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23/07/2019 Incidente com o Irã revela um Reino Unido debilitado pelo Brexit | Internacional | EL PAÍS Brasil

INTERNACIONAL

Incidente com o Irã revela um Reino Unido debilitado pelo


Brexit
Ex-chefe do Estado-Maior Naval acusa o Governo de não ter previsto a
crise
RAFA DE MIGUEL

Londres - 21 JUL 2019 - 23:17 CEST

Imagem do vídeo da Guarda Revolucionária do Irã no momento em que foi capturado o navio de bandeira britânica
'Stena Impero'. HO (AFP)

À medida que o Governo britânico elevava nas últimas horas o tom


MAIS INFORMAÇÕES
de suas ameaças contra o Irã, ficava mais evidente a falta de
Trump rompe pacto
nuclear com o Irã e previsão e resposta para uma crise que poderia ter sido antecipada.
reimpõe sanções O ex-chefe do Estado-Maior Naval Alan West criticou os políticos

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pela falta de atenção ao que estava acontecendo no Golfo Pérsico,


por estarem atolados em suas batalhas internas. E na oposição
trabalhista surgiu o alerta do perigo de repetição do adesismo aos
Estados Unidos que levou ao desastre da invasão do Iraque.

Quando em 4 de julho a Marinha Real interceptou o petroleiro Grace


1 em águas próximas de Gibraltar e deteve sua tripulação, surgiram
advertências do Irã de que haveria uma resposta. "A captura do
Vazamentos de petroleiro se baseou em desculpas pré-fabricadas e terá sua
mensagens de ex-
resposta no momento adequado", disse o chefe do Estado-Maior
embaixador
britânico provocam iraniano, general Mohamad Bagheri, citado pela agência Reuters.
caça às bruxas do
Brexit
A captura do navio de bandeira britânica Stena Impero pelas forças
iranianas desencadeou críticas, políticas, mas também militares,
diante do fracasso antecipatório de um Governo paralisado pelo
Brexit, à espera do desenlace das guerras internas no Partido
Conservador pela sucessão de Theresa May, e que já abandonou
“A saída do Reino
toda a disciplina. "Toda essa crise se desenrolou diante dos olhos de
Unido pode
consolidar a União nossa classe política, concentrada na eleição de um novo líder dos
Europeia”
conservadores e de um novo primeiro-ministro, mas quem ocupar
Downing Street enfrentará uma séria crise internacional desde o
primeiro instante. E não poderá ser ignorada por causa do Brexit", escreveu o ex-chefe
do Estado-Maior Naval Alan West no The Observer deste domingo.

Não se trata de mais uma voz alarmista lançando gritos de guerra. Lorde West alerta
para a catástrofe que representaria uma resposta armada contra o Irã, "inadequada" e,
de acordo com o militar, "em qualquer caso, longe das capacidades de nossas forças
armadas de agir por conta própria". West destaca no texto as deficiências da força naval
britânica e as ciladas do Governo ao garantir nos últimos dias que iria reforçar seu
aparato na área do Golfo Pérsico. Há apenas uma fragata de apoio, a HMS Montrose, que
conseguiu impedir, há uma semana, a primeira tentativa de embarcações iranianas de
capturarem um navio mercante de bandeira britânica. Mas o incidente deste fim de
semana com o Stena Impero a pegou a uma hora de distância e não pôde fazer nada. O
Governo britânico prometeu enviar uma nova fragata, a HMS Duncan, que já estava
inicialmente designada para substituir a HMS Montrose. E a embarcação com tanque de
reabastecimento, também prometida, deveria estar no Golfo há muito tempo, diz West,

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para que as fragatas tivessem uma capacidade de tempo de navegação que agora não
têm.

“Situemos tudo isso em seu contexto apropriado. Houve um aumento de surpresa na


atividade e no nível de ameaça nas últimas semanas. E leva tempo para responder à
situação", disse o secretário de Estado da Defesa, Tobias Ellwood. "Precisamos reduzir a
tensão. Nossa maior responsabilidade agora é resolver a situação atual com o Stena
Impero e garantir que os demais navios da bandeira britânica naveguem com segurança
na área. Temos de estabelecer um relacionamento adequado e profissional com o Irã",
afirmou Ellwood neste domingo no Sky News.

O Reino Unido se opõe à decisão unilateral de Washington de se retirar do acordo


nuclear com o Irã e impor sanções ao regime, mas tenta preservar a todo custo uma
"relação especial" com os Estados Unidos, cada vez mais abalada. O homem que
provavelmente será o novo primeiro-ministro na próxima quarta-feira, Boris Johnson, se
gaba de ter o apoio e o afeto de Donald Trump––chegou até mesmo a manter no
decorrer desta crise uma conversa telefônica com ele, cujo conteúdo é desconhecido––,
mas suas primeiras decisões em resposta à tensão com o Irã serão observadas de perto
pelas legendas de oposição e por seus próprios colegas de partido.

"Queremos garantir que os erros do passado não voltem a ser cometidos", disse o porta-
voz da bancada trabalhista para o setor da Justiça, Richard Burgon, no mesmo
programa de televisão em que o secretário de Estado da Defesa havia sido entrevistado.
"Os erros do passado custaram muitas vidas, os erros do passado agravaram as coisas
e deram origem ao ódio e ao terrorismo. Isso é o que não queremos, uma situação em
que tudo fique fora de controle", disse ele.

Felizmente para Johnson, o Governo de May compensou por ora sua fraqueza e falta de
previsão com movimentos de prudência. Apesar do duro tom empregado pelo secretário
de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, e pela secretária de Estado da Defesa, Penny
Mordaunt, foram apenas palavras. As duas reuniões realizadas no final de semana pelo
gabinete de crise COBRA (na sigla em inglês), destinadas a coordenar uma resposta
interministerial a situações graves, não se traduziram em decisões concretas.
Limitaram-se, explicou Ellwood, a considerar as possíveis opções de resposta. Numa
coisa o representante do Governo e o ex-chefe do Estado-Maior Naval se puseram de
acordo: a famosa Marinha britânica já não é o que foi. "Nossa Marinha Real é pequena
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demais para administrar todos os nossos interesses em todo o mundo. Se essa for
nossa intenção futura, será algo que caberá ao novo primeiro-ministro reconhecer e
manejar", disse o secretário de Estado da Defesa.

Adere a

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