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Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política

Departamento de Economia
Grupo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Econômico e Política Econômica

Boletim DEPE, Ano IV, n.16 – Abril 2019


Embora o Brasil tenha voltado a crescer nos
últimos dois anos, alta de 1% em 2017, e 1,15% em
1. Brasil: Nível de atividade 2018, essa taxa de crescimento segue abaixo das
taxas registradas no período pré-crise econômica.
O mês de março/19 é um bom reflexo, do que foi o
E essa interrupção da sequência de crescimento do
primeiro trimestre do governo de extrema direita
IBC-BR nos últimos três meses colaborou para que
de Jair Bolsonaro, tanto do ponto de vista político
o Banco Central revisasse a sua projeção de
como do econômico. A composição ministerial de
crescimento do PIB brasileiro em 2019, passando
blocos de poder (super ministros, militares e
de 2,4% para 2% a partir de agora.
grupos de interesses econômicos e religiosos), não
conseguiu produzir uma articulação política Brasil: IBC-Br - variação
positiva até o momento junto ao poder legislativo, Com ajuste sazonal
como se pensava inicialmente.
4,0% Mensal
O principal tema econômico de curto prazo da Trimestral
agenda liberal, que é a drástica mudança na 2,0%
previdência social (PEC 06/2019) tem encontrado 0,16%
0,0%
alguns obstáculos junto ao parlamento. Alguns
-0,41%
setores econômicos que apoiaram o candidato, já -2,0%
manifestam alguma preocupação com medidas
adotadas, sobretudo ligados a agricultura com -4,0%
set/16

set/17

set/18
mai/16

mai/17

mai/18
jan/16

jan/17

jan/18

jan/19
medidas de redução de tarifas, ou mesmo, de
confronto a países importantes na pauta de
exportação.
Fonte: BCB
O cenário econômico externo continua
preocupante, com conflitos na pauta comercial que
partem dos EUA, indefinições do “Brexit”,
perspectiva de desaquecimento da economia 1.2. Serviços
mundial em 2019, principalmente após medida do
O índice de volume dos serviços registrou uma
FED de manutenção da taxa de juros. E
queda marginal de 0,33% em janeiro após avançar
aprofundamento da crise econômica de um de
1,00% no mês anterior, na série livre de influências
nossos principais parceiros comerciais que é a
sazonais. O resultado do mês foi influenciado pelas
Argentina. Este cenário turbulento, auxilia a
contrações nos setores de transporte (-0,55%) e
explicar o comportamento de fortes oscilações de
serviços de informações e comunicação (-0,21%).
alguns dos indicadores financeiros como juros,
Já os demais grupos apresentaram altas, com
câmbio e ações.
destaque para o avanço de 4,79% em outros
serviços.
1.1. IBC-Br
Apesar do resultado do mês, a série com a evolução
O Índice de Atividade Econômica do Banco anual do acumulado em 12 meses conseguiu sair
Central do Brasil – IBC – BR, dessazonalizado, do campo negativo que estava desde jun/15,
registrado em janeiro de 2019, foi de 138,19, em encerrando o mês de janeiro/19 com ligeiro avanço
janeiro. Como no mês anterior o índice registrado de 0,26%.
foi de 138,76, o primeiro do ano de 2019 revela
Em 2018, o resultado do volume de serviços foi
uma queda de 0,41% em relação ao mês anterior,
revisado de -0,1% para estabilidade,
interrompendo uma sequência de três meses
interrompendo, desta forma, uma sequência de três
seguidos de crescimento.
anos seguidos de queda. Vale mencionar a
Nos últimos doze meses encerrados em janeiro, o importância do setor de serviços no PIB,
IBC-BR acumulou uma alta de 1%, representando cerca de 70% do indicador pela ótica
da oferta.

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Brasil: PMS - variação mensal Mesmo com o fechamento positivo no mês de


Série dessazonalizada janeiro/2019, a análise dos indicadores de
6,35% tendência para o varejo ainda mantém o sinal de
alerta.

Enquanto que a média móvel do volume de vendas


1,58%
1,02% 1,00% no trimestre encerrado em janeiro/2019 demonstra
0,11% 0,00%
um ganho de ritmo das vendas, com crescimento
-0,11% de 0,2% diante do fechamento do mês de
-1,12% -0,44% -0,33%
dezembro/18, que foi negativo em -0,3%. O
-2,21%
indicador das vendas acumuladas nos últimos 12
-4,70% meses demonstra que o ritmo do crescimento
diminuiu, passando de 5,0% em dezembro para
jul/18
ago/18
set/18
fev/18
mar/18

mai/18
jun/18

out/18
nov/18
jan/18

jan/19
abr/18

dez/18
4,7% em janeiro.

Somente o setor de “Combustíveis e lubrificantes”


Fonte: IBGE
reduziu o ritmo de queda no indicador acumulado
em doze meses. De -4,9% até dezembro/18 para -
1.3. Comércio 4,5% até janeiro de 2019.

O comércio varejista restrito encerrou o primeiro Brasil: PMC - variação mensal


mês de 2019 com um pequeno aumento em relação Por segmento – série com ajuste sazonal
ao mês de dezembro/18, 0,43%, na série com ajuste
Com. Varejista ampliado 0,98%
sazonal.
Com. Varejista 0,43%
Com taxas positivas em sete dos oito setores Mat. Construção 0,11%
acompanhados, os setores de “Equipamentos e Veículos 5,70%
material para escritório, informática e Outros artigos 7,24%
comunicação”, “Outros artigos de uso pessoal e Mat. Escritório 8,21%
doméstico” e “Hipermercados, supermercados, Papelaria 0,20%
produtos alimentícios, bebidas e fumo” foram os Art. Farmacêuticos -0,53%
que apresentaram os melhores desempenhos, com Eletrodomésticos 0,38%
crescimento de respectivamente 8,2%, 7,2% e Vestuário 0,12%
0,4%.
Supermecados 0,60%
O único setor com resultado negativo foi o de Combustíveis 0,51%
“Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de
perfumaria e cosméticos”, com decréscimo de Fonte: IBGE
0,5% na margem.

Considerando as vendas de “Veículos, motos,


partes e peças” e “Material de Construção”, o 1.4. Indústria
comércio varejista ampliado encerrou o mês de
janeiro/ 19 com um volume de venda um pouco A indústria apresentou crescimento de 0,7% em
mais expressivo, crescimento de 1,0% em relação fevereiro desde ano, no confronto com o mês
a dezembro/18. O setor de “Veículos, motos, partes imediatamente anterior e 2% de expansão frente ao
e peças” se junta aos que apresentaram melhor mesmo mês do ano anterior, na série
desempenho, com resultado 5,7% superior ao dessazonalizada, interrompendo série de três
apresentado no mês anterior. quedas consecutivas neste tipo de comparação,
segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal
Em relação ao mesmo mês de 2018, o comércio (PIM-IBGE).
varejista como um todo teve um resultado 3,5%
melhor. Somente apresentando resultados O aumento na produção industrial na passagem do
negativos, os setores de Móveis e eletrodomésticos mês não foi suficiente para fazer com que no
(-2,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (- acumulado de janeiro e fevereiro de 2019 o
27,3%) e Tecidos, vestuário e calçados (-1,2%). indicador fosse para campo positivo, de tal modo

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que, se comparado ao mesmo bimestre de 2018, a


indústria opera 0,2% abaixo do nível de produção 2. Mercado de Trabalho
verificado ano passado. Com isso, o crescimento Segundo o Cadastro Geral de Empregados e
anual do acumulado em 12 meses segue em 0,5%, Desempregados (CAGED), o mês de fevereiro
mesma taxa de janeiro deste ano, evidenciando que registrou saldo positivo de 173.139 postos de
segue a desaceleração da indústria iniciada em trabalhos formais, com variação positiva de 0,45%
agosto de 2018 quando este crescimento era na em relação ao mês anterior.
ordem de 3,3%.
Territorialmente distribuídos da seguinte forma:
Brasil: PIM - variação anual região Sudeste (+101.649), Sul (+66.021), Centro-
Acumulada em 12 meses Oeste (+14.316), Norte (+3.594), e negativo na
4% região Nordeste (-12.441).
2%
0,50% Com exceção do setor agropecuário, todos os
0%
demais setores de atividade econômica criaram
-2% novas oportunidades formais de trabalho,
-4% conforme figura abaixo:
-6%
-8%
-10%
-12%
Serviços +112.412
fev/18
fev/15
jun/15

fev/16
jun/16

fev/17
jun/17

jun/18

fev/19
out/15

out/16

out/17

out/18

Indústria +33.472
Contratações

Agropecuária -
Adm. Pública 3.077
+11.395
Fonte: IBGE

desligamentos
Construção Civil
+11.097
Na comparação mensal, ao analisar como se deu o
Comércio +5.990
comportamento da indústria por suas categorias e Extrativa Mineral
ramos, nota-se que na passagem do mês a alta de +985
0,7% em fevereiro foi disseminada, uma vez que 3 Serv. Ind util. Pub
das 4 grandes categorias econômicas e 16 dos 26 +865
ramos pesquisados apresentaram expansão na
produção.
Fonte: CAGED
Nas categorias econômicas destacam-se bens de
capital (4,6%) e bens de consumo duráveis (3,7%) Tal qual observado em janeiro, a indústria de
que tiveram seu bom desempenho puxados pela transformação repetiu a dobradinha em fevereiro,
forte produção de caminhões, no primeiro caso, e com o segundo maior saldo de contratações, dos
automóveis no segundo. A categoria de bens de doze subsetores sob o acompanhamento do Caged,
consumo semi e não-duráveis (0,7%) reverteu a apenas a indústria de produtos alimentícios,
tendência de 2 meses de queda e expandiu a bebidas e álcool apresentou saldo negativo. E o
produção, de modo que apenas bens de consumo destaque do setor ficou por conta da indústria de
intermediários apresentou queda de 0,8%. calçados que empregou 6.819 trabalhadores.

Com relação ao crescimento de 16 dos 26 ramos O salário médio de admissão foi de R$ 1.559,08
que compõe a pesquisa, a expansão se deu em contra R$1.618,96 que havia sido observado em
grande parte pelo bom desempenho de veículos janeiro/19, o que significa uma diferença de -
automotores, reboques e carrocerias (6,7%), 4,13%.
seguido por produtos alimentícios (3,2%) e coque,
produtos derivados do petróleo e biocombustíveis Em relação às novas formas de contratação e
(4,3%). Negativamente podemos destacar desligamento criados na recente reforma
indústrias extrativas (-14,8%) que teve seu trabalhista, em fevereiro de 2019, foram
desempenho em grande parte comprometido pelo celebrados 19.030 desligamentos por acordo entre
crime ambiental cometido pela Vale, em empregado e empregador, contra 11.118, em 2018.
Brumadinho (MG). Já o saldo de contratações por contrato de trabalho

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intermitente passou de 2.100 em fevereiro de 2018,


para 4.346 em 2019. Brasil: IPCA
Variação mensal (%)

Apesar do saldo de empregos positivos no mercado 1,4


formal de trabalho, os dados da PNAD Contínua 1,2
do IBGE mostram um crescimento da taxa de 1,0
0,8
desocupação para 12,4% da força de trabalho no 0,6 0,43
trimestre de novembro, dezembro de 2018 e 0,4
janeiro de 2019 em relação ao trimestre móvel 0,2
0,0
imediatamente anterior (11,6%), na comparação -0,2
com o mesmo trimestre do ano anterior houve -0,4
pequena diminuição (12,6%).

Assim, o número de desocupados chegou a cerca


de 13,1 milhões de pessoas, um aumento de quase
Fonte: IBGE
900 mil pessoas (7,3%) na comparação com o
trimestre anterior. Na comparação com o mesmo No último Boletim Focus, do dia 29/03/2019, a
trimestre do ano anterior há estabilidade. expectativa do mercado para a variação da Inflação
em 2019 foi mantida em 3,89%, e de 4% para 2020.
Entre os tipos de ocupação o emprego sem carteira
assinada no setor privado teve destaque com O Banco Central (Bacen) tem optado por manter a
redução de 4,8% (-560 mil) em relação ao mesmo inflação sob forte controle, deixando-a até mesmo
trimestre do ano anterior, na comparação com o abaixo dessa meta, que é de 4,5% e mantendo-se
mesmo trimestre de 2018 há aumento de 3,4% (367 distante do limite permitido, que seria de 6,0%.
mil pessoas). Outro destaque é o emprego sem Com essa estratégia, a autarquia alega que no
carteira no setor público, que teve queda de quase momento é necessário cautela, serenidade e
16,9% (437 mil pessoas) em relação ao trimestre perseverança, e que as reformas ajudarão a manter
anterior e estabilidade na comparação com 2018. O a inflação sob controle, ajudando assim o mercado
trabalho por conta própria apresentou estabilidade a ter maior previsibilidade.
no trimestre de referência, porém cresceu 2,8%
(644 mil pessoas) em 12 meses. Ao continuar nesse rumo, o Bacen manterá sob seu
controle uma inflação realmente baixa, não só em
A taxa composta de subutilização da força de 2019, mas como também nos próximos anos,
trabalho (somatório da população desocupada, porém haverá o custo social e um efeito ainda pior
subocupadas por insuficiência de horas na economia, que é a alta taxa de desemprego no
trabalhadas) totalizou 24,6% (27,9 milhões de país, fato que colabora diretamente relacionado a
pessoas), tendo aumentado nas duas formas de essas taxas.
comparação, 0,8 p.p. (900 mil pessoas) em relação
ao trimestre anterior, e 0,4 p.p. (795 mil pessoas) Brasil: IGP-M
em relação a 2018. Variação mensal (%)

1,87
1,38 1,52 1,26
3. Inflação 0,89 0,88
0,57 0,510,70
A variação do Índice de Preços ao Consumidor 0,01
Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, em
fevereiro/19 foi de 0,43%. Essa alta foi puxada -0,49
principalmente pela variação nos setores de -1,08
jul/18
ago/18
jun/18

nov/18
mai/18

set/18

fev/19
mar/19
out/18

jan/19
dez/18
abr/18

Educação, que teve alta de 3,53%; Alimentação e


Bebidas, 0,78%; e Saúde e cuidados especiais, com
alta de 0,49%. Em 2019, a inflação acumula alta de
0,75%; sendo uma elevação em 12 meses de Fonte: FGV
3,89%.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M)
registrou, em março de 2019, alta de 1,26%.
Somente em 2019, o índice acumula alta de 2,16%,

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e nos últimos doze meses registra uma elevação de desde a reunião de 21/03/2018. Na ata do comitê,
8,27%. a avaliação é de que o cenário básico e os fatores
de risco que são, alta ociosidade da economia,
Essa alta está diretamente relacionada ao aumento frustração das reformas e deterioração do cenário
de dois índices que compõe o IGP-M: O Índice de externo, estão equilibrados dentro da perspectiva
Preços ao Produtor Amplo (IPA), que registrou alta de controle da inflação e por essa razão os juros
de 1,66% no mês; e o Índice de Preços ao foram mantidos. O próximo encontro do comitê
Consumidor (IPC), com crescimento de 0,58%. ocorrerá nos dias 07 e 08 de maio/2019. A
perspectiva é de que não ocorrerá mudanças no
cenário de juros que manterá o patamar de 6,50%
4. Juros para a Selic. A expectativa divulgada pelo último
boletim Focus de 29/03/19 indica para o final de
O comportamento dos juros nominais negociados 2019 um IPCA em torno de 3,89%, crescimento do
na bolsa B3 ao longo do mês de março/19, refletiu PIB de 1,98% e taxa Selic em 6,50%. A meta de
o cenário político conturbado do país e as inflação para 2019 será de 4,25% com intervalo de
expectativas econômicas externas. Até o dia 20/03 tolerância de 1,50% para mais ou para menos.
havia uma trajetória de queda de juros, já que pela
interpretação dos agentes do mercado financeiro, A equipe econômica do governo de extrema direita
existia a possibilidade clara de avanço na PEC de Jair Bolsonaro, como se esperava, concentra sua
6/2019 que trata da mudança da previdência social atenção neste início de mandato, na aprovação da
do país, porém, com a prisão do ex-presidente violenta mudança do marco legal da assistência
Michel Temer e o abalo na articulação política social que é fruto da constituição de 1988 e em
entre o executivo e a câmara dos deputados a curva sintonia com os agentes de mercado, que sustentam
de juros volta a se elevar ficando em linha geral, no que o ajuste fiscal necessariamente passa pela
mesmo patamar observada no final do mês mudança na previdência social. O comportamento
anterior, conforme podemos verificar através do da expectativa de juros de mercado, reflete esta
contrato futuro com vencimento de Jan/20 que ansiedade como ficou claro na trajetória da curva
indica a expectativa de juros para o final de 2019. de juros ao longo do mês de março/19. Nesta
Em 28/02 a taxa negociada foi de 6,49% a.a.; no medida, a política monetária praticada pelo banco
dia 20/03 o mesmo vencimento foi negociado à central na nova gestão de Roberto Campos, não
6,325% e em 29/03 último pregão do mês, a taxa mudará de direção no curto prazo.
ficou em 6,52% a.a.. Com uma trajetória similar
dos juros futuros nos demais vencimentos
negociados.
5. Crédito
Brasil: Juros DI Futuro No mês de fevereiro/19, o crédito do Sistema
Tx. (a.a) 252 d.u.
Financeiro Nacional (SFN) em relação ao PIB
ficou em 47,0%, ou seja, mais de 6 p.p. abaixo do
9,0% início da série mostrada em dezembro/15. O saldo
8,5% das operações de crédito no mês de fevereiro/19
8,0% ficou em R$ 3,2 trilhões, aumento de 0,3% no mês,
28/02/2019 assim segmentado. Na carteira de pessoa física
7,5%
08/03/2019 com recursos livres cresceu 0,4% com relação ao
7,0% mês anterior e na de recursos direcionados cresceu
20/03/2019
6,5% 0,5%. Já na carteira de pessoa jurídica, com
29/03/2019
6,0% recursos livres crescimento de 0,6% no mês e
out/19

out/20

out/21

out/22

out/23
abr/19

abr/20

abr/21

abr/22

abr/23

abr/24

queda no crédito direcionado de -0,60%. A


inadimplência está no patamar de 2,9% mesmo
número desde dezembro/18.
Fonte: B3
O spread bancário (diferença entre taxa de
A reunião do Comitê de Política Monetária aplicação e captação de recursos do banco)
(COPOM) que ocorreu entre os dias 19 e 20/03 aumentou em fevereiro/19 com relação ao mês
decidiu pela permanência da taxa Selic em anterior, saindo de 18,6 p.p. para 19 p.p. maior
6,50%a.a. mesmo patamar em que se encontra

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número desde abril/18 quando este estava em 19,6 nominais reduziram sua proporção em relação ao
p.p.. PIB, uma vez que atingiram R$ 373,4 bilhões
(5,42% do PIB), comparativamente a um
Mesmo com o ligeiro crescimento da concessão de acumulado até fevereiro do ano anterior de R$
crédito verificada desde meados de 2018, o saldo 390,3 bilhões, (5,92% do PIB). Isso se deve
do estoque de crédito no país permanece também a definição da taxa Selic, quando em
estagnado. Este cenário estrutural tem origem no fev/2018 a mesma era de 6,75%, enquanto em
quadro de desocupação da mão de obra dos últimos fev/2019 a mesma se encontrava em 6,40%.
anos. Há um esvaziamento da importância do
BNDES para a concessão do crédito no país, ou O resultado nominal do setor público consolidado
seja, os bancos privados deveriam ocupar o espaço - o qual acresce os juros nominais ao resultado
aberto deixado, esta é a esperança da equipe primário - registrou um déficit de R$ 45 bilhões
econômica. Porém, como isso não ocorre com o em fevereiro. Para o acumulado de 12 meses, o
vigor esperado e o papel do crédito é déficit nominal reduziu em 0,04 p.p face ao
preponderante para a retomada do crescimento, o acumulado de janeiro deste ano – também
que observamos são os constantes rebaixamentos influenciado pelo valor da Selic, mostrando um
de expectativa de crescimento para a economia que resultado no valor de R$ 479,2 bilhões (6,95% do
já se encontra abaixo dos 2% para o ano de 2019. PIB).

Brasil: Crédito/PIB Já a dívida líquida do setor público (DLSP), que é


Em (%) definida a partir do balanceamento entre as dívidas
e os créditos do setor público não-financeiro e do
54 Banco Central, registrou um valor de R$3.752,8
52
bilhões em fevereiro. O que mostra uma proporção
de 54,4% em relação ao PIB. É um percentual, por
50 sua vez, que se mostra estável se comparado ao
mês anterior. Assim, também se mostra um
48 47,0 resultado que reflete o efeito da desvalorização
46 cambial de 2,4% no mês (a qual é o fator
responsável por redução de 0,4 p.p. do PIB); do
44 acréscimo de juros nominais (aumento de 0,4 p.p.);
mai/17
mai/16
ago/16

ago/17

mai/18
ago/18
nov/16

nov/17

nov/18
fev/16

fev/17

fev/18

fev/19

do déficit primário (aumento de 0,2 p.p.); e do


desempenho do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.).
Fonte: BCB
Brasil: Déficit nominal
Acumulado em 12 meses

12%
6. Contas Públicas
10%
Para o mês de fev/2019 o setor público consolidado 8%
contabilizou um déficit primário de R$ 14,9
6% 7,0%
bilhões, frente a um déficit de R$ 17,4 bilhões em
fev/2018. Já com relação ao Governo Central – 4%
definição que inclui o Tesouro Nacional, Banco 2%
Central e Previdência Social- houve déficit de R$ 0%
20,6 bilhões. Enquanto os governos regionais
ago/14

ago/15

ago/16

ago/17

ago/18
fev/14

fev/15

fev/16

fev/17

fev/18

fev/19

obtiveram um superávit de R$ 4,8 bilhões e as


empresas estatais um superávit de R$ 832 milhões.
Fonte: BCB
No que se refere aos juros nominais para o mesmo
setor, contabilizaram-se R$ 30,1 bilhões em Por fim, a dívida bruta do governo geral (DBGG),
fevereiro deste ano, face a R$ 28,4 bilhões no que engloba o Governo Federal, o INSS e os
mesmo mês de 2018. Tal resultado é influenciado governos estaduais e municipais – registrou um
pela aceleração do nível geral de preços, quando valor de R$5.336,5 bilhões em fevereiro,
em fev/2018 registrou a menor para o mesmo mês contabilizando uma proporção de 77,4% em
em 18 anos. No acumulado em 12 meses, os juros relação ao PIB. É um resultado que mostra um
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aumento de 0,1 p.p. do que foi registrado em A balança comercial registrou superávit de US$
janeiro de 2019. Esse aumento foi influenciado 4,99 bilhões em março, decorrentes de US$ 18,12
pelos resgates líquidos de dívida do governo geral; bilhões em exportações e US$ 13,13 bilhões em
a incidência de juros nominais (aumento de 0,5 importações. Um mês antes, era observado saldo
p.p.), o efeito da desvalorização cambial (aumento de US$ 3,67 bilhões.
de 0,1 p.p) e o desempenho do PIB nominal
(redução de 0,4 p.p.). No ano, a relação DBGG/PIB No acumulado em 12 meses, o saldo da balança
aumentou 0,2 p.p, em razão, particularmente, da comercial ficou em US$ 57,27 bilhões, o que
incorporação de juros (aumento de 1,0 p.p.), do representa quedas de 2,44% na margem e de
desempenho do PIB nominal (redução de 0,7 p.p.) 11,66% em relação a mar/18. As importações
e da valorização cambial (redução de 0,2 p.p.). continuam crescendo em ritmo superior às
exportações, reflexo da retomada da atividade
econômica, ainda que em ritmo lento. Em 12
meses, as importações expandiram-se a uma taxa
7. Contas Externas de 15,16% a.a., totalizando US$ 180,94 bilhões,
enquanto que as exportações fecharam com uma
Em fevereiro, o saldo em transações correntes foi
alta de 7,33% a.a., somando US$ 238,21 bilhões.
deficitário em US$ 1,13 bilhão, porém, menor que
o déficit de US$ 6,54 bilhões no mês anterior. O
resultado do mês foi favorecido pelo menor déficit
na conta de serviços, US$ -2,05 bilhões contra US$ 8. Internacional
- 2,55 bilhões em jan/19, e pelo melhor resultado
na balança comercial, saindo de US$ 1,63 bilhão A estrutura a termo da taxa de juros, curva de
em jan/19 para US$ 3,16 bilhões. rendimentos, ou, simplesmente, curva de juros. É
uma representação gráfica da taxa paga pelos
Com isso, a balança comercial acumulou US$ 53.3 títulos com diferentes vencimentos, no eixo
bilhões em 12 meses. Considerando-se o vertical as diferentes taxas ao ano e no eixo
acumulado em 12 meses, o déficit em transações horizontal as diferentes datas de vencimento dos
correntes registrou uma contração de 6,15% na títulos.
margem, totalizando US$ 13,85 bilhões. Contudo,
o resultado se mantem 40,70% superior ao Essa representação, expressa, em um determinado
observado no mesmo período de 2018. Com momento, qual a expectativa dos agentes sobre as
relação aos investimentos diretos no país, em decisões de política monetária que serão feitas no
janeiro verificou-se uma entrada de US$ 8,40 futuro.
bilhões, totalizando US$ 89,5 bilhões em 12
Uma curva de juros típica, positivamente
meses, o que representa altas de 4,30% no mês e de
inclinada, sugere a expectativa de aumentos nos
32,19% a.a..
juros no futuro, uma hipótese é que os juros devem
subir conter um possível processo de aquecimento
Brasil: Transações correntes
Saldo mensal - em US$ milhões econômico exagerado que possa acarretar em um
descontrole inflacionário.
900
160 145 189 Por outro lado, uma curva de juros negativamente
inclinada, na qual os títulos com prazo de
-61
-666 -795 -815
-1.134
vencimento mais longos, paguem uma taxa de
-1.192
-2.043 juros menor que os títulos com vencimentos mais
curtos, sugere a possibilidade de a política
-4.039 monetária ser, no futuro, mais acomodatícia,
visando reanimar a economia.
-6.544
Essa introdução é valiosa em nossa revisão
jul/18

set/18
mai/18

ago/18
mar/18

jun/18
fev/18

fev/19
out/18
nov/18
dez/18
jan/19
abr/18

internacional, por que, entre os acontecimentos no


mês de março, se destaca a inversão da curva de
juros americana.
Fonte: BCB

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Departamento de Economia
Grupo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Econômico e Política Econômica

Apesar da dificuldade em se prever uma crise, uma como é o exemplo da Índia compradora alternativa
condição que antecedeu as crises americanas no para o petróleo venezuelano.
passado, foi a inversão da curva de juros.
Em um episódio lisérgico os EUA
Em março, como pode-se ver no gráfico, a “nacionalizaram” uma subsidiaria da PDVSA
diferença entre a taxa de juros de 10 anos e a taxa (estatal petrolífera venezuelana). A empresa a
de juros de 3 meses entrou em território negativo. Citgo que é refinaria e distribuidora de derivados
de petróleo baseada no Texas, cortou laços com a
A avaliação do FED (Federal Reserve – Banco controladora para atender as sanções impostas
Central Americano) é de que apesar da dificuldade pelos EUA.
fazer previsões para a economia, a inversão da
curva de juros tem um grande poder de predição de A ONU (Organização das Nações Unidas), por
movimentos que desaceleração acentuada e de meio de sua alta comissária para Direitos
antecipar possíveis recessões, por hora, resta saber Humanos, Michelle Bachelet, condenou a ação
se a inversão da curva permanece e quais as norte americana acusando os EUA de contribuir
particularidades do final deste ciclo econômico. para agravar a crise.

Segundo a OEA (Organização dos Estados


Inversão da Curva de Juros e Americanos) atualmente existem 3,4 milhões de
desaceleração econômica refugiados venezuelanos, aproximadamente 10%
5 da população do país, a expectativa é que ao final
4 de 2020 entre 7,5 e 8,2 milhões de venezuelanos
3 sejam vítimas de migração forçada, uma
2 calamidade humanitária.
1
-
(1)
(2)
(3)
mar-07
mar-85
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mar-01
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mar-05

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mar-19

PIB no ano Spread

Fonte: Bloomberg

Na Europa o parlamento britânico deu mais um


chute na lata do Brexit, agora, mais amassada. A
perspectiva se divide entre um novo referendo ou
eleições, a possibilidade de um acordo parece
pequena e a União Europeia parece inclinada a,
mais uma vez, ceder e entender os prazos desse
imbróglio. Então é atribuída pouca probabilidade a
saída sem um acordo pré-definido.

Na América Latina, a Venezuela parece reunir todo


o mal necessário para uma calamidade, e merece
uma avaliação mais detalhada.

Em março, o apoio Russo se materializou no estilo


Putin, com truculência e tropas. Essa ação muda o
tom de apoio de comercial para bélico. Os EUA
fazem sua parte, pioram a situação já complicada
da população com embargos e sanções comerciais,
que extrapolam a relação bilateral, à medida que,
ameaça países que negociem com a Venezuela,

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Departamento de Economia
Grupo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Econômico e Política Econômica

Espaço Opinião*

Os primeiros 90 dias do (des)governo Bolsonaro


Vicente Arouche Santos Filho *

O governo Bolsonaro completou três meses, e confirmando as projeções mais pessimistas,


teve um início conturbado que demonstrou que a ausência de projeto de governo usada por seus
opositores durante a campanha para ataca-lo é uma realidade. Diante de tantos escândalos e
episódios que seria pitoresco não fosse o principal personagem o presidente da república.
Muito é especulado sobre o futuro do atual governo por um viés, o da aprovação ou não da
reforma da previdência. Imaginam os entusiastas que se a reforma for aprovada o governo ganha
sobrevida, pois terá a confiança do mercado, não aprovando a reforma o governo perde uma de
suas sustentações, que seria a boa vontade do mercado financeiro tendo como fiador o ministro da
economia, Paulo Guedes. Porém, os possíveis resultados não são tão previsíveis assim. Fato é que
desde o governo Temer essa demanda do setor financeiro e dos empresários já estava posta à
mesa, e uma reforma da previdência, apesar de seus impactos extensos e profundos não pode ser
a única razão de existir de um governo.
Em um dos cenários possíveis, aprovando a reforma, Bolsonaro ganha à boa vontade do
mercado, mas acaba desgastando sua popularidade, uma vez que a reforma apresentada por ele
não atacou os privilégios dos que recebem mais, como é o caso dos militares, por exemplo, em
relação aos civis. Portanto, aprovando ou não a reforma a turbulência política que é o governo
Bolsonaro não dará sinais de trégua.
Mas para compreender o que pode acontecer daqui em diante é preciso questionar o que
existe de concreto no governo Bolsonaro para além da proposta da reforma da previdência?
Até agora o que foi visto foram trapalhadas, escândalos e cortinas de fumaça para abafa-
los. Os indicadores continuam piorando, mas o presidente parece mais disposto a negar os fatos
do que tentar modifica-los, como quando questiona a pesquisa que mede o número de
desempregados.
No aspecto econômico, os indicadores continuam ruins, a taxa de desemprego, que segundo
o IBGE chega a mais de 13,1 milhões de brasileiros, a projeção de crescimento do PIB vem sendo
reduzida a cada mês, o presidente não demonstrou ter um projeto que busque a saída da crise ou
a solução dos problemas que assolam o país.
A política externa brasileira também sofreu nos primeiros meses de governo, goste ou não
dos alinhamentos que o governo atual pretende estabelecer, a premissa básica nas relações
internacionais é que o presidente da república irá agir buscando estabelecer benefícios para o seu
país. E que a partir disso busque estabelecer laços diplomáticos e comerciais, Bolsonaro, ao
contrário, demonstrou em viagens recentes aos Estados Unidos e a Israel, o que irá prevalecer em
sua política externa é o interesse ideológico puro e simples. Não importando se a aliança com Israel
irá prejudicar as exportações de proteína animal brasileira para os países árabes, ou se o

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Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política
Departamento de Economia
Grupo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Econômico e Política Econômica

alinhamento automático com Donald Trump vai prejudicar as relações com a China, o principal
parceiro comercial do Brasil.
Na educação, em um país onde o número de analfabetos passa de 11 milhões, as
preocupações do presidente se voltam para questões de costume, num país em que uma parcela
significativa da população não sabe ler. O ministro da educação enviou oficio solicitando que as
escolas públicas gravassem os alunos cantando o hino nacional, para além do fato de ter sido usado
o slogan da campanha presidencial na carta, o que é proibido por lei, o ministro caiu no ridículo
quando as gravações do hino inundaram as redes sociais com imagens da situação precária da
escola pública no Brasil.
Para além das notícias falsas e das trapalhadas a contribuição do governo Bolsonaro para
o Brasil até agora foi a inauguração de uma nova fase da república, a república da ignorância. Um
presidente que não sabe discursar, que não entende de economia, que não sabe se portar como
um presidente nas redes sociais, cercados de pessoas que não fazem jus aos cargos que ocupam.

*os artigos desta seção visam a estimular o debate e não representam, necessariamente, a visão da equipe de redação.
1 ECONOMISTA, MESTRANDO EM ECONOMIA POLÍTICA PELA PUC-SP.

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Departamento de Economia
Grupo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Econômico e Política Econômica

Expediente
Boletim DEPE, Ano IV, n.16.
Coordenador responsável: Antonio Corrêa de Lacerda, Prof. Dr. da PUCSP

Equipe de redação:
Ana Paula Negreli Persici Vassallo, advogada e mestre em Economia Política pela PUC-SP;
Isadora Teixeira Araújo, economista e mestranda em Economia Política pela PUC-SP;
João Frazão, economista pela PUC-SP, com MBA em Gestão Empresarial pela ESPM;
José Victor Perroni Cassiolato, mestrando em Economia Política pela PUC-SP;
Marcelo Eisenhower Farias, economista, com MBA em finanças (IBMEC) e mestre em Economia Política pela PUC-SP.
Miguel Huertas Neto, economista e mestre em Economia Política pela PUC-SP;
Ricardo Reis, economista, mestrando em Economia pela PUC – SP;
Rodolfo Viana, economista e mestre em Economia Política pela PUC-SP;
Tiago Antônio de Oliveira, economista e mestre em Economia Política pela PUC-SP; (Coordenador);.
Vicente Arouche Santos Filho, economista e mestrando em Economia Política pela PUC-SP;
Grupo de Pesquisas em Desenvolvimento Econômico e Política Econômica (DEPE)
Programa de Estudos Pós-graduados em Economia Política da PUC-SP (PEPGEP)
Rua Ministro Godoi, 969, 4º andar, sala 4E17, Perdizes, São Paulo/SP
Tel. 11-3670-8516 E-mail ecopol@pucsp.br

Site http://www.pucsp.br/pos-graduacao/mestrado-e-doutorado/economia
Edição elaborada com informações disponíveis até 03/04/2019.

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