1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade, (ii) vigência; (iii)
eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social.
Segundo o professor Paulo de Barros Carvalho, dizer que uma norma “N” é válida
significa que ela pertence ao sistema “S”. Para o professor, a validade é o vínculo que se
estabelece entre a proposição normativa e o sistema de direito posto. A vigência é a propriedade
das regras que estão prontas para propagar efeitos assim que concretizados os eventos que elas
descrevem. Ainda na visão do PBC, a eficácia jurídica seria o próprio mecanismo lógico da
incidência, ou seja, quando ocorrer o fato do antecedente, incidirão os efeitos previstos no
consequente. A eficácia técnica é “a condição que a regra de direito ostenta, no sentido de
descrever acontecimentos que, uma vez ocorridos no plano do real-social, tenham o condão de
irradiar efeitos jurídicos, já removidos os obstáculos de ordem material que impediam tal
propagação.”. A eficácia social se refere a como uma comunidade aceita os as regras de uma
ordem jurídica historicamente dada.
2. Descreva o percurso gerador de sentido dos textos jurídicos explicando os planos: (i)
enunciados tomados no plano da expressão (S1); (ii) dos conteúdos de significação dos
enunciados prescritivos (S2); (iii) das significações normativas (S3); (iv) das relações entre
normas (S4).
3. Há um sentido correto para os textos jurídicos? Faça uma crítica aos métodos
hermenêuticos tradicionais. É possível falar em interpretação teleológica e literal no direito
tributário? E em interpretação econômica? Justifique. (Vide anexos I e II).
Ainda segundo a autora, a interpretação literal é uma figura que não existe, haja
vista que “até mesmo aquela se diz ser literal, pressupõe um processo gerador de sentido,
delimitado pelo contexto, onde influem valorações condicionadas às vivências culturais do
intérprete”. Ou seja, a interpretação literal não se limita apenas às expressões gramaticais do
texto.
Paulo de Barros se refere à interpretação literal como uma ilusão de que as regras
do direito podem ser isoladas do sistema, analisando apenas a sua compostura frásica. Ou seja,
o resultado quase sempre é infrutífero.
4. A Lei “A” foi promulgada no dia 01/06/12 e publicada no dia 30 de junho desse mesmo mês
e ano. A Lei “B” foi promulgada no dia 10/06/12, tendo sido publicada no dia 20 desse mesmo
mês e ano. Na hipótese de antinomia entre os dois diplomas normativos, qual deles deve
prevalecer? Justificar.
O diploma normativo que deve prevalecer é a Lei “A”, pois apesar de ter sido
promulgada primeiro, ela somente adquiriu sua validade depois da Lei “B”. Ou seja, a Lei “A”
tornou-se pertencente ao sistema S posteriormente à Lei B. Logo, quem deve prevalecer é a Lei
“A”.
Segundo Paulo de Barros, existe lei interpretativa, na medida em que não visam à
criação de novas regras de conduta para a sociedade, circunscrevendo seus objetivos ao
esclarecimento de dúvidas levantadas pelos termos da linguagem da lei interpretada.