RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo verificar se a ação pedagógica desenvolvida com
estudantes com autismo nos anos iniciais do ensino fundamental é inclusiva. Realizou-se
uma pesquisa de abordagem qualitativa e como procedimento para coleta de dados o
estudo de caso com a aplicação de questionário contendo perguntas abertas. Teve como
amostra três professores, uma diretora e dois familiares de um educando com autismo. Os
resultados da pesquisa indicam que esta ainda não encontrou a melhor maneira para incluir
efetivamente o estudante com autismo nas atividades desenvolvidas e que a ação
pedagógica desenvolvida nos anos iniciais do ensino fundamental com estudantes com a
referida síndrome, limita-se ao processo de integração e não o de inclusão, como deveria
acontecer.
1 INTRODUÇÃO
1 Josiane Eugênio Pereira- Mestra em Educação,UNESC. Pedagoga; Professora no Instituto Federal Catarinense - Câmpus
Sombrio. E-mail: josianeeugenio@hotmail.com
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comprometimento da escola, do professor e da família, pois ambas precisam reconhecer
suas próprias limitações e compreender a necessidade de aperfeiçoamento em estudo e
pesquisa para poder desenvolver metodologias adequadas de trabalho para com esses
educandos, principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental, que é onde acontece o
processo de adaptação e modificação no ambiente escolar e na rotina do estudante.
O autismo não é uma síndrome nova. Sempre existiu através dos séculos em
todas as partes do mundo, em todo tipo de configuração social, racial, étnica, mesmo assim,
ainda há precariedade de conhecimentos sobre o tema, na atualidade. Diante disso, é
preciso conhecer como está sendo efetivado o trabalho com estes estudantes nas escolas
de ensino regular, por compreender que muitos educadores não sabem como trabalhar com
crianças com a síndrome do autismo devido a falta de conhecimento sobre o assunto. A
falta de qualificação para atender estes educandos, impede que sejam efetivadas propostas
e metodologias apropriadas e que venham favorecer o desenvolvimento das potencialidades
destes indivíduos.
Nesse sentido, o suporte teórico foi de suma importância nessa pesquisa, pois
possibilitou uma maior compreensão sobre o autismo e sobre a ação pedagógica
desenvolvida com os educandos com a referida síndrome.
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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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Este artigo é o resultado de Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC), que teve como tema de pesquisa: "A inclusão dos estudantes
com autismo nos anos iniciais do ensino fundamental 2". Na pesquisa
realizada na graduação em Pedagogia, buscou-se compreender se a
ação desenvolvida com os estudantes com síndrome do autismo nos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental poderia ser considerada inclusiva.
Para tanto, no ano de 2007 foi elaborado um questionário com
perguntas abertas, que foi aplicado a três professoras, dois familiares e
uma diretora, de uma escola localizada no município de Araranguá/SC,
onde o aluno (09 anos de idade) com a síndrome do autismo estava
matriculado.
De alguma maneira, isso contribuiu para que os pais da criança com autismo,
não possuíssem a compreensão do que é o autismo, pois sem orientação adequada,
dificilmente saberão do que se trata. Desta forma, é necessário que a instituição escolar,
assuma o compromisso de investigar, pesquisar, buscar conhecimento sobre o assunto
firmando parcerias com outras áreas do conhecimento, com especialistas da área médica
por exemplo, para orientar os pais e juntos desenvolverem um trabalho em prol destas
crianças. Preocupa-se pois se os pais e educadores não compreendem o que é o autismo,
como eles irão incluir esta criança no ambiente escolar?
Caso isso não aconteça, tem-se apenas a certeza de que diagnósticos errôneos
e integração destas crianças irá acontecer. Gauderer (1997), afirma que a real incidência de
pessoas com autismo pode ser maior do que revelam alguns estudos, mas muitas dessas
crianças frequentam escolas especiais com diagnósticos errôneos de surdos ou deficientes
mentais/intelectuais.
Para tanto, a matrícula dos estudantes com autismo nas escolas de ensino
fundamental, é garantida por lei, mas, mais do que inserir estas crianças na escola é preciso
incluí-las nas atividades, na aprendizagem escolar e na sociedade.Para Glat e Nogueira:
“A importância para nosso filho na escola, é ele estar socializando com outras
crianças e aprendendo um pouco mais”. (Pais)
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Verifica-se nesta fala, que a escola vem se organizando a fim de transformar-se
num espaço coletivo, para isso propõe uma intervenção na aquisição de habilidades sociais,
comunicativas e cognitivas básicas de seus educandos, especialmente, os estudantes com
autismo, pois a intervenção precoce e contínua é intensamente desejável.
Sabe-se que o autismo tem como fator básico o isolamento, por isso, o contato
com os outros acontece de maneira superficial. Desta forma, a escola deve praticar uma
educação onde todos possam se desenvolver por meio da interação e da socialização com
os outros, independente das suas diferenças.
"O papel dos pais é muito importante e fundamental, porém eles precisam
buscar mais informações a respeito do autismo para poder ajudar e entender seu filho.”
( Educadora A)
“Não existe uma receita pronta para cuidar de um filho com autismo, mas os pais
precisam estar conscientes de que a escola é o caminho para que a criança cresça e se
desenvolva, mas tem que existir parceria com a família.” (Educadora B)
“Nosso papel é incentivar e fazer o que é o melhor para nosso filho.” (Pais)
“Não.” (Pais)
Ao analisar a fala dos pais, percebe-se que eles não recebem orientação
pedagógica sobre as formas, métodos ou técnicas de aprendizagem, para ensinar seu filho
em casa. É de suma importância que a escola busque novos métodos de ensino, visando
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atender as necessidades particulares de cada educando e assim, trazer a família dos
estudantes para a escola, e juntos desenvolverem métodos que venham contribuir para o
desenvolvimento integral do educando com autismo, dentro e fora do ambiente escolar.
Por esse motivo, faz-se também essencial refletir sobre a formação dos
educadores, pois além de um diploma, precisam dedicação, força de vontade para superar
os desafios, além de respeito e interesse verdadeiro por todos os seus educandos, sem
nenhuma exceção.
“A única formação que recebi foi na faculdade quando fiz uma disciplina voltada
para o ensino especial”. (Educador A)
Para Ferreira e Guimarães (2003, p. 147) “nas últimas décadas, o discurso sobre
a inserção social de Todos parece ter invadido os diversos domínios da sociedade.
Transformou-se em verdadeiro modismo e lugar comum falar, defender e pregar a inclusão”.
A partir dessas discrepâncias, cabe ao educador abandonar as práticas conservadoras e
transformar-se em mediador e procurador de conhecimento.
4 CONCLUSÃO
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Percebeu-se que todos consideram a Inclusão um fator fundamental para o
desenvolvimento de todos os alunos, no entanto demonstram despreparo quanto às
estratégias utilizadas para a efetivação das propostas de inserção do aluno com autismo na
aprendizagem escolar. Deste modo, as relações e mediações realizadas estão sendo
constituídas no seu cotidiano frente às experiências que vão acontecendo.
Deste modo, compreende-se que a inclusão dos estudantes com autismo nos
anos iniciais no ensino fundamental precisa ir além da integração, pois a inclusão na escola
possibilita o educando crescer, não só no cognitivo e no social, mas integralmente. Ou seja,
é necessário que se rompa o paradigma tradicional, rever conceitos e práticas, conhecer o
educando, seu ritmo, suas limitações, suas capacidades, para que possam ter um ensino
com qualidade.
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Nesse sentido, a fundamentação teórica foi de suma importância nessa
pesquisa, pois possibilitou uma maior compreensão sobre o autismo e sobre a ação
pedagógica desenvolvida com os educandos com essa síndrome na escola regular.
Avalia-se que mesmo com os avanços nos últimos anos, ainda há muito por
fazer quanto à inclusão, especialmente das crianças com a síndrome do autismo, pois cada
um precisa estar consciente de seu papel nessa caminhada. Percebe-se ainda, que é
primordial aprofundar mais o estudo sobre a referida síndrome, pois como educador/a, o
conhecimento deve ser algo em constante aperfeiçoamento.
REFERÊNCIAS
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LUCIANO, Fábia Liliã. Metodologia científica e da pesquisa. Criciúma: Ed. do autor, 2001.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PRIETO, Rosângela Gavioli; ARANTES, Valéria Amorim
(Org.) Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.
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