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DENOTAÇÃO e DENOTADO, REPRESENTAÇÃO e REPRESENTADO, SIGNIFICADO

e COISA BANAL
É conhecida a experiência, tão marcante para Danto, de encontrar uma pilha de caixas
idênticas às caixas de esponja de aço Brillo expostas em uma galeria que o conduz a uma
teoria assentada na ideia de que qualquer coisa pode, em princípio, ser uma obra de arte. Se é
assim torna-se evidente que os limites cada vez mais indistintos, entre as coisas reais e as
obras de arte não podem ser encontrados entre as propriedades dos objetos.
O objetivo deste trabalho é me esclarecer acerca dos novos entendimentos e dos
conceitos que Danto cria para uma nova filosofia da arte, no entanto, entendemos que será de
grande valia entender o que significa Estética em filosofia, pelo menos antes de Danto.
Será que é preciso dizer o que é Estética? Em muitos lugares se fala de estética, e todos
parecem muito seguros do que estão falando. Em minha casa, eu e minha companheira
falamos de estética, discutimos sobre a beleza, por exemplo, sobre o que é um belo rosto,
sobre a forma de um rosto, a forma de uma perna etc. Mas enquanto a minha companheira
fala de uma estética que tem a ver com os cuidados do tratamento da saúde da pele, eu falo da
estética com outro sentido, isto é, da estética, por exemplo, dos filmes de Pasolini ou de
Fellini, dos quadros de Monet, de Rubens, de Portinari etc. Mas, que palavrinha é esta, a
estética, que tem sentidos completamente diferentes? E serão tão diferentes assim os
significados da estética?
Para distinguir um sentido do outro vamos começar pelo que é comum: tanto em um
caso como no outro, o termo estética diz respeito à maneira como as coisas se apresentam aos
nossos sentidos, e à maneira como elas nos impressionam, favorável ou desfavoravelmente,
pela sua mera aparição diante de nós. Estética, poderíamos então concluir, tem a ver com a
aparência imediata das coisas, em seu efeito de agrado ou desagrado sobre nós. Este agrado
ou desagrado está de acordo com o sentido original Aesthesis, de onde vem o vocábulo
estética em grego, aesthesis diz respeito à nossa capacidade de receber impressões sensíveis
dos objetos que nos cercam, nossa capacidade de sermos afetados, através dos cinco sentidos,
por esses objetos. Esse significado também está implicado no sentido filosófico de estética,
que é, na verdade nosso foco principal, neste primeiro momento. Aliás, esse termo dá a
impressão de ter trilhado um caminho oposto ao percorrido por muitos outros termos
filosóficos: ao invés de haver penetrado na filosofia a partir da linguagem comum, a palavra
estética, parece ter nas últimas décadas descido das alturas filosóficas para circular livremente
pelas passarelas.

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Contudo existe uma relação de proximidade do termo estética filosófica e o termo
estética usado noutro sentido, qual não seja, o do cuidado com a saúde da pele.
Em filosofia esse termo não designa características ou propriedades das coisas comuns nem
dos objetos artísticos, mas sim um campo de investigação que contém um conjunto de teorias,
questões e conceitos filosóficos. Também a estética filosófica trata da forma como as coisas
se apresentam para nós e da maneira como reagimos a essa apresentação. Mas uma primeira
diferença no uso do termo estética está no fato de que no sentido filosófico o termo não
designa características ou propriedades das coisas comuns nem dos objetos artísticos, mas sim
um campo de investigação que contém um conjunto de teorias, questões e conceitos
filosóficos.
Como espaço de investigação teórica e conceitual sobre as reações à forma pela qual as
coisas se apresentam a Estética fala do belo e do feio, mas não para ensinar que isto é belo e
aquilo é feio, nem para recomendar o belo e condenar o feio – muito menos para ensinar o que
fazer para que as coisas que não são belas venham a sê-lo. Se fosse assim, não seria teoria,
mas um guia prático, e, o que é mais importante, já daria como conhecido o sentido do termo
belo, quando é exatamente isto que se trata de determinar: na Estética, precisamente esse
sentido está em aberto e torna-se objeto de debate. Como filosofia, a Estética quer saber o quê
é uma coisa bela. Pergunta-se pelo porquê de que a aparência de certas coisas nos agrade ao
ponto de dizermos que são belas, e o que estamos querendo dizer ao declarar que o são. Ela
quer explicitar conceitualmente os critérios pelos quais julgamos a aparência das coisas.
Entendemos que o termo estética, para o que nos propomos, já esteja parcialmente
esclarecido e, portanto, voltemos a discutir as questões do primeiro parágrafo deste texto.
As questões que despertam Danto não são questões tradicionais da estética filosófica,
mas pelos problemas filosóficos colocados pela arte de sua época, especialmente pela pop art,
que surge desde o princípio em contraposição à teoria formalista do expressionismo abstrato.
A pop art, o nominalismo e a arte conceitual, que emergem no final da década de
cinquenta e são difundidas na década de sessenta concretizam o processo de descaracterização
sensorial da arte.
São as obras de arte do tempo de Danto que o despertam para as mudanças que
estavam ocorrendo, exigindo um tipo de público que não poderá ser mais passivo, mas sim
um expectador ativo, responsável por compreender historicamente e conceitualmente as obras
expostas, propostas, experimentadas e compartilhadas.

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Qualquer coisa pode, em princípio, ser uma obra de arte. Não há nenhum pré-
requisito material ou formal para que algo seja considerado arte.
Os limites cada vez menos distintos entre as coisas reais e as obras de arte não
podem ser encontrados entre as propriedades sensíveis dos objetos.
Os parágrafos acima são os fundamentos da teoria da arte de Danto, os quais foram
escritos num texto de 1964 com o título de O Mundo da Arte, os quais são a base de todas a
teoria da arte desenvolvida por Danto em seus textos posteriores. Em seus trabalhos
posteriores Danto elabora uma definição de arte que não se fundamente em propriedades
aparentes ou sensoriais, mas sim em propriedades essenciais. Entre suas principais ideias,
encontramos a tese de que certa coisa torna-se uma obra de arte em virtude de teorias, que a
inscrevem em uma rede de significações históricas, atribuindo-lhe o estatuto de arte:

O que, afinal de contas, faz a diferença entre uma caixa de Brillo e uma obra de arte consistente
de uma caixa de Brillo é uma certa teoria da arte. É a teoria que a recebe no mundo da arte e a
impede de recair à condição do objeto real que ela é (num sentido de é diferente do da
identificação artística). É claro que, sem a teoria, é improvável que alguém veja isso como arte
e, a fim de vê-lo como parte do mundo da arte, a pessoa deve dominar uma boa dose de teoria
artística, assim como uma quantia considerável da história da recente pintura nova-iorquina.
(DANTO, 2006, Artefilosofia. p.22).

Levando em conta o que foi afirmado acima, o que faz qualquer uma coisa ser uma obra
de arte não é algo que pode ser percebido pelos sentidos, como a beleza, a qual nos referimos
antes na discussão com minha companheira e assim nem o rosto belo. Também a imitação
bem executada da realidade, a harmonia entre as partes, a relação entre linhas e as cores a
habilidade técnica, a pureza das formas em relação ao material empregado ou a
expressividade do artista. Danto afirma que as teorias filosóficas que tentaram definir a arte ao
longo da história falharam porque tentaram captar algo no objeto que indicasse sua
artisticidade.
Danto, por outro lado, conjectura que o problema não estava no ato de definir a arte,
mas na tentativa de fazê-lo através de propriedades sensivelmente perceptíveis: “a dificuldade
com as grandes figuras do cânone da estética, de Platão a Heidegger, não consiste em que eles
tenham sido essencialistas, mas, antes, em que entenderam a essência erradamente”.
(DANTO, 2006. p.213).

Desse modo, ele constrói uma definição da arte que não se fundamenta em algo que
pode ser percebido no objeto artístico, mas na relação do objeto com diversos outros fatores.
Ou seja, “é arte” não é um predicado qualitativo, mas um predicado relacional.
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Isto significa que, para sabermos o que é arte não basta olhar para a obra de arte, é
preciso investigar o que ampara essa delimitação.
Certamente Danto olhando para a pilha de Brillo na exposição e no supermercado
compreendeu que a diferença não pode ser perceptual, já que as duas são idênticas na
aparência, mas contextual.
Ser do mundo da arte: é ocupar uma posição específica, é ocupar não o mundo das
coisas reais ou banais, mas o mundo da arte. Este conceito refere-se ao contexto histórico,
social, teórico cotidiano e institucional no qual certas coisas são tratadas como obras de arte.
Segundo Danto: “ver qualquer coisa como arte requer uma coisa que o olho não pode
discernir (descry) – uma atmosfera de teoria artística, um conhecimento da história da arte:
um mundo da arte”. (DANTO, 2006. p.20).
Assim o que é real e o que não é real não podem ser encontrados em qualquer
propriedade sensível, mas ainda existe um limite:
Não importa que a caixa de Brillo possa não ser boa – menos ainda grande – arte. O que chama a
atenção é que ela seja arte de algum modo. Mas, se ela é, por que não o são as indiscerníveis
caixas de Brillo que estão no depósito? Ou toda a distinção entre arte e realidade caiu por terra?
(DANTO, 2006. p.21).

A distinção entre arte e realidade não desapareceu. Prova disso é que as caixas de Brillo,
após o consumo do seu produto, são consideradas, na melhor das hipóteses, material
reciclável.
No entanto as caixas de Warhol são obras de arte. O que as caixas de Warhol têm e as
do supermercado não têm? Além de serem colocadas na posição de correlatos de uma
interpretação que, a partir da teoria e da história da arte, as identifica como arte. E, elas têm
um significado, isto é, elas não foram feitas para guardar esponjas de aço com sabão, mas para
problematizar uma ideia sobre a arte, para questionar a predominância de uma teoria
formalista da arte. Por outro lado, esse significado não poderia ser percebido se as caixas não
tivessem sido identificadas como arte dentro de um contexto histórico, cultural, social
filosófico e teórico bem determinado. O aspecto distintivo da teoria de Danto é, sobretudo, a
ideia de que o que faz com que um objeto seja arte é a interpretação de que ele o é.
Danto com o objetivo de elaborar uma definição de arte parte da constatação de que ser-
arte não tem a ver com características perceptíveis do objeto, mas com a cadeia de relações na
qual ele está inserido, uma vez que objetos visualmente indiscerníveis podem ter estatutos
ontológicos diferentes, um é arte e outro é uma coisa banal.

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Parece-me que já posso agora voltar às conversas que tenho com minha companheira
sobre estética. Se bem que agora vamos analisar a estética sob a luz da teoria de Danto. Como
pode ser isto? Agora quando digo para minha companheira que qualquer coisa pode ser
considera como uma obra de arte, ela, então, me diz que ao fazer o tratamento da pele facial
de uma cliente poderá depois colocar em exposição para ser apreciado. Concordo com ela,
mas temos que lembrar que a minha companheira não faz parte do mundo da arte, logo a sua
obra de arte não está contextualizada, portanto, não será considerada arte. E, então minha
companheira fica triste, pois, pensava poder, sobretudo, colocar a sua obra “estética” em uma
exposição. A seguir expliquei que qualquer coisa pode ser obra de arte, mas também existem
alguns fatores que precisam ser cumpridos, sobretudo, ter sido identificadas como arte dentro
de um contexto histórico, cultural, social, filosófico e teórico bem determinado.
Sendo assim vemos que se trata, portanto, de estabelecer os limites entre o que é arte e
tudo aquilo que não é, e esta não é a primeira condição necessária que Danto assume nessa
direção: obras de arte distinguem-se de coisas reais porque são representações, o que quer
dizer que elas têm um conteúdo semântico, um significado, um “sobre-o-que” (Aboutness). O
significado da obra, o sobre-o-quê ela é, não é uma coisa que podemos perceber
sensorialmente, ao é algo material. Ou melhor, o significado não está no mesmo nível da
realidade material. Neste ponto Danto defende uma tese de que a filosofia e a arte alvorecem
juntas, como contraste em relação à realidade.
As obras de arte, para Danto, são semelhantes às palavras nesse sentido: ocupam a
mesma distância em relação à realidade, pois embora sejam constituídas de simples coisas
reais, sempre dizem respeito a alguma coisa. A filosofia da arte de Danto funda-se, portanto,
no estabelecimento de uma distinção básica entre denotação e denotado, representação e
representado, significado e coisa banal, e na constatação de que a arte sempre pertence ao
primeiro termo desses pares. Essa distinção não se funda em propriedades qualitativas das
imagens, das palavras, dos signos ou das coisas.
De acordo com Danto, ser uma representação é ter um sobre-o-quê, um significado, um
conteúdo, é ser um termo dentro de um par de termos, no qual um deles tem o atributo de
referir e o outro de ser referido. Danto afirma que o principal problema na história da filosofia
da arte é que os pensadores criaram o hábito de identificar ou confundir a representação com a
imitação. Danto diz que:

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Deve-se creditar à teoria antiga o mérito de ter compreendido corretamente a relação entre
arte e realidade, e seu único erro ou estreiteza de visão residiu na suposição de que a
representação se restringe a estruturas imitativas; por isso, a teoria da arte como
representação não foi capaz de encontrar um lugar para as obras que apesar de terem
propriedades representacionais eram claramente não miméticas. (DANTO, 2010,
p.131).

O que importa é que a mimese é um tipo de representação, mas não o único, e que pode
haver arte não mimética, mas não é possível haver arte não representativa.
Pois, então, neste ponto a minha companheira diz que se ela se tornar uma artista em
preparar rostos com uma pele saudável por conta do tratamento da saúde da pele, e não por
conta de maquiagem, poderá expor esses rostos que são coisas banais, mas que estarão
representando algo artístico dentro de um contexto histórico, cultural, social, filosófico e
teórico bem determinado. E, com muita sorte poderão ser consideradas obras de arte.
Danto está preocupado com a arte do seu tempo, assim como ele diz que estava Hegel e
por conta disso os dois falam de um fim da arte, mas da arte que eles conheceram. Danto
também vai dizer que não é possível saber qual será a arte do futuro.

REFERÊNCIAS

DANTO, Arthur. O mundo da arte. Trad. Rodrigo Duarte. Artefilosofia. n 1. UFOP. 2006.
_____________. Após o fim da arte: A Arte Contemporânea e os Limites da História.
Tradução de Saulo Krieger. São Paulo: Odysseus Editora, 2006.
_____________. A Transfiguração do lugar comum. Tradução de Vera Pereira. São Paulo:
Cosac Naify, 2010.
_____________. O Descredenciamento filosófico da arte. Trad. Rodrigo Duarte. Belo
Horizonte: Autêntica Editora, 2014

Aluno: Mauricio dos Santos Guimarães Mat.: 2017.10203


Professora: Rachel Costa

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