Funções parte 2
Funções parte 2
Site: AVA Moodle UTFPR
Curso: CDI1 Câmpus CP, FB, MD, PG e TD
Livro: Funções parte 2
Impresso por: RODRIGO PEREIRA ALVES
Data: quarta, 11 março 2015, 16:48
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11/03/2015 Funções parte 2
Sumário
2.15 Função Exponencial
2.16 Função Logarítmica
2.17 Funções Trigonométricas
2.18 Função Cotangente
2.19 Função Inversa
2.20 Funções Hiperbólicas
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2.15 Função Exponencial
'Chamamos de função exponencial de base a função de em que associa a cada real o número real ,
sendo um número real, e
O domínio da função exponencial é .
A imagem da função exponencial é
Com relação ao gráfico da função podemos afirmar:
1) a curva que a representa está toda acima do eixo das abscissas, pois para todo ;
As Figuras 2.55 e 2.56 abaixo mostram os dois tipos de gráfico que podemos ter para :
com com
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2_12_FuncaoExponencial.flv
Exemplo 1:Esboce o gráfico da função
Solução:
é uma função exponencial crescente, pois .
Para construir seu gráfico, montamos uma tabela, atribuímos valores positivos e negativos para e calculamos o
valor da função:
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Figura 2.57: Gráfico de
Exemplo 2: Esboce o gráfico da função
Solução:
é uma função exponencial decrescente, pois .
Para construir seu gráfico, procedemos como no exemplo anterior:
Figura 2.58: Gráfico de
Exemplo 3: Para analisar o efeito de um remédio no extermínio de determinada bactéria, cientistas fizeram
experimentos expondo uma população dessa bactéria ao remédio e verificando o tempo necessário para o seu
extermínio. Ao final, verificouse que a população de bactérias dias após a exposição ao remédio poderia ser
estimada por meio da função . Dois dias após a exposição ao remédio a população de
bactéria reduziuse a quantos por cento da população inicial? (SOUZA, 2010)
Solução:
Para calcularmos a porcentagem da redução na população de bactérias, precisamos primeiro saber qual a
quantidade inicial de bactérias na população, para isso, basta substituirmos na função
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Agora, calculamos a quantidade de bactérias após 2 dias de exposição ao remédio, para isso, substituímos na
função
Agora, utilizamos regra de três para descobrir a que porcentagem a população de bactérias ficou reduzida
está para
está para
assim
Portanto, após 2 dias o número de bactérias reduziuse a 6,25% da população de bactérias inicial.
Exemplo 4: Considerando as funções e , verifique através do gráfico qual função
crescerá mais rapidamente quando for grande.
Solução:
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Figura 2.59. Gráfico das funções e .
Exemplo 5: Dada a função , determine:
a) o esboço do gráfico de
b) o conjunto imagem de
Solução:
a) Vamos montar a tabela auxiliar para a obtenção de pontos. Lembrese da necessidade de atribuirmos também
valores negativos para !
Ponto correspondente do plano cartesiano
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Figura 2.60: Representação gráfica da função
b) Para determinar o conjunto imagem, note que o gráfico está completamente acima da reta , logo,
podemos dizer que
APLICAÇÃO:
Modelo de Crescimento exponencial: Sempre que existir uma grandeza com valor inicial e que cresça a uma
taxa igual a por unidade de tempo, então, após um tempo , medido na mesma unidade de , o valor dessa
grandeza será dado por: . Quando o crescimento é positivo e quando o
crescimento é negativo (tem um decrescimento).
Reconhecemos que um conjunto de dados tem crescimento exponencial se ao dividirmos o valor da variável
dependente pelo valor da variável dependente imediatamente anterior, , obtemos uma razão
aproximadamente constante. Essa constante é o valor de no modelo de crescimento exponencial.
Exemplo 6: (SVIERCOSKI, 2011, p.71). Em geral, se uma substância tem uma meiavida de unidades de tempo
(anos, horas, etc.), a quantidade da substância depois de unidades de tempo (a mesma de ), considerando
a quantidade inicial, é:
Solução:
Do enunciado, temos:
(massa inicial)
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(tempo para meiavida)
(massa final)
(tempo pedido no enunciado)
Substituindo esses valores em: teremos:
Usando as propriedades operatórias dos logaritmos, escrevemos:
Portanto, em aproximadamente 42 horas e 6 minutos a substância atingirá 1 g.
Na área ambiental há modelos logísticos de crescimento populacional que usam a exponenciação. Pesquise!!!
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funcao_exponencial_problema.flv
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2.16 Função Logarítmica
LogaritmoDecrescente.flv
Temos e .
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1) Está todo à direita do eixo
2) Intercepta o eixo das abscissas no ponto ;
4) É simétrico ao gráfico da função em relação à reta
As Figuras 2.61 e 2.62 abaixo mostram os dois tipos de gráfico que podemos ter para :
para
para
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Exemplo 1: Sabendose que a magnitude de um terremoto na escala Richter pode ser expressa pela
função , na qual representa a energia liberada em quilowattshora, pelo
terremoto, determine a magnitude de um terremoto que liberar kwh de energia. (SOUZA, 2010)
Solução:
A magnitude do terremoto pode ser obtida substituindose na função dada
Portanto, o terremoto atingiu 8 pontos na escala Richter.
Solução:
Primeiramente devemos verificar o domínio desta função, ou seja, a condição de existência do logaritmo
Portanto, o domínio de será dado por .
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Agora, resolvemos .
Pela iguadade de logaritmo, podemos escrever
eliminando os logaritmos,
cujas raízes são e .
Como ambos os valores pertencem ao domínio de calculado acima, concluímos que os possíveis valores de
para que são e .
Exemplo 3: Dada a função , determine:
a) O domínio da função ;
b) o esboço do gráfico.
Solução:
a) Por definição, um logaritmando deve ser sempre positivo. Assim, devemos ter: .
Logo, .
b) Para esboçarmos o gráfico da função, montamos uma tabela na qual atribuímos valores a que
estejam no domínio da função, dando especial atenção àqueles que estão nas proximidades do zero,
por causa do domínio. Analisando tais pontos, podemos inferir melhor o comportamento da função nas
proximidades do zero.
(* Lembrese que esses valores são escolhidos por você, estudante!)
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Agora, basta representar os pontos tabelados no plano cartesiano e traçar uma curva que passe por
eles. A representação gráfica de está na Figura 2.62:
Figura 2.62: Representação Gráfica da função
Nem sempre as funções logarítmicas ficam à direita do eixo , no plano cartesiano. Isso depende de
quem seja o logaritmando, porque é ele quem determina o domínio da função, quando a base é dada.
Veja o exemplo 4.
Exemplo 4: Dada a função , determine:
a) O domínio da função ;
b) o esboço do gráfico.
Solução:
a) Devemos ter: logaritmando . Aqui, o logaritmando é dado por . Assim,
Logo,
b) Para esboçar o gráfico,vamos usar o mesmo procedimento do exemplo 3, mas agora, dando
especial atenção aos valores maiores que que estão próximos de .
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Observação: quando for escolher os valores para atribuir a pense em números tais que sejam
potências de , para facilitar o cálculo do logaritmo.
A Figura 2.63 mostra a representação gráfica dessa função .
Figura 2.63: Representação gráfica da função
graficodafuncaologaritmica.flv
Exemplo 5 (UFSCarSP): A altura média do tronco de certa espécie de árvore, que se destina à
produção de madeira, evolui, desde que é plantada, segundo o seguinte modelo matemático:
a) 9 b) 8 c) 5 d) 4 e) 2
Solução:
O enunciado nos informa que e a altura está relacionada com o tempo segundo a
expressão:
Substituindo temos:
Aplicando a definição de logaritmo, temos:
logo, .
Ou seja, transcorreram 8 anos desde o momento da plantação.
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2.17 Funções Trigonométricas
IntrodTrigonometricas%20.flv
Para o estudo das funções trigonométricas, vamos relembrar o conceito de Ciclo Trigonométrico.
Definição: Chamamos de Ciclo Trigonométrico toda circunferência orientada, em que:
o centro é a origem do plano cartesiano;
o raio é unitário, ou seja, ;
o sentido positivo é o antihorário (sentido contrário ao movimento dos ponteiros do relógio);
O ponto é a origem do ciclo trigonométrico.
Os eixos cartesianos dividem o ciclo trigonométrico em quatro quadrantes. Dizemos que um arco ,
de medida , com , pertence a um dos quadrantes se a extremidade P do arco estiver em
um dos quadrantes. Isto é:
1º Quadrante se e somente se
2º Quadrante se e somente se
3º Quadrante se e somente se
4º Quadrante se e somente se
Função Seno
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Figura 2.64: Seno no círculo trigonométrico
Figura 2.65: Senóide
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Para traçar o esboço do gráfico de montamos uma tabela usando os valores limites dos
quadrantes do ciclo trigonométrico: . Esses valores são suficientes porque nos permite
conhecer o comportamento da função em uma volta completa no ciclo trigonométrico. Vamos à tabela que nos
auxiliará no esboço do gráfico da função .
Figura 2.66: Gráfico da função
Note que o comportamento da função no intervalo se repete ao longo do eixo horizontal (verifique isso
você mesmo! Use o GeoGebra (basta digitar na linha de comando e teclar enter). Por isso, dizemos
que a função seno de , , tem período radianos. .
Note, ainda, que para a função , oscila entre os números e , incluindoos. Isso nos
dá o conjunto imagem: .
De um modo geral, o período da função é dado por
Período: radianos
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Esse procedimento vale sempre que quisermos esboçar o gráfico de uma função seno de . Agora, se o arco não
for apenas , precisamos alterar um pouco esse processo. É isso que mostraremos no exemplo 1, a seguir:
Exemplo 1: Dada a função . Determine:
a) o esboço do gráfico;
b) o conjunto imagem;
c) o período de .
Solução:
Nessa função, o arco é . Nesse caso, alteramos um pouco o procedimento anterior, para facilitar a obtenção
dos pontos a serem representados no plano cartesiano. Para elaborar a tabela sem muita dificuldade, em vez de
atribuirmos valores a , podemos atribuir os valores fundamentais (aqueles que separam os quadrantes:
) ao arco e, a partir deles, calcular os correspondentes valores de e de . Com isso,
analisamos a função dada em uma volta completa. Veja:
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Figura 2.67: Gráfico da função
Para essa função:
Obs.: os valores de são obtidos resolvendo a equação expressão do arco = valor dado
Exemplo: para , temos: . E assim sucessivamente...
Exemplo 2: Dada a função , determine:
a) o esboço do gráfico;
b) o período de ;
c) o conjunto imagem de .
Solução:
Vamos montar a tabela auxiliar usando o mesmo procedimento descrito no exemplo 1.
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Figura 2.68. Gráfico da função
Na Figura 2.68, a parte em vermelho corresponde aos valores tabelados. Note que esse trecho do gráfico repetese
indefinidamente, o que o torna um período do gráfico. Para calcular sua extensão, fazemos:
Para determinar o conjunto imagem, note que os valores representados no gráfico estão sempre entre 2 e 4. Logo,
.
É importante conseguirmos determinar o período e a imagem de uma função trigonométrica sem precisarmos
traçar o gráfico. Tente entender o papel de cada coeficiente, a partir da análise de alguns gráficos.
Dica: Monte uma função no GeoGebra de modo que você consiga variar os coeficientes sem precisar reescrever a
função toda. Para isso, faça o seguinte:
abra um arquivo novo no GeoGebra (se não tiver o programa, instaleo em seu computador. Está disponível na
internet);
na linha de comando escreva " "(sem as aspas). Tecle "enter". Na janela de álgebra vai aparecer essa
expressão " ". Se a bolinha ao lado do " " estiver branca, clique nela. Aparecerá uma linha na janela de
visualização. Clique em " " com o botão direito. Escolha "propriedades">"Controle Deslizante". Atribua
valores mínimos e máximos para " ". Exemplo:
insira as demais incógnitas usando o mesmo procedimento: " ", " ". Estabeleça valores mínimos e
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máximos para cada uma dessas constantes;
insira a função. Na linha de comando digite: y=a+b*sen(kx+ ). Tecle enter.
agora, clique nas bolinhas na janela de visualização para perceber as modificações no gráfico.
Exemplo 3: Sabemos que as marés são variações periódicas que podem ser modeladas de acordo com a função
em que o coeficiente determina a variação máxima em relação ao nível médio do
mar. De modo geral, a água se espalha por uma grande área e sobe/desce apenas alguns centímetros, porém
existem algumas regiões, como a baía de Fun
dy, no Canadá, em que a diferença entre a maré alta e a maré baixa chega a 18 m na lua cheia.
Considerando a baía de Fundy no período da lua cheia determine a função que relaciona a altura da maré, em
metros, em função do tempo , em horas e a altura máxima atingida pela maré. (SOUZA, 2010)
Solução:
Se na baía de Fundy, a diferença entre a maré alta e a baixa é de 18 m, então a variação máxima em relação ao
nível médio do mar é , ou seja, a função é dada por .
Exemplo 4: Determine as raízes da função
Solução:
Devemos encontrar os valores de para os quais
Utilizando a seguinte fórmula de transformação em produto
obtemos
Desta forma, para temos duas possibilidades:
Exemplo 5: As funções trigonométricas também são estudadas em Física. O estudo de corrente alternada é um
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exemplo. Observe o gráfico U x t abaixo (Figura 2.69), em que é a diferença de potencial. (XAVIER e
BARRETO, 2008, p.300).
Figura 2.69: Gráfico U x t
a) Qual o valor de quando ?
b) Em que instante a diferença de potencial atinge o valor máximo?
c) o meio ciclo corresponde à inversão de polaridade. Em que instante isso acontece e qual o valor de ?
d) Em que instante a diferença de potencial atinge o valor mínimo?
e) Quando o ciclo se completa ocorre a inversão de polaridade e se repete outro ciclo. Em que instante isto ocorre
e qual o valor de ?
Solução:
a) Para , .
b) O valor máximo de é atingido quando .
c)
d)
e)
Função cosseno
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Figura 2.70: Cosseno no círculo trigonométrico
Figura 2.71: Cossenoide
Para traçar o gráfico da função usamos os mesmos procedimentos descritos para a função
.
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Exemplo 1: Dada a função , determine:
a) o esboço do gráfico;
b) o período da função ;
c) o conjunto imagem de .
Solução:
a) para o esboço do gráfico, montamos a tabela auxiliar, usando os arcos padrões, como segue:
Agora, basta marcar os pontos no plano cartesiano. A linha em vermelho representa a parte do gráfico referente à
tabela. Porém, é importante lembrar que, como o domínio da função é o conjunto dos números reais, e a tabela
contempla pontos da função dentro de uma volta no círculo, o gráfico não pode se restringir apenas ao trecho em
vermelho. O gráfico dessa função está na Figura 2.72.
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Figura 2.72: Gráfico da função
b) Para determinar o período da função, observamos a quantidade de radianos necessária para que a função dê uma
volta completa. No gráfico, isso está representado pelo comprimento horizontal do trecho em vermelho, isto é:
Período= .
c) Note que o gráfico da função está completamente inserido na faixa de amplitude vertical de [0,2]. Logo,
.
Exemplo 2: Ao longo do ano, dias e noites podem ter duração maior ou menor do que12 horas. A duração do dia
em Vitória (ES), por exemplo, pode ser descrita por uma função do tipo trigonométrica:
, em que expressa a quantidade de horas de duração do dia, em
função do número de dias passados de 21 de dezembro de 2008. Qual a duração do dia em 19/10/2008? (SOUZA,
2010)
Solução:
A data 19/10/2008 corresponde a 63 dias anteriores a 21/12/2008, então, devemos substituir na
função , assim
Utilize uma calculadora para efetuar os cálculos do cosseno!
Exemplo 3: Determine os valores de para os quais é definida a função
.
Solução:
Pela definição de logaritmo, temos duas condições a verificar:
1ª condição: pois, por definição, a base de um logaritmo deve ser positivo e diferente de 1, e
senx é limitado superiormente por 1.
2ª condição: , pois o logaritmando deve ser sempre positivo.
Para a 1ª condição: Para devemos ter .
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Para a 2ª condição:Quanto a , utilizando as fórmulas de arco duplo, obtemos
Assim, a inequação referente à 2ª condição tornase:
Que podemos reescrever da forma
Para que este produto seja positivo (maior que zero, como exige a inequação), devemos ter
• e , o que seria impossível, pois acarretaria
ou
• e , o que implicaria e , resultando,
portanto, em
o que seria impossível, pois acarretaria
Ou devemos ter
Das duas condições analisadas,
Como o domínio da função deve atender todas as restrições, fazendo a interseção dessas soluções parciais,
concluímos que
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Função Tangente
Figura 2.73: Tangente no círculo trigonométrico
Definimos a função tangente como a função de em que a cada faz
corresponder o número real .
O domínio da função tangente é e o conjunto imagem é o conjunto .
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O gráfico da função , é mostrado na Figura 2.74:
Figura 2.74: Gráfico da tangente
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Exemplo 1: Uma função é dita periódica se existir um número real , tal que
qualquer que seja o valor de pertencente ao domínio de . Ao menor número real positivo que verifica esta
propriedade chamamos período da função, em outras palavras, as funções periódicas repetem a curva do seu
gráfico em intervalos de amplitude igual à do seu período.
Determine o domínio e o período da função .
Solução:
Para facilitar os cálculos, chamaremos
ou seja
Observando o gráfico da função tangente, visto anteriormente, para descrever um período completo
devemos ter , ou seja, o período da função é . Da mesma forma,
para a função temos
Então,
Exemplo 2: Dada a função , determine:
a) o domínio da função;
b) o esboço do gráfico;
c) o período da função.
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Solução:
a) Para encontrar o domínio da função, usamos a restrição de que o arco não pode estar no mesmo lugar
geométrico dos arcos côngruos a e . Genericamente, devemos ter:
Expressão para o arco
Então,
Logo,
Observe que as duas representações para na verdade remetem à mesma. Atribua valores diferentes para e
observe que os pontos fora do domínio são os mesmos.
Para que serve o domínio mesmo?
b) O domínio serve para descobrirmos pontos que não possuem imagem pela função em análise. Para esse caso,
como os pontos de abscissas da forma não estão no domínio, na construção da tabela
temos que pensar em valores suficientemente próximos desses valores de . Para entendermos um pouco melhor,
vamos construir uma tabela auxiliar, mas usando os arcos em graus. Como os arcos côngruos a 90º e 270º não
pertencem a , vamos analisar o comportamento da função perto desses valores.
Comecemos verificando o comportamento de perto de 90º. Observe a tabela:
Observe que, à medida que o valor do arco se aproxima de 90º, através de valores menores que 90º, os valores para
aumentam indefinidamente. Nesse caso, dizemos que quando o arco se aproxima de 90°, através de valores
menores que 90°, a função tende ao infinito. Por outro lado, observe que quando valores para o arco se aproximam
de 90°, através de valores maiores que 90°, diminui indefinidamente. Nesse caso, dizemos que tende ao
menos infinito, quando o arco se aproxima de 90° através de valores maiores que 90°. Voltaremos a essa noção
com o estudo da teoria de Limites.
Investigue você mesmo o comportamento da função tangente para valores próximos de .
Você já deve ter percebido que para a função tangente não teremos pontos a serem marcados no plano cartesiano
da mesma forma que tínhamos para as funções seno e cosseno. Mesmo assim, podemos ter uma boa ideia do
gráfico a partir das análises anteriormente descritas. Na tabela seguinte , com representa um arco
próximo de 90°, mas menor que 90°, enquanto 90° representa um arco próximo de 90°, mas maior que 90°.
Veja:
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Figura 2.75: Gráfico da função
Desafio: Investigue a função tangente com o apoio do Software GeoGebra!
Figura 2.76: Lugar Geométrico da tangente no plano cartesiano
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A mesma ideia usada para o gráfico da função tangente, deve ser usada para a função
cotangente, .
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2.18 Função Cotangente
Seja um número real. A Figura 2.77 representa a do ângulo em relação ao sistema :
Figura 2.77: Cotangente no círculo trigonométrico
Definimos a função cotangente de como a função de em que a cada faz
corresponder o número real .
O domínio da função cotangente é e o conjunto imagem é o conjunto .
O gráfico da função , é mostrado na Figura 2.78:
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Figura 2.78: Gráfico da cotangente de
O gráfico da Figura 2.78 pode ser elaborado usandose os mesmos procedimentos descritos no Exemplo 2 da
seção anterior, analisandose com maior cuidado os pontos próximos dos arcos cuja cotangente não existe, isto é,
para esboçar o gráfico devemos olhar mais atentamente para a vizinhança dos pontos da forma .
Função cossecante
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Figura 2.79: Cossecante no círculo trigonométrico
Definimos a função cossecante como a função de em que a cada faz
corresponder o número real .
O gráfico da função , é mostrado na Figura 2.80:
Figura 2.80: Gráfico da função:
Na Figura 2.80, note, por exemplo, que para valores próximos de , mas à direita do zero (isto é, valores
que são maiores que zero), quanto mais próximo de zero o estiver, a imagem de , , assume um valor
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Exemplo 1: Faça o gráfico e dê o domínio da função .
Solução: Inicialmente, lembremos que . Logo, a função não está definida para valores
de tais que . Assim, para determinar o domínio da função, devemos impor a condição de que o
arco da função cossecante (nesse exemplo, o arco é ) deve ser diferente dos valores tais que
. Em símbolos,
Como é uma constante, chamemos .
Daí, podemos escrever que
Logo,
Para o gráfico, usamos a mesma ideia para apresentada para o gráfico da função tangente, mas agora para os arcos
côngruos a e , pois esses são os arcos de 1 volta para os quais o valor do seno é zero.
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Vamos lá:
Na Figura 2.81 apresentamos o gráfico da função
Figura 2.81: Gráfico da função
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Função Secante
Figura 2. 82: Secante no círculo trigonométrico
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O gráfico da função , é mostrado na Figura 2.83:
Figura 2.83: Gráfico da secante de .
Para esboçar o gráfico ou determinar o domínio da função secante, basta proceder de modo análogo ao que foi
feito para a função cossecante. O único detalhe é que, para determinar o domínio, devemos impor a restrição:
expressão do arco .
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2.19 Função Inversa
Outro tipo importante de operação que podemos fazer com funções é o cálculo da função inversa,
porém, nem todas as funções admitem inversa! Vejamos a definição:
Figura 2.84: Função composta
InversaSimples.flv
InversaComGrafico.flv
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funcaoinversa.flv
Vejamos os exemplos abaixo:
Exemplo 1: Calcule a inversa da função .
Solução:
Como já estudamos, podemos reescrever a função da seguinte forma
Então, “trocamos a variável por e a variável por na função , ou seja
Depois, isolamos a variável na equação
Portanto, .
Vejamos agora a simetria dos gráficos de e em relação à função identidade.
Figura 2.85: e sua inversa
Exemplo 2: Calcule a inversa da função .
Solução:
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Depois isolamos a variável
Portanto, .
Graficamente, obtemos
Figura 2.86: e sua inversa
Exemplo 3: Obtenha, se existir, a inversa da função
Solução:
Temos e , assim e para a inversa,
deveríamos ter .
Supondo que a inversa exista, calculamos
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Figura 2.87: e sua inversa
Uma opção para funções deste tipo é restringirmos o seu domínio, de forma que a função inversa
exista.
Vejamos, se esboçarmos apenas ou apenas , então e seriam
funções.
Logo, se restringirmos o domínio da função para
obtemos a inversa
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Figura 2.88: e sua inversa
Figura 2.89: e sua inversa
Exemplo 4: Estudando a viabilidade de uma campanha de vacinação, os técnicos da Secretária da
Saúde de um município verificaram que o custo da vacinação de por cento da população local era de,
aproximadamente, milhares de reais. Obtenha uma expressão que forneça a
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porcentagem da população vacinada em função do valor gasto pela Secretaria da Saúde.
Solução:
Neste problema temos em função de , queremos inverter esta relação, logo, precisamos encontrar
em função de . Para isso, usamos o conceito de função inversa visto anteriormente, obtendo:
Portanto, a função fornece a porcentagem da população vacinada.
A função não é bijetora, porém, ao restringir o domínio da função seno para o intervalo
ela se torna bijetora. Essa restrição é chamada de restrição principal e é a seguinte:
Portanto, com essa restrição, a função seno admite inversa.
Figura 2.90: Gráfico do arcoseno
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Na Figura 2.91 a seguir podemos ver os gráficos da função arcoseno e sua inversa:
Figura 2.91: Gráfico do seno e do arcoseno
A restrição principal do cosseno é a função:
que é bijetora. Logo, com essa restrição, a função cosseno admite inversa.
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Figura 2.92: Gráfico do Arcocosseno
Na figura a seguir podemos ver os gráficos da função arcocosseno e sua inversa:
Figura 2.93: Gráficos do cosseno e do arcocosseno.
Exemplo 1: De acordo com o Exemplo 2 da seção 2.18.2, quanto tempo após o dia o 21 de dezembro
de 2008 houve um dia com duração de 12,84 horas em Vitória (ES)?
Solução:
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Utilizando a função inversa Arcocosseno
Note que trocamos por para converter o ângulo para graus e utilizamos uma calculadora para
calcular o arcocosseno!
Portanto, 56 dias após 21/12/2008, em 15/02/2009, a duração do dia foi de 12,84h.
A função inversa da tangente é chamada arcotangente, e denotada por onde
.
Assim definimos
Figura 2.94: Gráfico da arcotangente
Na figura a seguir podemos ver os gráficos da função arcotangente e sua inversa:
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Figura 2.95: Gráficos da tangente e da arcotangente
Da mesma forma, podemos definir as demais funções trigonométricas inversas:
onde e
Figura 2.96: Gráfico da função
onde e
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Figura 2.97: Gráfico da arcosecante de
onde e
Figura 2.98: Gráfico da arcotangente
As funções trigonométricas inversas são usadas quando queremos descobrir um ângulo a partir do
valor da tangente desse ângulo, ou do cosseno do ângulo. Situações desse tipo são bastante
requeridas na Álgebra Linear. Por exemplo:
Exemplo 1: (STEINBRUCH, 1987, p.12) Calcular o ângulo entre os vetores e
.
Solução:
o ângulo entre os dois vetores é dado por:
onde
é o produto escalar dos vetores e .
é o módulo do vetor
é o módulo do vetor
Então:
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2.20 Funções Hiperbólicas
As funções hiperbólicas são semelhantes às funções trigonométricas, porém, enquanto os gráficos das
funções trigonométricas têm relação com a elipse, os gráficos das funções hiperbólicas têm relação
com a hipérbole.
Entre outras aplicações, as funções hiperbólicas surgem em movimentos vibratórios, dentro de sólidos
elásticos, e mais genericamente, em muitos problemas nos quais a energia mecânica é gradualmente
absorvida pelo meio ambiente. Este tipo de função aparece frequentemente na solução de equações
diferenciais, em problemas onde é necessário encontrar a posição de equilíbrio entre dois corpos, por
exemplo.
Definimos a função seno hiperbólico como a função de em que a cada faz
corresponder o número real .
O domínio da função seno hiperbólico é e o conjunto imagem é também .
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Figura 2.99: Gráfico do seno hiperbólico
Definimos a função cosseno hiperbólico como a função de em que a cada faz
corresponder o número real .
O domínio da função cosseno hiperbólico é e o conjunto imagem é o intervalo
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Figura 2.100: Gráfico do cosseno hiperbólico
Exemplo 1: Um cabo de telefone é pendurado entre dois postes separados a 20 m, na forma de um
tipo de curva chamada catenária, de equação dada por , onde e são
medidos em metros. Calcule a altura do cabo no ponto central entre os dois postes.
Solução:
O ponto central entre os dois postes está localizado em metros, substituindo este valor
na função cosseno hiperbólico obtemos
Definimos a função tangente hiperbólica como a função de em que a cada faz
corresponder o número real .
O domínio da função tangente hiperbólica é e o conjunto imagem é o intervalo .
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Figura 2.101: Gráfico da tangente hiperbólica
A partir das funções hiperbólicas definidas acima, podemos definir as demais funções hiperbólicas:
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