Banca Avaliadora:
...........................................................................................................................................
Prof.° Sérgio de Assis Galito de Araújo
Mestre em Engenharia Mecânica – UFF
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense/Campos
...........................................................................................................................................
Prof.° Edson Simões dos Santos
Mestre em Pesquisa Operacional e Inteligência Computacional – UCAM
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense/Campos
...........................................................................................................................................
Prof.° Adelson Siqueira Carvalho
Doutor em Informática na Educação – UFRGS
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense/Campos
3
AGRADECIMENTOS
Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço. (Dave Weinbaum)
5
DEDICATÓRIA
RESUMO
Palavras-chave: Simulação; Turbina de Gás Aeroderivada; Ciclo Simples; UTE Mário Lago.
7
ABSTRACT
In the northern region of Rio de Janeiro there is a huge predominance in the activities of oil
production and power generation, areas that need increasingly efficient controls, due to high
complexity and to the advancement of new technologies, both in terms of performance of the
equipment, and operational security. With the growing demand for energy, the thermal power
plants are an excellent alternative to the attendance of great centers of power consumption.
Where studies and modeling to represent the dynamic behavior of process stability are of the
utmost importance, because they must simulate the adversities of the system in question, by
assisting in the identification of operational errors in order to optimize the parameters for
higher efficiency of the plant. Thus, the present work presents a descriptive of the UTE Mário
Lago, with modeling and simulation of an aeroderivativa gas turbine which operates in simple
cycle, highlighting the influences of the control loops and of its main elements and
components in the dynamic behavior of system. Through the simulation was possible verify
the performances studied controls, providing a better understanding of the functioning of the
system, as well as a deepening of the knowledge of the main control loops of gas turbines.
Keywords: Simulation; Aeroderivada Gas Turbine; Simple Cycle; UTE Mário Lago.
8
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................. 08
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15
1.1 Considerações Iniciais ........................................................................................................ 15
3.11.2.2 Termopar.................................................................................................. 46
4 SIMULAÇÃO .................................................................................................................... 59
4.1 Simulação 1..................................................................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista que o atual cenário brasileiro se encontra marcado por uma situação de
déficit energético, evidencia-se a necessidade de aumentar a capacidade de geração instalada
no país. Uma das alternativas mais viáveis para complementar o parque gerador brasileiro é o
emprego de centrais térmicas as quais podem ser classificadas em ciclo simples (ou ciclo
aberto), constituídas por turbinas a gás e geradores, e em ciclo combinado, constituídas de
turbinas a gás, turbinas a vapor e geradores.
As usinas termelétricas são responsáveis pela distribuição de energia elétrica em
grande parte do país. Um exemplo é a usina UTE Mário Lago, que está localizada em
Macaé/RJ e é responsável por auxiliar na demanda energética da Região Norte Fluminense.
Sendo esta uma usina com operação em ciclo simples, com capacidade máxima de geração de
928 MW, trabalhando em paralelo com 20 turbinas a gás aeroderivativas.
Com a evolução tecnológica houve a necessidade de desenvolver modelagens
coerentes com o processo, na qual devem ser definidas as principais malhas de controle que
têm influência no desempenho dinâmico da unidade geradora e, consequentemente, no
próprio comportamento dos sistemas elétricos de potência.
As turbinas a gás são importantes para a geração de energia elétrica, especialmente
para as usinas termelétricas. Por isso, entender a dinâmica dessas turbinas tem se tornado cada
vez mais relevante e, para estudar tal comportamento, são necessários modelos matemáticos
das mesmas. Recentemente, vários modelos de turbinas a gás têm sido propostos com
diferentes graus de complexidade e sucesso. O objetivo deste trabalho é o entendimento,
modelagem e análise do comportamento das plantas com base em turbinas a gás para
investigar os problemas no sistema de energia.
Existem excelentes trabalhos publicados, com diversos enfoques, onde muitos optaram
pela modelagem de turbinas do tipo single-shaft (eixo único), em usinas de ciclo combinado.
Porém, o presente trabalho abordará uma modelagem para turbinas do tipo aeroderivativas,
em usina de ciclo simples, retratando a realidade energética da Região Norte Fluminense.
Serão apresentadas as principais características e configurações das turbinas a gás
aeroderivativas avançadas, em ciclo simpes com configuração de dois spools, descrevendo os
modelos matemáticos propostos para análise de estabilidade dinâmica de sistemas elétricos.
16
1.4 JUSTIFICATIVA
1.5 METODOLOGIA
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo será abordado um estudo dos principais trabalhos que auxiliaram no
entendimento e desenvolvimento do simulador.
Entre os diversos métodos de geração de energia, a termelétrica ganha espaço pela sua
eficiência e estratégias utilizadas, produzindo energia elétrica através dos combustíveis
fósseis, com um parque industrial localizado próximo a centrais de fornecimento de gás.
Deste modo, seu uso tornou-se bastante difundido e com isso surgiram diversos trabalhos com
o intuito de descrever matematicamente os sistemas.
Devido ao caráter estratégico e forte participação militar no desenvolvimento de
turbinas a gás ao longo dos anos, as informações a respeito da modelagem e do sistema de
controle são de difícil obtenção. A seguir, será apresentada nesta seção uma breve descrição
aceleração, havendo duas condições de operação do regulador de velocidade, onde podem ser
utilizados reguladores isócronos, quando a turbina estiver operando isoladamente, ou são
usados reguladores com queda, no caso da operação interligada. O recurso responsável por
controlar a saída da turbina a gás quando a mesma está operando de forma interligada e
usando um regulador com queda é o setpoint digital.
No modelo apresentado pelo autor a principal malha de controle é a de velocidade,
representando um recurso primordial do controle da turbina a gás para variações de carga,
uma vez que as malhas de temperatura e aceleração atuam apenas como limitadoras. A malha
de temperatura exerce sua função controlando a temperatura de combustão para que a
temperatura na entrada da turbina não exceda o limite do material utilizado, para isso é pré-
determinada uma temperatura de aquecimento, que independente da variação na temperatura
ambiente ou das características do combustível não deve ultrapassar essa limitação.
Já o controle de aceleração é atuante na partida da máquina ou em situações de
rejeição de carga a fim de evitar o estresse térmico, limitando a taxa de aceleração do rotor.
Este controle cumpre uma função secundária durante a operação normal, em que ele atua para
reduzir o fluxo de combustível e limitar a tendência de sobre velocidade no evento em que o
conjunto turbina-gerador se separa eletricamente do sistema.
Os sinais de controle oriundos das três malhas servem de entrada para um seletor de
valor mínimo, cujo valor de saída é o menor dessas três entradas e requer menos combustível.
Sendo assim, os valores da saída do seletor de valor mínimo são comparados com os limites
máximos e mínimos. O limite máximo atua como uma reserva para o controle de temperatura
e não é utilizado em operação normal, já o limite mínimo é o mais importante no ponto de
vista dinâmico, pois mantém um fluxo adequado de combustível para garantir que a chama
seja mantida no sistema de combustão da turbina a gás.
O modelo proposto pode ser aplicado em turbinas a gás que utilizam tanto
combustíveis líquidos, quanto gasosos. Para o operação a gás, o sinal sofre a ação de duas
constantes de tempo, onde a primeira é associada com o sistema de posicionamento da válvula
de controle de gás e a segunda é a constante de tempo associada com o sistema de
combustível. Atrasos relacionados ao transporte são percebidos no tempo de reação da
combustão, no volume de descarga do compressor e no transporte de gás do sistema de
combustão à turbina.
Nesta obra também são citadas as linearidades características do torque e da
temperatura de exaustão da turbina a gás de eixo único quando estão operando dentro da faixa
limitada do modelo, apresentando as equação do torque e a equação da temperatura de
21
Rowen (1983) com algumas considerações: utiliza somente regulador de velocidade isócrono,
o combustível é o gás natural, um modelo rudimentar da carga representada pelo compressor é
incluído, o calculo do fluxo de exaustão da turbina é apresentado, a correção devido à
temperatura ambiente é incorporada nos cálculos; e a malha de realimentação representando
os efeitos da modulação do fluxo de ar devido ao IGV também é incluída.
O sistema de controle inclui controle de velocidade, controle de temperatura, controle
do VIGV do compressor axial, controle de aceleração, e limites superior e inferior de
combustível. Assim, o modelo proposto pode também ser aplicado no acionamento do
gerador de velocidade constante, proposto em Rowen (1983), sendo este um caso particular
do que está sendo descrito neste artigo.
Hannett (1993) aborda uma comparação com os dados obtidos no campo, com o
modelo apresentado por Rowen (1983), para que o mesmo fosse validado, utilizando o
sistema do Alaskan Rainbelt, onde a maior parte da geração é decorrente de usinas térmicas.
Modelos e simulações dinâmicas detalhados são propostos utilizando-se parâmetros obtidos
em campo para dois tipos de controladores. Na determinação dos parâmetros do modelo,
foram feitos testes que consistiam na aquisição de dados em regime permanente e variações
dinâmicas de carga, uma vez que manter a freqüência seria uma preocupação para sistemas
isolados de pequeno porte, onde qualquer mudança na carga ou na geração são grandes e
relativas à capacidade do sistema. Logo, há uma necessidade de modelos mais precisos para a
resposta não só da turbina, como também do regulador às mudanças de freqüência.
O autor apresenta com maior ênfase a modelagem do controle de temperatura,
explicando seu funcionamento, onde,a saída do termopar é comparada com um valor de
referência (temperatura limite da turbina), normalmente maior, forçando a saída do controle
de temperatura a permanecer no limite máximo e permitindo que o controle de velocidade
mantenha-se atuante. No entanto, quando a saída do termopar excede a temperatura de
referência, esta diferença torna-se negativa e, consequentemente, a saída do controle de
temperatura começa a abaixar e a saída do seletor de valor mínimo passa a ser do controle de
temperatura, comandando a turbina.
É abordado o controle do regulador da Woodward que consiste em um controle PID
para o sinal de erro de carga e velocidade. O sistema de combustível e as dinâmicas da turbina
para a unidade são assumidos para terem a mesma estrutura do modelo proposto por Rowen,
no ano de 1983.
Para determinar os valores dos parâmetros nos diagramas de bloco, o método de teste
consiste na aquisição de diversas medições em regime permanente com o gerador conectado
23
sinais de controle, dentre eles o de valor mínimo: controle da turbina livre, controle da
temperatura do gás de exaustão e controle da velocidade angular do motor.
O controle da turbina livre fornece o controle de regulação normal para a unidade,
onde seus sinais de entrada são: a velocidade angular da turbina livre e a potência elétrica. Já
o controle da velocidade do motor, quando em comando, é um controle isócrono sobre a
velocidade angular do motor e serve para limitar o fluxo de combustível para que a velocidade
do mesmo não exceda um certo valor.
O controle da temperatura do gás de exaustão fica em comando sempre que a
referência da temperatura de exaustão é excedida ou quando a unidade está ganhando carga
mais rápido do que a dinâmica da turbina pode suportar. Seus sinais de entrada são: a
temperatura do ar de entrada, a velocidade angular do motor e a temperatura de exaustão da
turbina. Assim, as dinâmicas da turbina são representadas por um conjunto de funções que
podem ser determinadas por medições de regime permanente, já os testes consistem em
coletar medições de regime permanente e realizar testes de mudança de carga dinâmica.
O autor conclui que a modelagem envolve inicialmente uma análise profunda da física
do processo e de seus controles, que determinam a estrutura do modelo, incluindo variáveis e
parâmetros pertinentes. Sendo utilizado o processo de tentativa e erro para que as respostas
das simulações fossem compatíveis com os testes realizados em campo, devido as não
linearidades envolvidas.
Rowen (1997), apresentou na ASME TURBO EXPO 98 modelos dinâmicos de turbinas
aeroderivativas, porém não publicado oficialmente, tratando-se apenas de um tutorial. Neste
caso, foram apresentados modelos para turbinas avançadas com dois e três spools (conjuntos
compressor/turbina) e tradicionais com um spool + turbina livre ou com dois spools + turbina
livre, abordando os principais fabricantes de turbinas no mundo.
Silva (2008) publicou uma dissertação de mestrado que apresenta as principais
características e configurações das turbinas a gás aeroderivativas e heavy-duty, mostrando de
forma detalhada os modelos matemáticos utilizados. O enfoque do trabalho é para as usinas
de ciclo combinado, com proposta da análise de estabilidade dinâmica de sistemas elétricos de
potência. Para as simulações foi utilizado o software Matlab®, a toolbox Simulink® e os
programas ANAREDE e Anatem desenvolvidos pelo CEPEL, ambos são software destinados
as simulações de sistemas elétricos. Também foram realizadas perturbações para análise do
comportamento de sistema elétricos de potência, compostos por unidades aeroderivativas e
heavy-duty em ciclo combinado, com a configuração de eixo único, demonstrando a
25
mesmo eixo. Então, é destacada a importância da utilização do IGV, como o responsável por
manter constante a temperatura de exaustão das turbinas aeroderivativas, as quais influenciam
na eficiência do ciclo combinado.
O presente trabalho utiliza a modelagem feita por Rowen (1983), pois o mesma foi
desenvolvida para operação em ciclo simples, e os parâmetros do modo de operação do
regulador de velocidade foram selecionados, também, de acordo com o referente artigo. O
aprimoramento para a modelagem de uma turbina aeroderivada do tipo avançada de 2 spools
ocorreu através do tutorial apresentado pelo mesmo autor em 1997. Os outros trabalhos
auxiliaram no entendimento do sistema elétrico de potência e no funcionamento das malhas
de controle, porém os mesmos abordaram uma modelagem mais complexa para ciclos
combinados com a utilização de IGV, entre outros parâmetros, que não cabem ao estudo em
questão.
27
3 TURBINAS A GÁS
níquel, um metal muito utilizado para suportar grandes temperaturas. Conforme informações
dos fabricantes a limitação da operação está ligada a resistência ao calor do material utilizado
nas pás da turbine e devido às altas razões de pressão atingidas por este tipo de equipamento,
a utilização de refrigeração intermediária no compressor é uma das alternativas mais viáveis,
pois visam melhorar o desempenho do equipamento de uma forma geral.
As principais vantagens na utilização de uma turbina a gás estão relacionadas com as
unidades compactas e de pequeno peso (turbinas a gás equivalem, geralmente, a 1/4 em peso e
1/10 em volume quando comparadas com os motores alternativos e quando comparadas com
centrais a vapor convencionais, seu volume gira em torno de 1/100), baixa poluição ambiental
e utilização de combustíveis líquidos e gasosos. No ambiente industrial é possível encontrar
diversos fabricantes e modelos de turbinas a gás, porém as mesmas são difundidas em dois
tipos básicos: turbinas heavy-duty e aeroderivadas.
absorvidos pelo gerador de gás. Não obstante, o gerador de gás pode ter rotações diferentes da
turbina livre, proporcionando maior eficiência.
Carneiro (2007) observa que a utilização de mais de um eixo tem a finalidade de
aumentar a eficiência térmica, pois aumenta a razão de pressão do ciclo. A divisão da
compressão em vários estágios (vários eixos) visa aumentar a eficiência aerodinâmica do
processo de compressão com a obtenção de alta pressão do ciclo, já a compressão em um
único estágio diminui a faixa de operação da turbina a gás e sua eficiência térmica.
As turbinas a gás de múltiplos eixos são muito sensíveis aos distúrbios que porventura
possam ocorrer na rede elétrica, onde os riscos de perda de estabilidade da rede são maiores
quando comparadas com a configuração de um eixo. As turbinas de eixo duplo podem
apresentar um considerável acúmulo de energia no acoplamento aerodinâmico entre o gerador
de gás e a turbina de potência.
Uma variável importante a ser notada é a viabilidade econômica desse tipo de
máquina, pois modificar turbinas a gás aeronáuticas para serem utilizadas em fins industriais
sai mais barato do que projetar e desenvolver uma totalmente nova. No entanto, são
necessárias algumas modificações, para que seja possível a utilização de turbinas de
aeronaves na produção de energia elétrica de ciclo simples, como: fortalecimento dos
mancais, sistema de combustão, adição de turbina livre e caixa de redução;
Este tipo de turbina a gás pode funcionar com temperaturas mais elevadas, o que
proporciona um maior rendimento, menor durabilidade e, consequentemente, manutenções
mais frequentes em relação às turbinas heavy-duty. De acordo com Corneiro (2007), as
turbinas aeroderivadas podem ter configurações com um ou vários eixos e ainda possuírem
turbina livre. A vantagem deste tipo de configuração, onde a turbina livre está acoplada
mecanicamente ao gerador elétrico, é que existe apenas um acoplamento aerodinâmico do
conjunto turbina livre/gerador, com o gerador de gás (spool turbina/compressor). Com isto, os
esforços mecânicos no conjunto turbina livre/gerador não são absorvidos pelo spool turbina/
compressor.
O termo “spool” refere-se ao gerador de gás, ou seja, do conjunto compressor/câmara
de combustão/turbina, o qual é responsável pela produção de energia (através de gases
quentes), sendo convertida na turbina livre ou turbina de potência. A Figura 2 a seguir ilustra
o gerador de gás de dois spools de um turbina aeroderivada com configurações avançadas.
30
Conforme Silva (2009), além das turbinas de potência que corresponde à turbina livre
e é responsável por acionar o gerador, existem as configurações avançadas com dois ou três
spools. O constante crescimento do consumo de energia elétrica no mundo atual, associado à
dificuldade de obtenção de recursos e de aproveitamentos hidrelétricos, cada vez mais
remotos, tem dado origem à necessidade de soluções alternativas incluindo, assim,a utilização
de energia de origem térmica, eólica, nuclear, entre outras. Analisando esse cenário, tem
ocorrido bastante investimento no setor de geração de energia, principalmente em usinas
térmicas e em aquisição de turbinas derivadas da aviação.
31
Nas turbinas aeroderivativas com vários eixos, o gerador de gás pode possuir um, dois
ou três eixos concêntricos com a finalidade de aumentar a razão de pressão do ciclo e,
consequentemente, sua eficiência térmica. Quanto mais divisões nos eixos do gerador de gás
maior a eficiência aerodinâmica da compressão, entretanto, essas configurações podem ter
menor estabilidade da rede.
Existem diversos modelos e configurações que podem ser encontrados pelo mundo,
dentre os mais comuns são: turbinas avançadas com dois e três spools (conjuntos
compressor/turbina) e tradicionais com um spool + turbina livre ou com dois spools + turbina
livre. Em suma, o presente trabalho abordará somente a turbina a gás aeroderivada com
configurações avançadas de dois spools. Tal configuração possui um gerador de gás e um
conjunto compressor/turbina com conexão física com o eixo do gerador, de acordo com a
Figura 3.
Figura 3. Desenho esquemático de uma turbina a gás aeroderivada (com dois spools)
Fonte: Silva (2009)
IGV e estatórica, domo e paquete do combustor, cobertos, palheta da turbina de alta pressão
arrefecida e coberta; e palheta da turbina de potência não arrefecida.
A turbina LM6000 é projetada para operar a uma rotação no eixo de saída de 3.600
rpm para a geração de energia elétrica, pois a operação da geração é em 60Hz. A velocidade
no rotor de alta pressão varia de 6.000 a 10.000 rpm, do ponto morto até o ponto de potência
máxima. A turbina é equipada com 3 sistemas que controlam o fluxo de ar para atingir as
características de performance desejadas. Além disso, sua potência é de 43.4 MW, com um
fluxo de exaustão de 126 kg/s e temperatura do gás de exaustão girando em tornde de 452°C,
onde tais especificações incluem perdas pelo gerador e pela redutora.
As IGVs que estão localizadas no compressor de baixa pressão direcionam a entrada
do fluxo de ar e válvulas direcionais entre o compressor de baixa e o de alta pressão permitem
que uma parte do ar seja descartada em condições de baixa carga. Seis estágios com aletas
direcionais no estator do compressor de alta pressão mantêm a eficiência elevada em toda a
faixa de trabalho. A Figura 4 seguinte representa a turbina LM6000 e seus estágios
termodinâmicos.
33
3.5 COMPRESSORES
Quanto aos compressores, existem dois tipos que são utilizados em turbinas a gás:
axial ou radial (centrífugo). Para um bom comportamento operacional da tubiba a gás é
indispensável que haja uma compressão eficiente de grandes volumes de ar e o compressor é
responsável por comprimir o ar que será introduzido na câmara de combustão.
A compressão do ar é feita por uma série de pás e aletas com perfil aerodinâmico em
vários estágios, com configuração de estágio variando conforme modelo e fabricante. A
energia de pressão é então transferida ao fluído de trabalho (ar) no rotor ou especificamente
nas pás fixas resultando numa elevação de pressão e o aumento da velocidade nas pás móveis.
34
3.6 COMBUSTÃO
A turbina a gás foi introduzida para a geração de energia elétrica e sistema de potência
para compressores, revolucionando os processos com a utilização de combustíveis fósseis. A
evolução foi enorme, proporcionado avanços no segmento de geração de energia e produção
de petróleo, o que antes tornava-se difícil, uma vez que existia a falta de oferta de gás natural.
As mudanças tecnológicas ocorridas na aerodinâmica, através de metais com maior
resistência a altas temperaturas e sistemas de resfriamento mais eficientes, os rendimentos
térmicos ampliaram a gama de aplicação na indústria.
De acordo com Silva (2009), o principio básico de funcionamento de uma turbina a
gás pode ser visto na Figura 5 a seguir, onde o fluido de trabalho é comprimido pelo
compressor. O mesmo entra na câmara de combustão e recebe energia do combustível,
elevando sua temperatura. Na turbina o fluido é expandido fornecendo potência para o
compressor e potência útil. Sendo que a eficiência dos componentes (compressor 88 a 90%) e
a temperatura de entrada na turbina (até 1800 K) são os principais fatores que afetam o
desempenho das turbinas a gás.
Um outro fator que pode alterar o desempenho da turbina a gás é o tipo de câmara de
combustão, existem dois tipos: pressão constante ou volume constante. A primeira denomina
35
A estrutura básica das turbinas a gás de ciclo aberto foi apresentada na Figura 5 acima,
onde o compressor de ar, geralmente axial, eleva a pressão até chegar a câmara de combustão,
sendo misturado com o combustível e produzindo gases que são eventualmente chocados na
turbina que produz energia mecânica. As principais partes de plantas de turbina a gás de ciclo
aberto são o regulador de velocidade, o sistema de combustível, a câmara de combustão e o
controle da temperatura, como também da turbina. Diferentes modelos de turbinas a gás em
sua maioria se refere a certas simplificações de alguns dos subsistemas. (MANTZARIS;
KARYSTIANOS; VOURNAS, 2008)
Carneiro (2007) mencionou que um dos maiores problemas apresentados nas turbinas
a gás de ciclo aberto é a baixa eficiência em todo o processo de produção do conjugado
mecânico entregue ao eixo, sendo tipicamente da ordem de 35%. Se comparada a eficiência
térmica das plantas de ciclo combinado onde operam com parâmetros super críticos,
necessitam de reaquecimento intermediário e um desenvolvido sistema de regeneração
podendo, assim, atingir 48%.
O mesmo autor também citou a relação com a operação, onde há uma diferença
marcante de é a atuação do controle do IGV entre uma turbina a gás operando em ciclo aberto
e uma turbina a gás operando em ciclo combinado. O IGV consiste em pás móveis que
controlam a quantidade de ar que entra na turbina a gás, quando a turbina opera em ciclo
combinado o controle do IGV deve ser bastante efetivo para que a razão entre ar e
36
combustível permaneça constante, deste modo, é mantida a temperatura dos gases de exaustão
e a caldeira de recuperação opera no ponto ótimo. Já no ciclo aberto a influência das pás é
praticamente constante, sendo a maior variação somente na partida, a mesma não é atribuída
no controle da máquina quando operada neste ciclo.
A UTE Mário Lago é uma central de geração de energia elétrica para suprimento da
região, contemplando 20 turbinas aeroderivadas e divididas em cinco blocos, cada um com 4
máquinas, sendo capaz de gerar 180 MW por bloco e 928 MW em capacidade máxima.
Situada ao norte do Estado do Rio de Janeiro, com cerca de 180 km da cidade do Rio de
Janeiro, a aproximadamente 28Km da cidade de Macaé e a 100 km da cidade de Campos.
(TERMOMACAÉ, 2007)
As unidades são compostas por turbinas a gás aeroderivativas do tipo LM 6000 PC-
NG, em ciclo aberto, potência unitária média de 46,411 MW, a uma temperatura ambiente de
28°C e a umidade relativa de 86%, cada uma delas acoplada a um gerador refrigerado a ar.
(TERMOMACAÉ, 2007)
Esta usina utiliza como meio de geração de energia os turbogeradores, que são
divididos em três partes: turbina como parte motriz, caixa redutora responsável pela
transmissão de velocidade e gerador sendo a parte operatriz. O bom funcionamento deste
conjunto é de fundamental importância para a performance da geração, pois esta necessita de
estabilidade da rotação da máquina como parâmetro de sincronismo para se colocar a máquina
em plena carga. Assim, este trabalho abordará os principais tipos de controles utilizados nas
tubinas desta usina.
O gás natural, utilizado como combustível pela UTE Mário Lago, é fornecido pela
Companhia Estadual de Gás (CEG), que após tratamentos realizados dentro da própria usina,
são alimentados os blocos com os turbogeradores. Assim, as figuras 6 e 7 a seguir ilustram a
UTE Mário Lago.
37
3.9 MODELAGEM
Uma das limitações que devem ser consideradas em turbinas a gás é o fato de que a
velocidade da turbina não deve ultrapassar um certo nível, pois a frequência da energia gerada
é diretamente relacionada com a velocidade da turbina. A temperatura de exaustão também
deve ser limitada por causa da condições físicas e econômicas. De modo a ter um
funcionamento correto e normal, diferentes sistemas de proteção e de controle são aplicados
em plantas de turbina a gás. Estes sistemas controlam parâmetros diferentes, relacionados a
entrada de turbina, temperatura de saída, velocidade e taxa de vibração do eixo, condição
chama e a quantidade de fluxo de ar de arrefecimento, entre os quais, alguns parâmetros são
mais significativos que outros, no entanto, a variação de cada parâmetro não pode ultrapassar
uma faixa permitida. (MANSOURABAD ; BEHESHTI; SIMAB, 2013)
Este estudo visa a modelagem e simulação de uma turbina a gás aeroderivada do
modelo LM6000 do fabricante da GE (General Eletric) com enfoque na estabilidade elétrica.
A turbina possui muitos controles, porém alguns merecem um enfoque maior, pois são de
extrema importância para o funcionamento da máquina e quando sofrem alteração, mudam o
resultado do comportamento da máquina diretamente.
39
Figura 8. Diagrama funcional da operação em ciclo imples para turbina a gás: representação
dos principais controles
Fonte: Silva (2009)
40
Para Silva (2009) o controlador com queda é usado para regular a potência de saída da
turbina quando a mesma opera interligada a rede elétrica. Este controlador reage aos desvios
da velocidade atual com relação à velocidade de referência.
A opção em operar no modo droop é pela necessidade de poucas variações da rotação,
pois o sistema deve manter uma frequência constante próximo de 60Hz. Por ser um controle
proporcional a rotação da turbina a gás é também equivalente à frequência da rede, sofrendo
apenas pequenas variações próximo do ponto de operação.
Rowen (1983) itera que a lei de controle nesse modo de operação é do tipo ‘avanço-
atraso’, logo, a saída do bloco controlador é proporcional à diferença entre a rotação da
turbina e o valor de referência definido pelo usuário. O setpoint digital é o recurso utilizado
para controlar a saída da turbina a gás quando a mesma está operando de forma interligada e
usando um regulador com queda (droop). O valor do setpoint digital definirá a potência a ser
gerada na saída da turbina a gás e no bloco do controle de rotação, modificando os parâmetros
para alterar o modo de operação.
O controlador droop é um regulador proporcional. O ganho tipicamente varia de 10 à
50, o que corresponde aos droops primários entre 2% e 10%. Como a rotação da turbina a gás
é proporcional à frequência da rede, a mesma vai sofrer pequenas variações ao redor do ponto
nominal de operação (N ≈ 1PU).
O controlador isócrono é utilizado quando o sistema não está ligado a rede, ou seja,
operando de forma ilhada, em apenas uma das máquinas da planta, garantindo que a
freqüência da mesma seja recuperada para o valor de referência.
O controlador isócrono é um regulador PI (com o ganho Ki e constante de tempo Ti),
o que reduz o erro de frequência de zero. Na verdade, é necessário para controlar a freqüência
da planta quando não há conexão com a rede de distribuição (operação ilhada). O modelo
implementado permite uma transição suave de um controlador para o outro, uma vez que
obriga a saída do regulador isócrono a seguir a saída do controlador de inclinação e quando o
controlador PI não está em operação. (MASSUCCO; PITT; SILVESTRO, 2011)
42
De acordo com Mendes et al. (2005), turbogradores podem operar com dois tipos de
reguladores de velocidade, regulador de queda e isócrono, e esses reguladores são
responsáveis pelo controle de rotação. Resumidamente o regulador de queda de velocidade
utiliza o proporcional puro, onde a saída é proporcional ao erro da velocidade. Diferentemente
do regulador isócrono que utiliza um controlador integrador puro, onde a saída será integrada
até que o erro seja corrigido totalmente.
A turbina LM6000 utiliza o regulador tipo queda de velocidade (droop), proveniente
da operação em paralelo, configuração da UTE Mário Lago. O sistema elétrico de potência
provoca pequenas perturbações no conjugado elétrico, tais perturbações fazem com que o
ocorra um leve desequilíbrio entre o conjugado elétrico e mecânico. Então, para que ocorra a
correção desse desequilíbrio, o regulador de velocidade tipo droop atuará na abertura ou
redução na válvula de admissão de combustível, alterando o fluxo deste até que seja
reestabelecido o equilíbrio.
Apesar da rotação permanecer quase que constante, seu controle altera
significativamente o rendimento da máquina térmica, pois o regulador de velocidade atua na
modulação da válvula de combustível, fazendo com que gere mais ou menos gases quentes
(energia mecânica) para serem transformados em energia elétrica. Desse modo, oaumento ou
a redução da potência gerada é de acordo com o que está ocorrendo no controle de rotação.
Vale lembrar que a potência não está somente associada ao controle de rotação, mas também
a outros fatores que serão vistos a seguir.
Ahmed (2009) concluiu em sua pesquisa que a principal função do sistema de controle
da velocidade é propiciar uma mudança na potência de saída da turbina que é proporcional,
mas de sinal opostom a alteração da velocidade da turbina. Esta mudança é chamada erro de
velocidade e é igual à velocidade real menos a velocidade de referência, uma vez que o
gerador é normalmente sincronizado com o sistema de alimentação e o erro de velocidade é
também um erro de frequência, sendo o controle de velocidade usado para fornecer regulação
da frequência.
A velocidade da turbina a gás é detectada por meio de um sensor magnético e os
impulsos são obtidos com a taxa de 60 pulses / rotação de uma engrenagem de 60 dentes
montado sobre o eixo da turbina a gás. O sinal de impulso é convertido para um sinal
analógico proporcional à sua frequência, a qual é dada como o sinal de realimentação de
velocidade. O sinal analógico de velocidade é somado a outras referências de velocidade, que
43
são: 100% da referência de velocidade, velocidade máxima sem carga, ponto de ajuste digital
e VCE, que representa o feedback através de resistências de droop para a junção de soma,
estes sinais determinam a quantidade de combustível necessária para a turbina, como
mostrado na Figura 10 do circuito de controle de velocidade. Quando estas cinco entradas são
somadas, o sistema é satisfeito e o aparelho é um controle de velocidade.
Onde:
ω(s) = Velocidade angular no eixo do rotor (pu);
ωS(s) = Sinal de saída do regulador de velocidade (pu);
W, X ,Y, Z = Parâmetros e constantes de tempo do regulador de velocidade.
Onde:
R é chamado de estatismo permanente. O estatismo no Sistema Interligado Nacional (SIN) é
tipicamente igual a 5%, ou seja, com R=5% tem-se que o KD=20. Para o presente trabalho foi
utilizado regulador de velocidade na condição ‘droop’ de 5%, portanto o valor da constante
do controlador é KD = 1/0,05=20.
Onde:
θX (s) = Temperatura de exaustão da turbina (ºC);
3.11.2.2 TERMOPAR
Para medição da temperatura dos gases exaustos da turbina são utilizados termopares,
que são responsáveis por realizar a transdução do sinal de temperatura em um sinal de tensão
proporcional.
Silva (2009) destacou que o tempo de resposta da tensão de saída do termopar a uma
variação na temperatura do gás de exaustão, é uma função do tempo de aquecimento do bi-
metal. Logo, constante de tempo do termopar é a medida do tempo de atraso de resposta
devido a uma variação de temperatura. A dinâmica da malha de controle é afetada por esta
constante, sendo importante o valor desta para o projeto do controlador. Na ocorrência de uma
variação rápida da temperatura, o overshoot é determinado pela magnitude desta constante.
De acordo com Rowen (1983), o bloco para o controle de temperatura irá atuar
decorrente da variação entre a temperatura medida e a temperatura de referência, ou seja, deve
haver variação na temperatura do termopar. A Figura 14 abaixo representa o diagrama de
bloco do termopar:
Onde:
θS(s) = Temperatura medida pelo protetor de radiação (ºC);
θp(s) = Temperatura medida pelo termopar (ºC);
τ3 = Constante de tempo do termopar (s).
47
Onde:
Δθ(s) = Variação da temperatura (ºC);
ΔθC (s) = Variação de temperatura do sinal controlado (ºC);
τT = Razão de integração do controle de temperatura (s);
KT = Constante do controle de temperatura (pu).
Mendes et al. (2005) destacam que a representação do controle denominado IGV pode
ser desprezada quando a turbina a gás opera em ciclo simples, mas é fundamental na operação
em ciclo combinado.
Carneiro (2007) também faz referência à atuação do controle pela IGV, pois há
diferença marcante entre uma turbina a gás operando em ciclo simples e uma turbina a gás
operando em ciclo combinado. O IGV consiste em pás móveis que controlam a quantidade de
ar que entra na turbina a gás. Quando a turbina opera em ciclo combinado o controle do IGV
deve ser bastante efetivo para que a razão entre ar e combustível permaneça constante. Deste
48
Onde:
VCE = Sinal de demanda de combustível (pu);
Kct = Constante que representa o consumo próprio da turbina (pu);
Kc = Constante que representa a influência da demanda de combustível na turbina (pu);
Kf = Realimentador do sistema de combustível (pu);
a,b, c = Valores associados à função de transferência do posicionador da válvula de admissão
de combustível (pu);
49
A turbina LM6000 é uma turbina a gás que opera com gás natural, sendo assim, a
realimentação Kf será 0, pois, conforme Rowen (1983), a realimentação só é usada para
combustíveis líquidos.
de aceleração é muito importante também porque atua como limitante para que a turbina não
entre em zonas de operação inseguras.
O sinal de entrada para este controle é a velocidade da turbina que passa através de um
bloco derivado e é comparado com o limite de aceleração. O sinal de erro obtido é escalado
pelo ganho Ka e este valor é somado ao valor atual do valor de saída do seletor de valor
mínimo. A Figura 17 descreve o sistema do controle da aceleração:
Onde:
Ka = Ganho do controle de aceleração;
Sa(s) = Sinal de entrada do controle de aceleração;
α0= Valor de referência da taxa de variação da variável de entrada (pu);
β(s) = Sinal de saída do controle de aceleração (pu).
Rowen (1998), formulou algumas alteração para as turbinas a gás aeroderivadas, cujo
o sinal de entrada do controle de aceleração passará a será Eg(s), que é o sinal vindo do
conjunto gerador de gás.
No modelo matemático da LM6000 foi inserido um bloco na malha de controle de
aceleração, que de acordo com Rowen (1983), é set para 0,01(α0), pois é a deficiência de
torque de aproximadamente 10%, que é o limite da deficiência de torque e representa a
máxima taxa de desaceleração ou absorção de torque vindo do sistema.
máximo funciona como um back-up para o controle de temperatura, não sendo encontrado em
operação normal. O valor mínimo é mais importante dinamicamente, pois o limite mínimo é
escolhido para manter o fluxo de combustível adequado para assegurar a chama. (MENDES
ET AL., 2005)
De acordo com Silva (2009), os controles de temperatura e de aceleração atuam como
limitadores sobre o sinal de solicitação de combustível. Assim, a saída deles deve ser ignorada
sempre que a variável controlada não tiver atingido seu limiar superior, ou seja, o limitador
não poderá intervir. Por outro lado, se o máximo valor permitido para a variável controlada
for excedido, a saída deles será fornecida para o bloco seletor de valor mínimo. A
transferência de um sinal de controle para outro é feita sem atraso ou impacto e o bloco do
seletor de valor mínimo é representado na Figura 18 por:
Onde:
ω(s) = Sinal do regulador de velocidade (pu);
θC (s) = Sinal do controle de temperatura (pu);
β(s) = Sinal do controle de aceleração (pu);
min(s) = Valor mínimo obtido pelo seletor (pu).
Onde:
Wf (s) = Fluxo de combustível (pu);
Wfs (s) = Fluxo de combustível com o atraso do combustor (pu);
εCR = Tempo de atraso devido ao combustor (s).
Silva (2009) itera que há outro atraso proveniente do gás que desloca-se da câmara de
combustão até a localização dos termopares que medem a temperatura da turbina. Sua
representação é feita no diagrama de blocos abaixo, onde Rowen (1983) também destaca que
na utilização de combustível gasoso, pode-se desprezar tal atraso.
Onde:
Wfs (s) = Variação do fluxo de combustível com atraso do combustor (pu);
Wft (s) = Variação do fluxo de combustível com o atraso da exaustão (pu);
Onde:
Wfs (s) = Fluxo de combustível com atraso do combustor (pu);
Wfp (s) = Fluxo de combustível com o atraso do compressor (pu);
τCD = Constante de tempo do compressor (s).
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Onde:
Pa(s) = Potência de aceleração da máquina (pu);
τS = Constante de tempo associada aos elementos acoplados ao eixo (s);
ωr(s) = Velocidade angular do rotor da máquina (pu).
carga quando a turbina estiver com baixo carregamento apresenta um tempo de recuperação
maior do que com alto carregamento.
Para os autores Tesoutsanis et al. (2013) e Carneiro (2007), as turbinas de dois spools
podem apresentar um considerável acúmulo de energia no acoplamento aerodinâmico entre o
gerador de gás e a turbina de potência. Durante um acréscimo de carga, o acoplamento leva
um tempo para alcançar o novo nível de temperatura e pressão e a energia acumulada é
reduzida antes da obtenção do novo torque. A constante de tempo do gerador de gás e a
capacidade de acúmulo do acoplamento afetam desfavoravelmente o comportamento
transitório da turbina de eixo duplo comparada com a turbina a gás heavy-duty.
Devido às restrições no sistema de geração, os estágios de baixa pressão têm rotação
constante desde a situação em vazio até a em plena carga, com o intuito de manter constante a
freqüência. Rowen (1998) propôs o acréscimo do sistema gerador de gás, definindo um
modelo dinâmico utilizado para as turbinas aeroderivativas de múltiplos eixos. Foram feitas
algumas modificações a partir do modelo original utilizado para a turbina de um eixo, são
elas: inserção do bloco do gerador de gás, modificação das funções algébricas e mudança dos
parâmetros do sistema de combustível, termopares e rotor.
A Figura 23 mostra o sistema físico de uma turbina a gás aeroderivada do tipo
avançada de dois spools, correspondente a turbina LM6000.
Figura 23. Esquema físico de uma turbina a gás avançada de dois spools
Fonte: Silva (2009)
Onde:
LPC = Estágio de baixa pressão do compressor;
HPC = Estágio de alta pressão do compressor;
HPT = Estágio de alta pressão da turbina;
LPT = Estágio de baixa pressão da turbina (turbina de potência).
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O gerador de gás fornece empuxo para a turbina de potência através do fluxo de massa
proveniente dos gases quentes de exaustão. No modelo de gerador de gás pode ser
considerado o seguinte valor típico para a constante de tempo: τG4 = 2,0 s e a variável Eg que
diz respeito a vazão de massa produzida pelo gerador de gás. Existem, assim, duas funções no
modelo (f1 e f2) que fazem referência a temperatura de exaustão e torque no rotor,
respectivamente. Tais funções sofrem a influência da maior quantidade de variáveis no
modelo.
57
De acordo com Mendes et al. (2005), para determinar a temperatura de exaustão, são
levados em consideração vários parâmetros e, além disso, a medida que a temperatura se
altera, os mesmos também vão se alterando. As variáveis que afetam o cálculo para
determinar a temperatura de exaustão são: temperatura de referencia, fluxo de combustível,
rotação da turbina de potencia, além de ainda sofrer atrasos provenientes do termopar e do
protetor contra radiação. Assim, a função que rege a medição da temperatura de exaustão da
turbina é:
Onde:
f1 = Temperatura de exaustão (ºC);
TR = Temperatura de referência (ºC);
Wf = Fluxo de combustível (pu);
Wu = Rotação da turbina de potência (pu).
A função f2, responsável pelo torque no rotor, também sofre influência de algumas
variáveis. Sua fómula é expressa por:
Onde:
Eg = Sinal de saída do conjunto gerador de gás;
ω(s) = Rotação da turbina de potência (pu).
nesse formato devido à facilidade que oferecem para apresentar de forma visual as principais
variáveis envolvidas. Esse tipo de representação se justifica com algumas restrições, limitando
a faixa de operação das máquinas representadas para evitar cair em regiões de não-
linearidade.
A Figura 26 representa a modelagem simplificada de uma turbina a gás aeroderivada
do tipo avançada de dois spools.
4 SIMULAÇÃO
4.1 SIMULAÇÃO 1
Para a primeira simulação foi realizado um ajuste no SetPoint por uma função rampa a
taxa previamente programada no workspace do Matlab®, que é representada pelo bloco SP1
no simulador. Segundo Rowen (1983), quando o ‘droop’ escolhido é 5% o tempo para
comandar a mudança desde zero até plena carga é de aproximadamente 6 minutos. No
entanto, para níveis de simulação, foram utilizados 720 segundos.
No Seletor de Valor Mínimo, foi utilizado um bloco de interpretação de funções, que
tem como parâmetro “min(u(3),min(u(1),u(2)))”, cuja a função é escolher o menor valor dos
sinais provenientes dos controles de temperature, velocidade e aceleração, enviando o menor
destes para um bloco de limitação, onde a estrutura de controle não irá para regiões de não
linearidade.
Para incluir os parâmetros de temperatura de exaustão e torque do eixo, f1 e f2,
respectivamente, foram utilizados blocos para representar as equações, onde recebem também
as entradas da variação da rotação, sistema de gás combustível e geradora de gás.
60
Figura 27. Simulador de uma turbina aeroderivada de 2 spools operando em ciclo aberto
Fonte: Elaboração própria
Como pode ser observado na Figura 28 abaixo, no gráfico foi simulada uma rampa
ascendente de demanda que varia de zero até a plena carga (onde o SP vai de 0 até 0,05 em
360 segundos), seguida de uma rampa decrescente desde plena carga até zero (onde variou o
SP de 0,05 até 0) em mais 360 segundos.
SetPoint [PU]
Rotação [PU]
Já na Figura 30 é representado o torque na carga da turbina a gás, que, como pode ser
observado, a potência gerada é expressa na forma de torque em PU, demonstrando uma rampa
semelhante à demanda. Assim, quando o SetPoint da Figura 27 é 0,05 PU, o torque na saída
da turbina a gás deve corresponder a 1 PU que é equivalente a freqüência de rotação do
motor.
Torque [PU]
4.2 SIMULAÇÃO 2
Nesta simulação foi realizada uma sequência de variações tipo degrau na demanda
com variações pré programadas no workspace, cuja a função responsável por este comando é
SP2.
63
Figura 33. Simulador de uma turbina aeroderivada de 2 spools operando em ciclo aberto
Fonte: Elaporação própria
SetPoint [PU]
A temperatura dos gases exaustos varia com a condição de operação e não ultrapassa o
valor máximo definido pela malha de controle (566ºC). Como pode ser observado no gráfico
da Figura 37.
Temp. Exaustor [ºC]
Foi observado que não houve um elevado sobressinal nas solicitações tipo degrau.
Então, tem-se que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AHMED, S. Y. Modeling and Simulation of the Speed Control System for Al-Hilla Gas
Turbine Power Station. University of Babylon, College of Engineering. 2009.
CENTENO, P. et al. Review of Gas Turbine Models for Power System Stability Studies.
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CIGRE, Technical Brochure on. Modeling of Gas Turbines and Steam Turbines in
Combined-Cycle Power Plants. International Conference on Large High Voltage Electric
Systems, april, 2003.
MASSUCCO, S.; PITTO, A.; SILVESTRO, F. A Gas Turbine Model for Studies on
Distributed Generation Penetration into Distribution Networks. IEE Transactions on
power systems, v. 26, n. 3, 992 – 999, August, 2011.
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____________. IGTI Tutorial on Gas Turbine Simulation. Asme Turbo Expo 98, 01 – 09,
November, 1997.