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Seminário Maior Arquidiocesano de Brasília Nossa Senhora de Fátima


Teologia – 1º semestre
Sacramentologia – Prof. Pe. Hélio Cordeiro
Sem. Rafael Pinheiro Rodrigues
30 de maio de 2019

[NOTAS E RESUMO]

BÍBLIA E LITURGIA, R. DANIELOU


CAP. XIII – “AS FIGURAS DO NOVO TESTAMENTO”

PARTE I - Introdução

 Nos Evangelhos, as realidades da vida terrena de Cristo “se tornam figuras da vida
gloriosa da Igreja”, particularmente no que diz respeito à dimensão sacramental. Assim,
encontram-se nesses textos bíblicos diversas “ressonâncias batismais e eucarísticas”,
tais como a multiplicação dos pães e o sangue e água jorrando do lado aberto de Cristo
crucificado.
 As figuras sacramentais em questão “aparecem, em particular, no prolongamento
direto de episódios do Antigo Testamento: o maná e o rochedo do Horeb”. O esquema
simbólico do Evangelho de João é o seguinte: “a vida de Jesus projeta-se, de uma parte,
no plano de fundo do Êxodo e torna-se, por sua vez, a figura da vida sacramental da
Igreja”.
 Dois episódios de João são abordados neste capítulo para se explanar o simbolismo
sacramental: a piscina de Betesda (figura do batismo) e as núpcias de Caná (figura da
eucaristia).

PARTE II – Sobre o batismo (“piscina de Betesda” – Jo 5, 1-18)

 A tradição cristã antiga, expressão do Novo Testamento, viu no episódio da cura de


enfermo na piscina de Betesda uma figura do batismo (Tertuliano, Dídimo Ambrósio;
ritos batismais da Etiópia e do Egito; Capela Greca e Capela dos Sacramentos). Com
efeito, “pode-se, pois, considerar que esse sentido batismal remonte à comunidade
apostólica”.
 Comparação entre a realidade da piscina de Betesda ‘antes e depois de Cristo’, por assim
dizer: os milagres de cura “aconteciam para uma única pessoa, em um momento
preciso, por intermédio de um anjo”; em contraste, “o próprio Jesus é a salvação que
age em todos os tempos, sem intermediário, para qualquer pessoa”, Ele “é a realidade
da qual a cura feita pelo anjo era a figura”. Ademais, antes a cura era só do corpo,
enquanto a ação de Cristo é ligada ao perdão dos pecados.
 Assim, no tocante à característica simbólica encontrada no Evangelho de João, a saber,
uma realidade visível que sinaliza uma realidade invisível, a cura por Cristo é sinal “da
remissão dos pecados que é o objeto do próprio batismo” – há, aqui, um sentido
sacramental. Além disso, a piscina agitada pelo anjo remonta ao costume de se
realizarem os batismos cristãos em piscinas de água viva (em ambos os casos é
comunicada uma força às águas).
 Tertuliano: “essa figura da cura corporal profetizava a cura espiritual, segundo a lei que
quer que as coisas carnais precedam sempre, em figura, as espirituais”. O autor ainda
analisa peculiarmente a figura do anjo, dizendo que a sua função persiste tanto no
episódio da piscina de Betesda quanto no batismo cristão, isto é, um anjo é que
comunica a força purificadora às águas (precedendo a efusão do Espírito Santo, ligada à
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unção); essa ação contrasta com a dos demônios, os quais comunicam malefícios por
sua ação sobre as águas de piscinas termais e cisternas das casas. A esse respeito,
Orígenes já salientava que, no batismo, a alma, antes sob o poder de Satanás, é confiada
a um anjo presente no batismo como ministro invisível do sacramento. Por sua vez, Erik
Peterson argumenta que, sendo o batismo sacramental “uma antecipação do batismo
escatológico”, “a função do anjo nele é normal”.
 Dídimo: “lembrando um pouco mais do que já fizemos, todos estão de acordo em ver
uma figura do batismo nessa piscina de Jerusalém, cujo nome é Betesda. Trata-se de
uma figura, não da realidade. Com efeito, a imagem é para um tempo, a realidade é
eterna”.
 Santo Ambrósio: “Por que um anjo? É que o mesmo [Cristo] é o Anjo do grande altar. À
sua hora, porque ele estava reservado para a última hora, a fim de completar o dia que
terminava e parar o seu término. Todas as vezes que o anjo descia, a água era agitada.
Pode ser que tu digas: por que não acontece mais agora? Escuta o porquê. Os sinais são
para os incrédulos, a fé para os crentes”. Ambrósio também comenta, pautando-se na
fé na Encarnação, que o paralítico não podia descer, pois era-lhe necessária a fé no
Verbo Encarnado: “pois, de onde vem o batismo, senão da morte de Cristo?”. Ele, afinal,
insistia na “característica universal da salvação trazida por Cristo”.
 São João Crisóstomo: “mesmo que tu lances o universo inteiro dentro da piscina, a força
da graça não é diminuída, mas cura a todos; é a diferença entre o poder dos servidores
e a autoridade do mestre”.

PARTE III – Sobre a eucaristia (“núpcias de Caná” – Jo 2, 1-12)

 O episódio das núpcias de Caná se encontra no tema neotestamentário das núpcias


escatológicas. Para esclarecer a temática, tomam-se duas parábolas do Evangelho de
Mateus: os convidados ao banquete nupcial (Mt 22, 1-13) e as virgens sábias (Mt 25, 1-
13). Ambas possuem sentido escatológico e são aplicadas tradicionalmente (Padres da
Igreja) à iniciação cristã, já que, por um lado, elas possuem traços do batismo e da
eucaristia e, por outro lado, “os sacramentos são uma antecipação das núpcias
escatológicas”.
 Cirilo de Jerusalém (Protocatequese) lança mão da parábola do banquete e frisa a
necessidade de reta intenção e conversão séria para a recepção dos sacramentos
(disposições internas): “Assim nós, que somos os servidores de Cristo, nós te deixamos
entrar. Ora, é possível que tu tenhas entrado com uma alma imunda ela lama do pecado.
Despe, eu te peço, a veste que tens e reveste a túnica branca da pureza. Eu te advirto
antes que entre Jesus, o Esposo das almas, e que ele não veja tuas vestes. (...) Começai
por lavar vossas vestes pela penitência, a fim de que, admitimos nos aposentos do
Esposo, sejais encontrados puros”.
 Na parábola das virgens sábias, aplicada aos sacramentos, enfatizam-se “as disposições
necessárias para participar do banquete eucarístico”; liturgicamente, os novos
batizados iam do batistério à igreja, com velas acesas, esperando para participarem do
banquete eucarístico. Assim, segundo Cirilo, essa espera da iniciação batismal era uma
“antecipação da parusia e de um encontro da alma com Cristo, o esposo”.
 Gregório de Nazianzo: “a parada que farás, imediatamente após o batismo, diante do
assento episcopal (bêma), é a prefiguração da glória futura. (...) As lamparinas, que tu
acenderás, são o sacramento (misterión) do cortejo luminoso do alto, com o qual nós
iremos na frente do Esposo, almas virgens e luminosas, com as lâmpadas brilhantes da
fé. Não nos deixemos adormecer pela negligência, a fim de não deixar passar aquele que
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é esperado, (...) e não fiquemos sem (...) o medo de ser excluídos da câmara nupcial. Lá
não haverá lugar nem para a pessoa arrogante e negligente, nem para aquele que
estiver vestido com uma veste suja e não com as vestes nupciais”.
 “A propósito da refeição escatológica”, as refeições de Cristo “manifestavam que esta
já tinha se cumprido pela sua vinda à terra. (...) E, ao mesmo tempo, as refeições de
Cristo são figuras dos sacramentos”. Nesse sentido, as bodas de Caná, episódio análogo
ao da multiplicação dos pães, é o cumprimento do banquete nupcial escatológico.
 O episódio das bodas de Caná fazem alusão à Paixão de Cristo (“minha hora ainda não
chegou”, “três dias”, a transformação da água no vinho como figura do sangue
derramado na cruz, que aboliu as purificações legais judaicas). No vinho eucarístico, é
significada e operada a participação no banquete nupcial.
 Baseando-se em São Cipriano (“porque a graça espiritual faltava aos judeus, o vinho
também lhes faltava”), afirma-se que “as bodas de Caná figuram a união de Cristo com
a Igreja. Para ela as nações são convidadas”, como significa a substituição da água de
purificação judaica pelo vinho, símbolo da alegria messiânica, “e a refeição eucarística é
o sacramento da participação das nações nesse banquete espiritual”.
 O episódio em questão traz dois símbolos que dizem respeito à eucaristia: o vinho, sinal
visível do sacramento; e as núpcias, símbolo da união de Cristo com a Igreja na alma do
cristão através da eucaristia.
 Há uma interpretação antiga (Tertuliano; prece siríaca de bênção da água na vigília da
Epifania) que remete as bodas de Caná ao batismo, como figura, acentuando o
simbolismo da água.
 “A iniciação cristã apareceu como a celebração das bodas de Cristo com a Igreja”, como
pode-se observar na liturgia romana da festa da Epifania, a qual contempla o milagre
das bodas de Caná (cf. antífona do Benedictus).

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