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PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO DAS IGREJAS BATISTAS…

28 de janeiro de 2010 Vital

REVITALIZANDO A IGREJA

Introdução:

Aonde chegaremos como igreja se continuarmos insistindo em ser apenas o que temos sido e
em praticar somente aquilo que temos praticado nestes últimos anos?

Essa pergunta estabelece a relevância do presente trabalho, que se justifica quando


confrontamos o projeto da maioria de nossas igrejas com o potencial das igrejas batistas; o
compromisso dos membros no exercício de cargos e no sustento da igreja com a indiferença
reinante, expressa na média Brasil batista de integração que é de 40% apenas; a necessidade
de revitalização da igreja para a sobrevivência no mundo globalizado com o tradicionalismo
embotador imposto por um seguimento de líderes denominacionais ideologicamente
ultrapassados e quando confrontamos a gradativa contextualização denominacional em seu
interminável repensar, com o arcaísmo saudosista e excludente praticado por aqueles que
insistem em não pensar a batistandade.

Tais confrontações se materializam na leitura do perfil traçado de muitas de nossas igrejas,


tomando-se por base o alto índice de exclusões, o número de dizimistas fiéis, a média do
número de membros e a incontável massa de líderes neopentecostais oriundos de nossa
denominação.

Se analisarmos muitas de nossas igrejas sem ufanismo e sem o amor platônico que nos foi
inculcado, temos que a admitir que a situação é caótica. Precisamos estudar mais as nossas
doutrinas, deveríamos corre o risco de rever os nossos posicionamentos doutrinários,
carecemos de uma reformulação da proposta de educação teológica e prosseguir repensando
a denominação, mas creio que devemos urgentemente buscar a revitalização de nossas
igrejas, para a retomada dos ideais de Cristo para a igreja e a manifestação da glória de Deus
em nossos arraiais.

Este momento, em Eclesiologia, é a leitura hermenêutica do traçado histórico da igreja e a


constatação da situação real em que nos encontramos, o que realmente permite que a igreja
redirecione seu foco e retome os propósitos de Deus para o seu ministério e para o
cumprimento de sua missão evangelizadora.

Antes que a igreja se prostre em nostalgia e desemboque nos questionamentos que provocam
a rotura que tem como fim último o desaparecimento da igreja. Antes que a perda da
identidade e da relevância no mundo como igreja ocorram, devemos avaliar as nossas
convicções doutrinárias, os nossos objetivos e a nossa estrutura organizacional. Devemos
revitalizar.
Revitalizar é reafirmar tudo aquilo que é bíblico, é retomar os princípios bíblico-teológicos
desprezados e é reordenar a estrutura, o modelo e as estratégias para que não sejamos
vitimados por uma nulidade eclesial devastadora. A igreja que busca a revitalização tem o
privilégio e o compromisso de prosseguir sempre vitoriosa.

I – Missão e Visão: ferramentas para a revitalização da igreja

Se é nosso desejo revitalizar a igreja para augurarmos relevância ministerial na proclamação


do evangelho, precisamos desenvolver uma genuína consciência de missão que propicie uma
visão objetiva do que somos e do mundo para o qual pregamos.

Qualquer instituição, principalmente a igreja, se não sabe ao certo o que deve fazer e se não
tem noção clara das estratégias possíveis para fazer o que deve, sucumbe a historicidade e
torna-se dependente do tradicionalismo conservador de nulidades e acalentador da nostalgia
petrificante.

Se esperamos ser igreja viva para cumprirmos o nosso papel no reino de Deus, devemos
elaborar a nossa declaração de missão, que nos manterá atrelados a Palavra de Deus, bem
como a nossa declaração de visão, que direcionará os nossos olhos sempre para o ideal de
Cristo para a igreja.

Aqui, cabem duas perguntas; o que é a nossa missão e qual seria, a luz dessa missão, a nossa
visão? Vejamos, a partir de uma conceituação teológica, as devidas respostas. A primeira
resposta é sobre a missão.

* Missão é a definição objetiva e clara da nossa identidade como igreja local, independente da
Denominação, buscando compreender o nosso corpo de doutrinas, o que cremos, e a nossa
missão prática no mundo, o que devemos fazer.

É essa consciência de missão, quando bem definida, que estabelece a nossa identidade, quem
somos, e que determina a qual denominação nos filiar. No nosso caso, fica mais fácil por que
somos batistas e não devemos prescindir dessa identidade denominacional, mas carecemos de
saber e de definir conceitualmente o que é ser batista no terceiro milênio. O que a CBB busca
fazer com a aprovação do parecer do GT Repensando na última Assembléia convencional.

Agora vejamos a resposta sobre visão.

* Visão é, a partir da compreensão de nossa realidade efetiva, a imagem futura que fazemos
do lugar onde pretendemos chegar como igreja e a concepção filosófica de como vivemos
como igreja de Jesus no mundo.
Nossa visão do mundo e de nós mesmos como igreja é determinada e condicionada pela nossa
consciência de missão. Se não sabemos quem somos, o que cremos e o que devemos fazer,
não temos o que olhar ou, sequer, para onde direcionar os nossos olhos.

Temos um verdadeiro desafio missionário no Brasil e no mundo. Não podemos acreditar que
está tudo muito bom, basta olharmos para o tempo de permanência da igreja batista no País e
confrontarmos com o número de membros que somamos. Mais de 120 anos de igreja contra
aproximadamente um milhão de batistas, conforme as últimas estatísticas denominacionais.
Um número inexpressivo se comparado a densidade demográfica verificada no censo 2000 e
divulgada pelo IBGE.

Precisamos ou não de revitalização? Carecemos ou não de redescobrir a nossa missão?


Necessitamos ou não de restaurarmos a nossa visão? A resposta para estas questões é um
altissonante e retumbante sim! Não podemos negar a necessidade de restaurarmos a nossa
visão para que obtenhamos vitória de Deus no cumprimento da nossa missão. Negar a
necessidade de revitalização é como usar antolhos históricos e eclesiológicos.

Nossa missão precípua é a evangelização, mas para levarmos a cabo esta grandiosa tarefa
carecemos de uma previsão dotada de discernimento e alicerçada na compreensão do que
deveríamos ter feito como igreja de Cristo nestes mais de 120 anos de história. Isso é ter visão.

Na verdade, nos deparamos com a premente necessidade de definirmos as nossas reais


intenções ministeriais a fim de que adquiramos características eclesiológicas e expressão
cúltica puramente bíblicas, bem como uma identidade denominacional definitivamente
Batista, não tradicionalista.

II – Declaração de Missão e de Visão cabíveis para a revitalização da igreja

Acreditando serem positivas as respostas às questões colocadas, buscamos nos arraiais


batistas as respostas possíveis e as apresentamos no presente trabalho, no afã de definirmos
nossa declaração de missão, bem como a nossa declaração de visão. Vale ressaltar a
necessidade de adaptação à realidade da igreja local, no caso de se considerar apropriada a
presente propositora.

Tomando por base o livro de Darrell Robinson, que apresenta a nova análise bíblica dos dons
espirituais no contexto Batista, visto que desejamos estar afinados com a batistandade,
definimos a nossa declaração de missão e de visão.

Sobre a missão, podemos asseverar que:


* A missão da nossa igreja é evangelizar os pecadores, capacitando-os, após a conversão, como
santos de Deus, para a exaltação de Cristo.

Não há mistério nem inovações. A nossa missão só pode ser baseada em textos como Mateus
28.19 e 20 e Marcos 16.15, que apresentam a Grande Comissão delegada por Jesus e ainda,
em textos como Lucas 24.44-48 e João 20.21, que determinam a formatação missiológica
designada pelo próprio Cristo para a sua igreja.

Esta declaração de missão proporciona uma vida eclesiástica equilibrada e contém tudo que é
essencial para o fortalecimento doutrinário, para a maturidade espiritual e para o crescimento
numérico da igreja. Logo, essa missão promoverá relevância histórica e ministerial para a
igreja, incitando seus membros e sua liderança à constante renovação do entendimento de si
mesma, de suas doutrinas e de suas estratégias ministeriais. A igreja deve se permitir a uma
permanente autocrítica e praticar uma continuada hermenêutica histórica, se deseja cumprir
sua missão.

Com relação a visão, ainda tomando por base Darrell Robinson, afirmamos que:

* Nossa visão é ser Corpo Vivo de Cristo, com todas as suas implicações, vivendo, coletiva e
individualmente, sob sua autoridade e seu senhorio, cumprindo a nossa missão evangelizadora
com autoridade espiritual e relevância sociocultural, exercendo influência ético-cristã na
sociedade.

Essa visão está de acordo com os princípios do Novo Testamento e vem do Cabeça da igreja,
Jesus. É isso que podemos deferir de textos como Mateus 16.18, que apresenta a igreja como
poderosa e vitoriosa no embate contra o inferno, e de 1 Pedro 2.1-5, que nos posiciona como
casa espiritual e ministradores do sacerdócio universal praticado em genuína espiritualidade, a
fim de que obtenhamos contundente autoridade testemunhal em Cristo.

Temos o mesmo Senhor e Cabeça, Jesus, Colossenses 1.18. É a cabeça que impõe a visão. A
imagem visual se projeta e se define a partir da construção da imagem mental que se faz. O
tamanho da igreja é diretamente proporcional a visão que seus membros têm de Deus e ela
cumpre sua missão na mesma proporção em que crê no poder de Deus ainda atuante no
mundo.

III – Antíteses indispensáveis para a revitalização bem-sucedida

É extremamente produtivo definir a declaração de missão e de visão, ou mesmo redefini-las,


se entendemos que se faz necessário, mas este labor impõe antíteses entre o tradicionalismo
da batistandade e a tradição bíblica que deve ser abraçada pela igreja de Cristo denominada
Batista.
Muitas vezes, lidar com estas antíteses não é nada agradável e exige uma firmeza doutrinária
hercúlea e uma identidade denominacional capaz de intercambiar relacionamento sem se
permitir ser influenciado. Diversos líderes postergam ao máximo a decisão de iniciar a
revitalização da igreja na tentativa de evitar os desgastes decorrentes destas antíteses, muitas
vezes lamentando, ao final, a perda de seus membros para a igreja neopentecostal que se
acampou nas redondezas.

Em síntese, a questão reside na compreensão da diferença entre o que é ser uma Igreja
Tradicional ou uma Igreja Tradicionalista, visto que a maioria dos nossos membros, e até
mesmo boa parcela dos nossos líderes, não sabe a diferença efetiva entre uma coisa e outra.

Tradição é ato de transmitir ou de entregar. É a transmissão de valores espirituais através das


gerações. Filosoficamente, tradição é a herança cultural transmitida de uma geração para
outra, visando preservar as crenças. É o único reconhecimento e a única garantia da verdade.
Em Teologia, tradição consiste em sabedoria e discernimento quanto a validade das instruções
e as noções religiosas transmitidas de geração para geração.

Na Bíblia, vemos em 2 Tessalonicenses 2.15 e em 1 Coríntios 11.2 indicações para se preservar


a tradição, onde a palavra no original significa preceitos doutrinários e está condicionada a
doutrina dos apóstolos citada em Atos 2.42.

A doutrina dos apóstolos nada mais é do que os ensinamentos espirituais transmitidos por
Jesus, que são verdadeiros e que estabelecem os parâmetros e a validade do cristianismo. Não
há na Bíblia qualquer referência a tradição denominacional, até porque denominação não
existia no período da Igreja Primitiva.

A primeira Denominação Cristã surgida foi o Catolicismo Romano, no século IV, que
monopolizou a igreja até o movimento de Reforma Protestante, no século XVII.

Tradicionalismo é aferro ou apego, ou seja, amor exagerado aos usos antigos. Filosoficamente,
tradicionalismo é a defesa explícita da tradição no âmbito do espírito romântico, classificando
como tradição o que se entende ser verdadeiro e não necessariamente a verdade.

Em Teologia rejeita-se o tradicionalismo devido a sua origem no iluminismo e o seu ponto


culminante, a Revolução Francesa, visto que tais movimentos foram uma tentativa idealista de
se devolver à Igreja Católica Romana a absoluta autoridade sobre as questões religiosas.
No contexto bíblico, tradicionalismo é um mal devastador que afasta as pessoas do ideal de
Deus para escravizá-las com rudimentos humanos ou para enganá-las com sutilezas diabólicas,
Marcos 7.1-13 e Colossenses 2.8-15.

Jesus combateu a tradição dos anciões, escribas e fariseus, que impunham ao povo 365
proibições e 250 mandamentos, acusando-os de subjugar o povo com um fardo extremamente
pesado que nem mesmo eles suportariam carregar, Mateus 23.1-7.

No contexto da igreja que busca a revitalização e que está disposta a se permitir as antíteses
necessárias na avaliação de sua prática eclesiológica e cúltica, a diferença fundamental entre
tradição e tradicionalismo se identifica no quadro que se segue

Este quadro reflete algo que já ouvi do próprio Pr. Ed Kivitz em assembléias convencionais:
“Tradicionalismo é a fé morta dos vivos. Tradição é a fé viva dos mortos”.

Depois de se permitir a estas antíteses, a pergunta talvez seja; o que vai mudar realmente? A
resposta não é simples e nem resumida na palavra tudo. Na verdade, as mudanças reais
acontecerão, primeiro, por que a igreja terá uma identidade denominacional e doutrinária
própria, não o perfil do pastor. Segundo; na formação da liderança, que será mais efetiva e
sempre direcionada pelo serviço cristão, e não pela iconografia muitas vezes perniciosa.
Terceiro, doutrinariamente, nada. Os ajustes doutrinários possíveis são os promovidos pela
CBB, como no caso do Espírito Santo. A igreja apenas se adequará a estes ajustes para
permanecer fiel a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira.

Em quarto lugar, no que diz respeito a Eclesiologia, nada mudará também. A Eclesiologia trata
dos postulados filosóficos sobre o ser igreja, o que não se pode prescindir como Batistas. As
mudanças se efetivarão na expressão cúltica, na forma do praticar o culto, que será ajustado
ao Texto Sagrado, renunciando tradicionalismo histórico e promovendo mudanças radicais de
vida nos membros da igreja. A igreja se tornará mais contextualizada e menos ritualista; mais
informal e menos eclesiástica, visto que bater palmas, utilizar bateria e guitarras, bem como
cantar hinetos ou fazer coreografias nas músicas, não são temas contemplados no estudo da
Eclesiologia Batista.

IV – Objetivos gerais para uma igreja de visão no cumprimento de sua missão

Para que a igreja tenha a motivação correta, após a revitalização, deve-se estabelecer os
objetivos gerais que a impulsionarão e que indicarão o seu modo peculiar de ser igreja viva na
adoração, na educação cristã, na comunhão, nos ministérios e na proclamação, fazendo o que
todas as igrejas devem fazer, porém do jeito e da maneira mais apropriada para a realidade
sociocultural na qual interage.

Tendo definido, como batistas, a Declaração de Missão e de Visão, pode-se então estabelecer
os objetivos gerais que nortearão a eclesiologia, a expressão cúltica, as estratégias ministeriais
e a identidade denominacional levados a efeito pela igreja revitalizada.
Vale ressaltar que a motivação da igreja deve ser a consciência objetiva quanto a missão e
quanto a visão futura que se projeta do quanto se deseja alargar os horizontes do reino de
Deus a partir do ministério prático da igreja. Em outras palavras, a motivação da igreja
revitalizada deve derivar dos objetivos gerais definidos a partir da consciência de missão e da
visão alargada em seus horizontes.

Podemos agora asseverar que os objetivos gerais de uma igreja revitalizada são os seguintes:

4.1 Instrução bíblica promotora de maturidade cristã e autoridade testemunhal – Deve-se


desenvolver um programa de educação cristã com embasamento bíblico sólido, ensinando aos
membros da igreja as verdades de Deus em sua Palavra, capacitando-os a vivenciar o
quotidiano conforme o propósito de Deus, Josué 1.8; João 5.39-47 e Tiago 1.21-24.

Somente instrução bíblica com esta perspectiva pode oferecer à igreja referências claras de
ensino bíblico profundo que se conciliem com uma unção incontestável na vida comunitária do
cristão.

4.2 Consciência ético-cristã para o exercício do sacerdócio universal e do ministério


eclesiástico – Deve-se levar os membros da igreja ao entendimento de que todos somos
sacerdotes para Deus, o que nos exige um padrão ético e moral elevados, pois representamos
o povo diante de Deus, e uma dedicação extremada ao serviço cristão na igreja, 2 Coríntios
5.14 e 15, Gálatas 2.20, Tito 2.11-14 e 1 Pedro 2. 9-10.

À medida que os cristãos trabalharem nas igrejas conscientes dos compromissos do sacerdócio
e sabedores dos seus Dons espirituais para o ministério, não trabalharão mais por suas
próprias forças, mas o Espírito Santo trabalhará neles e através deles.

4.3 Evangelismo responsável e baseado no testemunho pessoal – Praticar o evangelismo


responsável é, certamente, não depender de campanhas ou de programas especiais, mas
motivar a cada cristão a uma ação pró-ativa na evangelização, seja em casa, no trabalho ou na
rua, para que quando o visitante chegar a igreja já tenha no seu coração o interesse pelo
evangelho, despertado pela amizade e pela convivência com o cristão, Mateus 3.8-9 e 28.19-
20, Lucas 24.45-48, Atos 1.8, 2 Timóteo 4.1-2 e 1 Pedro 3.14-16.

A vivência prática da fé, com dedicação, com amor extremado pelos pecadores e com
entusiasmo contagiante, é fator determinante na evangelização. Uma igreja, por mais
ortodoxa que seja e por melhor que seja a sua doutrina, mesmo que tenha um conhecimento
bíblico apurado, dificilmente experimentará crescimento real se não aprender a vivenciar e a
transmitir a outros a sua fé de forma pessoal e contagiante.

4.4 Adoração cristocêntrica que propicie verdadeiro louvor em culto vivo – Isto é o que nos
permite libertação da preocupação escravista com a liturgia ou com os estilos, motivando-nos
à participação efetiva e vívida na adoração, a partir da convicção de que Deus se faz presente
em nossas celebrações. É a igreja se tornar sensível à ação do Espírito Santo que a guiará na
exaltação a Cristo e na ministração de um culto vivo, santo e agradável a Deus, Salmo 92.1-4;
Isaías 38.17-20; Sofonias 3.17; Romanos 12.1; Apocalipse 5.11-12.

A verdadeira adoração nos conclama a declararmos a superioridade absoluta de Deus, bem


como a pequenez do adorador. Adoração é um mistério. É um exercício do espírito humano no
encontro pessoal com Deus, no qual cantamos, glorificamos e magnificamos ao Senhor por sua
santidade e por sua ação salvífica em nosso favor. Adorar é abrir o coração ao amor de Deus e
render a nossa vontade aos propósitos dele.

4.5 Comunhão dinâmica vivenciada em amor, sinceridade e alegria produtiva – Isto é a


decretação do fim do preconceito e da segregação na igreja. É a compreensão efetiva de que
todos somos um. É a prática da empatia e da mutualidade na consolação, na intercessão
confidente e na ministração da bênção àquele que foi vitimado pelas amputações existenciais
ou pelas confrontações espirituais, Atos 2.44-47 e 4.32-35; Romanos 12.9-18, 13.8 e 15.1-7; 2
Coríntios 1.3-5; Colossenses 3.12-17; Hebreus 10.19-25 e 1 João 4.18-21.

A igreja que vivencia este tipo de comunhão valoriza as pessoas e torna seu ministério muito
mais efetivo, visto que são satisfeitas as necessidades do ser integral. A prática do verdadeiro
amor dá à igreja um brilho divino e uma alegria que se intensificam nos relacionamentos
interpessoais de seus membros.

4.6 Fidelidade voluntária e incondicional na consagração de vidas e no sustento financeiro da


obra – Isto é o entendimento pessoal de cada membro no fato de que é Deus quem nos
sustenta e de que a contribuição financeira é apenas um reflexo da dedicação amorável de
nossas vidas ao Senhor. É saber que conversão e senhorio estão amalgamados e que a
insistência em não dizimar e ofertar é confissão objetiva de incredulidade, 1 Crônicas 29.10-17;
Ageu 2.8-9; Malaquias 3.7-12; Atos 2.45 e 4.34-35 e 2 Coríntios 9.6-14.

Não se pode permitir a crença em uma dispensação automática ou mecânica de bênçãos para
os contribuintes. Não se pode comprar o Dom de Deus, Atos 8.20. A oferta deve ser feita com
fé e pela fé, como devoção amorosa ao Senhor e à sua obra, bem como ao seu povo. Esta é a
oferta que propicia bênçãos incontáveis para o cristão. Em vez de encararmos a contribuição
como uma obrigação desagradável e penosa, devemos compreender que a dedicação de vidas
expressa na fidelidade nos dízimos e ofertas é um fértil meio de graça na igreja, pois por
intermédio dela o Espírito Santo ministra graça e prosperidade à igreja.

4.7 Crescimento integrado da igreja a partir do equilíbrio entre quantidade e qualidade – Isto é
o mesmo que dizer que não se deve estar preocupado com o número de membros no rol, com
o patrimônio ou com a conta bancária. A preocupação certa é com a qualidade da vida
espiritual dos membros da igreja. Se para ter dez mil membros, uma catedral, um edifício
anexo moderno e funcional, um palacete pastoral, uma frota de veículos e uma equipe
ministerial bem remunerada tivermos que prescindir da ética cristã e do embasamento bíblico
continuaremos pequenos e pobres, porém, fiéis ao Senhor Deus, Levítico 19.1-5; Salmo 15;
Mateus 10.7-10; Atos 2.46-47 e 9.31; Tito 2.11-15; 1 Pedro 2.9e Apocalipse 2.19-21.

A maior contribuição que a igreja tem para oferecer ao mundo é o evangelho de Cristo e seu
poder libertador, por isso, jamais haverá crescimento verdadeiro na igreja se nos
aprisionarmos ao poderio concedido pelo número de membros no rol ou pelo saldo financeiro
e patrimonial, não dando atenção às questões mais profundas que afetam a humanidade em
decorrência do aviltante paradoxo entre o ser e o ter, e entre o saber e o fazer.

4.8 Identidade doutrinária e denominacional definidas a partir do Texto Sagrado e não pelo
conservadorismo histórico ou tradicionalismo – Isto é o mesmo que dizer que a igreja deve
querer ser batistas, mas que não aceita um doutrinismo antibíblico. Deve-se querer ser batista,
mas principalmente deve querer a liberdade para praticar os ensinamentos da Palavra de
Deus, sem receios da crítica mordaz da batistandade. A Declaração Doutrinária dos Batistas
preceitua que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, mas deve-se desejar também que a
Palavra de Deus seja a única regra de conduta, mesmo que para isso se tenha que renunciar a
história, que se reconhecer erros doutrinários historicamente defendidos ou que se quebrar
alguns paradigmas denominacionais, Marcos 7.5-9, Atos 2.41-42, Colossenses 2.8-10 e 2
Tessalonicenses 2.15.

Sempre que o tradicionalismo denominacional se sobrepõe a doutrina bíblica ou que o


tradicionalismo histórico se torna ineficiente diante dos propósitos de Deus, é necessário
substituí-los ou desmascará-los a luz da Palavra de Deus, o que nos exige uma reflexão crítica
sobre o denominacionalismo a luz da Bíblia Sagrada.

4.9 Constante autocrítica e permanente avaliação do contexto histórico, da expressão cúltica e


da estrutura organizacional – Neste objetivo reside a probabilidade de vitória. Quando se
estabelece a autocrítica e a constante hermenêutica da própria realidade, do que se faz e de
como se fazem as coisas, a luz da Palavra de Deus, evita-se a petrificação das estruturas, o
arcaísmo dos estratagemas, o embotamento das idéias e o esvanecer dos ideais. Evita-se a
tradicionalização suicida da igreja, bem como a mortificação da consciência cristã no fazer
igreja.

A constante autocrítica e a avaliação permanente exigirá uma continuada revitalização,


outorgando cognição no pensar a igreja, bem como saúde e maturidade espirituais na prática
efetiva do fazer igreja, Mateus 26.20-23; Romanos 12.3 e 1 Coríntios 11.28-32.

A prática constante da autocrítica e da interpretação investigativa dos comportamentos da


igreja revitalizada permite o desmascarar as vacas sagradas, como denomina George Barna.
Tudo o que somos e fazemos como igreja deve estar aberto à análise e à crítica. Não há
pessoa, programa, estrutura ou idéia que esteja fora do alcance de uma avaliação justa e
alinhada com o propósito de Deus para a igreja. A insistência de uma igreja em não se
submeter à autocrítica e à hermenêutica imparcial, negando-se a um processo de avaliação
justo e construtivo, é prova inconteste de sua vulnerabilidade à deterioração e à petrificação
motivadas pela maldição da negligência preceituada em Jeremias 48.10.

Conforme ressaltamos anteriormente, identificamos nestes nove objetivos gerais os cinco


propósitos eternos de Deus para a igreja, que são: louvor, evangelismo, discipulado, ministério
e comunhão. Estes propósitos sintetizam o Grande Mandamento e a Grande Comissão de
Jesus para a igreja, conforme Mateus 22.37-40 e Mateus 28.19 e 20, que foram praticados de
forma efetiva e vitoriosa pela Igreja Primitiva, Atos 2.37-47. São estes os mesmos propósitos
que devem ser perseguidos e praticados pela igreja que busca revitalização,
independentemente da tradição denominacional, se pretendemos relevância testemunhal e
autoridade espiritual no cumprimento da nossa missão.

Pode-se inovar no fazer igreja sem se alterar a essência do ser Igreja, se há comprometimento
com o Grande Mandamento e com a Grande Comissão, o que fará da igreja revitalizada uma
grande igreja.

Conclusão

Finalizando esta proposta de trabalho com vistas a revitalização da igreja, deixo como sugestão
a realização de estudos amplos e de debates francos, porém respeitosos, para que se defina o
seguinte:

a) O tipo de igreja que se pretende ser.

b) A expressão cúltica que será praticada.

c) O referencial de ética que a igreja perseguirá.

d) O tipo de mensagem que se proclamará.

e) O nível de compromisso exigido dos membros da igreja.

f) O padrão de relacionamento interpessoal e de comunhão que se desenvolverá.

g) O método de evangelização que será usado.

h) Qual a periodicidade da avaliação.

Sem tais definições, penso, é impossível levar adiante a revitalização da igreja que carece de
resgatar sua identidade doutrinária e denominacional, voltando a sentir-se uma Igreja Viva que
proclama a salvação e a libertação em Cristo em meio a esta geração corrompida e perversa,
Atos 2.40.
Na verdade, o presente trabalho visa embasar a assertiva de é que possível promover a
revitalização da igreja de maneira bíblica, seguindo os preceitos de Jesus e desenvolvendo uma
perspectiva correta de renovação espiritual e eclesiológica, bem como um método prático
para se introduzir as mudanças necessárias para a contextualização da igreja.

O relato bíblico nos incentiva a perceber a dialética inevitável e continuada entre a identidade
eclesial e o chamamento para a missão, isto é, entre o ser e o fazer igreja. Por isso, nenhuma
igreja que afirme compromisso de missão conforme os postulados bíblicos e o mandamento
de Jesus pode esquecer que o cumprimento da missão acontece em meio a difícil dialética
entre o conservar a identidade doutrinária e o renunciar a tradição histórica.

Uma igreja verdadeiramente viva e motivada pela missão não tem receios de ultrapassar
barreiras, de quebrar paradigmas, de romper as fronteiras e de alargar seus horizontes. Não se
pode ter medo de se praticar culto vivo, santo e agradável a Deus. Não se pode ter fobia de
evangelismo responsável, de discipulado biblicamente instrutivo, de sacerdócio universal e de
comunhão dinâmica em amor. Pois estas são as características distintivas da igreja de Jesus
Cristo no Texto Sagrado.

Finalmente, desejo ressaltar que a igreja, como Corpo Vivo de Cristo, não é mera sociedade de
pessoas humanas. Se considerarmos apenas a tradição histórica e os pressupostos
denominacionais para sermos e fazermos igreja, jamais compreenderemos o que realmente
significa ser o povo de Deus que em Cristo é chamado para as boas obras. As denominações
são expressões sociológicas. A diferença básica entre o ser e o fazer igreja e uma denominação
reside na comunhão com Cristo, que somente a igreja pode desenvolver. Não existe
Eclesiologia, o fazer igreja, dissociada da Cristologia, do ser igreja.

Pense em tudo isso e ore pedindo a Deus discernimento espiritual e direcionamento para a
decisão que você precisa tomar juntamente com a sua igreja para a revitalização. Abrace este
projeto, se considera-lo procedente e biblicamente correto, leve a sua igreja entender o que é
e a desejar a revitalização. Trabalhe para que você, juntamente com sua igreja, seja
despertado por Deus para os nove objetivos aqui propostos. Não critique ou refute sem
estudar e orar. Permita-se a Deus e ao Espírito Santo para que estes objetivos sejam realidades
efetivas em sua vida, em sua igreja e em nossa denominação.

Sejamos Igreja, Corpo Vivo de Cristo. Amém.

Roberto Fernandes

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