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Lodjong
Texto de Tchekawa Yeshe Dordge
Comentário de Kongtrul Rinpotché
Tchekawa Yeshe Dordge
Centro Budista Tibetano Kagyü Pende Gyamtso ‐ DF 425 ‐ Condomínio Jardim América ‐ Lotes F1/F3 ‐ G2/G4
Sobradinho II ‐ DF ‐ Cep: 73070 ‐ 023 ‐ Fone: (61) 34 85 06 97 – Site: kalu.org.br
Sob a Autoridade Espiritual de Kyabje Kalu Rinpoche
]R-.R%-,
Lodjong
Texto de Tchekawa Yeshe Dordge
Comentário de Kongtrul Rinpotché
KPG 04‐10‐2011
Centro Budista Tibetano Kagyü Pende Gyamtso ‐ DF 425 ‐ Condomínio Jardim América ‐ Lotes F1/F3 ‐ G2/G4
Sobradinho II ‐ DF ‐ Cep: 73070 ‐ 023 ‐ Fone: (61) 34 85 06 97 ‐ Site : www.kalu.org.br
1
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Lodjong – O treinamento da mente ( à Bodhicitta)
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Texto de Tchekawa Yeshe Dordge
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Comentário de Kongtrul Rinpotché
A] A origem da transmissão
B] A necessidade deste aprendizado
C] A explicação do texto raiz
A) As instruções de Tchekawa Yeshe Dordge
I ] Ensinamento sobre as preliminares. (1 verso)
1] Preliminares de uma sessão ( Guru Yoga )
2] Instruções preliminares ( as quatro preliminares comuns)
II ] Corpo da prática: o aprendizado da Bodhicitta
1] Ocasionalmente : A meditação sobre a Bodhicitta última
1) Instruções para as sessões ( 4 versos)
2) Instruções para as inter‐sessões (1 verso)
2] Principalmente : A meditação sobre a Bodhicitta relativa
1) Instruções para a preparação
2) Instruções para a prática em si ‐ Tong Lene (2 versos)
3) Instruções para as inter‐sessões ( 4 versos)
III ] Manter a prática na vida cotidiana
1] Transformação em função da Bodhicitta relativa (2 versos)
2] Transformação em função da Bodhicitta última (2versos)
3] Transformação em função das práticas especiais : (2 versos)
_As 4 preparações :
1) Reunião das acumulações
2) Confissão dos atos negativos
1_As 4 forças 2_Os 6 antídotos
3) Doação de torma aos deuses e demônios
4) Oferenda de torma às dakinis e protetores
IV ] Ensinamento de uma forma condensada da prática para uma vida inteira
1] O que é para se fazer durante esta vida (2 versos)
_As 5 forças
1) Força de impulsão 2) Força de familiaridade
3) Força das sementes brancas 4) Força da renúncia
5) Força das aspirações
2] O que se deve fazer no momento da morte (2 versos)
1) A força das sementes brancas 2) A força das aspirações
3) A força da renúncia 4) A força da impulsão
5) A força da familiaridade
V ] Critérios de progresso na aprendizagem espiritual (4 versos)
VI ] Os engajamentos da aprendizagem espiritual (16 versos)
VII ] Conselhos para a aprendizagem espiritual. (21 versos )
B) Ensinamentos complementares vindos da linhagem
Conclusão ‐ Colofão
3
4
O treinamento da mente em 7 pontos
Tchekawa Yeshe Dordge
“A Via Direta Para o Despertar”
Djamgön Kontrul
PREFÁCIO
No ano de 1042 depois de Jesus Cristo, o tradutor Rintchen Zangpo acabou
por persuadir Dipankara Atisha (1) (982 – 1054) a vir ao Tibet. Atisha* avaliou
rapidamente as dificuldades, que o Budismo enfrentou no dia seguinte à tentativa de
destruição que havia empreendido Langdarma*, um século antes.
Ele trabalhava no estabelecimento de uma compreensão correta da prática
espiritual, ensinando a síntese das três linhagens do Budismo indiano: 1) a linhagem
da Filosofia Profunda iniciada pelo Buddha Shakyamuni e seguida por Nagarjuna* sob
a inspiração do Bodhisattva Mandjugosha*; 2) a linhagem da Grande Atividade
procedente também do Buddha Shakyamuni e retomada por Asanga* sob a
inspiração do Bodhisattva Maitreya* e 3) a linhagem da Prática da Graça Inspirada,
procedente do Buddha Vadjradhara* e transmitida por Tilopa.
A apresentação de Atisha coloca particularmente em relevo o papel essencial
do Refúgio e da Bodhitchitta*. Sua insistência sobre o Refúgio como base de toda
prática do Dharma o fez ser chamado “O Erudito do Refúgio”.
Anteriormente em sua vida, Atisha teve muitas visões e experiências que lhe
indicaram cada vez a necessidade da Bodhitchitta para a realização da Budeidade.
Ele foi conduzido a empreender um longo périplo via Indonésia, onde ele encontrou
Serlingpa, de quem recebeu numerosos ensinamentos sobre o assunto. Serlingpa lhe
ensinou a técnica da “aprendizagem espiritual”: sistema de prática no qual nosso
próprio modo de pensar e de considerar as situações na vida diária é
sistematicamente modificado por refletir o que um Bodhisattva pode considerar ou
encontrar nas mesmas situações. Serlingpa, ele próprio escreveu obras sobre esta
técnica, das quais uma é incluída na tradução que segue.
Atisha transmitiu estes ensinamentos a seu mais próximo discípulo, Drom
Teun Rimpoche* (1005 – 1064), o fundador da linhagem Kadampa*. Num primeiro
momento, seus ensinamentos não se propagaram: eles foram largamente conhecidos
graças a Tcheka‐oua Dordje* (1102 – 1176).
Tcheka‐oua entrou em contacto com estes ensinamentos de forma quase
acidental. Visitando um amigo, ele pousou o olhar sobre um livro aberto, deixado ao
azar sobre uma cama, e leu a linha seguinte: “Deixa a vitória aos outros tome para
você a derrota”. Intrigado por esta idéia pouco familiar, ele procurou o autor e
descobriu que aquilo que lera fazia parte das “Oito instâncias sobre a aprendizagem
espiritual” de Langri Tangpa.
Apesar do Langri Tangpa já estar morto, Tcheka‐oua pode encontrar Chara‐
oua, um outro mestre Kadampa que tinha recebido esta transmissão, para receber
explicações sobre este ensinamento. Durante doze anos Tcheka‐oua estudou e
5
praticou a aprendizagem espiritual e resumiu este método no “Os Sete Pontos da
Aprendizagem Espiritual”.
Ao longo dos anos, estes ensinamentos se propagaram largamente e, apesar da
existência do próprio comentário de Tcheka‐oua sobre “os Sete Pontos”, numerosos
mestres foram inspirados e impelidos por seus discípulos a escrever por mais tempo
sobre este assunto.
Djamgoeun Kongtrul (1813 – 1899) foi um destes instrutores. Como principal
artífice da renovação religiosa no Este do Tibet no século XIX, imagina‐se facilmente
seu entusiasmo ante a oportunidade que lhe foi dada de escrever sobre um
ensinamento altamente estimado e que foi, à sua época, assimilado por todas as
escolas do Budismo no Tibet.
Kongtrul nasceu e cresceu na tradição Bön. Muito jovem adquiriu um
conhecimento total desta tradição graças a seu pai, sacerdote Bön. Expulso de seu
país natal por dificuldades políticas, Kongtrul encontrou seu caminho pouco antes de
seu vigésimo ano do monastério Kagyupa de Papoung. Suas brilhantes qualidades
chamaram a atenção de Situ Pema Nyingdje, o mais alto na hierarquia dos Lamas
Kagyupas* do Leste do Tibet. Sob a tutela de Situ, Kongtrul fez grandes e rápidos
progressos, tanto espirituais como intelectuais, e tornou‐se, aos vinte e cinco anos,
um instrutor reputado. Sua influência sob o Budismo foi, em seguida, considerável.
O texto traduzido aqui procede de uma coleção de ensinamentos compilados
por Kongtrul: “Dam Nga Dzeu”, que expõe as técnicas budistas essenciais de todas
as escolas do Tibet. Esta coleção faz parte das cinco grandes obras redigidas por
Kongrul: ʺOs Cinco Tesouros”, trabalhos que englobam toda a erudição tibetana e
são uma das maiores produções do movimento “Rime” ou “Imparcial”.
Este movimento teve por instigadores vários mestres no século XIX: Kongtrul,
Khyentse Wangpo, Dza Patrul, Tchugyur Lingpa entre outros. Eles se designavam
diferentes fins, dos quais os três mais remarcáveis foram de preservar os
ensinamentos excepcionais, de desencorajar as malfeitorias do sectarismo e de
sublinhar a importância da prática e de sua aplicação na vida cotidiana.
A transmissão de técnicas excepcionais e pouco conhecidas é muito
vulnerável às interrupções. Uma vez que, quebrada, uma linhagem iniciática não
pode ser restabelecida, o cuidado dos instrutores Rime foi o de reunir e preservar as
técnicas de meditação raras e poderosas que estavam ameaçadas de desaparecer. Este
objetivo foi atingido principalmente graças às imensas coleções de meditações
acompanhadas de suas respectivas iniciações reagrupadas por Kongtrul e Khyentse.
Uma vez que Kongtrul e outros aspiravam por outro lado desencorajar o
sectarismo mais rígido, eles não tinham a intenção de formar uma nova escola ou
uma nova linhagem. A idéia Rime era a da aceitação da validade e da qualidade de
todas as tradições budistas, tudo isto praticando de acordo com a linhagem e o
ensinamento que cada um encontrasse apropriado a sua pessoa.
Um maravilhoso exemplo desta abordagem é a obra de Dza Patrul Rimpoche
“Kun zang lame chel loung”, introdução detalhada às práticas preliminares da
tradição Nying Tig da escola Nyingmapa. É um livro magnificamente escrito, que se
6
refere frequentemente à bibliografia de numerosos mestres para ilustrar diferentes
aspectos do ensinamento.
Patrul Rimpoche não se refere apenas aos santos Nyingmapas, mas descrevem
também o caminho e os ensinamentos de instrutores Kagyupas, Kadampas, etc. Ele
também coloca em questão os costumes sociais ordinários do estado dos monges e
dos laicos. As pessoas que ele percebe em contradição com as práticas budistas, ele as
submete a uma crítica severa e encoraja a disciplina na aplicação da prática nas
situações da vida cotidiana. Disto resulta um texto extraordinariamente rico, após o
qual se sente uma tradição de prática particularmente poderosa e profunda,
expressando‐se de uma forma muito significativa a todos aqueles que seguem o
Dharma, tomando sua inspiração em todas as tradições do Budismo.
Seu terceiro cuidado enfim, e talvez o mais importante, era o de recolocar
como valoroso a aplicação do Dharma na vida cotidiana. Por seus instrutores é
preciso evitar que o Dharma se esclerose, que ele não seja restrito à erudição e às
recitações, a uma esclerose de respostas e de práticas rígidas: é necessário, ao
contrário, que ele conduza a disciplina de usar de sua inteligência e de sua
compaixão em todos os aspectos de sua vida.
Este tema é exatamente o assunto dos “Sete Pontos da Aprendizagem
Espiritual”.
Para a maior parte de nós, é difícil usar uma verdadeira inteligência e uma
verdadeira compaixão em todas as circunstâncias. Nosso egocentrismo, nosso
cuidado com nós mesmos, acobertam e condicionam constantemente nossas
percepções e nossos comportamentos em face aos acontecimentos ao redor de nós.
Quando nossa apreensão egocêntrica é muito forte, nós não a largamos de
mão e nossas tentativas de aplicar a compaixão e a inteligência são desastradas e
fontes de arrependimento.
Se, contudo, chegamos a compreender que o ego não é senão uma tripa, que o
si mesmo, ao qual tanto nos apegamos, não é nada de fato e, se, nos familiarizamos
com o hábito de doar nossa felicidade para o bem dos outros e nos encarregamos de
seus sofrimentos, poderemos melhor renunciar ao ego como se desembaraça, sem
arrependimento, de uma velha roupa inútil.
Esta compreensão e esta familiaridade se desenvolvem durante a meditação
sentada, que emprega as técnicas tratadas neste livro. A meditação sentada é
essencial porque é o único meio de fazer penetrar o sentido profundo das palavras e
de compreendê‐las diretamente. Entretanto, se nossos atos do dia a dia não são os
reflexos de nossa prática meditativa, nossa meditação é vã.
No caso contrário, não apenas tornamo‐nos mais abertos, mais sensíveis, mais
tolerantes e menos agressivos, mas nós nos sentimos, desta forma, autenticamente
em paz conosco mesmos, ficamos felizes e naturalmente alegres, mesmos
confrontados por situações difíceis; e nossas ações não trarão arrependimentos nem
vergonhas retrospectivas.
É por isso que boa parte do livro se apresenta sob a forma de conselhos para
abordar situações comuns da vida. A prática continuada da meditação e a atenção ao
comportamento de todos os dias estão juntas, elas são os dois aspectos da prática, e
7
não duas atividades independentes. Uma pessoa, por exemplo, que esteja avançada
no exercício destas técnicas e que encontra uma infelicidade qualquer, imaginará
espontaneamente que este sofrimento se funde nele.
Uma vez que trabalhemos sobre estes dois aspectos conjuntamente, a
apreensão egocêntrica desaparece, e nasce uma inteligência e uma compaixão
autênticas, a realização da ausência de entidade intrínseca, a compaixão espontânea.
Que estes ensinamentos que muito nos trazem, sejam salutares à outros
praticantes do Dharma.
8
“A Via Direta Para o Despertar”
Djamgoeun Kongtrul
!, ,J$-0-(J/-0R-]R-.R%-.R/-2./-3:A-OA.-;A$-]R-.3/-:)$-2.J<-2!R.-0-L%-(2-$8%-=3-8J?-L-2-28$?-?R,
Comentário introduzindo sem dificuldade os seres comuns aos ensinamentos do Mahayana intitulado:
Os Sete Pontos a Aprendizagem Espiritual
Theka‐ouaYeshe Dorge
GURU BUDHA BODHISATTVA BHYONAMA (2)
Com uma confiança indivisível, coloco acima de minha cabeça.
O lótus (onde repousam os) pés do sublime Buddha
Que primeiro seguiu a roda do Amor
Depois triunfou plenamente na realização dos dois objetivos
Inclino‐me ante Avalokiteshvara, Manjushri,
E dos outros filhos ilustres do Vencedor
Que embarcaram na nave da compaixão
Heróica e liberaram os seres do oceano dos sofrimentos.
O insuperável amigo espiritual que mostra
O caminho excelente da vacuidade e da compaixão
É o guia de todos os Vencedores:
Posterno‐me aos pés do grande Guru.
Explicarei aqui o caminho tomado pelo Vencedor e seus Filhos
Fácil de compreender, ele é límpido.
Da prática fácil, engaja‐se nela com alegria;
Ela é, entretanto profunda e conduz a Budeidade.
Com o propósito de desenvolver um comentário consagrado aos “Sete Pontos
da Aprendizagem Espiritual”, que são instruções essenciais particularmente
excelentes para a meditação sobre a Bobhitchitta, tratarei aqui do assunto sob três
rubricas:
A] A origem da transmissão
B] A necessidade desta aprendizagem
C] A explicação do próprio texto raiz
9
10
A]
A origem da transmissão
O glorioso mestre Atisha estudou muito tempo junto a três grandes
instrutores:
1)Dharmakirti*, mestre da Bodhichitta que recebeu a transmissão direta das
instruções espirituais do Buddha e de seus Filhos;
2) Guru Dharmarakchita (3), que realizou o sentido da vacuidade tomando
como suporte o amor e a compaixão e que, num ato de altruísmo doou sua própria
carne;
3) O yogui Maitreya, que podia realmente se encarregar dos sofrimentos dos
outros.
Com uma longa e obstinada aplicação, Atisha prosseguiu seus estudos até o
fim e sua mente se preencheu da experiência da Bodhitchitta. Ele veio ao Tibet e foi
um grande protetor do Dharma, e, uma vez que detivesse uma grande coleção de
ensinamentos, ele os ensinava apenas em função do método que será o assunto aqui.
Entre seus inumeráveis discípulos de três categorias*, que ele conduziu à
liberação, os três principais foram Kouteun Tseundru, Ngo Tcheukou Dordje e Drom
Teum (5). Associa‐se a Drom Teum Rimpoche, manifestação viva de
Avalokiteshavara, três tradições orais: os textos canônicos, as instruções‐chaves e as
instruções particulares (6). Elas foram ensinadas respectivamente a três grandes
discípulos, emanações dos mestres das três Famílias*.
Pouco a pouco, estes ensinamentos foram transmitidos por todas as grandes
mentes. A tradição segundo a qual são expostos os seis textos canônicos dos
Kadampas passou à escola Guelukpa*, os ensinamentos que continham as instruções‐
chaves das quatro Nobres Verdades* passaram à linhagem Dakpo* Kagyu. Ambos
preservaram o tratado das instruções profundas sobre as Dezesseis Essências.
A preciosa tradição Kadampa é, assim, conhecida como a detentora da
doutrina dos Sete Dharmas e Divindades (7): a preciosa tradição oral, na qual as
quatro divindades ornam o corpo; as três cestas, a palavra e três disciplinas (8), a
mente.
Todas estas instruções incomensuráveis, aquelas que aparecem firmemente
nos Sutras como aquelas que têm lugar com os Tantras*, dizem respeito
exclusivamente ao caminho da união da compaixão e da vacuidade.
Uma vez que ensinamento insiste, sobretudo na Bodhitchitta relativa, a
maioria dos grandes mestres desta linhagem ensinou e mostrou habilmente, pelo
exemplo de suas vidas, a técnica da troca de si mesmo com o outro.
Entre os múltiplos comentários sobre esta técnica, os “Sete Pontos” são
provenientes da tradição das instruções espirituais do grande Tcheka‐oua Yeche
Dordje.
11
12
B]
A necessidade desta aprendizagem
Não sejais ávidos de felicidades efêmeras que são o apanágio dos deuses e dos
homens nas esferas superiores*. Poderíeis atingir a realização dos Shravakas* ou dos
Pratiekabuddhas*, mas é necessário que compreendais que esta não é a última e total
transcendência* do sofrimento.
Assim, convém buscar unicamente o perfeito estado de Buddha.
Não existem outros métodos para atingir este estado, senão o de apoiar‐se nas
duas meditações: a Bodhitchitta relativa para exercitar a mente a desenvolver o amor
e a compaixão, e a Bodhitchitta última para se fixar no estado não discursivo.
Nagarjuna disse:
Se o mundo inteiro ou eu mesmo
Desejarmos atingir o insuperável Despertar,
Só a Bodhitchitta será a causa disto:
Uma compaixão estável como a Rainha das Montanhas*
Que irradia em todas as direções,
E a sabedoria primordial liberada de toda dualidade.
Além do mais, qualquer que seja o mérito e a sabedoria que se tenha
acumulado, a base para entrar no Mahayana, que é a perfeição da transcendência do
sofrimento sem permanência, é somente o desenvolvimento da Boddhicitta. E esta
nasce graças ao amor e da compaixão.
Mesmo que se tenha acessado a Budeidade última, não se terá mais a fazer
senão trabalhar para o bem dos outros por meio da compaixão que não concebe
destinação.
A verdadeira Bodhitchitta última não nascerá na mente do iniciante, mas este
poderá produzir a Bodhitchitta relativa se ele exercer‐se.
Uma vez que esta esteja desenvolvida, ele realizará espontaneamente a
Bodhitchitta última. Por esta e outras razões, a fim de desenvolver a Bodhitchitta
deveis meditar desde o início ensinamentos sobre a boddhicitta última.
Uma vez que aspirais às instruções relativas ao assunto, eis qual é o método de
base, de acordo com o mestre Shantideva*:
Aquele que deseja uma proteção rápida
Para os outros e para si próprio
Deve praticar este mistério sagrado:
A troca de si mesmo com o outro.
Conseqüentemente, apenas são expostos nesta obra as etapas da meditação
sobre a troca de si com o outro; todos os demais graus de aprendizagem espiritual
não são senão prolongamentos disto.
13
14
C]
A Explicação do Texto Raiz
A terceira e última parte deste comentário é dividida em duas secções:
A) Explicações das instruções de Tche Ka‐Oua Yeshe Dordje
B) Ensinamentos complementares provenientes da linhagem.
A) Explicação das Instruções de Tcheka‐Oua Yeshe Dordje
A primeira secção contém
ʺOs Sete Pontos da Aprendizagem Espiritual”:
I Ensinamentos sobre as preliminares,
fundamento do Dharma
II O corpo da prática: aprendizagem da Bodhichitta
III Manter a prática na vida cotidiana
IV Ensinamento de uma forma condensada da prática
para uma vida inteira
V Critério de progresso na aprendizagem espiritual
VI Os compromissos da aprendizagem espiritual
VII Conselhos para a aprendizagem espiritual
15
16
Ensinamentos sobre as preliminares
Fundamento do Dharma
É dito:
!, ,.%-0R-}R/-:PR-.$-=-2a2,
Em primeiro lugar estude as preliminares.
Dois aspectos são aqui considerados:
1) As preliminares a uma sessão de meditação
2) As instruções preliminares.
1) As preliminares a uma sessão de meditação
Inicialmente, no começo de cada sessão de meditação, pensai que vosso Lama‐
Raiz * reside sobre um trono de lótus e de lua (9) sobre vossa cabeça. Seu corpo está
radiante, seu rosto é sorridente, ele considera todos os seres com uma compaixão
não‐intencional.
Pensai que ele é a presença de todos os Lamas – raízes* e dos Lamas da
linhagem*.
Com uma intensa e sincera aspiração devocional reze assim:
]-3-;%-.$-0-;R%?-GA-.$J-2:A-2>J?-$*J/-(J/-0R?-2.$-=-LA/-IA?-2_2-+-$?R=,
L3?-~A%-eJ-L%-(2-GA-?J3?-H.-0<-&/-o.-=-*J-2<-36..-$?R=,
Evoco a graça de meu Lama, O amigo espiritual grande e perfeitamente puro
Rezo para que façais nascer em mim amor, compaixão e Bodhitchitta incomparáveis.
Se desejardes, fazei também a oração da linhagem (10), mas o essencial é
cumprir o precedente cem ou mil vezes. O lama desce em seguida pelo orifício de
Brahma (11). Pensai que ele habita em vosso coração, num tabernáculo de luz
semelhante a concha aberta e desenvolvais uma grande aspiração, uma devoção
sincera. É importante fazer esta meditação de união com vosso Lama no começo de
cada sessão.
17
2) As instruções preliminares.
Em segundo lugar as quatro reflexões seguintes podem ser novidades para vós:
1) A dificuldade de obter as liberdades e as aquisições.
2) A impermanência e a morte.
3) A estrutura defeituosa do ciclo das existências*.
4) O ato causa‐fruto.
Neste caso, elas são explicadas em detalhes no texto: ”A Via Progressiva”. É
preciso meditar até que elas se impregnem completamente em vossa pessoa.
Eis, brevemente resumidos, os pontos essenciais destas reflexões:
1) A obtenção desta preciosa existência humana perfeitamente livre e com as
qualidades necessárias, fundamento da prática do Dharma, tem como causa a prática
da excelente atividade positiva. A proporção dos seres que não praticam senão a
virtude é muito pequena: difícil é pois a obtenção dos frutos que são as liberdades e
as aquisições*. Observando o número de seres que tem outras formas de vida, como
a existência animal, por exemplo, fica claro que relativamente muito poucos obtêm a
vida humana. Em conseqüência, é preciso, por cima de tudo consagrar ‐ se ao
Dharma para que o potencial do corpo humano presentemente adquirido não seja
desperdiçado.
2) Além do mais, sendo a vida incerta, as causas de morte inumeráveis, não
temos certeza que não morreremos hoje; é necessário orientar nossos esforços para
com o Dharma desde agora. A morte vem, à exceção da atividade positiva ou
negativa, nada nos seguirá: a riqueza, a alimentação, as possessões, as terras, o poder,
nem mesmo o corpo.
Uma vez que tudo isto não terá então a menor porção de utilidade, são, de
fato, sem necessidade alguma.
3) Após a morte, qualquer que seja aquela das seis classes de seres*, onde o
carma nos impulsionará a renascer, não haverá senão sofrimento, sem sequer uma
pitada de felicidade.
4) Dado que o sofrimento e a felicidade advêm inelutavelmente, como
resultado da atividade respectivamente negativa ou positiva, deve‐se evitar fazer o
mal, ainda que com risco para sua vida. É preciso fazer unicamente ações positivas,
com assiduidade.
_Deveis treinar de cultivar estas idéias com perseverança.
_No fim de cada sessão de meditação, fazei a prece de sete ramos, quantas
vezes vós possais.
_Entre sessões, coloque os aspectos de vossas reflexões em prática.
Isto se aplica a todas as formas de preparação e de prática.
18
O Corpo da prática :
O aprendizado da Bodhicitta
Este assunto consta de duas partes:
1] Ocasionalmente, a meditação sobre a Bodhitchitta última
2] Principalmente, a meditação sobre a Bodhitchitta relativa.
1] A bodhitchitta última
A explicação desta meditação compreende dois aspectos:
1) Instruções para as sessões de meditação
2) instruções para os intervalos intersessões
1) Instruções para as sessões de meditação
Uma vez que vós tenhais feito em preparação o Guru–Yoga (descrito
precedentemente), sentai‐vos, com o corpo bem reto. Contai, sem agitação, os ciclos
de vossa respiração (inspiração ‐ expiração) até vinte e um. Este exercício fará de vós
um receptáculo apropriado à concentração. E após isto, mediteis:
,(R?-i3?-kA-=3-v-2<-2?3,
Pensais que todos os fenômenos são semelhantes aos sonhos
19
dentro do corpo ou fora dele. Enfim, ela não é um objeto que se move ou cesse de
existir.
É preciso chegar a uma conclusão precisa e indubitável referente à natureza
desta consciência desprovida de origem, de cessação e de localização, isto como meio
de exame e de pesquisa da mente.
Se então o pensamento de um antídoto surge, como: “a mente e o corpo são
vivos”, ou ainda: “nada é bom ou mau na vacuidade”:
,$*J/-0R-*A.-G%-<%-?<-PR=,
Deixais o próprio antídoto se esgotar espontaneamente
Uma vez que se examine a presença do próprio antídoto, que não é senão um
pensamento inclinado a concluir por uma não–existência, isto, mesmo desprovido de
referência, se esgota espontaneamente. Permanecei relaxados neste estado.
Este ensinamento dá as instruções particulares sobre a concepção da existência
em relação à meditação analítica.
,=3-IA-%R2R-!/-$8A:A-%%-=-$8$,
Permanecei na essência na Via na natureza fundamental
Esta instrução revela a maneira de “permanecer”. Quando se está livre de
todas as atividades das sete consciências*, o termo “nobre natureza de Buddha”
indica a essência de todos os fenômenos, o estado natural da cognição fundamental.
Permanecei no não–agir, sem traço algum de uma natureza existente como algo, sem
apego mental de nenhum tipo, num estado caracterizado por uma claridade não
discursiva e uma pura simplicidade. Em resumo, não sigais as flutuações do
pensamento, por tão longo tempo quanto possível: permanecei manifestamente no
domínio onde a própria mente está clara, ainda que livre de todo pensamento
discursivo. É a meditação durante a qual se permanece
Em seguida terminai a sessão com a prece de sete ramos.
2) Instruções para os intervalos intersessões
,,/-3(3?-I-3:A-*J?-2<-L,
Entre duas sessões, perceba como um jogo mágico
Entre as sessões de meditação, qualquer que seja vossa atividade, não vos
separe da experiência da meditação na qual se permaneceu. Treine sempre uma
inclinação para o reconhecimento de que tudo que aparece, o próprio eu ou o outro
inanimado ou animado, é desprovido de realidade intrínseca e não é nada em si
mesmo. Seja como o mágico (que sabe que suas criações não têm realidade alguma).
20
2] A Bodhitchitta relativa
A explicação desta meditação compreende três partes:
l) As instruções para a preparação;
2) As instruções para a própria prática;
3) As instruções para os intervalos intersessões.
l) As instruções para a preparação:
Faça, no início, a prática preliminar do Guru Yoga tal como foi explicada
precedentemente.
É necessário em seguida, meditar sobre o amor e a compaixão, que são a base
da “tomada para si” e da doação. Imaginando em primeiro lugar que vossa própria
mãe está presente diante de vós, medite profundamente com compaixão: “esta
pessoa é minha mãe, ela se ocupou de mim com aplicação desde o momento em que
fui concebido. Por ela ter enfrentado todas as dificuldades da doença, do frio, da
fome, etc., por ela ter me dado alimento e vestes e lavou meu corpo de suas máculas,
porque ela me ensinou o que é bom e me afastou do mal, encontrei a doutrina de
Buddha e pratico agora o Dharma. Que grande bondade a sua! Não apenas nesta
vida, mas igualmente num ciclo infinito de existências, ela fez o mesmo. Então como
ela me ajudou tanto, ela erra agora no ciclo das existências e experimenta todas as
sortes de sofrimentos e de penas”.
Assim, uma vez que vós tenhais desenvolvido a verdadeira compaixão – não
apenas as recitações formais – uma vez que estejais treinados nisto, aprendais a
estender progressivamente . Desde tempos imemoriais, cada ser sem exceção foi bom
para mim como minha mãe.
Refletindo assim, meditai inicialmente sobre os objetos para com os quais é
fácil de desenvolver a compaixão: vossos amigos, vosso cônjuge, vossos pais, aqueles
que vos ajudaram, aqueles que estão nos mundos inferiores, lugares de grandes
tormentos, os deficientes e aqueles que ainda que felizes neste mundo, cometem
tanto mal que irão para as esferas infernais quando morrerem.
Tendo vos exercitados sobre estes tipos de indivíduos, tome as pessoas mais
difíceis: vossos inimigos, os malfeitores, os demônios, etc. Enfim, meditai sobre todos
os seres. Devereis pensar assim: “Todos os seres, meus pais outrora, não apenas
experimentam inumeráveis sofrimentos, que eles não aspiravam, mas possuem
igualmente um vasto potencial de sofrimento. Que tristeza! Que fazer? “De volta,
para o bem deles, o mínimo que posso fazer é dissipar seus tormentos e estabelecê‐
los no bem estar e na felicidade”.
Desenvolvei tal atitude em relação a isto, que ela se torne de uma intensidade
intolerável.
21
2) As instruções para a própria prática
,$+R%=J/-$*A?-0R-%J=-3<-.%-, ,.J-$*A?-_%-=-2*R/-0<-L,
Desenvolvei paralelamente a “tomada para si” e a doação;
utilize a respiração como suporte.
Pensai: “Todos estes pais que são tornados objetos de minha compaixão,
trazem a dupla aflição do sofrimento que eles efetivamente suportam e do potencial
daqueles que eles deverão suportar: assim, tomarei sobre mim toda a soma das
misérias de minhas mães, todas suas disposições, emoções* e ações negativas”.
Meditai assim: ”Toda esta negatividade penetra em mim e eu me alegro com
isto”.
Pensai: “Distribuo todos meus atos positivos, minha felicidade do passado, do
presente e do futuro, o uso de minhas faculdades corporais, minhas posses, a todos
os seres, meus pais”.
Considerai que cada um deles recebe e cultivai uma grande alegria com o
pensamento de que eles realmente o receberam.
Para tornar mais vívida esta transferência mental, cada vez que vós inspireis,
imaginai que uma massa negra (espécie de luz negra), correspondente a todos os
véus, atos nocivos e sofrimentos dos seres penetram em vós por vossas narinas e se
fundem em vosso coração. Pensai que todos os seres assim se livrarão de suas
negatividades e de seus tormentos para sempre.
Uma vez que vós expirais, imaginai que todas vossa felicidades e todas vossas
virtudes se dispersam sob a forma de uma luz branca, durante a expiração, que se
funde em todos os seres, e sejai feliz pensando que todos eles ascendem
imediatamente à Budeidade.
Habituai‐vos a esta meditação fazendo da “tomada para si” e da doação
apoiadas sobre a respiração, a parte principal de vossa sessão meditativa. Fora destes
momentos de meditação, lembrai‐vos disto com cuidado e colocai–a em prática. “É
isto mesmo o essencial do aprendizado espiritualʺ.
Assim disse Shantideva freqüentemente:
Se eu não troco totalmente
Meu bem estar com o sofrimento dos outros
Não realizarei a Budeidade:
E no ciclo das existências não haverá felicidade.
22
3) As instruções para os intervalos intersessões.
;=-$?3-.$-$?3-.$J-l-$?3,
Três objetos, três venenos, três tipos de virtudes.
Continuamente os três venenos procedem dos três objetos: o desejo é
produzido pelos objetos prazerosos e úteis; a aversão, pelos objetos desprazerosos e
nocivos. A cegueira consiste em não ter nenhum sentimento relativo à um objeto
provocando apego ou aversão. Desmascarai os três venenos desde que apareçam.
Quando, por exemplo, nasce o apego, pensai: “Possam todas as formas de
desejo de todos os seres se fundirem neste desejo que é o meu! Possam todos os seres
possuir a fonte da virtude que é a ausência de todo desejo! Possa meu desejo servir
para suprimir suas disposições negativas e que assim eles sejam desprovidos disto
até suas realização da Budeidade”.
Faz‐se o mesmo para com a aversão e a cegueira.
Uma vez que este caminho é assim seguido na vida cotidiana, os três venenos
tornam‐se três fontes ilimitadas de virtudes.
,.J-=-S/-0-2{=-2:A-KA<, ,,R.-=3-!/-+-5B$-$A?-.%-,
Em todas as formas de atividades,
Fazei vosso aprendizado com a ajuda de palavras.
A todo o momento repitais as frases seguintes (ou outras parecidas) e cultivai
atentamente as idéias que elas exprimem.
Do Nobre Shantideva:
Que suas negatividades amadureçam em mim,
Que todas as minhas virtudes amadureçam neles!
Ou, segundo a forma de expressão Kadampa:
Ofereço o lucro e a vitória aos mestres, aos seres:
Abraço as perdas e as derrotas.
Ou ainda, como escreveu Gyelse Tokme*:
Enquanto todo o sofrimento
E a vilania dos seres amadurece em mim,
Possam todas as minhas alegrias e minhas virtudes amadurecer neles!
23
,=J/-0:A-$R-<A3-<%-/?-2l3,
Iniciai a progressão da “tomada para si” sobre vós mesmos
Para poder tomar os sofrimentos dos outros para vós começai desde o início a
progressão sobre vós mesmos. Mentalmente, assuma na hora todos os sofrimentos
que chegarão à maturidade no futuro. Uma vez que estes últimos se dissipem, tomai
sobre vós o sofrimento dos outros.
24
Manter a prática na vida cotidiana
,$R.-2&.-#A$-0?-$%-2:A-5K, ,nJ/-%/-L%-(2-=3-.-2+<,
Quando o exterior e o interior estão imbuídos de negatividade,
Transformai as condições adversas num caminho do Despertar.
Quando numerosos resultados de uma atividade mal orientada preenchem
vosso universo, exteriormente vossa riqueza, as posses materiais diminuem;
interiormente vossas relações sociais estão ensombreadas por seres grosseiros. É
preciso transformar estas situações adversas que vos acomete em um caminho para o
Despertar.
Esta transformação se faz de três maneiras:
1) Em função da Bodhitchitta relativa,
2) Em função da Bodhitchitta última
3) Em função de práticas específicas.
1] Transformação em função da Bodhicitta relativa
,=J-=/-,3?-&.-$&A$-=-2.:,
Reclame apenas de uma coisa.
Caso estejais doente, abatido moralmente, mal tratado, humilhado, assaltado
por inimigos ou querelas, em resumo, se uma situação indesejável grave ou
insignificante, incomoda a vossa pessoa ou a vossos interesses, não jogue a culpa
sobre qualquer objeto exterior pensando que isto ou aquilo está na origem do dano.
Esta mente que se apega a um ego lá onde ele não existe, seguiu seus próprios
caprichos no ciclo das existências, desde toda a eternidade até agora e cometeu todo
tipo de atos negativos.
Os sofrimentos que surgem no presente são somente os resultados destes
atos. Não reclame, pois, os outros, mas culpeis a atitude egocêntrica que é a
responsável.
Pensai que fareis todo vosso possível para domá‐la e canalizai todos os
ensinamentos a fim de que eles destruam o apego ao ego.
25
No Bodhitcharyavatara*, está escrito:
Quantos tormentos no mundo!
Que soma de sofrimentos e medos!
Se tudo isto vem da apreensão egocêntrica
Que fará de mim este grande demônio?
E
Durante todos os séculos dos ciclos das existências
Causas‐te‐me a miséria
Agora me tornei consciente de todos seus danos
E vencer‐te‐ie, a ti, mente egoísta!
,!/-=-2!:-SA/-(J-2<-2-|R3,
Medite que todos os seres tèm a grande bondade
De uma maneira geral, não existe método para realizar a Budeidade que não
se apóie em todos os seres vivos. Consequentemente, os Buddhas, assim como os
seres comuns são dignos de reconhecimento por aquele que se consagram ao
Despertar.
Todos os seres são particularmente dignos de gratidão porque não há nenhum
deles que já tenha sido vossos pais.
Especialmente deveis um grande reconhecimento a todos vossos inimigos (17)
porque eles são vossos companheiros, assim como uma fonte de inspiração para
acumulação de virtudes e sabedorias ao mesmo tempo em que para eliminar as
impressões deixadas pelas disposições negativas.
Refletindo sobre isto, fazei da meditação da “tomada para si” e da doação.
Não vos irriteis contra um cachorro nem mesmo contra uma lagarta.
Experimente ajudá‐los concretamente, o tanto que possais. Se não podeis, então
aplicando este pensamento, dizei: “Possa este ser ou este inimigo encontrar‐se
rapidamente livre do sofrimento e possuidor de felicidade! Possa ele realizar a
Budeidade!”. Formulai a seguinte resolução: “A partir de agora, toda a atividade
positiva que eu realize, dedico‐a a seu benefício”.
Cada vez que um deus ou um demônio vos atormente, pensai: “Ele age assim
porque, desde tempos sem começo, eu o atormentei. Agora, em compensação, dou‐
lhe minha carne e meu sangue”. Imaginai o inimigo em sua frente e agora lhe ofereça
vosso corpo como alimento, dizendo: “Desfrute de minha carne e de meu sangue e
tudo mais que o desejar”.
Este inimigo desfruta tanto e tão bem de vossa carne e de vosso sangue que ele
se impregna de uma felicidade inesgotável e engendra os dois tipos de Bodhitchittas.
Ou então pensai: “As disposições negativas foram desenvolvidas sem que me
apercebesse delas porque não estou separado de seus antídotos”.
26
Uma vez que este inimigo me advertiu de minha negligência, ele deve,
certamente, ser uma emanação do meu Lama ou do Buddha. Sou‐lhe muito
reconhecido por isto porque me estimulou a aprendizagem da Bodhitcitta”.
Ou então ainda: quando advenham sofrimentos ou doenças, pensai com
certeza: “Se isto não acontecesse, eu estaria distraído pelas atividades do mundo e
não estaria atento ao Dharma. Que eu esteja consciente do Dharma, tal é a atividade
do Lama e das Jóias e estou impregnado de gratidão”.
Em resumo, aquele que pensa ou age com o único fim de realizar seu próprio
bem é um ser mundano, aquele que reflete e age com o propósito de produzir o bem
dos outros é uma pessoa religiosa.
Lang Ritang disse:
Revelo aqui o mais profundo dos ensinamentos, fiquem, pois, atentos!
Todas as faltas são nossas, todas as qualidades são dos senhores os
seres.
O essencial é que doemos o lucro e a vitória aos outros e que
assumamos as perdas e as derrotas. Fora disto, não há nada para ser
compreendido.
2] Transformação em função da Bodhicitta Última
,:O=-$%-{-28A<-|R3-0-;A, ,!R%-*A.-Y%-2-]-/-3J.,
A insuperável proteção da vacuidade é a de considerar
as aparências ilusórias como sendo os quatro Corpos
Todas as aparências em geral, mas, sobretudo as situações adversas são como
sonhar que vós estais queimados e levados pelas ondas, atormentado. A mente
outorga as aparências ilusórias de uma realidade que elas não têm. Deveis cortá‐la e
adquirir a convicção que, ainda que existam os fenômenos aparentes, nem mesmo
um átomo tem existência real.
Quando vós permaneceis num estado no qual os fenômenos não fazem senão
aparecer e vós não vos apegais a eles, o fato que eles sejam vazios em essência é o
Dharmakaya*, o fato de que eles sejam, claros é o Nirmanakaya*, o Sambhogakaya*
a simultaneidade dos dois e o Svabhavikakaya* é a indissociabilidade de todos estes
aspectos.
Esta instrução–chave ‐ permanecer num estado do qual está ausente a
identificação de uma origem, de uma localização e de uma cessação – revela os
quatro corpos. É a sublime instrução particular que destrói as aparências ilusórias e
que se denomina “a armadura da visão justa e o círculo protetor da vacuidade”.
27
3] Transformação em função de práticas especiais
,.R<-2-28A-GA-3w/-,2?-(R$,
O melhor meio é possuir as quatro preparações
As quatro preparações são:
1) A preparação da reunião das acumulações, a preparação durante a qual
2) Os atos negativos são confesados,
3) A da doação de torma aos deuses e aos demônios,
4) Oferenda de torma aos dakinis e aos protetores*.
A utilização destas quatro preparações é o melhor meio através do qual as
circunstâncias adversas são transformadas numa Via para o Despertar.
1) Primeira preparação: pensar: “Ainda que eu deseje ser feliz, apenas surge o
sofrimento; é um sinal que me é necessário cessar a atividade nociva, causa do
sofrimento e ajuntar as acumulações, causa de felicidade e de bem estar”.
Assim também, reúna as acumulações de vosso melhor através de vossa
atividade física, oral e mental, fazendo oferendas a vosso Lama e às Três Jóias,
servindo aos membros da Sangha, doando tormas aos espíritos, ofertando
lamparinas de manteiga, relicários, posternações, circumambulações, tomando
refúgio, desenvolvendo a Bodhitchitta e, muito particularmente, fazendo a prece de
sete ramos e a oferenda da Mandala (18).
Servi–vos de orações que destruam a esperança e a apreensão (19): “Se é bom
que eu esteja doente, eu peço a benção da doença; se for bom que eu seja curado, eu
peço a graça da cura. Se for bom que eu morra, conceda‐me a graça da morte”
2) Segunda preparação: com a mesma aspiração que para o ajuntamento das
acumulações, desenvolveis corretamente as quatro forças:
1) A força da desaprovação e do arrependimento dos atos nocivos cometidos
no passado;
2) A força da rejeição das faltas consiste na resolução de não reiterar, mesmo
com o risco de sua própria vida;
3) A força do suporte é a tomada de refúgio nas Três Jóias e a geração da
Bodhitchitta;
4) A força da prática dos antídotos é a de utilizar as orações que cortam a
esperança e a apreensão, tudo remetendo aos seis antídotos:
1_A meditação sobre a vacuidade,
2_ A recitação de mantras e outros rituais,
3_A fabricação de estátuas,
4_A devoção,
5_A oferenda da Mandala e
6_A recitação dos sutras e a recitação de mantras purificadores.
28
3) Terceira preparação: Dai tormas a vossos inimigos exortai‐lhes à
empreitada: ”Vós sois muito bons por me perseguir em conseqüência de meus atos
anteriores e de me apresentar esta dívida a ser pago. Eu vos peço que me destruais.
Eu vos imploro que o façam de forma que todos os sofrimentos indesejáveis,
pobreza, ruína, miséria e doenças que caem sobre os seres, se fundam em mim”.
Faça com que todos os seres sejam libertos do sofrimento
Se vós não podeis pensar desta forma, dai a torma e ordenai: “Quando medito
sobre o amor, a compaixão, a tomada sobre si e doação, faço o possível para vos
ajudar no instante atual e nos tempos que virão. Não façais obstáculo à minha prática
do Dharma”.
4) Quarta preparação: Ofereça tormas aos protetores e encorajai–os a
desenvolver suas atividades que apaziguam a situação adversa e estabelecem as
condições favoráveis à prática do Dharma. Muito particularmente usem as orações
vistas precedentemente para neutralizar a esperança e a apreensão (19).
Para fazer com que os obstáculos acidentais sejam transformados em um
caminho para o Despertar.
,:U=-=-$%-,$-|R3-.-.<,
Aplicar a meditação em qualquer situação.
Quando a doença, os demônios, os obstáculos ou as disposições negativas vos
acometerem ou então quando veja qualquer um atormentado por qualquer coisa
indesejável, pensai: “Simplesmente tomarei sobre mim e distribuirei”.
Em todos vossos pensamentos e ações virtuosas, dizei: “Possamos, eu e todos
os seres, empreendermos uma atividade no Dharma ainda maior que esta”. Façai o
mesmo quando vós estejais felizes e confortáveis.
Se vós tendes maus pensamentos, ou se vós estais propensos a agir
negativamente, pensai: “Possam todos os pensamentos e ações negativas de todos os
seres reabsorverem‐se neste aqui”.
Em resumo, guardai a motivação de ajudar o outro seja lá o que façais:
alimentar‐se, dormir, andar, estar sentado. Quando estiverdes em presença de uma
situação positiva ou negativa, treinai‐vos unicamente em desenvolver esta meditação
de aprendizagem espiritual.
29
30
Ensinamento de uma forma condensada da prática
para uma vida inteira
A apresentação de uma forma condensada de prática para uma vida inteira
compreende duas subdivisões:
1] A que é feita durante esta vida
2] Aquela que deverá ser feita no momento da morte.
1] A que é feita durante esta vida
,3/-%$-~A%-0R-3.R<-2#?-0, ,!R2?-s-.$-.%-.<-2<-L,
O resumo das Instruções particulares é: Trabalhai com as cinco forças.
As cinco forças constituem um resumo conciso dos pontos cruciais da prática e
reagrupado numa única frase de numerosos ensinamentos profundos sobre
realização da prática do Santo Ensinamento.
1) Força da impulsão: dê forte impulsão à atitude seguinte: “A partir deste
instante e até a Budeidade, particularmente até à morte, mais particularmente ainda
este ano, este mês e muito especialmente de hoje para amanhã, não me separarei
jamais dos dois tipos de Bodhitchitta”.
2) Força da familiaridade: cultivar sem cessar as duas Bodhitchittas, jamais se
separar delas qualquer que seja a atividade que realizais, positivas ou negativas ou
neutra.
Em resumo, cultivar a principal atividade positiva: a Bodhitchitta.
3) Força das sementes brancas: concentrar continuamente as energias do
corpo, da palavra e da mente na realização de atos positivos e não ficarmos jamais
satisfeitos com nossos esforços em gerar e desenvolver a Bodhitchitta.
4) Força da renúncia: rejeitar completamente a apreensão do ego pensando,
quando nossas concepções egocêntricas surgem: “Anteriormente, desde tempos
imemoráveis, tu, ego, me fizeste errar no ciclo das existências e experimentar todo
tipo de sofrimentos”.
31
Além, todas as misérias e os atos nocivos desta existência não vêm senão de ti.
Tua companhia não me encanta e também, desde já, devo fazer tudo possível para te
subjugar e te anular.
5) Força dos desejos: dedicar toda nossa atividade positiva ao bem dos outros,
orando sinceramente após toda forma de atividade positiva: “Possa eu obter o poder
de conduzir todos os seres a Budeidade”.
Mais particularmente, a partir deste instante até a minha obtenção da
Budeidade, possa eu não esquecer, mesmo em meus sonhos, os dois aspectos da
preciosa Bodhitchitta! Possam eles crescer sempre! Possa eu deter o poder de fazer
das circunstâncias adversas os servidores da Bodhitchitta”.
2] Aquela que deverá ser feita no momento da morte.
,,J$-(J/-:1R-2:C-$.3?-%$-/A, ,!R2?-s-*A.-;A/-,R.-=3-$&J?,
As instruções do Mahayana para a transferência são as cinco forças.
A posição do corpo é muito importante.
Quando um indivíduo que se aplica a este ensinamento está sob o golpe de
uma doença fatal, ele precisa praticar as cinco forças:
1) A força das sementes brancas: dar todas as suas posses sem qualquer
suspeita de apego, de apreensão ou de interesse, em geral ao seu Lama e às Três
Jóias, e em particular, lá, onde se estima que isto seja mais útil.
2) A força dos desejos: fazer da Budeidade o centro de suas aspirações através
da prece de sete ramos caso se possa, se não, através da seguinte oração: “Pelo poder
de alguma fonte de virtude que eu possa ter acumulado no curso dos três tempos,
possa eu não esquecer jamais a preciosa Bodhitchitta, e sim me aplicar a desenvolver
ao longo de todas minhas existências!”
Possa eu reencontrar o Santo Lama que revela este ensinamento! Oro para que
estas aspirações se realizem pela graça de meu Lama e das Três Jóias”.
3) A força da renúncia: pensar: “A apreensão do ego‐bem‐amado é a origem
da miséria de um número incalculável de existências e agora experimento o
sofrimento da morte. De um ponto de vista último, ninguém morre, uma vez que
nem a própria pessoa, nem a mente tem existência real. Farei o que possa para
destruí‐lo, a ti, apreensão egocêntrica, que pensa: “Estou doente, vou morrer”.
4) A força da impulsão: pensar: “Não me separarei jamais dos dois aspectos
da Bodhitchitta, nem na hora da morte, nem no estado intermediário (Bardo), nem no
curso das existências futuras”.
32
5) A força da familiaridade: manter a mente claramente fixada sobre as duas
Bodhitchitta (aquelas sobre as quais se meditou anteriormente). O mais importante é
fazer o que precede com grande concentração.
A posição corporal é também uma ajuda importante. A pessoa deve sentar‐se
observando os sete pontos da postura*.
Se ela não pode, deve se alongar sobre seu lado direito, com a face direita
sobre a palma da mão direita, obstruindo a narina com o dede mínimo.
Respirando pela narina esquerda, a pessoa deve começar a meditar sobre o
amor e a compaixão, além de exercitar a tomada para si e a doação, conjuntamente
com a expiração e a inspiração.
Em seguida, sem se apegar ao que quer que seja, ela deve se estabelecer na
consciência que samsara e nirvana,nascimento e morte, etc, são apenas aparências da
mente e que a mente ela própria não existe como coisa.
Neste estado ela deve continuar a respirar o quanto possa.
Encontram‐se muitos ensinamentos conhecidos sobre o modo de morrer, mas
foi dito que não existe nenhum mais maravilhoso que este.
Uma instrução que professa o emprego de substâncias declara: “Aplicai sobre
o alto da cabeça um ungüento composto de mel selvagem, de cinzas de conchas
marinhas puras e de limalhas de um imã”.
33
34
Critério de progresso na aprendizagem espiritual
,(R?-!/-.$R%?-0-$&A$-+-:.?,
Todos os Dharmas se resumem numa única necessidade.
A razão de ser do Dharma, Mahayana e Hinayana é unicamente subjugar a
apreensão egocêntrica. Assim toda realização de uma prática ou de um exercício
mental deve objetivar a redução do apego ao ego‐bem‐amado.
Se ela não é um antídoto à apreensão egocêntrica, a prática do Dharma não
tem sentido algum. Como este critério determina a diferença entre a verdadeira e a
falsa prática do Dharma, diz‐se que ela é a balança que pesa o praticante.
,.0%-0R-$*A?-GA-$4S-2R-$9%-,
Entre dois testemunhos, fique com o melhor.
O testemunho dos outros, que vos vêem como um verdadeiro praticante é um
fato, mas os seres comuns não vêem o que esconde em vossa mente e se regozijam
unicamente com os progressos de vossa conduta.
Ter continuamente a mente tranqüila é o sinal da boa aprendizagem da
mente. Assim, não vos apegueis ao testemunho dos outros, mas apoiai‐vos
unicamente no testemunho da própria mente.
,;A.-2.J-:2:-8A$-o/-.-2gJ/,
Mantenhais sempre e apenas uma disposição feliz.
Jamais se deixar levar pelo medo ou pela desesperança, qualquer que seja a
adversidade encontrada, fazer desta adversidade a companhia da aprendizagem
espiritual e, portanto possuir sempre e unicamente uma disposição feliz e um ponto
de referência que indique os progressos na aprendizagem espiritual.
É necessário não apenas meditar alegremente sobre qualquer adversidade
sobrevinda, mas também vos exercitar a tomar alegremente sobre vós os obstáculos
que afligem os outros.
35
,;J%?-G%-,2-/-:LR%-0-;A/,
Se podeis fazer mesmo distraídos, é que a mente está treinada.
Da mesma forma que um cavaleiro ágil não cairá de sua montaria mesmo
estando distraído, igualmente se vós podeis transformar as circunstâncias adversas
em serviçais de vossa aprendizagem espiritual, sem mesmo prestar grande atenção a
isto, é porque a mente está bem treinada. As duas Bodhitchittas se desenvolvem
claramente e sem esforços, sendo aplicáveis a tudo que surge: inimigos, amigos,
felicidade ou infelicidade.
Estes quatro versos descrevem os sinais de progresso no desenvolvimento da
Bodhitchitta. Eles não são a indicação que estender este aprendizado mais adiante
não é necessário. Ao contrário, é necessário se exercitar na Bodhitchitta para
desenvolvê‐la até a obtenção da Budeidade.
36
Os compromissos da aprendizagem espiritual
,,A-.R/-$?3-=-g$-+-2a2,
Respeitai sempre os três pontos gerais
1) O primeiro dos três pontos gerais é o de 1) não romper com os
engajamentos da aprendizagem espiritual: não ser maculado por faltas e
imperfeições na observância dos votos que vós haveis tomado, ainda que seja o
menor preceito da ordenação para a liberação individual, do Bodhisattvayana ou do
Mantrayana*
2) O segundo é o de não adotar o comportamento absurdo, mas de conduzir
uma vida perfeitamente pura e abandonar as atitudes estúpidas tais como destruir os
suportes religiosos, cortar árvores, sujar as águas, freqüentar os leprosos e os
mendicantes, etc com a esperança de que pensem que vós não estais apegados ao
ego.
3) O terceiro é o de não ser parcial. Alguns exemplos de parcialidade: suportar
paciente os tormentos causados pelas pessoas e não os aborrecimentos causados
pelos deuses, os demônios ou vice versa, ser paciente com todo mundo e se
impacientar ao contacto com sofrimentos como doenças. Ou ser paciente com todas
as coisas, mas deixar escapar o Dharma quando se está feliz.
Estes três pontos dos engajamentos da aprendizagem espiritual são, pois, uma
parte da observância.
,:./-0-2+<-=-<%-?R<-$8$,
Modificai vossas tendências, mas permanecei naturais.
Dirijai vosso amor unicamente para a realização do bem do outro e
modificareis assim a tendência inicial que vos faz vos interessar por vós mesmos e
não aos outros.
Toda aprendizagem espiritual deve ser feita com um mínimo de ostentação,
mas um máximo de eficácia; assim permanecei naturais, guardando uma atitude
exterior em harmonia com vossos companheiros do Dharma. Trabalhai para a
maturação do continuum de vossa experiência sem deixar transparecer vossos
esforços aos olhos dos outros.
37
,;/-=$-*3?-0-2eR.-3A-L,
Não falai dos defeitos dos outros
Não entretenha conversação sobre assuntos desagradáveis, sobre aquilo que se
refere às imperfeições deste mundo: os deficientes físicos e mentais, ou ainda as
omissões religiosas – violação de uma ordenação, por exemplo. Falai, por outro lado,
de assuntos prazerosos, imprimindo um tom característico de bom humor, de
amizade e de doçura.
,$8/-KR$?-$%-;%-3A-2?3-3R,
Não pensai nada dos outros
Não pensai nas faltas de outrem, não pensai nada relativo aos outros, em
particular quem quer que tenha atravessado o limiar do Dharma. Pensai ainda: “o
fato de ver as faltas é o resultado de minhas projeções impuras. Não existe tal coisa.
Sou como aquelas pessoas que viram defeitos mesmo no Buddha, o Vencedor
perfeito, transcendente”. É preciso que termineis com esta atitude defeituosa.
,*R/-3R%?-$%-(J-}R/-=-.%-,
Ocupai‐vos inicialmente de vossas predisposições negativas predominantes.
Examinai vossa forma de ser para ver quais são as disposições negativas mais
desenvolvidas. Treinai‐vos inicialmente em domá‐los, concentrando todo o Dharma sobre
eles.
,:V?-2-<J-2-,3?-&.-%%-,
Abandonar todas as esperanças por um resultado
Renunciai a atos hipócritas como empreender a aprendizagem espiritual com
a esperança de controlar homens e deuses, ou responder benevolência a um dano
nutrindo a intenção de ser exaltado pelos outros.
Em resumo, cesse toda esperança de um resultado para vosso bem estar, todo
desejo de renome, de felicidade, de conforto nesta vida,de felicidade dos deuses e
dos homens em vidas futuras e mesmo de obtenção da transcendência do sofrimento.
38
,.$-&/-IA-9?-%%-,
Renunciai ao alimento envenenado.
Abandonai todos os pensamentos e ações positivas nutridas pela crença de
uma existência real da matéria ou do apego egocêntrico, porque eles são alimentos
envenenados. Aprendei o desapego e procure considerar todas as coisas como uma
criação mágica.
,$8%-29%-0R-3-!J/,
Não adotai uma atitude intransigente.
Um homem do mundo, intransigente, não esquece jamais de sua gente,
qualquer que seja o lugar onde se encontre, ou mesmo o tempo que tenha passado.
Na verdade não se esquece jamais de nutrir o ódio contra aquele que prejudicou.
Não fazei assim, mas, ainda uma vez, sejai servil e benevolente em resposta ao
prejuízo.
,>$?-%/-3-cR.,
Não sejai vulnerável aos propósitos ofensivos
De uma maneira geral, não tenha prazer em caluniar os outros. Mais
precisamente, quando palavras maldosas lhe sejam dirigidas, não respondei com
palavras venenosas. Mesmo que tenhais sido feridos, não procurai fazer o mal, mas
esforçai‐vos sempre em louvar as qualidades dos outro.
,:U%-3-|$?,
Não aguarde uma ocasião
Certas pessoas guardam em suas mentes o mal causado por outrem e não
esquecem jamais, mesmo após anos. Quando uma oportunidade de vingança se
apresenta, elas se vingam. Não fazei o mesmo. Fazei, antes, vosso possível para
ajudar. Da mesma forma, em relação do mal causado pelos demônios, não vos
agarrai à perda e meditai unicamente sobre o amor e a compaixão.
39
,$/.-=-3A-.22,
Não sejai incisivo
Não pronunciai palavras mordazes que diminuam uma pessoa mostrando
faltas escondidas, nem palavras que produzam a dor na mente do outro, tais como
mantras capazes de suprimir a vida de seres não‐humanos.
,36S-#=-\%-3A-:IR,
Não daí ao asno a carga de um cavalo (20)
Dar a um outro uma tarefa desagradável que nos foi atribuída ou arranjar‐se
sorrateiramente para depositar uma dificuldade nas mãos de outrem, é como dar a
um asno uma carga de um cavalo. Não atuei desta forma.
,3IR$?-GA-lJ-3-$+R.,
Não tenha por objetivo a vitória.
Numa corrida eqüestre, esforça‐se para ser o mais rápido. Ao contrário, numa
assembléia de praticantes, como vós, não procurai com obstinação diferentes meios
de produzir riqueza material ou adquirir qualquer prestigio ou crédito. Permanecei
indiferentes, quer o renome ou o prestígio venham ou não.
,vR-=R$-3A-L,
Não formai projetos interessados
Se vós aceitais a derrota agora em vista de um proveito futuro, se vós vos
dedicais à aprendizagem espiritual com o desejo de pacificar doenças ou demônios,
de subjugar circunstâncias adversas, vossa prática do Dharma é impura. É como uma
prática hipócrita de rituais. Não fazei isto. Qualquer que seja a felicidade ou a pena
que se apresente, meditai sem arrogância nem hesitação, sem medo nem esperança.
“A aprendizagem espiritual obtida dentro desta perspectiva pode ser considerada como
um método de ajuda aos demônios e aos espíritos malignos. Não há diferença entre isto e fazer
o mal.
A prática do Dharma deve neutralizar o pensamento discursivo e as disposições
negativas.” diz Gyeltse Tome. ( (R? -L-*R/-3R %?-0-.%-
i3-gR$ -$A-$*J/ -0R<-:PR- 2-8A$-.$R ?-0-;A/ )
- --
40
Agora iremos considerar o tema do Dharma corrompido. As filosofias
corrompidas são as filosofias do eternalismo e do niilismo. A meditação corrompida
é a meditação que se apega a um estado de perfeição. A ética corrompida é a ética
que não está de acordo com as três classes de votos. O Dharma maculado abrange
tudo que está em contradição com a ética e a filosofia expostas em termos precisos no
Santo Dharma. Ainda que sejai vós ou qualquer um outro, o melhor dos homens ou o
mais insignificante, quem quer que seja implicado, isto vos conduzirá ao ciclo das
existências e aos mundos inferiores. É como se enganar de remédio para curar uma
doença ou se condenar sem razão.
Existem pessoas que denominam “Dharma corrompido” certas obras
compostas ou reveladas, sem mesmo ter examinado as palavras os as idéias de um
único capítulo destes ensinamentos atribuídos ou revelados, com o fim de decidir em
favor de sua pureza ou de seu caráter errôneo. Parece, pois, que estas pessoas
formulam opiniões a partir de um apego a seu próprio sistema ou de suas disputas
pessoais com outrem. É dito que apenas um Buddha é capaz de avaliar o valor de
uma pessoa. Em conseqüência, se vós não amais uma pessoa que professa uma
filosofia ou uma ética corretas, vossa simples antipatia não prova que o Dharma
dessa pessoa seja corrompido. Um comerciante pode, por exemplo, vender ouro ou
algo sem valor, mas a qualidade do comerciante não difere. Assim que o Buddha
disse inúmeras vezes: “Não te fies no homem e sim no Dharma”.
Fiz esta digressão aqui porque ela é muito importante para compreender este
ponto.
,z-2..-.-3A-.22,
Não faça de um deus um demônio
Se, uma vez que vós estais engajados na aprendizagem espiritual, vossa
personalidade se endurece de orgulho e de arrogância, é como si vós reduziceis um
deus ao estado de demônio: o Dharma se torna anti–Dharma. Quando vós vos
aplicais à aprendizagem espiritual e ao Dharma, vossa personalidade deve se refinar
mais e mais, se sensibilizar.
Agi para com tudo como se vós fosseis o mais modesto servidor
,*A.-GA-;/-=$-+-#$-3-5S=,
Não aspirai à infelicidade do outro em busca de satisfações suplementares.
Não pensai vós: “Se este benfeitor ou qualquer pessoa vier a cair doente ou
morrer, eu receberei mais víveres ou dinheiro”; ou mesmo: “Se este monge ou este
companheiro de Dharma vier a morrer, suas esculturas e seus livros poderiam vir a
me pertencer”; ou ainda: “Se este que está comigo vier a morrer, apenas eu receberei
os méritos”; ou, enfim: “Seria bom que meu inimigo morresse”.
Em resumo, é preciso que vós deixeis de esperar satisfações suplementares em
detrimento da felicidade de outrem.
41
42
Conselhos para a aprendizagem espiritual.
,i=-:LR<-,3?-&.-$&A$-$A?-L,
Coloque uma única absorção em todas as circunstâncias.
Guiai vossa prática através de diferentes ações: nutrir‐se, vestir‐se, andar, estar
sentado, etc. – por meio de uma única absorção, aquela que consiste em não se
separar jamais da intenção altruísta.
,=R$-$/R/-,3?-&.-$&A$-$A?-L,
Aplicai um único método para vos corrigir em todas as circunstâncias
Deve‐se utilizar a própria análise para corrigir uma análise mal feita. Da
mesma forma, uma vez que vós praticais a aprendizagem espiritual, circunstâncias
adversas se apresentam – As pessoas vos criticam ou vos insultam, vós sois
assaltados por demônios, inimigos e querelas, vossas disposições negativas pioram
ou então não tendes mais vontade de meditar – pensai: “em todo o Universo
numerosos seres têm dificuldades semelhantes às minhas, dirijo minha compaixão
para eles todos” Pensai assim: “Possam todas as situações indesejáveis e os
sofrimentos de todos os seres se juntar à minha própria miséria!”.
Utilizai, assim, um único método para vos corrigir: a troca com os outros.
,,R$-3,:-$*A?-=-L-2-$*A?,
Do princípio ao fim duas coisas devem ser feitas.
No início, pela manhã, desde o acordar, produzíei com força a impulsão
seguinte:
l) Hoje não me separarei das duas Bodhitchitas, durante o dia mantenhai esta
intenção com aplicação sustentada. Depois, no fim, com a chegada da noite, quando
vós ides vos deitar,
2) Examine os pensamentos e os atos de todo o dia. Caso tenha havido
transgressões a Bodhitcitta, é necessário desmascará‐los, enumerando os casos e
tomando a resolução de não mais repetir no futuro tal infração.
Caso não apareça transgressão alguma, alegrai–vos e rezai para poder fazer
ainda mais neste domínio, posterormente, vós e todos os seres. Aprendei a fazer
estas duas ações regularmente. Utilizai uma abordagem e uma atitude semelhantes
no que concerne às imperfeições e às faltas para com as outras classes de votos.
43
,$*A?-0R-$%-L%-29R.-0<-L,
Permaneça firme ao encontro de um ou de outro.
Se vós vos tornais sem posses e sofreis terrivelmente, pensai em vosso karma
passado.Sem cólera nem desesperança, tomai para vós todos os males, todas as faltas
dos outros e reagrupai os meios de destruir as ações mal orientadas e as privações da
visão.
Se vós vos tornais muito rico, dotado de posses as mais preciosas, de um bom
séquito, de felicidade perfeita e de bem estar, não sucumbi à negligência e à
indiferença. Utilizai vossa riqueza para finalidades virtuosas, vossa influência para
objetivos construtivos, fazei aspirações de que todos os seres possam obter uma tal
felicidade e um tal bem estar. Em resumo, que vós sendo rico ou pobre, seja paciente.
,$*A?-0R-YR$-.%-2#R?-=-2Y%-,
Preservai os dois preceitos, mesmo com perigo de vossa vida.
Uma vez que todas as felicidades atuais e futuras decorrem da observação
atenta dos preceitos gerais do Dharma (as três classes de votos) , e de preceitos e
engajamentos específicos da aprendizagem espiritual, respeitai estas duas categorias
de preceitos, ainda que seja com perigo de vossa vida. Além disto, o que quer que
façais, é preciso conformar a isto, não por interesse para vós mesmos, mas com e para
a única motivação: ajudar os outros.
,.!:-2-$?3-=-2a2-0<-L,
Aprendei a fazer as três coisas difíceis.
É inicialmente difícil:
1) Reconhecer as disposições negativas.
2) Não é cômodo livrar‐se delas.
3) Cessar seu fluxo incessante. (e isso é muito difícil)
Deveis, pois, aprender três meio de passar vosso estado de mente:
1) Reconhecer de início as disposições negativas assim que elas apareçam,
2) Pará‐las por meio de antídotos;
3) Tomar a firme resolução de não deixar jamais que tal ou qual aspecto
negativo volte a se desenvolver.
44
,o-;A-$4S-2R-i3-$?3-]%-,
Cultivai os três fatores determinantes
Os fatores determinantes da prática do Dharma são:
1) Ter um excelente Lama,
2) Colocar corretamente o Dharma em prática com uma mente flexível;
3) reunir as condições necessárias à prática: a alimentação, o vestir, etc.
Se vós possuís estes três elementos, regojizaí‐vos disto e aspirai que isto possa
advir para todos. Se vós não tendes o regozijo, desenvolvei a compaixão pelos
outros, tomai para vós tudo que falta a eles na reunião dos três fatores, e fazei a
oração para que todas as três sejam obtidas por vós mesmos e pelos outros.
,*3?-0-3J.-0-i3-$?3-2|R3,
Trabalhai sobre as três coisas que não devem diminuir.
Velai para não degradar as três coisas.
1)A aspiração devocional para com o Lama não deve ser enfraquecida já que
todas as qualidades dos ensinamentos do Grande Veículo dependem dele.
2) O entusiasmo para a aprendizagem espiritual não deve diminuir, já que é o
coração mesmo do ensinamento do Mahayana.
3) A observância dos preceitos das três classes de votos não deve ser
degradada.
,:V=-3J.-$?3-.%-w/-0<-L,
Ligai à virtude as três faculdades
Devei sempre renunciar aos atos negativos do corpo, da palavra e da mente, e
aplicá‐los em atividade positiva.
,;=-=-KR$?-3J.-.$-+-.%-, ,H2-.%-$+A%-:LR%?-!/-=-$&J?,
Meditai sobre os objetos sem parcialidade, é importante possuir um conhecimento
vasto e profundo de todas as facetas da aprendizagem espiritual.
Sem parcialidade quanto aos objetos, apenas a aprendizagem espiritual deve
tocar todas as coisas, boas ou más, que surgem como objeto para a mente, que sejam
os seres sensíveis, os quatro elementos, os objetos inanimados, os seres não humanos,
etc.
É importante que vosso conhecimento seja profundo e não apenas livresco ou
feito de belas palavras.
45
,2!R=-2-i3?-=-g$-+-2|R3,
Trabalhai sempre sobre os pontos difíceis
Colocai toda vossa arte em gerar, no mais alto grau, o amor e a compaixão e
em meditar sobre os assuntos que apresentam uma dificuldade para a aprendizagem
espiritual: nossos inimigos jurados, os criadores de obstáculos, mais precisamente
aqueles que respondem com adversidade à nossa ajuda e nos ferem, nossos rivais ou
concorrentes, nossos companheiros cuja influencia é nefasta ainda que eles não
tenham más intenções, enfim àqueles que não amamos por causa de nosso karma.
Sobretudo abandonai tudo que possa prejudicar àqueles com os quais vós
tendes uma relação estreita: vosso Lama, vossos pais, etc.
,nJ/-$8/-.$-=-vR?-3A-L,
Não sejai afetados pela variedade de situações
Vós não deveis depender das circunstâncias que se apresentam: estar em bom
ou mau estado de saúde, rico ou pobre, ter uma boa ou uma má reputação, inimigos
ou não, etc. Quando estiverdes em presença de uma situação favorável à prática,
exercitai vossa mente imediatamente. Quando esta situação não aparece, trabalhai
sobre as duas Bodhitchittas no próprio seio desta deficiência.
Em resumo, desobrigue–vos de vos preocupar por vossa situação ou pela dos
outros, não vos separai jamais do domínio da absorção da aprendizagem espiritual.
,.-<J?-$4S-2R-*3?-?-]%-,
Praticai desde agora tudo que é essencial.
Desde tempos imemoriais vós haveis tomado a forma de um número
incalculável de corpos, e isto em vão. No futuro, um conjunto de circunstâncias tão
felizes como a desta vida humana, certamente não será reproduzido. Agora que
possuíeis um corpo humano e que haveis encontrado o Dharma, é preciso praticar o
que é essencial com o fim de realizar objetivos de valor durável.
Os interesses das vidas futuras são mais importantes que os desta vida. E
finalmente a libertação é mais importante que o samsara. O bem estar dos outros é
mais importante que o vosso próprio bem estar. Entre a prática e o ensinamento do
Dharma, a prática é mais importante. Exercitar‐se no desenvolvimento da
Bodhitchitta é mais importante que todas outras práticas.
A meditação profunda sobre as instruções particulares do Lama é mais
importante que uma meditação analítica fundamentada nas escrituras. Enfim, sentar‐
vos sobre vossa almofada e conduzir bem vossa aprendizagem espiritual é mais
importante que todas as outras atividades.
46
,$R-=R$-3A-L,
Não desviei os valores
Parai de desviar seis valores de sua finalidade.
1) A paciência desviada é suportar pacientemente os sofrimentos para
submeter os inimigos, proteger os amigos, trabalhar com o fim de enriquecer, etc., e
não suportar as dificuldades da prática do Dharma.
2) A aspiração desviada é aspirar ao conforto, à riqueza, à felicidade nesta
vida e não aspirar a uma prática perfeitamente pura do Dharma.
3) Comprazer‐se no regozijo dos bens materiais e não se comprazer na escuta,
na reflexão e na meditação sobre o Dharma. Tal é o contentamento desviado.
4) A compaixão desviada, é experimentar a compaixão por aquele que
suportam as dificuldades em sua prática do Dharma e não manifestá–la por aqueles
que fazem o mal.
5) A solicitude e a atenção desviadas é envolver aqueles que dependem de vós
em vossos empreendimentos mundanos e não os ligar ao Dharma.
6) A alegria desviada é alegrar‐se com a infelicidade alheia, do sofrimento do
mundo e do nirvana. É preciso renunciar totalmente a estes seis desvios de valores.
,<J?-:)R$-3A-L,
Não sejai inconstante
Qualquer um que não pratique o Dharma de forma regular não irá adquirir
dele um conhecimento seguro.
Não vos empenheis em numerosos projetos, mas concentrai–vos unicamente
na aprendizagem espiritual.
,.R=-(R.-.-.%-,
Não tenhais hesitação alguma
Aplicai‐vos apenas à aprendizagem espiritual, sem o mínimo interesse por
outra coisa e sem distração.
47
,2g$-.J.-$*A?-GA?-,<-2<-L,
Descobríei a liberdade através da análise e do exame
Deveis:
1) Liberar‐vos das disposições negativas e do impedimento egocêntrico graças
ao exame e à análise do continuum de vossa experiência.
É preciso fazer das disposições negativas o principal objeto de vossa atenção e
observar cuidadosamente se elas aparecem ou não.
Caso elas surjam recorrei energicamente aos antídotos.
Depois,
2) Observai o modo de ser da apreensão egocêntrica. Se ela parece ser
inexistente, examinai‐a tomando como referência um objeto inspirador de apego ou
aversão.
Caso então a apreensão egocêntrica se revela, destrua–o imediatamente graças
ao remédio que é a troca de si mesmo com os outros.
,;?-3-|R3?,
Não vos vanglorieis
Não deveis vos vangloriar sob o pretexto de que trabalhais sobre o altruísmo,
mesmo se tenhais sido bom para com alguém. Não há sentido algum de vos exaltar
ante outrem uma vez que é para vós mesmos que vos exercitais, que desenvolveis
uma conduta nobre e que suportais longas provas em vossa prática do Dharma. Não
rivalizei em presunção com os outros. “Não espere nada dos homens, reze a vosso
Yidam”, é dito nos preceitos de Radreng.
,!R-=R%-3-#R3?,
Não vos deixai abalar pelas contrariedades
Não sejai intolerante com os outros. Não reaja caso outra pessoa vos desonre
ou vos fira em público. Não deixei vossa mente ou vossos sentimentos serem
inquietados.
Pó‐to‐oua disse:
“Porque todos nós, ainda que voltados ao Dharma,
Não fizemos do Dharma um remédio para a apreensão egocêntrica,
Somos menos tolerantes que uma ferida apenas cicatrizada.
Deixamo‐nos perturbar mais pela contrariedade que pelos demônios.
Este não é um Dharma eficaz.
O Dharma deve ser um antídoto à apreensão egocêntrica”.
48
,;.-43-0-3A-L,
Não sejai exuberante
Não espere por pessoas que vos agradeçam por ter feito um trabalho virtuoso,
por ajudar ou por levar à prática do Dharma. Em resumo, livrai‐vos da esperança de
obter honra ou prestígio.
Estas advertências constituem um meio de evitar um enfraquecimento da
aprendizagem espiritual e de permitir seu crescimento regular. Em resumo, Gyelse
Rinpoche aconselhou veementemente:
Ao longo de nossas existências devemos nos aplicar no exercício das
duas Bodhitchittas utilizando a prática da meditação, da mesma forma
que aquilo que a ela nos liga, e adquirir a certeza de um progresso.
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.R, ,]R-.R%-.R/-2./-3:A-l-2-mR$?-?R,,
Transmitidos por Serlingpa, tal é o elixir de quintessência das instruções
profundas, pelas quais a progressão de cinco tipos de deterioração é transformada
na Via para o Despertar.
Ao mesmo tempo em que a deterioração do tempo, dos seres, da vida, das
disposições negativas e das filosofias progridem regularmente, diminuem as
condições felizes favoráveis ao Dharma e aumentam as situações adversas,
destruidoras. Embora os remédios oferecidos por outros ensinamentos possam se
mostrar ineficazes, para aquele que desenvolve a aprendizagem espiritual, a
atividade positiva aumenta com o contato da proliferação de circunstâncias adversas,
da mesma forma que as chamas de um fogo saltam sempre mais alto à medida que se
lhe acrescenta lenha.
Este ensinamento possui uma característica especial inexistente nos outros
ensinamentos: ele transforma todas as disposições negativas e as circunstâncias
adversas em um caminho para o Despertar.
49
Estas instruções são como a quintessência de um elixir, elas enriquecem o
continuum da experiência e são salutares a todos, quaisquer que sejam suas aptidões.
São ensinamentos profundos transmitidos por Serlingpa, que entre os três principais
mestres de Atisha teve, de longe a maior bondade,
No despertar da energia kármica de aprendizagem espiritual anterior, vem
em mim um interesse tão intenso, que não me dou conta do sofrimento, da crítica.
Coloquei‐me em busca dos meios de subjugar a apreensão egocêntrica. Agora, não
terei nenhum arrependimento, mesmo na minha morte.
Quando a energia kármica das existências anteriores do grande mestre
espiritual Tcheka‐oua despertou, sua atração foi somente o ensinamento. Foi com
grande dificuldade que se colocou em busca e recebeu da linhagem Pai‐Filho, a raiz
de todo o Dharma, as instruções‐chaves para domínio da apreensão egocêntrica.
Quando ele bem a exerceu, prefiriu os outros do que a si mesmo e não deu mais
atenção aos próprios desejos. Não havia nenhum arrependimento, pois tinha certeza
de ter atingido um objetivo, o resultado final de adesão ao Dharma.
Estas duas últimas estrofes são os comentários pelos quais o autor conclui o
ciclo de ensinamentos.
50
B)
Ensinamentos complementares provenientes da linhagem.
Esta secção é uma seleção de instruções espirituais suplementares desta
mesma linhagem.
O ensinamento profundo sobre a aprendizagem espiritual que se seguirá pode
ser suficiente por si mesmo. Esta aprendizagem espiritual pode, ela própria, integrar
à prática toda a felicidade, todo sofrimento.
Por outro lado, quando um ensinamento profundo revela o karma, nossa
mente também pode se sentir agitada: anda‐se, porém deseja se sentar, está‐se
sentado mas deseja‐se andar. Se isto vos acontece, estejai atento ao seguinte:
Uma vez que vosso humor seja tal,
Vossa almofada é, de longe, o melhor lugar.
Este estado mental é excelente.
Além do mais, pela aceitação de viver esta contrariedade,
Ó maravilha! Não tereis de renascer nas esferas infernais!
Ó maravilha! Não sereis queimados, calcinados.
Antes ainda, reagísseis bem diante de angústia, ao medo.
E sejai muito humilde.
Alimentai‐vos modestamente e suportai as privações.
Usai vestes simples e aceitai uma posição inferior.
Trabalhai sobre os antídotos ao menosprezo dos encantos ou do sofrimento.
Segundo os ensinamentos das “Etapas da Budeidade” (21), vossa autocrítica
deve trazer consigo o essencial. Quando estais doentes, a doença deve tornar‐se
vossa enfermeira. E mais quando sejais acometidos pelo pensamento de que os
doutores, as enfermeiras, vossos pais e os outros deveriam fazer ainda mais por vós,
pensai: “Pessoa alguma deve ser censurado por esta doença, uma vez que ela não é
senão a apreensão egocêntrica”. Se os cuidados e os medicamentos trouxerem uma
melhora, é melhor não pensar que os cuidados não foram aplicados o quanto
necessário anteriormente: “Pessoa alguma é desprovida deste tipo de aflição. Então,
apreensão egocêntrica, é isto que querias, e bem, estais satisfeitas agora!”.
Aprendei a, de forma aumentada, a tomar sobre vós as doenças e os demônios
que atormentam os outros,
51
Eis alguns ensinamentos de Serlingpa:
,gR$-0-,3?-&.-:2<-:)R3-0-+J,
,$*J/-0R-,3?-&.-2&R3-2hJ$-;A/,
,:.-/?-,3?-&.-(A$-SA=-+J,
,=3-i3?-,3?-&.-$&A$-(R.-;A/,
1) Nivelai todos os pensamentos.
2) Todos os antídotos são armas de conquista.
3) Concentrai todos os projetos em um único.
4) Todas as etapas do caminho não têm senão um critério.
Estes quatro ensinamentos são os remédios para o Despertar.
Vós os usareis para subjugar os ímpios,
Nestes tempos degenerados, eles são úteis para;
Afrontar as relações maldosas e o materialismo.
1) Uma vez que os pensamentos surjam, nivelai‐os no domínio da
aprendizagem espiritual ou da vacuidade.
2) Os antídotos não são meditações para serem feitas nestas ocasiões ou em
momentos de graça malfazeja. Uma vez que surjam as disposições negativas, saltai
sobre elas, cercai‐as, isolai‐as e vença‐as.
3) Não alimentai todo tipo de projeto de médio e longo prazo.Mantenhai vossa
atenção unicamente sobre tudo o que auxilie vossa mente a destruir a apreensão
egocêntrica.
4) Dado que a ausência da apreensão egocêntrica é a Budeidade, fazei vosso
melhor possível.
Este critério é o que determina o progresso no caminho e não é necessário
enumerar as diferentes vias ou etapas.Estes quatro ensinamentos constituem um
resumo de todos os remédios que conduzem ao Despertar, onde tudo está incluído.
52
,nJ/-%/-.$J-2:A->J?-$*J/-;A/,
,:SJ-$.R/-o=-2:A-3=-2-;A/,
,/-5-#A$-1A2-GA-K$?->A%-;A/,
,#$?-2}=-(R?-*A.-GA-;R-=R%?-;A/,
1) As circunstâncias adversas são os amigos espirituais.
2) Os demônios e os espíritos malfazejos são as manifestações dos
Vencedores.
3) A doença é a vassoura que elimina o mal e os véus.
4) O sofrimento é a atividade da quididade. (22)
Estes quatro ensinamentos são destinados às disposições negativas
particularmente violentas.
Deles necessitareis para subjugar ímpios.
Nestes tempos degenerados, eles são úteis para;
Afrontar as más companhias e o materialismo.
1) Não deveis evitar as circunstâncias adversas porque elas desempenham a
função do amigo espiritual. Apoiando‐vos nas situações negativas podereis reunir as
acumulações, dissipar os véus, lembrai‐vos do Santo Dharma, vivificar vossa
realização, etc.
2) É inútil ter medo de visões ou de alucinações provocadas pelos deuses ou
pelos espíritos malfazejos ou dos tormentos causados pelos demônios. Porque eles
contribuem para o crescimento de vossa devoção e de vossa atividade virtuosa, eles
são as manifestações de vosso Lama ou dos Buddhas.
3) Uma vez que pratiqueis convenientemente o Santo Dharma, o mau karma
anterior se reanima: também se manifestam ainda e sempre as doenças físicas.
Quando acontece de ficardes doentes, trabalhai no desenvolvimento de uma
atitude alegre porque está escrita repetida vez nos Sutras que a menor dor de cabeça
– isto para não falar das doenças graves – tal como uma vassoura que eleva o pó
elimina todos os atos negativos os véus acumulados desde tempos imemoráveis.
4) Quando vier o sofrimento, observai a essência deste sofrimento: ele aparece
como vacuidade. Mesmo quando vós tendes muito a sofrer, o sofrimento não é senão
as vibrações da quididade. Não é preciso se entristecer por isto. É uma coisa boa que
isto venha, porque isto pode servir de assistência à posta em prática do Dharma. A
instrução é de não abandonar estes quatro ensinamentos para as disposições
negativas particularmente violentas, mas de colocá‐los em prática.
53
,*A.-GA-$*:-$/R/-(J/-0R-;A/,
,#.-$A-3)$-#.-(J/-0R-;A/,
,3A-3#R->R?-/A-:.R.-,R$-;A/,
,v?-%/-$;%-.-=J/-0-;A/,
1) É bom controlar a felicidade.
2) É bom dar um fim ao sofrimento.
3) A pior das situações deve ser nossa primeira aspiração.
4) O pior presságio deve ser acolhido com alegria.
Estes quatro ensinamentos são os antídotos corretivos
Tereis necessidade deles para subjugar os ímpios.
Nestes tempos degenerados eles são úteis para
Afrontar as más companhias e o materialismo.
1) Quando estais felizes e capacidade de suportar, surge‐vos a idéia de fazer
coisas fora do Dharma. Quando observeis esta sensação de felicidade, ela não tem
substância. Integrai esta aparência de felicidade em vosso caminho para o Despertar,
oferecendo‐a a todos os seres. Controlai a felicidade já que, comportando‐vos tão
naturalmente quanto possível, não afundar sob o poder desta aparência de
felicidade.
2) Quando sofreis, não perdei a coragem. Caso observeis a presença do
sofrimento, ele torna‐se vazio, nada em si mesmo. Tomai a responsabilidade por
todos os sofrimentos dos seres além deste aparente sofrimento. Comportando‐vos
naturalmente por tanto tempo quanto possível, vós terminareis com toda forma de
sofrimento.
3) Quando situações indesejáveis se estabelecem sobre vós, elas vos ajudarão a
destruir a apreensão egocêntrica; vosso objetivo, vossa aspiração mais querida são,
desta forma, completamente realizada. Pensando: “É isto que querias, impedimento
ego centrista, possa aquilo te destruir totalmente!” Permaneça sentado, com a mente
relaxada, feliz.
4) Quando sobrevêm os maus presságios ou as alucinações, numerosos
pensamentos sobre o assunto brotam. Nestes momentos pensai: “Era necessário, é
bom que aquilo tenha surgido. Possa todos os maus presságios se acumular sobre
esta apreensão egocentrista!” E meditai sem orgulho, sem hesitação.
Estes quatro ensinamentos são corretivos em situações para as quais os demais
remédios não funcionam.
54
,2.$-/A-*R/-IA-l-2-!J,
,o%-GA?-2*%-2:A-(R?->A$-;A/,
,$8/-/A-;R/-+/-IA-:L%-#%?-+J,
,&%?-+J-=J/-0:A-(R?->A$-;A/,
1) O ego é a raiz de toda falta,
Tal é o ensinamento para afastar definitivamente o ego
2) O outro é a fonte das qualidades
Tal é o ensinamento que nos fará aceitar totalmente o outro.
Estes dois ensinamentos constituem o resumo conclusivo dos antídotos
Necessitareis deles para subjugar os ímpios
Nestes tempos degenerados, eles são úteis para;
Afrontar as más relações e o materialismo.
Este resumo dos pontos essenciais termina o ensinamento porque toda a base
da aprendizagem espiritual repousa sobre duas idéias.
Renunciar totalmente a se preocupar com nosso próprio bem estar e cuidar
dos outros com amor. Por esta razão considerai–o como a base de toda prática.
,=R$-&J<-=R$-=-&J<-&J<-vR?,
,>A$-$J->A$-=-:2R=-=J-8R$,
,.J?-/A-3A-:(A%-PR=-2<-:.R.,
Afastai completamente o erro e olhai diretamente.
Sejai calmo, sem tensão e estabilizai‐vos pacificamente.
Quando os pensamentos não estão ligados, eles vão livremente.
55
!, *R/-3R%?-0-.%-i3-gR$-U-<$-$%-><-;%-.J:A-eJ?-?-:V%-/?-?J3?-KA-<-;J%?-/-,-3=-0-.%-
H.- 3J.- 0<- =?- =R$- 0<- :I<- 2?, #- /%- .- (J<- IA?- =R$- /?- %R- 2R- =- $&J<- IA?- 2v, 2v?- 0?- 3-
3,R%-2:A-!R%-*A.-.J:A-%%-.->A$-$J<->A$, ,zR.-GA?-[R.-=-28$-2?-i3-gR$-*R/-3R%?-&A-43-3%-<%-
3A-:(A%-8A%-<%-PR=-;J->J?-GA-5S$?-?-:I<-2-!J, .R/-.3-L%-?J3?-GA-2|R3-<A3-~A%-0R:R,,
Se vós seguis um pensamento ou uma emoção, sutil ou evidente, e deixardes a
mente se dispersar, vosso trabalho espiritual está errado, e vós não sois de forma
alguma diferente de uma pessoa comum.
Interiorizai totalmente e observai a presença de vossa mente. Sem tensão,
detei‐vos instalando‐vos na vacuidade, na qual nada é visto pelo olhar. Pouco
importa o número de pensamentos ou de emoções, quando eles não são ligados eles
se vão, eles vêm livremente por sua própria vontade e se tornam acumulação de
sabedoria.
Estas instruções são o coração da meditação sobre a Bodhitchitta última.
56
Conclusão
Neste ciclo de sete pontos estão contidos todos os temas essenciais para a
prática de cada uma das tradições de comentários que, individualmente, transmitem
instruções para a aprendizagem espiritual, instruções que encontram sua origem na
tradição oral de Atisha.
Entre todos os autores sem iguais e suas interpretações breves ou
desenvolvidas, recebi precisamente esta interpretação a partir dos comentários
escritos do mui nobre Gyelse Tokme Rinpoche e do nobre e Venerável Kunga
Nyingpo*. Recolhi todos os ensinamentos de grandes mentes, destilei‐os em um
único elixir que aqui expus, com o objetivo principal de facilitar a sua compreensão
aos neófitos.
Assim compus este texto explicativo e inteligente para todos com uma única
motivação: ajudar os outros.
A raiz dos Sutras e dos Tantras,
Vitalidade no coração de todo o Dharma.
Facilmente levado à prática, ainda que profundo.
Brotado maravilhosamente de toda forma de instrução.
É difícil de aplicar, mesmo após o ter estudado.
Trabalhar sobre isto é possuir uma fortuna de karma positivo.
Nestes tempos, é tão raro quanto encontrar ouro sobre o solo.
Agora, muito falar seria aborrecido.
Porém é com o puro desejo de ajudar os outros
Que escrevo este texto. Por esta virtude,
Possam todos os seres dominar as duas Bodhitchittas.
Colofão
Após a longa insistência de meu discípulo Karma Thoutob expert nos cinco domínios
de estudo, e mais recentemente por responder ao pedido do sublime corpo de emanação Tabke
Namreul que empreendeu com a honesta determinação de aderir firmemente à preciosa
Bodhitchitta, ao pedido também do Lama Karma Ngedeun e de outros que são afortunados na
sua assiduidade à prática, com o propósito, pois, de responder às iniciações repetidas daqueles
que desejam esclarecer suas devoções, eu Lodreu Taye, sujeito a Djamgoeun Karma Sitou,
compus esta obra de Panpoung, no centro de retiro solitário chamado “Jardim de Toda –
Bondade, Alta Felicidade, Clara Luz” Possa um número infinito de seres beneficiar‐se dela.
57
58
NOTAS
NOTA SOBRE O TÍTULO
O título completo em tibetano é:
O caminho correto para o Despertar descrito aqui é aquele da transmutação: uma
transmutação alquímica que transforma a base egocêntrica de nossa experiência em uma
solicitude profunda para o bem de todos. Ordinariamente causa de depressão de
recolhimento em si, o sofrimento é assim transformado em um meio de crescimento
espiritual, e o mundo das aparências fenomenais se torna uma fonte inesgotável de
inspiração e de conhecimento profundo: o chumbo torna‐se ouro e o elixir da imortalidade
está entre nossas mãos.
(1) Para maiores informações sobre os nomes e termos que aparecem na introdução e
no texto, ver o glossário que se encontra no fim do texto.
(2) GURU BUDDHA BODHISATTVA BHYONAMA.
O respeito pelo país de onde o Budismo é originário e pela língua através dos quais as
escrituras santas foram transmitidas nunca foram diminuídos na tradição tibetana. É comum
começar um livro com uma homenagem em sânscrito. A significação desta é a seguinte:
“Homenagem aos Mestres espirituais, aos Buddhas e aos Bodhisatvas”.
(3) DHARMARAKSHITA
.
Na origem um discípulo dos ensinamentos Shravaka, Dharmarakshita foi tocado pela
compaixão quando um de seus companheiros caiu doente. O médico consultado declarou
que a carne de uma pessoa viva curaria a doença, mas como não era possível obtê‐la, não
havia nada a fazer. Dharmarakshita declarou que ele forneceria a carne necessária e cortou
uma parte de sua coxa. Dado que ele não tinha a compreensão vivida alguma da vacuidade,
ele experimentou uma dor intensa: sua compaixão, entretanto, permaneceu firme e ele não se
arrependeu de seu ato. O doente comeu a carne e declarou a Dharmarakshita que isto havia
verdadeiramente ajudado à sua cura. “Bem, disse Dharmarakshita, se tu estais em boa saúde,
posso enfrentar a morte pacientemente” e foi deitar‐se, tal era a dor causada pela ferida. Não
foi senão na aurora que ele pode adormecer; ele sonhou então com um personagem de cor
branca que lhe disse: “se tu desejas atingir a iluminação, deverá fazer coisas difíceis como
esta, muito bem”; o personagem tomou um pouco de saliva de sua boca e aplicou sobre a
ferida de Dharmarakshita, o que teve como efeito o de cicatrizar completamente sem deixar
marca. Quando Dharmarakshita acordou, descobriu que sua coxa havia recuperado seu
estado normal como ele havia sonhado. Compreendeu imediatamente que o personagem
branco de seu sonho era Avalokiteshvara, o Bodhisativa da compaixão. Uma súbita
compreensão da vacuidade adveio em sua mente e ele recitou espontaneamente uma das
obras célebres de Nagarjuna sobre o Madhyamika.
(4) YOGUI MAITREYA
L3?-0:A-i=-:LR<,
Um dia quando este mestre indiano ensinava o Dharma, um espectador lançou uma
pedra em um cachorro. Imediatamente Maitreya grita de dor e caiu de sua cadeira. Como o
59
cachorro não tinha ferida alguma, cada um pensou que Maitreya representava a comédia;
mas assim que ele mostrou a contusão nas suas costas exatamente no lugar onde o cão havia
sido atingido pela pedra, todos se deram conta de que ele havia verdadeiramente tomado
sobre si a dor do animal.
(5) Os nomes completos em tibetano são:
H-!R/-2lR/-:P?-$;%-P%-, dR$-(R?-{-hR-eJ, :VR3-!R/-0,
(6) Os seis textos canônicos da tradição Kadampa
1) 2) 3)
*J-<2?, (J.-.-2eR.-0:A-5S3?, L%-(2-?J3?-.0:A-<A3-0,
4) 5)
2a%-0-!/-=?-2+?-0, L%-(2-?J3?-0:A-?, */-,R?-0:A-?, 6)
Estas escrituras e comentários dão detalhes sobre as vidas passadas do Buddha
Shakyamuni, seus ensinamentos de base sobre o sofrimento e a existência, discursos sobre a
ética, a filosofia e a contemplação no Mahayana, assim como descrições sobre diferentes
etapas do desenvolvimento espiritual dos Shravakas e Bodhisattvas.
(7) OS SETE DHARMAS E DIVINDADES
z-(R?-2./,
Este conjunto de meditações e de ensinamentos compreende quatro divindades para
a contemplação e três coleções de escrituras. As quatro divindades são o Boudha
Shakyamuni, Avalokiteshvara, Tara verde e Acala. As três coleções de escrituras são: O
Vinaya (código monástico), os Sutras (exposição de cada uma das Quatro Verdades), o
Abhidharma (análise do ser individual e do mundo no qual ele vive): denomina‐se
brevemente “Tripitaka” ou ʺTrês Cestos”.
(8) AS QUATRO DIVINDADES E OS TRÊS CESTOS
São as que foram explicadas na nota (7).
(9) O TRONO DE LOTUS E DE LUA
O assento é constituído de um lótus de pétalas abertas sobre o qual repousa
horizontalmente o disco de uma lua cheia. O lótus exprime a pureza absoluta que se levanta
sobre um pântano lamacento do samsara e a lua sugere a idéia da compaixão refrescante em
contraste com o calor fervente do estado de sofrimento.
(10) LINHAGEM DE TRANSMISSÃO
A linhagem dos lamas que transmitiram os ensinamentos sobre “o treinamento da
mente” começa com o Bouddha Shakyamuni e prossegue com Maitreya, que passou as
instruções a Asanga. A partir de Asanga esta transmissão segue a linhagem da Tradição da
Ação estendida até Serlingpa, Aticha e Drom Teun. Ela prossegue na linhagem Kadampa por
Po‐ta‐oua, Cha‐ra‐oua, Tche‐ka‐oua e outros.
Todas as linhagens de transmissão de “aprendizagem espiritual” tiveram estas
origens em comum, mas, como diferentes escolas se estabeleceram no Tibet, novos ramos de
linhagem se criaram para seguir os principais mestres de cada escola. Kongtrul faz elevar‐se
a transmissão da “aprendizagem espiritual”, que ele recebeu através dos mestres Kadampa
tais como Tog‐ne‐Zang‐po, até Chekya Chok‐den. A partir de lá a transmissão entra no Jo‐
60
nang‐pa e se junta à tradição Changpa Kagyu (uma tradição separada que não tem relação
com os Dakpo‐Kagyu, mas remonta a Niguma, uma santa indiana que foi introduzida no
Tibet por Khyoungpo Neldjor, um contemporâneo de Atisha).
A transmissão se faz na tradição Changpa por Taranatha e alcança até Kongtrul. É
então que a linhagem Changpa foi amplamente absorvida na transmissão Karma Kagyu.
Kongtrul recebeu sem dúvida alguma estes ensinamentos sobre “a aprendizagem
espiritual” através de muitas linhagens de transmissão, mas sua escolha é talvez devida a
inclinação especial que ele tinha pela linhagem Changpa Kagyu, na qual a “aprendizagem
espiritual” inclui uma meditação de Avalokitechvara tendo Niguma por origem e se
intitulando “As necessidades dos outros não podem deixar de ser satisfeitas”.
(11) O ORIFÍCIO DE BRAHMA
No alto do crânio, um lugar que se encontra a oito dedos de largura atrás da linha dos
cabelos.
(12) EXISTÊNCIA VERDADEIRA
2.J/-0<-P2-0,
Para os seres comuns os objetos são percebidos como unidades permanentes e
independentes. É relativamente fácil de desmontar a falsidade de tal percepção pela análise
lógica: entretanto, ainda que o intelecto possa compreender que os objetos comuns não são
permanentes, que eles dependem de outros fatores para sua existência e que eles não são
unidades indivisíveis, a experiência que eles têm sobre isto permanece a mesma de antes,
experimenta‐se sempre que a cadeira no canto do cômodo é um objeto real, sólido, que ela
independente de outros fatores quanto à sua existência. Nesta primeira instrução se é
encorajado a negar este sentimento e a desenvolver em seu lugar a idéia de que o mundo dos
objetos é simplesmente uma aparência vazia de existência própria, como os objetos que se
manifestam no curso de um sonho.
(13) A MENTE
?J3?,
As instruções precedentes colocaram em relevo um tipo de análise que nos conduz a
uma compreensão da natureza da mente. Com o fim de cultivar esta compreensão até o
ponto em que as forças perturbadoras e que obscurecem a existência submetida ao ego se
dissipam, e até que a própria mente seja revelada como vazia e límpida, deve‐se desenvolver
e nutrir a capacidade de deixar a mente em paz, no estado claro e não discursivo, livre de
apreensão e de formulação conceitual. Este estado, uma vez que ele seja corretamente
realizado, é a cognição fundamental, a base de todas as coisas. Quando a ignorância está
61
presente, esta cognição fundamental é a fonte de todas as elaborações da consciência e de
uma existência fundamentada no ego; mas ele é também o potencial da budeidade, nossa
natureza de Buddha que resplandecerá sem esforço, uma vez dispersa as nuvens da
ignorância.
Estas três instruções representam o coração dos ensinamentos que Maitreya confiou
a Asanga sob uma forma adaptada à prática contemplativa. É dito nestes ensinamentos de
Maitreya:
1) Após a tomada de consciência não há nada senão a mente;
2) Vem então a compreensão de que a mente ela própria não é coisa alguma;
3) Aquele que é inteligente sabe que estas duas compreensões não são coisas;
4) E, abandonando esta mesma compreensão, ele permanece em paz na
esfera de todos os fenômenos (Dharmadathu).
Estes quatro versos correspondem, respectivamente, às quatro instruções sobre a
meditação do texto raiz. Kongtrul, em suas instruções “Instruções sobre a filosofia
Madhyamika do ponto de vista da vacuidade qualificada”, $5/- !R%- .2- 3- (J/- 0R:C- OA.,
explica nestas linhas a seguir:
Desde tempos sem princípios, nossa mente fundamentada sobre as impurezas
acidentais da ignorância, se levanta como aparências variadas, as quais – caso elas não sejam
esquadrinhadas e examinadas, são como as aparências enganosas de um sonho. Quando se
examina sua aparência é claro que elas não são coisa alguma existente e que elas são vazias
em suas próprias essências. Todas as aparências não são, pois, senão criações da mente.
Assim o modo de ser daquilo que é verdadeiro relativamente é que as aparências
que são tomadas por nascidas exteriormente não têm natureza própria: elas são como o
reflexo da lua sobre um lago. A mente que se apega a estas aparências não está localizada
nem exteriormente nem interiormente, e ela não existe concretamente com cores ou formas.
Deste processo contínuo de fixação sobre um ego – que dá falsamente existência ao que não é
(quer dizer o eu) surgem oito formas de consciências que são como as flores do céu, vazias
por essência.
Portanto a pura forma de perceber os fenômenos, a consciência primordial que é
desprovida da polaridade sujeito‐objeto está presente em todos os seres desde os Buddha até
os seres comuns; é a natureza de Buddha, e ao par sua própria existência, ela é totalmente
límpida e nunca foi tingida por impurezas (acidentais). É o modo de ser daquele que é
ultimamente verdadeiro.
Quando estas duas verdades são convenientemente reconhecidas deve‐se
permanecer neste estado.
Este é o assunto dos cinco ensinamentos de Maitréya.
(15) A MÃE
O desenvolvimento da Bodhitchitta consiste em uma série de contemplações. Ainda
que elas possam variar em sua ordem e seu conteúdo, segundo as diferentes tradições, elas
compreendem sempre o tema da ajuda que nos foi dada por nossos pais, particularmente por
nossa mãe, isto com a finalidade de desenvolver em nós um amor sincero e caloroso por
todos os seres.
A bondade de nossa mãe durante a gravidez, o nascimento e a infância é, para certas
pessoas, mascaradas por acontecimentos posteriores no lar e na vida em família, ao ponto em
que uma contemplação sobre os pais como exemplo de bondade é difícil ou impossível no
começo. Em tais casos pode ser vantajoso utilizar como suporte da meditação um amigo, um
mestre ou qualquer outra pessoa que nos mostrou muita bondade. Ou ainda, pode‐se,
62
imaginando o que teria sido sua vida se nunca tivesse tido uma mãe, valorizar os aspectos
positivos das relações com seus pais, aspectos que tínhamos negligenciado até então.
Dado que o desenvolvimento de uma espécie de calor e de bons sentimentos para
com todos os seres é essencial para a prática “da doação e da tomada sobre si”, é bom
ensaiar‐se todos os aspectos destas meditações para encontrar aquelas com as quais obtemos
maior êxito.
(16) MANTER A PRÁTICA NA VIDA COTIDIANA
=3-HJ<,
Esta expressão tibetana significa “levar (sua prática) ao longo do caminho
(espiritual)”: em outros termos, tornar esta prática eficaz. O critério de eficácia na
espiritualidade budista não é simplesmente poder meditar bem, sentado e de poder
concentrar sua mente, etc., mas ainda o fato de que a compreensão adquirida na meditação
sentada penetre em nossa vida, e, particularmente, que ela afete nossa relação com os outros,
que ela influencie nossa vida cotidiana e que ela determine nossa conduta em nossas
atividades diárias.
(17) INIMIGOS
$/R.-LJ.,
“Inimigo”, no sentido de qualquer um hostil aos nossos interesses, mas sem que isto
implique em hostilidade alguma de volta. Um inimigo pode ser humano ou não.
(18) MANDALA
Neste contexto, o termo mandala se refere a uma oferenda ritual do universo com
todas suas belezas e riquezas ao guru, aos Buddhas, etc. Num tal ritual, grãos de arroz são
dispostos sobre um disco de metal precioso de acordo com um esquema derivado da
cosmologia budista. Esta disposição simboliza todas as riquezas do mundo.
(19) A ESPERANÇA E A APREENSÃO
Obterem‐se progressos e resultados rápidos praticando o Dharma desemboca
geralmente em decepção e desilusão; é, pois, necessário desembaraçar‐se desta atitude para
poder continuar. Em casos extremos colocar esperanças desmesuradas em si mesmo é uma
fonte de neuroses que pode causar sérios problemas emocionais. Por outro lado a apreensão
é, geralmente causada por uma falta de confiança em si próprio ou nos ensinamentos. Estas
duas atitudes que constituem obstáculos podem ser abandonadas se simplesmente se aceita a
si próprio com seus defeitos e suas imperfeições. Esta conduta tem um relaxamento das
tensões e torna possível o progresso gradual; na verdade, aceitar suas dúvidas e suas
dificuldades permite compreender que elas podem agir como uma fonte de inspiração para
aprofundar nossa compreensão dos ensinamentos e nosso engajamento.
De forma mais geral, a esperança pode ser compreendida como uma tentativa do ego
que ensaia de estabelecer suas próprias prioridades, enquanto que a apreensão é a reação do
ego às ameaças a sua sobrevivência. Na prática do treinamento da mente, desmancham‐se as
tentativas do ego de corromper ou desviar a prática, renunciando todo interesse trazido
pelos ganhos e melhoramentos pessoais e aceitando‐se com entusiasmo as situações difíceis e
perigosas.
(20) No texto original a frase se refere a duas sortes de bestas de carga que podem
ser encontradas no Tibet: O “dzo”, que é um cruzamento do iaque com a vaca, e uma espécie
de boi menor que o “dzo” e que não leva cargas tão pesadas.
63
(21) ETAPAS DA BUDEIDADE L%-(2-?J3?-.0:A-<A3,
Uma curta série de textos sobre aprendizado da mente que pode ser encontrada na
coleção “Cem ensinamentos sobre aprendizagem espiritual” ]R- .R%- 2o- l,
reunida por
Keuntcho Gyaltsen. .!R/-3(R$-o=-35/,
(22) A ATIVIDADE DA QUIDIDADE (R?-*A.-GA-;R-=$?,
O termo “quididade” ou “estado puro dos fenômenos” se refere à natureza última
dos fenômenos, mas acentuando‐se o aspecto claridade. Do ponto de vista último tudo o que
surge não tem existência própria, sendo tudo uma experiência manifesta semelhante a um
sonho. Os conceitos de sofrimento, alegria, etc. são etiquetas aplicadas à experiência pura por
tendências subjetivas, e através delas o estado perfeito de ser é vivenciado e interpretado de
acordo com prejulgamentos do ego.
64
GLOSSÁRIO
ASANGA
:1$?-0-,R$?-3J.,
Mestre indiano do terceiro século que é considerado o fundador da tradição da Ação
compreendida. Esta tradição dá ênfase à prioridade da experiência e da compreensão, da não
dualidade do sujeito e do objeto.
Asanga é particularmente conhecido por sua relação com o Bodhisativa Maitreya.
Depois de doze anos de meditação e orações para encontrar Maitreya, Asanga perdeu a
coragem e deixou a gruta onde ele meditava. Encontrou então um velho cachorro coberto
com feridas infestadas de vermes. Esta cena provocou nele tal pena que ele procurou aliviar
a miséria do cão lambendo os vermes com a língua, afim de não fazê‐las sangrar. Quando ele
aproximou sua língua nas feridas fechando os olhos ante uma visão tão repugnante, o cão
desapareceu. Quando reabriu os olhos, Asanga viu Maitreya que se mantinha em pé diante
dele.
Maitreya lhe explicou que eram apenas seu desencorajamento que havia impedido
de o encontrar mais cedo. Este ato de compaixão havia dissipado os últimos véus. Asanga
assim pôde ver Maitreya que o conduziu ao Paraíso Feliz onde ele lhe transmitiu os
ensinamentos do Mahayana conhecidos como “os cinco ensinamentos de Maitreya”.
BODHITCHARYAVATARA: veja SHANTIDEVA
BODHITCHITA
L%-(2-?J3?,
Este termo é um ponto‐chave do budismo Mahayana (ensinamento do Grande
Veículo). Convencionalmente ele exprime a aspiração de atingir a budeidade com o fim de
ajudar a todos os seres, assim como o engajamento na disciplina através da qual este fim será
alcançado. Ultimamente significa a compreensão direta da natureza da realidade. Em
resumo, a Bodhitchitta é o dom de ser, sem reservas, para o bem de todos os seres. É o
abandono completo de não importa que tipo de “território” pessoal nas relações de si
próprio com os outros, como em nossa abertura para a compreensão da natureza do mundo
tal como ela é. Muitas etapas conduzem ao pleno desabrochar da Bodhitchitta. Desenvolve‐
se de início o amor e a compaixão pelos outros e chega‐se, finalmente à resolução de concluir
a completa liberação do sofrimento a fim de ajudar em seguida aos outros a se liberarem
igualmente. Uma vez que este objetivo fundamental de compaixão esteja junto com o
conhecimento direto, desprovidos de conceitos da natureza da realidade, torna‐se um
Bodhisattva – Um “guerreiro desperto”: “desperto” porque o processo de purificação e de
crescimento que permite que se atinja a budeidade foi colocado em andamento; e “guerreiro”
em razão da atitude corajosa que permite vencer todas as dificuldades e os obstáculos sobre
o caminho que conduz a budeidade, e permite também ajudar todos os seres.
BÖN
2R/,
Religião não budista que é geralmente considerada como anterior à chegada do
budismo ao Tibet. Ela foi, entretanto grandemente influenciada pela expansão do budismo
no país.
65
A BUDEIDADE ?%?-o?,
Este termo designa a perfeita iluminação. Significa que tudo que deveria ser
purificado está purificado, que tudo que deveria ser desenvolvido está desenvolvido,ou
ainda que com o despertar liberados das trevas da ignorância, as qualidades da inteligência e
do conhecimento estão plenamente desenvolvidas. Em particular o estado de budeidade é
marcado pela desaparição dos dois véus, os das emoções perturbadoras e os do
conhecimento conceitual. Em contraste, os Shravakas e os Pratyekabudhas não chegam a
vencer senão o véu das emoções perturbadoras.
A budeidade é atingida pelo desenvolvimento da virtude e da sabedoria. Seguir uma
conduta virtuosa, em particular pela prática da Boudhitchitta relativa, permite o
desenvolvimento de uma paz, de uma força e de um bem estar interior. Sobre tais bases, a
forma como as coisas (aí compreendido o eu) existem e surgem é mais facilmente
compreendida. O crescimento de uma compreensão não conceitual da natureza dos
fenômenos (ou Bodhitchitta última) constitui o desenvolvimento da sabedoria.
Através de tal conhecimento profundo, a ignorância primordial, que é a fonte da
experiência de uma existência concerta do eu e dos fenômenos desaparece, e ao mesmo
tempo toda possibilidade de cair em ilusão ou no turbilhão das emoções. Uma vez que ela
seja plenamente desenvolvida e livre dos limites do conhecimento conceitual, está além de
todas as descrições: portanto, ele engloba tudo que é conhecido. É o Dharmakaya do
Buddha. O pleno desenvolvimento da acumulação de virtude é a comunicação da
Iluminação com ou outros, seja pela interação de uma luminosidade aberta da mente, com a
fé e a sabedoria dos mais altos níveis de Bodhisattva (Sambhogakaya), seja pela aparição
efetiva no mundo dos seres comuns (Nirmanakaya).
O CICLO DE EXISTÊNCIAS OU SAMSARA
:#R<-2,
Por causa da ignorância, os seres se fixam na noção de um eu e deste apego que nasce
continuamente das emoções perturbadoras. Por sua vez as emoções conduzem a atos
prejudiciais que são a causa que conduz a experimentar as existências. Enquanto a
ignorância está presente, volta‐se sem cessar através de formas variadas de existência
experimentando de tudo e permanecendo no sofrimento. Este último é inevitavelmente
presente vida após vida em um grau mais ou menos maior.
A Nirvana, ou transcendência do sofrimento, é a antítese do samsara – marca o fim da
ignorância e nos libera assim deste ciclo sem fim nem começo.
DAGPO – KAGYU
Este é o substantivo coletivo de várias linhagens que tiveram uma origem comum em
Gampopa |3- 0R- 0, ou Dakpo Lharje ?$?- 0R- z- eJ, . Nascido em 1079, Gampopa tornou‐se
médico. Pouco tempo depois de seu casamento sua mulher morreu em conseqüência de uma
epidemia e ele perdeu todo interesse pela vida comum. Tornou‐se monge e estudou a
tradição Kadampa com muitos mestres eminentes, dos quais se destaca Dja‐yul‐wa L-;=-2,
e muitos discípulos de Drom‐Ton Rinpoché. Foi somente depois de ter deixado a vida
monástica para estudar com Milarepa, o célebre poeta e contemplativo Kagyupa que vivia
exclusivamente na solidão das montanhas, que ele conseguiu dar‐se conta da plena
significação do Dharma. Milarepa reuniu a abordagem do “sentir gradual” da tradição
66
Kadampa com os ensinamentos do Mahamudra da escola Kagyupa, permitindo assim às
duas correntes unirem‐se em uma única. Ele faleceu em 1153.
Quatro dos discípulos de Gampopa fundaram linhagens de transmissão diferentes,
que deram, cada uma, origem a novos ramos. Estas escolas são reagrupadas sob o nome de
Dagpo‐Kagyu e compreendem as tradições Kam, Tsang, Drugpa e Trigung.
3#:-:PR-3,
DAKINIS E PROTETORES
(R?-*R%-,
Dakinis e Protetores são a expressão da atividade da iluminação. Os primeiros são as
mentes femininas que personificam a vacuidade e a compaixão e, em particular, representam
a alegria da mente no espaço de perfeita simplicidade: donde a palavra Dakini, que
significa: ʺaquela que viaja no céu”.
Os Protetores são geralmente as manifestações exasperadas dos grandes
Bodhisattvas. Assistem o praticante dissipando as forças adversas internas e externas aos
meios com quatro tipos de atividades: a pacificação, o enriquecimento, o poder e a
destruição.
OS DOIS OBJETIVOS
.R/-$*A?,
O objetivo pessoal é o de atingir a liberação do sofrimento. Este é realizado através do
desenvolvimento da compreensão da vacuidade, também chamado “Bodhitchitta última” . O
objetivo altruísta é o de ajudar a todos os seres a se livrar do sofrimento, o que é realizado
pelo desenvolvimento da compaixão ou “Bodhitchitta relativa”
$9%?,
DHARANIS E MANTRAS
}$?,
Os dharanis e mantras são fórmulas recitadas que são associadas a tal ou qual
Buddha, Bodhitsattva ou divindade. A finalidade procurada na recitação de um dharani é a
de entrelaçar a mente de Bodhitchitta. O mantra deve proteger a mente contra atitudes não
espirituais.
DHARMAKIRTI
O nome do religioso de Serlingpa
DEUS OU DEMÔNIO
No curso do desenvolvimento espiritual as pessoas tornam‐se progressivamente mais
receptivas e mais sensíveis às influências variadas que modelam e determinam as
personalidades e o ambiente. Estas influências podem ser percebidas como uma presença ou
uma atmosfera tangível em relação com uma localidade ou um objeto, uma agitação
inexplicável alterando o bem estar físico ou mental, tais como as imagens ou os personagens
percebidos no curso dos sonhos ou de visões, ou mesmo ainda experiências vividas por
ocasião das quais se encontram seres não–humanos.
Estas experiências podem ser divinas (isto é distrativas e prazerosas) ou demoníacas
(isto é horríveis e terrificantes). A abordagem pela aprendizagem espiritual consiste aqui em
aceitar a situação tal como ela é a utilizar esta ocasião para praticar a compaixão e
desenvolver ainda mais a Bodhitchitta.
)R-2R-3<-3J-36.-.0=,
DIPANKARA ATISHA (982 – 1054)
A partir da idade de oito anos, Atisha teve uma relação muito estreita com a
divindade chamada Tara Verde, a personificação da atividade da compaixão iluminada. Ele
tinha apenas uma vintena de anos e já era um mestre nos ensinamentos esotéricos do
67
budismo e grande erudito no qual os talentos argumentadores foram altamente estimados na
época das discussões oratórias contra os representantes de outras religiões indianas.
Tara, nesse tempo de visões, e seus próprios companheiros o compelia a tornar‐se
monge com o objetivo de ajudar todos os seres. Respondendo, finalmente, a estes apelos, ele
tornou‐se célebre pela pureza de sua observância do código monástico. Foi um dos
principais mestres de Vikramasila, uma grande e célebre universidade monástica da Índia
budista. Foi também nomeado “detentor da cadeira de Bodhgaya” (o lugar onde Buddha
Shakyamuni obteve a Iluminação), uma das mais altas distinções outorgadas em
reconhecimento da realização e da perfeita Mestria.
O desenvolvimento espiritual de Atisha foi muito ligado às numerosas visões que
teve de Tara Verde. Foi ela que o conduziu a procurar os ensinamentos da Bodhitchitta.
Ainda mais, Atisha teve outras experiências visionárias que lhe indicaram a importância
deste assunto. Quando ele esteve em Bodhigaya, viu duas das numerosas estátuas que
decoram o templo principal voltar‐se para ele. Uma disse: “Qual o ensinamento principal
para atingir‐se a Budeidade?”; a outra respondeu: “A Bodhitchitta é o ensinamento mais
importante”.
Atisha conduziu‐se finalmente à Indonésia para receber tais ensinamentos
diretamente de Serlingpa.
Mais tarde, no curso de sua vida, Atisha cometeu uma falta séria, permitindo que um
praticante avançado nos ensinamentos esotéricos fosse expulso de um templo por conduta
heterodoxa. Uma vez que Atisha consultou Tara sobre as conseqüências kármicas eventuais
de uma tal decisão, e ela lhe respondeu que partir e ensinar o Dharma no Tibet seria a única
purificação eficaz, ainda que tal viagem abreviasse sua vida. Atisha já havia sido solicitado
para ir ao Tibet, e somente a contra gosto ele acabou aceitando o convite do rei do Tibet
ocidental transmitido pelo tradutor Rintchen Zangpo.
Atisha passa seus últimos doze anos de vida no Tibet ensinando seus vastos
conhecimentos da filosofia e da prática búdica. Ele assistia os tradutores a colocar fielmente
os textos sânscritos em tibetano e dirigia os discípulos na prática espiritual.
OS DISCÍPULOS DE TRÊS CATEGORIAS
Os três tipos de discípulos se distinguem pela motivação que trazem à prática
religiosa. A primeira categoria é interessada na obtenção de uma boa existência futura; a
segunda em se libertar do sofrimento, em ganhar uma existência desnuda do ego; e a terceira
deseja libertar todos os seres do sofrimento.
DROM‐TEUN
:VR3-!R/,
O principal discípulo tibetano de Atisha. Recebeu todos os ensinamentos de Atisha e
fundou em seguida a escola budista Kadampa. Mesmo Drom‐Treun sendo leigo, fundou o
monastério de Ra‐Dreng, em 1056.
AS EMOÇÕES NEGATIVAS OU CONFLITUOSAS
*R/-3R%?,
O termo tibetano denota uma atitude que produz problemas e agitação em nossa
mente. Esta definição é mais geral que a noção corrente de emoção, isto de duas formas:
inicialmente porque implica que certa agitação ou problemas estão presentes em nossa
mente, em seguida porque engloba os estados como a estupidez ou a indiferença, vez que
elas podem também se originar na agitação mental.
68
GUELUKPA
.$J-=$?-0,
Uma das quatro escolas principais do budismo tibetano; prioriza a disciplina
monástica sobre um conhecimento ampliado da lógica e das escrituras como base da prática
Kadampa de origem. Teve origem com a fundação do monastério de Gaden, em 1404,
realizada pelo grande erudito e contemplativo, Je Tsong Ka‐pa eJ-4S%-#-0, (1357 – 1419).
A vida de Tsong‐ka‐pa é uma grande fonte de inspiração pela determinação e a
perseverança sem falha que ele empregou para penetrar nos ensinamentos os mais
profundos do budismo e por sua brilhante erudição que continua em nossos dias a servir de
autoridade indiscutível.
o=-Y-,R$?-3J.-29%-0R,
GYALSE TOKME ZANGPO (1295 – 1369)
Mestre Kadampa de quem os excelentes comentários sobre as escrituras
fundamentais e sobre outros textos são frequentemente utilizados como base de
ensinamentos. Consagrou sua vida ao desenvolvimento da Bodhitchitta.
o=-2:A-Y.-2o.,
OS OITO FILHOS PRÓXIMOS DO VENCEDOR
Oito grandes Bodhitsattvas, dos quais os nomes são: Manjushiri, Avalokiteshvara,
Vadjrapani, Kshitigarbha, Sarva‐Nirvaram‐Vishkambin, Akashagarbha, Maitreya e
Samantabhadra.
AS INSTRUÇÕES‐CHAVES DAS QUATRO VERDADES
2.J/-28A-$.3?-%$,
.
Ensinamentos e instruções sobre a contemplação presentes nos Sutras.
Os textos sobre a “via gradual” fornecem uma apresentação ordenada destas
instruções, que compreendem assuntos como as Quatro Contemplações para mudar de
atitude, o desenvolvimento da Bodhitchitta e a vacuidade.
As instruções essenciais das Dezesseis Essências são métodos de prática
fundamentados sobre os tantras. Requerem uma iniciação, uma autorização para praticar e
as instruções de um mestre qualificado.
KADAMPA
2!:-$.3?-0,
A primeira das novas escolas de tradição do budismo. Esta tradição acentua a estrita
observância das regras monásticas, a maestria da lógica e o conhecimento teórico, e a
diligência para empregar na prática as virtudes que são a base do desenvolvimento
espiritual. Esta escola foi fundada por Atisha e Drom‐Teun e produziu numerosos grandes
mestres e eruditos. As principais “novas” escolas da tradição resultaram desta tradição.
Gampopa, o fundador dos Dagpo‐Kagyu, Kange‐Gyaltsen, o fundador dos Sakyapa e, mais
tarde, Je Tsong‐Ka‐pa, o fundador da escola Gadenpa (que se tornou hoje a escola Gelukpa)
foram todos formados na tradição Kadampa.
KAGYUPA
2!:-2o.-0,
Significa literalmente: “A transmissão dos ensinamentos”. Este termo faz, geralmente,
referência às escolas Kgyupa estabelecidas no Tibet por Marpa, o tradutor, por seu discípulo
Milarepa, o poeta‐ermitão, e por Gampopa, discípulo deste último. Nesta tradição é dada
grande importância à fé e à devoção tida ao guru. Através de sua inspiração e de suas
bênçãos tem‐se a possibilidade de praticar com resultados os Seis Yogas de Naropa assim
como o Mahamudra: Os seis Yogas são uma série de técnicas avançadas de meditação que
69
purificam o corpo e a mente, e que permitem realizar eventualmente em uma única vida a
natureza última da realidade ou Mahamudra.
O KARMA
=?,
.
Karma significa ação. De acordo com o budismo, cada um de nossos atos (ou seja
tudo que se faz, diz ou pensa) é uma semente que trará um fruto, um resultado vivo,
geralmente no curso de uma vida posterior. O modo exato pelo qual os atos são plantados
como sementes em nossa mente, e a maneira pela qual eles vão amadurecer e trazer seus
frutos posteriormente no curso de nossa existência não pode ser percebida senão com a
consciência não dual dos Buddhas e dos Bodhitsattvas de alto nível. Na prática, os
ensinamentos sobre o karma são assim resumidos: “Atos virtuosos produzem resultados
agradáveis, atos não virtuosos produzem o sofrimento” Virtuoso significa que ajuda ou que
é construtivo e não virtuoso, aquele que é nocivo aos outros.
KUNGA‐NYINGPO
!/-.$:-~A%-0R,
.
Mais conhecido sob o nome de Taranatha. Este célebre erudito historiador e
meditador da escola Jô‐nang‐po, que viveu mais ou menos no fim do século dezesseis.
LAMA RAIZ
l-2:A-]-3,
No Vajrayana, ou tradição tântrica do budismo, a relação com o mestre espiritual, ou
lama raiz, é de uma importância capital. O lama é ao mesmo tempo a fonte (ou a raiz) da
inspiração para a prática espiritual e a fonte dos ensinamentos e das instruções. Mais
precisamente, um lama raiz é aquele que confere autorização para praticar as meditações do
Vajrayana, após uma cerimônia de iniciação, que dá ao discípulo o poder de prosseguir sua
prática com resultados. Ele transmite também as escrituras santas e os comentários dos
textos que fornecem ao discípulo a matéria apropriada para compreensão e estudo. Enfim,
dá as instruções práticas que permitem atingir a liberação. O lama raiz tem, pois, um papel
muito particular na vida do discípulo, e a atitude deste último em relação a seu mestre
devem refletir seu reconhecimento.
O uso do termo “lama” era muito geral, os próprios Tibetanos têm consciência de que
esta palavra poderia ser utilizada simplesmente como marca de polidez e de respeito (por
exemplo em relação a um mestre de escola de uma vila), ou mesmo como título para
qualquer um que realizasse uma prática contemplativa tal como o retiro de três anos, ou
ainda marca de reverência para os mestres espirituais autênticos que obtiveram um
profundo conhecimento e uma grande realização.
O uso da palavra lama no Ocidente é muito livre e muita gente não conhece as
diferenças possíveis. Mais ainda, a tendência ocidental de deixar a linguagem livre conduz a
confundir frequentemente lama com monge, o que apenas aumenta a esta confusão.
LAMA RAIZ E LAMAS DA LINHAGEM
l-2-.%-2o.-0:A-]-3-,
Além do Lama Raiz existe toda uma linhagem de mestres desde Buddha Sakyamuni,
ou Vajradhara, até o próprio mestre espiritual de cada um, através dos quais os
ensinamentos de uma tradição foram transmitidos. Uma linhagem de transmissão
ininterrupta é importante por que ela valida os ensinamentos tanto pela suas fontes como
pelo sucesso de sua aplicação por personagens históricos. É por isto que os lamas da
linhagem são também uma fonte de inspiração e de confiança para o discípulo.
70
LAMA DARMA . (803 ‐843). \%-.<-3, YR%-24/-|3-0R,
O budismo foi estabelecido pela primeira vez no Tibet pelo rei Song‐Tsen‐Gampo.
Sobre suas regras a língua tibetana recebeu o alfabeto por Tomi Sambhota e começeu‐se a
tradução dos textos do sânscrito par o tibetano.
Sobre a regra do rei seguinte, Trisong‐De‐Tsen os mestres indianos, tais como
Shantarakshita, Padmasambhava e Vimilamitra foram convidados, as regras monásticas
foram introduzidas, monastérios foram construídos e o trabalho de tradução prosseguiu em
grande escala.
O budismo foi florescente sob os sois reis seguintes, mas Lang Darma subiu ao trono
em 836. Ele fez com que monastérios fossem fechados e que monges fossem assassinados.
Fez com que queimassem bibliotecas, destruíssem os templos o os objetos de culto. Ainda
que seu reinado não tenha durado senão seis anos e tenha terminado com seu assassinato,
ele não foi a mais séria ameaça conta do budismo no Tibet.
O reinado de Lang Darma criou a divisão entre as escolas antiga ~A%- 3, e nova de
tradição do budismo introduzidas no Tibet e que sobreviveram às perseguições de Lang
Darma.
A nova $?<- 3, era a que seguia a tradição do budismo introduzido no Tibet depois
do reinado de Lang Darma. Rintchen Zangpo é considerado geralmente como o primeiro
tradutor da nova escola.
.=-2,
AS LIBERDADES E AS AQUISIÇÕES
LR<-2,
Ser livre de oito formas de existências nas quais a prática espiritual não é possível
constitui uma das oito liberdades. Estas oito formas de existência: dos infernos, dos espíritos
ávidos e dos animais, em cada uma das quais o sofrimento é tal que impede toda prática
espiritual; aquela dos deuses onde os prazeres do sentido são distrações constantes; aquela
dos humanos em épocas em que não apareceu Buddha algum, ou em uma sociedade sem
civilização; se a pessoa esta em um estado de incapacidade física ou mental, ou, enfim,
quando existem vias contrárias à religião.
As aquisições são as condições que se deve procurar a fim de ser capaz de praticar.
Cinco são individuais: ser humano, ter nascido num país onde do Dharma é accessível,
possuir a integridade de suas faculdades, não ser arrastado pela força de seu karma e ter fé
no Dharma. Cindo dependem de condições exteriores: a aparição de um Buddha, o fato de
que ele ensine o Dharma, a perpetuação do Dharma, a presença de discípulos do Dharma e a
presença de benfeitores que possam ajudar materialmente aos discípulos engajados na
prática.
MAHAYANA
Este termo significa “grande veículo”; “grande” porque ele transporta todos os seres
para a libertação do estado de sofrimento, em contraste com Hinayana, ou pequeno veículo ,
que transporta um único ser, o praticante, à libertação. (A distinção é feita mais em relação à
motivação do que aos dogmas filosóficos; é por isto que é inapropriado qualificar como
“Hinayana” a tradição theravada da Birmânia).
Ainda que o desenvolvimento espiritual seja frequentemente empreendido pelo
cuidado com seu próprio bem estar, uma vez que esta motivação morre e dá lugar ao bem de
todos os seres, entra‐se, então, no Mahayana. Esta mudança de orientação é a Bodhitchitta e
caracteriza os ensinamentos do Budismo mahayanista.
71
MANJUGOSHA ou MANJUSHRI :)3-.0=-.L%?,
Este Bodhisattva é a personificação da sabedoria iluminada. Seu nome significa “a
doce melodia”; “doce” porque ele está liberado dos véus emocionais e dualistas e “melodia”
porque ele possui as sessenta entonações da palavra iluminada.
É habitualmente descrito como portador da espada ardente da inteligência que
corta os apegos dualistas, e como um volume da Perfeição da Sabedoria.
NAGARJUNA.
Mestre indiano que viveu ao redor do primeiro século da era cristã. Nagarjuna foi
um dos maiores dialéticos que o mundo conheceu. Seus trabalhos estabeleceram
definitivamente o “Caminho do Meio” (Madhiamyka) .23:A- =3, entre os extremos
dualistas da origem e da cessação, do niilismo e do eternalismo, do ir e do vir, do monismo e
do pluralismo. Ele ensinou na grande universidade monástica de Nalanda e suas exposições
sobre a vacuidade e outros temas da filosofia budista continuam ainda hoje a serem
utilizados como referências e autoridade para a compreensão intelectual e para a prática
contemplativa.
O nome de “Nagarjuna” significa aquele que pôde sobre os nagas” ‐ os nagas
constituem uma categoria de seres meio humanos meio serpentes da cosmologia indiana que
são associados às águas e detentores de grandes poderes e de grandes riquezas. “Nagarjuna”
se refere ao fato de que ele encontrou os ensinamentos do Buddha sobra a Perfeição da
Sabedoria junto ao rei dos nagas, que os havia guardado até então.
Os comentários que Nagarjuma fez destes textos estiveram na origem da tradição da
92-3R-v-2o.,
Filosofia Profunda que transmitem a compreensão intelectual da vacuidade
como base da contemplação.
AS OBRAS REVELADAS
$+J<-3,
Com a finalidade de fornecer aos seres dos tempos que virão,os ensinamentos e as
técnicas apropriadas às suas necessidades, Guru Padmasambhava escondeu numerosos
“tesouros” (escritos) através das regiões do Himalaia. Certos mestres, chamados de
“descobridores de tesouros” têm a faculdade de encontrar estes trabalhos lá onde eles estão
escondidos.
PO TA UA.
Discípulo de Drom‐Teum e detentor da linhagem Kadampa.
A ORAÇÃO DE SETE RAMOS .
Oração tradicionalmente incluída nas liturgias.
Os sete ramos são:
1) a homenagem
2) a oferenda
3) a confissão dos atos não virtuosos
4) a alegria pelo bem realizado pelos outros
5) o pedido pelos ensinamentos religiosos
6) a súplica dirigida aos Buddhas com o fim de que eles permaneçam neste
mundo
7) a dedicatória dos atos virtuosos pelo bem dos seres.
72
Cada ramo visa neutralizar um veneno da mente. Respectivamente:
1) O orgulho
2) A avareza
3) A agressividade
4) O ciúme e o espírito de competição
5) A estupidez
6) A idéia de permanência
7) O egocentrismo
A dedicatória conduz por outro lado à obtenção da iluminação perfeita.
Um exemplo de liturgia para esta forma de prática é dado a baixo. O nome de tal
Buddha, de tal divindade ou de qualquer outro objeto de adoração pode ser substituído por
o de Avalokitestvara:
“Com uma fé sem reservas, rendo homenagem a Avalokiteshvara,
A todos os vencedores e a seus filhos
Que residem nas dez direções e nos três tempos
Ofereço, em realidade e em imaginação
Flores, incensos, velas, perfumes,
Alimentos, música e muitos outros objetos.
Suplico à Santa Assembléia que aceite estas oferendas.
Confesso todos os atos negativos
Que cometi sob a influencia das emoções perturbadoras
E os dez atos não virtuosos, os cinco atos mais graves e os outros
Cometidos desde tempos sem princípio até hoje
Regozijo com o mérito
De todas as virtudes que os Shravakas, Pratyékaboudhas, Bodhisatva e os seres
comuns
Acumularam através dos tempos
Rezo para que gire a roda do Dharma dos
Veículos comuns, superior e inferior
Correspondente aos numerosos graus de capacidade
Que fundamentam as motivações de todos os seres.
Suplico aos Buddhas que não passem para além do sofrimento
Mas que, enquanto o ciclo de existências não esteja completamente vazio,
Velem com grande compaixão por todos os seres.
Sem demora, possa eu tornar‐me
Um guia esplêndido para os seres.”
=R%?-{,
OS QUATRO CORPOS
{-28A,
A obtenção da completa iluminação (budeidade) é descrita em termos de quatro
kayas (literalmente “corpos”) ou quatro aspectos do ser.
O primeiro é o dharmakaya (R?- {, ou o ser enquanto verdade. Este kaya é
semelhante ao espaço, sem princípio nem fim. É simplicidade pura além de toda
determinação lógica e livre de todas as limitações e de todos os véus.
73
O segundo é o sambhogakaya =R%?-{, ou o ser enquanto plenitude das qualidades.
Seu domínio é o campo puro da natureza da felicidade e ele se manifesta sob múltiplos
aspectos como a expressão da compaixão com o fim de comunicar a Iluminação aos
Bodhisattvas dos níveis superiores.
O terceiro é o nirmanakaya 3=-{, ou o ser neste mundo. Seu domínio é o campo
da experiência dos seres comuns e ele mostra a Iluminação de formas diversas com o fim de
inspirar e de conduzir os seres que procuram se libertar de uma existência fundamentada
sobre o ego.
O quarto é o svabhavikakaya %R-2R-*A.-GA-{, ou o ser tal como ele é. Este não é tanto
um quarto kaya como uma forma de exprimir a inseparabilidade dos três precedentes. O
próprio dharmakaya é a Iluminação total, mas por seu próprio poder, pela força das
aspirações anteriores e com o fim de ajudar os seres, o sambhogakaya e o nirmanakaya
surgem em seus próprios domínios.
Ainda que estes quatro aspectos do ser não sejam revelados em sua integralidade
senão quando a ignorância e os véus sejam dissipados, eles estão, entretanto, sempre
presentes em todos os seres. Em seu comentário, Kongtrul faz sobressair os aspectos da
existência das aparências fenomenais que correspondem aos quatro kayas.
AS QUATRO NOBRES VERDADES
2.J/-0-28A,
Monastério estabelecido por Drom‐Teun em 1056.
REFÚGIO
*2?-:PR,
74
não obstante, essencial obter instruções e diretivas experimentadas de qualquer um que
conhece o caminho.
A RAINHA DAS MONTANHAS.
Na cosmologia tradicional budista (e indiana) o mundo é composto de quatro
continentes situados ao redor de uma montanha central chamada Monte Meru. Como o
Monte Olímpico dos Gregos, o Monte Meru é considerado como a residência dos deuses. É
frequentemente identificado com o Monte Kailash que se encontra no Tibet ocidental.
AS SETE CONSCIÊNCIAS
i3->J?-5S$?-2./,
Na filosofia budista a consciência é dividida em sete ou oito classes de acordo com
suas funções. As cinco primeiras são associadas com os cinco sentidos, a visão, a audição, o
paladar, a olfação e o tato. A sexta é a consciência dos pensamentos e dos fatores mentais. A
sétima é a percepção de si ou a consciência de si. A oitava é o reconhecimento fundamental
ou a tomada de consciência de tudo precedente, ela vem antes do ego no sentido de que o
apego a ela não é explicita neste nível. Estes oito tipos de consciências cobrem todos os
aspectos da experiência dos seres comuns.
OS SETE PONTOS DA POSTURA.
As pernas cruzadas em posição de diamante, a mão direita colocada sobre a mão
esquerda e ambas repousando ao nível do umbigo, pousadas juntas. O dorso é mantido reto,
os lábios fechados, os dentes estão juntos sem tensão, a língua colocada contra o paladar, os
braços arredondados e mantidos levemente na parte exterior do corpo, a cabeça está
inclinada, abaixando o queixo em direção à garganta. Quanto aos olhos, eles olham sem
tensão um ponto situado acerca de oito dedos de largura adiante do nariz.
SERLINGPA
$?J<-\A%-0-(R?-GA-P$?-0,
Este mestre budista que viveu na Indonésia no século décimo era detentor da
linhagem de transmissão dos métodos especiais para desenvolver a Bodhitchitta conhecido
sob o nome de “treinamento da mente”. Foi o único dos cento e cinqüenta discípulos de
Atisha a quem este último ensinou este domínio particular.
SHANTIDEVA
8A-2-z,
(685 ‐763).
Este mestre indiano, um adepto da tradição da Profunda Filosofia, é muito conhecido
por ser o autor de “A entrada na via do Despertar” L%- (2- ?J3?- GA- ,R.- 0- =- :)$?- 0,
Esta obra é um longo poema que cobre todos os aspectos da Bodhitchitta e da formação
mahayanista. Tendo de compor este texto, Shantideva foi considerado pelos monges ao seu
redor como uma pessoa preguiçosa, de mente difícil, bom para coisa nenhuma a não ser para
comer e dormir. Os monges decidiram divertir‐se um pouco com ele e lhe solicitaram que
desse um ensinamento sobre o Dharma durante uma festa anual patrocinada por um dos
benfeitores do monastério. Shantideva aceitou e, assim que se colocou diante da assistência
reunida, perguntou‐lhe se desejavam escutar uma exposição original sobre o Dharma ou um
a daquelas que já lhes era familiar. Entre risos, solicitaram a ele uma exposição original, sua
resposta foi: “A entrada na Via do Despertar”. Assim que ele começou o nono capítulo sobre
a natureza última do eu e dos fenômenos, ele se levantou gradualmente de seu assento e
terminou sua exposição sobre nuvens.
75
SHRAVAKAS */-,R?, e PRATYEKABUDDHAS <%-?%?-o?,
Estas duas classes de seres espirituais provêm de uma prática espiritual voltada para
si próprio.Os Shravakas são seres que escutam e estudam o Dharma e que o praticam com o
fim de obter sua própria libertação do sofrimento. Sobre uma base de profundo
reconhecimento, observam as regras monásticas e desenvolvem um estado meditativo pelo
qual eles realizam a inexistência do eu (ou o vazio do eu). Todas as emoções perturbadoras
são vencidas por esta realização e eles são libertados do mundo samsárico.
Os Pratyekabuddhas (ou aqueles que se realizam solitariamente) são semelhantes,
mas sua realização e mais profunda naquilo que permita apreender o fato de que sujeito e
objeto não são duas entidades distintas.
Estes dois tipos de seres, entretanto, não atingem de fato a budeidade. Eles alcançam
apenas um estado de quietude que os tira do mundo do sofrimento e, mais tarde,
eventualmente, a inspiração chegará a eles para alcançar a completa Iluminação. Eles serão
conduzidos a desenvolver a compaixão e a Bodhitchitta com o fim de alcançar a budeidade
para o bem de todos os seres.
:PR-2-<A$?-S$,
OS SEIS TIPOS DE SERES
Estes seis tipos de seres descrevem o entendimento e a variedade das experiências
samsáricas.
1. Os seres dos infernos para os quais a existência não é senão sofrimento
intenso e onde o ambiente violento e extremo reflete a agressividade
provocadora deste tipo de experiência.
2. Os espíritos ávidos cuja existência é dominada pela necessidade,
particularmente a necessidade de alimento e de bebida. Seu ambiente
desnudo e sem vida reflete a avidez que produziu esta experiência.
3. Os animais para os quais a existência é dominada pelo medo, o desejo e a
opacidade mental. Sua sujeição sem recurso ao ambiente origina‐se de sua
estupidez.
4. Os humanos, cuja existência é marcada pelo sofrimento do nascimento, da
velhice, da doença e da morte.O apego fundamental que produz esta
experiência se manifesta pelo esforço constante que o homem emprega
para manter e melhorar sua posição no mundo.
5. Os titãs: espécie de semideuses, cuja existência é dominada pelas guerras
infrutíferas com os deuses, mais poderosos – um reflexo do ciúme inicial
que criou esta experiência.
6. Os deuses, têm uma existência feliz em lugares para paradisíacos, isto até
o fim de suas vidas como deuses; depois do que eles são afligidos pelo
medo e pelo horror à vida em seu próximo nascimento. Esta forma de
existência é devida ao orgulho.
AS ESFERAS SUPERIORES.
Os três estados do mundo da existência condicionada (samsara) nos quais a felicidade
e o sofrimento estão, ambos, presentes, a saber o mundo dos humanos, dos titãs e dos
deuses.
76
TANTRAS e SUTRAS.
Os ensinamentos do Mahayana, ou grande veículo, são divididos em dois grupos: os
Sutras e os Tantras. A prática baseada em sutras consiste em cultivar as causas ou os grãos
que irão se desenvolver até a Iluminação: a compaixão e a Bodhitchitta, a compreensão da
vacuidade as seis perfeições (generosidade, moralidade, paciência, diligência, contemplação
e inteligência) e as quatro formas de atrair os seres (ser generoso, falar agradavelmente,
envolvê‐los em atividades benéficas e observar as regras sociais).
Na tradição tântrica, ou Vajrayana, a prática consiste em reconhecer sua própria
espiritualidade como um fundamento e se identificar com o resultado – ou seja com a
expressão da Iluminação personificada em uma divindade particular. Por esta identificação
tem‐se a capacidade de transformar suas experiências comuns naquela de Iluminação.
As práticas descritas no presente texto reúnem as duas tradições. O fundamento é o
desenvolvimento da bodhitchitta relativa e absoluta, mas encontra‐se aí também um
elemento de transformação da experiência na prática da tomada para si e da doação. É por
isto que uma grande familiaridade com estes métodos e sua maestria formam uma excelente
base para compreender e praticar o Vajrayana.
TCHE‐KA‐OUA
:(.-!-2,
Este mestre Kadampa tornou‐se monge com a idade de 21 anos e aprendeu de cor
mais de cem livros de ensinamentos budistas. Anteriormente, os ensinamentos sobre “o
Treinamento da Mente” não haviam sido dados senão a alguns discípulos particularmente
motivados, mas a formação simplificada que deles fez Tche‐Ka‐Oua no “Os Sete Pontos do
Treinamento da Mente” permitiu tornar estes ensinamentos mais facilmente accessíveis.
+J-=R-0,
TILOPA (988 – 1069)
As tormas são oferendas de um gênero particular; sua significação é explicada de
duas maneiras. De acordo com certas explicações, é ma oferenda feita livremente, sem apego
e doada com uma atitude semelhante ao amor de uma mão , desprovida de toda
agressividade. Segundo outras explicações, é dito que estas oferendas possuem poder e
capacidade. O poder da imortalidade e a capacidade de vencer as quatro obsessões
(obsessões das emoções, da morte, dos estados paradisíacos e do ser físico).
O ritual da oferenda compreende a consagração e a apresentação da torna material.
Esta é geralmente, um tipo de presente no qual a forma e a decoração variam de acordo com
a finalidade da oferenda e as tradições das diferentes escolas. Da mesma forma a pessoa que
oficia está consciente dos diferentes níveis de significação dos quais a torma é uma
representação material. A liturgia seguinte, por exemplo, pertence à escola Karma Kagyu:
“Na tigela formada pelo universo dos mundos
Repousa a torma dos quatro elementos (terra, água, fogo e vento).
Ofereço‐a aos quatro guardiões reais e aos numerosos deuses irritados
Concedei a mim vossa graça e realizai totalmente vossas obrigações.
77
Na tigela que forma minha própria pele
Repousa a torma de minha carne, de meu sangue e de meus ossos.
Ofereço isto à vasta Assembléia de protetores da doutrina.
Concedei‐me a graça de uma vida resplandecente com o sol e a lua
Na tigela da oferenda formada pelas aparências diversas que surgem da
mente
Repousa a torma de clara atenção e da sabedoria puras
Ofereço isto ao Dharmakaya onipenetrante.
Concedei‐me a graça das cinco sabedorias transcendentes”.
TRANSCEDÊNCIA DO SOFRIMENTO
M-%/-=?-:.?-0,
Este termo designa a libertação total do ciclo das existências (samsara) mas sua
interpretação está sujeita a contestação. Pode significar a libertação atingida pelos Shravakas
e pelos Pratyeka Buddhas ou a libertação atingida por um Buddha (Ver estas palavras para
compreender a distinção entre estas duas formas de conclusão.)
TRANSCEDÊNCIA DO SOFRIMENTO SEM DEMORA
Um termo sinônimo de budeidade, este termo significa que em conseqüência de sua
realização da vacuidade um Buddha não permanece no samsara e que por sua compaixão ele
não permanece na transcendência do sofrimento como os Shravakas e os Pratyekas Buddhas.
AS TRÊS FAMÍLIAS
<A$?-$?3,
Qualquer que seja o estado de Buddha, a expressão que revela a Iluminação como
atividade para ajudar os seres varia de acordo com a motivação que desenvolve o aspirante
no curso de sua progressão espiritual.
As três famílias correspondem a três ênfases diferentes colocadas na expressão:
através da forma ou a manifestação, através da palavra ou a comunicação, e através da
mente ou o poder. Um Buddha e um Bodhisattva específicos são associados a cada família: o
Buddha Sakyamuni e o Buddha Manjushri pela forma. Amitaba e Avalokiteshvara pela
palavra e Akshobya e Vadjrapani pela mente.
Os Buddhas estão à frente de suas famílias respectivas e os Bodhisattvas são como
seus senhores ou principais ministros correspondentes.
Os três discípulos de Drom‐Teum que foram considerados como emanações dos três
Senhores são Pó‐To‐Wa , Tchen‐Nga‐Wa e Pu‐Tchung‐Wa
0R-+R-2, ,/-}-2, 1-(%-2,
AS TRÊS ORDENAÇÕES
#R3-$?3,
As três ordenações são os votos associados a cada um dos três veículos: Hinayana,
Mahayana e Vajrayana. No Hinayana a ênfase é colocada sobre a observância de uma ética
perfeita. Não se deve fazer mal algum aos outros, e a ordenação correspondente, a da
libertação individual, concerne uma atitude física apropriada. Quanto aos votos completos,
e muito numerosos são os monges e as freiras que tem este tipo de votos; entretanto o
essencial da ordenação é composto de um grupo de quatro votos que são: não matar, não
roubar, não mentir e observar uma conduta sexual justa ou então guardar a castidade.
O Mahayana enfatiza a compaixão e a Bodhitchitta. A ordenação correspondente, os
votos de Bodhisattva, é centrada em nossas relações com os outros, dado que se tem a
intenção de atingir a budeidade com a finalidade de liberar todos os seres do sofrimento.
78
Diferentes dos votos precedentes, que distingue precisamente o que deve ser feito ou não, os
votos do Bodhisattva são mais votos concernentes à consciência, e são quebrados caso sejam
abandonada a idéia de ajudar todos os seres ou caso se perca a coragem na empreitada de
atingir a budeidade.
O Vajrayana é uma disciplina especial para aqueles que estão muito motivados pela
compaixão para com os outros. Neste tipo de prática a pessoa se identifica diretamente com a
deidade que ela deve realizar. Tal identificação necessita trazer um olhar por sobre o mundo
e o engajamento de manter este olhar; em particular, ver seu Guru como um Bouddha está
no âmbito da ordenação do Vadjrayana. Toda ação, palavra ou pensamento que debilita esta
atitude vai de encontro à ordenação.
VADJRADHARA – “O detentor do Vajra”
hR-eJ-:(%-,
Esta figura é a expressão da completa Iluminação, na tradição budista esotérica ou
tântrica.
O Vajra é a arma de Indra, a contrapartida de Zeus na mitologia indiana. É feito de
matéria indestrutível e pode destruir não importa que outro objeto, sem ser ele próprio
danificado. Como símbolo indica a espiritualidade inerente em cada ser vivo, espiritualidade
indestrutível porque além de todos os conceitos que ligam os seres ao sofrimento.
Vadjradhara é aquele que detém o pleno poder da espiritualidade, ou seja a
realização da completa Iluminação de cada um. No plano iconográfico, Vadjradhara é
descrito como um personagem de cor azul (representando o céu, a natureza imutável da
verdade última), porta um vajra e uma sineta, que são os símbolos dos meios hábeis e da
inteligência.
A VIA PROGRESSIVA
=3-<A3,
79
80
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