(Capítulo 1 ao 27)
- Estava?
- Como é?!
- Mãe—gritou para ela, que estava no andar de baixo--, onde estão as camisas brancas?
O uso do uniforme é obrigatório na escola de Matthew. Tem que vestir calça azul e
camisa branca. A professora Aske diz que não precisa usá-lo porque a escola é de alto
padrão, o que não esclarece nada.
Matthew começa a puxar as roupas de dentro do armário, sem encontrar nenhuma camisa
branca limpa. Enrolou todas as que tinha tirado, jogou-as de volta no armário e fechou a
porta depressa, para não saltassem para fora de novo.
- As camisas brancas.
- Está imunda.
- Se eu tiver tempo...
Naquele momento, que era encontrar uma camisa branca para vestir. Ele resolveu usar
camisa azul. Era igual a do uniforme, apenas da cor errada.
Não fazia cinco minutos que ele estava na escola e a professora Aske já havia cravado os
olhos em Matthew.
- É azul!
- Não, senhora.
Matthew retira o livro de registros da mochila e entrega a ela. O livro trata-se de anotar
as tarefas de casa e no qual os professores podem registrar queixas ou elogios. Se receber
três elogios, não ganha nada. Um ótimo sistema.
Linda aparece na casa de Matthew. Ela é uma velha amiga da mãe de Matthew, estudaram
juntas. Quando Matthew era pequeno, costumava chamá-la de´- tia Linda, embora não
fosse da família.
Matthew ignora assim que ouve. Pois ela chama ele assim desde pequeno.
Matthew cria uma menina imaginaria chamada Elizabeth, ele manda cartas quase todos
os dias. Pois seu professor Taylor disse que no passado, escrevia muitas cartas, pois não
havia telefones e o deslocamento de um lugar a outro era difícil.
Na escola,
- Foi difícil?
- Está bem.
Bernie não pode ficar muito tempo em lugar nenhum. Seus pais são muito severos. É filho
único, pode ser por isso. Matthew não gosta muito deles.
- Está bem.
Retirou uma carta e olhou para ver o que conseguira. Podia ver seus lábios se movendo,
enquanto contava os pontos.
Na aula seguinte, o professor Mc Caffrey não distribuiu cartões com perguntas. Disse que
iríamos falar sobre relacionamentos. O primeiro passo para isso seria esclarecer o sentido
da palavra.
- Matthew Paton.
Na casa de Matthew
- Não.
Em uma manhã, sentado em um banco da escola, dei continuidade á história que havia
começado a escrever. Não é fácil fazê-lo quando o tema é sentimento. As histórias de
Bernie, sobre programadores malucos, são fácies de escrever, por que apresentam uma
sucessão de fatos. Falar de sentimentos é muito diferente. Mas, para mim, não é tão difícil,
pois venho escrevendo para Elizabeth sobre sentimentos a muito tempo. Prosseguir minha
narrativa assim:
“Elaine sentou ao lado dele no banco e, por algum tempo, nenhum dos dois falou.
Malcolm temia falar. Sabia que, uma vez iniciada aquela conversa, não haveria ponto de
retorno. Queria que aquele silencio durasse para sempre. Mas nada dura para sempre. ”
Elaine falou primeiro:
- Ele sabia que ela diria isso mas doeu mesmo assim.
- Sim.
- Cá estamos.
A mulher que desceu pelo outro lado do carro era muito parecida com Karen. Estava bem-
vestida e parecia uma pessoa decidida. Pela primeira vez, naquela noite, comecei a me
sentir melhor.
- Tudo bem. Podemos entrar para que você me explique o que está havendo?
Sabia que deveria aceita também, mas não conseguia. Eu estava muito agitada. Disse a
ela o que tinha para dizer, sem parar de andar de um lado ao outro. Expliquei tudo o que
estava acontecendo com detalhes, do comportamento de Rachel até o cheiro de gasolina
em baixo da cama dela, sem esquecer de mencionar que Bernie garantia tê-la visto no
noticiário.
A medida que falava, percebia a situação embaraçosa em que iria ficar se nada do que eu
temia estivesse, de fato, acontecendo. Olhei para o rosto de Jan ela escutava com toda
atenção, mas era difícil dizer se, para ela, tudo aquilo era bobagem ou se estava tão
preocupada quanto eu.
- Claro que não. Acho que você fez o que devia. Prevenir é melhor que remediar.
- Você acha mesmo que Rachel vai pôr fogo na loja de peles?
- Eu não sei. O fato de ter-se tornado vegetariana não significa que esteja louca você
entende isso?
- Entendo.
Subimos. Abri a porta, esperando sentir o cheiro da gasolina, mas parecia já ter-se diluído.
Jan se dobrou e olhou debaixo da cama.
- Só consigo sentir o cheiro de perfumador de ar, mas não tenho um olfato muito bom.
- Espere um minuto.
Fui ao meu quanto e apanhei a caixa de monopólio. Mostrei os recortes que minha irmã
escondia ali. Ela leu o primeiro com toda atenção e, depois, olhou para nós. Devolveu-
me a caixa.
- Tudo bem, vou dizer o que estou pensando. Você pode estar errado, é possível que
Rachel tenha mesmo ido a uma festa. Mas também pode estar certo e, não temos tempo a
perder. Entramos no carro de Jan e fomos atrás de Rachel e depois de algum tempo
achamos ela na frente da loja de peles chorando, aconselhamos ela a não chorar mais que
tudo iria se resolver, depois de um tempo ela parou de chorar, entrou conosco dentro do
carro e levamos ela para nossa casa.
“Querida Elisabeth
Meus dedos ainda estão cruzados. Já se passaram algumas semanas. Muitas coisas estão
mudando. Rachel está conversando mais conosco papai parou de chegar tarde minha mãe
diz que ela está em período probatório e as coisas começaram a voltar como era antes e
fiquei muito feliz.”