1. INTRODUÇÃO
Na maioria dos casos, a probabilidade de ruína e o fator de segurança não podem ser
tratados de forma independente, uma vez que são apenas formas diferentes de prover margem de
segurança adequada para a obra.
A meta do curso é relembrar conceitos que se referem ao fator de segurança e sua íntima
relação com a probabilidade de ruína decorrente da variabilidade decorrente da aleatoriedade: a) dos
procedimentos de projeto e execução, b) das cargas atuantes na construção e, c) do comportamento
reológico dos materiais que constituem o sistema no qual o estaqueamento se insere.
A variabilidade das condições geotécnicas do maciço de solos e rochas é a fonte primordial
de variabilidade da solicitação e da resistência de um estaqueamento. De fato, o mecanismo de
interação solo-estrutura condiciona os esforços solicitantes e as resistências de cada elemento
estrutural da fundação.
A variável independente, que comanda o comportamento da fundação, é a geometria da
superfície definida pela profundidade alcançada pelas bases dos elementos estruturais de fundação
dentro do maciço geotécnico. O objeto de estudo de segurança e confiabilidade é, para fins de
projeto e execução, a superfície resistente da obra.
Por sua dependência com os efeitos de execução, a atividade de projeto de um determinado
tipo de estaca não pode ser dissociada da atividade de sua execução: a variabilidade introduzida por
diversos e diferentes detalhes de procedimentos executivos influenciam diretamente os coeficientes
de variação da resistência de um estaqueamento.
4. CONCLUSÕES
Conclui-se que, na análise de segurança e confiabilidade da fundação de uma obra o
projeto e a execução não podem tratados de forma independente, pois, os efeitos dos procedimentos
adotados nas duas fases da obra são interdependentes e comandam o comportamento desejado.
A relação entre o fator de segurança e a probabilidade de ruína depende da margem de
segurança, distância que separa o ponto de máxima densidade de probabilidade da resistência e da
solicitação. As variáveis independentes, que comandam esta relação, são os coeficiente de variação
vR de resistência e vS de solicitação.
Como os valores característicos são dependentes de vR e vS deve-se ainda questionar a
adoção de valores característicos como parâmetros básicos no dimensionamento de projeto.
5. REFERÊNCIAS
ABEF – Associação Brasileira de Empresas de Engenharia de Fundações e Geotecnia. Manual de
especificações de produtos e procedimentos ABEF, 2ª Edição, São Paulo/SP, 1999, 282p.
HACHICH, W.; FALCONI, F.F.; SAES, J.L.; FROTA, R.G.Q.; CARVALHO, C. S. & NIYAMA,
S. (1996). Fundações: Teoria e Prática. Editora PINI, 751p.
AS/NZS 4360 (1999). Australian Standard® - Risk Management.
CZ/02/B/F/PP-134007 (2005). Guide to the basis of structural reliability and risk engineering
related to Eurocodes supplemented by practical examples. Leonardo da Vinci Pilot Project.
Implementation of Eurodes, Handbook 2 – Reliability Backgrounds. Prague 10.2005.