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ANHANGUERA EDUCACIONAL

BAURU/SP

Engenharia Civil

3441103465 Dhaubian Braga Brauioto Barbosa


1200846556 José Mateus Marasqui
6072325109 Ademir Ap Delfino
2662262856 Isabela Pereira
0107001433 Omar Sofiati
2661145228 Rogerio Brasil Barros

CONSTRUÇAO DE UMA BARRAGEM DE CONCRETO


PARA UMA USINA HIDROELETRICA

Bauru/SP
2019
2

Autores

3441103465 Dhaubian Braga Brauioto Barbosa


1200846556 José Mateus Marasqui
6072325109 Ademir Ap Delfino
2662262856 Isabela Pereira
0107001433 Omar Sofiati
2661145228 Rogerio Brasil Barros

CONSTRUÇAO DE UMA BARRAGEM DE CONCRETO


PARA UMA USINAHIDROELETRICA

Trabalho de Conclusão Do Quarto termo do


Curso de Engenharia Civil da Universidade
Anhanguera requisito parcial à obtenção da
aprovacao no semestre.

Bauru/SP
2019
3
4

Dedicamos este trabalho a todos os


amigos do curso de Engenharia Civil da
Anhanguera, que muito tem nos ajudado
no decorrer deste semestre,
especialmente os integrantes deste grupo
de trabalho.
5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente ao criador pela saudável existência e pela


oportunidade de aprender e estar em condições pessoais e financeiras de frequentar
uma formação Universitária nesta gloriosa instituição de ensino, onde podemos
aprender e melhorar como pessoa humana.

Nossos sinceros agradecimentos a Universidade Anhanguera, pela


oportunidade que nos foi ofertada de poder frequentar o curso e ainda pela
disponibilidade de toda uma infraestrutura para aprendizado, o que seria impossível,
sem a existência de todos os meios colocados a nossa disposição.

Agradecemos aos familiares pelo entendimento em face das inúmeras


ausências que tivemos devido a aulas, laboratório, estudos e realização dos
trabalhos.
6

“O caminho da água também é cheio de pedras


E o rio não para............”.
EdelziaOliveira.

Fonte: /www.pensador.com/epigrafes_sobre_agua/23/ - consulta em 30/04/19


7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Carta Topográfica da Região 20


Figura 2 - Carta Geológica da Implantação da Barragem 22
Figura 3 - Tipos de rochas representativas dos três grupos de rochas da Terra. 23
Figura 4 - Rochas Formadas por Camadas 25
Figura 5 - Formação das Rochas Sedimentares 26
Figura 6 - Rocha de Arenito 27
Figura 7 - Rocha de Quartzito 28
Figura 8 - Rocha de Filito 29
Figura 9 - Tipos de Rochas Metamórficas 30
Figura 10 - Transporte do do CCR 49
Figura 11 - Tratores de Lamina Espalhando o CCR. 49
Figura 12 - Rolos Vibratórios Compactando o CCR 50
Figura 13 - Concreto Seco 50
Figura 14 - Espalhamento de Argamassa de Ligação 51
Figura 15 - Sub Camadas Ricas em Cimento 51
Figura 16 - Barragem de Caraíbas em Gravidade em CCR (Concreto Compactado
com Rolo) 56
Figura 17 - Barragem em Contraforte Trecho D - UHE Itaipu Binacional, PR. 57
Figura 18 - Barragem em Arco, Punt dal Gall Dam, Suica. 59
Figura 19 - Barragem em Arco-Gravidade em CCR 60
Figura 20 - Barragem em Gravidade Aliviada Trecho Principal - UHE Itaipu
Binacional, PR 61
Figura 21 - Projeto de uma Usina Hidrelétrica 63

LISTA DE TABELAS
8

TABELA 1 – Levantamento Planimétrico e Altimétrico.................................... 21

Sumário
1. 10
9

2. 12
2.1 Localização da Barragem 20
3. 13
3.1 13
3.1.1 16
3.1.2 18
3.1.3 19
3.1.4 20
3.1.5 22
4. 23
4.1 23
5. 24
5.1 24
5.1.1 28
5.1.2 30
5.1.3 31
5.1.4 32
5.1.5 34
5.1.6 36
5.1.7 37
5.1.8 37
5.1.9 38
5.1.10 39
5.1.11 39
5.1.12 40
5.2 40
5.2.1 40
5.3 48
5.3.1 48
5.3.2 49
5.3.3 51
5.3.4 52
5.3.5 53
6. 55
7. 58
8. 61
10

1. INTRODUÇÃO
11

O objetivo do presente trabalho é a definição de um projeto para a


construção de uma barragem e montagem de uma usina hidroelétrica.
A cidade de Cuiabá – Estado do Mato Grosso, encontra-se com
deficiência energética e há necessidade de edificação de uma Usina para produzir
energia para o Parque Industrial e para abastecimento de alguns bairros próximos à
área do Parque Industrial.
O que se pretende é a edificação da obra, de forma mais acessível e
segura, utilizando as aguas do Rio Bandeira que possui potencial para a produção
de energia limpa e o local de onde a energia será produzida e o de consumo são
relativamente próximos. Desta forma haverá uma grande economia na construção
da rede de distribuição da energia produzida.
Passaremos aos próximos passos ligados `a edificação e definição do
perfil construtivo, visando fornecer subsídios para que o Prefeito Municipal de
Cuiabá/MT, possa escolher a melhor e mais adequada obra para a construção da
barragem.
12

2. ESTUDO TOPOGRÁFICO

2.1 Localização da Barragem

Para a implantação da barragem foi consultada a Carta Topográfica da região,


contendo o relevo, nivelamento e a planimetria, conforme figura 01.

Figura 1 - Carta Topográfica da Região

Fonte: Adaptado de IBGE, disponível em:


<ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/folhas_topograficas/editoradas/escala_1000mil/cuiaba_sd21edt.pdf>.

TABELA 1 – Levantamento Planimétrico e Altimétrico


13

Dh=G.K.sen²Z Dh=G.K.cos²V G=FS-FI


MIRA
K=10
PONTO ÂNGULO ZENIT ESTADIMETRIC DIST.
PONT PONTO 0,0
ESTACI : AL A CALC.
O RÉ VANTE
ONADO (XXºXX'X (M)
dec FS FM FI G
X'')
1.95 1.95 1.02
87.432
E A B 87º25'55'' 7 7 5 0.932 93.0129
3.48 3.48 2.72
91.324
A B C 91º19'27'' 7 7 6 0.761 76.0593
2.34 2.34 1.83
89.312
B C D 89º18'43'' 2 2 4 0.508 50.7926
1.87 1.87 1.02
82.13
C D E 82º7'47'' 3 3 3 0.85 83.4063

DN = Lmré - Lmvante Hvante = hre+DN


RN (M) DN (M)
Ponto FS FM FI
RÉ- Altitude
196.12 Visado (mm) (mm) (mm)
VANTE
RÉ A 1.243 1.029 0.823 196.12
-1.104
VANTE B 2.245 2.133 2.021 195.016
RÉ B 0.862 1.048 1.234 195.016
-2.237
VANTE C 3.546 3.285 3.023 192.779
RÉ C 2.234 2.084 1.934 192.779
0.475
VANTE D 1.823 1.609 1.395 193.254
RÉ D 3.981 3.819 3.657 193.254
2.938
VANTE E 0.937 0.881 0.824 196.192

3. DEFINIÇÃO DO LOCAL

3.1 Estudo Geológico


14

Para início da construção é necessário apresentar um estudo geológico


regional e carta geológica da implantação da barragem (Figura 02) no qual indica
que o rio Bandeira está sobre formação rochosa, composta por filito conglomerático,
com clastos de quartzo, filito e quartzito e intercalações subordinadas de metarenito.

Figura 2 - Carta Geológica da Implantação da Barragem

Fonte: Adaptado de CPRM, disponível em:


<http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/bitstream/handle/doc/4987/SD21_CUIABA.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.

Importante conhecer a origem das rochas, para que se tenha uma melhor
compreensão deste projeto.

Considerando toda a diversidade de rochas que possuímos, podemos agrupá-


las em três grandes grupos de acordo com sua gênese, isto é, seu modo
deformação. O primeiro grande grupo são as rochas ígneas, também chamadas de
magmáticas, pois se formam por meio do resfriamento do magma. Quando esse
resfriamento ocorre no interior da crosta terrestre, denominamos as rochas de
ígneas intrusivas ou plutônicas, ao passo que, caso esse arrefecimento ocorra na
superfície terrestre, chamamos de rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas. A taxa de
resfriamento influencia, neste caso, a textura das rochas.
15

Aquelas que se formam em profundidade, resfriam-se lentamente e a


consequência mais notável é que seus minerais serão mais bem formados, sendo
fácil distingui-los a olho nu (dizemos que sua textura é fanerítica). Em contrapartida,
as que se formam na superfície se resfriam rapidamente, fazendo com que os
minerais sejam bem menores, comumente irreconhecíveis a olho nu (dizemos que
sua textura é afanítica). Isso é visível se compararmos um granito, rocha ígnea
plutônica, com um basalto, rocha ígnea vulcânica.

Figura 3 - Tipos de rochas representativas dos três grupos de rochas da Terra.

O segundo grande grupo são as rochas metamórficas. Como o próprio nome


indica, elas se originam a partir da transformação de uma rocha pretérita (protólito)
quando submetida a novas condições de pressão e temperatura, modificando sua
mineralogia, textura ou composição química, sem nunca deixar de ser rocha sólida.
Dessa forma, as temperaturas não ultrapassam a temperatura de fusão das rochas,
mas são altas o suficiente para estimular reações químicas e recristalização mineral.
O gnaisse (Figura 1.8e) e o quartzito (Figura 1.8f) podem originar-se,
respectivamente, do granito e do arenito rico em quartzo.
16

As rochas sedimentares, últimas representantes dos grupos de rochas que


possuímos, formam-se pela consolidação de sedimentos, ou seja, de fragmentos de
outras rochas que foram intemperizadas, erodidas, transportadas e depositadas em
bacias sedimentares. Há dois tipos de rochas sedimentares: 1) clásticas,
depositadas fisicamente como grãos; e 2) bioquímicas, substâncias químicas que se
formam por precipitação, muitas vezes induzida pela atividade biológica. O
conglomerado (Figura 1.8c) é um exemplo da primeira, enquanto que o calcário
(Figura 1.8d) da segunda. Para que os sedimentos sejam transformados em rochas,
é necessário ao menos dois fenômenos que fazem parte da litificação. Primeiro,
deve haver compactação para que os grãos formam um arcabouço mais coeso.
Segundo, para que os sedimentos se unam, é preciso haver cimentação.

3.1.1 Rochas Sedimentares

Rochas formadas por camada ocasionadas por mudanças em outras rochas


(Figura 04). Chuva vento, água dos rios, ondas do mar: tudo isso vai, aos poucos,
fragmentando as rochas em grãos de minerais. Pouco a pouco, ao longo de milhares
de anos, até o granito mais sólido se transforma em pequenos fragmentos. Esse
processo é chamado de intemperismo.

Figura 4 - Rochas Formadas por Camadas


17

Fonte: Disponível em: https://www.infoescola.com/geologia/rochas-sedimentares/, acesso em 19 de abril de 2019.

Os fragmentos de rochas são transportados pelos ventos ou pela água da


chuva até os rios, que, por sua vez, os levam para o fundo de lagos e oceanos. Lá
os fragmentos vão se depositando em camadas. é assim que se formam, por
exemplo, terrenos cobertos de areia, como as praias.

Esses fragmentos ou sedimentos vão se acumulando ao longo do tempo. As


camadas de cima exercem pressão sobre as camadas de baixo, compactando-as.
Essa pressão acaba por agrupar e cimentar os fragmentos e endurece a massa
formada. é assim que surgem as rochas sedimentares. Tudo isso, não se esqueça,
leva milhares de anos.

Desse modo, a areia da praia transforma-se, lentamente, em uma rocha


sedimentar chamada arenito. Sedimentos de argila transforma-se em argilito.

As camadas vão cobrindo também restos de plantas e animais.

Por isso é muito comum encontrar restos ou marcas de animais e plantas em


rochas sedimentares: o animal ou planta morre e é coberto por milhares de grãos de
minerais.
18

Os restos ou marcas de organismos antigos são chamado de fósseis.


Analisando os fósseis, os cientistas podem estudar como era a vida no passado em
nosso planeta.

Figura 5 - Formação das Rochas Sedimentares

Fonte: Disponível em:https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo5.php, acesso em 19 de abril de 2019.

Considerando estas importantes observações, localizamos o filito, quartzito e


arenito.

3.1.2 Arenito

O arenito se forma quando rochas como o granito se desintegra aos poucos


pela ação dos ventos e das chuvas. Os grãos de quartzo dessas rochas formam a
areia. Areias e dunas de areia, porém não são rochas: são fragmentos de rochas. A
areia pode se depositar no fundo do mar ou em depressões e ficar submetida a um
aumento de pressão ou temperatura. Assim cimentada e endurecida, forma
o arenito - um tipo de rocha sedimentar. O arenito é usado em pisos.
19

Figura 6 - Rocha de Arenito

Fonte: Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo5.php acesso em 19 de abril de 2019.

3.1.3 Quartzito

O quartzito é uma rocha metamórfica cujo componente principal é


o quartzo (mais de 75% como ordem de grandeza). Outros constituintes
são moscovita, biotita, sericita, turmalina, dumortierita.

Figura 7 - Rocha de Quartzito


20

Fonte: Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo5.php acesso em 19 de abril de 2019.

Um quartzito pode ter como, protólito arenitos quartzosos porém (origem mais
comum), tufos e riolitos silicosos e chert silicoso. Bolsões (pods) ou veios de quartzo,
normalmente os produtos de segregação metamórfica, são muitas vezes
retrabalhados por cataclase e metamorfismo dando origem a quartzitos semelhantes
aos de origem sedimentar.

3.1.4 Filito

Rocha com grau metamórfico um pouco maior que a ardósia. É constituída por
quartzo, muscovita, clorita ou biotita em plaquetas bem definidas. Apresenta
superfície de foliação sedosa e brilhante.

Figura 8 - Rocha de Filito


21

Fonte: Disponível em: https://pt.pngtree.com/freepng/phyllite_1868845.html acesso em 19 de abril de 2019.

A rocha filito apresenta caracteristica de ser foliada, enquanto a rocha do


quartzito é considerada como não foliada.

Uma rocha foliada representa uma ordem progressiva de um metaforfismo que


pode passar pos estágios de transformações em pressões e temperaturas
combinadas o filito pode se transformar em um gnaisse ou também denominado de
paragnaisse, pois é proveniente de uma rocha sedimentar.

Já rochas não foliadas possuem minerais que cresceram de forma


equidimensional, como o quartzo, marmore que são rochas duras e não foliadas,
normalmente brancas, provenientes da recristalizaçao de arenitos ricos em quartzo.

Figura 9 - Tipos de Rochas Metamórficas


22

Fonte: Disponível em: https://pt.slideshare.net/treis/uploadtitle-5531090 acesso em 19 de abril de 2019.

3.1.5 Fósseis

Durante a construção da barragem é possível encontrar fósseis? Esta é uma dúvida


que deve ser considerada, embora não é possível afirmar com exatidão a presença
de fósseis , existem fatores paleontólogos que indicam a presença de um fóssil em
rochas relacionadas a preservação de fósseis, ou seja, rochas sedimentares e a
idade da rocha, que é determinada por análises químicas de sua composição.

O que são fósseis?

Fósseis são restos ou vestígios preservados de animais, plantas ou outros seres


vivos em rochas, como moldes do corpo ou partes deste, rastros e pegadas.

A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas


sedimentares é conhecido como registro fóssil. A palavra "fóssil" deriva do termo
latino "fossilis" que significa "ser desenterrado".

A ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia. A fossilização raramente ocorre


porque a matéria orgânica dos seres vivos tende a ser rapidamente decomposta.
23

Logo, para que um organismo seja fossilizado, os restos devem ser cobertos por
sedimentos o mais rápido possível.

4. ESTUDO DO CONCRETO MASSA

4.1 Tipos de Barragens

Há o que se considerar, no tocante às Barragens em concreto. Em 1987,


Katharine e Bryant Mather [1] desafiaram os projetistas com as seguintes
afirmações:
• O concreto não deve deteriorar;
• Os projetistas devem garantir que o concreto não deteriore, mas sem elevar o
seu custo mais do que o necessário;
• Exigências excessivas devem ser eliminadas das especificações.
De um modo geral, apesar da grande evolução da Tecnologia do Concreto
ocorrida nas últimas décadas, principalmente nas áreas relativas aos materiais e aos
concretos especiais, o concreto ainda tem apresentado sérios problemas de
durabilidade no mundo todo, sendo despendidos, anualmente, grandes somas de
dinheiro na manutenção, no reparo e na reabilitação das estruturas de concreto.
Isto ocorre, na maioria das vezes, em virtude de falhas cometidas no projeto
das estruturas, na especificação dos materiais e do concreto e nos procedimentos
executivos. Além disso, a evolução dos métodos de dimensionamento das estruturas
e o desenvolvimento dos materiais têm levado a um arrojo cada vez maior no projeto
das estruturas, com redução das dimensões transversais dos elementos estruturais.
De fato, a redução das dimensões estruturais, associada, muitas vezes, à
exposição das estruturas a condições ambientais severas, tem contribuído bastante
para a ocorrência de deterioração e redução da vida útil das estruturas.
Na verdade, isto tem ocorrido menos nas obras de barragens e de usinas
hidrelétricas do que nas estruturas de concreto de outros tipos de construções, pelo
menos no que diz respeito ao Brasil. Isto se verifica, entre outros fatores, porque as
estruturas de barragens e de usinas apresentam, de um modo geral, dimensões
mais robustas do que as de outros tipos de edificações. Além disso, nas obras de
barragens e usinas, normalmente, e de um modo geral, há um maior rigor no
24

controle das obras. O que não significa que não seja necessário se preocupar com a
qualidade e a durabilidade das obras de barragens em construção ou em fase de
planejamento em nosso país.
Muito pelo contrário. Neste período de transição por que passa o setor elétrico
brasileiro, muita coisa aconteceu e continua acontecendo, inclusive alguns acidentes
e incidentes. Sem entrar em detalhes ou no mérito das causas de tais eventos
negativos, é um fato que a maneira de implantar e gerenciar as obras de barragens
e usinas hidrelétricas mudou consideravelmente no Brasil nesses últimos 10 ou 15
anos.
É inevitável, portanto, e mesmo natural, relacionar os acidentes e incidentes
com as mudanças ocorridas neste mesmo período, em que novas empresas
entraram no mercado e empresas antigas mudaram a maneira de trabalhar ou
assumiram novas responsabilidades. Somando-se a isto o fato de que o mercado de
construção de obras de geração de energia ficou mais competitivo, forçando os
preços para baixo, observa-se que foi criado um ambiente no mínimo mais propenso
à ocorrência de problemas de qualidade, durabilidade e segurança das obras.
Neste momento de transição, torna-se necessário que todos os agentes
envolvidos com a implantação de barragens e usinas hidrelétricas atuem no sentido
de que prevaleça a tradição brasileira conquistada nos últimos 50 anos, de
implantação de obras seguras e de alta qualidade.

5. ESPECIFICAÇÕES MECÂNICA DOS MATERIAIS

5.1 A Durabilidade do Concreto

O ACI 201.2R-92 [2] assim define a durabilidade do concreto: é a sua


capacidade de resistir às ações do intemperismo, aos ataques químicos, à abrasão
ou a qualquer outro processo de deterioração. O concreto durável manterá a sua
forma, a qualidade e a capacidade de serviço originais quando exposto ao meio
ambiente.
Estão embutidos nesta definição, fatores intrínsecos e extrínsecos ao
concreto.
Em seu estado plástico ou fresco, as principais preocupações com o concreto
são a trabalhabilidade e a facilidade de lançamento. Em seu estado endurecido, a
25

resistência, durabilidade, vida útil e o desempenho do concreto são os seus


principais atributos. Estes conceitos não podem ser adequadamente tratados a
menos que seja entendido, pelo projetista e pelo construtor, que a hora para fazer o
trabalho certo é antes e durante o lançamento do concreto.
A conscientização para a durabilidade tem que estar presente em todas as
fases do projeto e da implantação da obra, desde a concepção da estrutura até a
sua completa construção, passando pelas atividades de elaboração das
especificações técnicas, fixação das características dos materiais e do concreto e
definição das práticas e metodologias construtivas.
Por muitos anos, a maior preocupação de grande parte dos projetistas de
estruturas de concreto era com relação à resistência à compressão do concreto, com
pouca ou nenhuma atenção sendo dada à questão da durabilidade das estruturas.
De certa forma, esta situação tornou-se mais alarmante nos últimos anos, com
o aumento que se tem verificado na resistência dos cimentos produzidos, tanto no
Brasil como no resto do mundo. Com cimentos bem mais resistentes, os concretos
podem atender às resistências especificadas com consumos bem menores deste
material, o que leva, muitas vezes, ao aumento da relação A/C do concreto e
também da sua porosidade e permeabilidade. Nessas condições, o concreto estará
sujeito a uma maior carbonatação e penetração de agentes agressivos, o que
contribui significativamente para a redução da sua durabilidade.
Por outro lado, a relação A/C, sozinha, não determina a resistência do concreto
à penetração de agentes agressivos, a qual dependerá também dos tipos de
materiais cimentícios empregados. Em particular, o emprego de sílica ativa e de
escória de alto-forno na composição do concreto possibilita o aumento considerável
da sua resistência à penetração de agentes agressivos. Em termos relativos, a
influência da sílica ativa na permeabilidade do concreto é muito maior do que na sua
resistência à compressão.
Um outro motivo pelo qual a relação A/C não pode ser considerada a única
maneira para medir a durabilidade do concreto é que um baixo valor deste
parâmetro pode ser obtido também para concretos com elevados consumos de
cimento e de água, fazendo com que tais concretos apresentem maior
suscetibilidade à fissuração, fator chave na durabilidade das estruturas.
Concretos com elevada resistência inicial apresentam, muitas vezes, maior
propensão à fissuração e as fissuras abrem caminho para a entrada dos agentes
26

agressivos no interior do concreto. Assim, esta é uma outra desvantagem dos


cimentos mais resistentes produzidos atualmente. Mehta e Burrows [3] comentam
que numerosas observações de campo realizadas durante o século 20 mostraram
que, desde 1930, quando as resistências do cimento e do concreto começaram a
aumentar, seguiu-se também o aumento dos problemas de deterioração das
estruturas. Segundo eles, um gradual aumento no teor de C3S e na finura dos
cimentos comuns tem permitido desenvolver resistências muito elevadas a baixas
idades, havendo, atualmente, uma tendência geral de produzir concretos com
resistências muito elevadas nas idades iniciais.
Tem-se observado esta tendência também nos cimentos produzidos no Brasil.
Comparados com os concretos mais antigos, os concretos atuais, com maior
resistência inicial, tendem a fissurar mais facilmente devido à menor fluência e à
maior deformação térmica e retração por secagem, associados à evolução mais
rápida do módulo de elasticidade.
Mehta e Burrows [3] afirmam que o século 20 privilegiou a resistência do
cimento e do concreto, em detrimento da durabilidade das estruturas. Eles dizem
que está claro que, para construir estruturas sustentáveis ambientalmente, a prática
do século 21 tem que ser direcionada para a durabilidade, deixando de lado a
ênfase na resistência do concreto. Para isto, há necessidade de quebra de
paradigmas no que se refere à escolha dos materiais, aos estudos de dosagens e às
práticas construtivas, entre outros fatores.
Também Neville [4] [5] afirma que numerosos casos constatados de
durabilidade inadequada de estruturas de concreto construídas nas décadas de 60 e
70 foram atribuídos ao estabelecimento das dosagens de concreto unicamente com
base na resistência à compressão exigida. Segundo ele, há uma fascinação pelos
resultados dos ensaios de resistência à compressão e nada ou pouco é especificado
com respeito à durabilidade, continuando, muitos projetistas, a acreditar que um
concreto resistente é um concreto durável.
Com muita propriedade, Neville [6], com base em sua experiência, afirma que é
raro o concreto ter resistência inadequada, assim como são extremamente raros os
casos de ruptura ou colapso de estruturas causado por resistência muito baixa,
existindo, porém, numerosos casos de desempenho inadequado do concreto por
falta de durabilidade.
27

Um aspecto muitas vezes negligenciado pelos projetistas é que a resistência


da estrutura depende não só da resistência do concreto, mas também da sua
característica de deformabilidade, do módulo de elasticidade e da fluência.
Além dos fatores intrínsecos ao próprio concreto, também é fato conhecido que
a sua durabilidade depende dos fatores extrínsecos, que dizem respeito à interação
física e química entre a estrutura e o meio ambiente em que ela se insere. Tem
importância não apenas o macro-ambiente (clima regional), mas também o
microambiente, aquele que afeta diretamente as estruturas. Muitos códigos
recomendam procedimentos específicos para lançamento do concreto em climas
quentes e frios, mas não consideram adequadamente os níveis de exposição da
estrutura, levando em conta apenas o clima regional. Os comentários apresentados
visam relembrar que as estruturas devem ser projetadas não apenas sob o ponto de
vista da resistência mecânica do concreto, mas levando-se em conta, também, a
minimização dos riscos de fissuração, o controle da porosidade e da permeabilidade
do concreto, as propriedades elásticas e de fluência do concreto e a proteção das
estruturas frente às condições de exposição. O que e como considerar em relação a
cada um dos requisitos citados irá depender de cada caso específico, já que o
melhor concreto para uma obra não o será para outra. O melhor concreto para uma
obra é aquele que atende a todos os requisitos necessários ao menor custo
possível, o que tem que ser alcançado através do balanceamento adequado de
todas as propriedades do concreto, para cada obra específica. Para que isto seja
alcançado, é imprescindível que, além dos conhecimentos técnicos necessários, os
responsáveis pelo projeto e construção de nossas obras de barragens e usinas
hidrelétricas possuam bom senso e capacidade de discernimento para balancear
adequadamente as diversas propriedades necessárias ao concreto.
Embora estas considerações pareçam simples e sejam evidentes para a
maioria dos engenheiros de materiais, elas não são tão óbvias assim para os
engenheiros de estruturas. Infelizmente, na maioria das vezes, os conhecimentos
necessários aos projetistas nas áreas de análise estrutural e tecnologia dos
materiais não são aportados na pessoa de um mesmo profissional. A situação mais
comum é que o projeto das estruturas de concreto seja conduzido e coordenado por
engenheiros da área de estruturas, recorrendo-se a um profissional de tecnologia de
concreto em assuntos específicos e esporádicos. Entretanto, nem sempre esses
engenheiros responsáveis pela coordenação do projeto têm a visão necessária para
28

entender todas as situações em que é necessária a intervenção de um especialista


em tecnologia do concreto. Por diferentes motivos, é muito rara, nos dias atuais, a
presença permanente de um engenheiro da área de tecnologia do concreto na
equipe do projetista de uma obra de barragem.
O projeto para durabilidade pressupõe a utilização, por parte dos projetistas, de
uma vasta gama de conhecimentos nas áreas de análise estrutural e de tecnologia
dos materiais, entre outras. Os projetistas precisam conhecer em profundidade os
efeitos dos diferentes materiais no comportamento estrutural e no desempenho do
concreto quanto à durabilidade. O entendimento da relação entre o comportamento
do concreto e o desempenho da estruturas é especialmente importante quando o
projeto tem que garantir uma vida útil específica à estrutura – uma necessidade cada
vez mais exigida.
Neville [7] acredita que o concreto do futuro deverá ser fabricado com emprego
maior de materiais de melhor qualidade, como polímeros e fibras, e também com
melhores técnicas construtivas. Em sua opinião, novos materiais deverão ser
desenvolvidos com base na interação entre as áreas de estruturas e de tecnologia
de materiais, interação esta que terá que ser melhorada.

5.1.1 Corrosão das Armaduras e Aberturas de Fissuras

Não se pode falar na durabilidade do concreto sem abordar a questão da


corrosão das armaduras, que talvez seja o problema do concreto que mais recursos
tem exigido para a manutenção e a recuperação das estruturas de concreto, em
nível mundial.
O mecanismo de corrosão das armaduras é por demais conhecido e não será
aqui abordado. Será comentada uma outra questão, diretamente relacionada à
corrosão das armaduras e aos critérios de projeto, assim como aos critérios de
reparo das estruturas: as aberturas de fissuras que podem ser permitidas nas
estruturas de concreto.
Todas as estruturas de concreto contêm fissuras e o que se deseja ao se
projetar e construir uma estrutura de concreto é que a fissuração do concreto seja
controlada de tal forma a preservar a durabilidade da construção. O problema que se
apresenta é com relação aos critérios que devem ser considerados no controle da
fissuração do concreto. Normalmente, as normas e códigos de projeto e construção
29

limitam as aberturas de fissuras permitidas em uma estrutura, em função do tipo de


ambiente em que ela se insere. É este um bom critério?
Para responder a esta questão, diversas pesquisas têm sido realizadas no
mundo todo. Em uma delas, Mohammed e outros pesquisadores [8] realizaram
estudos de laboratório e de campo relativos à corrosão das armaduras e chegaram a
interessantes conclusões. Entre outros aspectos investigados, eles queriam saber se
possível melhorar a durabilidade das estruturas de concreto armado a partir da
limitação da abertura de fissuras. A pesquisa realizada não mostrou nenhuma
correlação entre as aberturas das fissuras e o início da corrosão. Segundo os
autores, isto ocorreu pelos seguintes motivos, entre outros:
• As aberturas das fissuras são medidas na superfície do concreto e não junto
às barras das armaduras.
• Geralmente, a extensão do descolamento existente na interface aço-concreto
é desconhecida.
Os pesquisadores concluíram que a única vantagem clara das fissuras de
pequenas dimensões, além do aspecto estético, é que elas podem ser bloqueadas
naturalmente com maior facilidade. Por outro lado, eles comentam também que os
sais que porventura tenham acesso ao interior das fissuras de menores aberturas
terão muito maior dificuldade para serem removidos naturalmente pela água da
chuva, ficando, portanto, muito mais tempo em contato com as armaduras. Verifica-
se, portanto, que as pesquisas neste campo têm que prosseguir.
Mehta e Burrows [3] corroboram a conclusão acima, quanto à falta de
correlação entre as aberturas de fissuras e a deterioração do concreto, mencionando
que isto se deve às características das interfaces da argamassa com os agregados
graúdos e com as barras das armaduras. Segundo esses pesquisadores,
geralmente, a relação A/C é maior nestas interfaces do que no restante da matriz do
concreto, do que resulta uma maior porosidade e menor resistência nestes locais,
que ficam, assim, mais vulneráveis à fissuração sob tensão. Quando a estrutura é
submetida ao intemperismo e a ciclos de carregamentos, uma vasta rede de micro-
fissuras internas se desenvolve. Nessas condições, mesmo a presença de algumas
poucas fissuras desconexas e de pequena abertura na superfície podem abrir
caminho para a entrada de íons agressivos no concreto.
Se as pesquisas atuais têm mostrado a inexistência de correlação entre as
aberturas de fissuras e a corrosão das armaduras, a utilização de critérios de projeto
30

com base na limitação das aberturas de fissuras, como estabelecido por diversas
normas, passa a ser, no mínimo, passível de discussão. O mesmo se aplica aos
critérios para reparos de fissuras por meio de injeções, com base na abertura das
fissuras verificadas. Este critério tem sido utilizado com certa freqüência nas obras
de barragens construídas no Brasil.
Para finalizar a discussão do problema da corrosão das armaduras, é
interessante citar mais uma vez o pesquisador Neville [7], que acredita que é muito
provável que as armaduras de aço não serão empregadas por muito tempo mais,
acabando com o que ele chama de vexaminoso problema da corrosão. Conforme
mencionado anteriormente, ele acha que novos materiais, como polímeros, fibras e
outros materiais passarão a ser empregados, no futuro, na fabricação do concreto,
como forma de incrementar a sua durabilidade.

5.1.2 Mecanismo de Deterioração do Concreto

As estruturas de concreto devem ser resistentes não apenas às solicitações


mecânicas devidas às cargas a que serão submetidas, mas também às ações
agressivas de caráter físico e químico.
Não faz parte do escopo do presente trabalho, discutir em profundidade cada
um dos mecanismos de ataque ao concreto. Entretanto, são apresentados alguns
comentários sucintos sobre os principais tipos de ações físicas e reações químicas
que podem agredir o concreto, cujo entendimento deve fazer parte dos
conhecimentos do projetista de estruturas de concreto de uma obra de barragem.
Este conhecimento é necessário para que ele possa antever os possíveis
problemas que possam afetar a durabilidade das estruturas a serem construídas, em
função do uso a que se destinam, do ambiente em que será construída a obra e dos
materiais disponíveis para fabricação do concreto. Somente com este conhecimento
será possível, aos projetistas, tomar os cuidados necessários para garantir a
durabilidade das estruturas a serem construídas, através da escolha correta dos
materiais ou, se necessário, através do estabelecimento de medidas especiais de
proteção às estruturas.
Entre as ações de caráter físico, destacam-se as erosões do concreto devidas
à abrasão e à cavitação, ações estas bastante comuns nas superfícies hidráulicas
das estruturas de barragens e usinas sujeitas ao fluxo de água em velocidade.
31

Quanto às ações externas de caráter químico, diversos tipos de ataque ao


concreto podem ocorrer, como os ataques por sulfatos, por cloretos, por ácidos ou
mesmo por águas puras, entre outros.
Ações de caráter químico, porém de natureza interna ao próprio concreto,
também ocorrem com freqüência, entre as quais podem ser citadas as reações
álcaliagregado, muito comuns em obras de barragens mais antigas, e as reações
internas pela presença de sulfetos nos agregados empregados.

5.1.3 Mecanismos de Degradação Física


5.1.3.1 Abrasão
Em certas circunstâncias, as superfícies de concreto podem ser submetidas a
ações de desgaste por abrasão, devido ao atrito de partículas sólidas transportadas
pela água.
A resistência do concreto ao desgaste por abrasão é difícil de ser avaliada. As
ações de desgaste são diversas e de diferentes origens, o que dificulta o
estabelecimento de um método de ensaio representativo para determinação desta
característica do concreto. Existem alguns métodos de ensaio em que a abrasão do
concreto é simulada pelo atrito de esferas de aço ou por jatos de areia, entretanto
tais métodos não podem ser considerados como representativos, pois expõem o
concreto a uma condição muito mais rigorosa do que as condições reais de
solicitação das estruturas. Mesmo para comparação entre diferentes dosagens de
concreto, os métodos de ensaio existentes apresentam, com freqüência, resultados
contraditórios. Observa-se, portanto, uma carência de um método de ensaio
que seja representativo das condições de desgaste que ocorrem nas superfícies de
concreto sujeitas ao fluxo de água em velocidade.
Existem algumas controvérsias quanto às características do concreto
necessárias a uma boa resistência à abrasão. Normalmente, concretos com maior
resistência à compressão são considerados mais resistentes às ações de desgaste e
agregados com maior dureza também melhoram esta característica, embora mesmo
os melhores concretos não resistam à abrasão mais intensa por períodos de tempo
prolongados. São também indicados, para a melhoria desta propriedade do
concreto, o emprego de agregados com granulometria apropriada, com dimensão
máxima característica de até 25mm, e dosagens com consistência mais baixa
possível e conteúdo mínimo de ar incorporado.
32

Observa-se que há certa concordância entre as indicações do parágrafo


anterior e a prática normalmente adotada no Brasil nas estruturas hidráulicas de
barragens e usinas hidrelétricas.

5.1.3.2 Cavitação
A erosão por cavitação é um fenômeno dinâmico que está associado à criação
súbito colapso de cavidades de baixas pressões, provocando o aparecimento de
elevadas tensões e resultando na extração de pedaços sólidos do agregado ou da
argamassa do concreto [9].
De um modo geral, a maioria das indicações apresentadas no item anterior
para melhoria da resistência à abrasão é aplicável também para melhorar o
desempenho do concreto sob a ação da cavitação, especialmente a baixa relação
A/C e o emprego de agregados com dimensão máxima de 25mm, já que a cavitação
tende a remover os agregados maiores.
Normalmente, é especificada relação A/C máxima de 0,45 para os concretos
sujeitos à ação da cavitação. No caso de emprego de sílica ativa no concreto, este
critério foi flexibilizado em algumas obras de barragens construídas no Brasil nos
últimos anos, em virtude das melhorias propiciadas ao concreto pela adição deste
material, especialmente no que se refere à resistência, compacidade e melhoria das
características da interface pasta-agregado. Entretanto, tem havido,
ultimamente, em algumas obras recentes, certa propensão ao aumento da relação
A/C do concreto aplicado em estruturas com fluxo de água em velocidade, mesmo
nos casos em que não se faz uso de sílica ativa ou de outros materiais especiais e
sema realização de estudos específicos que corroborem tal prática. Logicamente,
cada obra pode estar sujeita a uma condição peculiar, quanto às condições do fluxo
de água nas estruturas extravasoras. De qualquer forma, julga-se conveniente que a
elevação da relação A/C para tais superfícies, se permitida, seja baseada em
pesquisas de laboratório que comprovem a adequação desta medida.

5.1.4 Exposição a Agentes Químicos Agressivos

Dependendo do tipo de exposição do concreto, pode ser necessária a


utilização de materiais cimentícios resistentes à ação a que a estrutura estará
submetida. No caso da exposição do concreto a ataque de ácidos, poderá ser
33

necessária, inclusive, a adoção de medidas especiais de proteção, como, por


exemplo, o revestimento externo do concreto com membranas especiais.
Como é de conhecimento geral, em qualquer situação de exposição a agentes
agressivos, a resistência química do concreto será tanto maior quanto menor for a
sua permeabilidade, o que contribuirá para a redução da intensidade dos processos
de transporte dos elementos agressivos em seu interior.
Quando do projeto das estruturas, é necessário, portanto, conhecer em
detalhes o ambiente a que o concreto estará exposto. Dependendo da condição
específica de cada caso, amostras dos materiais de fundação das estruturas,
incluindo as águas subterrâneas, assim como dos materiais da área do futuro
reservatório devem ser obtidas e submetidas a análises de laboratório,
especificamente voltadas à determinação dos parâmetros indicativos da eventual
agressividade daqueles materiais. Os limites a serem adotados para tais parâmetros
devem ser estabelecidos para cada caso específico, levando-se em conta as normas
e práticas existentes e também a experiência prévia em obras executadas no
mesmo local.
Existe uma ampla bibliografia relativa aos diversos tipos de ataques químicos
ao concreto (seja de origem externa, seja de origem interna), assim como às
medidas de proteção indicadas em cada caso. Por esta razão, o presente trabalho
não se estenderá neste tema. Merecerá destaque apenas um tipo de ataque químico
ao concreto, por ser um problema relativamente recente nas obras de barragens
brasileiras.
Está se falando das reações químicas internas ao concreto, pela presença de
sulfetos nos agregados empregados. Este tipo de reação química tem exigido, no
Brasil, estudos e pesquisas aprofundadas nos últimos anos, em função de obras de
barragens em construção ou em fase de planejamento, localizadas em sítios cuja
geologia local contém rochas com presença de sulfetos na forma de piritas.
Agregados contendo piritas podem se constituir em fontes internas de íons
sulfato, o que pode acarretar o desenvolvimento do ataque por sulfatos internamente
às estruturas, processo este de natureza expansiva. Além disso, o próprio processo
de oxidação e hidratação dos sulfetos presentes também pode originar produtos
expansivos no interior do concreto. O resultado deste ataque é a fissuração do
concreto, que pode levar à destruição das estruturas, dependendo da sua
intensidade.
34

Normalmente, são utilizados, no concreto, agregados produzidos a partir da


britagem dos materiais rochosos obtidos nas escavações obrigatórias da própria
obra ou em pedreiras próximas. Deste modo, quando se constata a presença de
sulfetos nos materiais das escavações obrigatórias, tais elementos estarão
presentes também nas fundações das estruturas e, muitas vezes, também nas áreas
dos reservatórios. Nesta situação, outros tipos de ataques ao concreto podem
ocorrer: o ataque externo por sulfatos e/ou o ataque ácido.
A deterioração do concreto por ataque interno proveniente da presença de
sulfetos nos agregados é ainda um mecanismo pouco conhecido e estudado no
Brasil e no mundo. Provavelmente, o nível de conhecimento deste problema seja
maior na Espanha, em razão dos vários casos em que tal tipo de ataque ocorreu
naquele país, com conseqüências graves em alguns casos. Desta forma, o emprego
de agregados contendo teores elevados de sulfetos tem que ser evitado. Mas, qual é
o limite máximo de sulfetos que se deve permitir nos agregados a serem
empregados?
Para responder a esta questão, é necessário conhecer melhor os mecanismos
das reações químicas para os diferentes tipos de pirita presentes nos agregados.
Neste sentido, Furnas está iniciando uma vasta pesquisa abrangendo a verificação
da eventual presença de sulfetos nos agregados de várias obras de barragens no
Brasil. A partir dos teores identificados e da avaliação do comportamento dos
concretos contendo tais agregados, pretende-se obter informações que subsidiem o
estabelecimento de limites máximos toleráveis de sulfetos presentes nos agregados
para concreto. Enquanto as pesquisas são desenvolvidas, a definição do uso de tais
materiais como agregados para concreto tem que se basear nos resultados da
experiência obtida por outros países, especialmente a Espanha, o que, entretanto,
não é uma tarefa fácil.

5.1.5 Considerações do Ambiente Externo

De um modo geral, quando produzido com materiais apropriados e em


proporções corretas, utilizando-se procedimentos construtivos adequados, o
concreto apresenta desempenho satisfatório sob diferentes condições de exposição,
mesmo quando em contato com a maioria das águas e solos contendo substâncias
químicas potencialmente agressivas.
35

Por outro lado, em certos ambientes contendo ácidos, a vida útil, mesmo do
melhor concreto, será pequena, a menos que sejam empregadas barreiras de
proteção, como a aplicação de membranas ou pinturas especiais.
Segundo o ACI 201.2R-92 [2], o concreto raramente é atacado por substâncias
sólidas e secas. Para produzir ataque significativo ao concreto, as substâncias
agressivas têm que estar em solução e acima de uma determinada concentração
mínima. Quando tais soluções apresentam-se sob pressão de um dos lados da
estrutura, como é o caso das barragens, esta fica mais vulnerável ao ataque, já que
a pressão tende a forçar os agentes agressivos para o interior do concreto.
Diferentes partes de uma estrutura estão sujeitas a diferentes condições de
exposição, tais como contato com a rocha de fundação, com a água do reservatório
ou sujeita ao efeito de molhagem e secagem. Deste modo, para cada parte de uma
estrutura é necessário um tipo de concreto diferente. As classes de concreto a
serem empregadas nas diferentes partes das estruturas devem ser definidas não
apenas em função dos níveis de solicitação mecânica, mas também de acordo com
as condições de exposição.
Os responsáveis pelo projeto, construção e controle das estruturas de concreto
dispõem de inúmeras normas e códigos editados em diversos países, inclusive no
Brasil. Tais documentos, entretanto, devem ser utilizados com cautela, tendo em
vista as diferentes abordagens apresentadas, muitas vezes discrepantes entre si e,
não raro, apresentando erros conceituais.
Um dos aspectos que merece cuidado, ao se especificar o concreto para uma
obra de barragem, refere-se à relação A/C dos concretos. A maioria das normas,
códigos e procedimentos estabelecem valores mínimos para as relações A/C do
concreto, para diversas condições de exposição. Por outro lado, os grandes volumes
de concreto presentes nas obras de barragens levam à necessidade de controle da
fissuração térmica do concreto. Assim, tradicionalmente, o consumo de materiais
cimentícios nas obras de barragens tem sido estabelecido de forma que seja o
mínimo possível. Tal critério, a despeito de não obter respaldo em diversas normas e
códigos atuais, deve continuar sendo adotado nas obras de barragens, já que de
nada adianta ter um concreto durável e impermeável, pela adoção de uma baixa
relação A/C, mas com a estrutura apresentando fissuras decorrentes do elevado
consumo de materiais cimentícios.
36

A este respeito, cabe citar uma crítica de Mehta e Burrows [3] em relação ao
código ACI-318, que foi revisado em 1989, segundo tais pesquisadores, para
enfatizar que, quando a durabilidade é um requisito importante, este aspecto deve
governar o proporcionamento das misturas de concreto. No entanto, segundo Mehta
e Burrows, apesar das boas intenções, a prática recomendada pelo código ACI-318
para atingir este objetivo tornou-se contraproducente, já que a fixação da relação
A/C máxima de 0,40 para algumas situações levou a consumos de cimento muito
elevados para que seja possível obter estruturas duráveis, livres de fissuras.

5.1.6 Especificações Técnicas do Concreto

Conforme citado por Pimenta e outros [10], um dos aspectos mais importantes
na elaboração das especificações técnicas para construção de uma obra refere-se
aos níveis de autonomia e de restrição que serão adotados em relação ao
construtor, já que esta questão pode ter importantes implicações técnicas e
econômicas durante a implantação da obra.
O projetista deve desenvolver o projeto e especificar o concreto. Entretanto, as
propriedades e características dos materiais utilizados na produção do concreto,
assim como alguns requisitos quanto às propriedades do concreto, podem ser
bastante variáveis e não é correto restringi-los desnecessariamente.
É importante que se procure atingir o ponto de equilíbrio entre o que tem que
ser especificado obrigatoriamente, de modo a resguardar a qualidade e a segurança
das estruturas, e o que pode ser deixado a cargo do construtor, dando a este último
a liberdade para escolher a maneira mais conveniente de executar a obra, desde
que ele atenda aos desenhos de projeto e às especificações técnicas.
Em resumo, ao se elaborar a especificação técnica para construção de uma
obra de concreto, o projetista deve ter experiência e capacidade para estabelecer os
aspectos onde tal documento deva ser prescritivo e os aspectos onde ele deve
basear-se na performance do concreto, ou seja, especificando-se os limites para as
propriedades desejadas e os métodos para se determinar tais propriedades,
deixando-se, em aberto, porém, os caminhos que serão empregados pelo construtor
para atender ao especificado.
Para satisfazer à exigência especificada, o construtor, por sua vez, precisa
estar familiarizado não apenas com os métodos de ensaios estabelecidos, mas
37

também com os parâmetros que influenciam no desempenho do concreto. O mais


difícil é saber como os diferentes materiais e as suas proporções na dosagem
influenciam o comportamento do concreto nos ensaios especificados. Quando se
conhece os efeitos de cada material, assim como de seu proporcionamento, na
performance do concreto, ao se ler uma especificação é possível, instantaneamente,
compreender o que será preciso considerar na execução dos trabalhos.
As especificações devem ser totalmente claras nos aspectos que interferem
com a durabilidade e a vida útil das estruturas, sob pena de se necessitar de
trabalhos de recuperação das obras já a partir dos primeiros anos de operação da
usina.
As estruturas de obra de barragem podem estar sujeitas a diferentes condições
de exposição ao ambiente externo. Por isso, o projetista precisa estar apto a
especificar as propriedades do concreto que irão garantir o seu bom desempenho a
longo prazo, para a vida útil estabelecida e para as condições particulares de cada
obra.
É importante contar com um projetista experimentado e consciencioso, que não
se omita em fazer constar ou alertar, no projeto, sobre todos os cuidados e/ou
medidas necessárias à garantia da durabilidade da estrutura de concreto,
independentemente de quem seja o responsável por tomar as providências
necessárias em cada caso.

5.1.7 Características e Propriedades do Concreto

Conforme já mencionado, não se deve buscar o concreto melhor de todos, mas


sim o concreto que seja adequado para a finalidade específica a que ele se destina,
levando-se em conta, os custos (tanto o custo direto como também o custo das
manutenções preventivas ou corretivas ao longo da vida útil da obra).
São apresentados, a seguir, alguns comentários sucintos sobre algumas
características e propriedades dos concretos, que devem ser considerados por quem
projeta e constrói estruturas de concreto para barragens.

5.1.8 Dimensão Máxima Características dos Agregados


38

A definição deste parâmetro deve levar em conta as dimensões da peça a ser


concretada, a densidade e espaçamento das armaduras e a presença de embutidos.
Além disso, deve-se considerar a metodologia executiva e as características
dos equipamentos de transporte e lançamento do concreto. Está claro, portanto, que
a definição deste parâmetro não deve ficar a cargo do projetista, a menos de
algumas situações específicas, como por exemplo em superfícies sujeitas ao fluxo
de água em velocidade, conforme já referido, onde a dimensão máxima do agregado
não deverá ser superior a 25mm.
Teoricamente, quanto maior a dimensão máxima do agregado, menor será o
consumo de cimento, pois a área superficial total dos grãos dos agregados será
menor. Entretanto, esta regra não é sempre verdadeira, havendo muitos exemplos
em que concretos com agregados maiores resultaram em um maior consumo de
cimento, comparativamente a concretos com agregados de menores dimensões.
Por outro lado, a utilização de agregados com dimensão máxima característica
maior pode levar a uma elevação dos custos de beneficiamento e estocagem dos
agregados, assim como dos custos de produção, transporte, lançamento e
adensamento do concreto.

5.1.9 Relação A/C

Diversas normas, códigos e procedimentos fixam a máxima relação A/C


permitida para o concreto, em função do tipo de exposição a que estarão sujeitas as
estruturas.
Embora valores reduzidos da relação A/C sejam indicativos de que a pasta de
cimento apresenta um sistema de vazios internos de características favoráveis, com
baixa porosidade, este parâmetro, por si só, não determina a durabilidade do
concreto. De fato, concretos com baixa relação A/C, obtidos, porém, com altos
consumos de água e de cimento, podem apresentar elevada retração térmica,
autógena e por secagem, o que pode provocar a fissuração da estrutura.
Portanto, embora a adoção de baixas relações A/C quase sempre favoreça o
incremento da durabilidade do concreto, a especificação deste parâmetro, quando
aplicável, deve ser cercada de cuidados, levando-se em conta também os tipos de
materiais empregados, principalmente os materiais cimentícios.
39

5.1.10 Resistência

Nos dias de hoje, é mais do que sabido que resistência não é sinônimo de
durabilidade. Principalmente quando a resistência é obtida a custo da elevação do
consumo de cimento, o que pode levar à fissuração. Assim, a fixação da resistência
de projeto deve ser efetuada de modo criterioso, considerando-se que o concreto
precisa não só de resistência, mas também de durabilidade.
Considerando-se apenas os aspectos estruturais, a resistência mecânica do
concreto deve ser a mínima necessária para atender às solicitações a que a
estrutura estará submetida, embora muitas vezes, em função de outros aspectos
ligados à durabilidade, a resistência do concreto acabe por superar o valor de
projeto. Deve-se evitar o estabelecimento de resistências excessivas, pois o seu
atendimento levará a consumos mais elevados de cimento, o que implicará em
maiores custos e maior probabilidade de fissuração.
Por outro lado, para estruturas de gravidade, os níveis de resistência
necessários para o concreto são bem reduzidos, havendo exemplos de barragens
de CCR com resistência especificada de 6MPa ou até menos. Esta é uma situação
de certa forma perigosa, não em termos de garantia teórica da estabilidade da
barragem, mas porque, com níveis de resistência tão baixos, eventuais variações na
produção do concreto podem comprometer seriamente a homogeneidade e
qualidade do material. Uma coisa é se trabalhar com resistência especificada de
10MPa, por exemplo, e, devido a variações na produção do concreto, se obter, em
algumas betonadas, resistências de 7MPa. Uma outra coisa bem diferente é se
trabalhar com resistência especificada de 5MPa, e, devido às variações na produção
do concreto, se obter resistências de 2MPa.

5.1.11 Massa Específica

A massa específica do concreto é determinada principalmente pelos tipos


litológicos e pelas quantidades de agregados empregados nas dosagens. Como,
normalmente, os agregados são definidos em função de sua disponibilidade local, o
projetista terá pouca ou nenhuma autonomia para atuar sobre esta propriedade do
concreto. Esta propriedade não deve, portanto, ser especificada para os concretos
da obra.
40

5.1.12 Permeabilidade

A permeabilidade é uma propriedade vital para a previsão da durabilidade de


uma estrutura, já que ela é determinante da maior ou menor facilidade com que os
fluidos agressivos penetram no concreto.
A penetração da água e dos íons agressivos no concreto ocorre principalmente
através da interface pasta-agregado e também através de fissuras, razão pela qual o
projetista não deve se preocupar apenas com os aspectos que influenciam na
permeabilidade da matriz do concreto.
A permeabilidade é altamente dependente dos tipos de materiais cimentícios
empregados na produção do concreto e do seu proporcionamento nas dosagens.
Tem-se, assim, um domínio razoável sobre esta propriedade, que pode ser
especificada com uma certa autonomia pelo projetista. Logicamente, de nada
adiantará a especificação e a dosagem correta do concreto, se o seu lançamento,
adensamento e cura não forem executados também corretamente.
A adição de um ou mais materiais cimentícios ao concreto, além do cimento,
como a sílica ativa e/ou a escória de alto-forno, propicia uma excepcional redução da
permeabilidade do concreto, em função do efeito positivo que tais materiais
provocam na estrutura interna da pasta.

5.2 APLICAÇÃO DO CONCRETO

5.2.1 Concreto Compactado com Rolo – CCR

Técnica rápida e econômica, (evolução do concreto massa), se caracteriza por


ter uso intensivo equipamentos usuais em obras de terra, com baixa incidência de
mão obra por unidade de volume.
Processo industrial e eficiente que proporciona velocidade de construção e
muda a conceituação e os cuidados do projeto.
CCR - material seco - características dependem do adensamento correto e da
ligação entre camadas.
Parâmetros de resistência e permeabilidade do material variam com o grau de
compactação.
● Trabalhabilidade muito baixa - ensaio VEBE.
41

● Transporte p/ caminhões basculantes, sem segregação.


● Consistência seca - dificuldades de adensamento.
Baixo consumo de material cimentício faz com que o CCR seja concreto muito
sensível a problemas de traço.
Correias e “chutes” transportando (Figura 10) o CCR, tratores de lâmina espalhando
(Figura11) e rolos vibratórios compactando (Figura 12).
O equipamento é nivelado a laser para obter uma superfície perfeitamente
horizontal.
Figura 10 - Transporte do do CCR

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019

Figura 11 - Tratores de Lamina Espalhando o CCR.

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019


42

Figura 12 - Rolos Vibratórios Compactando o CCR

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019

Usa-se um concreto seco (Figura 13), trabalhando em camadas com uma


espessura que permita sua compactação.

Figura 13 - Concreto Seco


43

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019

Consumo de Aglomerante:
• Cimento: 80 a 110 kg/m³
• Pozolana 20 kg/m³
Camadas de 30 cm

As juntas horizontais são o ponto mais vulnerável tanto estruturalmente como


da permeabilidade da obra.
Espalhamento de argamassa de ligação para melhorar a aderência e diminuir a
permeabilidade entre as camadas de CCR (Figura 14).

Figura 14 - Espalhamento de Argamassa de Ligação

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019


44

Sub-camadas com 30 a 35 cm de espessura aplicadas sobre uma camada de


argamassa de ligação rica em cimento (Figura 15).

Figura 15 - Sub Camadas Ricas em Cimento

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019

Sub-camadas executadas em rampa resultam em uma superfície de exposição


reduzida, possibilitando a cobertura da frente de concretagem em no máximo 4
horas, tornando desnecessária a aplicação da argamassa de ligação entre sub-
camadas. Usa-se a argamassa de ligação somente no trecho inicial das camadas
rampadas.
CCR necessita alto teor de finos, no Brasil não há cinzas volantes em
abundância, utiliza-se de agregado pulverizado 120 a 160kg/m3 para alcançar
granulometria adequada.
Os consumos de material cimentício entre 60 e 120kg/m3.
Aditivos plastificantes para corrigir dificuldades como sol e vento que evaporam
parte da água de amassamento.
Calor de hidratação muito menor que nos concretos comuns, não necessita
técnicas de pré ou pós resfriamento.
Resistência CCR não é função única do a/c, varia com a eficiência da
compactação e o fechamento granulométrico.
Concreto massa e o concreto aplicado em uma dada estrutura (ponte,
barragem, viga, etc.), que devido ao elevado volume necessita de cuidados
especiais para a minimização dos efeitos das variações volumétricas e geração de
calor advindas da hidratação do cimento.
O cimento, logo após entrar em contato com a água da inicio as reações de
hidratação. Essas reações são exotérmicas (liberam calor). O calor liberado e
denominado calor de hidratação, o qual, no interior de grandes massas de concreto,
causa um aumento de temperatura.
45

Tal ocorrência pode levar a fissuração e comprometer a impermeabilidade da


barragem, ja que as fissuras podem constituir um caminho para a percolação de
água, o que não e desejável em barragens de concreto. Para evitar ou minimizar o
calor de hidratação do concreto, podem ser adotadas as seguintes medidas:
a) Emprego de cimentos de baixo calor de hidratação (cimentos pozolanicos ou
cimentos com baixo teor de C3A - aluminato tricalcico);
b) Reducao do consumo de cimento (uso de adições pozolanicas, redução da
relação água/cimento, compactação dos agregados, etc.);
c) Emprego de concreto refrigerado (uso de gelo e/ou agregados resfriados
para a produção do concreto).
O cimento com baixo teor de Hidratação e designado por siglas e classe de seu
tipo, acrescidas de BC, por exemplo: CP III-32 (BC) e o Cimento Portland de Alto-
Forno com baixo calor de hidratação. A sua classificação e dada em função de sua
composição química (sobretudo pelo teor de C3A), que demonstra sua propriedade
de retardar o desprendimento de calor durante a hidratação do cimento, evitando a
ocorrência de fissuras de origem térmica. De acordo com a NBR 13116 (1994), o
cimento Portland de baixo calor de hidratação e aquele que despende ate 260 J/g 29
aos três dias e um valor inferior a 300 J/g aos sete dias.
E importante sabermos que o cuidado com o teor de C3A do cimento deve-se a
sua pega instantânea, que por conseguinte, desenvolve altíssimo calor de
hidratação.
Alem disso, tem baixa resistência e não resiste a ação de águas sulfatadas.
Evidentemente sua quantidade deve ser pequena devido aos inconvenientes
acima citados. No entanto, a presença da alumina e importante na fase de produção
do cimento, pois ela age como fundente facilitando desta maneira a formacao do
clinquer a temperaturas mais baixas. Assim, o cimento com baixo teor de C3A e uma
alternativa pouco adotada em situações praticas, pois e difícil encontrar facilmente
no mercado materiais com essas propriedades químicas.
Uma solução e o uso de cimentos pozolanicos (CP IV) ou cimentos com
escoria (CP III), os quais possuem adição de material pozolanico (em geral cinza
volante e escoria de alto forno) em substituição ao clinquer, ou seja, ajudam a
reduzir o consumo de cimento. Como a reatividade dos materiais pozolanicos e mais
lenta que a do clinquer, as reações de hidratação ocorrem em momentos diferentes,
46

o que reduz a temperatura do concreto advinda da hidratação logo após o seu


lançamento.
Alem disso, o emprego de cimentos pozolanicos ou adições e benéfico do
ponto de vista de durabilidade e custos. No caso da durabilidade esses materiais
ajudam a mitigar a reação alcali-agregado (RAA), uma reação deleteria indesejável
que pode comprometer a vida útil de uma barragem ou de suas estruturas auxiliares.
No caso do custo, esses materiais, em geral, são rejeitos de outras industrias com
preço muito inferior ao do clinquer.
A redução do consumo de cimento contribui significativamente para a redução
do calor de hidratação do concreto, a qual pode ser conseguida por meio do uso de
adições, como ja expresso acima. Também e possível reduzir o consumo de cimento
diminuindo a relação água/cimento da mistura e/ou utilizando a máxima
compactação dos agregados. Podemos obter a compactação ótima por meio da
determinacao do esqueleto granular (relação agregado graúdo/agregado miúdo),
conforme NBR NM 248 (2003), geralmente, dada pela maior massa unitária e/ou o
menor índice de vazios da relação agregado graúdo/agregado miúdo.
Por fim, o uso de concreto refrigerado permite a redução da temperatura de
lançamento do concreto, minimizando a liberação de calor, sendo uma das
alternativas mais utilizadas no Brasil. Para essa alternativa destacamos dois
sistemas: pre-resfriamento e pos-resfriamento do concreto. O primeiro consiste na
refrigeração dos agregados graúdos, uso de água gelada e gelo na fabricação do
concreto, podendo ate utilizar o resfriamento do concreto pronto por meio de
nitrogênio liquido. Já a pos-refrigeracao consiste na passagem de água gelada ou ar
frio em tubulações (serpentinas) deixadas embutidas no concreto, as quais
promovem o pos-resfriamento e dissipam o calor de hidratação liberado durante a
cura do concreto.
Alem da sua importância na redução do calor de hidratação e consequente
minimização da fissuração, a refrigeração do concreto possibilita a redução do
consumo de cimento. Kuperman e Cifu (2006) citam que para cada grau centigrado
e redução da temperatura de lançamento do concreto e possível reduzir
aproximadamente 0,3% do consumo de cimento.
No que se refere ao CCR, nas obras construídas no Brasil, nao se fez
necessária a refrigeração deste tipo de concreto, face ao baixo consumo de cimento
47

empregado (media de 80 kg/m3) e os resultados de estudos térmicos (elevação


adiabática da temperatura do concreto).
Em relação as variações volumétricas do concreto massa, o controle destas e
de extrema necessidade em barragens, tanto pelo porte das estruturas quanto pela
segurança associada. Esse controle, segundo Marques Filho (2007) pode ser feito
através do controle da temperatura de lançamento do concreto, cura com
posrefrigeracao, dosagens adequadas, limitação da altura das camadas e de seus
intervalos de lançamento, e pelo dimensionamento de juntas de contração.
No concreto fresco devemos dar atenção a retração autógena, a qual e
decorrente da hidratação, pois a hidratação do cimento e acompanhada de uma
redução de volume, ou seja, o volume dos compostos hidratados e menor do que a
soma dos compostos anidros (sem hidratar) mais água.
Essa redução de volume e chamada de retração autógena e ocorre
principalmente em concretos ricos em cimento, levando ao aparecimento de fissuras.
Sua prevenção e difícil, a não ser que sejam utilizados cimentos ou aditivos
especiais compensadores de retração. Pode ser minimizada utilizando o menor
consumo de cimento possível no concreto.
A ordem de grandeza da retração autógena e muito variável, mas de pequena
magnitude, oscilando de 0,01 a 0,15 mm/m. Esta retração e irreversível, sendo mais
acentuada nas primeiras idades (ate 90 dias, uma vez que ocorre em função da
hidratação do cimento), prolongando-se indefinidamente em menor grau.
Como as barragens possuem um tempo de execução longo, em geral
superiores a 1 ano, permite que se especifiquem idades de controle mais avançadas
entre 90 e 180 dias, chegando em alguns casos a 360 dias, que proporcionam a
obtenção de concretos com menores consumos de cimento. Isso corrobora a
redução do calor de hidratação e da retração autógena do concreto.
Já no concreto endurecido, devemos considerar a fluência ou deformação
lenta, pois quando uma estrutura e submetida a um carregamento, ocorrem
deformações imediatas ou instantâneas e se esta carga for mantida, com o passar
do tempo a estrutura continua alterando a forma lentamente. Essa deformação e
denominada fluência, e ocorre em consequência da saída de água dos poros
capilares do concreto situados na região comprimida das estruturas, por ação das
forcas de compressão.
48

Como ocorre na fase pasta do concreto, para uma dada resistência, se forem
empregados concretos com menor volume de pasta, o seu efeito sera minimizado.
Como vimos, grande parte das questões de segurança e durabilidade de uma
barragem de concreto deve-se a cuidados especiais da área de tecnologia do
concreto, sobretudo de dosagem, cujo tema já foi abordado.

5.3 Tipos de Barragens de Concreto

Sabemos que existem diferentes tipos de barragens, sendo que a classificação


pode ser dada pela rigidez, forma (geometria) ou tipo de material empregado na
construção. Assim sendo, as barragens que interessam ao nosso projeto, são as
Rígida Concreto:
• Gravidade
• Contrafortes
• Arco
• Arco Gravidade
• Gravidade aliviada
As barragens de concreto são aquelas construídas essencialmente com
materiais granulares naturais (areia) ou produzidos artificialmente (britas), aos quais
se adicionam aglomerantes (cimento, pozolanas, etc.) e aditivos químicos
(incorporadores de ar, retardador de pega, etc.).

5.3.1 Barragem de Gravidade

Uma barragem de gravidade (ver figura 16) e uma estrutura maciça de


concreto, sendo que para minimizar os efeitos provocados pelas tensões de origem
térmica são constituídas por vários blocos de concreto separados entre si por juntas
de contração. Possuem forma quase trapezoidal, e é projetada de tal modo que
resista aos esforços decorrentes das pressões hidrostáticas atuantes no seu
paramento de montante assim como a outras solicitações, onde o equilíbrio estático
realiza-se pelo próprio peso da estrutura.
Figura 16 - Barragem de Caraíbas em Gravidade em CCR (Concreto
Compactado com Rolo)
49

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019

Normalmente, utiliza-se na parte inferior um perfil transversal trapezoidal e na


parte superior, no coroamento ou crista da barragem, uma seção retangular.
Conforme apresentado na figura 5, o paramento de montante pode ser vertical ou
contar com uma inclinação a partir de determinada altura, alargando a base da
barragem.

Nestas estruturas, a resultante das forças atuantes e transmitida, através de


sua base, ao solo do leito do rio sobre o qual se apoia, e sua segurança global e
garantida pelas suas condições de estabilidade quanto ao tombamento,
deslizamento e flutuação, que serão discutidas mais adiante.
A estabilidade destas barragens depende da sua massa. Suas fundações
devem ser construídas em rocha; e, segundo Vieira Junior, et al (2010), em casos
muito excepcionais e que demandam cuidados especiais, podem ser assentadas em
solo compacto.

5.3.2 Barragem de Contraforte


50

Barragens em contraforte constituem um tipo de barragem onde o esforço no


paramento montante e transmitido a fundação através de uma série de contrafortes,
perpendiculares ao eixo do paramento de montante. Na figura 17 apresenta-se uma
ilustração da barragem, o qual foi construído com contrafortes.

Figura 17 - Barragem em Contraforte Trecho D - UHE Itaipu Binacional, PR.

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019

Os contrafortes são estruturas tipo “pilares” que recebem o esforço do empuxo


do paramento de montante descarregando-o para as fundações. A parede vedante e
formada por lajes de concreto armado apoiadas nos contrafortes, ou por abóbodas
cilíndricas, em geral, em forma de semicírculo (SCHREIBER, 1977).
Neste tipo de barragem, a fundação deve atender aos mesmos requisitos
exigidos pela barragem gravidade, com algumas adequações. Em geral, são
empregadas em vales “abertos” (VIEIRA JUNIOR, et al. 2012). No Brasil são raras
as barragens deste tipo.
Em relação aos outros tipos de barragem, são de construção mais complexa e
maior custo, sendo cada vez menos utilizadas no mundo em favor das de gravidade
aliviada. Schreiber (1977) destaca que, mesmo que os contrafortes sejam
construções com partes relativamente finas de concreto, ha a necessidade de
formas e cimbramento. Com isso, a economia no volume de concreto não e
51

compensada, de modo que esses tipos nao podem concorrer com os outros, o que
restringe sua aplicacao a casos especiais.

5.3.3 Barragem em Arco

A barragem em arco e uma barragem de concreto massa ou armado, curvada


para montante na direção do reservatório. Também chamada de barragem tipo
abobada, e ideal para vales estreitos onde haja boas condições para apoio do arco
no maciço rochoso das ombreiras. Essa geometria faz uso da propriedade das
estruturas em arco, as quais resistem muito bem as cargas uniformemente
distribuídas sobre seu dorso. Nesse tipo de barragem os esforços da água do
reservatório são transferidos na sua maioria para as margens ou ombreiras e uma
pequena parcela para o fundo do rio. A barragem de Guarulhos, SP (Figura 18) e um
exemplo desta geometria.

Figura 18 - Barragem em Arco, Punt dal Gall Dam, Suica.


52

Fonte:Disponivel em http://www.swissdams.ch/Dams/damForm/default_e.asp?ID=14, consulta em 19 de abril de 2019.

Essas especificidades levam esse tipo de estrutura a consumir bem menos


concreto que as barragens de gravidade, de forma que o peso próprio desempenha
um papel secundário no equilíbrio estático. No entanto, as condições naturais
necessárias para seu emprego são bem especificas: geralmente são empregadas no
barramento de rios encaixados em vales estreitos ou gargantas/canyons (veja o
exemplo apresentado na figura abaixo).
No Brasil existem poucas barragens em arco, sendo, as mais conhecidas, a de
Funil, no rio Paraíba e a de Mascarenhas de Morais, no rio Grande (KUPERMAN e
CIFU, 2006).

5.3.4 Barragens em Arco-Gravidade

As barragens em arco-gravidade (Figura 19) são estruturas que tem sua


planimetria em forma de arco, mas que, por outro lado, funcionam parcialmente
como barragens de gravidade, unindo os benefícios de ambas. Suas seções
transversais apresentam-se bem mais espessas que as barragens em arco, porem
53

mais esbeltas que as barragens de gravidade, podendo ser construídas em concreto


ciclopico, concreto convencional ou concreto compactado com rolo.

Figura 19 - Barragem em Arco-Gravidade em CCR

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019

5.3.5 Barragem de Gravidade Aliviada

Essas barragens são simplificações do caso anterior (barragem de gravidade),


as quais admitem espaços vazios em seu núcleo com vistas a redução do volume de
concreto empregado. Por esse motivo são também chamadas de barragem de
gravidade vazadas. Na figura abaixo podemos observar uma imagem do trecho
principal da barragem de Itaipu, construída em gravidade aliviada.
54

Figura 20 - Barragem em Gravidade Aliviada Trecho Principal - UHE Itaipu


Binacional, PR

Fonte: www.youtub.com.br, consultada em 19 de abril de 2019

Schreiber (1977) destaca que, comparando esse tipo de barragem com a de


gravidade maciça de concreto constata-se economia no volume e diminuição das
áreas sobre as quais pode agir a subpressão e a pressão intersticial. No entanto, o
grande numero de juntas de vedações demandados, os quais sempre apresentam
um ponto fraco, e destacado pelo autor como um inconveniente das barragens de
gravidade aliviada.
Outros autores ainda sugerem que face a elevada demanda de mão de obra, o
processo construtivo pode ser dificultado dado a demanda da construção de formas
e cimbramento. Todavia, os aspectos de economia de concreto superam essas
dificultadas executivas.
55

6. ESTUDO HIDROLÓGICO

Para o projeto de barragens de concreto (estruturas hidráulicas) o


conhecimento das ações que se esperam compor, os esforços e a estabilidade da
estrutura são essenciais. Entende-se por ações as causas que provocam o
aparecimento de esforços ou deformações nas estruturas. Devido as condições de
funcionamento e implantação, as principais ações atuantes em barragens são:
a) Esforços verticais:

− O peso da barragem;

− Peso da água sobre os paramentos de montante e jusante (atuando sobre os

planos inclinados da barragem):

− Sub- pressão (esforços ascendentes da pressão d’água oriunda da base);

− Pressão intersticial da água no concreto;

− Esforços advindos de sismos.

b) Esforços horizontais:

− Pressão da água no reservatório;

− Pressão da água de jusante;

− Esforços provenientes das ondas do reservatório (wave loads);

− Empuxo do material (lodo, sedimento) decantado;

− Esforços provenientes do atrito;

− Esforços advindos de sismos.

Além destas, quando for o caso, existem outras ações que também podem
atuar em uma barragem como as provocadas pelo gelo formado na superfície da
água, as cargas acidentais (pessoas/veículos), os efeitos dinâmicos (frenagem,
impacto), as sobrecargas, os ventos, etc.
A consideração e intensidade dessas variam conforme particularidades de
cada projeto e apesar de não serem as principais ações, quando existentes, devem
ser consideradas. Ademais, existem eventos excepcionais (eventos de duração
56

muito curta e/ou de baixa probabilidade de ocorrência ao longo da vida da estrutura)


que havendo alto risco ou probabilidade de ocorrência também devem ser inseridos
no projeto de uma barragem.
No projeto de uma barragem de concreto, essas ações devem ser analisadas
através de diversas hipóteses, por meio da construção de diferentes cenários, a fim
de garantir a segurança. Atualmente, essa alternativa e bastante viável devido aos
avanços computacionais e programas existentes para o projeto de estruturas de
concreto. Todavia, diante de sua complexidade, essas simulações demandam alto
grau de experiência de quem as executa.

No projeto proposto de uma usina hidroelétrica (Figura 21) o escoamento é


turbulento, pois a água apresenta baixa viscosidade com movimento aleatório.

Figura 21 - Projeto de uma Usina Hidrelétrica

Fonte: Adaptado de <https://static.todamateria.com.br/upload/us/in/usin.jpg>. Acesso em 31/01/2019.

Qv = d/t*A Qv = v.A A = (pi)*r2 Ph = h*Qv*g

Parte 1: A = 3.14*0.05² A = 3.14*2.5x10-³ A = 7.85x10-³ m³


Parte 2: Qv = 0.53*7.85x10-³ Qv = 4.17x10-³ m³/s
Parte 3: Ph = 110*4.17x10-³*9.81 Ph = 4.50 KW/s
Parte 4: Eficiência z = 4.50*85 z = 3.82 KW/s
57

No exercício proposto sobre uma hidrelétrica foram oferecidos os seguintes


dados:
r = 50mm
v = 10^-6 m/s²
yH2O = 10^4 N/m³
h = 120m
vm = 0.53m/s
Perda de aproximadamente 10m
g= 9.81m/s²
Eficiência da turbina = 85%
58

7. CONCLUSÃO

Nesta unidade discutimos os aspectos referentes as barragens de concreto


englobando desde os materiais empregados na produção do concreto até os
aspectos de geologia, fundações e construção destas estruturas e das estruturas
hidráulicas auxiliares.
Estudamos que as barragens de concreto são estruturas classificadas como
rígidas e dividem-se conforme sua geometria em barragem de gravidade, gravidade
aliviada, arco, arco-gravidade e contraforte. Aprendemos que em uma barragem de
gravidade e gravidade aliviada, sua estabilidade depende de seu peso próprio. Já as
barragens em arco, pela sua geometria, transmitem as ombreiras a maior parte dos
esforços a que estão submetidas, sendo mais esbeltas que as barragens de
gravidade e gravidade aliviada.
As barragens em arco-gravidade unem os benefícios das barragens em
gravidade e arco. Por fim, vimos que as barragens de contrafortes transmitem seus
esforços em estruturas de reforço (contrafortes) apoiadas em lajes planas ou curvas,
em distancias regulares, que em função dos custos de construção mais elevados
que os demais tipos são empregados em casos especiais.
Estudamos que atualmente o concreto massa vem sendo substituído pelo
concreto compactado com rolo (CCR) devido ao baixo consumo de cimento e,
consequentemente, menor custo de produção do CCR e baixo calor de hidratação.
Essa alternativa também e favorável ao meio ambiente, pois a produção do
cimento e citada como uma das vilas no aquecimento global devido as elevadas
emissões de CO2 no processo produtivo deste material, principal componente do
concreto. Logo, com a redução do consumo de cimento contribui-se para a não
emissão deste gás, com contribuição significativa para a sustentabilidade.
59

De modo geral, estudamos que o concreto a ser empregado em uma barragem


deve possuir:
a) Baixa Permeabilidade a água;
b) Adequada resistência a compressão;
c) Baixo calor de hidratação a fim de reduzir a fissuração térmica;
d) Baixo consumo de cimento, a fim de reduzir custos e o calor de hidratação;
e) Alta resistência a abrasão, devido a passagem de água em velocidade e a
presença de sedimentos em suspensão;
f) Ser isento da reação álcali-agregado.
Para se conseguir atender a todos estes requisitos, dois aspectos, que tem
implicação no custo do empreendimento, devem ser levados em consideração:
a) Materiais disponíveis na região, pois sem materiais adequados próximos da
obra, não e possível atender a todos os requisitos a um custo, se não baixo,
aceitável;
b) A permanente atuação da projetista, que, com os “inputs” relativos as
estruturas (dimensões, tipos, fundações, formas), as ações a que estarão sujeitas,
além do conhecimento dos materiais disponíveis, faz os dimensionamentos em
todas as fases de projeto.
Por fim, atendendo à solicitação do Ilmo Sr Prefeito Municipal da cidade de
Cuiabá, Estado do Mato Grosso, concluímos que:
a) é possível a instalação da barragem no local pretendido;
b) a cidade de Cuiabá e suas imediações, notadamente a cidade de Nobres -
Mato Grosso, possui uma fábrica de cimentos do Grupo Votorantim Cimentos,
unidade Itaú, o que gera uma diminuição no custo cimentício;
c) existem vários portos de areia na região, que podem fornecer o aglomerante
de forma rápida e com baixos custos;
d) há várias jazidas de pedra na cidade de Cuiabá e região, o que permite
acesso a esse recurso com baixos custos;
e) grande disponibilidade de Mao de obra na cidade de Cuiabá e imediações, o
que reduz de forma significativa os custos de alocação, manutenção de alojamentos,
destinados à colaboradores de outras cidades.
Desta forma, após a efetivação dos estudos, há que concluir pela viabilidade
econômica do empreendimento e pela possibilidade de sua edificação com custos
bem aceitáveis, o que demonstra sua viabilidade técnica e econômica.
60

Por esta razão, propomos a VSª:


a) construção da barragem de gravidade aliviada ou de contrafortes, sendo a
primeira a mais segura e apropriada para a obra, em face do terreno,
particularidades da fundação e da segurança do empreendimento;
b) seja edificada a obra com a utilização de cimento CP III ou CP IV;
c) utilização da técnica de concretagem CCR, pois reduzirá os problemas e o
custo da obra, com sensível diminuição do aquecimento da massa cimentícia;
d) ultrapassada a região da barragem , da casa de máquinas e do vertedouro,
seja efetuado o aterramento com solo cimento e revestimento em concreto,
construído com os sistemas circulares de quebra ondas;
e) aplicação de pedras à montante da barragem, com objetivo de ajudar no
quebra ondas e evitar o rompimento da barragem;
f) reconstituição de toda a mata ciliar à montante e ajusante da barragem, para
diminuir o efeito das enchentes e do deposito de sedimentos na barragem.
Após a aprovação de V.Sª, iremos detalhar todos os projetos, com mínimos
detalhes técnicos, estruturais, arquitetônicos e elétricos, para uma perfeita
edificação.
À consideração de V.Sª.
61

8. REFERÊNCIAS

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