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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DOS MATERIAIS

FABIANO PINHEIRO DE AMORIM

Aplicação do Método RIETVELD na caracterização estrutural do


𝑴𝒈𝑩𝟒 𝑶𝟕 preparado por reação de estado sólido.

JUAZEIRO - BA

2019
FABIANO PINHEIRO DE AMORIM

Aplicação do Método RIETVELD na caracterização estrutural do


𝑴𝒈𝑩𝟒 𝑶𝟕 preparado por reação de estado sólido.

Trabalho apresentado à Universidade Federal


do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus
Juazeiro, como requisito para obtenção de nota
da disciplina de Metodologia da Pesquisa,
ministrada pela Dr.ª Joyce Kelly Marinheiro da
Cunha Gonçalves.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Raquel Aline Pessoa


Oliveira.

JUAZEIRO – BA

2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 6
2.1 Tetraborato de Magnésio (𝐌𝐠 𝐁𝟒 𝐎𝟕) ................................................................ 6
2.2 Difração de Raio-X (DR-X) ................................................................................. 7
2.2.1 A geração do Raio-X ....................................................................................... 7
2.2.2 Princípios da difração de Raio-X.................................................................... 9
2.2.3 Instrumentos de detecção de raios-X .......................................................... 10
2.2.4 Difratômetro de raios-X ................................................................................ 13
2.3 Método Rietveld ............................................................................................... 16
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 18
3.1 MATERIAL ........................................................................................................ 18
3.2 MÉTODO ........................................................................................................... 18
3.2.1 Produção do 𝐌𝐠𝐁𝟒𝐎𝟕 ................................................................................... 18
3.2.2 Secagem e Tratamento Térmico .................................................................. 18
3.2.3 Lavagem do composto ................................................................................. 18
3.2.4 Trituração e Homogeneização ..................................................................... 18
3.2.5 Produção das pastilhas ................................................................................ 19
3.2.6 Sinterização das pastilhas............................................................................ 19
3.2.7 Ensaios no DR-X ........................................................................................... 19
4 RESULTADOS ..................................................................................................... 20
5 RECURSOS .......................................................................................................... 21
6 CRONOGRAMA ................................................................................................... 22
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO .......................................................................... 23
4

1 INTRODUÇÃO

“Com o avanço da tecnologia das aplicações das radiações ionizantes em


reatores de potência, na radio esterilização, em diagnósticos e tratamentos médicos
e em outras áreas que evolvem radiação deve haver também uma constante
evolução na radioproteção dos indivíduos que estão ocupacionalmente expostos.
Nesses tipos de aplicações pode haver riscos de o indivíduo receber quantidade de
radiação acima dos limites estabelecidos. Portanto, é de extrema importância que os
métodos de detecção de radiação evoluam, aumentando sempre a precisão,
exatidão, confiabilidade e praticidade no uso.” (DE SOUZA, 2012)
Toda pessoa que exerça atividades diárias que abranjam radiação ionizante
deve ser monitorado frequentemente em relação às doses de radiação recebidas
nessas atividades. Ultimamente, a monitoração individual externa (M.I.E.) pode ser
realizada de diferentes formas, e uma forma básica de avaliação da dose pode ser
feita por meio do uso de monitores individuais. (DE SOUZA, 2012)
A monitoração individual pode ser dividida em ativa ou passiva. Na
monitoração ativa, o detector fornece a leitura imediata da dose. Na monitoração
passiva, a medição da dose é feita em laboratório. (MALTHEZ, 2015)
Os dosímetros termoluminescentes, são materiais que servem para
dosimetria passiva. Esses dosímetros têm sido muito utilizados, inclusive na
dosimetria de extremidades em procedimentos de rotina em medicina nuclear e
radiologia intervencionista. (SQUAIR, 2005).
A dosimetria termoluminescente (TL) é um dos métodos mais utilizados e
eficientes na avaliação e monitoração de dose de radiação. Esse método se baseia
na utilização de um fósforo para a detecção da radiação. (MALTHEZ, 2015)
O tetraborato de magnésio é uma matriz hospedeira de interesse para
aplicações de luminescência, incluindo dosimetria por termoluminescência (TL) de
radiação ionizante e sensoriamento de temperatura. Este material é atraente em
dosimetria por seu baixo número atômico efetivo (equivalente próximo do tecido
Z=8,4), o que implica uma pequena dependência de energia de fótons, e para a
possibilidade de desenvolver dosímetros de nêutrons. (YUKIHARA, 2014)
Com base nisso, este trabalho tem como objetivo obter pastilhas
termoluminescente, utilizando varias temperaturas de secagem e tempo de
calcinação para a formação do composto do tetraborato de magnésio, para a
5

caracterização através de difração de raios-X com cálculo de refinamento pelo


método de Rietveld.
6

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Tetraborato de Magnésio (𝐌𝐠 𝐁𝟒 𝐎𝟕)


A área de dosimetria de estado sólido baseia-se principalmente em duas
técnicas experimentais: a termoluminescência (TL) e a luminescência opticamente
estimulada (Optically Stimulated Luminescente – OSL). (YUKIHARA, 2011)
Embora tenha uma série de materiais empregáveis para TL e OSL, ainda há
demanda para os novos materiais configurados para aplicações específicas, como
dosimetria de nêutrons, por exemplo. Isso se deve ao fato de um número limitado de
materiais está disponível para este propósito por causa, na maior parte, da exigência
de que o detector pessoal deve possuir número atômico efetivo próximo ao do tecido
humano (𝑍𝑒𝑓𝑓 = 7,4). (YUKIHARA, 2014)
No inicio dos anos 1980 o tetraborato de magnésio, ativado com disprósio
(Dy) ou túlio (Tm), foi proposto como um novo material para a detecção de radiação
na forma de dosímetro TL. Em meados daquela década, outro relato da literatura
informava que os detectores 𝑀𝑔𝐵4 𝑂7 : 𝐷𝑦 possuíam alta sensibilidade à dose de
radiação e uma resposta TL independente da energia da radiação, por possuir
número atômico efetivo próximo ao do tecido humana. O material foi inicialmente
desenvolvido no Instituto de Ciências Nucleares Boris Kidric da Iugoslávia, e até
2007 estava sendo utilizado em larga escala na dosimetria pessoal de cerca de 5000
trabalhadores de clínicas, hospitais, indústria e instituições de pesquisas através de
um sistema de dosimetria baseado no tetraborato de magnésio. No Brasil, os
primeiros estudos sobre o tetraborato de magnésio foram realizados no início da
década de 1990 no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN,
São Paulo). Desde então, as características dosimétricas dos materiais baseados
em tetraborato de magnésio têm sido melhoradas. O fósforo pode ser utilizado para
dosimetria de fótons, radiação beta e de nêutrons. (DE SOUZA, 2012)
Inicialmente o material era impurificado com apenas um elemento terra rara
(Dy ou Tm); porem, estudos sistemáticos apresentam novas rotas para preparação
do tetraborato, com a substituição do material com apenas um dopante, como o
𝑀𝑔𝐵4 𝑂7 : 𝐷𝑦 ou 𝑀𝑔𝐵4 𝑂7 : 𝑇𝑚, por exemplo, por compostos com dois dopantes
(𝑀𝑔𝐵4 𝑂7 : 𝐷𝑦, 𝑁𝑎) e com três dopantes (𝑀𝑔𝐵4 𝑂7 : 𝐷𝑦, 𝐶𝑎, 𝑁𝑎). Esses novos materiais
trouxeram benefícios para as características TL do tetraborato, como curvas de
7

emissão TL com um único pico ao invés de curvas com diversos picos. (DE SOUZA,
2012)

2.2 Difração de Raio-X (DR-X)


2.2.1 A geração do Raio-X
Os Raios-X são ondas eletromagnéticas de comprimento de onda
compreendido no interior de 0,1 a 700 Å; aplicações no estudo de estruturas de
materiais no nível de distância interatômicas empregam comprimentos de onda de
0,2 a 2,5 Å. (KLUG, 1974)
Esses raios são originados em tubos de vidro sob vácuo. Inserido ao tubo,
conforme ilustrado na Figura 1, um filamento de tungstênio (W) é utilizado como
cátodo, o qual é submetido a uma diferença de potencial, gerando uma corrente
elétrica de feixe de elétrons acelerados em direção a um ânodo metálico (exemplos,
Cu, Cr, Fe, Co). Após ser bombardeado pelos elétrons oriundos do cátodo, o ânodo
emite uma nova radiação, denominada de radiação X. Em razão de seu
aquecimento pelo bombardeamento de elétrons, o ânodo é resfriado por um sistema
de circulação de água. (ARNOLD, 1992)

Figura 1 Tubo gerador de Raios-X em secção transversal do tubo de raios X de filamento


vedado (esquemático). (XAVIER, 2017)

A produção de Raios-X é, portanto, uma consequência da colisão entre os


elétrons acelerados vindo do cátodo (I) com elétron bombardeado no átomo do
ânodo, como ilustrado na Figura 2. O elétron bombardeado é arrancado para fora de
sua câmara (II) e a vacância (espaço) deixada por ele é reocupada por outro elétron,
8

de maior energia, vindo de uma camada mais externa (III). Este ganho em energia
potencial à sua camada é liberado na forma de um fóton de Raios-X (IV; Raios-X
característicos). Adicionalmente, são também gerados Raios-X de energia não
específica, correspondentes ao espectro contínuo. (ANTONIASSI, 2010)

Figura 2 - A produção de Raios-X a nível atômico (ANTONIASSI, 2010).

O espectro de radiação gerado a partir do tubo de Raios-X não é


monocromático, apresentando tanto a radiação característica do material empregado
como ânodo (𝐾𝛼 , 𝐾𝛽 𝑒𝑡𝑐), como também do espectro contínuo emitido pelo tubo,
exemplificados pela Figura 3. (ANTONIASSI, 2010)

Figura 3 - Espectros de Raios-X contínuo e característico para o molibdênio a 35 kV (A e B). A


direita é detalhado o dubleto 𝑲𝜶𝟏 e 𝑲𝜶𝟐 referente à linha K (Cullity, 1978).
9

“Considerando que a radiação característica de interesse da técnica de


difração de Raios-X é a 𝐾𝛼 na forma de uma radiação monocromática, há
necessidade de se remover a radiação referente à linha 𝐾𝛽 e também parte do
espectro contínuo emitido pelo tubo. Para isso podem ser utilizados filtros cujas
bandas de absorção de radiação permitam, através de um fenômeno de absorção, a
passagem da radiação referente à linha 𝐾𝛼 , como o exemplo de filtro de Ni para a
radiação 𝐶𝑢𝐾𝛽 e/ou filtro monocromador empregando o princípio da difração de
Raios-X.” (PAIVA-SANTOS, 2003)

2.2.2 Princípios da difração de Raio-X


A difração de Raios-X representa o fenômeno de interação entre um feixe
incidente de raios-X e os elétrons dos átomos componentes de um material, sendo
posteriormente detectados os fótons difratados, que constituem o feixe difratado.
Ao atingirem um material, os raios-X podem ser espalhados elasticamente,
sem perda de energia pelos elétrons dos átomos (espalhamento coerente). O fóton
de raios-X, após a colisão com o elétron da amostra, muda sua trajetória, mantendo,
porém, o mesmo comprimento de onda da radiação incidente. Sendo assim, cada
elétron é atuante, instantaneamente, como um novo centro de emissão de raios-X.
(JENKINS, 1996)
Se os átomos que geram este espalhamento estiverem arranjados de maneira
sistemática, como em uma estrutura cristalina, pode-se verificar que as relações de
fase entre os espalhamentos tornam-se periódicas e que o fenômeno de difração
dos raios-X é observado em vários ângulos de incidência do feixe, desde que seu
comprimento de onda 𝜆 seja da ordem de grandeza das distâncias entre os centros
espalhadores – d, como resultado de uma interferência construtiva e ocorrendo nas
direções de espalhamento que satisfazem a Lei de Bragg, como ilustrado na Figura
4. A teoria da difração de raios-X é detalhada por Cullity (1978).
A lei de Bragg é expressa pela Equação (1),
𝑛𝜆 = 2𝑑 𝑠𝑒𝑛 𝜃 Equação (1)
Onde,
𝜆 corresponde ao comprimento de onda da radiação incidente;
“𝑛” ordem de difração (número inteiro);
10

“𝑑” distância interplanar para o conjunto de planos ℎ𝑘𝑙 (índice de Miller) da


estrutura cristalina e;
𝜃 ângulo de incidência dos raios-X (medido entre o feixe incidente e os planos
cristalinos).

Figura 4 - Esquema ilustrativo do fenômeno de difração de raios-X (Lei de Bragg). (XAVIER,


2017)

Os ângulos 𝜃 dos raios-X refletidos estão relacionados com as dimensões das


celas unitárias e as orientações dos planos interatômicos ℎ𝑘𝑙 específicos do material
cristalino. Consequentemente, dois minerais com as mesmas dimensões de célula
unitária produzem o mesmo padrão de reflexão de raios-X. Por outro lado, as
intensidades relativas das várias reflexões ℎ𝑘𝑙 de um cristal, dentre outros fatores,
são dependentes do número de elétrons no átomo. Adicionalmente, os átomos são
distribuídos no espaço, de tal forma que vários planos de uma estrutura cristalina
possuem diferentes densidades de átomos ou elétrons, fazendo com que as
intensidades difratadas sejam, por consequência, distintas para os diversos planos
cristalinos. Assim, cada composto cristalino apresenta um padrão de difração
característico único, permitindo a sua identificação através das posições angulares e
intensidades relativas dos feixes difratados. (REYNOLDS, 1989)

2.2.3 Instrumentos de detecção de raios-X


O instrumento tradicional de medida é o difratômetro com análises pelo
método do pó ou com câmaras de monocristais acopladas, estas últimas atualmente
com uso restrito a situações específicas para determinação de parâmetros
cristalográficos. No difratômetro tradicional a captação do eixo difratado é feita por
meio de um detector, segundo um arranjo geométrico com a fonte de raios-X e a
11

amostra, conhecido como a geometria parafocal Bragg-Brentano, esquematizada na


Figura 5, que habilita a obtenção do ângulo 2𝜃. (JENKINS, 1989).
A geometria parafocal origina dois círculos: o circulo focal indicado pela linha
pontilhada K na figura 5, e o círculo do goniômetro, indicado pela linha pontilhada H.
a fonte L, a amostra P, e o detetor D, estão contidos no círculo focal, que tem raio
variável, sendo que a amostra fica situada no centro do círculo do goniômetro, de
raio fixo, em um suporte que pode ter um sistema giratório horizontal com diferentes
velocidades (spinner). A fonte emite os raios-X, devidamente condicionados por
vários elementos aplicados para eliminar fenômenos interferentes na fonte de raios-
X, seja incidente seja difratada (fendas, filtros, etc). (ANTONIASSI, 2010)

Figura 5 - Geometria parafocal Bragg-Brentano (Jenkins, 1989).

O feixe difratado, transformado pelo detetor em forma de contagem de pontos


(counts), é normalmente expresso através de picos que se destacam do background
(ou linha de base), registrados num espectro de intensidade versus o ângulo 2𝜃 (ou
d), constituindo o padrão difratométrico ou difratograma, exemplificado na Figura 6.
(ANTONIASSI, 2010)
12

Figura 6 - Padrão difratométrico de uma amostra de quartzo (ANTONIASSI, 2010).

As intensidades obtidas em ângulos 2𝜃, representadas através dos picos nos


difratogramas, correspondem à difração do feixe incidente por um determinado
conjunto de planos do cristal, que possuem mesmas distância interplanar, cada qual
com índices de Miller ℎ𝑘𝑙 (reflexões ℎ𝑘𝑙). O padrão difratométrico representa uma
coleção de perfis de reflexões (difrações) individuais (ou picos difratados), cada qual
com sua altura, área integrada, posição angular, largura e caudas que decaem
gradualmente à medida que se distanciam da posição de altura máxima do pico. A
intensidade integrada é proporcional à intensidade de Bragg, 𝐼ℎ𝑘𝑙 (JENKINS, 1989).
As informações obtidas de cada pico são a intensidade, a posição angular
(2𝜃) ou distância interplanar (d) e o perfil. Cada composto cristalino apresenta um
padrão difratométrico característico, permitindo sua identificação através das
posições angulares e intensidades relativas dos picos difratados. (JENKINS, 1989)
No estudo de materiais policristalinos através do método do pó, a amostra é
pulverizada, fixada a um porta amostra por prensagem e/ou colagem e submetida a
um feixe de raios-X monocromático. Cada partícula deste pó vai se comportar como
um pequeno cristal, com orientação aleatória em relação ao feixe de raios-X
incidente. O inconveniente da técnica se deve à sobreposição de reflexões dos
componentes, misturando as informações contidas na intensidade e dificultando a
análise de um material com número excessivo de componentes cristalinos.
(ANTONIASSI, 2010)
No método do pó a identificação das substâncias cristalinas é feita através da
comparação do difratograma com padrões difratométrico de fase individuais
13

disponibilizados pelo ICDD (International Center for Diffraction Data, antigo JCPDS –
Joint Committee of Powder Diffraction Standards), sendo possível também calcular
os parâmetros de cela unitária, avaliar o grau de cristalinidade, bem como quantificar
fases presentes. A quantificação de fase a partir da difração de raios-X se apoia nas
intensidades dos picos do difratograma, as quais, além de guardarem uma relação
característica da estrutura cristalina de cada fase componente, refletem a proporção
das fases na amostra. (ANTONIASSI, 2010)

2.2.4 Difratômetro de raios-X


Os instrumentos de medida da difração de raios-X são os difratômetros com
análises pelo método do pó ou com câmaras de monocristais acopladas, sendo que
as ultimas são utilizadas apenas em situações especificas, por exemplo, quando é
crítica a disponibilidade de amostra e em estudos específicos para determinação de
parâmetros cristalográficos (FORMOSO, 1984).
Nas câmaras de pó, um fino feixe de raios-X é focalizado sobre uma amostra
posicionada no centro de um dispositivo cilíndrico, sendo que os feixes difratados
sensibilizam um filme fotográfico posicionado internamente à câmara ou podem ser
registrados por técnicas difratométricas, utilizando-se de um contador (detector) e
equipamento eletrônico associado. Como ilustrado na Figura 7 e Figura 8, o feixe de
raio-X difratado comporta-se como um cone com ápice na amostra e ângulo de
abertura 2𝜃, sendo simultaneamente registrados no filme fotográfico círculos
concêntricos com aberturas correlacionáveis a 𝜃 e, portanto, às distâncias
interplanares das fases componentes da amostra, através da lei de Bragg
(FORMOSO, 1984).

Figura 7 - Câmara de pó - Debye-Scherrer (CULLITY, 1978).


14

Figura 8 - Resultado da análise de difração de raios-X obtido pela câmara Debye-Scherrer


(JENKINS, 1989).

Os difratômetros de raios-X, foram originalmente configurados na denominada


geometria parafocal Bragg-Brentano, onde seu arranjo geométrico básico constitui-
se de um tubo de raios-X, um goniômetro posicionado horizontal (𝜃 - 2𝜃) ou
verticalmente (𝜃 - 2𝜃 ou 𝜃 - 𝜃) e um detector de raios-X. (JENKINS, 1989)
O difratograma é constituído basicamente por um tubo de raios-X, um porta
amostra onde incide a radiação e um detetor móvel. Nos equipamentos modernos a
geometria parafocal Bragg-Brentano se mantém, com a diferença de que a amostra
se mantém na posição horizontal, sendo movimentados o tubo e o detetor no círculo
do goniômetro. A Figura 9 apresenta um difratômetro comercial tradicional com uma
configuração clássica Bragg-Brentano. (JENKINS, 1989)
A radiação incide na amostra promove fenômenos de difração, espalhamento
e fluorescência, como a técnica utiliza apenas as radiações difratadas, devendo ser
eliminada à interferência dos demais que pode promover ruídos no difratograma,
para o que são aplicadas fendas, máscaras e monocromadores. A maior
contribuição para o surgimento de linhas adicionais no difratograma é a natureza da
fonte, sendo a emissão de 𝐶𝑢𝐾𝛼 o tipo de radiação mais utilizado. Os métodos para
se obter uma radiação dicromática (𝐾𝛼1 𝑒 𝐾𝛼2) são a utilização de um filtro para a
radiação 𝛽 e também o uso de um monocromador n feixe difratado. O filtro para
radiação 𝛽 normalmente é posicionado antes do detetor e é constituído de um
elemento com um número atômico inferior ao do anodo utilizado. (ANTONIASSI,
2010)
15

Figura 9 - Difratômetro comercial tradicional com uma configuração clássica Bragg-Brentano.

Na Figura 10 pode ser verificada uma representação esquemática do


funcionamento de um difratômetro, mostrando a trajetória do feixe de raios-X desde
a saída do tubo até o detetor. (ANTONIASSI, 2010)

Figura 10 - Representação esquemática do funcionamento do equipamento, mostrando a


trajetória do feixe de raios-X desde a saída do tubo até o detetor.

Neste esquema verifica-se que o feixe de raios-X gerado pela fonte (A) sai do
tubo passando pela janela de berílio em forma de uma linha. O mesmo passa pela
fenda soller, de placas paralelas, passando em seguida pela fenda divergente e pela
máscara, que controlam a área de raios-X que incide sobre a amostra (B). O feixe
difratado passa pelas fendas anti-espalhamento, de recebimento e soller, incidindo
no detetor (C) após passar por um monocromador. O centro da superfície da
amostra deve estar no eixo do goniômetro. (ANTONIASSI, 2010)
16

As fendas soller têm como função diminuir divergência axial de um feixe de


raios-X. a fenda divergente é utilizada para limitar a divergência lateral do feixe de
raios-X, de modo que a superfície da amostra receba o máximo possível da
irradiação e ao mesmo tempo a irradiação no porta-amostra seja evitada. A máscara
tem função de limitar a área linear iluminada sobre a amostra. (ANTONIASSI, 2010)

2.3 Método Rietveld


Com o desenvolvimento da tecnologia computacional, foi desenvolvida uma
metodologia que permite o refinamento de estruturas cristalinas complexas,
possibilitando a quantificação de fases por difração de raios-X a partir do método de
Rietveld. Esta metodologia permite que os vários interferentes no padrão
difratométrico sejam considerados, compensados, corrigidos ou minimizados.
(RIETVELD, 1969).
Através do avanço da informática, com acesso a computadores mais
potentes, o método de Rietveld, que tem por base a simulação de todo um perfil
difratométrico partindo de parâmetros estruturais das fases componentes de uma
amostra, permitiu que maiores informações pudessem ser extraídas dos
difratogramas. (RIETVELD, 1969).
Analisando todo o padrão difratométrico e utilizando as intensidades
individuais de cada passo angular, o método permitiu o refinamento de estruturas
cristalinas complexas, e vem sendo aplicado para determinação da proporção de
fases a partir do difratograma com precisão reconhecida. (ANTONIASSI, 2010)
Ao contrário dos outros métodos baseados na integração da intensidade de
picos característicos de fases, o método desenvolvido por Rietveld se baseia na
simulação de todo o difratograma. O procedimento permite refinar não só os
parâmetros geométricos das fases presentes (parâmetros de cela e de perfil), como
nos métodos precedentes, mas também considera as características cristalográficas,
dando ao método do pó aplicação semelhante à difração de monocristais.
(ANTONIASSI, 2010)
O método desenvolvido por Rietveld aplicado à difração de raios-X tem por
base a minimização da diferença entre um difratograma calculado e um experimental
através do método de mínimos quadrados e permite a obtenção de resultados
quantitativos das fases. (ANTONIASSI, 2010)
17

Para poder aplicar este método é necessário conhecer a estrutura das fases
componentes da mistura com um bom grau de aproximação e possuir dados
difratométricos de boa qualidade. O método de mínimos quadrados é utilizado para
o refinamento de parâmetros de cela unitária e vários outros processos que
envolvem muitas variáveis. Uma vez obtido o difratograma, procede-se com o ajuste
pelo método de Rietveld, visando minimizar as diferenças entre os difratogramas
calculado e observado. A quantidade minimizada no refinamento é a função residual
𝑆𝑦 dada pela equação (2):
𝑆𝑦 = ∑ 𝑤𝑖 (𝑦𝑖 − 𝑦𝑐𝑖 )2 Equação (2)
Em que:
1
𝑤𝑖 = , intensidade observada no iésimo passo;
𝑦𝑖

𝑦𝑐𝑖 , intensidade calculada no iésimo passo;


𝑖 , é a soma sobre todos os pontos.
O melhor ajuste será conseguido para todos os 𝑦𝑖 simultaneamente.
18

3 METODOLOGIA

O presente trabalho será realizado nos laboratórios do curso da Pós-


Graduação em Ciência dos Materiais, localizado na Universidade Federal do Vale do
São Francisco (UNIVASF), campus Juazeiro-BA.

3.1 MATERIAL
Pra a produção do tetraborato de magnésio (𝑀𝑔𝐵4 𝑂7 ) serão necessários:
- Óxido de magnésio (𝑀𝑔𝑂);
- Ácido bórico cristalino (𝐻3 𝐵𝑂3 );
- Óxido de disprósio (𝐷𝑦2 𝑂3);
- Óxido de túlio (𝑇𝑚2 𝑂3).

3.2 MÉTODO
3.2.1 Produção do 𝐌𝐠𝐁𝟒 𝐎𝟕
Produzido através da seguinte reação:
𝑀𝑔𝑂 + 4𝐻3 𝐵𝑂3 → 𝑀𝑔𝐵4 𝑂7 + 6𝐻2 𝑂
A reação ocorre em meio ácido, misturando-se os seguintes reagentes em
uma solução contendo ácido nítrico (𝐻𝑁𝑂3 ), diluído em um béquer.

3.2.2 Secagem e Tratamento Térmico


A etapa de secagem consiste na eliminação do 𝐻𝑁𝑂3 diluído utilizado para
auxiliar a reação. Em seguida, segue para o forno tipo mufla da marca EDG 1800,
para a obtenção de um composto (material) sólido.

3.2.3 Lavagem do composto


O composto passa por um processo de lavagem com água destilada com o
intuito de eliminar a acidez residual que o material possa apresentar.

3.2.4 Trituração e Homogeneização


Após a lavagem, será feita o processo de trituração e homogeneização
utilizando-se a almofariz e pistilo. Em seguida, será feita a granulometria com
peneiras que possuem aberturas de 75, 100 e 150 μm para a produção dos grãos.
19

3.2.5 Produção das pastilhas


A partir do pó do tetraborato de magnésio, foram produzidas as pastilhas a
frio através de uma prensa hidráulica.

3.2.6 Sinterização das pastilhas


Após a prensagem, as pastilhas foram submetidas à sinterização, que
consiste de um tratamento térmico a temperatura adequada.

3.2.7 Ensaios no DR-X


Com o equipamento de raios-X Pantak/Seifert serão feitas os experimentos
para as diversas pastilhas de dosímetros obtidos em diversas temperaturas de
sinterização distintas.
20

4 RESULTADOS

Espera-se um aumento da produção das pastilhas, já que se tem como


objetivo a sua produção com uma menor temperatura de sinterização e tendo as
características similares a da produção atual.

Figura 11 – Célula unitária convencional do 𝑴𝒈𝑩𝟒 𝑶𝟕. (OLIVEIRA, 2016)


21

5 RECURSOS

Para a elaboração da pesquisa, serão empregados os seguintes


materiais/equipamentos no qual possui os seguintes valores individuais.

Tabela 1 - Materiais e equipamentos com seus respectivos valores.


Materiais/equipamentos Valor (R$)
Óxido de magnésio (𝑀𝑔𝑂) 197,99
Ácido bórico cristalino (𝐻3 𝐵𝑂3 ) 249,00
Óxido de disprósio (𝐷𝑦2𝑂3 )
Óxido de túlio (𝑇𝑚2 𝑂3 )
Forno EDG-1800 5.480,00
Almofariz e pistilo 25,90
Peneiras (75, 100 e 150 μm) 175,00
Prensa hidráulica 612,00
Raios-X Pantak/Seifert
22

6 CRONOGRAMA
Mar. Mai. Julh. Set. Nov. Jan. Dez. Jan. Mar. Mai. Julh. Set. Nov Jan. Mar.
19 19 19 19 19 20 19 20 20 20 20 20 . 20 21 21
Cursar
X X X X X X X
Disciplinas
Revisão
X X X X X X X X X X X
Bibliográfica

Produção do 𝑀𝑔𝐵4 𝑂7 X X X X

Secagem e Tratamento
X X X X
Térmico

Lavagem do composto X X X X

Trituração e
X X X X
Homogeneização

Produção das pastilhas X X X X

Sinterização das pastilhas X X X X

Ensaios no DR-X X X X X

Análise de
X X X X X X X
Resultados
Escrita da
X X X X X X X X X X
Dissertação

Qualificação X

Defesa X
23

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

[1] DE SOUZA. LUIZA FREIRE. Produção e caracterização de dosímetros à base


de magnésio. Tese (Mestrado) – Universidade Federal de Sergipe, Departamento
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