Anda di halaman 1dari 3

QUEIMADURAS – Dr.

George Carvalho QUEIMADURA DE TERCEIRO GRAU


OBJETIVOS • Queimaduras profundas.
• Classificar as queimaduras. • Atravessam toda a extensão da pele.
• Compreender a fisiopatologia. • Tecidos profundos.
• Analisar as alterações metabólicas no queimado. • Não são dolorosas.
• Calcular a SCQ. • Não reepitelizam.
• Ressuscitação volêmica. • Endurecidas e peroladas.
• Atendimento ao queimado.
FISIOPATOLOGIA DAS QUEIMADURAS
INTRODUÇÃO • Dois eventos principais: aumento da permeabilidade capilar e
• Lesão dos tecidos orgânicos com destruição do revestimento edema. Em contato com o agente causal ocorre exposição do
epitelial, a partir de um agente externo. Pode variar desde uma colágeno e liberação de histamina pelos mastócitos (promove
pequena bolha até formas mais graves capazes de desencadear vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar e
grande número de respostas sistêmicas. extravasamento de moléculas, gerando edema).

AGENTES Histamina
• Térmicos (tanto calor quanto frio). ↓
• Eletricidade. Aumento da permeabilidade capilar
• Químicos (ácidos e bases fortes, assim como alguns elementos ↓
em natura, como Cl e Na). Edema tecidual e hipovolemia
• Radiações ionizantes.
Principal causa de morte em grandes queimados nas primeiras
CLASSIFICAÇÃO 24h é o choque hipovolêmico.
• Classificamente as queimaduras são classificadas quanto a sua
profundidade: CHOQUE NO PACIENTE QUEIMADO
- Primeiro grau. • Moléculas grandes vazam para o interstício, levando com elas
- Segundo grau. grande volume de água:
- Terceiro grau. - Intenso edema.
A classificação tem efeito no prognóstico do paciente. - Redução do volume circulante.
- Choque hipovolêmico.
QUEIMADURA DE PRIMEIRO GRAU • Alterações da polaridade da membrana celular:
• Atinge a epiderme. - Migração de sódio e água para o meio intracelular.
• Eritema e dor. - Saída de potássio para o meio extracelular. É necessário observar
• Não provoca alterações clínicas e hemodinâmicas significativas os níveis de K+ pois pode causar parada cardíaca.
(Por isso, queimaduras de primeiro grau não entram no cálculo de • A perda da permeabilidade capilar é o fator mais importante na
SCQ). chamada fase de choque da queimadura, levando ao choque
• Todas as estruturas de reepitelização são preservadas. hipovolêmico e à formação de edema com repercussões
• Reepitelização total sem cicatriz em 3 a 6 dias. irreversíveis, se não tratadas a tempo. Esse fenômeno é bifásico e
a permeabilidade é recomposta em 24 horas (a fase mais
QUEIMADURA DE SEGUNDO GRAU importante para o tratamento do grande queimado são as
• Epiderme e parte da derme. primeiras 24h e por isso é tão importante o primeiro atendimento.
• Anexos cutâneos preservados. Hidratar o paciente no primeiro momento).
• Clinicamente caracterizada pela presença de bolhas.
• Divididas em superficiais e profundas. Importante para ALTERAÇÕES METABÓLICAS
prognóstico. • Fatores associados:
- Superficial: superfície rósea abaixo das bolhas, ocorrendo - Tamanho da lesão (Quanto maior a queimadura, maior as
cicatrização, sem sequelas, em 10 a 14 dias. Pode ter uma leve alterações metabólicas).
discromia (alteração de cor) que normaliza com o tempo. - Composição física (Pacientes eutróficos resistem melhor à
- Profunda: esbranquiçadas, menos dolorosas do que as queimadura do que pacientes obesos ou desnutridos).
superficiais e demoram de 25 a 35 dias para reepitelizar, a partir - Idade (Os extremos de idade são mais frágeis, sendo as crianças
dos anexos dérmicos existentes. Cicatrizes inestéticas. Quanto mais resistentes que os idosos).
mais profunda a queimadura, menor a sensação de dor devido à - Fatores genéticos (Pessoas com alterações genéticas de
destruição de terminações nervosas livres. imunodeficiência tem maior probabilidade de alterações
SE TEM BOLHAS, É QUEIMADURA DE SEGUNDO GRAU!!!! metabólicas após queimadura).
Nunca aplicar pasta de dente em regiões de queimadura. Promove • O gasto calórico e o catabolismo proteico são maiores e mais
alívio da dor por aprofundamento da lesão, devido ao flúor. O consistentes na queimadura do que em qualquer outro estado de
melhor tratamento inicial é lavar a lesão com água corrente à estresse fisiológico.
temperatura ambiente. - Lipólise acentuada.
- Diminuição de vitaminas.
- Diminuição de minerais.
O organismo utiliza todos os recursos necessários na tentativa de CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO
cicatrizar a queimadura, ocasionando grande perda calórica. • 2o grau acima de 20% em adultos.
• 2o grau acima de 10% em crianças.
ATENDIMENTO PRIMÁRIO • Queimaduras em face.
• ABCDEF, proposta pela ABLS, onde: • Queimaduras perineais.
A) Vias aéreas: cílios, supercílios, fímbrias nasais, mucosa oral, • Queimaduras elétricas em áreas passíveis de sofrimento
nasal chamuscados. Queimaduras das vias aéreas levam ao edema vascular.
de mucosas e insuficiência respiratória aguda. Intubação precoce. Principal critério para internação de pacientes queimados: médico
Mesmo com o paciente lúcido, realizar a sedação e intubá-lo a fim ficar tranquilo em relação à estabilidade do paciente. Na duvida,
de prevenir edema de vias aéreas. interna. Em alguns casos, a internação é feita apenas para
B) Ventilação: a inalação de gases aquecidos pode acometer as controle da dor.
vias aéreas inferiores (queimadura termoquímicas), levando à
condensação pulmonar e dificuldade de trocas gasosas. Efeitos REGRA DOS NOVE
iniciam-se após 24 horas. • Cabeça: 9%.
• Pescoço: 1%.
Em caso de paciente que sofre queimadura em ambiente fechado • Tronco anterior: 18%.
(pressupõe-se a inalação de gases aquecidos), recomenda-se • Tronco posterior: 18%.
manter em observação por, no mínimo, 24h, mesmo que o • Membro superior: 9%.
paciente esteja aparentemente bem. - Braço: 4,5%
- Antebraço: 4,5%
C) Circulação: devido à grande perda de tecido epitelial, com • Membro inferior: 18%.
consequente perda hídrica, somada à edema e inflamação, o - Coxa: 9%
paciente queimado apresenta-se frequentemente desidratado - Perna: 9%
e/ou em choque. Devem-se obter dois acessos venosos periféricos A regra dos nove é utilizada
calibrosos em área não queimada. para calcular área de SCQ e
é útil na determinação da
É melhor puncionar uma área periférica, mesmo queimada, do que ressuscitação volêmica.
um acesso central, pois, por essa via, consegue-se infundir maior
quantidade de soro em menor tempo (reposição volêmica). REPOSIÇÃO VOLÊMICA
• Regra de Parkland: 4 ml de Ringer Lactato x peso x SCQ.
D) Déficit neurológico: inicialmente atento e orientado. Caso • Regra do Brooke Army Hospital: 2 ml de Ringer Lactato x peso x
contrário pensar em lesão combinada. Paciente queimado, SCQ.
normalmente, não desorienta. • Manutenção: diurese de 30 – 50 ml/ hora.
E) Expor e examinar: despir todo o paciente.
F) Reposição de fluidos: Ringer Lactato (APENAS). Usa-se RL na IMUNIZAÇÃO DO TÉTANO
tentativa de prevenir alterações metabólicas. • 3 doses de toxóide (Se o paciente não comprovar vacinação).

• Princípios de controle: CURATIVOS NO PACIENTE QUEIMADO


- Parar o processo de queimadura: remover roupas, lavar áreas • Sulfadiazina de prata 1%: droga de escolha na maioria dos
acometidas, retirar do contato elétrico (desligar o disjuntor; nunca centros de queimados. Eficaz, prática. Uma ou duas aplicações dia.
encostar na pessoa), remover anéis, pulseiras e relógios que Indolor, boa penetração tecidual, eficaz contra grande número de
podem funcionar como torniquetes. Evitar o uso de gelo, água bactérias. Por uso frequente, pode causar leucopenia como
gelada ou morna, pois pode aumentar a queimadura. Sempre principal efeito colateral.
lavar a queimadura em água corrente (23oC). • Acetato de Mafenide 11,1%: pode ser usado em curativos
- Precauções universais: luvas, gorro, máscaras e capotes. fechados ou abertos assim como a sulfadiazina. Ação contra
- Controle das vias respiratórias: oxigênio a 100% em queimaduras pseudomonas. Primeira escolha em ferimentos infectados.
de 20% ou mais de SC. Aplicação dolorosa e inibidora da anidrase carbônica (perda renal
- Sonda nasogástrica: 20% ou mais de SCQ. de bicarbonato e pode causar acidose metabólica). Realizar
- Controle circulatório: controle do choque hipovolêmico. Infusão gasometria para verificar acidose.
endovenosa de Ringer Lactato via calibrosa. 2 a 4 ml de Ringer • Nitrato de prata 0,5%: aplicado na forma de compressas
Lactato x SCQ x peso corporal. Ministrar metade do volume molhadas, indolor na hora da aplicação, porém podendo ser
calculado nas primeiras 8 horas e restante nas outras 16 horas doloroso durante a troca dos curativos. Penetração ruim nos
subsequentes (ressuscitação volêmica). tecidos. Efeitos colaterais: espoliação de sódio, potássio, cálcio e
- Sonda vesical de demora: controle do débito urinário (principal cloro.
fator utilizado para averiguar se a hidratação está correta). • Nitrato de cério: geralmente associado à sulfadiazina de prata.
- Analgesia: opióides. Barreira contra toxinas na corrente sanguínea. Usar apenas em
- Avaliação de pulsos periféricos: síndromes compartimentais e associação.
necrose que estejam distais à área queimada. Realizar • Curativos abertos: face, pescoço e região perineal. Observação
escarotomia. contínua da ferida.
• Curativo fechado: maior conforto ao paciente, isolamento do
meio externo. Troca dolorosa do curativo.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Debridamento: retirada de todos os tecidos desvitalizados.
Diminuição de processos infecciosos e aceleração da cicatrização.
Retirar a bolha e fazer enxerto o mais rápido possível acarreta
menor tempo de internação, sempre sob analgesia.
• Escarotomia: tecidos desvitalizados formam uma carapaça capaz
de impedir o retorno venoso bloqueando a circulação dos locais
afetados. Incisões longitudinais quebram o bloqueio exercido
pelos tecidos desvitalizados.

ESCAROTOMIAS

• Auto enxertia cutânea: cobertura de áreas afetadas pela


queimadura com enxerto parcial. Uso de dermátomos ou facas de
Blair. Após 28 dias ocorre reepitalização do local da retirada do
enxerto.

SEQUELAS DE QUEIMADURA
• Cicatrizes retráteis (cicatrizes que impedem o movimento).
• Limitação de movimentos (principalmente queimaduras que
afetam articulações).
• Discromias.
• Cicatrizes hipertróficas (é comum e melhora espontaneamente).
• Quelóides (é uma forma anormal de cicatriz hipertrófica e
ultrapassa a área acometida. Não melhora espontaneamente. É
um defeito genético que causa alteração no processo de
cicatrização).
OBS: cicatrizes hipertróficas e queloides são histologicamente
iguais.
• Cicatrizes dolorosas.
• Malignização (Úlcera de Marjolin) – transformação de uma
cicatriz em um carcinoma espinocelular. É mais comum em regiões
de cicatriz de queimadura.

Anda mungkin juga menyukai