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C4ISR

Erik Herejk Ribeiro


A SIGLA C4ISR, cunhada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos,
vem de sua definição em inglês: command, control, communications,
computers, intelligence, surveillance and reconnaissance (comando, controle,
comunicações, computadores, inteligência, vigilância e reconhecimento). A
sigla deriva de comando e controle (C2), que diz respeito ao gerenciamento
das unidades durante o combate e a tomada de decisão. O processo de
digitalização trouxe consigo a reformulação da ideia de C2 para uma sigla
mais abrangente, que inclua novas capacidades informacionais. Portanto, a
ideia associada ao C4ISR é de consciência de situação, no sentido de que
novas tecnologias habilitam o aperfeiçoamento dos estágios de comando e
controle da guerra.
O C4ISR, diferentemente das siglas antecessoras, traz a inovação de ser
um sistema de sistemas, aproximando diferentes armas, agências, serviços,
plataformas, estruturas e agentes em arquiteturas integradas (Dod, 2007). Em
geral, há três formas de impacto dos novos sistemas de C4ISR sobre a
condução da guerra: a) inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) –
produção e difusão da consciência de situação para habilitar o gerenciamento
de batalha em tempo real; b) satélites de posicionamento – orientação para
navegação de unidades militares (carros de combate, navios, aeronaves) e
guiagem de precisão para munições inteligentes (com dispositivos digitais
embarcados); c) satélites de comunicação – permitem na prática o comando e
controle e a distribuição de dados no sistema por meio das redes
componentes.
Historicamente, a literatura de guerra e as Forças Armadas utilizam o
conceito de comando e controle (C2) para designar a esfera da guerra que diz
respeito ao processo de tomada de decisão. No Brasil, segundo a Doutrina
para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD, 2015), o conceito C2
envolve a cadeia de comando em seus três componentes: autoridade
(exercício do comando), processo decisório (baseado na doutrina vigente) e
estrutura (pessoal, instalações, equipamentos e tecnologias).
A necessidade de evolução do conceito desde a sua origem (comando e
controle) é recente, decorrendo principalmente de avanços na tecnologia da
informação e de novas formas de fazer a guerra, geralmente caracterizadas
pelo conceito de revolução em assuntos militares. A ampliação do C2 para
C4ISR está associada à noção de que novas tecnologias empregadas pelos
Estados Unidos a partir da Guerra do Golfo (1991) provocam uma resposta
das demais forças armadas em forma de reestruturação organizacional.
Nesse sentido, os teóricos da guerra centrada em redes (network-centric
warfare) apontam que as novas tecnologias de comunicação e informação
devem atuar para acelerar os ciclos de comando e controle das Forças
Armadas. Assim, é possível obter superioridade em consciência de situação
sobre o inimigo e atuar de forma mais rápida e precisa no espaço de batalha.
Dentre as sugestões dos autores, destacam-se a descentralização e
flexibilidade do processo decisório e o aumento da interoperabilidade entre
diferentes armas (Alberts; Garstka; Stein, 2000).
Cabe destacar que a guerra centrada em redes opera nos domínios físico
(posição geográfica, meios de força utilizados), informacional e cognitivo
(percepção e capacidade mental dos agentes). Portanto, conforme ressalta a
Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD, 2015, p.44), a
ampliação do poder de combate depende essencialmente do fator humano
(domínio cognitivo). Ou seja, qualquer mudança no padrão operacional das
Forças Armadas deve levar em consideração se há pessoal qualificado e
estruturas organizacionais adequadas para suas novas funções em redes.
Também cabe relevar os riscos em negligenciar a necessidade de um comando
hierarquicamente superior que processe e coordene o fluxo contínuo de
informações nos terminais da rede. Pode-se incorrer no risco de diminuir a
consciência de situação ao sobrecarregar unidades com responsabilidades que
excedem a capacidade de processamento cognitivo humano.
Desse modo, a inovação do conceito C4ISR deve ser observada por sua
representatividade na condução da guerra, trazendo novas tecnologias da
informação e da comunicação à esfera militar. É necessário que essas
novidades sejam absorvidas no processo de modernização de Forças Armadas
por meio da entrada na era espacial (produção e lançamento de satélites) e das
inovações organizacionais, desde que avaliado o contexto humano e as
estruturas vigentes nas instituições afetadas.

Referências bibliográficas
ALBERTS, D. S.; GARSTKA, J. J.; STEIN, F. P. Network Centric Warfare: Developing and
Leveraging Information Superiority. 2.ed. Washington, DC: Department of Defense, C4ISR
Cooperative Research Program, 2000. Disponível em:
http://www.dodccrp.org/files/Alberts_NCW.pdf. Acesso em: 26 jul. 2016.
CEPIK, M.; MACHADO, F. O comando do espaço na grande estratégia chinesa: implicações para a
ordem internacional contemporânea. Carta Internacional, v.6, n.2, p.112-31, jul.-dez. 2011.
DEPARTMENT OF DEFENSE (DOD). DoD Architecture Framework Version 1.5. v.I: Definitions
and Guidelines. Washington, DC, 2007. Disponível em:
http://dodcio.defense.gov/Portals/0/Documents/DODAF/DoDAF_Volume_I.pdf. Acesso em: 26
jul. 2016.
MINISTÉRIO DA DEFESA (MD). Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle. MD31-
M-03. Ministério da Defesa; Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Brasília, 2015.
Disponível em:
http://www.defesa.gov.br/arquivos/legislacao/emcfa/publicacoes/comando_controle/md31_m_03_dout_sismc_3_ed_
Acesso em: 26 jul. 2016.

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