1
- Determinação da corrente de descarga nominal;
- Determinação da capacidade de absorção de energia para sobretensões de
origens atmosféricas e de manobra;
- Características de proteção para sobretensões de origens atmosféricas e
de manobra;
- Condições de serviço (ambientais);
- Requerimentos de corrente suportável de falta;
2
Para sistemas com tensões máximas de operação até 242 kV geralmente as faltas
que ocorrem nos sistemas são as responsáveis pelas máximas amplitudes das
sobretensões temporárias. No entanto, fenômenos de ferroressonância podem ser
críticos em várias situações, e devem ser levados em consideração para a correta
seleção dos pára-raios aplicados em redes de distribuição /3/.
TOVSIST. = K ⋅ U max
3⋅ Z0
Z1
K = 0,5 ⋅ ± j⋅ 3
2 + Z 0
Z1
3
Para sistemas com neutro efetivamente aterrado (0 ≤ X0 / X1 ≤ 3 e 0 ≤ R0 / X1 ≤ 1)
o fator de aterramento é inferior a 1,4, ou seja, as sobretensões temporárias
atingem no máximo 80% da tensão fase-fase do sistema. A tensão nas fases sãs
será:
TOVSIST. ≤ 1,4 . Umax.
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O exemplo abaixo apresenta os procedimentos para a seleção da tensão nominal
dos pára-raios de ZnO sem centelhadores:
1.30
Relação TOV / Vn Un
1.20
1.10
1.00
0.90
0.80
1 10 100 1000
Tempo (segundos)
5
Para as condições acima devemos selecionar um pára-raios com tensão
nominal de 15 kV com MCOV de 12,75 kV.
IMAX =
(2 ⋅ E 0 − Vr )
Z0
6
- Descargas atmosféricas diretas sobre os condutores fase das redes de
distribuição; ou descargas próximas às redes de distribuição, resultando em
sobretensões induzidas al longo das redes.
2 ⋅ U CFO U pl ⋅ Td
E PR = 2 ⋅ U CFO − N ⋅ U pl ⋅ 1 + ln
U pl ⋅ Z
0
7
Existem registros de falhas decorrentes da incapacidade dos pára-raios de
suportarem elevadas energias associadas às descargas atmosféricas. Pára-raios
instalados em redes rurais ou redes de distribuição urbanas não protegidas por
“blindagens naturais”, podem ser solicitados por descargas atmosféricas diretas.
8
Para os pára-raios de ZnO poliméricos, a norma IEC 60099-4/01 /6/ estabelece os
níveis eficazes de corrente presumíveis de falta de 5 kA e 10 kA para os pára-
raios com corrente de descarga nominal de 5 kA; e valores de
10 kA, 16 kA ou 20 kA, para os pára-raios com corrente de descarga nominal de
10 kA classe 1 de DLT. Para todas as correntes acima, o tempo mínimo de ensaio
deverá ser de 0,2 s.
O ensaio de baixa corrente com valor eficaz de (600 ± 200) A também deverá ser
realizado para todos os tipos de pára-raios. A duração mínima é de 1 segundo.
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Tabela 2 – Níveis máximos de proteção de pára-raios sem centelhadores
Valores sugeridos pela norma IEC 60.099-4 / 2001
30 a 132 2,6 a 3,7.Ur 2,6 a 3,1.Ur 2,3 a 3,3.Ur 2,3 a 2,8.Ur 2,0 a 2,6.Ur 2,0 a 2,3.Ur
144 a 342 2,6 a 3,7.Ur 2,6 a 3,1.Ur 2,3 a 3,3.Ur 2,3 a 2,8.Ur 2,0 a 2,6.Ur 2,0 a 2,3.Ur
360 a 756 2,6 a 3,1.Ur 2,6 a 3,1.Ur 2,3 a 2,8.Ur 2,3 a 2,8.Ur 2,0 a 2,3.Ur 2,0 a 2,3.Ur
Pode-se dizer que praticamente todos os pára-raios de ZnO, sejam com invólucro
polimérico ou de porcelana, apresentam seus níveis de proteção dentro da faixa
de valores máximos sugerida pela IEC 60099.4/01. Estes níveis garantem, via de
regra, uma proteção adequada aos equipamentos protegidos tomando-se os
cuidados necessários com os efeitos dos cabos de conexão entre os pára-raios e
os equipamentos protegidos, principalmente em regiões onde há a possibilidade
da incidência de correntes de elevadas amplitudes e/ou elevadas taxas de
crescimento.
10
• Seleção ou determinação da suportabilidade da isolação;
• Avaliação da coordenação do isolamento;
11
Tabela 3 - Níveis de isolamento normalizados para sistemas de 15 kV
12
Neste arranjo, os pára-raios são geralmente instalados em paralelo com o
conjunto chave fusível – transformador, existindo um comprimento de cabo devido
às conexões entre os terminais de alta tensão do pára-raios e do transformador.
A experiência tem mostrado que, para uma dada amplitude de corrente e taxa de
crescimento, quanto mais próximo do conjunto incidir a descarga, maior será esse
efeito sobre os terminais dos transformadores.
13
Ainda existem instalados nas redes de distribuição primárias pára-raios de SiC de
projeto antigo, que apresentam níveis de proteção bem superiores aos níveis
atualmente utilizados. Neste caso, o efeito dos cabos de conexão pode se tornar
bastante crítico e tem de ser considerado.
Esse tipo de instalação torna-se confiável pelo fato do baixo risco de explosão dos
pára-raios poliméricos, em caso de sua falha.
14
Os pára-raios de distribuição são utilizados freqüentemente para proteção de um
único equipamento e devem, portanto, serem conectados o mais próximo possível
dos equipamentos protegidos, fato que reduz os efeitos da distância de
separação.
15
O nível de isolamento é determinado de forma a se obter uma margem suficiente
entre a máxima sobretensão esperada e a suportabilidade mínima da isolação.
Essa margem, definida como margem de proteção, determina um fator de
segurança que não deve ser inferior a um valor adequado, em função da
experiência das instalações existentes, e destina-se a cobrir as incertezas na
determinação das sobretensões, incluindo o efeito – distância ou desvios nas
características do isolamento dos equipamentos e do dispositivo de proteção que
resultem em falha do equipamento.
TSIACF
MP1 =
NPFO + ∆V
16
Para isolamento em óleo, em ar e sólidos de origem inorgânica a tensão
suportável de impulso atmosférico cortado na frente de um equipamento pode ser
considerada como sendo igual a 1,15 vezes a sua tensão suportável nominal de
impulso atmosférico. Para isolamento sólido de origem orgânica a tensão
suportável de impulso atmosférico cortado é considerada como sendo igual a
tensão suportável nominal de impulso atmosférico.
TSNIA
MP2 =
NPIA + ∆V
TSNIM
MP3 =
NPIM
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• Determinação da margem de proteção 1 (ondas de frente íngremes)
TSIACF
MP1 =
NPFO + ∆V (t )
TSIACF 109
MP1 = MP1 = MP1 = 1,22 = 22,5%
NPFO + ∆V (t ) 50 + 39
TSNIA
MP2 =
NPIA + ∆V(t )
TSNIA 95
MP2 = MP2 = MP2 = 1,56 = 56,8%
NPIA + ∆V(t ) 45,0 + 15,6
TSNIM
MP3 =
NPIM
TSNIM 78,9
MP3 = MP3 = MP3 = 2,00 = 100%
NPIM 39,0
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• Dos resultados obtidos no estudo simplificado, verifica-se que a utilização dos
pára-raios poliméricos avaliados, tensão nominal de 15 kV – corrente de
descarga nominal de 10 kA, garante uma proteção adequada aos
transformadores de distribuição, apesar de apresentar valores de tensão
residual para impulso atmosférico acima do valor estabelecido na ET da
COELCE, mesmo considerando a possibilidade de descargas com taxas de
crescimento da ordem de 10 kA / µs, para distâncias de conexão de 3 metros.
5. Referências bibliográficas:
19