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Teoria do Design: anotações, ponderações e reflexões

Anotações sobre uma Teoria do Design1


Oliveira, Alexandre Santos de; MSc; PUC-Rio/Fucapi/FAPEAM
olialx@gmail.com

Resumo

O trabalho a seguir tem como objetivo discutir a possibilidade de uma teoria do Design, a
partir dos textos de Gustavo Amarante Bomfim e Zaia Brandão, numa tentativa de análise
comparativa da maneira como os autores posicionam-se acerca do processo de
estabelecimento de uma teoria do Design culminando com o entendimento da relação entre
teoria e prática ou teoria e empiria e entre os que “sabem” e os que “fazem” como condição
básica para a existência, problematização e aperfeiçoamento da teoria do Design e da
Educação.

Palavras Chave: Design, cultura, sustentabilidade.

Por uma teoria do Design


Em seu texto Bomfim (1994) estabelece como objetivo contribuir para uma reflexão
sobre a possibilidade de uma teoria do Design. Brandão (2002) por sua vez, tenciona
desenvolver uma reflexão sobre a utilização da teoria no campo da Educação.
Brandão, toma como ponto de partida o fato de que as mudanças no campo científico
questionam a tradição de verdade que tende, segundo ela, à excessiva objetivação dos
resultados da investigação. Bomfim, rememora aspectos da história da configuração de
objetos para resgatar o conceito de práxis, à partir de uma ótica interdisciplinar, defendendo,
no âmbito do Design, a existência, de uma série de conhecimentos oriundos de outros

1
OLIVEIRA, A. S.
Anotações sobre uma teoria do Design In: 1o Congresso de Design do Amazonas, 2010, Manaus.
Anais do 1o Congresso de Design do Amazonas. Manaus - AM: FUCAPI, 2010.
Palavras-chave: ensino do design, teoria do design, epistemologia
Áreas do conhecimento : Ensino do Design,Desenho Industrial
Setores de atividade : Educação
Referências adicionais : Brasil/Português. Meio de divulgação: Meio digital
Teoria do Design: anotações, ponderações e reflexões

campos do saber, proporcionando uma ausência de homogeneidade que favoreça a


constituição de uma teoria do Design.
Sobre esta questão Brandão, de certa forma, comunga com Bomfim pois, identifica na
Educação, a recorrência a conhecimentos oriundos de tradições disciplinares consolidadas. A
esse respeito, a autora denuncia o caráter reprodutivista do “discurso sobre teorias”
redundando na pouca consistência e falta de tradição teórica no campo da Educação pois, a
“sofisticação teórica” não esteve acompanhada do aperfeiçoamento dos instrumentos e
referenciais analíticos necessários para dar conta de uma teoria da Educação.
Ainda com relação à opção por recorrer à história, Brandão também o faz em sua
discussão, apontando três momentos na pesquisa em Educação: a procura do estatuto de
cientificidade, da identidade científica e da hegemonia teórica. Diferentemente de Bomfim,
que optou por discutir o produto do trabalho do Design (o artefato) a autora, toma como
referência as etapas de desenvolvimento da produção científica na Educação. Respeitados os
devidos limites, os autores entendem que, ambas as áreas, no seu devir histórico, dependeram
e continuam a depender de outros campos de saber para existirem como tal.
No tocante à base, posicionamento e partido assumido na discussão, Brandão se
escuda na tradição iluminista que atribui o valor da razão e exclui qualquer possibilidade de
relativização das idéias por ela apresentadas. Bomfim, por sua vez, não o faz de forma
explicita no entanto, observa-se uma certa tendência à relativização e a ausência de um
partido ao longo da narrativa. Um tendência a um historicismo cientificista que pode estar
relacionado à sua formação na Alemanha, local de difusão desta corrente de pensamento.
Analisando os problemas relativos à constituição da teoria em seus campos de
conhecimento, tanto Brandão como Bomfim concordam que a flexibilização das fronteiras
entre as áreas de conhecimento e a própria flexibilização da “noção de verdade científica”
(Brandão, 2002 pg. 62) ou ainda o caráter interdisciplinar do Design que busca fundamento
na filosofia, na ciência ou na arte, indicam que tanto na Educação como no Design, a partir da
ótica dos autores, a necessidade de perceber o conhecimento como algo provisório onde
“teoria e práxis são parte de um mesmo processo” (Bomfim, 2002 pg. 20).
No que concerne às noções entre teoria e prática, conforme explicitado por Bomfim,
ou teoria e experiência, binômio apresentado por Brandão, observa-se que os autores
concordam que essas duas dimensões do conhecimento são basilares para pensar tanto a
Educação como o Design.
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Contudo, Bomfim (idem) enfatiza que “design não é a produção de evidências


científicas, mas sua utilização na resolução de problemas específicos e práticos”, já Brandão
afirma que a teoria é sempre hipótese se houver o reconhecimento dos limites deste
conhecimento”.
A partir destas afirmações observa-se que Bomfim toma partido e afirma, naquele
momento, a inexistência e talvez a impossibilidade de uma teoria do Design, ao tempo que
Brandão, questiona e coloca em suspensão a legitimidade daquilo que se convencionou
chamar teoria da Educação.
A comunicação entre os especialistas é uma preocupação recorrente nos autores aqui
analisados, Bomfim de forma mais pontual, estabelece esta necessidade quando trata dos
pressupostos necessários à criação de uma teoria do Design e Brandão dá a esta questão uma
ênfase maior, quando discute o isolamento dos pesquisadores em “paradigmas”, ignorando o
debate com áreas afins à educação ou ainda, a postura entrincheirada daqueles que detêm a
“hegemonia teórica do campo”, fato este que começa a ser evidente no campo do Design nos
dias atuais.
Outra questão importante a ressaltar é o fato de que, no campo da Educação, Brandão
defende a necessidade de avançar do “modelo paradigmático das “antigas” ciências da
natureza para o modelo multiprogramático das ciências históricas e sociais. Bomfim, ao
apontar os modelos dedutivos e indutivos como ponto de partida para a constituição de uma
teoria do Design, esquece de considerar a dimensão intuitiva, apontada em seu modelo
esquemático para explicar as categorias da ontologia clássica.
É importante observar que, assim como Brandão incorre na armadilha de propor, de
forma velada, um percurso ou caminho para o aperfeiçoamento das teorias do campo,
Bomfim também o faz, em seu texto o leitor encontra mais que uma reflexão, ele
efetivamente, estabelece e justifica os marcos para uma teoria do Design, a saber a indução e
a dedução excluindo aquilo que ele denomina de intuição, como foi ressaltado anteriormente.
Ainda no tocante a esta questão, quando o autor propõe os pressupostos para criação
de uma teoria do Design, observa-se que essas duas dimensões (indução e dedução), aparecem
entrelaçadas ao advogar a máxima de que uma teoria do Design deve ser interdisciplinar e
transclássica, esta última perspectiva pode até se configurar contraditória às questões
propostas anteriormente, no entanto, um exame mais detido desta questão, faz-se necessário.
Em síntese, é possível entender que, tanto em Brandão como em Bomfim, existe uma
preocupação com os caminhos da teoria em seus campos de saber: ambos, tem uma
Teoria do Design: anotações, ponderações e reflexões

consciência crítica com relação aos problemas, limites e possibilidades da teoria. Conseguem,
de forma efetiva, entender a relação entre teoria e prática ou teoria e empiria e entre os que
“sabem” e os que “fazem” como condição básica para a existência e problematização da
teoria do Design e da Educação.

Referências

BOMFIM, Gustavo Amarante. Sobre a Possibilidade de uma Teoria do Design. Estudos em


Design, v.2, n.2. Nov. 1994 – Anais P&D Design, 1994.

BRANDÃO, Zaia. A teoria como hipótese. In Pesquisa em Educação: conversar com pós-
graduandos. Rio de Janeiro: Loyola-PUC-Rio, 2002

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