Anda di halaman 1dari 9

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

Roberta Kuhn Colli 1


Mario José Puhl²

RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar o princípio da insignificância no
âmbito tributário e no âmbito penal. Tendo visto que os crimes de bagatela ou crimes
insignificantes são delitos que, à primeira vista, se encaixam ao fato típico, mas que,
em um segundo momento, tem sua tipicidade desconsiderada, por estarem
relacionados a ofensas a bens jurídicos que não causam problemas à sociedade, de
forma que dispensa a intervenção do direito penal. A metodologia da pesquisa
caracteriza-se como teórica, com tratamento de dados qualitativos e fins
exploratórios. A geração de informações é por documentação indireta, em
reprodução bibliográfica, apresentando método de abordagem dedutivo e a partir de
procedimentos técnicos. Como resultado da pesquisa pode ser compreendido que
inexiste previsão legal acerca dos crimes de bagatela, e quais os casos que ocorre
o perdão judicial.
Palavras-chave: Bagatela – Direito – Crime.

INTRODUÇÃO
A presente pesquisa aborda o tema Princípio da Insignificância ou Bagatela e
delimitou-se em expor conceitos sobre o assunto no campo civil, penal e tributário,
tendo presente que a temática trata de crime cuja conduta é incapaz de lesar o bem
jurídico, sendo desnecessária penalidade se comparada à ação com crimes de
maior monta. A partir do conceito, busca-se demonstrar como se dá o
funcionamento do determinado princípio para o Direito, segundo a interpretação de
cada juiz.
A metodologia da pesquisa caracteriza-se como teórica desenvolvida com
base em teorias e conceitos, tendo em vista o aprimoramento de fundamentos
teóricos. Com tratamento de dados qualitativo, com o objetivo de alcançar uma
compreensão das razões e motivações da problemática. E fins exploratórios visando
proporcionar uma visão geral sobre o tema.
A geração de informações é por documentação indireta, em produção
bibliográfica, com base na leitura de teorias disponibilizadas em livros acadêmicos,
bem como a própria legislação, constituição federal, abrangendo a área civil, penal e

1
Acadêmica do Curso de Direito – 2º Semestre. Faculdades Integradas Machado de Assis.
robertacolli@hotmail.com
² Doutor em Educação nas Ciências. Orientador. Professor do Curso de Direito. Faculdades
Integradas Machado de Assis. mariopuhl@yahoo.com.br
2

tributária. Além de expor decisões judiciais tomadas com base no Princípio da


Insignificância ou Bagatela.
A análise e a interpretação dos dados foram desenvolvidas através do método
de abordagem dedutivo e métodos de procedimentos histórico e estruturalista.
Baseado em teorias e princípios já elaborados, bem como a própria legislação e
consequente autonomia do juiz para aplicar o princípio ao caso concreto. Parte-se
também, de decisões judiciais em casos passados e enquadramento da ideia no
parâmetro da sociedade atual, para conhecimento e compreensão da temática
exposta. O objetivo geral da pesquisa é a compreensão do Princípio da
Insignificância e sua aplicação no âmbito jurídico ao caso concreto. Torna-se papel
do jurista reconhecer a conduta como capaz ou não de gerar lesão, partindo das
especificidades do ato, bem como da análise da vida pregressa do acusado para
posterior enquadramento ao princípio. Visto que, a Bagatela não possui delimitação
legislativa aplicável a todas contravenções penais.

1. BAGATELA

O princípio da insignificância surge como um princípio autêntico no Direito


Penal implicitamente introduzido na Constituição que serve de diretriz para o a
aplicação e criação da lei penal no Estado de Direito Democrático escrito na Carta
Magna, a função de proteger os direitos humanos fundamentais das falhas
legislativas (SILVA, 2004, p.16)

Da dignidade nascem os
direito penal, dentre os quais merecem destaque os seguintes:

. (CAPEZ, 2015, p.34)

ofensivo [...]
. (BITENCOURT, 2015, p.505)
3

, pel
produzida.
[

-
sofr . (BITENCOURT, 2015, p.505)

, o direito pena -se com ba

condutas incapazes de lesar o bem o. (CAPEZ, 2015, p.34)

O princípio da insignificância faz as vezes de mecanismo de controle


quantitativo-qualitativo das lesões ao bem jurídico protegidos penalmente,
“ ”
Direito penal. Atua, portanto, como instrumento de interpretação restritiva do
tipo penal para evitar injustiças na aplicação do direito repressivo, uma vez
que o Direito Penal não deve se ocupar com ninharias. (SILVA, 2004, p.16)

A pat
, mas o valor do bem em si mesmo. (CAPEZ, 2015, p.35)

, no caso, um aparente paradoxo; afinal,

culpabilidade ou dos efeitos da conduta do agente na ordem social.


(ANDRADE FILHO, 2015, p.41)

Essa oposição se origina na indeterminação sobre o caráter jurídico da


bagatela, não fica claro se ele exibe caráter de perdão judicial, ou se funciona no
campo de acontecimento da norma penal para excluir as condutas de menor
potencia lesivo. (ANDRADE FILHO,2010, p.41).
duta considerada
criminosa tenh , não apenas o conceito formal do
legislador, mas a decorrência de perigo aos valores fundamentais da sociedade.
(CAPEZ, 2015). A conduta praticada, ain
ofenda
. (GOMES, 2014, p. 115).
evistas na lei. A tipicidade pode ser formal, que estabelece relação entre
4

o fato e os elementos de um tipo penal, e material que diz respeito a real conduta
lesiva.

[...] muitos operadores jurídicos preferem tratar o principio em tela sob a


denominação de criminalidade de bagatela e não lhe conferem natureza de
autêntico principio jurídico de direito penal, contudo [...] o principio da
insignificância em matéria penal procura atribuir a tipo penal um conteúdo
material, visando, assim, equilibrar os aspectos formais da atual teoria
finalista da ação. (SILVA, 2004, p.16)

,
ou com pouca expres
. (ANDRADE FILHO, 2015)

1.1 INSIGNIFICÂNCIA

ficantes, pois dependem do


caso concreto e suas especificidades. Segundo Fernando Capez, o
.
(CAPEZ, 2015).
Em outras palavras, nem toda conduta subsumÍ
-
o. (CAPEZ, 2015, p.35).

2
, segundo o qual
somente pode

, puramente interna, falta a lesividade qu

3
estelionato (CP, art. 171, § 2°, V). (CAPEZ, 2015, p. 36)

2
É um dos mais influentes dogmáticos do direito penal alemão, tendo conquistado reputação nacional
e internacional neste ramo. Foi o introdutor do Princípio da bagatela, em 1964, no sistema penal.
3
Obtenção de vantagem ou proveito próprio, em prejuízo alheio, mediante fraude ou logro. Fraude
cometida por quem vende ou hipoteca o que já está vendido ou hipotecado.
5

ores envolvidos. (ANDRADE FILHO,


2015, p.41)
Para ocorrer o perdão judicial, não basta haver somente a demonstração de
dano econômico, mas deve basear-se na análise da vida pregressa do acusado4. E
circunstâncias do caso concreto:
a) Mínima ofensividade da conduta do agente;
b) Nenhuma periculosidade social ;
c) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
d) Relativa inexpressividade da lesão jurídica. (ANDRADE FILHO, 2015).

Por outro lado, se adotada a tese segundo a


di


“ ” –
. . Logo, sob essa perspectiva, o p

campo material de inc


. (ANDRADE FILHO, 2015,
p.42)

. (ANDRADE FILHO, 2015, p.42)

1.2 CONSEQUÊNCIAS JURIDICA

. Sendo assim,
para ser considerada bagatela, o crime deve ter tipicidade material, cabendo
ao juiz analisar o caso c
-

. (CAPEZ, 2015).

4
Antecedentes da vida de uma pessoa que normalmente são investigados no âmbito de um processo
policial, judicial ou administrativo. Relatório policial sobre a personalidade do acusado para que o juiz
tenha conhecimento de quem é o réu.
6

A consequência jurídica da aplicação em concreto do princípio da


insigni
conduta. (ANDRADE FILHO, 2015, p.40). Portanto, o princípio da Insignificância é
balizado pelo Princípio de Intervenção Mínima, enfatizando-se a proteção aos
direitos fundamentais do indivíduo.

Diversos precedentes jurisprudenciais consagraram a aplicação do princípio

previsto no art. 20 da Lei 10.522/02 11.033/04.

– –
. (ANDRADE FILHO, 2015, p.40).

20 0 22 “Serão arquivados, sem baixa na distribuição,


mediante requerimento do Procurador da Fazenda Nacional, os autos das
execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida Ativa da União pela
Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional ou por ela cobrado, de valor consolidado
igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).” (B 2002
modificada pela Portaria 75/12 do Ministério da Fazenda que elevou esse valor para
R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
A lei penal pode deixar de apenar crimes, mesmo apresentando um fato
punível, mas cuja conduta é incapaz de lesar o bem jurídico, considerados
insignificantes, pois se comparados a crimes de maior monta, evidencia-se ser
dispensável uma maior preocupação dos magistrados, recebendo, portanto, perdão
judicial.
Diante do determinado princípio, pode-se evidenciar algumas conclusões
apresentadas em casos judiciais, cuja finalidade foi o perdão judicial por
enquadramento ao Princípio da Insignificância ou Bagatela:

1) Emen 2a Turma do STF quando do julgamento do


HC 96.852-PR, ocorrido em 1° de fevereiro de 2011, da importação de
mercadoria sem o pagamento de tributo no valor de R$ 1.645,26, concluindo-
se que o valor dos tributos estava abaixo do estabelecido em lei, não ocorreu
lesão ao bem jurídico e levou-se em consideração a vida pregressa do
acusado:
7

inferior ao definido no art. 20 da Lei no 10.522/02 consubstan

( 2

penal de origem. (ANDRADE FILHO, 2015, p.40).

2) Decisão do STF em 11 de Março de 2014 sobre RHC 119.123, do


mantimento de rádio comunitária de baixa potência sem autorização legal,
com intuito de divulgar programação religiosa e assistência social, o qual se
conclui ausência de periculosidade e reduzido grau de reprovabilidade dos
réus, sendo a ação incapaz de interferir no bem tutelado.

( - -20
( 2

, delito previsto no artigo 183 da Lei n.


9.472/1997. Os acusados eram

local. [...]

suficiente para o

,o

era capaz de interferir no bem tutelado. (GOMES, 2014, p. 105-106).

insi

maus antecedentes. (ANDRADE FILHO, 2015, p. 42).

CONCLUSÃO

O Princípio da Insignificância ou Bagatela trata de conduta incapaz de lesar o


bem jurídico, tanto no âmbito tributário, com uma monta insignificante abaixo do
valor estabelecido em lei. Quanto no âmbito penal, em que se concede perdão
8

judicial ao réu pela ausência de perigo a coletividade e reduzido grau de


reprovabilidade. E deve ser unicamente aplicado nos casos insignificantes. Sempre
levando em consideração o caso concreto e suas especificidades, bem como uma
análise da vida pregressa do acusado.
A infração bagatelar gera ou a atipicidade do fato ou a inexistência da
aplicação da pena, sendo que em qualquer hipótese exclui a incidência do Direito
Penal, devendo, essa ser disciplinada por outros ramos do Direito.
Não existem normas jurídicas especificas, deve o juiz aplicar as regras de
experiência derivadas da observação do que acontece baseando-se nas leis. A
função do legislador e da norma é realizar a proteção dos bens jurídicos e a
resolução dos conflitos sociais. Segundo tal princípio, os juristas não devem
preocupar-se com bagatelas, visto que a sociedade dispõe de maior atenção voltada
a crimes de grande monta e gravidade, com perigo e ofensividade visíveis, pois
possui essencial relação com o Princípio da Intervenção Mínima, visando à proteção
dos direitos do indivíduo.
O uso das penas alternativas como, por exemplo, serviços comunitários, e
não a aplicação do principio da insignificância ou até mesmo a privação de liberdade
poderia ser um recurso alternativo para os furtos insignificantes ou de pequeno
valor, os legisladores e aplicadores da lei poderiam pensar e considerar essa
alternativa.
Não há aplicação de sanção por referir-se a uma ação de menor potencial
lesivo ou ofensivo ou em alguns casos, apresenta conduta imoral puramente
subjetiva, sem demonstrar perigo ao coletivo e, portanto, incapaz de legitimar
intervenção penal. Designa-se como responsabilidade do magistrado a interpretação
e uso do bom senso na aplicação do princípio em cada caso específico.

REFERÊNCIAS

ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Direito Penal Tributário: Crimes Contra a


Ordem Tributária e Contra a Previdência Social. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/>. Acesso em: 19 Set. 2018.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. Disponível em:


<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/>. Acesso em: 27 Sep.2018
9

BRASIL. Constituição. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10522.htm>. Acesso em: 21 Set.
2018

CAPEZ, Fernando. Improbidade Administrativa: Limites Constitucionais.


Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/>. Acesso em: 25 Sep.
2018.

GOMES, Luiz Flávio. Col. Saberes Críticos – Beccaria (250 anos) e o drama do
castigo penal: civilização ou barbárie. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/>. Acesso em: 26 Sep. 2018.

SILVA, Ivan Luiz. O Princípio da Insignificância no Direito Penal. Curitiba:


JURUÁ, 2004.

Anda mungkin juga menyukai