de custos
■■ Rateio dos custos indiretos de produção
■■ Métodos de custeio
■■ Custo-padrão
89
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), até o momento discutimos vários aspectos teóricos sobre cus-
tos de produção. Agora você já consegue diferenciar o que é gasto, o que é custo,
o que é despesa e suas classificações (fixo ou variável, direto ou indireto).
No capítulo anterior, utilizamos esses conceitos para compreender os ele-
mentos que compõem o custo de produção, como mão de obra, materiais, e
custos indiretos de fabricação.
A partir dessa unidade, nós vamos colocar a mão na massa, ou seja, vamos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
90 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEPARTAMENTALIZAÇÃO E CENTRO DE CUSTOS
por meio de uma única taxa de rateio. A abordagem por departamento acumula
os custos indiretos em centros de custos e os apropria para os produtos utilizando
uma taxa de rateio específica para cada departamento. Por fim, a apropriação
baseada em atividades acumula os custos de acordo com cada atividade exer-
cida no processo de fabricação e os apropria para os produtos por meio de taxas
específicas para cada atividade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 – Apropriação direta dos custos indiretos de fabricação
Fonte: os autores.
de suas decisões.
Por outro lado, se considerarmos a utilização dos departamentos por cada modelo
de mesa, teremos os seguintes valores referentes à apropriação dos custos indiretos:
Modelo A
100% de 4 departamentos: $ 17.500 x 4 = $ 70.000,00
50% de 4 departamentos: $ 8.750 x 4 = $ 35.000,00
Total: $ 105.000,00
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Modelo B
50% de 4 departamentos: $ 8.750 x 4 = $ 35.000,00
Na segunda fase, o total dos custos diretos e indiretos dos departamentos de ser-
viços são transferidos aos departamentos produtivos, o que também é feito por
meio de rateio. Por exemplo, o departamento de manutenção presta serviço aos
mais diversos departamentos. Para distribuir esse custo, a empresa pode optar,
dentre outras bases, em distribuir esse valor conforme o número de ordens de
serviços prestados pela manutenção aos diversos setores.
Por fim, na última fase, o custo total de cada departamento de produção
é transferido aos produtos. Novamente, uma base de rateio deve ser utilizada,
por exemplo, quantidade produzida, horas gastas na produção etc. Perceba que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
quando a empresa adota a departamentalização, ela pode escolher diferentes
bases de rateio para os diversos custos. Isso proporciona uma melhor avaliação
do custo de produção. Toda forma de rateio representa certo grau de incerteza,
contudo, por meio da departamentalização, isso é minimizado.
possuem suas particularidades, sendo assim, os critérios adotados por uma não
são, necessariamente, igualmente eficazes para utilização em outra.
É importante ressaltar que não existe uma regra a ser seguida em relação
ao critério de rateio utilizado. Com isso, os valores alocados aos departamentos
ou produtos podem sofrer alterações extremamente significativas, apenas com
a alteração do critério utilizado na distribuição dos custos indiretos.
O principal problema de rateio dos custos indiretos de fabricação define-
-se basicamente no método a ser utilizado. Seja qual for o método utilizado,
sempre haverá algum tipo de crítica a esta metodologia. Os métodos mais
utilizados para rateio dos custos indiretos de fabricação e aceitos por diver-
sos autores são os seguintes:
Quadro 1 - Critérios de rateio amplamente utilizados
Para esclarecer toda trajetória dos custos indiretos, desde os gastos departa-
mentais até a distribuição aos produtos, acompanhemos o seguinte exemplo.
Suponhamos uma indústria que atua na fabricação de dobradiças e fechaduras
que possui os seguintes departamentos:
Corte: onde os metais são cortados nas medidas adequadas;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Montagem: onde os metais e outros materiais são agregados constituindo
a base das dobradiças ou das fechaduras;
Acabamento: onde os componentes previamente preparados são deco-
rados e finalizados;
Almoxarifado: onde ficam armazenados os materiais utilizados no pro-
cesso de fabricação, assim como as mercadorias já acabadas;
Manutenção: responsável pela manutenção dos equipamentos utilizados
na fabricação das dobradiças e fechaduras;
Supervisão: compõe os supervisores da fábrica, equipe de faturamento
e vendas.
Nº de Funcionários 8 10 8 8 10 6 50
Fonte: os autores.
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Tabela 3 – Rateio dos custos dos departamentos de serviço aos departamentos de produção
Fonte: os autores.
Custos Indiretos
Custos Diretos 12.000 8.000 20.000
Total dos Custos 27.789 12.211 40.000
Quantidade Produzida 15.000 4.000 19.000
Custo Unitário 1,85 3,05
Fonte: os autores.
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MÉTODOS DE CUSTEIO
Iniciamos este capítulo falando sobre a apropriação dos custos indiretos, a qual,
conforme apresentado, pode ser feita de forma direta, por meio da departa-
mentalização ou com base nas atividades. Dentre essas, destacamos o método
departamental e apresentamos o processo de distribuição dos custos desde os
departamentos até o produto.
Neste tópico, trataremos de métodos de custeio, mas qual a diferença deste
para o conteúdo já apresentado? Quando falamos em apropriação dos cus-
tos, consideramos como estes podem ser distribuídos ou rateados aos mais
diversos departamentos ou produtos. Por outro lado, quando falamos de cus-
teio, estamos analisando “quais” gastos serão considerados para calcular o
custo da produção. Isto é, o método de custeio utilizado determina os valo-
res que farão parte do custo de produção, enquanto a apropriação distribui
esses custos, seja ao setor ou produto.
O custeio por absorção, de acordo com Martins (2010, p. 41), “consiste na apro-
priação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção;
todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os
produtos feitos”, ou seja, todos os custos de produção, sejam eles fixos ou variá-
veis, são considerados no cálculo do custo do produto. Os gastos não fabris, ou
seja, as despesas, são excluídas deste cálculo.
Pode-se, então, concluir que o custeio por absorção é um processo de
apuração de custos cujo objetivo é ratear todos os elementos utilizados em
cada fase da produção.
No custeio por absorção, o método de apuração dos custos unitários leva em
consideração apenas os gastos incorridos no processo produtivo. Logo, se houver
incorreção em distinguir custo de despesa, haverá erro no cálculo do custo unitário.
Métodos de Custeio
104 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Custos fixos: são aqueles cujo montante não é afetado pelo volume, dentro
de determinado intervalo do nível de atividade.
Custos variáveis: são aqueles cujo montante é afetado de maneira direta
pelo volume, dentro de determinado intervalo do nível de atividade.
Fonte: Martins e Rocha (2010).
Métodos de Custeio
106 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Salários e comissões dos vendedores 3.000
Tributos sobre as vendas 10.400
Total 50.600
Gastos Fixos
Aluguel do prédio do escritório administrativo 1.500
Aluguel do prédio da fábrica 1.600
Energia elétrica do escritório 300
Seguro e vigilância da fábrica 700
Salários e encargos do pessoal administrativo 8.500
Depreciação das máquinas e equipamentos da fábrica 1.300
Depreciação das máquinas do escritório administrativo 250
Total 14.150
Total dos gastos variáveis mais fixos 64.750
Fonte: os autores (dados fictícios).
Métodos de Custeio
108 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Demonstração do Resultado referente ao mês analisado.
$
a) Receita bruta = 900 unidades x $ 85 76.500
Deduções das vendas brutas
b) Tributos sobre as vendas (10.400)
c) Receitas líquidas = (a) – (b) 66.100
Menos
d) Custo dos produtos vendidos = 900 unidades x $ 34 (30.600)
e) Lucro bruto = (c) – (d) 35.500
(–) Despesas
Salários e encargos do pessoal administrativo (8.500)
Aluguel do prédio do escritório administrativo (1.500)
Energia elétrica do escritório (300)
Depreciação das máquinas do escritório administrativo (250)
Salários e comissões dos vendedores (3.000)
f) Total das despesas (13.550)
Lucro líquido antes do imposto de renda e da contribuição
21.950
social = (e) – (f)
Fonte: os autores (dados fictícios).
Note que, apesar do custo no referido mês ter totalizado $ 40.800, na apuração
do resultado considerou-se apenas $ 30.600. Isso porque nem todas as unidades
produzidas foram vendidas. Das 1.200 unidades fabricadas, 900 foram vendidas,
assim, apenas o custo das 900 unidades deve ser considerado para apuração do
resultado. O gasto com a produção das outras 300 unidades comporá o estoque
de produtos acabados.
Como os custos fixos normalmente são atribuídos aos produtos por meio
de rateio, acredita-se que o método de custeio por absorção não possui utilidade
relevante como instrumento gerencial, tendo em vista que os critérios de rateio,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CUSTEIO VARIÁVEL
Métodos de Custeio
110 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dê-las, o resultado será maior, tendo em vista que parte dos custos utilizados na
fabricação de tais mercadorias foram reconhecidos em período anterior.
O método de custeio variável é indicado para tomada de decisões. Isso por-
que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos
variáveis incorridos, o que permite analisar valores que oneram o produto e que
podem ser ajustados. Afinal de contas, os custos fixos, como o próprio nome já
diz, vão incorrer independentemente do volume de produção.
Outra diferença em relação ao custeio por absorção, essa de natureza for-
mal, reside na maneira de apresentar a Demonstração do Resultado. No custeio
variável, a diferença entre as Vendas Líquidas e o CPV (custo dos produtos ven-
didos) e Despesas Variáveis é denominada margem de contribuição.
A margem de contribuição propicia a verificação de quais produtos e serviços
que são mais ou menos lucrativos para a empresa, sem lançar mão de formas de
rateio discutíveis. Cada produto deve ter um percentual de margem de contribui-
ção que o mercado aceite pagar, e não simplesmente um aumento ou majoração
em cima dos custos variáveis. Além de tudo isso, o isolamento dos custos fixos
facilita a gestão de sua magnitude em relação à organização do todo.
Para exemplificar o funcionamento do custeio variável, vamos utilizar o
mesmo exemplo apresentado no tópico anterior, a empresa Boa Pesca Ltda. Ao
utilizar o custeio por absorção, o primeiro passo foi dividir custos e despesas.
Agora, para o custeio variável, além de separar custos e despesas, é necessário
identificar quais são fixos e quais são variáveis. Na tabela a seguir, apresenta-se
essa distribuição, tendo como base os valores apresentados na Tabela 4.
Métodos de Custeio
112 UNIDADE III
Custeio variável $
Total dos custos variáveis de produção 37.200
Quantidade de potes industrializados no mês 1.200
Custo de cada pote – custeio variável 31
Fonte: os autores (dados fictícios).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Tabela 11 - Boa Pesca - DRE – Custeio Variável
$
a) Receitas brutas = 900 unidades x $ 85 76.500
Deduções das vendas brutas
b) Tributos sobre as vendas (10.400)
c) Receitas líquidas = (a) – (b) 66.100
d) Custo dos produtos vendidos = 900 unidades x $ 31 (27.900)
e) Lucro bruto = (c) – (d) 38.200
(–) Despesas variáveis e fixas
Salários e encargos do pessoal administrativo (8.500)
Aluguel do prédio do escritório administrativo (1.500)
Energia elétrica do escritório (300)
Depreciação das máquinas do escritório administrativo (250)
Salários e comissões dos vendedores (3.000)
f) Total das despesas variáveis e fixas (13.550)
g) Custos fixos de produção (3.600)
Lucro líquido antes do imposto de renda e da contribuição
21.050
social = (e) – (f) + (g)
Fonte: os autores (dados fictícios).
CUSTO-PADRÃO
Custo-padrão
114 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O cálculo do custo-padrão é algo que não dá para ser prontamente determinado,
depende das características e particularidades de cada empresa que pode optar
em fazer estudos minuciosos de tempo, consumo de materiais, energia, entre
outras informações do processo produtivo, ou analisar o histórico de produção
e, assim, determinar os custos.
Anos atrás, as empresas se dedicavam a realizar tais estudos detalhados
sobre todo o processo produtivo. O filme Tempos Modernos, de Charlie Chaplin,
demonstra essa preocupação com o tempo de produção, até mesmo a ida ao
banheiro era cronometrada. Isso porque os gestores sabiam que era necessário
um número de X horas trabalhadas para alcançar uma determinada produção.
Hoje em dia, as análises são menos minuciosas. É claro que é importante conhe-
cer o tempo que um produto leva para ser produzido, verificar a capacidade de
trabalho das máquinas, dos equipamentos, da mão de obra disponível etc. Entretanto,
essa análise deve ser feita visando o custo-benefício, ou seja, não adianta gastar uma
fortuna com estudos estatísticos sendo poucos os benefícios a serem alcançados.
Dessa forma, muitas vezes a determinação do custo-padrão está atrelada a
uma análise histórica da empresa, juntamente com projeções futuras.
Contudo, o simples cálculo dos custos médios de períodos anteriores pode
não ser suficiente para determinar o custo-padrão. Entrevistas com os gerentes de
produção podem auxiliar no conhecimento de informações importantes como ocio-
sidade de mão de obra ou de máquinas e equipamentos, desperdício de materiais,
máquinas e equipamentos obsoletos, falta de treinamento dos funcionários etc.
A determinação do custo-padrão pode ser feita utilizando tanto o custeio
por absorção quanto o custeio variável.
-se do Custo-padrão Corrente. Este diz respeito ao valor que a empresa fixa
como meta para o próximo período para um determinado produto ou servi-
ço, mas com a diferença de levar em conta as deficiências sabidamente exis-
tentes em termos de qualidade de materiais, mão de obra, equipamentos,
fornecimento de energia etc. É um valor que a empresa considera difícil de
ser alcançado, mas não impossível.
Fonte: Martins (2009, p. 315).
Custo-padrão
116 UNIDADE III
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), ao final deste capítulo, você já deve estar um pouco mais
familiarizado sobre como trabalhar ou compreender os custos de produção.
Vimos que existem diferentes formas de calcular os custos incorridos no
processo produtivo: apropriação direta; apropriação por departamentalização;
apropriação com base nas atividades; custeio por absorção e custeio variável.
É importante ressaltar que cada método possui pontos positivos e pontos
negativos. Dentre as formas de apropriação dos custos, demos especial atenção
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
à departamentalização, pois é o método mais utilizado por indústrias em geral.
O método direto é o mais simples, porém, pode se apresentar como injusto ao
não considerar que determinados produtos não passam por todos os setores
produtivos. O método baseado em atividades, por outro lado, é tido por muitos
autores como ideal, porém, sua complexidade dificulta a utilização.
Dentre os métodos de custeio, podemos observar diferentes finalidades. O
custeio por absorção atende as exigências da Auditoria Externa e do Imposto
de Renda, pois observa o que determina os Princípios Contábeis, mais especifi-
camente o princípio da Realização da Receita em Confrontação com a Despesa,
também conhecido como princípio da Competência.
Contudo, o custeio variável é o mais recomendado para fins gerenciais.
Ao considerar apenas os custos variáveis, ou diretos, a administração da
empresa consegue observar o que realmente foi gasto com a produção naquele
período. Isso porque entende-se que os custos fixos ocorrerão independen-
temente da produção.
Lembre-se de que a escolha do método a ser utilizado para calcular o custo
de produção deve ser muito bem analisada. Cada método apresentará resulta-
dos distintos, e esses resultados servem de base para várias decisões gerenciais,
como precificação, investimento, reestruturação de processos, lucratividade,
entre outros. Um custo calculado de maneira equivocada pode prejudicar dras-
ticamente o andamento de uma empresa.
Corte 3
Acabamento 2
Almoxarifado 1
Manutenção 3
Administração Geral 2
Pede-se:
Apurar o custo total (custos diretos + custos indiretos) de cada produto,
com base no seguinte:
• Os custos da administração geral da fábrica são distribuídos aos demais
departamentos de acordo com os seguintes percentuais: corte 20%, mon-
tagem 35%, acabamento 25%, almoxarifado 10%, manutenção 10%.
• A manutenção presta serviços somente aos departamentos de produção e
o rateio é da seguinte forma: 40% para o corte, 40% para a montagem e o
restante para o acabamento.
• O almoxarifado distribui seus custos: 40% para o corte, 50% para a monta-
gem e o restante para o acabamento.
• A indústria Roupa Nova Ltda. produz calças e camisas, sendo que sua pro-
dução mensal é de 5.000 calças e 3.000 camisas.
• Os custos dos departamentos de produção são alocados a cada produto
com base na quantidade produzida.
Os custos diretos do mês foram:
4. (ENADE 2009) Uma empresa produziu, no mesmo período, 100 unidades do pro-
duto A, 200 unidades do produto B e 300 unidades do produto C. Os custos in-
diretos totais foram de R$ 3.450,00. Os custos diretos unitários de matéria-prima
representaram, respectivamente, R$ 2,50, R$ 2,00 e R$ 3,00, e os custos diretos
unitários de mão de obra R$ 1,00, R$ 1,00 e R$ 1,50. O critério de rateio dos custos
indiretos foi proporcional ao custo direto total de cada produto.
Considerando-se essas informações, o custo unitário dos produtos A, B e C
pelo custeio por absorção são, respectivamente:
a) R$ 11,25; R$ 4,50; R$ 6,10.
b) R$ 3,50; R$ 9,00; R$ 8,25.
c) R$ 7,50; R$ 5,00; R$ 12,50.
d) R$ 8,75; R$ 7,50; R$ 11,25.
e) R$ 3,50; R$ 3,00; R$ 4,50.
5. O custo-padrão é um custo estimado que auxilia na gestão da empresa. São ca-
racterísticas do custo-padrão:
I. Seu objetivo é determinar o custo que servirá de base para o acompanha-
mento dos gestores da empresa.
II. Dentre as vantagens de se conhecer antecipadamente o custo de fabricação,
destaca-se a possibilidade de fixação do preço de venda e a otimização do
processo produtivo.
III. A determinação do custo-padrão independe das características e particulari-
dades de cada empresa
IV. Para determinar o custo-padrão, a empresa pode optar em fazer estudos mi-
nuciosos de tempo, consumo de materiais, energia, entre outras informações
do processo produtivo.
Dentre as características apresentadas, estão corretas:
a) As afirmativas I e II apenas.
b) As afirmativas II e III apenas.
c) As afirmativas I, II e III apenas.
d) As afirmativas I, II e IV apenas.
e) As afirmativas II, III e IV apenas.
120
Por meio de um estudo de caso em uma indústria de alimentos, o texto apresenta os impactos
causados no Sistema de Informações Gerenciais após a mudança do método de custeio utilizado.
O artigo de Fernando B. B. Fontoura e Ricardo L. Cardoso foi publicado na Revista Estudo do CEPE,
com título Mudanças no método de custeio e o impacto no sistema de informação gerencial: um
estudo qualitativo.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/cepe/article/
view/6208/4501>.
Material Complementar
122
REFERÊNCIAS
BLOCHER, Edward J.; CHEN, Kung H.; COKINS, Gary; LIN, Thomas W. Gestão estraté-
gica de custos. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de custeio comparados: custos e
margens analisados sob diferentes perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010.
123
GABARITO
CUSTOS DE PRODUÇÃO
IV
UNIDADE
PARA FINS DE DECISÃO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender como calcular a margem de contribuição de produtos
ou departamentos.
■■ Verificar fatores que limitam a capacidade de produção da empresa e,
consequentemente, impactam na margem de contribuição.
■■ Reconhecer o ponto de equilíbrio como sendo o nível de atividade
em que as receitas são iguais às despesas e identificar as diferentes
formas de cálculo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Margem de contribuição
■■ Margem de contribuição e os fatores limitativos de produção
■■ Ponto de equilíbrio
127
INTRODUÇÃO
Introdução
128 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Fonte: os autores.
Margem de Contribuição
130 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A título de exemplo, vamos apresentar a margem de contribuição de uma indús-
tria de móveis que fabrica carteiras, mesas e cadeiras. Suponhamos que, no mês
de abril, a empresa tenha produzido 1.300, 1.600 e 2.500 unidades, respectiva-
mente. Com os gastos variáveis já apurados, a margem de contribuição unitária,
por produto e global são:
Tabela 1 - Margem de contribuição unitária, por produto e global
Por meio da Tabela 1, pode-se verificar que o produto que apresenta a maior mar-
gem de contribuição unitária no mês é a carteira. No entanto, ao considerar o
total produzido, o produto que mais contribuiu para amortizar os gastos fixos da
empresa foi a cadeira, mesmo possuindo a menor margem de contribuição unitária.
Isso foi possível pelo fato do volume de vendas das cadeiras ter sido representati-
vamente superior ao das carteiras. Nesse sentido, é importante verificar que nem
sempre o produto que apresenta a maior margem de contribuição por unidade é
o mais interessante para a empresa, pois o volume produzido e comercializado
é um fato relevante nesse sentido.
De acordo com Ribeiro (2013, p. 464):
Na análise da rentabilidade de cada produto, a margem de contribuição
unitária multiplicada pelo total das unidades fabricadas relativas a cada
produto, família ou grupo evidenciará a capacidade que cada produto,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FILIAIS 01 02 03
R$ R$ R$
Volume de vendas no mês 5.000.000 4.000.000 6.000.000
Gastos variáveis
Despesas variáveis no mês (1.000.000) (900.000) (1.800.000)
Custos variáveis no mês (1.500.000) (1.000.000) (2.200.000)
Margem de contribuição por filial 2.500.000 2.100.000 2.000.000
Margem de contribuição global da 6.600.000
empresa
Fonte: os autores.
Margem de Contribuição
132 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II. Toda demanda de mercado/venda está sendo atingida pela empresa, não
existem clientes que estão sendo atendidos parcialmente face algum limi-
tador de produção.
Caso a empresa possua algum fator que limite sua produção, a simples decisão
de fomentar o produto que possui a margem de contribuição mais representativa
por unidade não tem mais valor. A partir desse momento, a análise da margem
de contribuição pelo fator limitativo de produção torna-se crucial.
Para exemplificar o que vem a ser um fator limitativo de produção, obser-
vemos a empresa Artefatos de Aço Furyan S.A., que é fabricante de peças de aço
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para a construção naval. No mês de julho, ela produziu e vendeu três produtos,
com a seguinte margem de contribuição para cada unidade:
Tabela 3 - Margem de contribuição e tempo de fabricação
Então, vamos supor que a empresa atendeu totalmente à demanda para o pro-
duto C, que oferece a maior margem de contribuição, mas não conseguiu atender
a toda demanda para os produtos A e B, cujas demandas eram de 3.000 e 1.400
unidades, respectivamente.
O administrador acreditou ter tomado a decisão correta em priorizar a pro-
dução e venda do produto que oferecia a maior margem de contribuição em
relação aos outros produtos, ou seja, o produto C. No entanto, será que essa foi
uma decisão acertada?
Considerando que no mês de julho os custos e despesas fixas totalizaram $
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
600.000, vamos verificar qual o resultado obtido com a produção e venda realizada
de acordo com a decisão dos administradores da empresa, ou seja, a movimen-
tação apresentada na Tabela 3.
Tabela 4 – Cálculo do resultado sem considerar o fator limitativo de produção
B passa a ser o mais rentável, e não mais o Produto C como demonstra a Tabela
5. Isso porque, apesar de apresentar uma margem de contribuição intermediá-
ria ($170), é o produto que leva menos tempo para ser fabricado.
Sendo assim, se o administrador tivesse levado em consideração o fator limi-
tativo de produção, o produto que deveria ser priorizado para produção e venda
seria o produto B com R$68,00, seguido pelo produto A com R$ 35,00 e o pro-
duto C com R$ 22,50.
Tendo identificado quais produtos devem ser priorizados, a empresa
pode agregar o fator demanda, ou seja, procurar atender primeiramente a
demanda do produto mais rentável, em seguida, a demanda do segundo mais
rentável, e assim por diante.
Portanto, a empresa deveria procurar atender em primeiro lugar a demanda
do Produto B (1.400 unidades), o que consumiria 3.500 horas-máquina. Em
seguida, o Produto A (3.000 unidades), que utilizaria 12.000 horas-máquina.
Por fim, como a capacidade total das máquinas e equipamentos é de 34.500
horas, restariam 19.000 horas para fabricação do Produto C, totalizando 2.375
unidades. Dessa forma, não seria possível atender toda a demanda do Produto
C, porém, como ele é o menos rentável levando em consideração o fator limi-
tante, esta seria a melhor opção para a empresa.
A Tabela a seguir demonstra como ficaria o resultado da empresa ao optar
por levar em consideração os fatores limitantes hora-máquina e demanda.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
420.000,00 238.000,00 427.500,00
produto (c x d) - R$
f. Margem de contribuição global da
1.085.500,00
empresa no mês - R$
g. Gastos fixos do mês - R$ (600.000,00)
h. Resultado - R$ 485.500,00
Fonte: os autores.
PONTO DE EQUILÍBRIO
Ponto de Equilíbrio
138 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1 - Ponto de equilíbrio
Fonte: os autores.
Conforme afirma Ribeiro (2013, p. 474) “o ponto de equilíbrio tem por finali-
dade revelar o volume mínimo que a empresa deve produzir e vender para que
consiga pelo menos cobrir os seus custos e despesas totais”.
PONTO DE
EQUILÍBRIO
CONTÁBIL
PEC em Gastos
ixos
Gastos
ixos
PEC
PEC==
unidades Margem de contribuiçãounitária
Margem de contribuição unitária
PEC em Gastos
ixos
Gastos
ixos
PEC
PEC== x 100
receita % Margem de contribuição unitáriax 100
% Margem de contribuição unitária
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bruta
Fonte: os autores.
Ponto de Equilíbrio
140 UNIDADE IV
Isso significa que a empresa apresentará um resultado igual a zero quando pro-
duzir e vender 30.000 unidades conforme demonstrado na Tabela a seguir:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS ENLATADOS
R$
a. Preço de venda de cada unidade vendida 13,00
b. Gastos variáveis
b1. Custos variáveis por unidade (5,00)
b2. Despesas variáveis por unidade (2,00)
c. Margem de contribuição unitária 6,00
d. Quantidade produzida e vendida 30.000 unid
e. Margem de contribuição total por produto (c x d) 180.000
f. Margem de contribuição global da empresa no mês 180.000
g. Gastos fixos do mês (180.000)
h. Resultado 0
Fonte: os autores.
dido ou a receita bruta a ser alcançada para que contabilmente não seja apurado
lucro nem prejuízo.
Ponto de Equilíbrio
142 UNIDADE IV
PONTO DE
EQUILÍBRIO
FINANCEIRO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: os autores.
Isso significa que, para obter um resultado financeiro igual a zero, a empresa pre-
cisará produzir e vender 28.000 unidades de enlatados. Dois mil a menos que a
quantidade encontrada no ponto de equilíbrio contábil. Essa diferença corres-
ponde aos custos e despesas fixos que, apesar de serem considerados no cálculo
do resultado, não representam saída de caixa.
Tabela 13 - Sabor do Campo Ltda. – Demonstração do ponto de equilíbrio financeiro em unidades
Por meio do Tabela 13, pode-se perceber que, no ponto de equilíbrio financeiro,
o saldo de caixa é zero, porém, o resultado contábil é negativo, apresentando um
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
prejuízo de $ 12.000. Isso é justificado pelo fato de que os gastos fixos informa-
dos na Tabela 9 permaneceram em sua totalidade, ou seja, não foram deduzidos
os R$ 12.000 correspondentes à depreciação do mês.
Utilizando as mesmas informações, o ponto de financeiro, agora em receita
bruta, será de:
Isso significa que a empresa precisa faturar $ 364.000 para cobrir seus custos e
despesas financeiros.
Tabela 14 - Sabor do Campo Ltda – Demonstração do ponto de equilíbrio financeiro em receita bruta
Fonte: os autores.
Ponto de Equilíbrio
144 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
momento em que a receita total, derivada da venda de produtos, é su-
ficiente para cobrir os custos e as despesas totais e ainda proporcionar
uma margem de lucro aos proprietários, como remuneração do capital
por eles investido na empresa (RIBEIRO, 2013, p. 485).
Quando uma pessoa investe no capital de uma empresa, ela espera receber como
remuneração, no mínimo, os juros de mercado. Quando a empresa opera no
ponto de equilíbrio contábil, os investidores nada recebem pelo investimento,
afinal, o resultado é zero. Contudo, quando a empresa utiliza o ponto de equilí-
brio econômico, ela projeta um retorno mínimo desejado para cobrir os custos
e despesas totais e, ainda, remunerar seus investidores.
O ponto de equilíbrio econômico pode ser encontrado por meio das seguin-
tes fórmulas:
PONTO DE
EQUILÍBRIO
ECONÔMICO
PEE em unidades Gastos ixos + Resultado projetado
PEE = Gastos ixos + Resultado projetado
PEE = Margem de contribuição unitária
Margem de contribuição unitária
PEE em receita Gastos ixos + Resultado projetado
PEE = Gastos ixos + Resultado projetado x 100
bruta PEE = % Margem de contribuição unitária x 100
% Margem de contribuição unitária
Fonte: os autores.
Isso significa que para a empresa conseguir cobrir todos os seus custos e despe-
sas e ainda proporcionar o lucro desejado aos seus investidos, será necessário
produzir e vender 35.000 unidades de enlatados.
Ponto de Equilíbrio
146 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e. Margem de contribuição total por produto (c x d) 210.000
f. Margem de contribuição global da empresa no mês 210.000
g. Gastos fixos do mês (180.000)
h. Resultado 30.000
Fonte: os autores.
Ponto de Equilíbrio
148 UNIDADE IV
Isso significa que a empresa necessita produzir e vender 4.500 unidades de car-
teira para que a receita total seja suficiente para cobrir todos os custos e despesas
fixos e, assim, apurar um resultado igual a zero.
Contudo, 4.500 unidades representam o total a ser produzido e vendido, sem
distinção de produto. Para encontrarmos a quantidade a ser produzida de cada
tipo de carteira, é necessário efetuar os seguintes cálculos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Carteira Simples: (4.500/9) x 5 = 2.500 unidades
Carteira Silver: (4.500/9) x 3 = 1.500 unidades
Carteira Gold: (4.500/9) x 1 = 500 unidades
Tabela 20 - Indústria de móveis escolares – Ponto de equilíbrio contábil em e receita bruta para multiprodutos
f. Resultado 0
Fonte: os autores.
Ponto de Equilíbrio
150 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
16.875 diárias/mês
10.625 diárias/mês
8.125 diárias/mês
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Com essa decisão, a taxa de ocupação necessária para que a rede obtenha o ponto
de equilíbrio contábil é de 63,73%, tendo em vista que 8.125 diárias representam
esse percentual da taxa média de ocupação, que é de 12.750 diárias.
Agora resta verificar qual alternativa é a mais viável para a Rede de Hotéis
Oceânica Ltda., em termos de obtenção de resultado.
Tabela 21 - Cenários contábeis da Rede de Hotéis Oceânica Ltda.
Ponto de Equilíbrio
152 UNIDADE IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao fim de mais uma unidade! Agora falta pouco para concluirmos a
disciplina de Custos de Produção. Neste momento, você já é capaz de distinguir
os custos de produção das despesas da empresa, identificar os custos com mate-
riais, mão de obra e os custos indiretos de fabricação, diferenciando-os em fixos
ou variáveis e diretos ou indiretos. Você também já está apto a realizar rateios de
custos indiretos, apurar o custo de produção e, ainda, utilizar esses dados para
gerar diversas informações úteis para a gestão da empresa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pois é, você já aprendeu muita coisa, mas lembre-se, é preciso estar sempre
se atualizando e conhecendo novas e modernas formas de apuração de custos.
Como demonstrado ao longo deste livro, a contabilidade de custos apresenta
diversas formas de se trabalhar e calcular esse elemento tão importante para as
empresas. Isso demonstra como a racionalidade humana é algo essencial para o
sucesso da empresa. Não basta possuir os melhores softwares de cálculo de custo
se os gestores não compreenderem bem o processo produtivo da sua empresa.
Afinal, como vimos, todo rateio possui um determinado grau de subjetividade,
e, nesse ponto, apenas o conhecimento humano pode definir qual o método mais
adequado em cada caso.
Nesta quarta unidade, pudemos observar que, além de gerar informações
retroativas, a contabilidade de custos gera informações úteis para gerenciar
processos futuros, determinando qual produto deve ser priorizado, o nível de
produtividade necessário para alcançar os objetivos empresariais, entre outros
conhecimentos relevantes para o sucesso da empresa.
Na próxima unidade, abordaremos o orçamento de produção, que, por sua
vez, utiliza todos os conceitos trabalhados até aqui. Nosso propósito é demons-
trar como todos esses cálculos interagem na prática.
O efeito do sunk cost: o que vem a ser o sunk cost e seu efeito sobre as pessoas?
Diante da existência de inúmeros dados que decisões futuras (ROVER et al, 2009). Como
podem influenciar a tomada de decisão, o no exemplo apresentado por Arkes e Blu-
gestor deve estar atento e utilizar somente mer (1985), a decisão de assistir ao jogo, em
informações relevantes, assim considera- decorrência do custo do ingresso adquirido
das as que potencialmente influenciam os representa o efeito sunk cost. Dessa forma,
resultados futuros. Para Domingos (2007), a quando uma decisão é afetada por investi-
teoria de finanças moderna considera o sunk mentos passados é observado o efeito sunk
cost como irrelevante, não servindo de base cost (SILVA; SOUZA; DOMINGOS, 2008). Por-
para decisões futuras. Isto porque se refere tanto, o efeito sunk cost é identificado quando
a custos incorridos no passado e que não o gestor persiste na decisão tomada, uma vez
serão modificados independentemente de que dinheiro, esforço ou tempo já tenham
qual decisão seja tomada (BORBA; MURCIA, sido investidos (ARKES; BLUMER, 1985).
2005; KWAK; MOON, 2010; SILVA; SOUZA;
DOMINGOS, 2008; SEGANTINI et al, 2011). [...] Kwak e Moon (2010) argumentam que a
aversão dos decisores em demonstrar e
O exemplo apresentado por Arkes e Blumer assumir desperdícios induz ao efeito sunk
(1985) auxilia na compreensão do conceito de cost. Em geral as pessoas procuram evitar a
custo perdido. Os autores descrevem o sorteio má impressão causada pelo desperdício de
de um ingresso por uma emissora de rádio recursos, principalmente quando podem ser
para um jogo de futebol americano. Na situa- punidas por decisões erradas (SILVA; SOUZA;
ção do exemplo, o ganhador do ingresso não DOMINGOS, 2008). A aversão ao desperdí-
quer assistir ao jogo sozinho e convence seu cio é uma característica presente apenas
amigo a comprar um ingresso e a acompa- nos seres humanos adultos (ARKES; AYTON,
nhá-lo. No dia do jogo há uma tempestade de 1999). O estudo conduzido por Webley e
neve e o vencedor do sorteio da emissora de Plaisier (1998) investigou crianças, dividi-
rádio decide não ir. O ganhador do ingresso das em grupos de 5-6, 8-9 e 11-12 anos. Os
argumenta que nas atuais condições climá- achados evidenciaram que o grupo formado
ticas não compensa assistir ao jogo e sofrer por crianças com idades entre 5-6 anos não
com o frio. Porém, seu amigo contesta, ponde- apresentam o efeito sunk cost. Para Rover
rando que não quer desperdiçar o valor pago et al (2009) o efeito sunk cost não pode ser
pelo ingresso e decide assistir o jogo. O valor associado a racionalidade limitada, pelo con-
pago pelo ingresso é considerado um custo trário, provavelmente resulta do alto nível
perdido, pois independentemente da deci- de raciocínio dos tomadores de decisão.
são tomada, de assistir ou não ao jogo,o valor Dessa forma, mesmo que a teoria de finan-
será irrecuperável para o amigo do ganhador ças moderna considere o sunk cost como
do sorteio efetuado pela emissora de rádio. irrelevante para tomada de decisão, alguns
estudos apresentam sua influência em
Contradizendo a teoria de finanças moderna, decisões futuras, evidenciando a ocorrên-
defensora da racionalidade total dos indi- cia daquele efeito (BORBA; MURCIA, 2005;
víduos, os custos perdidos influenciam KWAK; MOON, 2010; SEGANTINI et al; 2011).
Fonte: Altoé et al. (2013, p. 28-29).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade de Custos
Eliseu Martins
Editora: Atlas
Sinopse: a novidade dessa décima edição é a adaptação de seu texto às
disposições dos Pronunciamentos Técnicos CPC, especialmente do CPC 16,
que trata da valoração de estoques, e das Leis nºs 11.638 e 11.941. Ajustado
às mais recentes evoluções conceituais e às novas tendências de utilização
da contabilidade de custos para fins decisórios e gerenciais, este texto
reúne uma série de características que o diferenciam positivamente da
bibliografia disponível.
157
REFERÊNCIAS
ALTOÉ, Stella Maris Lima; KLEIN, Luciana; OLIVEIRA, André Junior de; FRAGALLI,
Adriana Casavechia; ALMEIDA, Lauro Brito de. A influência do efeito sunk cost em
decisões de investimento. Revista Catarinense da Ciência Contábil. v. 12, n. 36, p.
26-37, 2013.
LUNKES, Rogério João. Manual de orçamento. São Paulo: Atlas, 2004.
OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ, José Hernandes Junior. Contabilidade de Custos
Para Não Contadores. São Paulo: Atlas, 2005.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
GABARITO
1. C.
2. Margem unitária: Modelo 1 – R$ 23,80
Modelo 2 – R$ 22,20
Margem por produto: Modelo 1 – R$ 54.740,00
Modelo 2 – R$ 41.070,00
Margem total: R$ 95.810,00
3. São fatores que limitam a capacidade de produção ou o nível de vendas de um
determinado produto. São exemplos de fatores limitativos de produção: deman-
da de mercado; capacidade de produção das máquinas; quantidade de funcio-
nários; disponibilidade de matéria-prima; entre outros.
4. D.
5. D.
Professora Me. Adriana Casavechia Fragalli
Professor Me. Silvio César de Castro
ORÇAMENTO DE CUSTOS
V
UNIDADE
DE PRODUÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender o que é orçamento e analisar suas implicações na
determinação dos custos de produção.
■■ Observar a simulação de um caso envolvendo os conteúdos
estudados neste livro.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Orçamento empresarial
■■ Estudo de caso
161
INTRODUÇÃO
Introdução
162 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
O orçamento pode ser feito para cobrir tanto o aspecto financeiro como não finan-
ceiro. No aspecto financeiro, são projetados gastos com matéria-prima, mão de
obra, manutenção, despesas administrativas, impostos, dentre outros. No aspecto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
não financeiro, por outro lado, são definidas, por exemplo, quantidade de maté-
ria-prima e mão de obra necessária, volume de vendas e tempo de produção.
Horngren, Datar e Foster (2004, p. 166) afirmam que, normalmente, empre-
sas bem administradas passam pelas seguintes etapas do orçamento:
■■ Planejamento do desempenho da empresa como um todo, assim como o
de suas subunidades (como departamento ou divisões);
■■ O fornecimento de uma estrutura de referência, a qual os resultados reais
podem ser comparados;
■■ A análise de variações do planejamento. Se necessário, medidas correti-
vas seguem a análise;
■■ Novo planejamento à luz do feedback e das condições alteradas.
Orçamento Empresarial
164 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de consumo das matérias-primas e o orçamento de compras de matérias-primas.
Sobanski (1995) afirma que as matérias-primas são bens adquiridos que, no
processo, por transformação ou por montagem, integram-se nos produtos aca-
bados. A elaboração desse orçamento requer o cumprimento das seguintes fases:
a. Determinação das quantidades de matérias-primas exigidas para o aten-
dimento da produção.
b. Estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas.
c. Elaboração do programa de suprimentos.
d. Determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias à produção.
Orçamento Empresarial
166 UNIDADE V
[...] o fisco aceita como dedutíveis, para fins de apuração do lucro real ou
tributável, todos os custos e despesas da empresa com os funcionários, in-
cluindo os encargos sociais, desde que:
■■ Os custos e despesas sejam necessários às atividades da empresa;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
encargos sociais, escrituração dos livros ou fichas inerentes ao con-
trole do quadro de pessoal e demais obrigações trabalhistas.
ESTUDO DE CASO
Estudo de Caso
168 UNIDADE V
Com base nos dados apresentados, vamos iniciar nosso orçamento elaborando
o orçamento de vendas para o primeiro trimestre de 2018.
ORÇAMENTO DE VENDAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fevereiro e março, segundo os dados anteriormente apresentados.
PREVISÃO DE
PRODUTO TOTAL
RECEITAS
JAN/18 FEV/18 MAR/18
BP - R$ 392.051,70 365.085,00 407.740,95 1.164.877,65
BA - R$ 532.710,36 496.223,00 553.756,84 1.582.690,20
Total - R$ 924.762,06 861.308,00 961.497,79 2.747.567,85
Fonte: os autores.
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO
Estudo de Caso
170 UNIDADE V
Os custos diretos são aqueles que podem ser identificados e medidos diretamente
no produto ou durante sua fabricação sem a necessidade de recorrer a rateios.
Segundo análises realizadas pelo gerente de produção, são necessárias as
seguintes quantidades de matéria-prima (resina e tinta) e mão de obra para a
fabricação de uma unidade bola de boliche, profissional ou de uso amador.
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PRODUTO RESINA (KG) TINTA (KG) MOD (H)
BP 7,0 0,8 5,4
BA 5,3 0,5 4,3
Fonte: os autores.
CUSTO
RESINA (KG) TINTA (KG) MOD (H) TOTAL
UTILIZADO
BP R$ 210,00 R$ 8,00 R$ 10,80 R$ 228,80
BA R$ 159,00 R$ 5,00 R$ 8,60 R$ 172,60
Fonte: os autores.
CUSTO DIRETO DE
FABRICAÇÃO - BP
JAN/18 FEV/18 MAR/18
Quantidade 454 427 463
Custo Direto Unit. R$ 228,80 R$ 228,80 R$ 228,80
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CUSTO DIRETO DE
FABRICAÇÃO – BA
JAN/18 FEV/18 MAR/18
Quantidade 828 779 844
Custo Direto Unit. R$ 172,60 R$ 172,60 R$ 172,60
Custo Direto Total R$ 142.912,80 R$ 134.455,40 R$ 145.674,40
Total R$ 423.042,60
Fonte: os autores.
Os custos indiretos de fabricação são aqueles que fazem parte do processo pro-
dutivo, porém, como são de difícil identificação no produto, são atribuídos a
eles por meio de rateio.
Para elaborar o orçamento do primeiro trimestre de 2018, utilizou-se os
valores gastos em dezembro de 2017.
Estudo de Caso
172 UNIDADE V
DESCRIÇÃO VALOR
Suprimentos R$ 6.200,00
Mão de obra indireta R$ 13.180,00
Encargos sociais R$ 6.500,00
Benefícios R$ 4.000,00
Energia R$ 14.120,00
Manutenção R$ 6.000,00
Depreciação R$ 12.000,00
Imposto predial R$ 2.000,00
Seguros R$ 1.500,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Total R$ 65.500,00
Fonte: os autores.
PRODUTO QUANTIDADE
JAN/18 FEV/18 MAR/18
BP 454 427 463
BA 828 779 844
Total 1.282 1.206 1.307
Fonte: os autores.
Como demonstrado na tabela, nos meses de janeiro, fevereiro e março está pre-
vista uma produção de 1.282, 1.206 e 1.307 bolas de boliche, respectivamente.
Os custos indiretos de fabricação são, normalmente, custos fixos, e por isso
consideramos o mesmo valor para cada mês do trimestre. Sendo assim, agora
basta ratear os CIFs para cada tipo de bola de boliche a ser produzida. O cálculo
do rateio é feito da seguinte forma:
Janeiro/2018: R$ 65.500/1.282 = R$ 51,09
BP: 454 x R$ 51,09 = R$ 23.195,79
BA: 828 x R$ 51,09 = R$ 42.304,21
Orçamento total
Neste estudo de caso, optamos pelo uso do custeio variável, pois é o método
aceito para fins fiscais. Neste método, tanto os custos diretos quanto os indire-
tos são utilizados para compor o custo de produção.
Tomando como base os resultados obtidos nos cálculos anteriores, chega-
mos aos seguintes valores para o orçamento de produção referente ao primeiro
trimestre de 2018:
Tabela 13 - Custo de produção total
Para chegarmos a esses resultados, basta somar os custos diretos e os custos indi-
retos de fabricação, tanto para o produto BP quanto para o produto BA.
Estudo de Caso
174 UNIDADE V
Análise orçamentária
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Utilizando as previsões de preços de venda e os custos e despesas variáveis, as
margens de contribuição da bola de boliche profissional (BP) são de:
Tabela 14 - Margem de contribuição - bola de boliche profissional
As margens de contribuição da bola de boliche para uso amador (BA), por outro
lado, são de:
Estudo de Caso
176 UNIDADE V
MCP Janeiro:
MCP Fevereiro:
MCP Março:
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custos e despesas fixos. Sabendo que o total dos gastos fixos é de R$ 138.900,00, sendo
R$ 65.500,00 de custos fixos (indiretos) e R$ R$ 73.400,00 de despesas fixas, temos:
PEC Janeiro:
PEC Fevereiro:
PEC Março:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ufa! Quantos números e quantos quadros! Você achou cansativo? Pois é, lem-
bre-se que o orçamento empresarial é o planejamento expresso em números. É a
materialização do planejamento. Por isso, dificilmente você verá uma literatura
que trata exclusivamente de orçamento empresarial sem ter uma parte da obra
que desenvolve temas relacionados a planejamento e planejamento estratégico.
Não tem outro caminho. Aqui entram os profissionais contadores, economistas,
engenheiros, financeiros, entre outros, que se propõem a montar o orçamento
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
propriamente dito.
Entretanto, quadros isolados não levam para muito longe. E apesar da apre-
sentação prática dessa unidade, pode-se perceber que nem todas as informações
são meramente financeiras. Temos percentuais de variação das receitas e pre-
ços de venda.
Perceba que existem informações que são transportadas para outras peças
orçamentárias, ou seja, há valores que são utilizados para cálculos diferentes,
assim como valores utilizados para calcular os custos também são utilizados nos
cálculos de margem de contribuição e ponto de equilíbrio. Costumamos dizer
que o orçamento é a Contabilidade Projetada. É contabilidade ao inverso. Neste
caso, a contabilidade de custos. Ao invés de iniciar o processo pela montagem
da estrutura, elaboração do produto e sua venda, o orçamento é a concepção das
vendas, o que precisa ser elaborado e qual a estrutura necessária.
Qualquer material de orçamento empresarial passa pela simulação prática de
um orçamento, e não podemos fugir a esta convenção. Neste material, a simu-
lação teve como objetivo demonstrar como os diversos conhecimentos sobre
custos se interagem na prática.
Embora o estudo de caso apresentado não tenha abordado exatamente todos
os tópicos trabalhados neste material, ele pode ser utilizado como exemplo para
diversas situações, basta empregar os dados de forma adequada em cada caso e
conforme o objetivo pretendido.
Considerações Finais
178
MATÉRIA-PRIMA E MOD
PRODUTO RESINA (KG) TINTA (KG) MOD (H)
NECESSÁRIA PARA 1 UNIDADE
BP 7,0 0,8 5,4
BA 5,3 0,5 4,3
Material Complementar
REFERÊNCIAS
HORNGREN, George T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de Cus-
tos: uma abordagem gerencial. v. 1, 11. ed.São Paulo: Prentice Hall, 2004.
LUNKES, Rogério João. Manual de orçamento. São Paulo: Atlas, 2003.
PEREZ JR., José Hernandez; OLIVEIRA, Luis Martins de; COSTA, Rogério Guedes. Ges-
tão estratégica de custos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SAMPAIO, Marcia; PETERLI, Dryelle; VALLIM, Maria da Penha B. L.; VALLIM, Carlos Ro-
berto. Aplicabilidade do orçamento base zero e orçamento matricial: estudo de caso
em uma empresa do setor de saúde. In: XXIII Congresso Brasileiro de Custos. Dis-
ponível em: <https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4164/4165>.
Acesso em: 18 jan. 2018.
SANVICENTE, Antonio Zoratto; SANTOS, Celso da Costa. Orçamento na administra-
ção de empresas: planejamento e controle. São Paulo: Atlas, 2000.
SARDINHA, José Carlos; ALMEIDA, José Mauro Bacellar de; DINOÁ, Luís Limeira; FER-
REIRA, Washington Luiz. Orçamento e Controle. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008.
SOBANSKI, Jaert G. Prática de orçamento empresarial: um exercício programado.
3. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
WELSCH, Glenn A. Orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 1986.
183
GABARITO
1. BP: R$ 572,80
BA: R$ 432,00
2. BP: R$ 87.163,24
BA: R$ 158.836,76
3. BP: R$ 831.803,24
BA: 895.423,16
4.
5.