Anda di halaman 1dari 64

Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

Operações Unitárias A

Aqueduto romano construído no século I

TURBOBOMBAS, BOMBAS ALTERNATIVAS E


ROTATIVAS

Prof. Marcos Moreira

Toledo – PR
2015
SUMÁRIO

1. Bombas 01

2. Escolha Preliminar da Bomba 03

3. Curva do Sistema, Alturas Energéticas, Rendimentos e Potências 07

4. Turbobombas 12

5. Cavitação, Golpe de Aríete e Escorva 27

6. Dimensionamento de Tubulações 33

7. Seleção e Especificação de Turbobombas 37

8. Bombas Alternativas 42

9. Bombas Rotativas 52

10. Curvas Características de Bombas de Deslocamento Positivo 56

11. Perda de Carga na Tubulação 58

BIBLIOGRAFIA 60
“Uma longa jornada começa sempre pelo primeiro passo.”
(Provérbio chinês)
APRESENTAÇÃO

A disciplina de Operações Unitárias A da Engenharia Química conta


com uma vasta literatura que, ao mesmo tempo em que permite um
aprofundamento no assunto, dificulta muitas vezes o entendimento de um
determinado assunto devido às diferentes formas que os autores o
apresentam. Na parte relativa ao estudo das BOMBAS não é diferente.
Esta apostila sobre BOMBAS foi elaborada a partir das fontes que
constam na seção “BIBLIOGRAFIA” e pretende servir como um grande
resumo a fim de facilitar o entendimento; de maneira alguma substitui a
consulta de livros especializados sobre o assunto.
Nos capítulos iniciais da apostila são apresentados os tipos existentes
de bombas (Capítulo 1) e a forma de escolha de uma bomba (Capítulo 2).
Alguns capítulos são pertinentes a todos os tipos de bombas, como o
Capítulo 3 (que trata da curva do sistema, das definições de rendimento e
dos cálculos de potência) e o Capítulo 5 (que trata sobre cavitação, cálculo
de NPSH, golpe de Aríete e escorva).
Na parte relativa às Turbobombas (Capítulos 4 e 7) são apresentadas
as curvas das bombas, as modificações causadas em suas curvas devido à
mudança de rotação e ao corte do rotor e devido à mudança do fluido.
Além disso, são apresentadas as equações gerais que regem o
comportamento das curvas das turbobombas e os diferentes tipos de
associações dessas bombas. A seleção e a especificação das turbobombas
são apresentadas no Capítulo 7.
Na parte relativa às Bombas Alternativas (Capítulo 8 e 10)
apresentam-se as vazões instantânea e média da bomba, a carga de
aceleração, a máxima pressão de descarga, o NPSH disponível na
instalação, a potência motriz necessária para o acionamento e as curvas das
bombas alternativas (Capítulo 10).
Na parte relativa às Bombas Rotativas (Capítulo 9 e 10) apresentam-
se o cálculo e o controle da vazão, a potência dessas bombas e as curvas
das bombas rotativas (Capítulo 10).
O dimensionamento de tubulações e a perda de carga são tratados
respectivamente nos Capítulos 6 e 11.
Fazem parte também desta apostila os anexos e uma lista de exercícios
também obtidos a partir da literatura. A lista de exercícios foi montada de
forma a abranger os mais diferentes tipos de problemas sobre bombas
encontrados na literatura.

Prof. Marcos Moreira


1

1. BOMBAS

Bombas são máquinas geratrizes, cuja finalidade é deslocar líquidos (puros,


misturas, pastas e suspensões) por escoamento. Sendo uma máquina geratriz, transforma
o trabalho mecânico que recebe de um motor (em geral, elétrico, a vapor ou de
combustão interna) em energia hidráulica sob as formas que o líquido é capaz de
absorver, isto é, energia potencial, de pressão e energia cinética.

Comumente as bombas classificam-se em:

- Turbobombas ou hidrodinâmicas, ou rotodinâmicas ou bombas de fluxo


- Bombas de deslocamento positivo ou volumétricas
- Bombas especiais

Turbobombas Centrífuga pura ou radial


Axial
Diagonais ou de fluxo misto
Deslocamento Rotativas Um só rotor Palhetas (vane pump)
positivo ou (Rotary pumps) Pistão rotativo (Rotary piston
volumétricas pump)
Elemento flexível (flow inducer or
peristaltic pump)
Parafuso (single screw pump)
Múltiplos Engrenagem (Rotary gear pump)
rotores Lobos (lobe pump)
Parafusos (screw pump)
Alternativas Diafragma Simplex Operado por fluido
(reciprocating (diaphragm ou
pumps) pump) Duplex ação mecânica
Pistão ou Duplo Simplex Acionada
êmbolo efeito por vapor
(piston (double (steam
pump) acting) drive)
Duplex
Simples Simplex Acionada
efeito Duplex por
(single Triplex motores
acting) Multiplex de
combustão
interna ou
elétricos

(Moraes Jr)
2

As bombas também podem ser classificadas quanto:

Trajetória do líquido no Centrífuga pura ou radial (centrifugal pump)


rotor Fluxo misto ou diagonal Hélico- centrífuga
(mixed flow) Helicoidal
Axial ou propulsora (axial flow)
Número de rotores Simples estágio (single stage)
empregados Múltiplo estágio (multistage)
Número de entradas para Aspiração simples ou entrada unilateral
aspiração Aspiração dupla ou entrada bilateral
Transformação da energia Difusor com pás guias entre o rotor e o coletor
cinética em energia de Coletor em forma de caracol ou voluta
pressão Difusor axial troncônico, com pás guias
Velocidade específica Centrífugas puras
De fluxo misto
axiais

1.1. Bombas de Deslocamento Positivo

As bombas de deslocamento positivo impelem uma quantidade definida do fluido


em cada golpe ou volta do dispositivo. Uma porção de fluido é presa numa câmara, e
pela ação de um pistão ou peças rotativas é impulsionado para fora. Desse modo, a
energia do elemento rotativo ou pistão é transferida para o fluido. A característica
principal dessa classe de bombas é que uma partícula líquida em contato com o órgão
que transfere a energia tem aproximadamente a mesma trajetória que a do ponto do
órgão com o qual está em contato. As bombas de deslocamento positivo podem ter
escoamento intermitente (alternativas) ou escoamento contínuo (rotativas).

1.2 Turbobombas

As turbobombas são bombas caracterizadas por possuírem um órgão rotatório


dotado de pás, chamado de rotor, que comunica aceleração à massa líquida,
transformando a energia mecânica que recebe de uma fonte externa de energia (motor
elétrico, por exemplo), em energia cinética. Essa aceleração, ao contrário do que se
verifica nas bombas de deslocamento positivo, não possui a mesma direção e o mesmo
sentido do movimento do líquido em contato com as pás.
As turbobombas dividem-se em centrífuga pura ou radial, axial e diagonais (ou de
fluxo misto).
3

2. ESCOLHA PRELIMINAR DA BOMBA

Quanto ao campo de emprego das bombas, as figuras abaixo apresentam as faixas


de emprego das bombas.

Campo de emprego das bombas

É possível verificar que as bombas de deslocamento positivo se aplicam para


cargas mais elevadas e vazões menores, enquanto que as turbobombas são utilizadas
para vazões elevadas e cargas menores.

Campo de emprego das bombas

Na figura acima é possível verificar que o campo de emprego das bombas também
pode ser dado como função do diâmetro específico e da velocidade específica. Baixas
velocidades específicas indicam o uso das bombas de deslocamento positivo, enquanto
que velocidades elevadas indicam o uso das turbobombas.
4

Velocidade Específica das Turbobombas

Suponhamos uma bomba que deva funcionar com n (rpm), Q (gal/min), H (ft) e
Pot (CV). Podemos imaginar uma bomba geometricamente semelhante a esta e que seja
capaz de proporcionar uma vazão unitária sob uma altura manométrica também unitária.
Uma tal bomba se denomina bomba unidade e o número de rotações com que iria girar é
denominado velocidade específica (embora se trate de um número de rotações e não de
uma velocidade) e designado por nS.
Calcula-se a velocidade específica por:

n.Q1/2
n S  3/4
H (1)

onde n é a rotação real da bomba em rpm, H é a altura manométrica total em ft, Q é a


vazão volumétrica em gal/min na rotação n e na altura manométrica H. O par (H,Q) é
relativo ao ponto de rendimento máximo da bomba. A velocidade específica, assim
como o diâmetro específico, presentes na figura anterior, podem ser deduzidos a partir
das equações de Série Homóloga apresentados na página 18 desta apostila.
As faixas normais de velocidade de rotação específicas para as turbobombas ficam
entre 500 e 15.000.

Bombas centrífugas puras: 500<nS<4.200

Bombas de fluxo misto: 4.200<nS<9.000

Bombas axiais: 9.000<nS<15.000

A escolha do tipo da bomba para preencher os requisitos operacionais do sistema


requer a análise das características de funcionamento de cada uma dessas máquinas
geratrizes. Quando mais de um tipo preencher esses requisitos um estudo técnico-
econômico se faz necessário.
Em muitos casos a prática consagrou certos tipos de bombas para determinadas
aplicações. Como exemplo, pode-se citar: a) a adição de flúor em quantidades bem
definidas na água de abastecimento de uma cidade é feita, quase que exclusivamente,
por uma bomba dosadora de deslocamento positivo; b) para se bombear a água de um
rio para a estação de tratamento e a água potável da base de um prédio até sua caixa
d’água é usual o emprego de bomba centrífuga e c) para transportar óleos viscosos,
melaços e tintas é comum o emprego de bombas rotativas.

Características de turbobombas e bombas de deslocamento positivo


Turbobombas Deslocamento positivo
Centrífuga Axial Rotativa Alternativa
Vazão Uniforme Uniforme Uniforme Pulsante
Auto-aspirante Não Não Sim Sim
Altura máxima 4,5 4,5 6,5 6,5
de sucção usual
5

(m)
Líquidos Limpos, Limpos, Viscosos e não Limpos e puros
operados abrasivos, com abrasivos, com abrasivos
partículas partículas
sólidas sólidas
Faixa usual de Baixa até 680 Média até Baixa até 227 Baixa até 114
3 3
vazão m /h 22.700 m /h m3/h m3/h
Com o decresce decresce Não se altera Não se altera
aumento da
pressão a vazão
Carga ou Baixa a alta Baixa a média Média até 600 Baixa a muito
pressão de (5.000 ft) (25 ft) psi ou 41 atm alta (100.000
descarga 2.163 psi para psi ou 6.800
água atm)
Viscosidade do Menor que Menor que Maior que Até 100.000
líquido (SSU*) 20.000 SSU 20.000 SSU 100.000 SSU SSU
(4.315,3 (21.576,4
centistokes) centistokes)
Usos típicos Instalações Circulação em Transporte de Alimentação de
prediais, circuito óleos minerais, caldeira,
irrigação, fechado, fluidos transporte de
resfriamento, grandes tixotróficos óleos e lamas,
suprimento de sistemas de como gorduras, muito usadas
água, esgotos irrigação melaços, colas, como bombas
pré-gradeados, compostos de dosadoras e
alimentação de celulose, tintas coletoras de
caldeira e e vernizes, amostras
extinção de fluidos
incêndio dilatantes como
(multiestágio) argamassas de
argila e amido
* SSU=cST x 4,6347
1 centistoke = 10-6 m2/s

Se a escolha for por uma turbobomba, cabe analisar as tabelas abaixo.

Classe da bomba gal/min máximo H(ft) máximo


Horizontais
-Simples estágio 600 225
-Dupla sucção 15.000 300
-Multiestágio 3.000 5.000
Verticais
-Fluxo misto 100.000 75
-Escoamento axial 100.000 25
6

Fator Horizontal Vertical


Espaço requerido Maior área Menor área, maior altura
NPSH Requer mais Requer menos
Flexibilidade para futuras Menor Maior
trocas
Manutenção Mais acessível Mais trabalhosa
Corrosão e abrasão Não é grande problema Pode ser um problema
considerável
Custo Menor Maior
Escorva Requerida em algumas Usualmente não requerida
siturações
NPSH-“Net Positive Suction Head” ou energia disponível na sucção.
Escorvar a bomba é o ato de expulsar o ar do seu interior pela adição do líquido para o
início da operação.

Líquido Bomba Impelidor


Água ou líquido limpo não Simples ou dupla sucção Fechado, exceto para
corrosivo, frio ou a capacidade muito baixa
temperaturas moderadas
Água acima de 120oC Simples ou dupla sucção. Fechado, exceto para
Em geral, a alimentação de capacidade muito baixa
caldeira e vasos
pressurizados requer
bombas de multiestágio
Hidrocarbonetos Simples sucção, Fechado, com maior
frequentemente de um tipo entrada
chamado bomba de
refinaria, projetada para
altas temperaturas
Suavemente ácido ou Simples ou dupla sucção Fechado, exceto para
alcalino capacidade muito baixa
Fortemente ácido ou Simples ou dupla sucção Fechado, exceto para
alcalino capacidade muito baixa
Quentes e corrosivos Simples sucção – bombas Fechado, exceto para
de refinaria capacidade muito baixa
Água com sólidos finos e Simples sucção Aberto
abrasivos

Para se determinar o tamanho da bomba e confirmar a escolha do tipo é necessário


entrar com os valores de altura manométrica (H) e da vazão (Q) nos catálogos de
seleção fornecidos por fabricantes.
7

3. CURVA DO SISTEMA, ALTURAS ENERGÉTICAS,


RENDIMENTOS E POTÊNCIAS

3.1 Curva do Sistema

Aplicando um balanço de energia mecânica entre a e r tem-se:

Pr  Pa (ub )
2
2. f .LT .ub 2
  g.H o   We  0 (2)
 2 D

Isolando We e dividindo todos os termos por g tem-se:

P  Pa (ub )
2
We 2. f .LT .ub 2
 r   Ho  (3)
g  .g 2g g.D

Fazendo

   .g (peso específico) (4)


e
2. f .LT .ub 2
H  (5)
g.D

tem-se:
8

(ub )
2
We Pr Pa
    H o  H (6)
g   2g

ou

(ub )
2
Pr Pa
H MAN     H o  H (7)
  2g

A equação (7) é conhecida como CURVA DO SISTEMA.


A altura manométrica da instalação ou altura manométrica total nada mais é
do que a energia necessária para que a operação ocorra nas condições exigidas de vazão
e pressão.
Supondo desprezível a variação de energia cinética, então:

Pr Pa
H MAN    H o  H (8)
 

Quando ambos reservatórios estão sujeitos à mesma pressão, então:

H MAN  Ho  H (9)

3.2 Altura Útil de Elevação (HU)

É a energia que a unidade de peso de líquido adquire em sua passagem pela


bomba e é dada por:

H H H
U D S
(10)

A figura a seguir representa a bomba do sistema anterior apresentando os pontos


de sucção e de descarga da bomba.

As alturas de descarga e de sucção da bomba são dadas por:


9

2
PD u b-descarga
HD    ZD
 2.g (11)

2
PS u b-sucção
HS    ZS
 2.g (12)

Substituindo (10) e (11) em (9):

P P  u u 
2 2

H  D S
    Z  Z
b-descarga b-sucção
 (13)
    2.g 2.g 
U D S

A Equação (7) é empregada na fase de projeto da instalação (seleção da bomba),


enquanto que a Equação (13) é empregada quando a instalação já está executada e
dispõe de um manômetro na descarga da bomba e um vacuômetro na sucção. Para se
obter o valor absoluto da pressão PD através do manômetro é necessário somar o valor
da pressão atmosférica do local. Para se obter o valor absoluto da pressão P S pelo
vacuômetro é necessário diminuir da pressão atmosférica do local a leitura do
vacuômetro.
Supondo que as variações das energias cinética e potencial sejam desprezíveis,
então:

P P  P P
H  D S
 MAN VAC (13.1)
   
U

Como a energia necessária para que o sistema opere deve ser igual à energia
efetiva ou útil que a bomba fornece, então HMAN deve ser igual a HU, logo a altura
manométrica do sistema pode ser obtida diretamente das medidas de um vacuômetro à
entrada da bomba e de um manômetro à sua saída.

3.3 Altura Total de Elevação (HE)

É a energia total que o rotor deve fornecer a cada kgf de líquido. Leva em conta as
perdas de natureza hidráulica (atritos, turbilhonamentos) ocorridas no interior da bomba,
de modo que seu valor é igual à soma da altura útil com as perdas de energia no interior
da bomba.

3.4 Altura Motriz de Elevação (HM)

É a energia que deve ser fornecida ao rotor por kgf de líquido escoado para que
vença o trabalho resistente mecânico desenvolvido nos mancais e ceda ao rotor a
energia total de elevação.
10

A figura a seguir apresenta um esquema da relação das energias H M, HE e HU.

3.5 Rendimentos

Rendimento Hidráulico

H (13.2)
η 
H
U

H E

Rendimento Mecânico

H (13.3)
η MEC
 E

H M

Rendimento Total

H (13.4)
η TOTAL
 U

H M

Rendimento Volumétrico

Q (13.5)
η 
Qq q
VOL

I E

onde Q é a vazão de descarga da bomba, qE é a vazão volumétrica perdida para o


exterior devido às fugas ou vazamentos através da folga entre o eixo e a caixa da bomba
e qI é a vazão volumétrica recirculante.

3.6 Potências

Potência Útil

Pot   .Q.H
U U
(13.6)
11

Potência Total de Elevação

Pot   .Q.H
E E
(13.7)

Potência Motriz, Mecânica ou Efetiva

Pot   .Q.H
M M
(14)

É a potência que deve ser fornecida pelo motor, ou seja, é a potência instalada.
Num primeiro estágio, a potência instalada recomendável deve ser a potência do motor
comercial imediatamente superior à potência calculada (potência necessária ao
acionamento), tendo em vista que a fabricação dos motores ocorre para potências
determinadas, ou seja, a faixa de potências não é contínua.
A potência necessária ao acionamento será dada por:

 .Q.H  .Q.H (15)


Pot   .Q.H  U

η η
M M

TOTAL

onde  é o rendimento total e H é a altura útil ou a altura manométrica da instalação.


A potência necessária ao acionamento pode ser obtida também pelo gráfico
intitulado “A potência dos motores elétricos de grupos elevatórios” no anexo desta
apostila.
A partir do valor calculado de potência de (15), alguns projetistas recomendam as
seguintes margens de segurança:

Potência calculada Margem de segurança


Até 2 CV 50%
De 2 a 5 CV 30%
De 5 a 10 CV 20%
De 10 a 20 CV 15%
Acima de 20 CV 10%

Finalmente, para a determinação da potência instalada, são os motores elétricos


nacionais normalmente fabricados com as seguintes potências em CV: ¼, 1/3, ½, ¾, 1, 1
½, 2, 3, 5, 6, 7 ½, 10, 12, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 60, 80, 100, 125, 150, 200, 250.
1HP=1,01417CV
12

4. TURBOBOMBAS

Conforme as posições relativas do movimento geral do líquido e do eixo de


rotação do rotor ou impelidor, as turbobombas classificam-se em: (a) centrífugas puras
(ou radiais); (b) axiais (ou propulsoras ou helicoidais) e (c) diagonal (ou de fluxo
misto).

Bomba centrífuga Bomba axial

Bomba Centrífuga

O rotor pode ter o eixo da rotação horizontal ou vertical, de modo a se adaptar ao


trabalho a ser executado. Os rotores fechados geralmente são mais eficientes. Os do tipo
aberto ou semi-aberto são usados para líquidos viscosos ou líquidos que contém
materiais sólidos, e em bombas pequenas para serviços gerais.
13

Rotores (a) fechado, (b) semi-aberto e (c) aberto.

O outro elemento de grande importância em uma turbobomba é o difusor. O


líquido, após ser energizado no rotor, adquire grande velocidade, não sendo possível, e
nem recomendável a sua injeção direta na tubulação porque a perda de carga seria
intensa, de vez ser esta função do quadrado da velocidade. Assim o líquido expelido
pelo rotor é encaminhado ao difusor, a quem compete:

- Transformar a energia cinética do líquido em energia de pressão


- Coletar o líquido expelido pelo rotor e encaminhá-lo à tubulação de recalque

Existem os seguintes difusores: Caixa espiral ou voluta, difusor de palhetas


diretrizes e difusores tronco-cônicos.

(a) carcaça em voluta (b) carcaça com difusores


1) entrada do fluido, 2) eixo motriz, 3) rotor, 4) saída do fluido, 5) carcaça, 6) difusor,
7) voluta

Nas bombas centrífugas puras ou radiais o deslocamento do fluido através do


rotor se processa preferencialmente na direção do raio do rotor. Pela sua simplicidade,
se prestam à fabricação em série, sendo generalizada sua construção e estendida sua
utilização à grande maioria das instalações comuns de água limpa, descargas de 20 a
2000 m3/h e até mais, e para pequenas, médias e grandes alturas de elevação.
O mineroduto Samarco Mineração S.A., que conduz a polpa ou slurry do minério
de ferro da mina da Germano, no município de Mariana-MG, até a usina de pelotização
localizada em Ponta Ubá, no município de Anchieta, a 80 km ao sul de Vitória-ES,
utiliza sete bombas centrífugas de 1250 CV. O mineroduto tem 400km de extensão e foi
construído em aço-carbono. A tubulação tem diâmetro de 50 cm. A polpa contém 61%
em massa de minério e 39% em massa de água. A velocidade de escoamento é de
1,7m/s. A vida útil da tubulação está estimada em 20 anos.
14

4.1 Curvas das Turbobombas

Altura Manométrica da Bomba

A altura manométrica desenvolvida por uma bomba é a quantidade de energia


absorvida por 1(um) quilograma de fluido que a atravessa. A altura manométrica é
função da rotação de acionamento, de dimensões da bomba e do acabamento interno
(determinado pelo rendimento hidráulico).
  2 Q.n 
H man(B)  H  U 2  cotg 2  (16)
gPfl  60.b 2 
Q vazão recalcada
n número de rotações
U2 velocidade tangencial na saída
2 ângulo entre U2 e a direção tangente ao perfil da palheta na saída
d2 diâmetro externo do rotor
b2 largura do rotor na saída
Hrendimento hidráulico

O coeficiente de Pfleiderer é dado como:


  r2 
Pfl  1  2 . 2 2 2  (17)
Z  r2  r1 
Z número de palhetas
 coeficiente tabelado em função de 2
r1 raio interno do rotor
r2 raio externo do rotor

Analisando a equação (16) verifica-se que existe uma relação entre Hman da
bomba e a vazão recalcada. Essa é uma das equações características da bomba, altura
manométrica da bomba versus vazão recalcada.
Dependendo das características da bomba, sua curva (H man, Q) levada a um
diagrama cartesiano poderá assumir um dos aspectos mostrados abaixo.

Relacionando a curvatura mais ou menos acentuada das mesmas com o tipo de


15

rotor, pode-se afirmar:

- Tipo FLAT: rotor radial


- Tipo RISING: rotor diagonal
- Tipo STEEP: rotor axial

Quanto às curvas do tipo INSTÁVEL e DROOPING, devem e são sempre


evitadas pelas muitas anomalias funcionais que provocam (a curva tipo DROOPING é
típica de rotores que possuem as palhetas com ângulos 2>90o, ou seja, palhetas
inclinadas para frente).

Curvas (Pot, Q) e (, Q)

Também são de grande importância as curvas de potência e rendimento da bomba


em função da vazão recalcada. As figuras abaixo apresentam os aspectos de tais curvas
para os rotores do tipo radial e do tipo axial.

Potência e rendimento versus vazão para rotores radiais.

Potência e rendimento versus vazão para rotores axiais.

O aspecto achatado das curvas do rendimento das bombas centrífugas (radiais)


mostra que tal tipo de bomba é mais adequado para trabalhar em instalações onde há
necessidade de variar a vazão.

A potência necessária ao acionamento cresce com a vazão nas bombas centrífugas


e decresce nas axiais.

Atenção especial deve ser dada às bombas radiais na queda da altura manométrica
e às bombas axiais no aumento da altura manométrica.
16

Influência da Rotação nas Curvas de uma Bomba

A variação da rotação de uma bomba altera suas curvas características (veja a


equação 14). A variação de rotação pode ser obtida com:

- motor elétrico de corrente contínua: basta atuar no reostato e modificar as condições


do campo magnético. A exigência de corrente contínua, contudo, torna o processo
pouco comum, a não ser quando se usa motor especial (motor Schrage);

- motor elétrico de corrente alternada: exige um variador mecânico de rotação,


intercalado entre a bomba e o motor ou, pelo menos, alguns jogos de pares combinados
de polias com diferentes relações de diâmetros para acionamento por correias;

- motores de combustão interna: a variação de rotação é facilmente obtida através da


variação da aceleração, o que vem a ser uma vantagem deste tipo de motor de uso muito
comum nos sistemas de irrigação.

Quando a rotação da bomba é alterada, mas a eficiência é mantida constante,


podemos utilizar as equações de Rateaux para encontrar a nova curva característica da
bomba a partir da curva conhecida. Essas relações são dadas por:

Q' n'
 (18)
Q n
2
H'  n' 
  (19)
H n
3
Pot'  n' 
  (20)
Pot  n 

A figura a seguir apresenta a curva característica de bombas com rotações n e n’.


A partir da curva característica de uma das bombas e usando as relações acima
(Equações de Rateaux), é possível construir a curva característica da outra bomba.

Elevando ao quadrado (18) e igualando a (19) tem-se:


17

Q2 Q'2
  cte (21)
H H'

A equação (19) é a parábola de iso-eficiência das bombas considerando rotação


constante. Na figura abaixo apresentam-se algumas parábolas de isoeficiência.

Cortes nos Rotores

Quando o diâmetro do rotor de uma bomba é reduzido, mantendo-se a eficiência


e a rotação constantes, tem-se que:
Q'  d' 
2
(22.1)
 
Q d
2
H'  d' 
  (22.2)
H d
3
Pot'  d' 
 
Pot  d  (22.3)

A maioria das referências utiliza a equação (22.1), ou seja, a variação da vazão se


dá com o quadrado do diâmetro, mas existe na literatura informação de que a variação
da vazão é diretamente proporcional à variação do diâmetro para cortes de até 20% que
não sejam em bombas centrífugas lentas com rotor de discos paralelos.
18

Série Homóloga

É o conjunto de bombas de tamanhos diferentes, porém com as mesmas


proporções, geometricamente semelhantes. Essas bombas respeitam as seguintes
equações:
Q' n'  D' 
3

(23.1)
 . 
Q n D

H'  n'   D' 


2 2

   .  (23.2)
H n D

Pot'  n'   D' 


3 5

   .  (23.3)
Pot  n   D 

Outras Influências sobre a Curva da Bomba

A curva da bomba pode ser afetada pela viscosidade e massa específica do


fluido, pela temperatura de trabalho, a qual afeta a viscosidade e a massa específica do
fluido e pelo tempo de uso da bomba.
Resumindo as várias interdependências, podem ser escritas as equações que
seguem:
Q' n'  D'  η '
3

(23.4)
 .  . VOL

Q n D η VOL
19

H '  n'   D'  η '


2 2
(23.5)
   .  .
E H

H n D η
E H

Pot '  '  n'   D'  η


3 5

' (23.6)
 .  .  .
M TOTAL

Pot  n D η


M TOTAL

Influência do peso específico Influência do tempo de uso da bomba


gasolina (=720kg/m3)

Influência da viscosidade do fluido nas curvas características da bomba. (a) curva


(H,Q); (b) curva (Pot, Q) e (c) curva (,Q)
20

4.2 Ponto de Operação para as Turbobombas

O ponto de operação é a condição de vazão a ser recalcada e de altura


manométrica total em que um sistema irá operar. O ponto de operação é dado pela
intersecção da curva de altura manométrica do sistema dada por:

H(S)  Ho  H (9)

com a curva de altura manométrica da bomba, dada por:

H  Q.n 
H (B)   U 22  cotg 2 
gPfl  60.b 2 
(16)

A Figura abaixo apresenta o ponto de operação encontrado pela intersecção da


curva do sistema com a curva da bomba.

H
H(S)

H(B)

H

Ho

O ponto de operação pode ser alterado ou por alteração na curva do sistema, ou


por alteração na curva da bomba, ou por alteração de ambas as curvas.

A variação na curva da bomba pode ser obtida das seguintes maneiras:


- Para o mesmo diâmetro de rotor, mudando a rotação de acionamento (n)
- Para a mesma rotação de acionamento, mudando o diâmetro do rotor (d).
21

A variação na curva do sistema a bomba pode ser obtida das seguintes maneiras:
- Variação da altura bruta Ho e/ou das pressões de aspiração e recalque
- Variação da perda de carga H

Quando há a variação na curva da bomba e na curva do sistema, o novo ponto de


operação não se conserva nem sobre a curva inicial da bomba e nem sobre a curva
inicial do sistema.

Alteração do ponto de operação por mudança em Ho.

Variação da curva do sistema por fechamento parcial de registro.

4.3 Associação de Bombas Centrífugas

As bombas centrífugas podem perfeitamente trabalhar em paralelo ou em série.


Todavia é necessário ter-se em conta as modificações que ocorrerão no sistema e a
influência dessas modificações nas curvas características das bombas.
A associação em paralelo tem como objetivo aumentar a vazão recalcada e dar ao
sistema uma maior flexibilidade de demanda.
22

Bombas em paralelo

Nas associações em paralelo devem ser somadas as vazões correspondentes à


mesma altura manométrica. Assim para duas bombas em paralelo tem-se:
Q  Q1  Q2 (24)

H  H1  H2 (25)

P  P1  P2 (26)

Q1  Q 2 1 2

 2 Q1  1Q 2 (26.1)

A associação em série tem como objetivo vencer alturas manométricas


relativamente elevadas, quando se torna necessário o desenvolvimento de grandes
pressões.

Bombas em série

Nas associações em série, a característica da associação é obtida somando-se as


alturas manométricas correspondentes às mesmas vazões. Assim para duas bombas em
série tem-se:
Q  Q1  Q2 (27)

H  H1  H2 (28)

P  P1  P2 (29)
H  H 2 1 2
 1
 2 H 1  1 H 2 (29.1)

Associação em Paralelo de Bombas Iguais com Curvas Estáveis

A seguir a figura apresenta a associação em paralelo de bombas iguais com


curvas estáveis.
23

Cada bomba fornecerá, por serem iguais, uma vazão QA igual à metade da vazão
total Qt, desenvolvendo a mesma pressão HA. Isoladamente, qualquer uma das bombas
trabalhará com vazão Q’ e altura manométrica HA', o que nos leva às seguintes
observações:
- Posta a operar isoladamente no sistema, a bomba recalca uma vazão maior do que
quando associada em paralelo (Q’>Q A) e requer uma potência de acionamento maior, o
que implica na necessidade de seleção de um motor capaz do atendimento desse ponto
(caso de bombas radiais).
- Igualmente importante é observar que o NPSH requerido na operação isolada é maior
que o NPSH requerido quando do funcionamento em paralelo (NPSH r’>NPSHr).

Associação em Paralelo de Bombas Diferentes com Curvas Estáveis

A associação em paralelo de bombas diferentes com curvas estáveis é viável,


devendo, contudo e sempre que possível, ser evitada, pelos muitos problemas que
podem aparecer.
Sejam B1 e B2 as curvas características de duas bombas diferentes na figura a
seguir, as quais deverão ser postas a trabalhar em paralelo nos sistemas S1 e S2,
respectivamente.

1oCaso: Sistema S1. É o caso viável da associação em paralelo de bombas diferentes


com curvas estáveis. Nesse caso:
- Funcionando apenas a bomba B1: a vazão recalcada será Q1 e a altura manométrica
desenvolvida será H1.
- Funcionando apenas a bomba B2: a vazão recalcada será Q2 e a altura manométrica
desenvolvida será H2.
- Funcionando B1 em paralelo com B2: a vazão recalcada será Q t e a altura
24

manométrica será Ht.

2oCaso: Sistema S2. Se a altura manométrica a ser desenvolvida for maior ou igual a
HC, a bomba B1 estará operando a vazão nula (Q1=0), não tendo, assim, sentido a
associação em paralelo.

Associação em Paralelo de Bombas Iguais com Curvas Instáveis

As bombas deverão trabalhar com alturas manométricas totais inferiores à


correspondente ao ponto de vazão nula (shutoff), para evitar a possibilidade de operação
instável.
25

Trata-se de uma associação em paralelo pouco recomendável pelos inconvenientes


funcionais que apresenta, principalmente quando o sistema for S1. Ligando-se a
primeira bomba no sistema S1, ela irá recalcar à vazão Q 1 e desenvolver a altura
manométrica H1, que atuará sobre a válvula de retenção da segunda bomba. Assim, dada
a partida na segunda, tudo se passará como se esta estivesse partindo com o registro
fechado, desenvolvendo uma pressão H<H1, e, portanto, não descarregando no sistema.
Desta forma, apresenta-se problemática a colocação da segunda unidade em
funcionamento, o que só ocorre normalmente quando a altura total desenvolvida na
associação for menor que a altura correspondente à vazão nula de uma única bomba
(caso do sistema S2, quando H2<H).

Associação em Paralelo de duas Bombas em Níveis Diferentes

Considere a situação abaixo onde temos duas bombas diferentes em níveis


diferentes.

Como fazer para determinar o ponto de operação do sistema e também para


determinar a vazão que será recalcada por cada uma das bombas ?
Primeiro traçam-se as curvas das bombas (curvas 1 e 2 na figura a seguir).
Depois traçam-se as curvas de perda de carga de cada um dos trechos (curva 3:
trecho AC; curva 4: trecho BC; curva 5: trecho CD). As curvas 3, 4 e 5 são então
deslocadas nos respectivos valores de alturas estáticas de cada trecho gerando então as
curvas 3’, 4’ e 5’.
Subtraímos então das ordenadas da curva da bomba I as ordenadas da curva 4’ e
das ordenadas da curva da bomba II as ordenadas da curva 3’ e obteremos as curvas 6 e
7. As curvas 6 e 7 podem ser encaradas como curvas de duas bombas diferentes em
paralelo e em mesmo nível. Somamos então as abcissas das curvas 6 e 7 e obteremos a
curva 8. A intersecção da curva 8 (curva da bomba resultante) com a curva 5’ (curva do
sistema) fornecerá o ponto de operação do sistema. Os pontos X, Y e Z fornecemas
descargas para a bomba II, para a bomba I e para ambas as bombas (I+II),
respectivamente.
26

Associação de Bombas em Série

Para se obter a curva característica resultante da associação de duas bombas em


série, sejam elas iguais ou diferentes, basta somar para cada valor de vazão, as alturas
manométricas correspondentes a ambas bombas.
A associação de rotores em série numa mesma carcaça apresenta a vantagem da
não multiplicação da casa de bombas, dos órgãos de acionamento e dos órgãos de
comando e controle da operação. Na associação em série de bombas (e não de rotores),
deve-se observar que o flange de sucção da segunda bomba e também a sua carcaça
suportem a pressão de descarga da primeira bomba.
27

5. CAVITAÇÃO, GOLPE DE ARÍETE E ESCORVA

5.1 Cavitação

Se na entrada do impelidor, a pressão for inferior à pressão de vapor do líquido


circulante (na temperatura em que este se encontra) inicia-se o processo de vaporização
do mesmo. Nessas condições uma grande bolha de vapor poderá aparecer na seção de
entrada da bomba e interromper a circulação do fluido. Em vez de bolha única, pode
ocorrer a formação de bolhas múltiplas que, ao atingirem regiões de maior pressão
dentro da bomba, sofrem um colapso (implosões audíveis seguidas de vibrações devidas
ao desiquilíbrio) e retornam à fase líquida. Esse colapso, sendo acompanhado de ondas
de choque, provoca corrosão, desgastando e até mesmo destruindo pedaços dos rotores e
dos tubos de aspiração junto à entrada da bomba. O fenômeno de formação e destruição
das bolsas de vapor, ou cavidades preenchidas com vapor, denomina-se cavitação.
Além da danificação do material com a remoção de partículas metálicas (pitting),
outros inconvenientes da cavitação são o ruído devido ao fenômeno da implosão, a
vibração da máquina pelo desbalanceamento e a queda no rendimento da bomba com a
alteração das curvas características.

Foto de um rotor de bomba centrífuga desgastado por cavitação

N.P.S.H. (Net Positive Suction Head) disponível e requerido

Aplicando o teorema de Bernoulli entre os pontos de captação do líquido (“0”) e


de entrada na bomba (“1”) tem-se:

P1  P0 (ub )
2

  H  H 01  0 (30)
 2g

Isolando H tem-se:
28

P0  P1 u  ub 0
2 2
H  b1  H01 (31)
 2g

O fenômeno de cavitação ocorre quando pvp1, assim HMAX para que não haja
cavitação deve ser:

P0  Pv u  ub 0
2 2
H MAX   b1  H01
 2g (32)

ou

P0  Pv
H MAX   Hdin  H01 (33)

Considerando-se p0=patm então deve-se lembrar que a pressão atmosférica varia


com a altitude:

Patm
 10  0,0012.A (34)

onde A é a altura do local da instalação em metros.

Sendo H01=H0+H* onde H0 é a perda na sucção e H* é a perda localizada


de pressão devido à geometria ou ao tipo de rotor, assim

P0  Pv
H MAX   Hdin  H0  H* (35)

Rearranjando (35) tem-se:


P0  Pv
Hdin  H*   HMAX  H0 (36)

onde

N.P.S.H.requeridopela bomba  Hdin  H* (37)

P0  Pv
N.P.S.H.disponívelna instalação   H  H0 (38)

ou por definição:
29

2
Psucção v sucção Pv
N.P.S.H.disponívelna instalação    (38.1)
 2g 

H na equação acima é a diferença entre o valor de z (coordenada axial) na entrada


da bomba e de z no ponto de captação.

O eixo z deve ser colocado em sentido oposto ao da gravidade.


Assim, quando a bomba está abaixo do ponto de captação (sucção negativa) o
valor de H é negativo, e quando a bomba está acima do ponto de captação (sucção
positiva) o valor de H é positivo.
Assim para que não haja cavitação deve-se ter:

N.P.S.H.disponívelna instalação  N.P.S.H.requerido pela bomba (39)

Devido a possíveis oscilações, por exemplo, na pressão e na temperatura do


fluido, é comum adicionar-se, por motivo de segurança, de 0,5 a 1,0 m.c.f. ao NPSH req.
Então:

NPSH.disp  NPSH.req  1,0m.c. f . (40)

Para evitar a cavitação deve-se atentar para a altura (distância vertical) de


colocação da bomba em relação ao ponto de captação. A cavitação é favorecida à
medida que a bomba é colocada cada vez mais acima do ponto de captação. Em muitas
situações práticas a bomba precisa ficar distante horizontalmente do ponto de captação
(facilidade de manutenção ou proteção contra intempéries) e nesses casos torna-se
necessário o cálculo da máxima distância horizontal que a bomba pode ficar em relação
à captação para que não ocorra cavitação.
Para um sistema já instalado, que opera sem cavitação com uma determinada
vazão Q1, deve-se ter em conta que um aumento da vazão para Q2 pode levar à
cavitação. Para descobrir o valor da vazão para a qual o sistema passa a operar com
cavitação basta encontrar a intersecção da curva (NPSH req x Q – fornecida pelo
fabricante) com a curva (NPSHdisp x Q – curva do sistema).

Cálculo Aproximado do N.P.S.H. requerido

O cálculo a seguir só tem sentido quando não existir a curva de NPSH req em
função da vazão recalcada e somente é válido para pontos da curva (H man, Q) próximos
do ponto de máximo rendimento.
O valor de H* pode ser dado por:
H*   .H (41)

onde nas proximidades do ponto de máximo rendimento tem-se:

  1,2.10-3 3 n S4 (42)
sendo que
30

n Q
nS  (43)
H 3/4
Observação: Além de tomar n em rpm, Q em m3/s e H em metros, lembrar que a
velocidade específica define-se para valores de n, Q e H do ponto de máximo
rendimento.
Pode-se, assim, usando as expressões acima calcular o NPSH requerido nas
proximidades do ponto de máximo rendimento.
Substituindo (43) em (42) e (42) em (41) e o resultado em (37) obtém-se:

NPSH  1,2.10 n Q
R
3 4/3 2/3
(43.1)

onde o NPSH requerido é dado em metros, a rotação em rpm e Q em m3/s.

5.2 Golpe de Aríete

Golpe de Aríete (“Water-hammer”) é a variação de pressão que ocorre nos


encanamentos quando as condições de escoamento são alteradas pela variação da
descarga. Assim, o fechamento de uma válvula, a variação na carga demandada a uma
turbina e que determina mudança na admissão da água, o desligamento da energia que
alimenta o motor de uma bomba são causas de modificação na velocidade de
escoamento da água e, portanto, da força viva e da energia cinética de escoamento.
Ao ocorrer, por exemplo, o fechamento de uma válvula na extremidade de um
encanamento, como a energia cinética do escoamento não pode anular-se, esta energia,
ou parte dela, transforma-se em energia de pressão, aumentando a pressão em relação à
que reinava antes de ter havido a perturbação. Esta sobrepressão é o Golpe de Aríete,
um dos chamados fenômenos transitórios ou transientes hidráulicos, que são
ocorrências transitórias no escoamento, motivadas pela variação de uma grandeza
definidora do escoamento.
A energia de pressão resultante do Golpe de Aríete se converte em trabalho de
compressão do líquido e de deformação das paredes dos encanamentos, de peças,
válvulas e órgãos de máquinas, em locais até onde a onda de sobrepressão se propaga.
A velocidade com que a onda de choque se propaga no Golpe de Aríete, ou a
Celeridade, é dada por:
9900
C
D
48,3  K.
e (44)
onde D é o diâmetro do encanamento em metros, e é a espessura do encanamento em
metros e K tem valor de 0,5 para o aço, 1,0 para o ferro fundido, 5 para o concreto e 18
para o tubo de PVC rígido.
O Golpe de Aríete pode ser minimizado com o emprego de: Volantes de Inércia,
Ventosas, Reservatórios Unidirecionais, By-pass, Chaminés de Equilíbrio,
Reservatórios Hidropneumáticos, Válvulas de Alívio e Válvulas de Retenção.
O golpe de aríete também apresenta uma vantagem quando bem utilizado. Esse
fenômeno hidráulico pode ser utilizado para o bombeamento de água através das
bombas de aríete ou carneiro hidráulico. A vantagem desse sistema é que não necessita
de energia elétrica para o funcionamento, apenas energia potencial. As desvantagens
31

estão na baixa vazão do sistema e o desperdício de água. A figura a seguir apresenta um


esquema do sistema de bombeamento através do golpe de aríete.

Bomba de aríete ou carneiro hidráulico

“A” representa o local de captação e “G” o reservatório para onde a água é


recalcada. “D” representa a bomba de aríete ou carneiro hidráulico.

5.3 Escorva
Entende-se por escorva de uma bomba o ato de encher a carcaça da mesma e a
tubulação de sucção do líquido a ser bombeado, antes do acionamento do motor, sem o
que não conseguem as bombas comuns retirar o ar do seu interior e iniciar a operação de
bombeamento.
Algumas formas de escorva são:

- Manual: É a escorva feita através do cálice, colocando-se o líquido que será bombeado
diretamente na bomba.
- “By-pass”: Consiste de uma tubulação de derivação, às vezes, já fazendo parte da
própria válvula de retenção e que permite o uso da água existente acima desta válvula
para o escorvamento, bastando para tal, apenas abrir o registro do “by-pass”.
32

- Reservatório auxiliar: Este reservatório é articulado ao sistema e abastecido pela


própria bomba, quando há funcionamento normal. Perdida a escorva por uma razão
qualquer, basta abrir a torneira do reservatório auxiliar e, por gravidade, a água escoa
para a bomba e para a tubulação de sucção.
33

6. DIMENSIONAMENTO DE TUBULAÇÕES

Os diâmetros das tubulações de sucção e de recalque são, em geral, maiores que


os das entradas e saídas das bombas. Este aumento de diâmetro visa a redução da
velocidade do fluido o que acarreta menor perda de carga, menor altura manométrica,
menor potência e menor possibilidade de ocorrer “golpe de aríete” no recalque. Porém,
quanto maior o diâmetro, maior será o custo da tubulação e do isolamento térmico (se
houver). Dessa forma, torna-se necessária uma escolha equilibrada, ou seja, a escolha de
um diâmetro econômico.
Existem vários métodos para a obtenção do diâmetro da tubulação. O Quadro
abaixo apresenta de maneira resumida o método a ser aplicado para a condição
especificada.

Quadro 1. Método para a obtenção do diâmetro da tubulação (Moraes Jr).


Tubulações para transporte de água - Equação de Bresse
- Equação de Forscheimmer
- Gráfico da Sulzer
Tubulações em Geral - Método da Velocidade Econômica
- Método da Perda de Carga
Tubulações para planta piloto - Vilbrandt e Dryden
Indústrias químicas e refinarias de - Perry 5ª edição pág.5-30
petróleo - Eq. Generaux (turbulento)
- Eq. Sarchett/Colburn (laminar)
Grandes tubulações (gasodutos e Requerem o cálculo detalhado para a
oleodutos) e tubulações especiais minimização dos custos

Equação de Bresse

Para as linhas de recalque de pequeno diâmetro com funcionamento contínuo, na


escolha do diâmetro do encanamento, usa-se a fórmula de Bresse, na qual está implícita
a fixação de uma velocidade média econômica.

D  K. Q
(45)
onde D é o diâmetro da linha de recalque em m, Q é a vazão volumétrica em m3/s e K é
um fator que varia de 0,8 a 1,3. Um valor muito comum para K é 1,0. Para a linha de
sucção, adota-se o diâmetro comercial imediatamente superior. Quando o diâmetro
calculado pela fórmula de Bresse não coincidir com um diâmetro comercial, é
procedimento usual admitir o diâmetro comercial imediatamente superior para a linha
de sucção e o comercial inferior para a linha de recalque.

Equação de Forscheimmer

D  1,3.Q .h F / 24


0, 5 0, 25
(46)

onde D é o diâmetro do encanamento de recalque em m, Q é a descarga da bomba em


m3/s e hF é o número de horas de funcionamento no período de 24 horas.
34

A norma fixa a vazão mínima da bomba como sendo igual a 15% do consumo
diário. Macintyre sugere adotar como base os seguintes tempos de funcionamento para a
bomba em cada 24 horas:

- prédios de apartamentos e hotéis: 3 períodos de 1,5 horas cada


- prédios de escritórios: 2 períodos de 2 horas cada
- hospitais: 3 períodos de 2 horas cada
- indústrias: 2 períodos de 2 horas cada

Gráfico da Sulzer

Conhecendo-se a vazão, entra-se com esse valor na abcissa e os pontos gerados


pelos cruzamentos das linhas presentes no gráfico com a linha vertical da vazão
indicarão os diâmetros internos de sucção e recalque (em mm). O gráfico da Sulzer se
encontra nos anexos desta apostila.

Método da Velocidade Econômica

O dimensionamento do diâmetro para o transporte de líquidos e gases pode ser


feito simplesmente dado por:
4.Q
D
 .v (47)

onde a velocidade v é dada por valores consagrados pela prática. Veja a tabela a seguir.

Tabela 1. Valores de velocidade econômica.


Fluido/aplicação V (m/s)
Água/sucção de bomba 1,0 a 1,5 (referência: Carvalho)
Água/descarga de bomba 1,5 a 2,5 (referência: Carvalho)
Água/redes em cidade 1,0 a 2,0
Água/redes em instalações industriais 2,0 a 3,0
Água/ alimentação de caldeira 2,5 a 3,0
4,0 a 8,0 (referência: Telles)
2
Vapor/até 2kgf/cm -saturado 20 a 40
2
Vapor/de 2 a 10kgf/cm 40 a 80
Vapor/mais de 10kgf/cm2 80 a 200
Ar comprimido/longas distâncias 5,0 a 7,0
Ar comprimido/dentro da fábrica 10
Ar comprimido/linhas flexíveis 15 a 20
Fluido frigorífico/condensador ao receptor Até 0,61
Fluido frigorífico/receptor à válvula de 0,5 a 1,25
expansão
Fluido frigorífico/linha de sucção 5,0 a 10,0
Fluido frigorífico/linha de descarga 5,0 a 25,0
Ar condicionado 5,0 a 10,0
Hidrocarbonetos líquidos/linha de sucção 1 a 2
35

Hidrocarbonetos líquidos/outras linhas 1,5 a 2,5


Hidrocarbonetos gasosos 25,0 a 30,0

OBS: A velocidade econômica nem sempre pode ser aplicada no dimensionamento de


tubulações, pois não leva em conta fatores importantes como corrosão, a incrustação e
uma futura mudança de vazão no processo.

Método de Vilbrandt e Dryden

Vilbrandt e Dryden fornecem velocidades práticas de fluidos em tubulações. São


particularmente empregados no dimensionamento de plantas piloto, uma vez que a
incrustação e a corrosão, geralmente presentes, causam um rápido entupimento nas
tubulações de pequeno diâmetro calculada pelo método da velocidade econômica.

Tipo de fluido Aplicação v, Velocidade, m/s


D, diâmetro interno em
metros
Líquidos não viscosos Sucção de bomba v=0,4+1,92.D
(<10cP) água, álcool, etc. Descarga de bomba v=1,22+6,00.D
Tubulações em geral 1,52<v<2,13
Tubulações por gravidade 0,15<v<0,30
Líquidos viscosos (>10cP), Sucção de bomba v=0,06+0,6.D
frações de petróleo Descarga de bomba v=0,15+1,2.D
Tubulações em geral v=0,3+6,0.D
Gases P<100psig 15<v<30,48
p>100psig 30,48<v<60,96

O método para se obter o diâmetro interno D pelas equações de Vilbrandt e


Dryden é iterativo. Primeiramente (a) chuta-se D, (b) calcula-se a velocidade para o
fluido desejado utilizando as equações acima, (c) obtém-se um novo valor de D por
D=(4Q/.v)^0,5 e repetem-se os passos (b) e (c) até que o valor de D não varie
significativamente.

Método da Perda de Carga

O método da perda de carga pode ser resumido em quatro etapas:

1) Calcular o valor de A ou B dependendo do caso

- tubulações de recalque, saída de tanque pressurizado ou tubulações em que o fluido


escoa por diferença de altura

 p   p 
A   z1  1    z2  2 
      (48)
36

O índice 1 se refere à saída da bomba e o índice 2 à saída da tubulação de recalque.

- tubulações de sucção
 
 z3  z4   V  NPSH r 
pa p
B
    (49)

O índice 3 se refere à entrada da bomba e o índice 4 à entrada da tubulação de sucção.


pa é a pressão no reservatório de sucção e pV a pressão do vapor. O NPSHr é um valor
fornecido pelo fabricante da bomba.

2) Adotar um diâmetro (por exemplo, pela velocidade econômica)

3) Calcular a perda de carga (lwf, em metros) em toda a tubulação com base no


diâmetro adotado anteriormente

2. f .LT .ub 2
lwf 
g.D (50)
16
f (regime laminar) (51)
Re
1  e / D 1,2613 
 4,0. log    (52)
f  3,7065 Re f 
(Equação de Colebrook)
onde f é o fator de Fanning.

4) Comparar o valor calculado da perda de carga (lwf) com o valor de A (ou B se for o
caso). Se for obtido

(A-lwf) < 0,9 m.c.f.


ou
(B-lwf) < 0,9 m.c.f.

então o diâmetro adotado será o diâmetro da tubulação, caso contrário, adota-se um


novo diâmetro e repetem-se os passos 2, 3 e 4.

Se o valor de A (ou B) for muito maior que a perda de carga (lwf), o diâmetro adotado
foi superdimensionado e precisa ser reduzido. Em caso contrário, se a perda de carga for
muito maior que A (ou B), o diâmetro foi subdimensionado e precisa ser aumentado.
37

7. SELEÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DE TURBOBOMBAS

A seguir apresenta-se de forma geral a sequência de operações para a seleção de


uma bomba.

Figura 1. Sequência de operações para seleção de bomba.

Vale a pena lembrar que, de acordo com o fluido a ser bombeado e as


características de vazão recalcada e pressão do sistema, primeiro torna-se necessário a
escolha do tipo de bomba a ser empregada, turbobomba ou de deslocamento positivo.
Conhecida a vazão Q a ser recalcada, os passos apresentados nesta apostila para o
dimensionamento de um sistema de bombeamento utilizando turbobomba são os
seguintes:

(a) Cálculo dos diâmetros das tubulações de sucção e recalque (item 7.1);

(b) Cálculo da altura manométrica total (item 2)

(c) Cálculo da velocidade de rotação específica para a escolha do tipo de turbobomba a


ser utilizada

(d) Identificação das características da bomba (rotação, diâmetro do rotor, potência,


rendimento e NPSHreq) a partir da vazão recalcada (Q) e da altura manométrica total
(Hman) no gráfico fornecido pelo fabricante

(e) Verificação, de acordo com a localização da bomba no sistema, se haverá ou não


cavitação pela comparação do NPSHdisp com o NPSHreq (item 6.2) fornecido pelo
fabricante como função da vazão recalcada
38

7.1 Especificação da Bomba


Com os valores de vazão recalcada e altura manométrica entra-se no gráfico de
determinado fabricante para determinar qual é a série de bombas indicada para o
serviço. Veja o gráfico a seguir.

Cada área na figura acima representa uma região de combinação de carga total e
de capacidade onde um certo modelo de bomba pode operar. O número do modelo é
dado para cada tamanho; o primeiro número é o diâmetro da linha de descarga; o
segundo número é o diâmetro da linha de sucção e o terceiro é o diâmetro máximo do
rotor que pode ser usado na carcaça. Escolhido o modelo adequado do fabricante,
começa-se então a especificação propriamente dita no gráfico do modelo escolhido
fornecido pelo fabricante (gráfico a seguir).
Supondo Q= 40 m3/h e Hman=70ft entra-se com esses valores no gráfico fornecido
pelo fabricante. Por exemplo, a bomba de 1.750 rpm da Goulds Pumps.
O ponto em vermelho na figura acima determina a especificação da bomba. O
diâmetro do rotor será o diâmetro imediatamente acima do ponto vermelho (=9in). A
potência será de 5,5 HP, mas de acordo com o item 2.1, o coeficiente de segurança deve
ser de 20%, assim a potência será de 6,6 HP ou 6,7 CV. Verifica-se, ainda no item 2.1,
que o motor comercial acima desta potência é o de 7 ½ CV. O rendimento total será de
57% (na curva do rotor de 9 in com a vazão de 40 m3/h). O NPSH requerido será de 3,2
ft ou 0,98 m.
Como o ponto vermelho foi deslocado para a curva do rotor de 9 in, então o novo
ponto de operação passou a ser Q= 40 m3/h e Hman=79ft. Dessa forma, será necessário
um aumento de 9ft na altura manométrica do sistema, o que é um desperdício de
energia. Outra saída é a diminuição do diâmetro do rotor por usinagem (veja o item 3.4).
Nesse caso, não haverá a necessidade de se aumentar a altura manométrica. O novo
diâmetro do rotor deverá ser:
Q'
d' d. (22.1)
Q
onde d=9in e Q’=40 m3/h. O valor de Q é obtido pela intersecção da parábola de iso-
eficiência que passa no ponto vermelho (Q2/H=402/70) com a curva Q versus H do rotor
39

de 9in. O valor de Q será de aproximadamente Q=42,5 m3/h. Logo o diâmetro do rotor


deverá ser de 8,7 in para operar com Q= 40 m3/h e Hman=70ft.

Alguns fatores devem ser lembrados na fase de seleção do conjunto moto-bomba:


a) possíveis flutuações de pressão
b) necessidade de aumento de vazão (por exemplo, ampliação da planta)
c) aumento com o tempo da altura manométrica causado pelas incrustações
d) possíveis mudanças na temperatura do fluido
Por outro lado, um projeto elaborado com excesso de segurança pode acarretar em
custos proibitivos de aquisição e de operação.

7.2 Influência da Viscosidade do Fluido na Especificação de Bomba

Correção das curvas da bomba

Quando o fluido a ser bombeado não é a água (fluido de referência do fabricante


da bomba), então devemos corrigir as curvas da bomba fornecidas pelo fabricante para a
água (Ha,Qa); (a,Qa); (Pota,Qa) para as curvas do fluido de interesse (HO,QO); (O,QO);
(PotO,QO).
Primeiro precisamos determinar a vazão Q na curva (H a,Qa) da água cujo
rendimento é máximo. Com esse valor de Q, que chamaremos de Q max, determinamos
Hmax da própria curva (Ha,Qa).
No gráfico a seguir entra-se com Qmax e sobe-se verticalmente até a linha de
Hmax. Deste ponto segue-se horizontalmente até a linha de viscosidade do fluido de
interesse. Tocando a curva de viscosidade do fluido, sobe-se verticalmente até que se
toquem as curvas de CH (0,6 Qmax; 0,8 Qmax; Qmax; 1,2 Qmax). Daí segue-se
40

horizontalmente para obter esses valores de correção. Com os quatro valores de CH


obtidos obteremos quatro valores de HO, sabendo que:

H O  C H .H a
(53)
Depois obtemos os valores de QO referentes aos valores obtidos de carga HO por:
3/ 2
H 
Q O  Q a . O  (54)
 Ha 
Em posse dos quatro pares de HO,QO plotamos esses pontos para construir a curva
da bomba (H,Q) para o fluido de interesse. Com esses quatro pontos e com a
viscosidade do fluido de interesse entra-se no gráfico abaixo e retiram-se os quatro
valores de C para a obtenção dos quatro rendimentos relativos aos quatro valores de
QO. A equação de correção é dada por:

 O  C . a (55)
Os quatro valores de potência relativos aos quatro valores de Q O são obtidos por:

 O .H O .Q O
Pot O  (56)
O
41

Especificação de bomba para fluido viscoso

Quando pretende-se especificar uma bomba para operar com um fluido viscoso a
uma descarga QO e carga HO primeiro convertem-se esses valores para se obter os
valores para a água através das seguintes equações:

QO
Qa  (57)
CQ
HO
Ha  (58)
CH

Especifica-se a bomba para os valores de Qa e Ha para a água procurando-se um


rendimento máximo. Com o valor do rendimento para a água, calcula-se o rendimento
para o fluido viscoso por:
 O  C . a (55)

e a potência para o fluido viscoso por:

 O .H O .Q O
Pot O  (56)
O
42

8. BOMBAS ALTERNATIVAS

Nas bombas alternativas o líquido recebe a ação das forças diretamente de um


pistão (ou êmbolo, pistão alongado) ou de uma membrana flexível.

Bomba de Diafragma

Esquema do diafragma
43

Bomba simplex de duplo efeito

Esquema do pistão

Bomba de êmbolo
44

As bombas alternativas podem ser de simples efeito – quando apenas uma face do
êmbolo atua sobre o líquido, e de duplo efeito – quando as duas faces atuam. São ainda
classificadas em: Simplex (quando existe apenas uma câmara com pistão ou êmbolo),
Duplex (quando são dois pistões ou êmbolos), Triplex (quando são três pistões ou
êmbolos), Multiplex (quando são quatro ou mais pistões ou êmbolos).
As bombas alternativas de pistão não tem limite de pressão. São construídas para
pressões de 1000 atmosferas ou mais, bastando fazer a bomba suficientemente resistente
e o motor com a potência necessária. Apesar de imprimirem ao fluido as pressões mais
elevadas entre todos os tipos de bombas, possuem uma capacidade relativamente
pequena. A velocidade do pistão é, em geral, de 12 a 40 m/min e o percurso pode variar
de 7,5 a 60 cm. O rendimento volumétrico (volume de fluido deslocado/volume
deslocado do pistão) é constante e na faixa de 90 a 100%, portanto, se o curso do pistão
for constante, a vazão será quase invariável e não dependerá do sistema e do fluido a ser
bombeado. São recomendadas para o bombeamento de óleos, água de alimentação de
caldeira e fluidos em geral que não contenham sólidos abrasivos. Em virtude de suas
características de deslocamento positivo é também prático o seu uso como bombas
dosadoras e medidoras de vazões moderadas. São auto-escorvantes ou auto-aspirantes,
não necessitando ser preenchidas com o fluido a ser bombeado para o início da
operação. Podem funcionar como bombas de ar, fazendo vácuo, se não houver líquido a
aspirar. Recomenda-se que a velocidade da água no tubo de aspiração seja de
aproximadamente 1,5m/s para linhas curtas (<50m) e de 0,75m/s para linhas longas.
Para o tubo de descarga a velocidade de 1,5 a 2m/s nas linhas curtas e de 1m/s nas
linhas longas. Indica-se o uso de válvulas de alívio graduadas para pressões
ligeiramente superiores à máxima pressão de operação da bomba.
As bombas de pistão de ação direta têm sido preferidas para o bombeamento de
concreto no Brasil.
A bomba de diafragma pode ser acionada mecanicamente, pneumaticamente ou
hidraulicamente. Essa bomba elimina todas as gaxetas e selos expostos ao líquido
bombeado. O diafragma pode ser feito de qualquer material flexível (metal, borracha ou
plástico), que seja resistente ao líquido. As bombas de diafragma são usadas para
bombear suspensões abrasivas e líquidos muito viscosos, embora operem com líquidos
de qualquer viscosidade.

8.1 Classificação das Bombas Alternativas


As bombas alternativas podem ser classificadas de acordo com os seguintes
critérios:

Quanto ao acionador
Neste caso, classificam-se em:
- bombas de força – quando o acionador é um motor elétrico ou de combustão interna;
- bombas de ação direta – quando o acionador é uma máquina de vapor que movimenta
diretamente o pistão de líquidos, dispensando a necessidade do sistema biela-manivela.

Quanto à posição do(s) cilindro(s)


As posições encontradas são horizontal e vertical.
45

Quanto ao número de cilindros de líquido


Neste caso, classificam-se em:
- simplex – possuem um cilindro de líquido.
- duplex – possuem dois cilindros de líquido.
- triplex – possuem três cilindros de líquido.
- multiplex – possuem mais de três cilindros de líquido.

Quanto à ação de bombeamento


- simples efeito – a sucção e a descarga são feitas em um só lado do pistão.
- duplo efeito – sucção e descarga de ambos os lados do pistão. Enquanto um lado
succiona, o outro descarrega e vice-versa.

Quanto ao órgão movimentador do líquido


- de pistão – construção usual.
- de êmbolo – para maiores pressões.
- de diafragma – praticamente um tipo à parte.

Quanto ao curso do pistão


- de curso constante – construção usual.
- de curso variável – proporciona a possibilidade de variar a vazão, razão pela qual essas
bombas são chamadas de dosadoras ou proporcionadoras.

8.2 Nomenclatura das Bombas Alternativas


As bombas alternativas com acionador externo (de pistão e êmbolo) são
caracterizadas por dois números representativos de diâmetro do pistão e curso do pistão.
Já nas bombas de ação direta há necessidade de três números para representa-las
(diâmetro do cilindro de vapor, diâmetro do cilindro de líquido e curso do pistão).

8.3 Cálculo da vazão das Bombas Alternativas

As bombas alternativas, dado o seu princípio de funcionamento, operam com


descarga intermitente. Considerando a figura a seguir, o volume varrido em um curso do
pistão (Vd) em um cilindro de simples efeito é dado por:
46

π.D 2

V  d
.L (57)
4
ou
π.D 2

V  d
.2R (58)
4
sendo D o diâmetro do pistão, L o curso do pistão e R o raio do conjunto biela-
manivela.
Para uma bomba com dois cilindros de duplo efeito, como apresenta a figura a
seguir,

o volume deslocado por um único cilindro durante um ciclo é dado por:

π.D  d  2 2

V 
d
.L (58.1)
2
VAZÃO MÉDIA

Dessa forma a vazão média pode ser dada por:

Q  V .n. d V
(59)

onde n é a rotação e V é a eficiência volumétrica. A eficiência volumétrica,


normalmente fornecida pelo fabricante, é função das perdas, fugas do lado pressurizado
para o não pressurizado e da compressibilidade do fluido. A vazão média pode ser
relacionada com a vazão máxima por uma equação do tipo:

Q MÁXIMA
 K.Q MÉDIA
(59a)

onde K=3,2 para bombas simplex, 1,6 para bombas duplex, 1,1 para bombas tríplex e
K=1 para bombas multiplex.
47

VAZÃO INSTANTÂNEA

A vazão instantânea pode ser dada por:

D 2

Q .w.R.sen (60)
4
onde w é a velocidade angular da manivela.

simples efeito duplo efeito

operação com três cilindros defasados

8.4 Controle da vazão das Bombas Alternativas


A vazão média das bombas alternativas só pode ser alterada mediante:

- variação (mudança) do diâmetro do pistão;


- variação de rotação;
- variação do curso do pistão, o que pode ser obtido pela variação do raio (R) como
eventualmente ocorre em certos tipos de bombas dosadoras.

Naturalmente sempre haverá o artifício extra da recirculação. Note que no caso da


variação da rotação, a vazão e a potência variarão na proporção direta da rotação. No
caso das bombas movidas a vapor, só podemos mudar a vazão mediante atuação na
válvula de admissão de vapor ou através de recirculação.
48

8.5 Especificação de Bombas Alternativas

Os seguintes dados são necessários ao fabricante para a obtenção da bomba


alternativa adequada:

- fluido a ser bombeado


- tipo de bomba (simplex, duplex, tríplex)
- temperatura de bombeamento
- características do fluido na temperatura de bombeamento
- vazão normal e possíveis variações de vazão necessárias
- diferença de pressão normal (Pd-PS)
- mínima diferença de pressão
- máxima pressão de descarga
- NPSH disponível

Mínima Diferença de Pressão

É definida como a diferença entre a mínima pressão de descarga e a máxima


pressão de sucção.

Máxima Pressão de Descarga

Este dado é necessário para o projeto da carcaça e para a especificação da válvula


de alívio indispensável em toda bomba volumétrica. O cálculo da máxima pressão de
descarga é feito pela soma da pressão do reservatório de descarga com a pressão
correspondente à altura estática de descarga mais a perda de carga em termos de perda
de pressão na linha de descarga. O cálculo desta perda de carga deve ser feito para a
vazão máxima que corresponde a 3,2 vezes a vazão média para as bombas simplex, 1,6
para bombas duplex e 1,1 para bombas tríplex. Finalmente, é usual uma margem de
segurança de 10 psi ou 10% - o que for maior – na fixação da máxima pressão de
descarga. Na verdade, antes da fixação definitiva da máxima pressão de descarga é
necessário computar a carga de aceleração.

Carga (ou altura) de Aceleração

O líquido na linha de sucção ou descarga de uma bomba alternativa tem que ser
acelerado, pois o fluxo varia com o tempo. A queda de pressão instantânea necessária
para acelerar a massa de fluido na descarga é denominada de carga de aceleração.
Considere a figura a seguir que ilustra o sistema de sucção de uma bomba alternativa e o
instante logo após a bomba ter iniciado o seu curso de sucção.
49

O volume de líquido no cilindro será:

L L 
V  S .  cos2nt  (61)
2 2 
C

onde SC é a área transversal do cilindro, L é o curso do pistão e n é a rotação da


manivela.
A vazão instantânea será dada por:

dV
Q   .S .L.n.sen2nt 
C
(62)
dt
A velocidade instantânea na linha de sucção no instante t será:

Q dx  .S .L.n.sen2nt 
ub SUCÇÃO
   C (63)
A dt
SUCÇÃO
A SUCÇÃO

A aceleração instantânea será:

d x 2 .S .L.n .cos2nt 
2 2 2

a  C (64)
dt A
2

SUCÇÃO

A aceleração máxima será:


50

2 .S .L.n 2 2

a  C (65)
MÁXIMA
A SUCÇÃO

A força necessária para acelerar a massa de líquido contida na linha de sucção


entre os pontos A e B será:

F  m.a MÁXIMA
 P  P .A
A B SUCÇÃO
(66)

onde m=. Asucção.LS

Então a máxima queda de pressão será:

2 .S .L.n 2 2

P   .L S
C (67)
MÁXIMA
A SUCÇÃO

o que permite determinar a carga de aceleração (ha) como:

P L 2 .S .L.n 2 2

ha  MÁXIMA
 S C (68)
 g A SUCÇÃO

Fixação da Máxima Pressão de Descarga

Finalmente, para fixação definitiva da máxima pressão de descarga é necessário


comparar o valor previamente computado com base na perda de carga obtida com a
vazão máxima, com um novo valor levando em consideração a carga de aceleração.
Note que os dois parâmetros são excludentes, visto que a carga de aceleração é máxima
quando a vazão é zero e consequentemente a perda de carga também é zero. Então, este
novo valor de pressão máxima de descarga seria o valor da pressão do reservatório de
descarga mais a pressão correspondente à altura estática de descarga mais a pressão
correspondente à carga de aceleração. Naturalmente, neste cálculo, os dados de
comprimento e área de tubulação devem ser correspondentes aos de tubulação de
descarga. No caso das bombas tríplex, o valor da carga de aceleração obtido pela
Equação 68 deve ser dividido por 2,7. Se o novo valor suplantar o previamente
computado então:
- usar o novo valor para a especificação da máxima pressão de descarga e da válvula de
alívio
- selecionar bomba de menor rotação
- aumentar o diâmetro da tubulação
- instalar amortecedor de pulsação na linha de descarga
51

NPSH disponível

Similarmente ao cálculo anterior, existem duas hipóteses para cálculo. A primeira,


supondo vazão máxima e consequente perda de carga máxima na linha de sucção. Neste
caso:

P P (69)
N.P.S.H.  0 v
 H  H
disponívelna instalação
 SUCÇÃO

H na equação acima é a diferença entre o valor de z (coordenada axial) na entrada


da bomba e de z no ponto de captação.
A vazão a ser utilizada no cálculo da perda de carga será de 3,2 vezes a vazão
média para as bombas simplex, 1,6 para bombas duplex e 1,1 para bombas tríplex. A
segunda hipótese de cálculo, normalmente a mais desfavorável, leva em consideração a
carga de aceleração (ha). Neste caso, para bombas simplex e duplex, o NPSH disponível
será:

P P (70)
N.P.S.H.  0 v
 H  ha
disponívelna instalação

Para bombas tríplex há necessidade de computar o efeito dos dois fatores e o
NPSH disponível será:

P P ha (71)
N.P.S.H.  0 v
 H  H 
disponívelna instalação
 SUCÇÃO
2,7

sendo que a perda de carga na sucção (Hsucção) deve ser calculada com 90% da vazão
média.
Tendo em vista que o NPSH disponível nesta segunda hipótese depende das
características da bomba, é necessário solicitar ao fabricante que inclua a carga de
aceleração (ha) a fim de verificar se a bomba escolhida possuirá um NPSH requerido
inferior ao NPSH disponível.

Potência Motriz

A potência necessária ao acionamento será dada por:

 .Q /η .H (71.1)


Pot  MÉDIA VOL MÁXIMO

η
M

TOTAL

η TOTAL
 η .η .η VOL H MEC
(71.2)

O rendimento total nas bombas de êmbolo varia de 0,65 a 0,85.


52

9. BOMBAS ROTATIVAS

Nas bombas rotativas o líquido retido no espaço entre os dentes ou entre as


palhetas deslizantes é deslocado de modo contínuo pelo movimento de rotação desde a
entrada até a saída da bomba.
As bombas rotativas são usadas com líquidos de quaisquer viscosidades, desde
que não contenham sólidos abrasivos. Entre os líquidos que são bombeados por bombas
rotativas estão os óleos minerais, vegetais e animais, gorduras, glicose, viscose, melaço,
tintas, vernizes, goma-laca, lacas, álcoois, ketchup, salmoura, maionese, cola, sabão
líquido, bronzeadores, vinagre e látex. Alguns modelos trabalham a 200 atmosferas.
Para se evitar o atrito entre as engrenagens ou lóbulos, esse tipo de bomba pode ser
movido externamente por engrenagens que se tocam, evitando o contato entre os dentes
das engrenagens ou lóbulos internos. A descarga e a pressão do líquido bombeado
sofrem pequenas variações quando a rotação é constante.

Bomba de Engrenagens

Bomba de Palhetas
53

Bomba de Lóbulos

Bomba Parafuso

A bomba parafuso é o tipo de bomba mais antigo. As primeiras aplicações datam


de 300 anos A.C, usada em irrigação e drenagem. Uma variedade de bomba-parafuso é
a bomba de “cavidade caminhante”. Veja a figura a seguir.

Bomba Parafuso (ou Cavidade caminhante)

Alguns modelos operam com vazões de até 300 m3/h e pressões de até 24atm. São
auto-aspirantes (até 8 m.c.a.) e usadas principalmente para o transporte de massas
cerâmicas, chocolates, graxas, extrato de tomate, polpas de frutas e suspensões de
amido. Operam com materiais muito viscosos (até um milhão de centipoise),
temperaturas de até 300oC e com elementos fibrosos ou partículas sólidas.
54

9.1 Cálculo da vazão e potência das Bombas Rotativas

De um modo geral, a vazão efetivamente bombeada por uma bomba rotativa pode
ser computada da seguinte forma:

Q  V .N  Q d F
(72)

onde Vd é o volume deslocado pela bomba a cada rotação, N é a rotação e Q F é a vazão


de fuga através de folgas internas. A fuga de vazão é função das folgas internas, da
diferença de pressão, das características do fluido e da rotação.
Então, a potência consumida será:

Q.P
Pot  (73)

9.2 Controle da vazão
Avaliando a equação 72 é possível verificar que a vazão só pode ser alterada se
houver meios para modificar o volume deslocado ou a rotação. Sempre haverá,
naturalmente o recurso extra da recirculação. No caso de variação da rotação são
sugeridas as seguintes correções:

N
Q  Q  Q  (74)
2 1 F
Q 2

F
N 1

N  N 
1,5

Pot.abs  Pot.ced    Pot.abs - Pot.ced  


2 2 (75)

N  N 
2 1 1 1

1 1

Q P  P  (76)
Pot.abs  1 d1 S1

η
1

Pot.ced  V .N P  P
1 d 1 d1 S1
 (77)

onde Pd1 é a pressão na descarga na rotação 1 e PS1 é a pressão na sucção na rotação 1.


“Pot.ced” é a potência efetivamente entregue ao fluido pela bomba.
55

9.3 Especificação de Bombas Rotativas

Os seguintes dados são necessários ao fabricante para a obtenção da bomba


rotativa adequada:

- fluido a ser bombeado


- vazão normal e possíveis variações de vazão necessárias
- temperatura de operação normal, máxima e mínima
- características do fluido na temperatura de bombeamento
- pressão de sucção normal, máxima e mínima
- pressão de descarga normal, máxima e mínima
- NPSH disponível
- operação contínua ou intermitente
- características do local, temperatura, classificação elétrica, facilidades, etc.
- características desejáveis de construção
- materiais
- testes
- características das linhas de sucção e descarga
- características do acionador, se disponíveis
56

10. CURVAS CARACTERÍSTICAS DE BOMBAS DE


DESLOCAMENTO POSITIVO

Uma das diferenças mais significativas entre as bombas de deslocamento positivo


e as bombas de fluxo pode ser observada pelo exame de suas curvas características que
representam a variação da vazão em função da variação da pressão na descarga ou da
altura de elevação manométrica, para uma velocidade de rotação constante do motor de
acionamento.
Enquanto nas bombas de fluxo, a vazão varia em função da variação da altura de
elevação, nas bombas de deslocamento positivo a vazão recalcada independe da altura
desenvolvida.
Na figura abaixo, encontram-se representadas as curvas de funcionamento típicas
de uma bomba de deslocamento positivo, que tanto poderiam traduzir o comportamento
de uma bomba alternativa de pistão como o de uma bomba rotativa de engrenagens.

 - rendimento, Pe - Potência

Um exame dessas curvas revela que a característica teórica de uma bomba de


deslocamento positivo, num sistema de coordenadas Q = f (H), para rotação constante, é
representada por uma reta paralela ao eixo H das abscissas. Isso mostra que,
teoricamente, para uma velocidade de rotação constante, este tipo de bomba fornece
uma vazão constante, não importando o valor da pressão a ser vencida.
Inicialmente, o rendimento total da bomba cresce com o aumento da altura de
elevação manométrica, chegando rapidamente ao seu valor máximo, para depois
permanecer quase constante, com um pequeno decréscimo para as alturas ou pressões
de descarga mais elevadas.
O consumo de potência cresce proporcionalmente ao aumento da diferença de
pressão entre a descarga e a admissão ou altura de elevação manométrica desenvolvida
pela bomba, o que leva ao risco de danificação do motor de acionamento ou da própria
57

bomba. Por esse motivo normalmente as bombas de deslocamento positivo estão


equipadas com uma válvula de alívio ou de segurança.
Na figura abaixo, encontram-se representados os pontos de funcionamento F1 e
F2 para uma bomba de deslocamento positivo, funcionando nas velocidades de rotação
n1 e n2. Conforme pode-se observar, as curvas H = f(Q) deslocam-se parelelamente nos
sentidos das vazões crescentes, à medida que aumenta a velocidade de rotação.

Conclui-se pela impossibilidade de regulagem da vazão e em bombas de


deslocamento positivo, pela variação do grau de abertura de uma válvula e instalada no
recalque da bomba. Isso faz com que, na maioria das bombas de deslocamento positivo
que funcionam com velocidade de rotação constante do motor de acionamento, a
regulagem da vazão seja efetuada por válvula de redução de pressão, com retorno de
líquido à sucção através de um by-pass. Esta válvula se abre quando a pressão
ultrapassa um certo limite e deixa retornar uma parte do líquido recalcado novamente à
canalização de admissão. Embora antieconômico, por desperdiçar parte da energia já
entregue ao fluido, este tipo de regulagem é muito simples.
Uma das formas mais vantajosas de regulagem da vazão nas bombas de
deslocamento positivo é a variação da velocidade de rotação do motor de acionamento,
obtendo-se, desta maneira, uma série de retas, convergentes no sentido dos menores
valores da rotação, cada uma correspondendo a um valor constante da pressão na
descarga da bomba.
58

11. PERDA DE CARGA NA TUBULAÇÃO

A perda de carga em uma tubulação se classifica em primária e secundária. A


perda de carga primária é a perda relativa ao atrito do fluido em trechos retos de
tubulação e com diâmetro constante, enquanto que a perda de carga secundária está
ligada aos acessórios, expansões, estrangulamentos e mudanças de direção.
A perda de carga primária (em metros) pode ser dada pela Equação de Darcy-
Weisbach em termos do fator de atrito de Fanning como

2.f.L.u 2
(78)
Perda  B

g.D

Já a perda de carga secundária pode ser transformada matematicamente em uma


espécie de perda de carga primária, gerando assim um comprimento equivalente. Outra
forma de se calcular a perda de carga secundária é pela seguinte equação:

ub 2

Perda  K. (79)
2.g

onde K é um fator que depende do acessório ou do tipo de perda secundária.


Sabe-se que o fator de Fanning para o regime laminar (Re<2.100) é dado por:

f  16 / Re
(80)
onde Re=.DH.v/µ, sendo v a velocidade média do escoamento e D H o diâmetro
hidráulico dado por DH=4A/P, onde A é a área molhada e P é o perímetro molhado. Para
um tubo de seção transversal circular DH=D.
Já para o escoamento turbulento existem muitas equações, mas uma das mais
conhecidas é a de Colebrook
1  e / D 1,2613 (81)
 4,0. log  
f  3,7065 Re f 
Outra maneira de se obter o fator de atrito para os regimes laminar, de transição
ou turbulento é através do Gráfico de Moody.
59

Quando o fluido é não-newtoniano, o gráfico de Moody não pode ser utilizado.


A figura a seguir apresenta a classificação reológica dos fluidos.

Existem várias correlações para o fator de atrito para fluidos não-newtonianos e


de forma geral são dadas por

1
 A.logB.Re .f  E   F
C D (82)
f
onde A, B, C, D, E e F são constantes que dependem das propriedades reológicas dos
fluidos.
Os fluidos que seguem o modelo da lei da potência (Ostwald de Waele) dado por:

  k . n
(83)
onde  é a taxa de cisalhamento e  é a tensão cisalhante, têm seu fator de atrito dado
por:

.logRe .f  0n,4
1 4  2-n 
 MR
2 (84)
f n 0,75 1, 2

onde ReMR é o número modificado de Reynolds (Reynolds de Metzner e Reed) dado


por:
(85)
ρD u n 2 n

Re 
k  6n  2 
n
MR

 
8 n 
onde k é o índice de consistência e n é o índice de comportamento do fluido da equação
(83). Quando a equação (83) possui n=1, então tem-se um fluido newtoniano e k passa a
ser a viscosidade dinâmica µ.
Bombas – Prof. Marcos Moreira 60

BIBLIOGRAFIA

Bombas Industriais. E.E. Mattos, R. Falco; Editora Interciência, 1998.

Bombas de Deslocamento Positivo. E. Bortolin, A. Michels; Disponível


em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfa8oAD/bombas-
deslocamento-positivo?part=4>. Acesso em: 09 fev. 2015.

Bombas e Instalações de Bombeamento. A.J. Macyntire; LTC, 1997.

Estudo do Escoamento de Fluidos Não-newtonianos em Dutos. A. B.


Leal; Dissertação de Mestrado (UFRRJ), 2005.

Instalações Elevatórias. Bombas. D. F. Carvalho; FUMARC, 1984.

Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidodinâmicos.


M.A. Cremasco; Blucher, 2014.

Princípios das Operações Unitárias. A.S. Foust, L.A. Wenzel, C.W.


Clump, L. Maus, L.B. Andersen; LTC, 1982.

Transporte de Líquidos e Gases. Vol. I: D. Moraes Jr.; Ed. UFSCar,


1988.

Anda mungkin juga menyukai