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2011
A história da vacinação
l Em 1754, na Europa, começou-se a usar o
conceito da variolação para proteger os bovinos
da peste. Inseria-se sob a pele dos susceptíveis
um barbante umedecido nas secreções nasais
dos animais acometidos
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2011
Tecnologia vacinal
l As tecnologias vacinais eram baseadas na
estimulação do sistema imunológico pelo
uso de um patógeno vivo (atenuado) ou
morto (inativado)
l Vacinas vivas: parvovírus, parainfluenza,
adenovírus, cinomose, Bordetella
bronchiseptica (intranasal), coronavírus
l Vacinas inativadas: coronavírus, leptospiras,
Bordetella bronchiseptica (injetável) e raiva
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2011
Atenuação/inativação dos microorganismos para
produção vacinal
DNA vacinal
Subunidades
purificadas Produtos
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2011 recombinantes
Vacinas mortas (inativadas)
l Necessitam de adjuvantes na maioria das
vezes
l Estimulação de imunidade
predominantemente humoral (anticorpos)
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2011
Vacinas mortas (inativadas)
Ac
Ac
T B
aux
Ac
Ac
MHC II Ac
Ac Ac
Ac
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2011
Vacinas vivas (atenuadas)
l Não necessitam de adjuvantes
l Estimulação da imunidade
predominantemente celular (Linfócitos T)
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2011
Vacinas vivas (atenuadas)
Ta
Tc
MHC I
Tc
Tc
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Tc
2011
Vacinas recombinantes
l A maioria das vacinas recombinantes está baseada
no conceito de antígeno-chave
l Antígeno-chave é aquele que permite ao sistema
imune reconhecer o agente infeccioso e
desenvolver uma resposta imune eficiente
l Esse conceito já vinha sendo utilizado em vacinas
de “sub-unidade” – vacina contra a doença de
Lyme (EUA)
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2011
epiderme
das vacinas
APC’s
Linfócito T
Linfócito B
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2011
Vacinação e vacinologia
l Vacinologia moderna
l As reações adversas produzidas
pelas vacinas devem ser revistas
e encaradas de modo racional
(sarcomas no ponto de aplicação,
doenças imunomediadas, reações
alérgicas)
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2011
Vacinação e Vacinologia
l O processo de vacinação de cães e gatos
é o mesmo há cerca de 20 anos – existe
algo novo?
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2011
Vacinação e vacinologia
l Dentre os anos de 1980 e 1990 Dodds (1995)
estudou 162 casos de cães com doenças
hematológicas imunomediadas e relacionou a
vacinação como o fator desencadeante em 7
animais, e como o provável fator desencadeante
em 115 animais
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2011
Novos protocolos vacinais
l A vacinação deve ser considerada como um
procedimento médico, e como tal, envolve riscos
que devem ser levados em consideração pelo
Médico Veterinário (AAHA, 2006).
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2011
Vacinação e Vacinologia
l Então, como devemos vacinar?
l A AAHA (2006) recomenda intervalos mais
longos entre as vacinações, dividindo as
vacinas em essenciais e opcionais
l Cães:
l Essenciais: parvovírus, cinomose, ADV-2, raiva
l Opcionais: parainfluenza, Bordetella, Leptospira
l Não recomendadas: ADV-1, parvo morta,
giárdia, coronavírus
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2011
Vacinação e Vacinologia
l A resposta imune não é a desenvolvida de
forma uniforme por todos os indivíduos de uma
população (curva de Gauss)
l O que devemos levar em consideração?
l Fatores intrínsecos – estado imune do indivíduo
l Animais doentes, imunossuprimidos, mal nutridos
l Fatores extrínsecos – nível de desafio ambiental
l Número de animais vacinados (barreira epidemiológica) -
apenas 25% dos cães são vacinados no Brasil contra
cinomose anualmente*
*Dados das indústrias farmacêuticas veterinárias no Brasil, considerando-se uma
população de cães de 27 milhões
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2011
Vacinação de filhotes
l Diminuição dos anticorpos recebidos pela
mãe a partir de 45 dias de vida (até 3
meses ou 12 semanas de vida)
l “Janela de vulnerabilidade”
4 6 8 9 12 15
Idade (semanas)
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2011
Interferência de Ac maternos
Efeito dos títulos de anticorpos maternos em filhotes sobre a resposta imunológica à vacinação (GREENE, 2006)
SN – técnica da soroneutralização; IH – técnica da inibição da hemaglutinação, ND – não determinado.
* Os títulos absolutos variarão entre diferentes laboratórios.
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2011
Vacinação de filhotes (cães)
l Cãezinhos: são recomendadas pelo menos 3 doses de
vacina a partir de 45 dias de vida (intervalo entre as
vacinas não deve ser inferior a 15 dias)
l Primeira dose da vacina pode ser realizada sem as frações de leptospira
(pelo menos 2 doses são necessárias para a imunização). Vacinação
semestral para animais em áreas endêmicas.
l Parvovírus, Cinomose, Parainfluenza, Adenovírus tipo 2, Coronavírus (?)
l Não terminar o esquema de primo-vacinação antes de 3 meses de vida
(12 semanas)
l Recomendação atual de retornar ao esquema de vacinação com 2, 3 e 4
meses
l Uma única dose da vacina antirrábica é recomendada ao redor da 16a
semana de vida (4 meses)
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2011
Protocolo de vacinação
recomendado AAHA 2006
l Parvovírus
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2011
Protocolo de vacinação
recomendado AAHA 2006
l Cinomose Recombinante
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2011
Vacinação de filhotes (gatos)
l Gatinhos: pelo menos 2 doses de vacina, a partir da 6a
a 8a semana de vida (intervalo entre as vacinas não
deve ser inferior a 15 dias)
l Uma única dose da vacina antirrábica ao redor do 4o mês de
vida (16 semanas)
l Essenciais: parvovírus (panleucopenia), rinotraqueíte
(herpesvírus) e calicivírus (calicivirose)
l Chlamydophila felis opcional – recomendada para animais em
colônias ou que convivam com pessoas imunossuprimidas
l Vacinas com adjuvantes devem ser evitadas
l Vacina contra FeLV para filhotes e depois adultos “sob risco”
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2011
Reações vacinais
l O uso de vacinas não está fora de riscos. A
virulência e toxicidade residuais, os efeitos
alérgicos, a doença nos hospedeiros
imunodeficientes e os efeitos nocivos nos fetos
são os riscos mais significativos associados ao
seu uso (MEYER, 2001).
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2011
Reações vacinais
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2011
Reações vacinais
l As reações sistêmicas inespecíficas desencadeadas pela
aplicação de vacinas são extremamente variáveis,
incluindo-se anorexia, letargia, febre e sonolência horas
após a vacinação, podendo persistir por 24 a 36 horas, e
são consideradas normais, podendo ocorrer em 1,2% dos
casos segundo um estudo clínico envolvendo 2288 gatos
vacinados nos EUA (STARR, 1993).
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2011
Reações vacinais
l As reações de hipersensibilidade do tipo I, ou imediata, são
relacionadas à uma resposta ao antígeno que pode ocorrer
minutos ou horas após a exposição
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2011
Hipersensibilidade tipo I
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2011
Hipersensibilidade tipo I
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2011
Reações vacinais
l Reação de hipersensibilidade do tipo IV, sendo comum a
formação de um granuloma no local de aplicação
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2011
Hipersensibilidade tipo IV
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2011
Reações adversas: sarcomas no
ponto de aplicação
l A partir de 1980 houve um aumento na ocorrência de sarcomas de
tecidos moles em felinos na América do Norte (MORRISON e START,
2001).
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2011
Reações adversas: sarcomas no
ponto de aplicação
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2011
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2011
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2011
Reações adversas: sarcomas no
ponto de aplicação
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2011
Reações adversas: sarcomas
no ponto de aplicação
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2011
Reações adversas: sarcomas no
ponto de aplicação
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2011
Reações adversas: sarcomas
no ponto de aplicação
l Aparentemente a resposta inflamatória causada
pelos adjuvantes pode levar ao desenvolvimento
de sarcomas vacinais nos felinos susceptíveis
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2011
Resposta imune
l Idade
l Mansfield et al, 2004 – pior resposta humoral após
a vacinação antirrábica em cães idosos
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2011
Vacinação do idoso
l O animal idoso, vacinado de modo “adequado”
durante sua vida, deve possuir imunidade sólida
já formada
l A revacinação deve levar em conta os riscos a
que esse paciente é exposto
l Devemos levar em consideração os riscos de
exposição à patógenos e fatores que possam
prejudicar a manutenção da imunidade sólida:
l Doenças intercorrentes (neoplasias)
l Medicamentos imunossupressores (quimioterápicos)
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2011
Falhas vacinais
l Vacinação não é sinônimo de imunização
l Mesmo um produto adequado não é
capaz de imunizar 100% dos indivíduos
de uma população
l Mesmo produtos altamente eficazes,
variações biológicas são responsáveis por
falhas vacinais em uma pequena
porcentagem de indivíduos vacinados
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2011
Curva de Gauss (efeitos biológicos)
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2011
Causas de falhas vacinais
Fatores ligados ao hospedeiro Fatores ligados às vacinas Erros humanos
Imunodeficiências, debilidade, Armazenamento inadequado Mistura imprópria de vacinas na
desnutrição, deficiência de (temperaturas acima ou abaixo do mesma seringa ou uso de uma
vitamina E e selênio indicado na bula) menor quantidade de vacina para
animais pequenos
Interferência dos anticorpos Vacinas não protegem 100% dos Exposição do animal ao agente
maternos indivíduos de uma população infeccioso durante o período de
(variação biológica) imunização
Fonte: GREENE, C.E. Infectious diseases of the dog and the cat. 3ª Ed. Elsevier, 2006
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2011
Interferência vacinal
l E os mitos clássicos...
l Gestação: poucos estudos confirmam a menor capacidade de
animais gestantes em responder adequadamente à vacinação.
l Deve-se EVITAR o uso de agentes vivos em animais gestantes
l Cio – por si só, não parece ser um fator capaz de
inviabilizar a resposta vacinal – cuidado com o
ESTRESSE!
l Procedimentos cirúrgicos/anestesia – NÃO!
l Reese, MJ et al. (JAVMA, 2008) – 32 gatinhos castrados com 7,
8 ou 9 semanas e vacinados – Não houve diferença em relação
à resposta pós-vacinal
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2011
Conclusão
l A vacinação deve ser encarada pelos veterinários como
um procedimento que requer conhecimento e habilidade