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CARLA CAMPOS

IMPRESSÕES IMPRECISAS
UM TRATADO SOBRE AS NOITES DE POESIA,
MAGIA E FILOSOFIA

&

OS POEMAS DOS DIAS DE FÚRIA

LONDRINA
2018

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OS POEMAS DOS DIAS DE FÚRIA

Este livro foi composto e


encadernado na Oficina
SeteMares nos mares do sul,
em tempos sombrios, onde
ecoam a voz da ignorância e
do ódio, mas o Sol sempre há
de brilhar. NUNCA TEMER!!

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que sou para sempre, mas na dicotomia,
entre ser e não ser – eu nunca fui.

§ 24

A certeza da incerteza é a conclusão mais


óbvia e simples. Por isso é verdadeira.

§ 25 IMPRESSÕES IMPRECISAS
Apesar de todas as variações, é sempre o UM TRATADO SOBRE AS NOITES DE POESIA,
mesmo tema. O que é metafísico não pode
MAGIA E FILOSOFIA
ser objetivo, penso e duvido, logo, não
existo?

São Carlos, 20 de setembro de 2014.

Poderia ser qualquer outro dia: mas é


Equinócio de Primavera. Eu sou mais uma
vez Donzela no infindável crepúsculo dos
Ídolos. Eu me rendo e venero o eterno
retorno do filosofar com o martelo dos
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céticos.
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Fúria

Os dias turvos passarão,


Passará essa fúria em meu coração,
Passarão a angústia e a solidão?
Hoje não.
Será que meus sentidos mentem
Quando me dizem sentir o que sentem?
A alma presa ao corpo
E o espírito à mente
Me confundem,
Me dizem conhecer o impossível, sensação
fugaz do insensível.
Os dias turvos não passarão
Enquanto houver esta angústia em meu
coração.

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faceta: enquanto se mostra com destreza se
esconde com superior esperteza, além de
toda minha imaginação.

§ 23

Relembrando o início deste caminho que não


tem fim, nessa estrada que eu sigo. É uma
longa estrada que não vejo o final (e nem
quero ver); mais uma vez afirmo: todo
conhecimento é metafísico, vai além daquilo
que pode ser apreendido pelos sentidos.
Porém é fundamento, mesmo que impreciso,
para toda afirmação sobre a realidade, sobre
a sensibilidade, que leva às verdades da
racionalidade. Afirmadas a priori e
asseguradas pela indubitável capacidade de
reflexão sobre o que há de humano nessa
experiência única, limitadas pelo espaço e
tempo concebidos pela frágil certeza de que
será para sempre. Hoje sei

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Apesar de além de meu corpo ser só espaço,
apenas espaço. Agora posso vê-lo (e tocá-lo):
o universo incriado e inexplicado. Mas não
explicá-lo não é deixa-lo velado, o maior
mistério é que não há mais segredo algum.
Toda a história, filosofia, ciência, metafísica
me sumiram, como se nunca houvessem
existido. Sou só eu sozinha com o universo
inteiro ao meu redor, só espaço sem tempo.

§ 22

Quando eu finalmente compreendi porque


vim até aqui fiquei aterrorizada: descobri
que a verdade da Natureza é que ela sempre
esteve desvelada, enxerguei a nudez da “A meio caminho entre a fé e a crítica está a
Natureza: sua beleza sempre esteve estalagem da razão. A razão é a fé no que se
revelada, não há uma verdade ocultada. Mas pode compreender sem fé; mas é uma fé ainda,
apenas depois de todo o caminho pude porque compreender envolve pressupor que há
qualquer coisa compreensível.”
adentrar sua mágica. Porém, apesar de vê-la
em sua grandeza ainda assim não posso Bernardo Soares
entendê-la. Esta é sua grande

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Será que existe vida

depois de todo esse tormento?

Dessa revolta que me consome,

em meu peito aberto em carne, sangue e

fome?

Será que depois desses dias chorando pelos

cantos,

me arrastando pelo chão,

alguém vai segurar minha mão?

Será assim minha despedida,

sorrindo em falso e sozinha?

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§ 20

Percepção precisa:
E mesmo se Deus existisse, nem ele poderia
me salvar agora.

§ 21

Agora aqui é dia e eu estou só. Sou eu e o


mundo e o universo inteiro ao meu redor. E
eu me sinto só. Não sei se sei o que agora
sei, mas gostaria de não ter sabido. Só sei
que não sei, mas ainda sei. Não há mais aqui,
não há mais a ilusão de compreender algo
que não pode ser compreendido: nada mais
está oculto. Como um susto, sinto que
acabei de nascer para o mundo: ao meu
redor é só o universo infinito. Estendo minha
mão e posso tocá-lo. E estou quase certa de
que tenho uma mão, um braço, um corpo
cheio de sangue e nervos. Agora posso tocá-
lo: o universo inteiro e seu vácuo.

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A vulgar,
A majestade.

Eu sou aquela de quem foges,


Mas sempre retornas por vontade.

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§ 19 Prefácio

Eu caio no poço do mundo sem fundo: Entre o ser e o mundo,


tomo consciência de que minha existência Um susto:
é mero corpo físico. Tudo que descubro O fatídico absurdo.
por intermédio dos sentidos é uma ideia O eu é momento único,
subjetiva descrita por conceitos que não Faísca no escuro,
alcançam o que percebo da realidade: aqui Criando seu futuro,
não há mais a falsa noção de verdade. As Escolhendo seu percurso.
palavras são superadas, mas não se pode À sua frente há um muro:
abandoná-las. E tudo pode não passar de O sentido do discurso
um sonho: meu percurso, meu Não revela o oculto.
aprendizado. Não sei mais a diferença
entre o real e o falso, certo e errado. Tudo
– O mistério é seu refúgio
é tão abstrato. Mas eu sou um animal
O enigma obscuro –
alado. Eu sou um broto no chão,
fragmentos dos antepassados. O sentido
oculto agora desvelado é um recado: não A glória do estar vivo,
pode ser contado para quem, por si Do penso, logo existo,
mesmo, não pode encontrá-lo. É um mito É a impressão do impreciso.
antigo passado aos iniciados.

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Eu sou a Vespertina Lágrima


A estrela decaída Meu mundo caindo
O enigma da promessa
Girando na órbita precisa do absurdo
Ainda não proferida
Imprecisa me perco e me busco

Angústia ante o imprescindível susto


Eu sou a mulher escarlate,
A besta solitária Grito meu grito mudo que ecoa do fundo
Das manhãs, noites e tardes. Do meu eu pequeno e obtuso

Eu sou a mentira Sozinha nesse ínfimo infinito


Por trás da verdade
Ninguém percebe que por trás desse meu
Eu sou aquela que tece,
Que faz a arte. calmo sorriso

Há um profundo abismo
Eu sou a dançarina,

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§ 18

Percebo que passei por todo caminho entre


as sombras da noite, é na escuridão que são
revelados os enigmas além da razão. Mas se
anuncia a aurora, uma nova hora, uma nova
era. Os primeiros raios da promessa do dia
surgem na cúpula celeste que me abriga na
minha caminhada metafísica. Andei por
longas madrugadas solitárias, agora tenho
que encarar, diurna, o sol e seu clareamento
do pensamento. Não, não estou pronta. Sei
que quando surgir a manhã não poderei
mais ficar aqui. E aqui é tão confortável, aqui
não há certeza, tudo é uma eterna surpresa.
Uma brincadeira. Mas é inevitável. O
cumprimento de um destino, um fardo a ser
carregado pelo meu corpo, que, por sorte,
não é frágil.

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ESTRELA DECAÍDA

Eu sou a Rainha da Água


Eu sou sentimento bruto
A experiência inata
O reflexo extremo do oculto
O mistério feminino isento
De moral e julgamento
Sensação além do conhecimento
A vivência pura em seu derradeiro momento
Eu sou a Preferida
A sombra que sobrevive ao dia
A curva da estrada sem fim
Eu sou além de mim
Eu sou a sem resposta
A chave sem porta

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§ 17 §1
Eu sou a bruxa solitária Quando estou aqui, só penso em Filosofia
Metade serpente em aforismos.

Metade águia §2

Eu sou a estrela decaída E de início já jogo as cartas na mesa e a


certeza no chão: todo conhecimento é
Metade noite
metafísico.
Metade dia
§3
Eu sou a sem morada
Aqui releio sempre os mesmos velhos livros,
Metade terra e me vejo com mãos trêmulas, porém
Metade água seguras, na tentativa – talvez imodesta – de
colher em minha pessoa o fruto da semente
Eu sou a além do tempo plantada prematuramente pelo discípulo de
Metade fogo Dioniso através de seu profeta: agora eu
danço com a eternidade.
Metade vento

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O vento bate as portas escuras de


minh´alma,
deixa-me sozinha comigo mesma
nessa zona imprecisa entre meus anseios e
meus fracassos,
desfaz minhas esperanças e últimos laços
que me prendem ao vago resplandecer do
real.

O vento sopra adentro de minh´alma escura,


invade a solidão nua da realidade,
espectral eu vago imprecisa
pela zona entre meus medos e últimos
pedaços.

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§4 precisa ir sozinho”: ouço como um suspiro em
meu ouvido, um leve tremor me trespassa.
Aqui a noite é mais escura e me ilumina Fico calada, aguardo o segredo que me
uma única estrela, a Estrela Vespertina, espera.
que chamo de a Estrela da Vontade. O anel
do retorno é a certeza de que cada § 16
vivência é a única possibilidade. Faça sua
Aqui eu não tenho descanso: eu canto, eu
escolha, mas que seja sob Vontade.
danço, entro no círculo. Aceito os ritos e
§5 mitos, acredito e duvido. Ouço um chamado
que está além do que pode ser ouvido, é uma
Aqui eu quebro sem medo todas as tábuas vibração inaudível, uma canção do início do
que me ensinam verdades. São meras tempo que não teve começo, é um velho eco
ilusões, invenções demasiado humanas. que surge do meu peito, ultrapassa meu
Pretensas vontades de “verdade”, o que corpo e reverbera por todo espaço, que não
existe é apenas a realidade, conceituada tem fronteira e nem centro. É o chamado do
pela fragilidade de nossas palavras, elas oculto que me desvela a mágica atmosfera
não definem os objetos em sua plena além dos sentidos. Atravesso o véu do
existência, mas apenas o que podemos entendimento, depois dele há apenas
alcançar deles com nossos sentidos vagos sentimento. Aqui não se pode aceitar os
e ideias afetadas por nossa educação. As sentidos nem acreditar na razão. Aqui a única
explicação plausível é a emoção.
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que o temporal lave minhas lágrimas, cure


minhas lástimas, leve minhas mágoas. que a
água me refaça a mente, me entre, me
esvazie desse vazio. percorra meu corpo,
seja meu socorro. que meu silêncio seja
suportável, encoberto por este som
fantástico e bruto, dos pingos caindo duros e
evaporando sussurros.

eu sempre sinto sua falta.

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uma prece inaudível, a Natureza é um ritmo
verdades são convenções inventadas no
que marca a dança da humanidade. Mesmo
processo de historização.
quando pensamos dominá-la e explicá-la
seguimos sua marcha, seu destino. Não há §6
ação que não seja de sua ordem, somos um
fragmento de seu todo infinito em espaço e ... E que todos os mitos e todas as ciências
tempo. Não alcançamos com nossos sentidos sejam questionados até que se encontre seu
nem seus vestígios. Não há universal, tudo é ponto fraco. Agora sei: a crença é o mais
único e por isso mesmo toda coisa é em si puro movimento da razão, a base de toda
sua substância e sua essência impenetrável. especulação. Ainda assim, não nego que suas
Nosso destino trágico é a pretensa ganância belezas e suas possibilidades de certezas me
de alcançar o inclassicável com nossa acalmam o coração.
racionalização frágil. §7
§ 15
E é apoiada na crença que eu tive forças para
Aqui eu me sinto indefinida, é uma atravessar a ponte entre o homem e o super-
impressão imprecisa. O abismo místico é um homem, a ponte que foi o início da jornada
caminho no qual se precisa reconhecer o para chegar onde estou. (Quando estou aqui
inconcebível – tocá-lo e não senti-lo. O tudo parece mais bonito, tudo faz sentido) –
caminho místico não é você quem escolhe: O que eu quero aqui é Lei, é tudo da Lei. A
você é escolhido – “e Lei além do bem e do mal, a Lei do espírito
livre,
18 11

Rasgue meus poemas depois de ler,


rasgue meu coração depois de beijar minha
boca, com força,
arranque minha roupa com suas mãos duras
e palavras roucas,
escreva um novo trecho de nossa história na
carne viva do meu peito aberto em sangue,
depois do sexo turbulento, depois de me
cobrir com o veneno de nossa paixão louca.
Rasgue os poemas que te faço com mãos
trêmulas,
em transe, suplicante de mais um instante
em teus braços frios e distantes
dentro de teus olhos torturantes.

46 39
§ 13
que cria suas crenças para depois
abandoná-las, sem mesmo utilizá-las, pois Adendo 1:
qualquer tentativa de defender qualquer
valor é violar a Lei. Aqui só há fazer, é só A ação mágica se realiza na religião. Religare.
ação, explicar ou prescrever o que se quer Religar o homem à sua essência pode ser
ou o que se faz é voltar ao campo do instrumento de domesticação ou
conceito, da moral, ainda que revisitada. emancipação. A religião é constituída da
mesma matéria, forma e essência da mais
§8 fundamental doutrina da razão, a chamada
ciência, que não é nada mais que a
No meu percurso até aqui atravesso o véu
concepção de que tudo ocorre em repetição.
de Ísis, mas esse véu não pode ser rasgado,
quando observado é quase insensível a § 14
olho nu. Mas atenção: não se pode despir
a Natureza de seu recato, deve-se vestir Adendo 2:
seu véu com cuidado – num frágil contato,
já estou do outro lado. É preciso uma A Natureza é feita de deuses antigos. A
urgente calma, sabedoria antiga, o passo Natureza é paganismo. A Natureza é um
leve, sutileza para perceber o tênue limite templo e exige adoração e ritos. A Natureza é
momentâneo onde a noite vira dia. imitada pela nossa arte e conceitos de
verdade. A Natureza é uma linguagem feita de

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me marque, me manche, rasgue meus


poemas depois de ler.

Rasgue meus sonhos depois de me


é início de noite, de semana, é sempre um
prometer ficar a noite inteira e partir antes
início, retorno do que não aconteceu e
de amanhecer.
acontece a todo momento. é sempre mais
um fim para mim, finda-se o instante
irrelevante diante do impreciso, do
imprevisto. inquieto meu sorriso se
transforma em suspiro e se esvai rumo ao
infinito.

40 45
§ 12 §9

Ah... Quando percebo, estou eu aqui, Eu gosto do mistério. Eu venero o mistério.


divagando no misticismo, este sentimento Eu busco o mistério. Eu me entrego ao
íntimo de saber algo impreciso. Por isso, às mistério. Depois do mundo da consciência há
vezes, ele não me conforma, quero ir além um abismo – é pura viagem. Caio neste
do inexplicado. Pois também existe o abismo, em uma velocidade absurda, não
mundo racionalizado, de dominador e tenho receio, eu estou protegida, eu sou
dominado, uma suspeita história da uma escolhida: uma águia, a minha águia,
humanidade, do homem civilizado, que me agarra as costas e me leva em uma
tenta esconder seus instintos no processo ascensão ao universo infinito das estrelas e
de esclarecimento, matematização da dos planetas. Aqui não existe em cima ou
natureza, esse ímpeto de espanto embaixo: é tudo para todos os lados...
desencantado pelos relatos fundados na Deparo-me com o buraco negro do
relação entre causa e efeito. O desconhecido: no buraco negro não há
fundamento da ciência com base na conceitos, nele apenas existe, nele apenas
experiência, fuga da intransigência do é... Ser... Sido... O buraco negro é cúmplice
mundo mágico, o mimético com tanto de meus pesadelos: Ele apenas é e Nele não
fulgor negado, é para onde retorna o há culpa ou medo.
pobre homem condenado.

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eu sou a bruxa,
que vagueia nas ruas noturnas,
no céu sem lua.
eu sou a bruxa,
que impura
implora pelas mãos tuas.
eu sou a bruxa,
que se entrega obscura
à noite e às tuas palavras sujas.
eu sou a bruxa,
que sem pudor se insinua,
te procurando nua.
eu sou a bruxa,
casta e prostituta,
que com deuses e demônios pactua.
eu sou a bruxa,
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§ 10 nela não há verdade, é realidade e está
dada, ela é o tudo e o nada, ela não tem
Aqui, no lado negro do infinito eu sou, eu fui, idade e está em toda parte. (Mas o coração
eu vou, estou, estive e estarei. Eu sou o amor da terra é meu refúgio, das raízes do fundo
egoísta, amor à vida, à minha vida. E esta se do mundo nutro minha razão e minha ilusão,
entrelaça, estilhaçada, com outras vidas das que diante de sua magnitude se confundem.
quais não quero nada, ou não, quero sim, a Eu sou corpo e sentidos, eu finjo que
parte da qual me aproveito, o que me acredito na minha linguagem.) Além dessa
interessa, o que não me diz respeito, o que certeza eu sou nada, e não quero nada além
não tem pressa, jogo fora, sem mais nem
desta certeza. Eu, uma partícula na beira do
menos, sem receios inculcados pelos modelos precipício: a Natureza me ultrapassa, eu
do passado. estou Nela, sou Dela uma pequena parte.
§ 11 Mas sentiria ela minha falta? Quantas
estações houveram para eu ser quem sou e
Aqui eu estou em contato com a Natureza quantas virão para meu esquecimento?
selvagem: ela é indomada e indomável. É Deixarei nela meus fragmentos? Alimentarei
inqualificável. É uma quimera ininteligível – as estrelas do futuro? Sou apenas mais um
em vão eu busco seu sentido. É uma angústia tijolo no muro... Um sussurro. Carrego em
travestida de infinitos, universos grandiosos e mim a memória da trajetória dos dias que
átomos mínimos. A natureza ama ocultar-se: passaram e dos dias que virão, de toda a
História.

14 15

andar sozinha nesta noite quente-primavera


que maldições te conjura
impregnada do inebriante aroma das damas-
e depois pede desculpas.
da-noite, por entre o movimento dos carros
e as luzes da cidade ofuscando de escuro o
céu e ver surgir um fiapo de lua vermelha a
sorrir para mim, faz valer todas as dores e
mazelas passadas até aqui. sim, eu faria tudo
de novo para ter a sensação de respirar
fundo o perfume morno de flor dessa noite
de luar quase sem lua. por isso eu grito e
aumento o volume. distancio-me da terra, eu
sou céu também.

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