2
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
outros fatores do clima organizacional que justificam a quali- 3. frieza (tratamento distante, sem envolvimento);
dade dos atendimentos.
Embora administrar o clima seja uma responsabilida- 4. desdém (atendente dirige-se ao usuário com tom de superi-
de da administração de recursos humanos, em cada setor oridade);
passa a ser de quem exerce o cargo de chefia, pois conhecer
o grau de satisfação, as expectativas e as necessidades da 5. robotismo (dúvidas ou informações respondidas de forma
equipe de trabalho constitui um importante papel gerencial, automática);
essencial para a melhoria do ambiente de trabalho e da quali-
dade dos atendimentos. 6. apego às normas (atendente dá a entender que a organiza-
ção é inflexível);
Comunicação correta por telefone Atividade 8: Reflita sobre a qualidade de seu próprio
atendimento telefônico. Avalie suas atitudes ao falar ao telefo-
Utilização do telefone (Texto 1) ne. Verifique os pontos positivos e os pontos negativos. Reflita
sobre como proceder para que a qualidade de seu atendimen-
to telefônico possa ser aprimorada.
Enfim, a arte de "atender bem o usuário em ligações telefôni-
cas” depende de um conjunto de regras que podem resultar
em atitude positiva na relação interpessoal e tornar o atendi-
mento harmonioso e interativo. Desde que se tenha interesse,
o bom atendimento pode ser aperfeiçoado por meio do apren-
dizado e da manutenção de lembretes sobre procedimentos,
como os que se seguem:
a) cuidar das relações interpessoais;
b) aprender a lidar com as emoções dos outros;
c) interessar-se pela encaminhamento da solicitação dos usu-
ários;
d) não criticar ou ironizar as diferenças;
e) ouvir os usuários com a máxima atenção;
f) demonstrar honestidade e transparência;
g) não perder a calma em nenhum momento;
h) agregar valor aos serviços (surpreender o usuário).
5
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
Como bem lembram Marques Leite e Ulhoa Cintra, no seu CERTIFICO E DOU FÉ QUE, usando a faculdade que me
Novo Manual de Estilo e Redação, "se se tratar de dotes, habi- confere a lei, e por assim me haver sido determinado, revendo
lidades, ou qualidades de alguma pessoa, o atestante deverá os assentamentos constantes deste Cartório, em especial o
cuidar de especificar com grande clareza os dados pessoais processo 00100225654, constatei, a folhas 250 dos autos,
do indivíduo em questão (nome completo, naturalidade, esta- CUSTAS PROCESSUAIS PENDENTES DE PAGAMENTO,
do civil, domicílio)". A recomendação é muito oportuna, pois em valor total de R$1.535,98, conforme cálculo realizado em
tais atestados impõem responsabilidade particularmente gran- 14/05/1997, as quais deverão ser pagas por JOAQUIM JOSÉ
de a quem os fornece. DA SILVA XAVIER, devidamente intimado para tanto em
São perfeitamente dispensáveis, no texto do atestado, ex- 22/07/1997, sem qualquer manifestação, de acordo com o
pressões como "nada sabendo em desabono de sua conduta", despacho exarado a folhas 320, a fim de lançamento como
"é pessoa de meu conhecimento", etc., já que só pode atestar Dívida Ativa.
quem conhece a pessoa e acredita na inexistência de algo Em 20/06/1998.
que a desabone. O Escrivão.
c) Local e data - cidade, dia, mês e ano da emissão do ato,
podendo-se, também, citar, preferentemente sob forma de si- CIRCULAR
gla, o nome do órgão onde a autoridade signatária do atestado
exerce suas funções. MODELOS
Assinatura - nome e cargo ou função da autoridade que
atesta. CIRCULAR Nº 55, DE 29 DE JUNHO DE 1973.
6
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
A declaração (atestado) deve ser fornecida por pessoa vidades em regime de tempo integral e dedicação exclusiva,
credenciada ou idónea que nele assume a responsabilidade conforme aplicação determinada pela Portaria nº 459, de 15
sobre uma situação ou a ocorrência de um fato. Portanto, é de julho de 1969.
uma comprovação escrita com caráter de documento. 3. Isso posto, de acordo com o preceituado no artigo 77 da
A declaração pode ser manuscrita em papel almaço sim- Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, nada obsta a que seja
ples (tamanho ofício) ou digitada/datilografada. Quanto ao as- atendida a solicitação, motivo por que remetemos, em anexo,
pecto formal, divide-se nas seguintes partes: os atos necessários à efetivação da medida.
À consideração de Vossa Senhoria.
Timbre - impresso como cabeçalho, contendo o nome DCCE, em 16 de outubro de 1973.
do órgão ou empresa. Atualmente a maioria das empresas
possui um impresso com logotipo. Nas declarações particula-
res usa-se papel sem timbre. Noé Esquivel,
Não se devem abreviar partes do nome da localidade que O SECRETÁRIO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso de
também não deve ser seguida da sigla do estado. suas atribuições, em aditamento à Ordem de Serviço nº 1-72,
de 10-1-72, desta Secretaria, determina que terão expediente
* O nome do mês não se grafa com letra maiúscula. externo também na parte da manhã, no horário das oito às
* Entre o milhar e a centena do ano não vai ponto nem es- onze horas, os seguintes órgãos do Tesouro do Estado, sedi-
paço. ados na Capital:
* Põe-se o ponto após o ano. a) Subordinados à Coordenadoria-Geral do ICM:
Divisão de Fiscalização da Grande Porto Alegre (DCP);
ERRADO - P.Alegre/RS, 18 de Junho de 1.985 Divisão de Fiscalização do Trânsito de Mercadorias (DIM);
CERTO - Porto Alegre, 18 de junho de 1985. Divisão do Recenseamento e Programação Fiscais (RP).
b) Subordinado à Inspetoria-Geral da Fazenda:
5 - Vocativo Exatoria Estadual de Porto Alegre.
Inicia a três espaços-padrão abaixo da data e a 2,5cm da Porto Alegre, 13 de janeiro de 1972.
margem esquerda. José H. M. de Campos, Secretário da Fazenda.
8
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
O MINISTRO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL,
usando de suas atribuições e
considerando o número insuficiente de Agentes de Inspe-
ção na Delegacia Regional do Trabalho no Estado do Mara- Fulano de Tal,
nhão;
considerando que a situação peculiar daquele Estado, em Chefe de Serviço.
relação às condições de produção e trabalho, exige, da parte
deste Ministério, providências especiais e imediatas; REQUERIMENTO
considerando, ainda, o que consta no Processo
nº..................... MTPS/319.974-70, I - CONCEITO
Senhor Diretor de Pessoal c) Quando a segunda sílaba iniciar por duas consoantes, es-
da Superintendência dos Transportes do Estado do RS: crevem-se as duas.
Exemplos:
FULANO DE TAL, funcionário público estadual, ocupante pess. (Pessoa)
do cargo de Auxiliar de Administração, lotado e em exercício nasc. (Nascimento)
no Gabinete de .Orçamento e Finanças, da Secretaria da Fa- secr. (Secretário)
zenda, matricula nº 110.287, no Tesouro do Estado, requer a
Vossa Senhoria que lhe seja expedida certidão de seu tempo d) Algumas palavras apresentam abreviatura por contraço, ou
de serviço nessa Superintendência, a fim de anexá-la ao seu seja, pela supresso de letras no meio da palavra.
processo de Iicença-prêmio, já em andamento na Secretaria Exemplos:
da Administração. bel. (bacharel)
cel. (coronel)
Espera deferimento. cia. (companhia)
dr. (doutor)
Porto Alegre, 14 de março de 1975. Ilmo. (Ilustríssimo)
ltda. (limitada)
depto. (departamento)
Fulano de Tal
e) Algumas palavras no seguem a regra geral para abreviatu-
Excelentíssimo Senhor Secretario da Administração do ra.
Governo do Estado do Rio Grande do Sul: Exemplos:
a.C. ou A.C. (antes de Cristo)
FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, com 26 anos, filho ap. ou apart. (apartamento)
de.................... e de................ natural, de Gramado, neste Es- btl. (batalho)
tado, residente e domiciliado nesta Capital, na Avenida João cx. (caixa)
Pessoa, 582 - ap. 209, requer a Vossa Excelência inscrição no D. ( digno, Dom, Dona)
Concurso Público para o Cargo de Oficial Administrativo a ser f. ou fl. ou fol. (folha)
realizado por essa Secretaria, conforme edita] divulgado no id. (idem)
Diário Oficial de 14 do corrente, para o que anexa os docu- i.é. (isto é)
mentos exigidos na citada publicação. p. ou pág. (página)
pg. (pago)
Nestes termos, pp. ou págs. (páginas)
pede deferimento. p.p. (próximo passado)
P.S. (pós-escrito)
Porto Alegre, 24 de maio de 1974. QG (Quartel General)
rem. ou remte. (remetente)
Fulano de Tal S.A. (Sociedade Anônima)
sv. (serviço)
ABREVIATURAS S.O.S. (Save Our Souls = Salvai nossas almas)
u.i. (uso interno)
A abreviatura é um recurso convencional da língua escrita que U.S.A. (United States of America = Estados Unidos)
consiste em representar de forma reduzida certas palavras ou
expressões. A regra geral para abreviatura das palavras é
simples. Basta escrever a primeira sílaba e a primeira letra da Sobre o uso de abreviaturas
segunda sílaba, seguidas de ponto abreviativo. A abreviatura deve ter metade ou menos da metade da pala-
vra original, caso contrário, é preferível escrever a palavra por
Veja os exemplos: extenso.
bras. (brasileiro) Deve-se evitar ao máximo o uso de abreviaturas em textos
num. (numeral) corridos, utilizando-as preferencialmente em quadros, tabelas,
listas, ou em documentos específicos, como dicionários, ma-
Observações: nuais técnicos e almanaques;
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
Antes de abreviar uma palavra, deve-se consultar dicionários adj. = adjetivo
e outras fontes de informação, a fim de verificar se já existem Adm.= administração
formas padronizadas; se isso não for possível, a palavra abre- adv., advoc. = advocacia
viada deve terminar em consoante e não em vogal. Aer. = aeronáutica
Ex.: agr., agric. = agricultura
ed. (edição) Al. = Alameda
mús. (música) alf. = alfabeto
Álg. = Álgebra
Deve-se evitar a utilização de abreviaturas que remetem a alm. = almirante
mais de uma palavra, ou a um grupo de palavras que têm a alt., altit.= altitude
mesma raiz, tal como bibl., raiz de bibliografia, bibliologia, bi- alv. = alvará
blioteconomia; nesse caso, deve-se abreviar de forma a não a.m. = ante meridiem (antes do meio-dia)
ocasionar dúvidas quanto ao significado.Ex.: a/m = ao mês
Bibliogr. (bibliografia) Anat. = anatomia
Bibliol. (bibliologia) Ap. = aparelho
Bibliotecon. (biblioteconomia) ap. ou apart. = apartamento
arc. = arcaico
Deve-se adicionar a letra s (sempre minúscula) para indicar o Arqueol. = arqueologia
plural nas abreviaturas que representam títulos ou formas de
tratamento e naquelas em que a concordância exigir. Ex.: Abreviaturas – B
drs. (doutores) B. = Beco
V. Exas. (Vossas Excelências) B.B. = Banco do Brasil
As TVs locais... Bact. = bacterologia
Deve-se evitar o uso de etc. no fim de uma enumeração de bel. = bacharel
itens, pois este não acrescenta outra informação senão a de Bel.-Art. = Belas-Artes
que está incompleta, recomendando-se, para tanto, o uso de Bibliogr. = bibliografia
entre outros e de e outros. Biogr. = biografia
Ex.: Biofís. = biofísica
Os ingredientes utilizados na preparação do bolo fo- Bioq. = bioquímica
ram: açúcar, farinha, fermento, ovos, leite, entre ou- B.po, Bpo. = bispo
tros. Bot. = botânica
bras = brasileiro
Nas abreviaturas de caráter internacional, não se utiliza o pon- Bras. = brasileirismo
ro
to abreviativo. brig. = brigadeiro
Ex.: btl = batalhão
h, kg, km, kw, l.
Abreviaturas – C
As abreviaturas dos nomes dos estados brasileiros são consti- °C = grau centesimal, centígrado ou Celsius
tuídas de duas letras, ambas maiúsculas e sem ponto. C.-alm. = contra-almirante
Ex.: c/ = com, cada, conta
BA (Bahia) c/c = conta-corrente, com cópia(s), combinado com
SC (Santa Catarina) cap. = capitão
cap.ten. = capitão-tenente
Abreviaturas e a pontuação cap., caps. = capítulo, capítulos
O ponto da abreviatura também serve para indicar o final do cc. = centímetro cúbico
período. Cel .= coronel
Ex.: cf. = confira ou confronte
"O professor respondeu a Pedro Marcolino Jr." (Não cfe., cfm., conf. = conforme
há a necessidade de repetir a pontuação.) C.G.S. = centímetro, grama, segundo
ch. = cheque
Abreviaturas e o dia-a-dia Cia. = companhia
Você já deve ter reparado nos jornais que possuem cadernos Ciên. = ciência
do tipo "Classificados", que o recurso da abreviatura é cons- circ. =circular
tantemente utilizado. Desta forma, o cliente economiza espaço círc.= círculo
e paga menos pelo seu anúncio. cit. = citação, citado(s)
cl. = classe(s), centilitro(s)
Lista das principais abreviaturas, em ordem alfabética Climat. = climatologia
cm = centímetro(s)
Abreviaturas – A cód. = código
a = are (s)
A. = autor Abreviaturas - D
a.a. = assinados(as), ao ano D. = Distrito
A.A. = autores D. = Digno, Dom, Dona
abr. = abril dag = decagrama(s)
abrev. = abreviatura dal = decalitro(s)
a.C. = antes de Cristo dam = decâmetro(s)
A.C. = anno Christi, no ano de Cristo, na Era Cristã d.C., D.C. = depois de Cristo
a/c, A/C = ao(s) cuidado(s) de DD. = Digníssimo
acad. = academia déb. = débito
A.D. = aguarda deferimento dec. = decreto
a.D. = anno Domini Demogr. = demografia
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
dep., deps. = departamento, departamentos h.c. = honoris causa, por honra, honorariamente.
Hip. = hipismo
Abreviaturas - E Hist. = história
E.C. = Era Crtisã Histol. = histologia
ed. = edição hl = hectolitro(s)
ed., edif. = edifício hz = hertz
E., EE. = editor, editores
ed., educ. = educação Abreviaturas - I
E.D. = espera deferimento ib. = ibidem (no mesmo lugar)
e. g. = exempli gratia, por exemplo id. = idem, o mesmo, do mesmo autor.
el. = elemento(s) i.e. = id est, isto é
ma
Eletr. = eletricidade il. = Ilustríssima
mo
Eletron. = eletrônica il. = Ilustríssimo
E.M. = em mão(s) Impr. = imprensa
Ema. = Eminência ind. = índice
e-mail = eletronic mail (correio eletrônico) inf. = inferior, infantaria
emb. = embaixador inf., inform. = informação
Embriol. = embriologia Ir. = Irmão, irmã
end. = endereço
eng. = engenheiro, engenharia Abreviaturas – J
Enol. = enologia J.C. = Jesus Cristo
Esc. = escola Jd = Jardim
Esp. = esporte Jr. = Júnior
Equit. = equitação jur. = jurídico
est. = estante(s); estabelecimento; estrada Just. = Justiça
Estat. = estatística
etc. = et cetera, e outras coisas, e os outros, e assim Abreviaturas – K
por diante °K = grau(s) Kelvin
ex. = exemplar(es), exemplo(s) kg = quilograma(s)
a
Ex. ou Exa. = Excelência kHz = quilohertz
mo
Ex. ou Exmo. = Excelentíssimo km = quilômetro(s)
2
km = quilômetro(s) quadrado(s)
Abreviaturas – F km/h = quilômetro(s) por hora
f. = feminino; forma kV = quilovolt(s)
Fac. = Faculdade kVA = quilovolt(s)-ampère(s)
Farmac. = farmacologia kW = quilowatts
fasc. = fascículo kWh = quilowatts-hora
FED = Federal Reserve (Banco Central dos EUA)
fem. = feminino Abreviaturas – L
ff., fl., fol., ff., fs., fols. = folha; folhas l = litro(s)
fg., fig. = figura l., liv., l°, lo. = livro
Filat. = filatelia lb. = libra, libra-peso
Filol. = filologia L., Lg. = Largo
Filos. Ou Fil. = filosofia L. = leste (ponto cardeal)
Fís. = física lat. = latitude, latim
Fisiol. = fisiologia lb. = libra(s)
fl. = folha; fls. = folhas lég., légs. = légua, léguas
Folcl. = folclore Legis. = legislação
Fot. = fotografia Lt.da, Ltda. = limitada (comercialmente)
Fr. = frei Lit. = liturgia
fs. = fac-símile Liter. = literatura
log. = logaritmo
Abreviaturas – G log., logar. = logaritmo
g = grama(s) Log. = lógica
G/P = ganhos e perdas long. = longitude
Gal. = Galeria
gal., gen. = general Abreviaturas – M
Genet. = genética m. = mês, meses
gên. = gênero(s) m = metro
2
Geom. = geometria m = metro(s) quadrado(s)
3
gír = gíria m = metro(s) cúbico(s)
GMT = Greenwich Meridian Time - hora do meridiano m ou min = minuto(s)
de Greenwich mA = milampère
Gramát. Ou Gram. = gramática maj. = major
gr. = grão (peso) mal. = marechal
GW = gigawatt Mar. = marítimo
Mat. = matemática
Abreviaturas – H Mec. = mecânica
h = hora(s), homens med. = medicina
ha = hectare(s) méd. = médico
hab. = habitante(s) méd.-vet. = médico-veterinário
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
mg = miligrama(s) Rdv. = Rodoviária
memo., memor. = memorando ref. = referência, referente
Met. ou Meteor. = meteorologia rel., relat. = relatório
Mús. = música Relg. ou Rel. = religião
mV = milivolts rem.te, Remte. = remetente
MW = megawatt res. = residência
Rep. = República
Abreviaturas - N Ret. = retórica
n. = nome, número(s) rev. = revista
N. = Norte Revmo. = reverendíssimo
N. da E. = nota da editora rg., reg. = registro
N. da R. = nota da redação/do redator Rod. = Rodovia
N. do A. = nota do autor rpm = rotação por minuto
N. do E. = nota do editor rps = rotação por segundo
Nacion. = nacionalidade r.s.v.p. ou RSVP = (do francês repondez síl vous plaît
Náut. = náutica )- responda por favor
N.E. = Nordeste Rtn. = Retorno
N.O. = Noroeste
N. S. = Nosso Senhor Abreviaturas – S
a
N.S. = Nossa Senhora s. = segundo (horário)
N.T. = Novo Testamento S. = São, Santo(a), Sul
num. = numeral, número S.A., S/A = Sociedade Anônima
nº = número S.A. = Sua Alteza; SS.AA. = Suas Altezas
s.d., s/d = sem data, sine die (sem dia marcado)
a
Abreviaturas – O S.Em . = Sua Eminência
as
O. ou W. = Oeste S.Em . = Suas Eminências
a
o/ = ordem S.Ex . = Sua Excelência
ob. = obra(s) S.Exas. = Suas Excelências
Obj. = objeto sarg. = sargento
obs. = observação sc., scs. = saco, sacos
Odont. = odontologia S.E. = Sudeste
of. = ofício, oficial sec., secr. = secretaria, secretário, secretária
Ópt. = óptica séc., sécs. = século, séculos
org., organiz. = organização seç. = seção
oz = onça(s) peso(s) seg., segs., ss. = seguinte, seguintes
sem. semana(s), semelhante(s), semestre(s)
Abreviaturas - P sem., semin. = seminário
p., p/ = para, por, próximo (comercialmente) ser. = série
p., pp., ps. = página(s) (ABNT) Símb. = símbolo
pág., págs. = página(s) soc. = sociedade (comercialmente)
pal. = palavra(s) Sociol. = sociologia
par. = parecer S.O. = Sudoeste
Pat. ou Patol. = patologia S.O.S. = (do inglês Save Our Souls) sinal de socorro
P.B. = peso bruto Sr. = senhor
a
pc. = pacote(s) Sr . ou Sra.= senhora
as
p/c = por conta Sr . ou Srta = senhoras
Pç., Pça. = Praça Srs. = senhores
ta
pç. = peça(s) Sr. = senhorita
ma
P.D. = pede deferimento S.Rev . = Sua Reverendíssima
mas
Pda. = Parada S.Rev . = Suas Reverendíssimas
a
Pe. = padre S.S . = Sua Senhoria
as
Perf. = perfumaria S.S . = Suas Senhorias
p. ex. = por exemplo sta. = santa
pg. = pago, pagou sto. = santo
pg.to, pgto. = pagamento suc. = sucessor(es) (comercialmente)
Ph.D. = Philosophiae Doctor (doutor em filosofia) S.W. = Sudoeste
Poét. = poética
pol. = polegada(s) Abreviaturas – T
Polít. = política t = tonelada
pl. = plural t., tt. = termo, termos
P.L. = peso líquido t., ts., tt. = tomo, tomos
p.m. = post meridiem (depois do meio-dia), post mor- T. , Tv., Trav. = Travessa
tem (depois da morte) tb. = também
Teat. = teatro
Abreviaturas - Q Técn. = técnica
ql. = quilate(s) Tecnol. = tecnologia
Q.G. = quartel-general tel. = telefone, telegrama
Quím. = química ten. = tenente
ten.-cel. = tenente-coronel
Abreviaturas – R Teol. = Teologia
R. = Rua Terap. = terapêutica
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
tes.= tesoureiro C. Drummond de Andrade
Tipogr. = tipografia
tít. = título(s) Os diferentes contextos dos quais participamos contribu-
Tít. Honor .= título honorífico em, de algum modo, para a aprendizagem de desempenhos
ton. = tonel, tonéis sociais que, em seu conjunto, dependem de um repertório de
Topogr. = topografia habilidades sociais. A decodificação dos sinais sociais, explíci-
Trad. = tradução tos ou sutis, para determinados desempenhos, a capacidade
Transp. = transporte de selecioná-los e aperfeiçoá-los e a decisão de emiti-los ou
Trig. = trigonometria não são alguns dos exemplos de habilidades aprendidas para
trim., trimest., trimestr. = trimestral lidar com as diferentes demandas das situações sociais' a que
trim. = trimestre(s) somos cotidianamente expostos.
Trv. = Trevo
Trav. = travessa O termo demanda pode ser compreendido como ocasião
Turism. = turismo ou oportunidade diante da qual se espera um determinado de-
sempenho social em relação a uma ou mais pessoas.
Abreviaturas – U
un. = unidade, uniforme As demandas,são produtos da vida em sociedade regulada
univ., univers.= universidade pela cultura de subgrupos. Quando algumas pessoas não
us. = usado(a) conseguem adequar-se a elas (principalmente as mais impor-
u.e. = uso externo tantes) são consideradas desadaptadas provocando reações
Abreviaturas – V de vários tipos. O exemplo mais extremo é o do fôbico social
v. = verbo, você, volume(s) que não consegue responder às demandas interpessoais de
v. = volt vários contextos, isolando-se no grupo familiar e, mesmo nes-
v. = veja, vide (do latim veja) te, mantendo um contato social bastante empobrecido.
V. = Via
V = Volt(s) Quando, por alguma razão, um contexto provê aprendiza-
val. = valor(es) gem de determinadas habilidades sociais, mas não cria opor-
VA = volt-ampère tunidade para que sejam exercidas, as necessidades afetivas
V.A. = Vossa Alteza a elas associadas podem não ser satisfeitas. Em nossos pro-
v.-alm. = vice-almirante gramas de desenvolvimento de relações interpessoais com
Vd. = Viaduto universitários, os estudantes freqüentemente apresentam difi-
a
V.Em . = Vossa Eminência culdade de expressar carinho (apesar do desejo de fazê-lo)
as
V.Em . = Vossas Eminências porque, em suas famílias, seus pais não incentivam e nem
a
V.Ex . = Vossa Excelência mesmo permitem "essas liberdades".
as
V.Ex . = Vossa Excelências
Veter. = veterinária Ao nos depararmos com as diferentes demandas sociais,
v.g. = verbi gratia (por exemplo) precisamos inicialmente identificá-las (decodificá-las) para, em
V.M. = Vossa Majestade; VV.MM. Vossas Majestades seguida, decidirmos reagir ou não, avaliando nossa compe-
a
V.Revm . = Vossa Reverendíssima tência para isso. A identificação ou decodificação das deman-
as
V.Revm . = Vossas Reverendíssimas das para um desempenho interpessoal depende, criticamente,
vol., vols. = volume, volumes da leitura do ambiente social, o que envolve, entre outros as-
vs. = versus(contra) pectos:
V.S. = Vossa Santidade
a
V.S . = Vossa Senhoria a) atenção aos sinais sociais do ambiente (observação e
as
V.S a. = Vossa Senhorias escuta);
VT = videoteipe b) controle da emoção nas situações de maior complexi-
V.T. = Velho Testamento dade;
c) controle da impulsividade para responder de imediato;
Abreviaturas – W d) análise da relação entre os desempenhos (próprios e de
W = watt(s) outros) e as conseqüências que eles acarretam.
W.C.= (water-closet) banheiro
Não é muito fácil identificar os sinais que, a cada momen-
Abreviaturas – X to, indicam demandas para desempenhos excessivamente
x = primeira incógnita (em Matemática) elaborados. Por exemplo, quando o ambiente social é extre-
mamente ameaçador, pode provocar ansiedade, requerendo
Abreviaturas – Z respostas de enfrentamento ou fuga que variam na adequação
z = terceira incógnita (em Matemática) às demandas. Em outras palavras, é como se o indivíduo dis-
Zool. = zoologia sesse a si mesmo:
Zootec. = zootecnia
i.e. = id est, isto é Aqui é esperado que eu... (leitura do ambiente social ou
das demandas);
Não posso concordar com isso, eu preciso dizer que...
NOÇÕES DE (análise da própria necessidade de reagir a uma demanda);
RELAÇÕES HUMANAS Acho melhor não dizer nada agora... (decisão quanto a
apresentar ou não um desempenho em determinado momen-
CONTEXTOS E DEMANDAS DE HABILIDADES SOCI- to).
AIS Diferentes tipos de demandas interpessoais podem apare-
cer sob combinações variadas. Algumas combinações, no en-
Eu mesmo, Se transponho o umbral enigmático, Fico outro tanto, parecem típicas de contextos específicos e requerem
ser, De mim desconhecido. conjuntos de habilidades sociais que podem ser cruciais para
a qualidade dos relacionamentos aí desenvolvidos. O contexto
14
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
mais significativo da vida da maioria das pessoas é o familiar. sentimento (empatia). Adicionalmente, a fala calma facilita a
Além deste, podem-se destacar, como inerente à vida social organização do conteúdo da mensagem, aumenta a probabili-
na maior parte das culturas, a escola, o trabalho, o lazer, a re- dade de clareza e, conseqüentemente, de compreensão, ten-
ligião e o espaço geral de cotidianidade (ruas, praças, lojas do o efeito provável de acalmar. As situações de conflito ge-
etc.). Segue-se uma análise dos contextos familiar, escolar e ralmente exigem outras habilidades como as de admitir o erro,
de trabalho que, não obstante suas especificidades, contem- desculpar-se ou pedir mudanças de comportamento.
plam também muitas das habilidades sociais requeridas nos Existem casais que são bastante atenciosos com amigos,
demais. colegas de trabalho e pessoas que lhes prestam serviço e, no
entanto, deixam de dar essa mesma quantidade de atenção
1. o contexto familiar ao cônjuge. A maioria que age assim parece não ter a inten-
ção de colocar o cônjuge em segundo plano, porém acaba por
A vida familiar se estrutura sobre vários tipos de relações negligenciar um elemento importante do relacionamento, igno-
(marido-mulher, pais-filhos, entre irmãos e parentes) com uma rando situações e oportunidades para exercer a habilidade de
ampla diversidade de demandas interpessoais. O desempe- dar atenção.
nho das habilidades sociais para lidar com elas pode ser uma
fonte de satisfação ou de conflitos no ambiente familiar. Dada Muitas vezes, a imagem idealizada, ou real no começo do
a inevitabilidade de conflitos o caráter saudável de muitos de- relacionamento, de uma pessoa bem-humorada, amável, cari-
les depende da forma de abordá-los e resolvê-los o que reme- nhosa etc. vai se desvanecendo, gerando insatisfação e desin-
te, em última instância, à competência social dos envolvidos. teresse. Bom humor, gentileza mútua, carinho e atenção pre-
cisam ser cultivados no cotidiano da relação. Para isso, é mui-
Relações conjugais to importante a habilidade de prover conseqüências positivas
quando o cônjuge apresenta esses comportamentos. A since-
Embora, na sociedade atual, as pessoas já possuam um ridade, no entanto, é fundamental, caso contrário poderá pa-
razoável conhecimento de seu parceiro antes de optarem por recer que há pretensão de manipulação. Há um velho adágro
uma vida em comum, mesmo assim, com o passar do tempo, popular que cai bem nesta situação: amor com amor se paga.
pode ocorrer a deterioração de alguns comportamentos mutu- Em muitas situações em que o comportamento do outro cami-
amente prazerosos (reforçadores) e o aparecimento ou maxi- nha na direção de desempenhos favoráveis à qualidade do re-
mização de outros de caráter aversivo. Em um relacionamento lacionamento, pode ser importante que os cônjuges explicitem
novo, cada pessoa procura exibir ao outro o melhor de si claramente esses aspectos, por meio da habilidade de dar
mesma, mas, ao longo do tempo, o cotidiano doméstico pode feedback positivo. Da mesma maneira, pedir feedback é uma
alterar drasticamente esse repertório. Além disso, a maioria habilidade que favorece uma avaliação conjunta.
das pessoas, ao se casarem, possuem algumas idéias român-
ticas sobre o amor que, além de não se concretizarem, dificul- São muitos os problemas resolvidos diariamente por ape-
tam a identificação e o enfrentamento das dificuldades conju- nas um dos membros da díade conjugal em assuntos que afe-
gais. tam a ambos. Esses problemas, ou são corriqueiros, ou pos-
Considerando o conceito de compromisso (referido no Ca- suem tal urgência que demandam ações imediatas. O partilhar
pítulo 2), crucial. para o caso das relações conjugais, a quali- decisões pelo casal produz, no entanto, um equilíbrio nas re-
dade desse relacionamento depende, criticamente, de quanto lações de poder, na medida que ambos decidem e são, igual-
os cônJuges investem na sua continuidade e otimização. O mente, responsáveis pelo êxito ou fracasso de todo empreen-
auto-aperfeiçoamento de ambos em habilidades sociais con- dimento.
jugais garante, em parte, esse compromisso. No entanto,
quando apenas um dos parceiros alcança um desenvolvimen- Um subgrupo particularmente relevante de habilidades so-
to sócio-afetivo rápido, diferenciando-se excessivamente do ciais conjugais é representado pelas de relacionamento ínti-
outro, ele pode reavaliar os próprios ganhos na relação como mo. Nesta categoria, os desempenhos sociais possuem carac-
insatisfatórios e dispor-se à busca de relacionamentos alterna- terísticas singulares, com o padrão não verbal tendo um peso
tivos, provocando a sua ruptura. Uma fonte de ruptura ocorre, considerável na interação. O conteúdo (o que se diz), a forma
portanto, quando há uma ausência de compromisso com a (como se diz) e a ocasião (quando se diz) são componentes
própria relação e/ou com o desenvolvimento do outro. importantes e precisam ser bem dosados e ajustados às pre-
Em uma revisão da literatura de pesquisas sobre Terapia ferências das pessoas envolvidas. Isso significa que requisitos
Conjugal, Gottman e Ruschel identificaram algumas habilida- não fundamentais em outros contextos ganham, aqui, um es-
des essenciais para a qualidade do relacionamento conjugal, tatuto especial como, por exemplo, as discriminações sutis
destacando aquelas associadas à aprendizagem e ao controle das mensagens enviadas em códigos e elaboradas no pro-
dos estados afetivos que desencadeiam conflitos e reduzem a cesso de interação.
capacidade de processamento de informações. Tais habilida-
des incluem: acalmar-se e identificar estados de descontrole Relações pais-filhos
emocional em si e no cônjuge, ouvir de forma não defensiva e
com atenção, validar o sentimento do outro, reorganizar o es- As relações pais-filhos possuem um caráter afetivo, educa-
quema de interação do casal de modo a romper o ciclo quei- tivo e de cuidado que cria muitas e variadas demandas de ha-
xa-crítica-defensividade-desdém. Acrescentam, também, a es- bilidades sociais. O exercício dessas habilidades é, em geral,
te conjunto, a habilidade de persuadir o cônjuge a não tomar orientado para o equilíbrio entre os objetivos afetivos imedia-
nenhuma decisão enquanto o estado de excitação psicofísio- tos e os objetivos a médio e longo prazo de promover o de-
lógica estiver sem autocontrole adequado. senvolvimento integral dos filhos e prepará-los para a vida.
Argyle identifica três estratégias básicas pelas quais os pais
Freqüentemente, um dos cônjuges expressa pensamentos educam seus filhos: a) por meio das conseqüências (recom-
e sentimentos de forma explosiva, extrapolando nas queixas e pensas e punições), b) pelo estabelecimento de normas, ex-
críticas. Se a reação do outro seguir na mesma direção, gera plicações, exortações e estímulos e c) por modelação. Cada
descontrole de ambos e uma alta probabilidade de manuten- uma dessas estratégias baseia-se em ações educativas que
ção do ciclo descrito acima, o que tende a piorar ainda mais a supõem um repertório elaborado e diversificado de habilidades
situação. Daí a importância da habilidade de acalmar o outro. sociais dos pais.
Ouvir não defensivamente permite que o cônjuge exponha por À medida que crescem, os filhos desenvolvem interesses,
completo o seu pensamento e pode servir para validar seu idéias e hábitos que podem gerar conflitos familiares. Nem
15
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
sempre é fácil para os pais a identificação dos sinais que pretendem educativas. Logo, a qualidade das interações soci-
apontam para a iminência de um conflito entre eles e os filhos ais presentes na educação escolar constitui um componente
ou para os estágios iniciais de um comportamento reprovado importante na consecução de seus objetivos e no aperfeiçoa-
no contexto dos valores familiares. Inversamente, é também mento do processo educacional.
difícil identificar os estágios iniciais de um comportamento de-
sejável que pode estar sendo mascarado pela predominância O discurso oficial sobre os objetivos e metas da instituição
de outros indesejáveis. Na maioria das vezes, presta-se mais escolar, preconizado e continuamente reafirmado em termos
atenção aos comportamentos que perturbam ou quebram de formação para a vida e para a cidadania, já inclui, natural-
normas estabelecidas. Com freqüência os pais buscam inter- mente, a articulação entre aprendizagem e desenvolvimento.
romper ' esses comportamentos com medidas punitivas ou O desenvolvimento sócio-emocional não pode ser excluído
corretivas que produzem resultados pouco efetivos porque os desse conjunto, especialmente quando se observa, nos dias
suprimem apenas momentaneamente e, ainda, podem gerar atuais, uma escalada de violência atingindo crianças e jovens
vários sentimentos negativos, como a raiva, o abatimento, a e manifestando-se, inclusive, no contexto escolar. Há, portan-
revolta etc. to, uma concordância quase unânime sobre a necessidade de
Essas situações constituem ocasião para o exercício de aprimoramento das competências sociais de alunos, professo-
um conjunto de ações educativas que podem alterar drastica- res e demais segmentos da escola.
mente a qualidade da relação e promover comportamentos
mais adequados dos filhos. A literatura enfatiza a importância Mas é necessário destacar a importância de uma clara
de apresentar feedback positivo para os desempenhos consi- compreensão sobre que tipo de habilidades efetivamente con-
derados adequados tão logo eles ocorram. Elogiar e fornecer tribui para essa preparação para a vida. Em um de nossos es-
conseqüências positivas incentivam e fortalecem desempe- tudos, uma amostra significativa de professores da rede públi-
nhos incipientes que, em etapas posteriores, serão mantidos ca valorizou as habilidades pró-sociais em níveis significati-
por suas conseqüências naturais. A maioria dos pais faz isso vamente superiores à valorização atribuída às habilidades as-
quando está ensinando os filhos a andar, falar ou ler, mas cos- sertivas e de enfrentamento. Como são complementares, é
tuma negligenciar a apresentação de conseqüências positivas importante que todos esses conjuntos sejam, igualmente, de-
quando se trata de comportamentos que consideram "obriga- senvolvidos na escola. Habilidades como liderar, convencer,
ção" como estudar, organizar-se, demonstrar gentileza, apre- discordar, pedir, mudança de comportamento, expressar sen-
sentar iniciativa na solução de pequenos problemas pessoais timentos negativos, lidar com críticas, questionar, negociar de-
etc. cisões, resolver problemas etc. precisam também ser promo-
vidas pela escola. A emissão competente de tais habilidades
Muitos pais queixam-se de que, especialmente na adoles- pode constituir um antídoto importante aos comportamentos
cência, os filhos se tornam esquivos, buscando maior contato violentos, especialmente se desenvolvidos paralelamente às
com os companheiros do que com eles. A adolescência é, habilidades de expressar sentimentos positivos, valorizar o ou-
sem dúvida, um período de grandes conquistas e descobertas tro, elogiar, expressar empatia e solidariedade e demonstrar
por parte dos jovens, podendo produzir inquietação aos pais. boas maneiras.
E o momento de experimentar as novas possibilidades cogni-
tivas e o despertar sexual, mas também um período de grande Os estudantes excessivamente tímidos ou muito agressi-
labilidade emocional, dadas suas alterações hormonais. Em vos enfrentam maiores dificuldades na escola, pois em geral
qualquer etapa, mas particularmente nesta, são importantes apresentam déficits nas chamadas habilidades de sobrevivên-
várias outras ações educativas como as de combinar normas cia em classe: prestar atenção, seguir instruções, fazer e res-
e regras de convivência coerentes com os valores familiares e ponder perguntas, oferecer e pedir ajuda, agradecer, expor
estabelecer consenso sobre padrões de conduta a serem as- opiniões, discordar, controlar a própria raiva ou tédio, defen-
sumidos por todos. Em outras palavras, decidir com os filhos der-se de acusações injustas e pedir mudança de comporta-
como traduzir valores em comportamentos, o que implica em mento de colegas, no caso de chacotas e provocações. Além
diálogo e nas habilidades a ele inerentes. das conseqüências sobre a aprendizagem, tais dificuldades
Assim como muitas situações requerem o autocontrole dos podem se reverter em problemas de auto-estima no desenvol-
sentimentos evitando-se agravar conflitos potenciais, outras vimento sócio-emocional.
podem requerer sua expressão. Em tais casos, embora a de-
manda apareça sem se anunciar, a expressão de raiva ou de- Além disso, uma ampla literatura vem mostrando correla-
sagrado requer controle emocional se o objetivo for educativo ção entre déficits no repertório de habilidades sociais dos alu-
mais do que meramente de descarga emocional. A habilidade nos e suas dificuldades de aprendizagem e baixo rendimento
dos pais de expressar adequadamente raiva e desagrado for- escolar. Embora a funcionalidade dessa relação ainda esteja
nece modelo de autocontrole. Quando esses sentimentos são sob investigação, não é difícil imaginar a importância de habi-
gerados por comportamentos dos filhos que violam os acordos lidades como as de perguntar, pedir ajuda, responder pergun-
e as normas combinados, a situação pode requerer a habili- tas, dar opinião, expressar dificuldade etc. sobre a aprendiza-
dade de defender os próprios direitos em uma visão de reci- gem nesse contexto e, em particular, como forma de obter
procidade. atenção e cuidado por parte da professora.
Em muitos momentos da relação pais-filhos, ocorrem críti-
cas de ambos os lados. A maioria de nós tem facilidade em 3. o contexto de trabalho
fazer críticas que apenas humilham as pessoas, mas dificul-
dade em apresentar as construtivas. Além disso, a habilidade Qualquer atuação profissional envolve interações com ou-
de desculpar-se pode ser importante para diminuir ressenti- tras pessoas onde são requeridas muitas e variadas habilida-
mentos e induzir atitudes construtivas em relação à dificuldade des sociais, componentes da competência técnica e interpes-
vivida. soal necessária para o envolvimento em várias etapas de um
processo produtivo.
2. O contexto escolar
A competência técnica usualmente faz parte dos objetivos
A Educação é uma prática eminentemente social que am- educacionais dos cursos profissionalizantes de segundo e ter-
plia a inserção do indivíduo no mundo dos processos e dos ceiro graus e dos treinamentos que ocorrem no âmbito das or-
produtos culturais da civilização. A escola é um espaço privi- ganizações. No entanto, a competência interpessoal raramen-
legiado, onde se dá um conjunto de interações sociais que se te é relacionada como objetivo de formação profissional ocor-
16
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
rendo, de forma assistemática, como um subproduto desejável
do processo educativo, por vezes referido como currículo ocul- Você percebeu que a palavra arquivo foi empregada nes-
to. sas situações com dois sentidos diferentes, não é mesmo?
Embora existam ocupações em que grande parte das ati- Na primeira situação, a doutora se referiu a arquivo como
vidades é realizada quase que isoladamente, como, por um móvel próprio, geralmente de aço ou madeira, usado para
exemplo, a do restaurador de obras-de-arte, do copista de guardar documentos. Mas no caso seguinte, Marcos usou a
obras antigas ou do arquivista em um escritório, ainda assim palavra arquivo para citar o Arquivo Nacional, que é um órgão
há um processo complementar que depende da interação so- público encarregado de guardar e conservar a documentação
cial. Tal processo pode ser de recepção de itens de tarefa, produzida ou recebida por instituições governamentais de âm-
negociação de contrato, reuniões, supervisão de atividades, bito federal.
aperfeiçoamento por meio de cursos etc. Pode-se dizer que
praticamente nenhum trabalho ocorre no isolamento social to- E você, se lembrou de outros usos para a palavra arquivo?
tal. Por outro lado, existem outras atividades em que a realiza- Veja se algum deles aparece aqui, pois a palavra arquivo é uti-
ção da tarefa se dá quase que totalmente na relação com o lizada em nosso dia-a-dia com diferentes sentidos, ainda que
outro, ou seja, elas são mediadas por interações sociais. São bastante relacionados entre si.
as ocupações de vendedor, recepcionista, telefonista, profes-
sor, médico, assistente social, terapeuta etc. Com qual desses sentidos vamos trabalhar no manual?
Para começar, podemos analisar a origem da palavra, que
Os novos paradigmas organizacionais que orientam a re- ainda não está esclarecida.
estruturação produtiva têm priorizado processos de trabalho
que remetem diretamente à natureza e qualidade das relações Há estudiosos que defendem a idéia de ela ter se origina-
interpessoais. Entre tais aspectos, pode-se citar a ênfase na do do grego arché, que significa palácio dos registrados, tendo
multiespecialização associada à valorização do trabalho em evoluído mais tarde para o termo archeion, que é o local de
equipe, intuição, criatividade e autonomia na tomada de deci- guarda e depósito de documentos. Outros, no entanto, dizem
sões, ao estabelecimento de canais não formais de comunica- que a palavra é originária do latim archivum que significa,
ção como complemento aos formais, ao reconhecimento da também no conceito antigo, o lugar onde os documentos eram
importância da qualidade de vida e à preocupação com a au- guardados.
to-estima e com o ambiente e cultura organizacionais.
Atualmente, adotamos um outro conceito para arquivo,
Essas mudanças imprimem demandas para habilidades como este do americano Solon Buck:
como as de coordenação de grupo, liderança de equipes, ma-
nejo de estresse e de conflitos interpessoais e intergrupais, Arquivo
organização de tarefas, resolução de problemas e tomada de
decisões, promoção da criatividade do grupo etc. As inova- É O CONJUNTO DE DOCUMENTOS OFICIALMENTE
ções constantes e o desenvolvimento organizacional no mun- PRODUZIDOS E RECEBIDOS POR UM GOVERNO, ORGA-
do do trabalho requerem, ainda, competência para falar em NIZAÇÃO OU FIRMA, NO DECORRER DE SUAS ATIVIDA-
público, argumentar e convencer na exposição de idéias, pla- DES, ARQUIVADOS E CONSERVADOS POR SI E SEUS
nos e estratégias. O trabalho em pequenos grupos mostra a SUCESSORES, PARA EFEITOS FUTUROS.
necessidade de habilidades de supervisão e monitoramento
de tarefas e interações relacionadas ao processo produtivo Podemos, então, a partir desse conceito, tirar algumas
que, para ocorrerem adequadamente, exigem competência conclusões sobre a finalidade e as funções de um arquivo.
em requisitos como os de observar, ouvir, dar feedback, des-
crever, pedir mudança de comportamento, perguntar e res- A primeira finalidade de um arquivo e servir à administra-
ponder perguntas entre outras. ção de uma instituição qualquer que seja a sua natureza. De-
pois que a atividade administrativa acaba, os arquivos come-
NOÇÕES DE çam a funcionar para a história e para a cultura. Temos aí a
ARQUIVAMENTO E PROCEDIMENTOS outra finalidade, que surge em conseqüência da anterior: ser-
ADMINISTRATIVOS vir à história, como fonte de pesquisa.
TÉCNICAS DE ARQUIVO: ARQUIVO E SUA DOCUMENTA- No entanto, qualquer que seja a finalidade de um arquivo,
ÇÃO as suas funções básicas são as mesmas: guardar e conservar
os documentos, de modo a serem utilizados para atender a in-
O que significa a palavra arquivo para você? Pense sobre teresses pessoais ou oficiais.
este assunto, analisando estas duas situações.
CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS
- DOUTORA, A SENHORA JÁ USOU OS DOCUMENTOS Provavelmente, vários tipos de arquivo já passaram pela
QUE ME PEDIU? POSSO GUARDÁ-LOS? - PERGUNTOU A sua cabeça até agora, não é?
SECRETÁRIA.
O arquivo da escola onde estudou; aquele organizado pela
- ESSES PROCESSOS EMPILHADOS AQUI À ESQUER- família de um amigo; o que foi consultado para fazer uma
DA VOCÊ DEIXA SOBRE MINHA MESA, POIS AINDA VOU pesquisa; o que havia no setor de pessoal onde você traba-
CONSULTAR. JÁ ESSAS PASTAS, PODE GUARDÁ-LAS NO lhou por algum tempo; ou, ainda, o arquivo de discos que viu
ARQUIVO LÁ DA MINHA SALA. em uma gravadora.
E cada um desses arquivos apresentam características
- MARCOS, PRECISAMOS ANALISAR ALGUNS DOCU- bem variadas. Daí serem classificados em quatro grupos, de
MENTOS SOBRE A ESCRAVIDÃO No BRASIL, PARA TER- acordo com:
MINARMOS AQUELE TRABALHO!
- VAMOS ENTÃO Ao ARQUIVO NACIONAL? LÁ, com - a natureza da entidade que os criou;
CERTEZA, ENCONTRAREMOS MUITO MATERIAL INTE- - os estágios de sua evolução;
RESSANTE! - a extensão da sua atenção;
17
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
- a natureza dos seus documentos. ARQUIVO SETORIAL -estabelecido junto aos órgãos ope-
racionais, cumprindo as funções de um arquivo corrente.
Vamos analisar cada um desses grupos em separado. Exemplo: o arquivo da contabilidade de uma empresa co-
mercial.
De acordo com a entidade criadora ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber
Considerando a natureza da entidade que criou o arquivo, os documentos correntes provenientes dos diversos órgãos
ele se classifica em: que integram a estrutura de uma instituição. Nesse caso, por-
tanto, as atividades de arquivo corrente são centralizadas.
PÚBLICO - arquivo de instituições governamentais de âm- Exemplo: o arquivo único das diversas faculdades de uma
bito federal (central ou regional) ou estadual ou municipal. universidade.
Exemplos: o arquivo de uma secretaria estadual de saúde
ou da prefeitura de um município. De acordo com a natureza de seus documentos
INSTITUCIONAL - está relacionado, por exemplo, às insti- Dependendo das características dos documentos que
tuições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, so- compõem o arquivo, ele se classifica em:
ciedades e associações.
Exemplos: o arquivo de um centro de educação experi- ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas
mental ou de um sindicato. formas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, micro-
COMERCIAL- arquivo de firmas, corporações e companhi- formas (fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles
as. merecem tratamento adequado não apenas quanto ao arma-
Exemplos: o arquivo de uma loja, de um escritório de en- zenamento das peças, mas também quanto ao registro, acon-
genharia ou de um banco. dicionamento, controle e conservação.
FAMILIAR OU PESSOAL- diz respeito ao arquivo organi- Exemplo: o arquivo de microfilmes de uma instituição fi-
zado por grupos familiares ou por pessoas, individualmente. nanceira ou os disquetes de uma firma de advocacia.
Exemplo: o arquivo preparado por uma dona de casa, con-
tendo certidões de nascimento e casamento; declarações de ARQUIVO ESPECIALIZADO - tem sob sua guarda os do-
imposto de renda; documentos relativos a transações de com- cumentos de um determinado assunto, de um campo específi-
pra e venda de imóveis; recibos de pagamentos efetuados a co, como o hospitalar, o da medicina, engenharia, imprensa,
terceiros; fotos e cartas. entre outros. São chamados, inadequadamente, de arquivos
técnicos.
De acordo com o estágio de evolução Exemplo: o arquivo de peças como ossos, dentes e fetos
Quando levamos em conta o tempo de existência de um de uma escola de enfermagem.
arquivo, ele pode pertencer a um destes três estágios: Você percebeu, pelos exemplos apresentados, que um
mesmo arquivo pode pertencer a mais de um grupo? Veja!
ARQUIVO DE PIUMEIRA IDADE OU CORRENTE - guar- . O arquivo de uma secretaria estadual de saúde foi exem-
da a documentação mais atual e freqüentemente consultada. plificado como um arquivo público, de âmbito estadual porque
Pode ser mantido em local de fácil acesso para facilitar a con- estávamos considerando o tipo de instituição que o criou: um
sulta. Somente os funcionários da instituição têm competência órgão do governo do estado. Mas ele também pode ser classi-
sobre o seu trato, classificação e utilização. O arquivo corrente ficado como um arquivo de primeira idade ou corrente, caso
é também conhecido como arquivo de movimento. seus documentos sejam utilizados com freqüência pelos fun-
Exemplo: o arquivo do setor de almoxarifado de uma em- cionários. Pode ser ainda um arquivo central, que serve a to-
presa de exportação, contendo as requisições de material do dos os setores daquela secretaria.
ano em curso.
Vamos continuar o estudo? já falamos bastante sobre os
ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - diferentes tipos de arquivos e demos alguns exemplos de do-
inclui documentos que vieram do arquivo corrente, porque cumentos que compõem os arquivos. Mas o que caracteriza,
deixaram de ser usados com freqüência. Mas eles ainda po- exatamente, o documento de um arquivo?
dem ser consultados pelos órgãos que os produziram e os re-
ceberam, se surgir uma situação idêntica àquela que os gerou. CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS
Não há necessidade de esses documentos serem conserva- Pense novamente sobre os vários tipos de arquivo aqui a-
dos nas proximidades das repartições ou escritórios, e a sua presentados e faça uma lista de alguns documentos que pos-
permanência no arquivo é transitória, uma vez que estão ape- sam estar sob sua guarda.
nas aguardando para serem eliminados ou remetidos ao ar- Você, com certeza, se lembrou de diferentes documentos,
quivo permanente. já que eles são bem variados. Só para exemplificar, apresen-
Exemplo: o arquivo dos dez últimos anos da documenta- tamos alguns para você conferir com os seus e complementar
ção de pessoal de uma empresa. a sua lista:
- cadastros de funcionários, de escolas, de clientes, de
ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - vendedores;
nele se encontram os documentos que perderam o valor ad- - histórico escolar de alunos, avaliação de desempenho de
ministrativo e cujo uso deixou de ser freqüente, é esporádico. funcionários;
Eles são conservados somente por causa de seu valor históri- - discos, fitas, disquetes, fotos, gravuras, filmes, microfil-
co, informativo para comprovar algo para fins de pesquisa em mes, jornais, revistas, mapas, quadros;
geral, permitindo que se conheça como os fatos evoluíram. - notas fiscais, faturas, duplicatas, promissórias;
Esse tipo de arquivo é o que denominamos arquivo propria- - relatórios variados, atas de reuniões, ofícios, cartas, me-
mente dito. morandos;
Exemplo: o arquivo de uma secretaria de estado com os - fichas, tabelas e formulários de qualquer natureza;
planos de governo do início do século. - certidões de um modo geral.
A partir desses exemplos e de outros escritos em sua lista,
De acordo com a extensão da atenção o que você conclui a respeito do que seja um documento de
Os arquivos se dividem em: arquivo? Pense e depois veja se também chegou a esta con-
clusão:
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
Documento Exemplos: informações relativas a pessoal, finanças e ma-
terial de uma entidade ou um indivíduo, cujo sigilo deve ser
É TODO MATERIAL RECEBIDO OU PRODUZIDO POR mantido por interesse das partes; rádio-freqüência de impor-
UM GOVERNO, ORGANIZAÇÃO OU FIRMA, NO DECOR- tância especial ou aquelas que são usualmente trocadas; car-
RER DE SUAS ATIVIDADES, E QUE SE CONSTITUI ELE- tas, fotografias aéreas e negativos que indiquem instalações
MENTO DE PROVA OU DE INFORMAÇÃO. ELE É ARQUI- importantes para a segurança nacional.
VADO E CONSERVADO POR ESSAS INSTITUIÇÕES E Reservado - seu assunto não deve ser do conhecimento
SEUS SUCESSORES, PARA EFEITOS FUTUROS. UM DO- do público, em geral.
CUMENTO DE ARQUIVO TAMBÉM PODE SER AQUELE
PRODUZIDO OU RECEBIDO POR PESSOA FÍSICA, NO Exemplos: partes de planos, programas, projetos e suas
DECURSO DE SUA EXISTÊNCIA. respectivas ordens e execução; cartas, fotografias aéreas e
negativos que indiquem instalações importantes.
Os documentos de um arquivo apresentam características,
conteúdo e formas diferentes. Daí eles serem classificados em ORGANIZAÇÃO
dois grupos:
A organização de arquivos, como de qualquer outro setor
Quanto ao gênero de uma instituição, pressupõe o desenvolvimento de várias
etapas de trabalho, Estas fases se constituiriam em:
Considerando o aspecto externo, se em texto, audiovisual,
sonoro, isto é, o gênero dos documentos de um arquivo, eles - levantamento de dados;
podem ser bem variados, como você vê nestas figuras. - análise dos dados coletados;
- planejamento;
É importante destacar que a documentação escrita ou tex- - implantação e acompanhamento.
tual se apresenta de inúmeros tipos físicos ou espécies docu-
mentais. Alguns deles já foram até lembrados aqui, em exem- Levantamento de dados
plos anteriores: contratos, folhas de pagamento, livros contá-
beis, requisições diversas, atas, relatórios, regimentos, regu- Se arquivo é o conjunto de documentos recebidos e pro-
lamentos, editais, certidões, tabelas, questionários e corres- duzidos por uma entidade, seja ela pública ou privada, no de-
pondências. correr de suas atividades, claro está que, sem o conhecimento
dessa entidade - sua estrutura e alterações, seus objetivos e
Quanto à natureza do assunto funcionamento seria bastante difícil compreender e avaliar o
verdadeiro significado de sua documentação.
Quando levamos em conta a natureza do assunto tratado O levantamento deve ter início pelo exame dos estatutos,
em um documento, ele pode ser: regimentos, regulamentos, normas, organogramas e demais
OSTENSIVO - cuja divulgação não prejudica a administra- documentos constitutivos da instituição mantenedora do arqui-
ção. Exemplos: notas fiscais de uma loja; escala de plantão de vo e ser complementado pela coleta de informações sobre a
uma imobiliária. sua documentação.
SIGILOSO - de conhecimento restrito e que, por isso, re-
quer medidas especiais de salvaguarda para sua divulgação e Assim sendo, é preciso analisar o gênero dos documentos
custódia. Os documentos sigilosos ainda se subdividem em (escritos ou textuais, audiovisuais, cartográficos, iconográfi-
outras quatro categorias, tendo em vista o grau necessário de cos, informáticos etc.); as espécies de documentos mais fre-
sigilo e até onde eles podem circular. qüentes (cartas, faturas, relatórios, projetos, questionários
Ultra-secreto - seu assunto requer excepcional grau de se- etc.); os modelos e formulários em uso; volume e estado de
gurança que deve ser apenas do conhecimento de pessoas in- conservação do acervo; arranjo e classificação dos documen-
timamente ligadas ao seu estudo ou manuseio. tos (métodos de arquivamento adotados); existência de regis-
Exemplos: documentos relacionados à política governa- tros e protocolos (em fichas, em livro); média de arquivamen-
mental de alto nível e segredos de Estado (descobertas e ex- tos diários; controle de empréstimo de documentos; processes
periências de grande valor científico; negociações para alian- adotados para conservação e reprodução de documentos;
ças militares e políticas; planos de guerra; informações sobre existência de normas de arquivo, manuais, códigos de classifi-
política estrangeira de alto nível). cação etc.
Secreto - seu assunto exige alto grau de segurança, mas Além dessas informações, o arquivista deve acrescentar
pode ser cio conhecimento de pessoas funcionalmente autori- dados e referências sobre o pessoal encarregado do arquivo
zadas para tal, ainda que não estejam intimamente ligadas ao (número de pessoas, nível de escolaridade, formação profissi-
seu estudo ou manuseio. onal); o equipamento (quantidade, modelos, estado de con-
servação); a localização física (extensão da Área ocupada,
Exemplos: planos, programas e medidas governamentais; condições de iluminação, umidade, estado de conservação
assuntos extraídos de matéria ultra-secreta que, sem com- das instalações, proteção contra incêndio).
prometer o excepcional grau de sigilo da matéria original, ne-
cessitam de maior difusão (planos ou detalhes de operações
militares); planos ou detalhes de operações econômicas ou fi- Análise dos dados coletados
nanceiras; projetos de aperfeiçoamento em técnicas ou mate-
riais já existentes; dados de elevado interesse sob aspectos De posse de todos os dados mencionados no item anteri-
físicos, políticos, econômicos, psicossociais e militares de paí- or, o especialista estará habilitado a analisar objetivamente a
ses estrangeiros, e também, os meios e processos pelos quais real situação dos serviços de arquivo, e fazer seu diagnóstico
foram obtidos; materiais criptográficos (escritos em cifras ou para formular e propor as alterações e medidas mais indica-
códigos) importantes e sem classificação anterior. das, em cada caso, a serem adotadas no sistema a ser im-
Confidencial - seu assunto, embora não requeira alto plantado.
grau de segurança, só deve ser do conhecimento de pessoas Em síntese, trata-se de verificar se estrutura, atividades e
autorizadas, para não prejudicar um indivíduo ou criar emba- documentação de uma instituição correspondem A sua reali-
raços administrativos. dade operacional. O diagnóstico seria, portanto, uma consta-
tação dos pontos de atrito, de falhas ou lacunas existentes no
19
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
complexo administrativo, enfim, das razoes que impedem o A despeito dessas vantagens, não se pode ignorar que
funcionamento eficiente do arquivo. uma centralização rígida seria desaconselhável e até mesmo
desastrosa como no caso de uma instituição de âmbito nacio-
Planejamento nal, em que algumas de suas unidades administrativas desen-
volvem atividades praticamente autônomas ou específicas, ou
Para que um arquivo, em todos os estágios de sua evolu- ainda que tais unidades estejam localizadas fisicamente dis-
ção (corrente, intermediário e permanente) possa cumprir tantes uma das outras, As vezes em Áreas geográficas dife-
seus objetivos, torna-se indispensável a formulação de um rentes - agências, filiais, delegacias -carecendo, portanto, de
plano arquivístico que tenha em conta tanto as disposições le- arquivos próximos para que possam se desincumbir, com efi-
gais como as necessidades da instituição a que pretende ser- ciência, de seus programas de trabalho.
vir.
Para a elaboração desse plano devem ser considerados os Descentralização
seguintes elementos: posição do arquivo na estrutura da insti-
tuição; centralização ou descentralização e coordenação dos Recomenda-se prudência ao aplicar esse sistema. Se a
serviços de arquivo; escolha de métodos de arquivamento centralização rígida pode ser desastrosa, a descentralização
adequados; estabelecimento de normas de funcionamento; excessiva surtirá efeitos iguais ou ainda piores. .
recursos humanos; escolha das instalações e do equipamen- O bom senso indica que a descentralização deve ser esta-
to; constituição de arquivos intermediário e permanente; re- belecida levando-se em consideração as grandes áreas de
cursos financeiros. atividades de uma instituição.
Suponha-se uma empresa estruturada em departamentos
Posição do arquivo na estrutura da instituição Como Produção, Comercialização e Transportes, Além dos
órgãos de atividades-meio ou administrativos, e que cada um
Embora não se possa determinar, de forma generalizada, desses departamentos se desãobre em divisões e/ou seções.
qual a melhor posição do órgão de arquivo na estrutura de Uma vez constatada a necessidade da descentralização para
uma instituição, recomenda-se que esta seja a mais elevada facilitar o fluxo de informações, esta deverá ser aplicada a ní-
possível, isto é, que o arquivo seja subordinado a um órgão vel de Departamento, isto é, deverá ser mantido um arquivo
hierarquicamente superior, tendo em vista que irá atender a junto a cada Departamento, onde estarão reunidos todos os
setores e funcionários de diferentes níveis de autoridade. A documentos de sua área de atuação, incluindo os produzidos
adoção desse critério evitará sérios problemas na Área das re- e recebidos pelas divisões e seções que o compõem.. Para
lações humanas e das comunicações administrativas. completar o sistema deverá ser mantido também um arquivo
Se a instituição já contar com um órgão de documentação, para a documentação dos órgãos administrativos.
este será, em principio, o órgão mais adequado para acolher o A descentralização dos arquivos correntes obedece basi-
arquivo, uma vez que a tendência moderna é reunir todos os camente a dois critérios:
órgãos que tenham como matéria-prima a informação.
Ao usuário não interessa onde se encontra armazenada a - centralização das atividades de controle (protocolo) e
informação - numa biblioteca, numa memória de computador, descentralização dos arquivos;
num microfilme, ou num arquivo tradicional. Daí a importância - descentralização das atividades de controle (protocolo) e
da constituição de sistemas de informação, dos quais o arqui- dos arquivos.
vo deve participar, dotados de recursos técnicos e materiais
adequados para atender à acelerada demanda de nossos Quando se fala em atividades de controle está-se referindo
tempos. Aquelas exercidas em geral pelos órgãos.- de comunicações,
isto é: recebimento, registro, classificação, distribuição, movi-
mentação e expedição dos documentos correntes.
Centralização ou descentralização e coordenação dos Neste sistema, todo o controle da documentação é feito
serviços de arquivo pelo órgão central de comunicações, e os arquivos são locali-
zados junto aos órgãos responsáveis pela execução de pro-
Ao se elaborar um plano de arquivo, um aspecto importan- gramas especiais ou funções específicas, ou ainda junto As
te a ser definido diz respeito à centralização ou descentraliza- unidades administrativas localizadas em áreas fisicamente dis-
ção dos serviços de arquivo. tantes dos órgãos a que estão subordinadas.
Quando o volume de documentos é reduzido, cada órgão
Centralização deverá designar um de seus funcionários para responder pelo
arquivo entregue A sua guarda, e por todas as operações de
Por sistema centralizado de arquivos correntes entende-se arquivamento decorrentes, tais Como abertura de dossiês,
não apenas a reunião da documentação em um único local, controle de empréstimo, preparo para transferência etc.
como também a concentração de todas as atividades de con- Se a massa documental for muito grande, é aconselhável
trole - recebimento, registro, distribuição, movimentação e ex- que o órgão central de comunicações designe um ou mais ar-
pedição - de documentos de uso corrente em um único órgão quivistas ou técnicos de arquivo de seu próprio quadro de
da estrutura organizacional, freqüentemente designado de pessoal para responder pelos arquivos nos órgãos em que fo-
Protocolo e Arquivo, Comunicações e Arquivo, ou outra de- rem localizados.
nominado similar. A esses arquivos descentralizados denomina-se núcleos
Dentre as inúmeras e inegáveis vantagens que um sistema de arquivo ou arquivos setoriais.
centralizado oferece, citam-se: treinamento mais eficiente do b) Descentralização das atividades de controle (protocolo)
pessoal de arquivo; maiores possibilidades de padronização e dos arquivos
de normas e procedimentos; nítida delimitação de responsabi-
lidades; constituição de conjuntos arquivísticos mais comple- Este sistema só deverá ser adotado quando puder substi-
tes; redução dos custos operacionais; economia de espaço e tuir com vantagens relevantes os sistemas centralizados tradi-
equipamentos. cionais ou os parcialmente descentralizados.
20
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
O sistema consiste em descentralizar não somente os ar- Entretanto, com base na análise cuidadosa das atividades
quivos, Como as demais atividades de controle já menciona- da instituição, aliada à observação de como os documentos
das anteriormente, isto é, os arquivos setoriais encarregar-se- são solicitados ao arquivo, é possível definir-se qual o método
ão, além do arquivamento propriamente dito, do registro, clas- principal a ser adotado e quais os seus auxiliares. Exemplifi-
sificação, tramitação dos documentos etc. cando:
Neste caso, o órgão de comunicações, que também deve
integrar o sistema, funciona Como agente de recepção e de PATRIMÔNIO
expedição, mas apenas no que se refere A coleta e A distri-
buição da correspondência externa. Não raro, além dessas ta- Brasília
refas, passa a constituir-se em arquivo setorial da documenta- Rio de Janeiro
ção administrativo da instituição. São Paulo
Recursos humanos
21
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
mentos. A lista dessas publicações encontra-se na bibliografia
Formação e regulamentação profissional ao final deste volume.
Da mesma forma, a escolha apropriada do equipamento
O arquivo possui, atualmente, importância capital em todos deverá merecer a atenção daqueles que estão envolvidos com
os ramos da atividade humana. No entanto, ainda é bastante a organização dos arquivos.
comum a falta de conhecimentos técnicos por parte das pes- Considera-se equipamento, o conjunto de materiais de
soas encarregadas dos serviços de arquivamento, falta essa consumo e permanente indispensáveis A realização do traba-
que ire influir, naturalmente, na vida da organização. lho arquivístico.
Teoricamente, o arquivamento de papéis é um serviço
simples. Na prática, no entanto, essa simplicidade desaparece Material de consumo
diante do volume de documentos e da diversidade de assun-
tos, surgindo dificuldades na classificação dos papéis. Material de consumo é aquele que sofre desgaste a curto
Uma das vantagens da técnica de arquivo é a de capacitar ou médio prazos. São as fichas, as guias, as pastas, as tiras
os responsáveis pelo arquivamento para um perfeito . trabalho de inserção e outros.
de seleção de documentos que fazem parte de um acervo, ou
seja, separação dos papéis que possuem valor futuro, conten- Ficha - é um retângulo de cartolina, grande ou pequeno, li-
do informações valiosas, dos documentos inúteis. so ou pautado, onde se registra uma informação. As dimen-
Um serviço de arquivo bem organizado possui valor ines- sões variam de acordo com as necessidades, podendo ser
timável. E a memória viva da instituição, fonte e base de in- branca ou de cor.
formações; aproveita experiências anteriores, o que evita a Guia divisória - é um retângulo de cartão resistente que
repetição, simplifica e racionaliza o trabalho. serve para separar as partes ou seções dos arquivos ou fichá-
Para que se atinjam esses objetivos, toma-se necessária a rios, reunindo em grupos as respectivas fichas ou pastas. Sua
preparação de pessoal especializado nas técnicas de arquivo. finalidade é facilitar a busca dos documentos e o seu rearqui-
"Em questão de arquivo, a experiência não substitui a ins- vamento.
trução, pois 10 anos de prática podem significar 10 anos de No estudo das guias divisórias distinguem-se diversos
arquivamento errado e inútil' afirma a Prof.a Ignez B. C. D'Ara- elementos relacionados com a sua finalidade e funções, con-
fijo. forme veremos em seguida.
Até recentemente a formação profissional dos arquivistas Projeção - é a saliência na parte superior da guia. Pode ser
vinha sendo feita através de cursos especiais, ministrados pe- recortada no próprio cartão, ou nele ser aplicada, sendo então
lo Arquivo Nacional, Fundação Getúlio Vargas e outras insti- de celulóide ou de metal.
tuições. A abertura na projeção que recebe a tira de inserção cha-
O valor e a importância dos arquivos oficiais e empresari- ma-se janela.
ais, para a administração e para o conhecimento de nossa Pé - é a saliência, na parte inferior da guia, onde há um ori-
História, passou a ser também objeto de interesse do Governo fício chamado ilha. Por este orifício passa uma vareta que
federal. Assim é que, a é de março de 1972, o Conselho Fede- prende as guias à gaveta.
ral de Educação aprovou a criação do curso superior de arqui-
vos, e a 7 do mesmo mês aprovou o currículo do curso de ar- Notação - é a inscrição feita na projeção, podendo ser al-
quivística como habilitação profissional no ensino de segundo fabética, numérica ou alfanumérica.
grau. Em agosto de 1974, foi instituído o Curso Superior de A notação pode ser ainda aberta ou fechada. aberta quan-
Arquivologia, com duração de três anos e, em 4 de julho de do indica somente o início da seção, e fechada quando indica
1978, foi sancionada a Lei nº 6.546, regulamentada pelo De- o princípio e o fim.
creto nº 82.590, de é de novembro do mesmo ano, que dispõe
sobre a regulamentação das profissões de arquivista e técnico Posição - é o local que a projeção ocupa ao longo da guia.
de arquivo. O comprimento pode corresponder à metade da guia, a um
terço, um quarto ou um quinto. Daí a denominação de: primei-
Atributos ra posição, segunda posição, terceira posição, quarta posição,
quinta posição.
Para o bom desempenho das funções dos profissionais de
arquivo, são necessárias, além de um perfeito conhecimento Quanto à sua função, a guia pode ser ainda:
da organização da instituição em que se trabalha e dos siste-
mas de arquivamento, as seguintes características: saúde, - primária - indica a primeira divisão de uma gaveta ou se-
habilidade em lidar com o público, espírito metódico, discerni- ção de um arquivo;
mento, paciência, imaginação, atenção, poder de análise e de - secundária - indica uma subdivisão da primária;
crítica, poder de síntese, discrição, honestidade, espírito de - subsidiária - indica uma subdivisão da secundária;
equipe e entusiasmo pelo trabalho. - especial - indica a localização de um nome ou assunto de
grande freqüência.
Escolha das instalações e equipamentos O que indica se uma guia é primária, secundária, subsidia-
ria ou especial é a notação e não a projeção. O ideal seria que
De igual importância para o bom desempenho das ativida- as guias primárias estivessem sempre em primeira posição, as
des de arquivo é a escolha do local adequado, quer pelas secundárias em segunda posição e assim por diante.
condições físicas que apresente - iluminação, limpeza, índices
de umidade, temperatura, quer pela extensão de sua área, Guia-fora - é a que tem como notação a palavra FORA e
capaz de conter o acervo e permitir ampliações futuras. indica a ausência de uma pasta do arquivo.
Michel Duchein, especialista em instalações de arquivos e Tira de inserção - é uma tira de papel gomado ou de carto-
inspetor-geral dos Arquivos da Franga, tem vários livros e arti- lina, picotada, onde se escrevem as notações. Tais tiras são
gos publicados sobre a matéria, os quais devem ser consulta- inseridas nas projeções das pastas ou guias.
dos por tantos quantos se defrontam com problemas de cons- Pasta - é uma folha de papelão resistente, ou cartolina,
trução ou adaptação de locais destinados A guarda de docu- dobrada ao meio, que serve para guardar e proteger os docu-
22
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
mentos. Pode ser suspensa, de corte reto, isto é, lisa, ou ter Suporte - armação de metal que se coloca dentro das ga-
projeção. Elas se dividem em: vetas dos arquivos, servindo de ponto de apoio para as pastas
- individual ou pessoal - onde se guardam' documentos re- suspensas.
ferentes a um assunto ou pessoa em ordem cronológica;
- miscelânea - onde se guardam documentos referentes a Constituição de arquivos intermediários e permanen-
diversos assuntos ou diversas pessoas em ordem alfabética e tes
dentro de cada grupo, pela ordenação cronológica.
Toda organização, seja ela pública ou privada, de peque-
Material permanente no, médio ou grande porte, acumula através dos tempos um
acervo documental que, mesmo depois de passar por fases de
O material permanente é aquele que tem grande duração e análise, avaliação e seleção rigorosas, deve ser preservado,
pode ser utilizado várias vezes para o mesmo fim. Na sua es- seja para fins administrativos e fiscais, seja por exigências le-
colha, além do tipo e do tamanho dos documentos, deve-se gais, ou ainda por questões meramente históricas.
levar em conta os seguintes requisites: Nenhum plano de arquivo estaria completo se não previsse
a constituição do arquivo permanente, para onde devem ser
- economia de espaço (aproveitamento máximo do móvel e recolhidos todos aqueles documentos considerados vitais.
mínimo de dependências); Quanto aos arquivos ou depósitos intermediários, estes só
- conveniência do serviço (arrumação racional); deverão ser criados se ficar evidenciada a sua real necessida-
- capacidade de expansão (previsão de atendimento a no- de.
vas necessidades); Em geral, existem em âmbito governamental, em face do
- invulnerabilidade (segurança); grande volume de documentação oficial e de sua descentrali-
- distinção (condições estáticas); zação física.
- resistência (conservação). As entidades e empresas de caráter privado dificilmente
necessitam desse organismo, salvo no caso de instituições de
Recomenda-se, ainda, que a escolha do equipamento seja grande porte, com filiais, escritórios, representações ou simila-
precedida de pesquisa junto As firmas especializadas, uma res, disperses geograficamente e detentores de grande volu-
vez que constantemente são lançadas no mercado novas li- me de documentação.
nhas de fabricação. As mais tradicionais são os arquivos, fi-
chários, caixas de transferência, boxes, armários de aço etc. Recursos financeiros
As mais recentes são os arquivos e fichários rotativos eletro-
mecânicos e eletrônicos, bem como as estantes deslizantes. Outro aspecto fundamental a ser considerado diz respeito
aos recursos disponíveis não apenas para instalação dos ar-
Armário de aço - é um móvel fechado, usado para guardar quivos, mas, sobretudo, para sua manutenção.
documentos sigilosos, ou volumes encadernados. Nem sempre os responsáveis pelos serviços públicos ou
Arquivo - móvel de aço ou de madeira, com duas, três, dirigentes de empresas compreendem a importância dos ar-
quatro ou mais gavetas ou gabinetes de diversas dimensões, quivos e admitem as despesas, algumas vezes elevadas, con-
onde são guardados os documentos. cernentes a tais serviços. Toma-se necessária, então, uma
Arquivo de fole - é um arquivo de transição entre o arquivo campanha de esclarecimento no sentido de sensibilizá-los.
vertical e o horizontal. Os documentos eram guardados hori- Considerados todos os elementos descritos, o especialista
zontalmente, em pastas com subdivisões, e carregados verti- estará em condições de elaborar o projeto de organização, a
calmente. ser dividido em três partes. A primeira constara de uma sínte-
Arquivos horizontais antigos se da situação real encontrada. A segunda, de análise e diag-
- pombal (em forma de escaninhos); nóstico da situação. A terceira será o plano propriamente dito,
- sargento (tubos metálicos usados pelo exército em cam- contendo as prescrições, recomendações e procedimentos a
panha). serem adotados, estabelecendo-se, inclusive, as prioridades
Box - pequeno fichário que se coloca nas mesas. É usado para a implantação.
para lembretes.
Caixa de transferencia - caixa de aço ou papelão, usada Implantação e acompanhamento. Manuais de arquivo
especialmente nos arquivos permanentes.
Estante - móvel aberto, com prateleiras, utilizado nos ar- Recomenda-se que a fase de implantação seja precedida
quivos permanentes, onde são colocadas as caixas de trans- de uma campanha de sensibilização que atinja a todos os ní-
ferência. Modernamente, é utilizada para arquivos correntes, veis hierárquicos envolvidos.
empregando-se pastas suspensas laterais. Esta campanha, feita por meio de palestras e reuniões, ob-
Fichário - É um móvel de aço próprio para fichas, com jetiva informar as alterações a serem introduzidas nas rotinas
uma, duas, três ou quatro gavetas, ou conjugado com gavetas de serviço e solicitar a cooperação de todos, numa tentativa
para fichas e documentos. de neutralizar as resistências naturais que sempre ocorrem ao
Fichário horizontal - aquele em que as fichas são guarda- se tentar modificar o status que administrativo de uma organi-
das em posição horizontal, umas sobre as outras - modelo zação.
KARDEX. As fichas são fixadas por meio de bastões metálicos Paralelamente à campanha de sensibilização deve-se
presos às gavetas. Dessa disposição das hastes resulta que a promover o treinamento não só do pessoal diretamente envol-
primeira ficha presa, a partir do fundo, ficará inteiramente visí- vido na execução das tarefas e funções previstas no projeto
vel, deixando que da imediatamente inferior apareça uma faixa de arquivo, como daqueles que se utilizarão dos serviços de
correspondente à dimensão da barra, e assim sucessivamen- arquivo, ou de cuja atuação dependerá, em grande parte, o
te, lembrando o aspecto de uma esteira - "arquivo-esteirinha". êxito desses serviços.
As faixas que aparecem funcionam como verdadeiras proje- A implantação das normas elaboradas na etapa anterior
ções, nas quais são feitas as notações. exigirá do responsável pelo projeto um acompanhamento
Fichário vertical - aquele em que as fichas são guardadas constante e atento, a fim de corrigir e adaptar quaisquer im-
em posição vertical, umas atrás das outras, geralmente sepa- propriedades, falhas ou omissões que venham a ocorrer.
radas por guias. É o modelo mais usado por ser mais econô- Somente depois de implantar e testar os procedimentos -
mico. As gavetas ou bandejas comportam grande número de verificar se as normas, rotinas, modelos e formulários atendem
fichas. as necessidades - é que deverá ser elaborado o manual de
23
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
arquivo, instrumento que coroa todo o trabalho de organiza- VIDO ENCAMINHAMENTO. HOJE CHEGARAM ÀS SUAS
ção. Nele ficam registrados os procedimentos e instruções que MÃOS:
irão garantir o funcionamento eficiente e uniforme do arquivo e
a continuidade do trabalho através dos tempos. - UMA CARTA PARA UM EMPREGADO DA DIRETORIA
Seria impossível estabelecer padrões rígidos para a elabo- FINANCEIRA, COM A ETIQUETA DE PESSOAL;
ração dos manuais, uma vez que estes devem refletir as pecu- - VÁRIOS EXEMPLARES DE UM JORNAL DO SINDICA-
liaridades das instituições a que se referem. Entretanto, a ex- TO DA CLASSE, PARA OS FUNCIONÁRIOS;
periência nos permite indicar, em linhas gerais, os elementos - DOIS ENVELOPES ENDEREÇADOS À ASSESSORIA
que devem constituir os manuais de arquivo. São eles: JURíDICA E ENTREGUES POR UM MENSAGEIRO DE OU-
TRA EMPRESA.
- apresentação, objetivos e abrangência do manual;
- informações sobre os arquivos da instituição, suas finali- Agora pense: que tratamento você acha que Fernanda de-
dades e responsabilidades; sua interação e subordinação; ve dar a cada um desses documentos?
- organogramas e fluxogramas; Anote seu pensamento em uma folha de papel e, depois,
- concertos gerais de arquivo, definição das operações de compare-o com o que apresentamos.
arquivamento; terminologia; - detalhamento das rotinas, mode- Fernanda não vai abrir e nem registrar a carta porque con-
los de carimbos e formulários utilizados; plano de classificação tém a anotação pessoal, indicando tratar-se de uma corres-
de documentos com seus respectivos códigos e índices; - ta- pondência particular. A carta será encaminhada diretamente a
belas de temporalidade de documentos, que, pela sua ampli- quem se destina, na Diretoria Financeira. Nesse caso, portan-
tude, podem ser apresentadas em separado. to, não há qualquer preocupação com o seu arquivamento.
Quanto aos jornais, Fernanda também não precisa regis-
Por ser o arquivo uma atividade dinâmica, o manual deve- trã-los, porque não são documentos oficiais. Eles devem ser
ra ser periodicamente revisto e atualizado, a fim de atender É distribuídos aos funcionários e, após serem lidos, podem ser
alterações que surgirem como decorrência da evolução da jogados fora.
própria instituição.
ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE ARQUIVOS Já os envelopes entregues pelo mensageiro são corres-
CORRENTES pondências oficiais. Eles precisam ser abertos, os documentos
registrados e encaminhados, no caso, à Assessoria jurídica,
Os arquivos correntes são constituídos de documentos em de acordo com os procedimentos adotados pela administra-
curso ou freqüentemente consultados como ponto de partida ção.
ou prosseguimento de planos, para fins de controle, para to- Todo o andamento desses documentos dentro da empresa
mada de decisões das administrações etc. é controlado e, só após cumprirem suas finalidades, é que são
arquivados. Muitos deles até podem aguardar decisões e pra-
No cumprimento de suas funções, os arquivos correntes zos já nos arquivos. E dependendo das normas da empresa e
quase sempre respondem ainda pelas atividades de recebi- da natureza dos documentos arquivados, eles podem ser em-
mento, registro, distribuição, movimentação e expedição dos prestados ou consultados no próprio local do arquivo.
documentos correntes. Por isso, freqüentemente encontra-se
na estrutura organizacional das instituições a designação de Desde a chegada dos documentos à empresa já deve ha-
órgãos de Protocolo e Arquivo, Arquivo e Comunicação ou ou- ver uma preocupação com o seu possível arquivamento. O
tra denominação similar. técnico de arquivo precisa estar atento a isso e determinar a
Devido ao íntimo relacionamento dessas áreas de traba- classificação que cada documento recebe no momento do seu
lho, pode-se distribuir em quatro setores distintos as ativida- registro, pois ela se repetirá mais tarde, quando for arquivado.
des dos arquivos correntes: Portanto, num sistema de arquivos correntes, os serviços
de recebimento, registro, controle de tramitação (distribuição e
1. Protocolo, incluindo recebimento e classificação; registro movimentação) e expedição da correspondência, não podem
e movimentação ser desvinculados dos serviços de arquivamento e empréstimo
2. Expedição ou consulta de documentos.
3. Arquivamento - o arquivo propriamente dito As atividades de recebimento de documentos, registro,
4. Empréstimo e consulta controle de tramitação e expedição de correspondências cons-
4.1 Protocolo tituem os serviços de protocolo. E as atividades de arquiva-
No que se refere às rotinas, poder-se-ia adotar as seguin- mento e empréstimo de documentos são os serviços de arqui-
tes, com alterações indicadas para cada caso: vo.
4.1.1 Recebimento e classificação
4.1.2 Registro e movimentação Então, não podemos separar os serviços de protocolo dos
Este setor funciona como um centro de distribuição e redis- serviços de arquivo. Daí ser comum, na estrutura organizacio-
tribuição de documentos. nal das instituições, a existência de setores, normalmente de-
nominados Arquivo e Protocolo, ou Arquivo e Comunicação ou
ARQUIVO CORRENTE outro nome parecido, que respondem tanto pelo protocolo co-
E PROTOCOLO mo pelo arquivamento.
Em relação aos serviços de arquivo e protocolo, é impor-
Você já sabe que arquivo corrente é aquele formado por tante destacarmos que as rotinas e procedimentos para sua
documentos de uso freqüente e que funciona na própria em- execução devem ser criados pela própria instituição, obede-
presa ou em locais de fácil acesso, próximos a ela. Mas como cendo a um critério adequado às suas características. Não
encaminhamos documentos para o arquivo corrente? Como podemos predeterminar e nem impor qualquer rotina ou pro-
analisamos suas atividades? Para analisarmos suas ativida- cedimento a uma empresa, mas apenas sugerir.
des vamos trabalhar com uma situação e mostrar o encami-
nhamento dado a alguns documentos em uma empresa. SERVIÇOS DE PROTOCOLO
Observe este ofício:
FERNANDA É ENCARREGADA DE ANALISAR A DOCU-
MENTAÇÃO QUE A EMPRESA RECEBE E DAR-LHE O DE- Para:Banco do Estado S.A.
Diretoria Financeira
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
mento será encaminhado (destino) e o código atribuído a ele,
Senhor Diretor, quando foi classificado.
- Elaboração do resumo do assunto tratado no documento.
Encaminhamos em anexo, para seu conhecimento e - Encaminhamento dos papéis ao setor responsável pelo
análise, cópia do Balanço Patrimonial de nossa empresa... registro e movimentação.
Este ofício, ao ser recebido pelo banco, foi registrado de Rotinas de registro e movimentação
acordo com os procedimentos adotados na empresa. Depois
foi distribuído, sendo encaminhado ao Diretor Financeiro. Esse serviço funciona como um centro de distribuição e
redistribuição de documentos. Ali os documentos chegam e
Na diretoria, a secretária recebeu o documento, registrou-o são encaminhados aos setores, são devolvidos e reencami-
na entrada nos controles específicos do órgão e encami- nhados aos outros setores ou ao arquivo. Mesmo que algu-
nhou-o ao diretor. Esse, após conhecer o teor do ofício, des- mas de suas rotinas possam variar de uma empresa para ou-
pachou-o para um dos assessores, solicitando-lhe análise e tra, de modo geral, elas compreendem:
parecer. - Preparação da ficha de protocolo, em duas vias, que po-
Concluída a solicitação, o assessor retornou o documento dem ser de diferentes modelos, dentre os quais selecionamos
com o parecer à sua chefia que, após analisar, pediu algumas três para seu conhecimento e verificação de como são preen-
providências, dentre as quais a expedição de uma resposta à chidas.
Andes Turismo S.A. Finalmente, ele devolveu a documenta-
ção à sua secretária - ofício, despachos, parecer -, solicitan- Observe que nos três modelos, há espaço para escrever-
do-lhe o arquivamento. mos o mesmo código ou número de classificação colocado no
A secretária registrou a saída do documento em seus con- documento, quando foi registrado no protocolo. E também há
troles e depois encaminhou-o ao Setor de Arquivo da empre- uma parte denominada dístribuíção, andamento ou carga, on-
sa. de anotamos cada etapa da tramitação do documento (desde
Veja que o ofício passou por vários setores dentro do Ban- o momento de sua saída do setor de protocolo até o seu ar-
co do Estado S.A., envolvendo tarefas que constituem o ser- quivamento).
viço de protocolo de uma empresa: recebimento; registro; Desse modo, quando desejamos saber algo sobre um do-
distribuição e movimentação; expedição de correspondência. cumento, basta verificarmos seu andamento na ficha de proto-
colo. Se, por exemplo, a destinação dele estiver para o arqui-
PROTOCOLO vo, é possível sabermos sob que notação ele está arquivado,
que é a mesma atribuída ao documento.
É A DENOMINAÇÃO ATRIBUÍDA AOS SETORES EN- - Acréscimo da segunda via da ficha de protocolo ao do-
CARREGADOS DO RECEBIMENTO, REGISTRO, DISTRI- cumento já carimbado e encaminhamento ao seu destino. Se
BUIÇÃO E MOVIMENTAÇÃO E EXPEDIÇÃO DE DOCU- existirem antecedentes, eles e suas respectivas fichas, com
MENTOS. É TAMBÉM O NOME ATRIBUÍDO AO NUMERO registro e anotações, devem ser anexados ao documento.
DE REGISTRO DADO AO DOCUMENTO OU, AINDA, AO LI- Quando o documento chegar ao seu destino, o responsá-
VRO DE REGISTRO DE DOCUMENTOS RECEBIDOS E EX- vel naquele setor precisa retirar a ficha de protocolo, que só é
PEDIDOS. anexada novamente ao documento quando ele seguir para ou-
tro setor. Essa passagem do documento de um setor a outro,
E como esses serviços de protocolo funcionam? Que pro- a redístribuição, deve ser feita através do setor responsável
cedimentos são adotados para que eles cumpram suas finali- pelo registro e movimentação.
dades com eficiência? - Registro dos dados constantes da ficha de protocolo para
as fichas de procedência e de assunto, rearquivando-as em
Rotinas de recebimento e classificação seguida. Essas fichas são preenchidas não só para controlar a
Cada instituição precisa criar suas próprias rotinas de tra- documentação que passa pelos serviços de protocolo como
balho, tendo em vista suas particularidades. Mas, de um modo também, para facilitar a pesquisa do documento, quando ne-
geral, as rotinas de recebimento e classificação de documen- cessário. Eis um exemplo de ficha de procedência
tos são: - Arquivamento das fichas de protocolo obedecendo à or-
- Recebimento da correspondência chegada à empresa dem dos números de protocolo.
pelo malote, - Recebimento, dos vários setores da empresa, dos docu-
- Correios ou entregue em mãos. mentos a serem redistribuídos e anotação do novo destino nas
- Separação da correspondência oficial da particular. respectivas fichas.
- Distribuição da correspondência particular. - Encaminhamento dos documentos aos respectivos desti-
- Separação da correspondência oficial de caráter ostensi- nos.
vo das de caráter sigiloso.
- Encaminhamento da correspondência sigilosa aos seus Rotinas de expedição
destinatários. Em geral, são adotadas estas rotinas nos serviços de ex-
- Abertura da correspondência ostensiva. pedição de uma empresa:
- Leitura da correspondência para tomada de conhecimen- - Recebimento da correspondência a ser expedida: o origi-
to do assunto, verificando a existência de antecedentes. nal, o envelope e as cópias, nas cores e quantidades determi-
- Requisição dos antecedentes ao arquivo. Se eles não es- nadas pela empresa.
tiverem lã, o setor encarregado de registro e movimentação in-
formará onde se encontram e os solicitará, para ser feita a jun- Os setores que desejarem manter uma coleção de cópias
tada, isto é, agrupar, por exemplo, dois ou mais documentos, em suas unidades, para consulta imediata, devem prepará-las
ou processos. em papel de cor diferente. Essas cópias são devolvidas ao se-
- Interpretação da correspondência e sua classificação de tor de origem, após a expedição.
acordo com o código adotado pela empresa e definido pelo - Verificação da falta ou não de folhas ou anexos nas cor-
arquivista. respondências a serem expedidas.
- Carimbo do documento no canto superior direito (de pre- - Numeração e complementação de data, tanto no original
ferência com um carimbo numerador datador do protocolo). como nas cópias.
Abaixo da data e do número, escrevemos para onde o docu- - Separação do original das cópias.
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
- Expedição do original com os anexos, se existirem, pelos Logo, é necessário que o arquivo esteja bem vivo! E ele só
Correios, malotes ou em mãos. vai conseguir isso, facilitando o empréstimo e consulta de
- Encaminhamento das cópias ao setor de arquivamento, seus documentos aos funcionários ou setores da empresa que
acompanhadas dos antecedentes que lhes deram origem. deles precisarem. Essa é uma tarefa que precisa ser feita com
a máxima ética e segurança, para que nenhum documento se-
SERVIÇOS DE ARQUIVO ja divulgado indevidamente ou mesmo que se perca.
Assim, as rotinas de empréstimo e consulta dos documen-
Preste atenção a esta situação, bem comum em uma em- tos do arquivo podem ser:
presa: - Atender às requisições de empréstimos vindas dos dife-
rentes órgãos/setores.
- FLÁVIA, PRECISO DAQUELE PROJETO DE AMPLIA- - Preencher o formulário de recibo de documentação, em
ÇÃO DA FIRMA PARA RETIRAR UNS DADOS duas vias cujo modelo pode ser:
QUE VOU INCLUIR NESTE RELATÓRIO.
- MAS DR. SANTANA, O PROJETO SAIU DAQUI PARA O Esse recibo é muito importante, já que registra a saída do
DIRETOR-GERAL E AGORA JÁ DEVE documento, permitindo informar, com segurança, onde ele se
ESTAR ARQUIVADO. O SENHOR QUER QUE EU SOLI- encontra.
CITE UM EMPRÉSTIMO AO SETOR DE - Colocar a segunda via do recibo no mesmo lugar de onde
ARQUIVO? foi retirada a pasta para empréstimo, juntamente com a
guia-fora.
Como você vê, o projeto citado foi arquivado, depois de - Arquivar a primeira via do recibo de documentação no fi-
passar pelos setores competentes. Do arquivo, no entanto, ele chário de lembretes, em ordem cronológica, do mais atual pa-
pode ser recuperado para consultas, por meio de empréstimo. ra o mais antigo.
E isso é o que deve acontecer com qualquer documenta- - Preencher o formulário de cobrança da documentação,
ção oficial de uma empresa. Depois de tramitar pelos devidos sempre que a pasta emprestada não for devolvida no prazo
setores e cumprir suas finalidades, é arquivada. No arquivo fi- estipulado.
ca guardada, podendo ser emprestada ou consultada a qual- Os prazos para empréstimo de documentos do arquivo va-
quer momento, pelo pessoal da instituição. riam de uma empresa para outra, embora possamos reco-
Vemos, assim, que os serviços de arquivo compreendem mendar um período em torno de dez dias, podendo ser reno-
duas atividades específicas: o arquivamento propriamente dito vado mediante sua reapresentação ao setor.
dos documentos e seu empréstimo ou consulta, sempre que
necessário. - Encaminhar a cobrança de documentação ao requisitan-
te.
E o que compreende cada uma dessas atividades? - Arquivar a pasta devolvida ao setor, eliminando a segun-
da via do recibo (aquela que estava no lugar da pasta retira-
Arquivamento da documentação da).
Lembramos que, desde o momento em que o documento - Colocar o carimbo de RESTITUÍDO na primeira via do re-
chega a uma empresa, já deve haver a preocupação com o cibo de documentação (a que foi assinada pelo requisitante).
seu possível arquivamento. Por isso é que a classificação da- Esse carimbo pode ser colocado no verso do recibo e ser as-
da ao documento no serviço de protocolo, quando ele entra na sim:
empresa é a mesma utilizada para arquivá-lo. E como esses - Devolver a primeira via carimbada do recibo ao requisi-
documentos são classificados? tante.
26
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
Como escolher o sistema adequado? trapassar este número deve receber pasta individual. A orde-
nação interna de correspondentes de uma miscelânea deve
Para acertar, antes de mais nada é necessário o trabalho ser feita pela ordem alfabética de nomes e, dentro desta, pela
de análise e planejamento. Somente através do levantamento ordem cronológica.
dos dados sobre a instituição à qual o arquivo servirá, pode-se
escolher um sistema adequado e seguro para a localização de O método alfabético faz parte do sistema direto de arqui-
informações. Por exemplo, podemos concluir que os sistemas vamento, uma vez que a consulta é efetuada diretamente no
diretos de arquivamento só podem ser empregados em arqui- arquivo, sem a necessidade de recurso auxiliar. Contudo, o
vos onde os documentos são de livre acesso a qualquer pes- seu perfeito funcionamento esta condicionado ao emprego de
soa; os sistemas indiretos, como necessitam de índice para a Regras de Alfabetização: conjunto de determinações que co-
localização dos documentos, resguardam mais a do- mandam a ordenação alfabética de nomes de pessoas, firmas
cumentação e os semi-indiretos devem ser utilizados nos ar- e instituições no arquivo, solucionando os casos duvidosos.
quivos onde os usuários buscam as informações sem a orien- Essas regras têm por finalidade:
tação de uma pessoa, mas de uma tabela disposta no arquivo
de forma a auxiliá-los. • Uniformizar as entradas de nomes no arquivo, padroni-
zando critérios que facilitem o arquivamento e a consulta.
Métodos de arquivamento • Proporcionar maior coerência à estrutura do arquivo, evi-
tando entradas múltiplas e a conseqüente perda de informa-
Método de arquivamento é um plano preestabelecido de ções.
colocação dos documentos que visa A facilidade de guarda e
pesquisa. Os métodos de arquivamento estão relacionados A - Regras
com os sistemas, o que equivale a dizer que cada sistema de
arquivamento tem métodos específicos que a ele se adaptam. 1. Os nomes individuais devem ser colocados em ordem
inversa, ou seja, primeiramente o último nome, depois os pre-
Tanto na organização de arquivos como na de fichários, os nomes na ordem em que se apresentam. Quando houver no-
elementos a serem considerados nos documentos, para efeito mes iguais, prevalece a ordem do prenome.
de classificação, são:
Exemplos:
• Nome (do remetente, destinatário ou da pessoa a quem
os documentos se referem). Barbosa, Anibal
• Local (de expedição ou recebimento dos documentos). Corrêa, Antônio
• Data (de elaboração, validade ou referência dos docu- Corrêa, João Carlos
mentos). Correa, Paulo
• Assunto(s) (conteúdo ou argumento dos documentos).
• Número (de ordem, código etc.). 2. As partículas estrangeiras (D', Da, De, Del, Des, Di, Du,
Fitz, La, Le, Les, Mac, Mc, O', Van, Vanden, Van der, Von,
A escolha de um ou mais elementos determinará a estrutu- Vonder etc.), se escritas com inicial maiúscula, são considera-
ra de organização de um arquivo, respeitando-se o grau de das como parte integrante do nome. Exemplos:
importância e freqüência com que são solicitados.
Oliveira, Carlos Santos de
No trabalho secretarial, os métodos de uso mais comum Von Johnson, Erick
são: Vonder Blun, Eduardo
As pastas ou fichas são dispostas no arquivo segundo as 5. Os nomes que exprimem grau de parentesco, abrevia-
determinações das normas de alfabetação, separadas pelas dos ou não, não são considerados na ordenação alfabética.
guias alfabéticas que orientação a consulta. O número e o tipo Exemplos:
de guias a serem utilizadas dependerão do volume de docu-
mentos a serem organizados. Freitas Jr., Ary
Ribeiro Neto, Henrique
A confecção do arquivo é simples e barata. Inicia-se com a Vasconcelos Sobrinho, Alcides
abertura de pastas individuais (uma para cada nome ou cor-
respondente), dentro das quais os documentos devem ser or- Observação: Os graus de parentesco só serão considera-
denados cronologicamente. dos na alfabetação quando servirem de elemento de distinção.
Exemplos:
Além das pastas individuais, utilizam-se também as pastas
miscelâneas, para agrupar correspondentes avulsos. Reco- Abreu Filho, Jorge
menda-se um máximo de cinco documentos por correspon- Abreu Neto, Jorge
dente dentro de cada miscelânea. O correspondente que ul- Abreu Sobrinho, Jorge
27
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
• Se arquivado pela sigla, coloca-se a remissiva em:
6. Os títulos honoríficos, pronomes de tratamento e artigos Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil veja ADVB
são colocados entre parênteses depois do nome e não são
considerados na alfabetação. 15. A correspondência recebida de seção, divisão ou de-
Exemplos: partamento de uma empresa ou instituição deve ser arquivada
pelo nome da empresa e não pelo departamento, divisão, se-
Araújo, Paulo (General) ção. Exemplos:
Estado de São Paulo (O)
Pinto, Antônio Eduardo (Dr.) UFRGS - Departamento de Pessoal
UFRGS - Escola de Engenharia
7. Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo
nome, que corresponde ao da família do pai. Exemplos: 16. As diversas filiais de uma empresa são alfabetadas pe-
lo nome da empresa, seguido dos Estados em que se encon-
Cervantes y Saavedra, Miguel de tram as filiais e, finalmente, dos nomes das cidades. Se estive-
Hemandes Xavier, José rem localizadas em uma mesma cidade, são colocados os en-
dereços. Exemplos:
8. Os nomes orientais, japoneses, chineses, Árabes etc.
são registrados na ordem em que se apresentam. Exemplos: União S.A. - RJ, Rio de Janeiro
União S.A. - RS, Porto Alegre
Al Ben Abib
Li Yutang 17. Os nomes de instituições e órgãos governamentais
Mao Tsé Tung brasileiros são considerados como se apresentam. Exemplos:
9. Os nomes ligados por apóstrofo devem ser lidos e ar- Banco Central do Brasil
quivados como uma só palavra. Exemplo: Fundação Getúlio Vargas
Sant'Ana, Armindo, lê-se e arquiva-se Santana 18. Os nomes de órgãos governamentais ou instituições de
países estrangeiros devem ser precedidos do nome do país,
10. Os sinais gráficos, como crase, til, cedilha etc., não são em língua portuguesa. Exemplos:
considerados na alfabetação. Exemplos:
Estados Unidos - The Library of Congress
Campanha, Clodoaldo Inglaterra - Red Cross
Campanhã, Raul
19. Nos títulos de congressos, conferências, simpósios
11. Os nomes de empresas devem ser registrados confor- etc., os números arábicos, romanos ou escritos por extenso
me se apresentam. devem figurar entre parênteses ao final da entrada.)Exemplos:
Exemplos:
Conferência Latino-americana de Pediatras (II).
Álvaro Costa & Cia Seminário Francês de Patologia (13º).
Barbosa Souza Ltda Encontro Brasileiro de Secretárias (Segundo).
Comercial Santos Ltda
20. Os numerais que fazem parte dos nomes de empresas;
12. As expressões usadas no comércio, como Sociedade, quer no inicio, meio ou fim, devem ser alfabetados como se
Companhia, Empresa etc., devem ser consideradas na alfabe- estivessem escritos por extenso.
tação. Exemplos: Exemplos:
13. Os nomes das empresas ou instituições que usam si- O conjunto de regras aqui apresentado é suficiente, nor-
glas, com ou sem ponto entre as letras, devem ser alfabetados malmente, para organizar arquivos comerciais. Contudo, de-
como se o conjunto de letras que os formam fosse uma pala- pendendo do volume e complexidade dos documentos a se-
vra. Exemplos: rem classificados, pode haver dúvidas. Neste caso, podem ser
adotadas regras mais extensas, ou pode-se ampliar e modifi-
CEEE car as já existentes, para atender a casos específicos, desde
UFRGS que sejam redigidas em linguagem clara e simples e que fi-
quem registradas por escrito.
14. Quando uma empresa ou instituição for conhecida,
além de seu nome por extenso, também por uma sigla, o ar- B - Ordenando alfabeticamente
quivista deverá optar pela forma de entrada que melhor aten-
da há necessidades de seus consulentes, fazendo sempre Quando falamos em arquivo alfabético, muitas pessoas
uma remissiva para a forma não adotada como entrada no ar- desconhecem o fato de que há dois critérios para a ordenação
quivo. Exemplo: alfabética (feita letra por letra ou palavra por palavra), e que
ambos são corretos. Daí surgirem as confusões na busca e no
ADVB... ou Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil arquivamento.
• Se arquivado pelo nome por extenso, coloca-se a remis- A definição de um único critério de alfabetação, com a
siva em: conseqüente exclusão do outro, é de fundamental importância
ADVB veja Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil para o trabalho de arquivo. São eles:
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
Letra por letra Palavra por palavra vimentação do documento dentro da repartição. Paralelamen-
te, são confeccionados índices alfabéticos para os nomes dos
Porta Porta envolvidos, assunto e procedência dos documentos, a fim de
Porta-algodão Porta-algodão agilizar as buscas.
Portada Porta-discos
Porta-discos Porta-espada Método geográfico
Portador Portada
Porta-espada Portador Neste método, o principal elemento de classificação do do-
cumento deve ser o local ou procedência da informação. É
Notou a diferença? Imagine a confusão e as discussões importante salientar que a organização de um arquivo geográ-
entre colegas de trabalho e usuários do seu arquivo se você fico depende de uma estrutura geográfica bem definida, como,
misturar os dois critérios! por exemplo:
32
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
Portanto, quando você tiver alguma dúvida, em vez de ficar Quando se conversa pessoalmente com alguém, além da
imaginando o que pode estar acontecendo, procure esclare- linguagem verbal, é possível observar os gestos, as expres-
cimentos com as pessoas certas. sões faciais e corporais, enfim, dispõe-se de muitos recursos
para compreender e ser compreendido pelo outro. Esses re-
Aberturas à comunicação cursos são tão fundamentais que podem ser determinantes
para a interpretação do que é dito. Muitas vezes sabemos que
Para que haja uma perfeita e eficiente realização do pro- um olhar, um gesto de mão, ganham muito mais significado do
cesso de comunicação, pressupõe-se que todos os seus ele- que as palavras enunciadas. Nada de cara feia. Todos gosta-
mentos estejam em perfeita integração e harmonia. O objeto mos de falar com pessoas que nos olham diretamente, sem
da mensagem, o meio pelo qual ela é transmitida e o próprio fugir do olhar de seu interlocutor e sem demonstrar desconfi-
código utilizado devem ser comuns ao emissor e ao receptor, ança.
isto é, a você e à pessoa a quem você se dirige. Você deve Demonstre sempre que está acompanhando o que a outra
tratar a mensagem do modo mais cuidadoso possível, para pessoa diz, com palavras ou atitudes. Não abuse, porém, de
que não surjam obstáculos à comunicação. Para evitar essas sons de concordância, como os famosos "hã-hã". Evite tam-
dificuldades, é preciso que você leve em consideração alguns bém os excessivos acenos de cabeça na demonstração de
pontos básicos sobre o que deve ou não fazer. sua aceitação da mensagem da outra pessoa. Formule bem
Uma relação de mútua confiança permite a eliminação ou suas perguntas, de modo a proporcionar, sempre que possí-
a neutralização de possíveis interferências no processo de vel, algum tipo de resposta ao emissor. Evite as perguntas fe-
comunicação. Escute atenta e ativamente o outro, demons- chadas, que geram respostas monossilábicas, do tipo "sim",
trando interesse na mensagem de seu interlocutor. "não" ou "talvez".
Para conseguir esse bom relacionamento, destacamos a- Amenize as perguntas diretas com expressões do tipo
qui pontos que você pode observar. Esses procedimentos po- "quem sabe", "se possível", "talvez". Isso fará o interlocutor
dem ajudá-lo a expressar melhor sua atenção. sentir-se mais à vontade para expressar suas opiniões e i-
Embora seja muito comum em situações de bate-papo, a déias. Não coloque questões excessivamente agressivas, de-
repetição de expressões como "sabe", "entendeu", "olha só", safiantes ou avaliativas, para não criar uma situação de ten-
"tá", "né", não contribui para a eficiência da comunicação e são entre vocês, pois é muito comum que as pessoas reajam
pode acabar se tornando vício de linguagem, que em nada criando barreiras à comunicação, numa postura defensiva. Se
auxilia na transmissão do que se quer dizer. Se essas expres- possível, prefira perguntas que comecem com o que, como,
sões têm a função de chamar a atenção do ouvinte, seu uso onde, quando. Isso esclarece o tipo de resposta esperada. Es-
excessivo só prejudica a transmissão da mensagem: truturando assim as suas questões, você receberá respostas
"Olha só: o gerente dessa seção, sabe, está em reunião, mais precisas e objetivas.
entendeu?" Não exagere na quantidade de perguntas, para não pare-
Se excluirmos essas expressões, o conteúdo da mensa- cer que o está submetendo a um interrogatório. Pergunte-lhe
gem não se altera, e a frase fica mais concisa: apenas o essencial. Nada de criar tensões, avalie se está en-
"O gerente dessa seção está em reunião." tendendo claramente o que ele lhe diz, e só então faça novas
Evite, também, palavras ou frases ambíguas, ou seja, que perguntas.
podem ser entendidas de maneiras diferentes. Observe a fra- Depois de fazer uma pergunta, é importante que você a-
se: guarde a resposta, pois muitas vezes é necessário um tempo
João viu a explosão do carro." para pensar antes de responder. Não demonstre impaciência:
Não é possível saber se João estava no carro e viu alguma aquilo que é óbvio para você pode não ser tão evidente para
explosão ou se João viu um carro explodir. A ambigüidade, todos. Procure expressar suas divergências de modo respei-
duplo sentido, prejudica a comunicação entre as pessoas. Ela toso e delicado, sem interromper a fala da outra pessoa. É
é especialmente perigosa em um texto escrito, já que não melhor esperar que termine o enunciado para então você ex-
possui os recursos não-verbais da situação de fala. pressar com tranqüilidade suas divergências. Contradizer
desnecessariamente o que a outra pessoa está dizendo torna
Tome muito cuidado, também, para não pronunciar pala- o diálogo improdutivo. Mesmo que haja diferenças entre emis-
vras de maneilra errada. Há algumas expressões que são ha- sor e receptor, é essencial que um objetivo comum seja esta-
bitualmente pronunciadas de forma incorreta, mas você deve belecido, numa demonstração de respeito e aceitação. Para
evitar isso. tanto, abstenha-se de fazer julgamentos, admita que outra
Para ficarmos restritos a um exemplo da área adminis- pessoa tenha crenças, idéias e valores diferentes dos seus. A
trativa, basta lembrar o caso de "rubrica". Embora muitas pes- pluralidade de opiniões é um fator positivo e não deve ser mo-
soas pronunciem-na como i& rubrica", com acento tônico na tivo de discussões inúteis. Discriminar é um comportamento
primeira sílaba, a pronúncia correta é "rubrica", com acento negativo que só traz prejuízo ao convívio social.
tônico na segunda sílaba. Se você ficarem dúvida sobre a Tente estabelecer uma relação de empatia com o interlo-
pronúncia de alguma palavra, procure um bom dicionário ou cutor, respeitando seu ponto de vista e levando em conta seus
mesmo uma gramática da língua portuguesa. Lá a pronúncia valores, colocando-se no lugar dele. Isso contribuirá muito pa-
correta das palavras está indicada. ra que a outra pessoa sinta-se à vontade para expressar suas
Por mais incrível que lhe possa parecer, até ojeito de sua opiniões.
postura corporal influencia na sua boa comunicação. Quem
gosta de falar com uma pessoa sentada, largadona? Ninguém, Comunicação telefônica
não é verdade? Então, evite cruzar os braços, tamborilar com
os dedos sobre a mesa, mastigar a ponta da caneta e consul- A necessidade de comunicação rápida e eficiente fez com
tar as horas durante a conversa. que o telefone se tornasse um dos meios de comunicação
Mantenha-se tranqüilo e atento enquanto estiver falando mais utilizados hoje em dia. No cotidiano de um serviço de re-
com seu interlocutor. As atitudes apontadas são, em geral, in- cepção, seja na empresa, no escritório ou em qualquer outra
dicativas de impaciência e o interlocutor pode ter a impressão instituição, é comum atender a pedidos de informações telefô-
de que você deseja se livrar dele. Mostre sempre uma atitude nicas, anotar recados e registrar chamadas.
calma e receptiva. Evite que o telefone toque mais que três vezes, pois o cli-
Sua expressão facial deve revelar também disposição para ente que está do outro lado da linha pode ficar impaciente com
o diálogo e a sinceridade de suas palavras, expondo as suas a demora. Caso precise fazer o cliente esperar, diga o nome
reações à fala da outra pessoa. da empresa, cumprimente-o e lhe explique que no momento a
33
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
linha está ocupada ou que a pessoa não poderá atender. É Exemplo: Pedro Camargo Santos
desagradável ficar esperando na linha ouvindo "musiquinha" Você deve procurar: Santos, Pedro C. Antônio Gonçalves
sem saber por quanto tempo. Júnior
Não é muito difícil perceber a importância de se segurar Procure: Gonçalves Jr., Antônio
bem o fone. Em geral a distância de dois a quatro centímetros
dos lábios é a indicada para uma boa transmissão. A proximi- Há casos, entretanto, em que o sobrenome que consta da
dade excessiva pode causar vibrações. Por outro lado, afastar lista não é o último e sim aquele pelo qual a pessoa é comu-
demais o fone pode tornar a voz fraca e distante. Aliás, você mente conhecida.
deve estar atento à sua acuidade auditiva. Se você não estiver
escutando bem, poderá transmitir recados errados ou fazer Exemplo: Maria Vieira Botelho
confusão nas chamadas telefônicas. Você pode também procurar: Vieira Botelho, Maria
Você sabe como é desagradável conversar com alguém
que grita ao telefone. Com certeza, já passou pela experiência Em muitas ocasiões, você terá necessidade de procurar
de ter de afastar o fone do ouvido por não agüentar o volume nomes de firmas, empresas. Nesses casos, comumente se
da voz do outro. Se a ligação não estiver boa e apresentar ru- procura pelo nome por extenso, entretanto, há casos em que
ídos, é preferível tentar uma outra ligação. da lista constam simplesmente as siglas.
É comum associar-se o fato de ser uma ligação de lugar Exemplo: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial -
distante com a necessidade de se falar mais alto. Você sabe SENAC
que não há a menor lógica nisso, pois, com freqüência, uma Procure: SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem
ligação local é mais precária que uma interurbana ou interna- Comercial
cional.
Não caia, contudo, no outro extremo. Falar baixo demais Da lista de endereços, fazem parte todos os logradouros
pode ser tão ou mais prejudicial à comunicação. Se você tam- (ruas, avenidas, praças, travessas etc.) da cidade. Esses en-
bém notar que seu interlocutor está falando muito baixinho, dereços também obedecem à ordem alfabética.
peça-lhe de ma neira delicada que aumente um pouco o vo-
lume de voz. Exemplo: Travessa Siqueira Campos
Mais, importante do que se ter uma voz bonita, é saber Procure: Siqueira Campos, tv.
empregá-Ia bem. E usar o ritmo adequado, a modulação ex-
pressiva. Fala claramente, pronunciando bem as palavras, Em casos de nomes de ruas que incluam títulos, exclua o t
nem muito rápido, nery excessivamente devagar, é sempre e procure pelo primeiro nome:
conveniente. Uma voz que segue o ritmo pedido pela comuni- Exemplo: Avenida Marechal Deodoro da Fonseca
cação é muito bem-vinda.
Ao telefone, a voz torna-se nosso cartão de apresentação, Procure: Deodoro da Fonseca, Mal., av.
por tanto, nada melhor do que uma voz clara, um tom agradá-
vel. Sabemos que cada pessoa tem seu estilo próprio de se Você deve consultar as listas páginas amarelas por cate-
expressar, portanto, não existem regras de uma forma ideal de gorias de atividades. Se você precisa consultar as lojas que
comunicação telefônica. É necessário, contudo, reafirmar que vendem móveis, por exemplo, deve procurar, primeiramente,
a clareza da linguagem, sua objetividade e concisão são fun- por móveis, embora tenha também a opção de buscar, por
damentais para uma comunicação mais eficiente. Quase sem- subtítulos, mais especificamente: móveis de escritório, dormi-
pre a linguagem rebuscada afetada, o uso indiscriminado de tórios, estofados etc.
termos eruditos ou pouco comum acabam por prejudicar a
comunicação. Códigos e serviços prestados
No entanto é preciso que não se confunda objetividade,
linguagem simples, com expressões vulgares, gírias, palavras Além de conhecer e bem utilizar as listas, é interessante
que demonstrem excessivo grau de intimidade. que você saiba que as empresas telefônicas prestam outros
Quanto às palavras estrangeiras, se você não souber a serviços.
pronúncia correta, busque auxílio em dicionários ou com pes- Devido à freqüência com que você deverá consultar a rela-
soas que dominem essa língua estrangeira. No caso de não ção de códigos e serviços oferecidos pelas companhias tele-
entender alguma palavra, não tenha constrangimento em pedir fônicas, julgamos importante que você liste alguns de maior u-
para repetir, se senti que sua compreensão é importante para tilidade. Em anexo, fornecemos uma lista com esses telefones
a comunicação. para que você a tenha sempre à mão.
A organização das listas telefônicas brasileiras segue a um É sempre importante, antes de começar a trabalhar em
padrão nacional. Assim, onde quer que você more ou esteja, uma instituição, conhecer sua área de atuação. Isso porque há
saberá consultar as listas telefônicas locais. Existem várias lis- algumas especificidades no trabalho prestado por um recepci-
tas, mas as mais usadas são as de Assinantes, Endereços e onista em certos tipos de empresa.
Páginas Amarelas. É necessário, contudo, que você saiba tirar O trabalho de recepção em um hospital envolve, sobretu-
o máximo proveito delas, utilizando-as devidamente, pois elas do, um grande respeito pela situação de tensão em que se
contêm informações que certamente agilizarão seu trabalho. encontram as pessoas que por lá transitam. Mesmo no caso
Das listas de assinantes, constam os nomes dos assinan- das maternidades, onde geralmente predomina a circulação
tes de uma ou várias cidades circunvizinhas. de pessoas alegres, algumas costumam estar sob tensão. É
Há cidades com população muito grande, onde essas lis- preciso, por isso, prestar serviço de forma que o cliente sin-
tas são apresentadas por regiões ou bairros. Caso você ne- ta-se à vontade para expor suas necessidades e perceba que
cessite consultar uma lista diferente daquela que cobre sua você, de fato, está empenhado em resolver seus problemas.
área, disque para a companhia de sua cidade e solicite o nú- Esteja preparado, portanto, para reações mais emocionais,
mero desejado. como expressões de tristeza, raiva, indignação. Quando pre-
Nas listas os nomes dos assinantes aparecem por ordem senciar alguma situação assim, procure agir com calma, deli-
alfabética. Você deve, portanto, procurar pelo último sobreno- cadeza e profissional ismo, de modo a transmitir tranqüilidade
me simples ou composto. e solidariedade ao cliente.
34
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
Na maior parte das vezes, uma pessoa que se dirige à re- • Plano de comunicação
cepção de um hospital está nervosa, chateada, sob tensão. O • Corporate Publishing: Criação, estruturação e texto para pro-
tratamento dado ao cliente, além de atencioso, deve refletir in- jetos de mídia eletrônica, entre outros:
teresse e delicadeza. A imagem que a instituição passa para • Internet
quem está sen do atendido deve ser de confiança e credibili- • Multimídia
dade. Mas também existem as manifestações de alegria que, e de mídia impressa, entre outros:
por vezes, são exageradas e até mesmo barulhentas. Sem ser • Balanços
ranzinza, ou antipático, mostre ao cliente que hospital é lugar • Brochuras
de silêncio. • Revistas para clientes
A preocupação com a aparência do recepcionista é um as- • Cartas
pecto que, como sabemos, não se limita apenas aos hospitais. • Mailings promocionais
Os cuidados com os aspectos de higiene pessoal - unhas cor- • Assessoria de imprensa
tadas e limpas, cabelos penteados - sempre estão presentes. • Planejamento e mediação de workshops
O uso de perfume, tão agradável em muitos ambientes, deve • Planejamento de eventos
ser cauteloso. Como quase tudo, em excesso, pode causar • Avaliação de todas as atividades de comunicação
transtornos, ainda mais em se tratando de um hospital.
Caso seja necessário que um cliente aguarde na sala de A estratégia de posicionamento da marca define a es-
espera, demonstre periodicamente que não se esqueceu dele tratégia de comunicação da empresa e é condição prévia para
e que está providenciando seu atendimento. É preciso que vo- uma efetiva Comunicação Institucional. Ela precisa ter credibi-
cê se lembre de que, em situações de tensão, é mais difícil lidade e constância.
controlar a ansiedade e o tempo parece não passar. Uma de Com a Comunicação Institucional implementa-se o
suas tarefas, portanto, será a de tranqüilizar os clientes na sa- plano de posicionamento e gerenciamos a marca. Essas
la de espera. Você sabe como são comuns os comentários a ações visam tanto o público interno (funcionários e adminis-
respeito de longas horas passadas em salas de espera. Não tradores) quanto o externo (clientes, parceiros comerciais, aci-
ficamos sempre com uma sensação de tempo perdido e uma onistas, etc.).
imagem muito ruim dos profissionais que nos fizeram esperar? Todos os instrumentos de comunicação interna e ex-
Note a diferença nessas situações de atendimento em terna devem ser coordenados para projetar uma imagem insti-
hospitais: tucional consistente.
Hospital São Tomé
O Hospital São Tomé, preocupado com a melhoria da qua-
lidade, reforçou o atendimento oferecido aos seus clientes. A NOÇÕES DE
excelência de seu atendimento começa na recepção. Ao se di- RECURSOS HUMANOS
rigir à recepcionista, o cliente já pode observar que ela está
uniformizada, o que facilita a identificação dos funcioná- SERVIÇO DE PESSOAL
rios e a padronização dos mesmos.
Nélson tinha uma consulta marcada nesse hospital. Ao se AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES
dirigir à recepcionista, informou-se sobre sua consulta. A re-
cepcionista foi confirmar no computador, dia e horário previa- As pessoas possuem objetivos individuais e comuns. Os
mente marcados. Após a verificação, pediu que aguardasse objetivos comuns, em virtude das limitações individuais, são
um pouco, pois o médico a quem consultaria encontrava-se no perseguidos e obtidos, muitas vezes, através de agrupamen-
centro cirúrgico, mas logo viria atendê-lo. A recepcionista ofe- tos das pessoas em organizações.
receu algumas revistas ao paciente, propondo-lhe que aguar-
dasse seu chamado confortavelmente sentado. Com o crescimento das organizações, que também possu-
Alguns minutos depois, a recepcionista telefonou para o em objetivos, há um distanciamento gradativo entre seus obje-
centro cirúrgico, informando o médico de que Nélson ainda o tivos e aqueles almejados pelos indivíduos que integram a or-
aguardava. O médico pediu-lhe que em cinco minutos o en- ganização.
caminhasse ao seu consultório. Ela se dirigiu a Nélson, infor-
mando-o de que seria atendido em cinco minutos. Decorrido o Deste divergência de objetivos podem surgir sérios confli-
tempo previsto, ela o encaminhou ao consultório do médico. tos no relacionamento indivíduo x organização. Porém, assim
Nélson ficou muito satisfeito e bem impressionado com o como a organização precisa dos indivíduos para alcançar seus
excelente atendimento recebido, superando em muito suas objetivos, os chamados objetivos organizacionais (produzir,
expectativas. reduzir custos, ampliar o mercado, aumentar a satisfação dos
clientes), também os indivíduos utilizam-se da organização pa-
ra alcançarem os objetivos pessoais.
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
Assim, considerando que nem sempre é possível obter um
A estratégia de posicionamento da marca define a es- relacionamento cooperativo e satisfatório, pelo contrario, estes
tratégia de comunicação da empresa e é condição prévia para se apresentam tensos e conflitivos, a alta administração da
uma efetiva Comunicação Institucional. Ela precisa ter credibi- empresa deve preocupar-se em delinear rumos para uma in-
lidade e constância. tegração, indivíduo x organização realmente efetiva.
Com a Comunicação Institucional, implementamos o
plano de posicionamento e gerenciamos a marca. Essas Uma maior integração entre os objetivos da organização e
ações visam tanto o público interno (funcionários e adminis- os dos indivíduos possibilita que estes últimos não sejam sub-
tradores) quanto o externo (clientes, parceiros comerciais, aci- jugados aos objetivos da organização, porém, mesmo sem
onistas, etc.). deixar de cumprir suas obrigações para com a empresa, pos-
Todos os instrumentos de comunicação interna e ex- sam também alcançar satisfação própria através de melhores
terna devem ser coordenados para projetar uma imagem insti- salários, lazer, conforto, horário de ,trabalho mais favorável,
tucional consistente. oportunidades de carreira, segurança no cargo, etc.
Serviços para Posicionamento e gerenciamento A interação entre pessoal e organizações é complexa e di-
de marca através da Comunicação Institucional: nâmica. O indivíduo precisa ser eficaz (atingir os objetivos or-
35
DIGITAÇÕES & CONCURSOS
ganizacionais por meio de sua participação) e ser eficiente ganizacionais, mas o homem deve exercitar a autodireção e o
(satisfazer suas necessidades individuais mediante sua parti- autocontrole a serviço dos objetivos que lhe são confiados;
cipação). c) confiar objetivos é uma função de premiar, associada
com seu alcance efetivo; o homem médio aprende, sob certas
A reciprocidade entre indivíduo e organização é alcançada condições, não só a aceitar, mas também a procurar respon-
através das "normas de reciprocidade", também chamadas de sabilidade;
"contrato psicológico". A expectativa recíproca transmitida pelo d) a capacidade de aplicar um alto grau de imaginação, de
contrato psicológico vai além de qualquer contrato formal de engenhosidade, na solução de problemas organizacionais é
emprego. Enquanto este último apenas pactua o trabalho a amplamente, e não escassamente, distribuída na população;
ser realizado e a recompensa financeira correspondente, o e) sob as condições da moderna vida industrial, as poten-
contrato psicológico reflete as expectativas sobre o que a or- cialidades intelectuais do homem médio são apenas parcial-
ganização e o indivíduo esperam ganhar com o novo relacio- mente utilizadas.
namento.
Como pode-se observar, a Teoria "X" apregoava um estilo
Uma constante busca de equilíbrio entre os recursos des- administrativo voltado para a submissão e o controle rigoroso
pendidos pela organização no sentido de alcançar um maior sobre o indivíduo.
grau de satisfarão de seus empregados e a contribuição que o
indivíduo motivado proporcional organização chamamos de re- De forma bem mais liberal, a Teoria "Y" propõe o engaja-
lações de intercâmbio. mento do indivíduo na empresa, tornando-o mais participativa,
através de um estilo de administração mais democrática e
De um lado, as organizações oferecem incentives ou alici- aberta.
entes, enquanto as pessoas oferecem contribuições.
Uma outra teoria, a Teoria "Z", aplicada mais A concepção
O equilíbrio organizacional reflete o êxito da organização japonesa de administração, escrita por Ouch!, realça o senso
em "remunerar" seus integrantes com incentives adequados e de responsabilidade comunitária como base para a cultura or-
motiva-los a continuar fazendo contribuições e organização, ganizacional.
garantindo com isso, sua sobrevivência e eficácia.
Quanto aos sistemas de administração das organizações
O SISTEMA E A ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS humanas, Rensis Likert, em seu livro "Novos Padrões de Ad-
HUMANOS ministração", cita quatro sistemas administrativos:
Administrar significa gerir os recursos disponíveis para que Sistema 1: Sistema autoritário e forte;
os objetivos sejam atingidos da melhor forma possível. Sistema 2: Sistema autoritário benévolo;
Sistema 3: Sistema participativo, consultivo;
Os recursos de uma organização podem ser classificados Sistema 4: Sistema participativo de grupo.
em cinco grupos:
Considerando este conjunto de teorias, a ARH assume um
a) recursos físicos ou materiais; caráter multivariado, pois objetiva criar, manter e desenvolver
b) recursos financeiros; um contingente de recursos humanos com habilidades e moti-
c) recursos humanos; vação para realizar os objetivos da organização. Também é
d) recursos mercadológicos; necessário criar, manter e desenvolver condições organizaci-
e) recursos administrativos. onais de aplicação, desenvolvimento e satisfação plena dos
recursos humanos, para que se verifique o alcance dos objeti-
A administração de recursos humanos (ARH) é orientada vos individuais. Por fim, também é objetivo da ARH, alcançar a
por diversas teorias que norteiam o enquadramento das pes- eficiência e eficácia através dos recursos humanos disponí-
soas dentro das organizações. veis.
O desenvolvimento profissional, também chamado de A programação de treinamento visa planejar como as ne-
aperfeiçoamento, já é bem mais especifica do que a formação cessidades diagnosticadas deverão ser atendidas: o que trei-
profissional. É a educação profissional que aperfeiçoa o ho- nar, quem treinar, quando treinar, onde treinar e como treinar,
mem para uma carreira dentro de uma profissão. Seus objeti- a fim de utilizar a tecnologia instrucional mais adequada.
vos também não são imediatos, mas de médio prazo. Nor-
malmente é utilizado para preparar o indivíduo para um cargo A execução do treinamento envolve o binômio instrutor x
superior dentro da própria organização, quando deverá assu- treinando e uma relação instrução x aprendizagem.
mir mais responsabilidade e conhecimentos que transcendem
ao cargo atualmente ocupado. O desenvolvimento profissional A avaliação dos resultados objetiva a medirão dos resulta-
normalmente é dado na própria empresa, embora também se- dos obtidos com o treinamento, mediante comparação dos
ja comum executa-lo em empresas especializadas em desen- padrões anteriores com os conseguidos após o treinamento. A
volvimento de pessoal. avaliação pode ser realizada pela ARH ou a nível de tarefas e
O treinamento, por sua vez objetiva adaptar o homem para operações.
um cargo ou função. Seus objetivos são imediatos. Normal-
mente é exigido quando da seleção de novos empregados. O DESENVOLVIMENTO E MUDANÇA ORGANIZACIONAL
treinamento quase sempre é orientado pelo chefe imediato ou
mesmo por um colega de trabalho. Pode ser realizado na pró- No capítulo precedente falou-se em desenvolvimento de
pria empresa ou em empresas especializadas em desenvolvi- recursos humanos. O presente capítulo trata do desenvolvi-
mento de recursos humanos. mento organizacional. Estabelece-se uma profunda diferenci-
ação entre os dois "desenvolvimentos". Enquanto o desenvol-
Tragadas as diferenças entre formação profissional, de- vimento de recursos humanos projeta uma noção micro, volta-
senvolvimento profissional e treinamento, e considerando as da ao indivíduo, normalmente de curto e médio prazos, o de-
exigências do programa, vamos desenvolver o item treinamen- senvolvimento organizacional abrange uma visão macroscópi-
to. ca e sistêmica. Envolve toda a organização no contexto eco-
nômico e social, com objetivos, não de curto e médio prazos,
O treinamento geralmente, é voltado para os seguintes mas sim de longo prazo.
conteúdos:
O desenvolvimento organizacional baseia-se nos concer-
a) transmissão de informações, tais como informações ge- tos e métodos das ciências do comportamento, visualize a or-
rais sobre a empresa; sobre seus produtos, clientes, merca- ganização como um sistema total e compromete-se a melho-
dos; sobre diretrizes e políticas da organização; sobre normas rar a eficácia da organização a longo prazo, mediante inter-
e procedimentos internos; etc. venções construtivas em processes e estrutura organizacio-
b) desenvolvimento de habilidades, geralmente voltado di- nais.
retamente para a execução das tarefas e operações a serem
executa as, tais como operar o equipamento, conhecer as ro- São pressupostos básicos do desenvolvimento organizaci-
tinas, etc. onal:
c) desenvolvimento ou modificação de atitudes, com obje-
tivos de melhorar a motivação e o relacionamento com cole- a) conceito de organização;
gas de trabalho, clientes, etc., centra-se no desenvolvimento b) conceito de cultura organizacional;
da sensibilidade das pessoas. c) conceito de mudança organizacional;
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
d) necessidade de contínua adaptação e mudança; processamento (classificação, armazenamento e relaciona-
e) a interação organização x ambiente; mento), para que possam realmente informar, a informação
f) a interação indivíduo x organização; também exige processamento, para que possa adquirir signifi-
g) os objetivos individuais e os objetivos organizacionais. cado. A informação apresenta intencionalidade, aspecto fun-
damental que a diferencia do dado simples".
Os elementos essenciais de qualquer esforço de desen-
volvimento organizacional (DO) são:
Banco de dados
a) projetado para obter resultados de longo prazo;
b) concentrado na obtenção de uma maior eficácia da or- O banco de dados, relativamente aos recursos humanos,
ganização como um todo, e não uma parte dela; pode armazenar dados das mais variadas origens e para as
c) o diagnóstico deve ser desenvolvido em conjunto, con- mais diversas finalidades, entre os quais podemos relacionar:
sultoria e gerentes de linha;
d) a intervenção do esforço de desenvolvimento organiza- a) dados que compõem o cadastro individual de cada em-
cional deve ser implementado em conjunto, consultoria e ge- pregado;
rentes de linha. b) dados sobre os ocupantes de cada cargo, formando um
cadastro de cargos;
O processo de desenvolvimento organizacional envolve as c) dados sobre os empregados lotados nas diversas se-
seguintes etapas: ções, departamentos ou divisões, formando um cadastro por
setor;
a) colheita de dados; d) dados sobre a remuneração individual de cada empre-
b) analise dos dados colhidos; gado, formando um cadastro de remuneração, importante para
c) diagnóstico organizacional; a elaboração da folha de salários;
d) ação de intervenção. e) dados sobre candidates que podem potencialmente vi-
As principais técnicas de intervenção são: rem a ser contratados;
f) dados sobre candidates a treinamentos específicos, pro-
a) método de realimentação de dados; gramados;
b) desenvolvimento de equipes;
c) enriquecimento e ampliação do cargo; Muitas vezes a empresa encontra dificuldades para manter
d) treinamento da sensitividade; atualizados os dados cadastrais dos empregados, especial-
e) consultoria de procedimentos. mente aqueles de origem external como número de filhos, en-
dereço, formação, etc.
CONTROLE DE RECURSOS HUMANOS: BANCO DE
DADOS E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES E AUDITORIA DE Para suprir o banco de dados com dados atualizados, há o
RECURSOS HUMANOS sistema de informações de recursos humanos que, através de
fichas cadastrais, entrevistas, pesquisas, etc. procura suprir O
A administração de recursos humanos, através do subsis- banco de dados com dados novos, ou substituir os desatuali-
tema de controle de recursos humanos, preocupa-se com zados.
banco de dados e sistemas de informações e com a auditoria
de recursos humanos. Sistema de informações
Koontz e O"Donnell conceituam: "controle é a função ad- Sistema de informação é um conjunto de elementos inter-
ministrativa que consiste em medir e corrigir o desempenho de dependentes (subsistemas) logicamente associados, para que
subordinados, a fim de assegurar que os objetivos da empresa de sua interação sejam geradas informações necessárias à
e os planos delineados para alcançá-los sejam realizados. É, tomada de decisões.
pois, a função segundo a qual cada administrador, do presi-
dente ao mestre, se certifica de que aquilo que é feito esta de O sistema de informações tem como ponto de partida o
acordo com o que se tencionava fazer." banco de dados. Seu objetivo à possibilitar a tomada de deci-
sões, suprindo as chefias com informações sobre seus subor-
São etapas fundamentais do processo de controle: dinados, ou mesmo, sobre empregados de outras seções.
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DIGITAÇÕES & CONCURSOS
situação. Tem gente que faz careta e tem pessoas que para É impressionante que nos dias atuais e com tanta informação
parecerem delicadas acabam exagerando na dose e se tor- chegando a todo instante, ainda fortemente presenciamos nos
nam antipáticas. Imagem que fica quando isso acontece em ambientes corporativos o comportamento inadequado de mui-
casa, tudo bem. A família releva e até acha graça. Os amigos tos profissionais.
tiram um “sarrinho”, mas no fundo, todo mundo sabe que, Confunde-se muito o proprio ambiente como uma extensão da
apesar do jeito estranho, atrapalhado ou estabanado, a pes- casa ou do mundo particular e suas variaveis.
soa é maravilhosa, eficiente e tem bom coração. Mas é no tra-
balho que a “coisa pega”. Os colegas não são sempre gentis e É estranho imaginar que a educação, a gentileza e a atenção
o chefe não é tão tolerante.No mundo corporativo, quem pare- em detalhes ligados a imagem pessoal muitas vezes são dei-
ce confusa, desajeitada ou com um jeito muito exagerado, po- xadas de lado e atitudes muitas vezes infantis e inesperadas
de não ser bem vista. Uma pessoa que se mostra inquieta são cometidas por pessoas dentro de uma organização, atos
numa reunião, passa uma imagem de instabilidade e insegu- como o bate-papo fora de hora, piadinhas inconvenientes, uti-
rança que não convém para os negócios. Para quem vê de fo- lização de locais improprios para lanche, almoço e excessos
ra, atitudes como essas podem sugerir que toda a organiza- de permanencia longe do posto de trabalho, ainda aconteçam
ção é confusa. Mesmo que isso não seja verdade, o que im- em todos os nives empresariais.
porta é a imagem que a pessoa passa. Como todo mundo diz, Muitas destas atitudes são amplamente discutidas e acerta-
é uma questão de atitude. Reconhecer que precisa melhorar das, mas muitos parecem renegar a norma e seguem conduta
já é um bom caminho. Mesmo não sendo fácil, é questão de indiferentemente da penalidade ou sem medo de qualquer
empenho, um pouquinho de confiança e muito treino.Um bom ação disciplinar e podem destoar e desequillibrar um bom am-
começo é pensar sobre os gestos, postura, jeito de pegar as biente de trabalho.
coisas, andar e etc. Não tem nada a ver com o visual. O im-
portante é refletir, sem se achar coitadinha, o que é preciso Não que o local de trabalho seja feito apenas para o labor e a
mudar; produção massificante, mas o respeito às normas e o bom
senso no momento da necessidade da descontração, do alivio
Quem costuma falar mexendo muito com as mãos deve treinar do estresse deve ter seu referencial adequado, orientando o
conversar sozinho se olhando no espelho. O importante é empregado nesse instante a ligar o "desconfiomentro", tomar o
pensar nos gestos como uma linguagem poderosa que dá for- "semancol" e agir com serenidade e respeito aos demais.
ça ao que está sendo dito; Notadamente não registro essa situação como uma critica e
sim como uma triste percepção do trabalho corporativo que
As expressões faciais e os movimentos do corpo são um retra- desempenho ao longo de 26 anos de labuta no trato de gestão
to de como a pessoa está se sentindo por dentro. Quanto mais de pessoas.
tensa, mais as expressões e o corpo se contraem; Mas os novos tempos estão chegando, e a nova geração me
preocupa, mas também me reconforta ao pensar que tudo e
Respire fundo várias vezes isso ajuda a acalmar. Mantenha o todos podem finalmente ajustar postura pessoal com ambiente
pensamento positivo: Vai dar certo! de trabalho e no final todos viveremos felizes para sempre.
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