i
DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Eu, Jaime Celestino Xavier Jeremias, declaro por minha honra, que o presente trabalho é da
minha autoria e que nunca foi anteriormente apresentado para avaliação em alguma Instituição de
Ensino Superior Nacional ou de outro País.
______________________________
i
TERMO DE RESPONSABILIZAÇÃO DO CANDIDATO E DA SUPERVISORA
O Candidato:
________________________________________
A Supervisora:
_________________________________________
ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecer à Deus pelo Dom da vida e por me ter guiado durante toda minha
jornada académica por me ter dado sabedoria e força nos momentos mais turbulentos no decorrer do
curso.
À minha mãe, Suzana Maria Sande Xavier pela coragem e dedicação que ela sempre teve para
oferecer a seus filhos a oportunidade de estudar e vencer na vida.
Ao meu pai, Celestino Jaime Jeremias que sempre acompanhou a família na difícil jornada de
criação dos seus filhos sempre ao lado da minha mãe, criando condições para que pudéssemos ter
acesso a educação formal.
Aos meus irmãos, Celestino Jaime Jeremias Júnior, Olga Celestino Jeremias, Adilson Celestino
Jeremias e Miriam Celestino Jeremias, que de certa forma contribuíram para a materialização do
presente trabalho.
Agradeço a minha supervisora Dra. Marcela Guivala pela atenção e acompanhamento que
disponibilizou para materialização do presente trabalho de pesquisa. Estendo os meus
agradecimentos aos meus colegas e amigos de jornada académica em especial para meu chefe de
turma (Joaquim Mairosse), Colegas e Amigos (Eugénio Carlos, Alfredo Matecana, Helena Buizi,
Verónica Chigumane, Raúl Macanze, Ivone Langa, Cecília Panguana, Sandra Mandamula, Haydate
Bacar, Elizabeth Manjate, Bento Ernesto, Michela Condo, Raúl Macanze, Paula Manhique) e tantos
outros que fazem parte da minha vida.
E por fim, agradecer a Dra. Sandra Vaz, ao Sr. Afonso Gule Júnior, ao Sr. Lornei David,
funcionários do CEDSIF pelas aulas de sapiência sobre o assunto em estudo. À todos vocês o meu
sincero MUITO OBRIGADO!
iii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais Celestino Jaime Jeremias e Suzana Maria Sande Xavier,
Pelo imensurável apoio na qualidade de pais e amigos que sempre foram comigo.
Não obstante, dedicar este trabalho à todos estudantes, pesquisadores e responsáveis de sectores
financeiros do Estado na esperança de que este trabalho sirva de objecto de reflexão para que se
alcance uma gestão financeira transparente dos fundos públicos.
iv
EPÍGRAFE
É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu,
(Leonardo da Vinci)
v
ÍNDICE Pág.
vi
2.2.3. Conceitos Complementares .............................................................................................. 22
CAPÍTULO 3: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA MELHORIA
DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO ESTADO ............................................................... 25
3.1. Gestão Financeira do Estado: Criação do Sistema de Administração Financeira do Estado e
seus Componentes .......................................................................................................................... 25
3.1.1. Gestão Financeira do Estado no Contexto das Reformas Públicas em Moçambique ..... 26
3.2. Adopção das TIC’s na Administração Pública Moçambicana ................................................ 31
3.2.1. As TIC’s na Administração Financeira do Estado: O e-SISTAFE................................... 34
3.2.2. Informatização do Processo de Pagamento de Salário aos Funcionários e Agentes do
Estado: O e-Folha ...................................................................................................................... 37
3.3. Contributo das TIC’s na Melhoria da Administração Financeira do Estado .......................... 42
CAPÍTULO 4: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
DA PESQUISA ................................................................................................................................. 47
4.1. Breve Descrição do Governo do Distrito de Marracuene ....................................................... 47
4.1.1. Divisão Administrativa ..................................................................................................... 47
4.1.2. Infra-Estruturas Relevantes .............................................................................................. 47
4.2. Perfil da Amostra do Estudo ................................................................................................... 48
4.3. Causas da Introdução do e-Folha no Pagamento dos Salários a nível do GDM ..................... 49
4.4. Aspectos Inerentes ao Processo de Pagamento de Salários no GDM ..................................... 52
4.5. Contributo do e-Folha na Celeridade do Pagamento de Salários a nível do GDM ................. 55
4.6. Verificação das Hipóteses ....................................................................................................... 58
4.7. Constrangimentos da Pesquisa ................................................................................................ 59
Considerações Finais........................................................................................................................ 60
Recomendações................................................................................................................................. 62
Referência Bibliográfica .................................................................................................................. 63
APÊNDICES e ANEXOS ................................................................................................................ 69
vii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS
AE Agentes do Estado
CUT Conta Única de Tesouro
FP Funcionário Publico
GRH Gestão dos Recursos Humanos
OE Orçamento do Estado
RSP Reforma do Sector Público
viii
LISTA DE FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS
FIGURAS PÁG.
TABELAS
ix
RESUMO
A presente pesquisa tem como principal objectivo reflectir em torno do contributo das Tecnologias
de Informação e Comunicação na Melhoria da Administração Financeira do Estado com especial
destaque para o contributo do e-Folha na celeridade do Pagamento de Salários no Estado tomando
como estudo de caso o Governo do Distrito de Marracuene no período compreendido entre 2013-
2015. O estudo cingiu-se, numa primeira fase, na revisão bibliográfica e documental sobre a
Administração Financeira do Estado, no contexto das reformas e adopção das TIC’s na gestão das
finanças públicas. Sob ponto de vista da leitura teórica, o tema foi interpretado à luz da Teoria
Contingencial e da Nova Gestão Pública. De forma a obter informação, durante o estudo de caso
adoptou-se o Questionário e a Entrevista destinado aos operadores do e-SISTAFE (Sistema
Electrónico de Administração Financeira do Estado) e demais funcionários do Governo do Distrito
de Marracuene. A principal conclusão do trabalho é que o e-SISTAFE melhorou a Gestão de
Finanças Públicas ao introduzir o e-folha para o pagamento dos ordenados dos Funcionários e
Agentes de Estado, o que evita os pagamentos ilícitos e vicioso, dos funcionários “fantasmas”
graças ao aplicativo e-CAF (Cadastro Electrónico de Funcionários e Agentes do Estado) que
procede ao registo e cadastro dos beneficiários. Antes da reforma existiam vários sistemas de
processamento e cálculo para pagamento de salários numa base manual. E como principais
recomendações destacam-se os seguintes: Alargar os pontos de acesso ao e-SISTAFE a nível do
GDM a fim de reduzir a dependência de um e único ponto existente; Desenvolver formações e
capacitações constantes sobre o uso do e-SISTAFE que envolvem a particularidade (Teoria e
Prática).
x
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
Por outro lado, os Governos procuram disponibilizar, através dos Portais Electrónicos, informação
relevante dos serviços públicos. Nota-se a importância que as Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC’s) representam hoje para os indivíduos, organizações, instituições, negócios,
sobretudo para o desenvolvimento, rumo à satisfação dos objectivos do Milénio.
1
Upgrade é um termo de origem inglesa que significa actualização ou melhoria e é bastante utilizado no campo da
informática, tanto para computadores quanto para outros produtos electrónicos. Quando se diz que há um upgrade é o
mesmo que dizer que existe uma versão mais recente e actualizada daquele produto ou componente. Assim, o termo
upgrade no presente trabalho vai merecer a conotação de actualização e noutras circunstâncias poderá significar
reforma.
1
Dentre as mais importantes directrizes da Reforma do Sector Público destaca-se a aprovação de
legislação que moderniza os instrumentos e procedimentos de Gestão Financeira – SISTAFE
(Sistema de administração Financeira do Estado).
É nesta esfera que o presente trabalho tornou-se subordinado ao tema: “Contributo das Tecnologias
de Informação e Comunicação na Melhoria da Administração Financeira do Estado – Uma reflexão
em torno do e-Folha na celeridade do Pagamento de Salários no Estado”. Como local para o estudo
de caso, foi definido o Governo do Distrito de Marracuene (GDM) e os dados colhidos sobre o e-
Folha cobrem o período de 2013 a 2015. Com a materialização do presente trabalho, pretende-se
contribuir para constante melhoria da gestão dos fundos do Estado, bem como como da qualidades
de funcionamento da máquina administrativa do Estado moçambicano. Não obstante, este trabalho
insere-se no cumprimento dos requisitos para a obtenção do grau de Licenciatura em Administração
Pública no Instituto Superior de Relações Internacionais.
1.2. Justificativa
Um dos aspectos que suscitou a curiosidade do pesquisador em aprofundar o tema levantado é a
constatação de vários constrangimentos ligados ao Sistema Electrónico de Administração
2
Financeira do Estado (e-SISTAFE) em realizar eficientemente as operações financeiras para as
quais terá sido programado.
Considerando que o uso das novas TIC’s na gestão das empresas registou um crescimento à escala
mundial, fruto da revolução tecnológica que se regista desde o século XX, ao nível do contexto
moçambicano este tema continua sendo pouco explorado sob ponto de vista técnico-científico.
Assim, justifica-se a necessidade de realização de estudos que visem analisar e perceber o processo
de introdução e utilização das novas TIC’s, no caso concreto, o impacto destas na melhoria da
Administração Financeira do Estado, e sobretudo, porque o desenvolvimento das TIC’s no nosso
país é um dado recorrente da agenda política.
Sob ponto de vista académico, em atenção para o Instituto Superior de Relações Internacionais
(ISRI) e para o Curso de Licenciatura em Administração Pública, a abordagem deste assunto
demostra-se importante na medida em que pouco se tem escrito ou aprofundado sobre esta matéria,
pretende-se então, contribuir com algum subsídio numa área não tão nova mas que merece
destaque, que é a introdução das TCI’s na Gestão da “Coisa Pública” e contribuir para a eficiente
satisfação das necessidades da colectividade, tal como dos funcionários públicos através da
identificação, compreensão e avaliação dos inconvenientes resultantes do uso de soluções
informáticas para a dinamizar o processo de pagamento de salários aos Funcionários e Agentes do
Estado (FAE).
Sob ponto de vista teórico, a pesquisa afigura-se importante pois reflecte sobre um assunto
relativamente recente e proeminente na Função Pública, neste caso a aplicação de soluções
informáticas para melhorar a Administração Financeira do Estado Moçambicano, e num contexto
específico, foi introduzido o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), suportado
pelo e-SISTAFE com o propósito de estabelecer de forma global mais abrangente e consistente os
princípios básicos e normas gerais de um sistema integrado de administração financeira dos órgãos
e instituições do Estado.
1.3. Contextualização
Diversos Governos do mundo estão a abraçar o Governo electrónico para lidar, de forma eficaz,
com as mudanças próprias da Era da Informação: os efeitos e consequências da globalização, da
revolução Digital e da Internet. As tecnologias de comunicação representam hoje em dia uma
ferramenta indispensável para o funcionamento eficaz das organizações e, Sousa (2003:131)
3
sustenta que os sistemas informáticos representam actualmente um elemento preponderante para a
gestão de uma empresa.
As TIC’s são mais do que ferramentas de trabalho. Elas têm um papel de transformação, na maneira
como elas permitem mudanças, ao nível de mentalidades, ao nível institucional, incluindo
instituições governamentais do sector produtivo (privadas e públicas), alterando a forma como as
organizações e os indivíduos comunicam, funcionam e trocam conhecimento, (MCTESTP, 2015).
Em Junho de 2001 foi aprovada a Estratégia Global da Reforma do Sector Público, com essência
em 5 componentes: racionalização e descentralização de estruturas e processos de prestação de
serviços públicos; Formulação e monitoria de políticas públicas; profissionalização e melhoria das
condições de trabalho dos funcionários públicos; Gestão financeira e orçamental do Estado e
processos de prestação de contas; e Boa governação e combate a corrupção, (CIRESP, 2001).
Como parte integrante das Reformas Públicas foi iniciada a implementação do programa de
modernização da Administração Financeira do Estado, tendo sido criado o SISTAFE, através da Lei
nº 9/2001 de, 12 de Fevereiro (BR, 2002) suportado pelo e-SISTAFE, a fim de melhorar o sistema
de gestão da “coisa pública” em Moçambique e combater as perdas ilegais de fundos públicos
através de controlo intercorrente, comparabilidade, uso de padrões internacionalmente aceites,
uniformidade de critérios em todo o país e formação e capacitação de recursos humanos em
Tecnologias de Informação e Comunicação no âmbito da Administração Financeira do Estado.
Foi através da reforma da Administração Financeira do Estado, executada pela Unidade Técnica da
Reforma da Administração Financeira do Estado (UTRAFE) que o Governo moçambicano sentiu a
necessidade de implantar um sistema eficiente de gestão das finanças públicas apostando assim nas
TIC’s.
2
Gartner Group é uma empresa de consultoria fundada em 1979 por Gideon Gartner. A Gartner desenvolve tecnologias
relacionadas a introspecção necessária para seus clientes tomarem suas decisões todos os dias. Informação disponível
online em www.gartner.com/technology/about.jsp consultado a 12 de Agosto de 2016.
4
É no contexto do “Governo electrónico” que surge a necessidade de aprofundar estudos sobre o
processo gradual de modernização e informatização dos mecanismos de gestão financeira no Estado
Moçambicano.
1.4. Problematização
A Administração Financeira do Estado é uma área bastante sensível do sector público. Com o
objectivo de melhorar o sistema de gestão pública em Moçambique introduziu-se o SISTAFE com
intuito de produzir informação sobre os gastos públicos, aumentar a transparência e reduzir o risco
de desvio de fundo, garantindo a celeridade dos serviços prestados pelo Estado. Mas, este objectivo
por vezes tem sido ofuscado por deficiências resultantes de falhas nos sistemas informáticos de
Gestão Financeira do Estado. A título de exemplo:
“Alguns professores das províncias de Maputo e Gaza ainda não auferiram o salário de Janeiro, que
geralmente é pago entre 20 e 25 de cada mês, devido a problemas que alegadamente decorrem da
actualização de dados no Sistema Electrónico de Administração Financeira do Estado (e-SISTAFE).
Os docentes sempre reclamaram de atrasos dos seus ordenados por causa de supostas falhas do
mesmo sistema, porém, desta vez alguns agentes da Polícia foram, também, afectados”.
Aliás, enquanto alguns funcionários aguardavam pelo seu ordenado, outros, haviam auferido três
vezes o salário num único mês por causa das falhas do aludido sistema3.
Conforme citado, dados sobre constrangimentos provocados pelo e-SISTAFE, são difundidos pela
mídia. Igualmente, já foram reportadas situações de existência de “esquemas” de pagamento de
funcionários “Fantasmas”, ou seja funcionários que resultante do seu desaparecimento físico
cessaram seu vínculo contratual com o Estado e que mesmo assim, quadros responsáveis das
finanças viabilizam esquemas de desvios de fundos do Estado.
Dado que o salário é importante e também um meio motivador para os funcionários, o Estado
sempre preocupou-se em garantir que os mesmos recebessem os seus ordenados em tempo útil. Este
foi o desafio reforçado pelo Ministro da Economia e Finanças 4, para que os gestores financeiros
3
In Jornal @Verdade. Falhas do SISTAFE originam atraso do salário de professores. Online, disponível em
http://www.verdade.co.mz/nacional/43719-falhas-do-sistafe-originam-atraso-do-salario-de-professores. Publicado
a 01 de Fevereiro de 2014. Consultado em 02 de Maio de 2015.
4
In Jornal TVM Noticias. Pagamento do Salário aos Funcionários: Ministro da Economia defende fixação de data
única. Online, Disponível em http://noticias.tvm.co.mz/index.php/economia/item/index.php. Publicado a 19 de
Março de 2015; Consultado em 02 de Maio de 2015.
5
pudessem fixar uma data única para pagar o salário do funcionário público e assim permitir uma
melhor programação financeira ao funcionário.
Importa porém, salientar que a utilização das TIC’s exige dos agentes um certo domínio nos
sistemas aplicativos, devendo para tal existir recursos humanos capazes de estabelecer e garantir o
normal funcionamento do sistema. Portanto, por mais que se modernize o sistema e todo um
conjunto de procedimentos, esta modernização poderá não produzir os resultados esperados se o
pessoal não for capacitado. Nesta perspectiva, a questão de partida que se levanta é: Até que ponto
a introdução das TIC’s contribui na melhoria da Administração Financeira do Estado
sobretudo do e-Folha para celeridade do pagamento de salários?
1.6. Hipóteses
Conforme formulada a questão de partida para o problema levantado, apresentam-se as seguintes
hipóteses:
H1: A introdução das TIC’s em particular do e-folha melhorou a gestão das finanças públicas e a
celeridade no âmbito do pagamento de salários aos Funcionários e Agentes do Estado no GDM;
6
H2: A incapacidade dos recursos humanos em lidar com as soluções informáticas e as condições
infra-estruturais e tecnológicas disponíveis no Distrito de Marracuene torna deficiente o pagamento
célere dos salários a nível do GDM.
Quais são as causas da introdução do e-Folha no pagamento dos salários a nível do GDM?
Quais são os aspectos inerentes ao processamento de salários no GDM?
Qual é o contributo do e-Folha na celeridade do pagamento de salários a nível do GDM?
A pesquisa é Aplicada. Segundo Menezes e Silva (2005:20) este tipo de pesquisa objectiva gerar
conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Assim, a
pesquisa concebeu conhecimentos inerentes ao tema para a possível formulação de soluções para
constrangimentos ligados a plataforma do e-Folha no processo de pagamento de salários.
A pesquisa é qualitativa, segundo Malhotra (2001,5 citado por Guambe, 2011:73) a pesquisa
qualitativa é uma metodologia não-estruturada, de carácter exploratório, que se baseia em pequenas
amostras e permite melhor compreensão do contexto do objecto de estudo. De forma geral, ela
representa uma tentativa de conhecer com maior profundidade um problema ou fenómeno,
buscando descrever-lhe as características e definindo-o melhor perante os olhos do pesquisador,
pese embora em algum momento tenha se inclinado para a abordagem quantitativa, conforme
5
Malhotra, N. K. (2001). Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman.
7
afirma Severino (2006) que não existe um estudo completamente quantitativa ou qualitativa as duas
abordagens acabam se entrelaçando e se complementando.
Nesta óptica de ideias, a aplicação da pesquisa qualitativa foi através do estudo de campo que
tornou-se em grande medida relevante pois permitiu através da contacto directo com o fenómeno
em estudo, o acompanhamento de todo processo de pagamento de salários aos FAE via e-folha e
considerando os objectivos do trabalho, permitiu recolher os dados necessários para perceber se esta
solução informática oferece a celeridade exigida para pagamento de salários.
Numa outra abordagem, o método quantitativo ajudou a tornar quantificável as variáveis concebidas
no questionário submetido aos funcionários do GDM, assim como a outras entidades mereceram
destaque no presente estudo.
A pesquisa exploratória é realizada, segundo Vergara (2000), em áreas em que existe pouco
conhecimento acumulado e sistematizado. É portanto, adequada para o objectivo de aumentar o
conhecimento sobre determinado assunto, ou, nas palavras de Gonçalves e Meirelles (2004:37), é
“realizada para descobrir ou descrever melhor o(s) problema(s) raiz que são apontados através de
sintomas (ou queixas) para se alcançar os objectivos.”
Por outro lado, pautou-se pela pesquisa explicativa, que segundo Gil (1995:32), visa identificar os
factores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenómenos. Aprofunda o
conhecimento da realidade porque explica a razão, o “porquê” das coisas. Tendo em vista os
objectivos que se pretendem alcançar a aplicação deste tipo de pesquisa consistiu na conjugação das
técnicas de recolha de dados usadas neste trabalho e do estudo de caso com a intenção de observar
“in loco e explicar” em que medida a tecnologia é um “actor” que contribui na melhoria da
actividade financeira do Estado.
8
1.8.2. Métodos de Pesquisa
O Método Monográfico ou Estudo de Caso, de acordo com Gil (2002:54), consiste no estudo
profundo e exaustivo de um ou poucos objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento e para a realização da pesquisa. Nestes termos pautou-se por situações da vida real
(institucional), possibilitando assim a descrição do problema no contexto em que está sendo feita a
pesquisa. Assim este método foi extremamente importante pois colocou-nos perante a realidade de
modo a conhecer o que acontece no terreno. Ainda, de acordo com este método, qualquer caso
estudado em profundidade pode explicar outros fenómenos semelhantes. Através da aplicação deste
método foi possível por prova as hipóteses levantadas para responder a questão de partida e
consequentemente satisfazer os objectivos propostos, conjugando com outras técnicas de recolhas
de dados como a entrevista e o questionário, sendo que o caso em questão é representativo do
fenómeno a estudar a nível de outros Governo Distritais com adopção do e-SISTAFE em especial
do aplicativo e-Folha.
b) Método de Abordagem
O método de abordagem escolhido é o hipotético-dedutivo. Este método foi definido por Karl
Popper, a partir de suas críticas ao método indutivo. Para ele, o método indutivo não se justifica,
pois o salto indutivo de “alguns” para “todos” exigiria que a observação de fatos isolados fosse
infinita. O método hipotético-dedutivo pode ser explicado a partir do seguinte esquema:
Quando os conhecimentos disponíveis sobre um determinado assunto são insuficientes para explicar
um fenómeno, surge o problema. Para tentar explicar o problema, são formuladas hipóteses; destas
deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tentar tornar
falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Quando não se consegue derrubar a hipótese, tem-
se sua corroboração; segundo Popper, a hipótese se mostra válida, pois superou todos os testes,
porém ela não é definitivamente confirmada, pois a qualquer momento poderá surgir um fato que a
invalide.
9
Segundo Marconi e Lakatos (2007: 106), o método hipotético-dedutivo é aquele que se inicia pela
percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e pelo processo de
inferência dedutiva, testa-se a predição da ocorrência de fenómenos abrangidos pelas hipóteses.
a) Pesquisa Bibliográfica
Segundo Spínola e Silva (2005:11), uma Pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir do material
já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos já catalogados em bibliotecas,
editoras, internet e em videotecas. É a pesquisa realizada através de material já publicado em livros,
revistas, jornais, meios electrónicos acessíveis ao público em geral (Vergara, 2000).
Neste caso, fez-se revisão dos dados publicados e não publicados, em diversas formas, tais como
livros, dissertações, relatórios apresentados em vários fóruns, artigos de revistas, quase todos
relacionados com o tema em estudo constituiu a principal técnica para o desenvolvimento do tema.
b) Pesquisa Documental
Ou seja, é realizada com base em fontes de dados ainda não tratadas analiticamente ou reelaboradas
por outros autores, divididas em fontes de primeira mão (conservadas em arquivos ou pessoais) e de
10
segunda mão (relatórios empresariais ou de pesquisa e dados estatísticos), que devem ser
representativos e correctamente interpretados pelo pesquisador (Gil, 1996; Dencker, 2000).
c) Entrevista
Constitui uma serie de perguntas e consiste na comunicação bilateral. Na presente pesquisa optou-se
pela entrevista de caracter exploratório, onde foram usadas eventuais indagações ou levantamento
de dados e informações que não estavam contempladas no formulário, (Kauark et al, 2010:64).
Por outro lado, para facultar a recolha de dados sobre o assunto em causa, pautou-se pela elaboração
da Entrevista semi-estruturada, neste caso, o entrevistador prepara uma lista padronizada de
perguntas, mas acrescenta, em cada entrevista que conduzir, perguntas adicionais que porventura
permitam maior alcance dos objectivos, de acordo com os comentários e as respostas do
entrevistado, dando maior liberdade e flexibilidade para o entrevistador, que poderá buscar maior
esclarecimento junto ao entrevistado ou sondar suas respostas (May, 2004).
Dencker (2000) destaca que a entrevista permite maior flexibilidade na elaboração das questões e
consegue maior sinceridade por parte do respondente.
A escolha desta técnica de recolha de dados deve-se ao facto de que a entrevista permite um diálogo
aberto com o entrevistado, no caso a pessoa que está ligado ao fenómeno em estudo e detém
informações ou seja, respostas necessárias para entender aos mínimos detalhes em que medida a
tecnologia consubstanciada o e-Folha contribui na celeridade do pagamento de salários e permite
melhorar a Administração Financeira do Estado Moçambicano. Em termos práticos foram
entrevistados os funcionários do GDM ligados ao manuseamento do e-SISTAFE ou com
conhecimentos relevantes para compreensão do assunto em estudo.
6
CEDSIF - Entidade responsável pela implementação, execução e Gestão de Finanças Públicas e-SISTAFE.
Anteriormente designada por UTRAFE – Unidade Técnica de Reforma da Administração Financeira do Estado.
11
d) Questionário
O Questionário que consiste na "[...] técnica de investigação composta por um número mais ou
menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objectivo o conhecimento
de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc." (Gil,
1995:124).
A escolha do questionário como técnica de recolha de dados permitiu suportar as deficiências que
surgiram durante a entrevista. Não só, o questionário permitiu atingir grande número de pessoas,
mesmo dispersas; não exigiu gastos com treinamento de entrevistadores; garantiu o anonimato dos
respondentes e abriu a possibilidade das pessoas responderem no momento mais conveniente; (Gil,
1995). Por outro lado, foram inquiridos funcionários de diferentes sectores a nível do GDM de
modo aferir a sua percepção em relação a celeridade do pagamento de salários.
12
Sendo assim, foram entrevistados os 10 funcionários com acesso ao e-SISTAFE, directamente
ligados ao processamento e pagamentos dos salários aos FAE a nível do GDM.
E o inquérito foi suportado pela técnica de Amostragem estratificada: nessa forma de amostragem, é
preciso dividir a população em estratos ou subgrupos (por exemplo, por sexo, faixa etária, classe
social, posição hierárquica), para a partir dessa divisão identificar a amostra; dentro de cada estrato,
o pesquisador utiliza normalmente a amostragem aleatória simples para seleccionar cada elemento
(Malhotra, 2001). Assim foram inqueridos os 20 funcionários sem ligação directa com
processamento e pagamento de salários.
População
Amostra
Esta pesquisa tem um nível de abrangência institucional, o que implica que serão privilegiados
indivíduos funcionários que detém um vínculo laboral com o Estado. Portanto, foram incluídos,
funcionários do GDM com conhecimento sobre o e-SISTAFE, sem distinção de raça, cor, sexo,
religião, ou proveniência, com idade compreendida entre 21-70 anos. Porém, através do Critério de
Exclusão, foram excluídos do estudo funcionários sem nenhum conhecimento sobre o e-SISTAFE,
utentes de serviços públicos e funcionários em período probatório.
13
1.9. Estrutura de Trabalho
Para além dos elementos pré-textuais o presente trabalho agrega quatro capítulos designadamente
estruturados:
Por último, encontra-se o capítulo 4, relativo à apresentação, análise e interpretação dos dados. Este
compreende, especificamente, a caracterização do objecto de estudo e a apresentação, análise e
interpretação dos dados empíricos obtidos no “trabalho de campo e a verificação das hipóteses do
trabalho”. De referir que este capítulo antecede a conclusão do trabalho, as recomendações,
referências bibliográficas, anexos e apêndices.
14
CAPÍTULO 2: ENQUADRAMENTO TEÓRICO E CONCEPTUAL
Neste capítulo são apresentadas as teorias que serviram de suporte para a explicação do objecto
estudado, uma vez que nas ciências sociais, todo o fenómeno pesquisado tem a sua ferramenta para
explicar o seu objecto. São, igualmente, apresentados os conceitos-chave para o desenvolvimento
do trabalho.
A Nova Gestão Pública possui uma característica bem distinta dos modelos que anteriormente eram
aplicados na administração do Estado. A necessidade de rediscutir o papel e as formas de
funcionamento do Estado, com vistas ao atendimento dos requerimentos atuais, vem motivando o
debate acerca das reformas no cenário internacional. Os desafios de implementar programas
voltados para o aumento da eficiência e melhoria da qualidade dos serviços parecem ser a tendência
dominante, ganhando a denominação genérica de gerencialismo na administração pública.
Assim, surge o movimento do New Public Management, que incorpora a ideia da efectividade e da
busca da melhoria da qualidade dos serviços, na perspectiva dos clientes/usuários destes serviços. O
modelo evolui para uma visão baseada na noção de equidade, resgate do conceito de esfera pública,
ampliação do dever social de prestação de contas e o foco em resultados finalísticos.
A NGP emergiu inicialmente em países anglo-saxônicos, a partir do início dos anos 1980, tais
como: Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia.
Michel Messenet (1975,7 citado por Júnior, (s.d), em sua obra La Nouvelle Gestion Publique: pour
un Etat sans Burocratie, obra publicada em 1975, foi quem primeiro cunhou a expressão “Nova
Gestão Pública”, ao criticar a Administração Pública burocrática. Entretanto, o seu texto fundador é
7
Messenet Michel (1975), La Nouvelle Gestion Publique: pour un Etat sans Burocratie, Editions Hommes et
Tecniques, Paris.
15
o artigo “A public management for all seasons?”, escrito por Christopher Hood8 e publicado em
1991.
Importante ressaltar que o conceito de Nova Gestão Pública surgiu em uma tentativa de reforçar o
conceito de cidadania; reforçar valores da coisa pública nos servidores (eficácia, eficiência e ética);
reconhecer novos direitos como garantia dos cidadãos; ter como horizonte a satisfação do cidadão
(simplificação, redução de tempos, melhoria da qualidade do atendimento); focar na universalidade
e igualdade; incrementar a qualidade e a quantidade de serviços; fazer uma clara delimitação da
externalização dos serviços (admitindo, por exemplo, as privatizações, mas a partir de uma prévia
discussão sobre o que é, e o que não é papel do Estado, e não como iniciativas do tipo Estado
mínimo).
ii. Pressupostos Básicos da Teoria da Nova Gestão Pública ou New Public Management
A Nova Gestão Pública, como modelo de gestão, é difícil de ser correctamente definida
(McLaughlin, 2002:409). É um modelo que constitui um desafio à administração pública tradicional
construída pelos burocratas. Enfatiza uma via mais activa em torno da eficiência da gestão pública
(Jackson, 1994:121). Essencialmente é um modelo de gestão que procura organizar e
operacionalizar, de maneira diferente, a Administração Pública e os seus agentes, de maneira a: ·
Estas são, em resumo, as linhas estratégias da Nova Gestão Pública (Warrington, 1997).
8
Christopher Hood autor do artigo intitulado “A public management for all seasons?” ou “A Gestão Pública para
todas as estações?” descrever as reformas que tinha sido em torno no sector público em muitos países, especialmente
países de língua Inglês, desde o início de 1980. Disponível online em www.ipf.se/static/files/12/hood_the_paper.pdf
Consultado em 05 de Agosto de 2016.
16
Uma das características marcantes da Nova Gestão Pública é a intensificação do uso de tecnologias
de informação. A sua utilização visa agilizar o processo como um todo. A troca de informações
entre os sectores internos e com a própria sociedade é facilitada e, consequentemente, se torna mais
transparente. Nesta perspectiva a introdução das tecnologias de informação na esfera financeira do
Estado tem em vista dinamizar gestão das despesas públicas bem como garantir a segurança dos
fundos públicos. Com base na teoria da nova gestão pública é possível entender que a adopção de
meios tecnológicos na gestão financeira é um imperativo conjuntural na medida em que as
tendências actuais de Governação estão viradas na simplificação, redução de tempos, melhoria da
qualidade dos serviços públicos.
Inicialmente vamos fazer uma ligação no plano da abordagem contingencial que surge, por volta da
década de 1960, a partir de várias pesquisas feitas para verificar os modelos de estruturas
organizacionais mais eficazes em determinado tipo de empresa, (Stoner e Freeman, 1999). Os
resultados das pesquisas conduziram a uma nova concepção de que as empresas não actuam
isoladamente, tudo o que acontece no seu ambiente externo, quer a nível sociológico, tecnológico,
politico ou demográfico pode influenciar a estrutura da organização e o seu funcionamento.
Alfred Chandler Jr (1962)9, Realizou uma investigação histórica sobre a estrutura de quatro
empresas americanas. Demonstrando como a sua estrutura foi progressivamente adaptada à sua
estratégia;
Burns e Stalker (1961)10 dois sociólogos industriais, pesquisaram vinte indústrias inglesas
procurando analisar a correlação entre as práticas administrativas e o ambiente externo dessas
indústrias e classificaram-nas em Mecanicistas e Orgânicas;
Lawrence e Lorsch (1973)11 fizeram uma pesquisa sobre o defrontamento entre organização e
ambiente que marca o aparecimento da Teoria da Contingência;
9
Chandler, A.D. (1962), Strategy and Structure: Chapters in the History of the American Industrial Enterprise
(Cambridge, M.A.: MIT Press). Inglaterra.
10
Tom Burns e G. M. Stalker. (1961), The Management of Innovation. Tavistock Publications. Londres.
11
Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch (1973), As Empresas e o Ambiente: Diferenciação e Integração
Administrativas, Ed. Vozes, Petrópolis – Brasil.
17
Joan Woodward (1958)12 foi uma socióloga industrial inglesa que pesquisou sobre os princípios de
administração em 100 empresas diferentes, as conclusões indicaram que a tecnologia adoptada para
uma empresa determina a sua estrutura e o seu comportamento organizacional;
Enfatiza que não existe nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa;
Explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas
administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objectivos da organização, as variáveis
ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis
dependentes dentro de uma relação funcional;
Segundo Ribeiro (2010:157), a principal característica da Teoria contingencial é não haver uma
melhor maneira de administrar porque a empresa precisa estar constantemente se adaptando às
mudanças ambientais. Portanto, em função das constantes mudanças externas e internas a empresa
não pode ser estática, não podendo existir um caminho universalmente aplicável para um problema
em administração, mas a situação determina a melhor abordagem do problema organizacional. Ou,
não se atinge a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional.
Para a teoria, não existe uma universalidade de princípios de administração nem uma única e
melhor maneira de organizar e estruturar as organizações. O ambiente impõe desafios externos à
organização, enquanto às tecnologias impõe desafios internos. Deste modo, qualquer organização
deverá tomar em consideração tudo o que acontece no seu ambiente externo, quer a nível
sociológico, tecnológico, político ou demográfico visto que, pode influenciar a seu funcionamento,
sua estrutura organizacional, sua gestão e as decisões dos seus gestores (Idem).
12
Joan Woodward. (1958), Management and Technology, Her Majesty's Stationery Office. Londres.
18
presente pesquisa importar debruça sobre o imperativo tecnológico. Sobre perspectiva desta teoria,
a tecnologia constitui uma das variáveis independentes que influencia as características
organizacionais (variáveis dependentes). “Em outros termos, as características estruturais são
melhor explicadas pelas características ambientais que as determinam”, (Chiavenato, 2000:22).
Assim, tendo em atenção a ênfase desta teoria foi possível identificar e analisar o ambiente que
levou a introdução e implementação das TIC’s na administração financeira do Estado sob
perspectiva do e-folha na celeridade no pagamento de salários.
Actualmente, é impossível falar e pensar numa instituição sem que no entanto se associe esta a um
sistema de informação13, porque as TIC’s representam um importantíssimo papel na construção de
sistemas de informação que apoiam toda a estrutura organizacional das instituições e auxiliam o
processo de tomada de decisão e na planificação estratégica, e por isso o seu conceito é
eminentemente organizacional, (António, 2008:14). Portanto, todas as organizações têm um sistema
que recolhe, processa, conserva e transmite informação, independentemente deste sistema estar
informatizado ou não.
13
Sistema de Informação (SI) é uma parte da tecnologia de informação e refere-se a um conjunto de procedimentos
organizados que, quando executados, disponibilizam às organizações informações que auxiliam no processo de tomada
de decisão e no controle, tornando as organizações mais ágeis e eficientes na gestão das informações (Gonçalves,
2013:17).
19
Para Serrano et al (2004:11) as Tecnologias de Informação e Comunicação são um conjunto de
processos cognitivos (software14) e materiais (hardware15) necessários para a realização de uma
actividade de captação, processamento, memorização ou emissão de informação.
Actualmente as TI’s englobam cada vez mais, não apenas a componente informática tradicional
(hardware e software), como também os sistemas de telecomunicações, é por isso que são hoje
designadas por Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s).
Entretanto, neste debate importa esclarecer que pela versatilidade do conceito, as TIC’s também são
referenciadas por Novas Tecnologias de Informação e Comunicação – NTIC’s:
Conforme se pode depreender, o termo TIC’s ganha outras interpretações em função de cada autor,
no entanto, não alteram a essência básica dos objectivos das TIC’s (Processamento do fluxo de
informação). Contudo, para entendimento do tema em estudo adopta-se o conceito de Serrano et al
(2004:11), pois o autor incorpora em seu texto os elementos-chave para análise do objecto do
estudo (e-folha).
14
Software – Designa as instruções de processamento das informações, ou programas. Os Softwares podem ser
aplicativos - aqueles que executam tarefas específicas como de edição de textos ou serviço de contabilidade; ou
operacionais - os que traduzem as informações dos softwares aplicativos (…), (Stoner & Freeman, 1999; Boghi &
Shitsuka, 2002; Sousa, 1997).
15
Hardware – Representa todo o conjunto de equipamentos e componentes que identificamos no computador (…),
(Stoner & Freeman, idem; Boghi & Shitsuka, idem; Sousa, idem).
16
Velloso, Fernado (2014). Informática: Conceitos Básicos. Editora Elsevier, Rio de Janeiro: Brasil. Disponível online:
https://pt.m.wikipedia.org/wic/Novas _tecnologias_de_informação_e_cmunicação. Consultado em 10 de Maio de 2016.
20
2.2.2. Administração Financeira
A Administração Financeira está estritamente ligada à Economia e à Contabilidade, pode ser vista
como uma forma de Economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos económicos e em
dados contábeis para suas análises. No ambiente macro a Administração Financeira enfoca o estudo
das instituições financeiras e dos mercados financeiros e ainda, de como eles operam dentro do
sistema financeiro nacional e global (Júnior, 2010:6).
Segundo Wilker (2013), a Administração Financeira ou Finanças, como quase toda ciência, traz em
seu escopo as mudanças do mundo contemporâneo. Suas técnicas, métodos quantitativos e estrutura
conceitual vêm sendo ampliada, o que aumenta sua relevância para as organizações.
Na concepção Gitman (1997:4) a administração financeira, assim como a empresa, tem passado por
muita mudanças, com o aumento da competitividade, principalmente quanto a sua função. Além de
obter fundos, sua função também era quanto ao uso e à aplicação destes fundos, mas, actualmente,
suas preocupações e seu objectivo devem estar caminhando na direcção de procedimentos de
análise e controle do fluxo de fundos.
A administração financeira é uma ciência que objectiva, basicamente, determinar o mais eficiente
processo empresarial de captação de recursos e alocação de capital. Nesse contexto, é necessário
levar em conta a problemática da escassez de recursos e a realidade operacional e prática das
organizações (Wilker, 2013).
Depreende-se do debate acima, que não existe um conceito universalmente aceite em torno da
Administração Financeira, contudo, há concordância em torno dos objectivos da administração
financeira, sendo adequado para o entendimento do tema em estudo a concepção de Groppelli e
Nikbakt (2006), pois consideram no seu texto a aplicação de princípios económicos (o quê, como,
quando e para quem produzir) que são questões básicas para boa gestão de recursos financeiros.
17
Portal de Contabilidade. Conceito de Administração Financeira.
http://www.portaldecontabilidade.com.br/contabil/conceito_administracao_financeira.htm Consultado em 29 de Maio
de 2016.
21
2.2.3. Conceitos Complementares
Baleeiro (1983,18 citado por Lauriana, 2009) considera que a Administração Financeira do Estado
ou Actividade Financeira do Estado consiste em obter (Receita), criar (Crédito), gerir (Orçamento)
e despender (Despesa) o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu
ou cometeu a outras pessoas de direito público.
Não obstante, Ribeiro (2007)19 afirma que a Actividade Financeira do Estado desenvolve-se nos
seguintes tópicos: Receita – Orçamento – Despesas.
A autora reforça que, o Estado tem como competência à gestão dos seus recursos para garantir as
necessidades socias de sua população. A finalidade do Estado é a realização do bem comum, um
ideal que promove o bem estar e conduz a um modelo de sociedade.
Algumas dessas necessidades não são de natureza essencial, isto é, cabe ao Estado sua realização de
forma directa e exclusiva (segurança pública, prestação jurisdicional, etc.) Tais actividades
representam os interesses primários do Estado, sendo indelegáveis em função da indisponibilidade
do interesse público. Outras representam os interesses secundários do Estado, tanto podendo ser
desenvolvidas directamente pelo Poder Público, como pelas concessionárias de serviço público.
18
Baleeiro, Aliomar (1983), Direito Tributário Brasileiro. Imprenta: Rio de Janeiro, Forense.
19
Ribeiro, Juliana (2007). Actividade Financeira do Estado. Disponível em:
http://www.ceap.br/material/MAT08022013143420.pdf Consultado em 20 de Junho de 2016.
22
A finalidade última do Estado é a realização do bem comum. Quanto a maior gama de necessidades
públicas, maior será a intensidade da actividade financeira do Estado.
2.2.3.2. Salário
Conforme Chiavenato (2004:260) ”o salário é uma contraprestação pelo trabalho de uma pessoas na
organização, que empenha parte de si mesma, de seu esforço e de sua vida, comprometendo-se a
uma actividade cotidiana e a um padrão de desempenho na organização”.
Sussekind et al (198720 citado por Grunwald, 2010), considera que o “salário é a retribuição
devida pela empresa ao trabalhador, em equivalência subjectiva ao valor da contribuição deste na
consecução dos fins objectivados pelo respectivo empreendimento.
No entanto, Pontes (2004:29) reforça que a empresa deve ver o salário como função agregada de
motivação e procurar utilizá-lo como um instrumento a mais na compatibilização dos objectivos
organizacionais e pessoais”. Salientar que o colaborador é ser motivado, se o colaborador estiver
satisfeito, com certeza sua produtividade aumentará e, consequentemente aumentará o desempenho
da organização.
Por outro lado, Martins (198721 citado por Grunwald, 2010), sintetiza o conceito nesta mesma linha
de entendimento ao dizer que “remuneração seria um conjunto de retribuições recebidas pelo
empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidades, provenientes do
empregador ou de terceiros, mas decorrentes do contrato de trabalho, de modo a satisfazer as suas
necessidades vitais básicas e de sua família.”
Assim, no presente trabalho adopta-se o conceito de Martins (1987) citado por Grunwald (2010)
dada a abrangência que este conceito apresenta, o que permite enquadrar o conceito de salário em
qualquer contexto, seja de natureza social, académico, institucional. No caso em apreço o salário
reflecte o dinheiro que o funcionário recebe proveniente do Estado, decorrente da tabela salarial em
vigor e da categoria ocupada pelo mesmo.
20
Sussekind, Arnaldo; Maranhão, Délio e Vianna, Segadas, (1987), Instituições de Direito do Trabalho, 10ª Ed.
Portugal: Lisboa.
21
Martins, Sérgio Pinto (1987), Direito do Trabalho, Ed. Malheiros, 3ª Edição. Portugal
23
2.2.3.3. A Internet e a Intranet
Enquanto, a intranet é mais restrita que a internet, é uma rede privada, com recursos de internet,
funcionando com Transmission Control Protocol (TCP/IP)24 só para os funcionários de uma
organização. Geralmente, a internet possui um servidor de web, browsers, para os vários
utilizadores e um sistema de segurança para impedir acessos não autorizados (Firewall) com
objectivo de criar uma plataforma de trabalho vocacionada para o desenvolvimento de trabalho
integrado entre os vários departamentos, com destaque para o trabalho em grupo e para a
organização dos fluxos de informação (aplicação de groupware25, workflow26, email, etc.) (idem).
22
Um Gateway, é uma máquina intermédia geralmente destinado a interligar redes. Uma tradução possível para esta
palavra em inglês é “portal”, sendo exactamente assim que um gateway funciona. Ele permite a passagem de dados
entre um computador, celular, Notebook, Tablet, e todas informações que estão guardadas em servidores na internet.
23
Feedback é uma palavra inglesa que significa retorno ou dar resposta a uma determinado pedido ou acontecimento.
O significado de feedback é utilizado em teorias da Administração de Empresas, quando é dado um parecer sobre uma
pessoa ou grupo de pessoas na realização de um trabalho com o intuito de avaliar o seu desempenho.
24
O TCP/IP (também chamado de pilha de protocolos TCP/IP) é um conjunto de protocolos de comunicação entre
computadores em rede. Seu nome vem de dois protocolos: o TCP (Transmission Control Protocol - Protocolo de
Controle de Transmissão) e o IP (Internet Protocol - Protocolo de Internet, ou ainda, protocolo de interconexão). O
conjunto de protocolos pode ser visto como um modelo de camadas (Modelo OSI), onde cada camada é responsável por
um grupo de tarefas, fornecendo um conjunto de serviços bem definidos para o protocolo da camada superior.
25
Software colaborativo, ou Groupware, pode ser definido como um conjunto de aplicações, síncronas e assíncronas,
isto é que ocorrem ao mesmo tempo e em tempos diferentes, respectivamente, integradas em um ambiente para
promover o trabalho cooperativo de um grupo de pessoas envolvida em tarefas ou objectivos comuns. Serviços de
correio electrónico, agenda compartilhada, mensagens instantâneas, são exemplos de softwares que compõem um
groupware.
26
Workflow é um termo inglês que significa “fluxo de trabalho”, na tradução para a língua portuguesa. O conceito
do workflow é de uma sequência de passos necessários para automatizar processos, de acordo com um conjunto de
regras definidas, permitindo que estes possam ser transmitidos de uma pessoa para outra. Nessa automação,
documentos, informações ou tarefas são passadas de um participante para o outro para execução de uma acção, de
acordo com um conjunto de regras de procedimentos.
24
CAPÍTULO 3: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA MELHORIA
DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO ESTADO
A Revisão da Literatura é parte essencial num trabalho científico, pois é a partir dela, ou seja, da
confrontação de vários pontos de vista dos autores que escreveram sobre a área em que o
pesquisador esteja a analisar, que se obtêm uma ideia geral do tema para melhor se posicionar.
Nestes termos, o presente capítulo é especialmente dedicado à revisão da literatura centrado na
abordagem das TIC’s com o intuito de estabelecer um estudo profundo sobre a dinâmica e
contornos da adopção de soluções informáticas na Administração Financeira do Estado, aborda-se
ainda, o contexto da introdução das TIC’s na Administração Financeira do Estado em concreto do
e-SISTAFE e do e-Folha.
O SISTAFE é o Sistema de Administração Financeira do Estado criado pela Lei nº. 09/2002, de 12
de Fevereiro (BR, 2002) e regulamentado pelo Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agosto (BR, 2004),
no contexto da implementação das reformas na área das finanças públicas. Conforme estabelece o
artigo 3 Lei nº. 09/2002, de 12 de Fevereiro (BR, 2002) o SISTAFE tem por objectivos:
a) Estabelecer e harmonizar regras e procedimentos de programação, gestão, execução,
controlo e avaliação dos recursos públicos;
b) Desenvolver subsistemas que proporcionem informação oportuna e fiável sobre o
comportamento orçamental e patrimonial dos órgãos e instituições do Estado;
c) Estabelecer, implementar e manter um sistema contabilístico de controlo da execução
orçamental e patrimonial, adequado às necessidades de registo, da organização da
25
informação e da avaliação do desempenho das acções desenvolvidas no domínio da
actividade financeira dos órgãos e instituições do Estado;
d) Estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo interno eficiente e eficaz e
procedimentos de auditoria interna, internacionalmente aceites;
e) Estabelecer, implementar e manter um sistema de procedimentos adequados a uma correcta,
eficaz e eficiente condução económica das actividades resultantes dos programas, projectos
e demais operações no âmbito da planificação programática delineada e dos objectivos
pretendidos.
O SISTAFE foi concebido para ser implementado de forma gradual, por processos dentro de cada
subsistema, iniciando com a gestão central e local e priorizando-se áreas pertinentes do Tesouro
Orçamento e Contabilidade (TOC), cujos subsistemas são considerados essências para garantir as
principais actividades no âmbito das Finanças Públicas (FP). A incorporação dos demais níveis de
gestão, nomeadamente “Autarquias” e “Empresas do Estado”, bem como dos restantes subsistemas
na gestão central e local seriam tratadas numa fase posterior (MEF, 2015).
De um modo geral, o SISTAFE em vigor em Moçambique, foi concebido para garantir uma
correcta interacção entre os componentes deste sistema para que o mesmo tenha uma gestão mais
eficiente e transparente dos recursos públicos, assim como melhorar a gestão da contabilidade
pública.
Desde a independência nacional de Moçambique até aos dias de hoje a administração da coisa
pública tem encarado complexas modificações27. Essas modificações são perceptíveis num quadro
de tentativas que o Estado enquanto aparelho tem imprimido com vista a dar resposta aos problemas
27
Para fins exclusivos de redacção deste subcapítulo, adopta-se o termo modificações para se referir à reformas
aplicadas na Administração Pública.
26
herdados pelo país no período da nascença da sua soberania, aos por si criados num processo de
aprendizagem concomitante a prática e, em última análise, aos desafios que, enquanto sistema, lhe
são propostos pelo meio interno (inputs28 organizacionais como recursos humanos e materiais) e
externo (a colectividade, globalização, integração económica, etc.).
As modificações na administração são necessárias quando se constata que as práticas assumem uma
característica rotineira que ignora as contingências que o meio emite como input ao sistema
administração. Essas modificações devem reflectir não apenas uma modificação enquanto tal, mas
uma modificação positiva.
Embora se deixasse a cargo da AP a implementação das políticas do Governo, este veio encarar
com vários problemas, pois “a capacidade da Administração Estatal era pequena” (Abrahamsson &
Anders, 1994: 263).
Tais problemas relacionavam-se, conforme Abrahamsson & Anders (Ibid.), com o facto de uma
maioria esmagadora da população portuguesa ter deixado Moçambique durante os anos anteriores e
posteriores à independência, sendo que a maior parte deste grupo tinha uma formação académica
mais lata e que trabalhava na AP e nas empresas29.
Ao abordar a questão da reforma do sector público em Moçambique, há que destacar três fases de
inflexão, particularmente relevantes para a própria edificação do Estado moçambicano, segundo a
Estratégia Global da Reforma do Sector Público – EGRSP, (CIRESP, 2001) :
28
Tendo em vista que a AP é o gerenciamento das actividades, recursos e materiais que serão utilizados para criação de
produtos e/ou serviços, resta nítido que no interior destas actividades existe um processo de transformação, que é
constituído de Inputs (Entradas), geralmente matéria-prima, que sofre um processo de transformação tendo como
resultado a criação de produtos e/ou serviços que são os Outputs (Saídas). Input trata-se do primeiro item no processo
de transformação, geralmente uma matéria prima ou um outro produto terminado que agora será transformado
novamente, temos como exemplo a fabricação de um automóvel, podem ser chamados de Inputs ou Entradas as partes
metálicas, de borracha, plástico, tecido, etc., que seguirão pela linha de montagem para fabricação do mesmo.
29
Ferrão (2001: 43) salienta que “ logo após a independência, a situação de 1974-75-76 continuou difícil, com a saída
de cerca de mais de 200.000 portugueses muitos dos quais, técnicos, gestores, engenheiros, médicos, e outro pessoal
qualificado” e que esta situação continuou mesmo depois das nacionalizações em 1975 e 1977.
27
1ª Fase (1975), decorrente da luta de libertação, foi a da constituição do novo Estado, optando-se,
por razões por demais conhecidas, por um modelo centralizado e centralizador apoiado num partido
forte, único e hegemónico.
A 2ª fase (1986), início das reformas económicas, revisão profunda do modelo então vigente e
mudança dos princípios básicos que o norteavam, resultando mais tarde a implementação do
Programa de Reabilitação Económica (PRE) que gerou uma mudança profunda do próprio papel
definido para o Estado. Num curto período, o País passou de um modelo de economia centralizada
com base na iniciativa do Estado, para uma economia de mercado com base na iniciativa privada.
Transitou-se de um modelo de Estado unitário centralizado para um Estado unitário, gradualmente
descentralizado e no qual foram consolidadas as relações regulares entre o Executivo e o
Parlamento.
Para responder a este desafio, Moçambique implementou várias acções de reforma, contudo, a
coordenação nas acções a nível inter e intra-institucional eram ainda fracas. Esta situação não
permitia o desenvolvimento de acções assentes numa visão única e partilhada sobre os objectivos da
reforma. É neste contexto, que para melhor responder à necessidade da reforma, em 2001 o
Governo Moçambicano apresentou a Estratégia Global para Reforma do Sector Público (EGRSP),
um documento orientador, que além de apresentar uma visão comum, direcciona as acções de
reforma a nível das Instituições Públicas.
Entretanto, a existência da EGRSP, por sí só, não representou condição suficiente para que a
reforma a nível das instituições seja efectiva. De acordo com a EGRSP “ é condição de viabilidade,
que haja coerência entre os objectivos traçados para com a Reforma e a prática da actuação dos
agentes dessas transformações, a um ritmo de implementação credível e baseado em condições
concretas de viabilidade” (CIRESP 2001:10).
Como parte integrante deste processo foi iniciada a implementação do programa de modernização
da administração financeira do Estado - SISTAFE - a qual visava essencialmente corrigir as
deficiências identificadas tanto no diagnóstico geral efectuado antes da EGRSP para a quarta
28
componente (Gestão financeira e orçamental do Estado e processos de prestação de contas), como
no SISTAFE, através de vários estudos específicos sobre estes incidentes (MPF, 2002: 3).
30
Hodges e Roberto (2005: 14) referem os recursos considerados off-budget como sendo os extra-orçamentais.
31
Segundo Lampeão (2007:24) “se fez saber numa acção de formação orientada pela UTRAFE (sobre o SISTAFE) para
funcionários de diversos sectores e níveis em Setembro de 2006 um dos motivos para a reforma da administração
financeira foi também a fraca aceitabilidade do sistema então vigente pelos doadores. Por vezes cada doador utilizava
seu sistema de gestão financeira, gerindo de forma direccionada para seus projectos, ou por estes patrocinados, sendo
que findo o projecto ou o exercício inerente a esse projecto, o sistema era extinto. Este facto levou a uma multiplicação
das contas em nome do Estado, a um deficiente sistema de prestação de contas, devido a existência de vários modelos
para tal, entre outras constatações que tiravam cada vez mais credibilidade do sistema de administração financeira”.
29
Agenda 2025, Plano de Acção para Redução da Pobreza (PARP) 2010-2014 e Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio na área da Governação.
A ERDAP não é uma estratégia de ruptura mas sim uma estratégia de continuidade do esforço que
tem vindo a ser empreendido na prossecução desta visão para o Sector Público, estando orientado
para a consolidação e aprofundamento das reformas já realizadas tendo como lema “o Funcionário,
a Servir cada vez melhor o cidadão”. O lema adoptado para a ERDAP é o mesmo que o
estabelecido para EGRSP, uma vez que transmite os valores e a orientação da estratégia
preconizada para o horizonte temporal 2012-2025 e acentua a aposta na continuidade do caminho
que tem vindo a ser percorrido.
Não obstante o ciclo de reformas na área da Gestão de Finanças Públicas com vista a introduzir
mecanismos que assegurem a alocação eficiente dos recursos públicos, o seu controlo e auditoria,
bem como a sua escrituração contabilística. O Governo instituiu recentemente em 2015, um
encontro anual, de âmbito nacional e de nível estratégico designado de Reunião Nacional do
SISTAFE (RNS). A primeira edição teve lugar nos dias 26 e 27 de Novembro de 2015, na Cidade
de Maputo, sob o lema “SISTAFE: Qualidade e Transparência na Administração Financeira do
Estado” (MEF, 2015:12).
30
De um modo geral, fica claro que Governo não limita esforços para alcançar os objectivos
preconizados pelo SISTAFE e não só fazer face aos desafios contemporâneos da Era da
Informação.
Nos dias que correm o mundo assiste a era de revolução tecnológica que é caracterizada por um aumento
significativo das novas TIC’s, que têm permitido substancialmente o aperfeiçoamento e funcionamento do
sistema de informação a nível organizacional (Ibid.).
31
O Governo Electrónico é o termo usado para designar mudanças na forma de prestação de serviços
públicos na AP. O Programa da Reforma do Sector Público fase II (2006-2011) define o Governo
Electrónico, como sendo a contínua optimização da prestação de serviços públicos, da participação
dos cidadãos na governação através da transformação das relações internas e externas com recurso à
tecnologia, Internet e novos media.
Heeks (2002,32 citado por Awortwi, 2006:133) argumenta que, para que o Governo Electrónico
tenha sucesso é preciso “melhorar os sistemas de gestão, os processos de trabalho, a liderança e o
pensamento estratégico, as atitudes, os conhecimentos e as habilidades necessárias no processo”.
No entender do autor, os administradores e altos funcionários do Governo precisam ser equipados
com conhecimentos e habilidades sobre as TIC’s.
Integração dos dados e sistemas de identificação civil para se ter uma referência comum
para o Governo e tornar a vida mais fácil para os cidadãos e as empresas;
32
Heeks, R (2002). Reinventing Government in the Information Age – International practice in IT-enabled public
sector reform. Abingdon: Routledge.
32
Integração e optimização dos sistemas de registo e licenciamento de empresas e outras
entidades legais para se ter uma referência comum para o Governo e tornar a vida mais fácil
para os cidadãos, as empresas e outras entidades legais;
Uma vez identificadas as áreas prioritárias, e na sequência das consultas junto dos Ministérios e
Instituições que operam nessas áreas prioritárias, para determinar as suas necessidades e
expectativas assim como para obter os seus inputs, os projectos de Governo Electrónico foram
agrupados por afinidade, fazendo convergir e melhorar os projectos de informática e da Reforma do
Sector Público em curso.
Deste modo, a adopção das TIC’s na AP tem o objectivo de garantir a melhoria da prestação dos
serviços públicos (tempo e fiabilidade da resposta e flexibilidade nos meios de atendimento), Maior
33
Cooperação PALOP-TL / EU (2016). Conferência CONTIGO: Governo cria fórum sobre governação electrónica.
Portal online disponível em: http://pasp-paloptl.org/pt/tags/tics-na-administracao-publica. Consultado a 27 de Fevereiro
de 2017.
33
transparência e eficácia por parte da gestão das instituições do Estado. E assim para permitir que a
AP possa prosseguir o seu objectivo macro que é a contínua e permanente satisfação das
necessidades da colectividade, bem como, a boa governação.
A introdução de sistemas informáticos integrados na Gestão de Finanças Públicas pode ser vista
como uma ferramenta importante e fundamental, caracterizada segundo o CEDSIF (2013) pela:
No período de 2007 a 2014 forma implantadas outras aplicações, nomeadamente: e-CAF (2007), e-
Património e e-CAP (2008), e-Inventário e e-Folha (2010), Catálogo de Bens e Serviços - CBS
(2013), Cadastro de Empreiteiros de obras públicas, Fornecedores de Bens e Serviços - CEF (2014)
e o e-Tributação (2014). Apesar destas entregas constituírem marcos importantes, ainda não estão
finalizadas, com excepção do e-Património e do e-Inventário, funcionalidades desenvolvidas para
necessidades especificas e que serão substituídas pelas funcionalidades a desenvolver no âmbito do
Modulo de Administração do Património do Estado – MPE (MEF, 2015).
34
De acordo com o Relatório de Análise Global de Gestão de Finanças Públicas (2009), a continuação
da expansão do e-SISTAFE com o uso da execução por via directa tem sido crucial para progressos
na reforma financeira, trazendo gradualmente maior transparência, responsabilidade e reforço do
controle da execução do orçamento do Estado. Pensando na continuação e o aprofundamento do
Programa que o Governo decidiu elaborar uma estratégia de longo prazo “Visão da Gestão de
Finanças Públicas 2011-2025”, aprovada pelo Conselho de Ministros em 2012.
Este documento explicita que a tutela do e-SISTAFE está adstrita, ao Centro de Desenvolvimento
de Sistemas de Informação de Finanças (CEDSIF), uma Instituição Pública dotada de personalidade
jurídica e de autonomia administrativa e financeira, funcionando sob a tutela do Ministério que
superintende a área de Finanças, com o objectivo de modernizar os processos das Finanças Públicas
e outros processos associados, em todos os órgãos e Instituições de Estado.
Durante o ano de 2011, já estavam ligados ao e-SISTAFE todos os Ministérios e Órgãos do Estado
até ao nível das Direcções provinciais, 69 Distritos e 82 Instituições Autónomas. De acordo com a
fonte, 495 correspondem a Unidades Gestoras Beneficiárias (UGB)34 a utilizarem o e-SISTAFE (o
Informe sobre o Grau de Implementação da Estratégia de Governo Electrónico, 2011:19). Os dados
fornecidos pelo CEDSIF indicam que desde o início do processo de reforma em 2006, um total de
620 UGB´s estão abrangidas (sendo 138 de nível Central, 401 de nível Provincial e 81 Distritos.), o
que corresponde a 67.4% do universo das 920 UGB’s existentes; A execução da despesa por Via
Directa em relação a despesa total executada apresenta uma tendência crescente de níveis, sendo de
37,5% em 2009, 41,5% em 2010, 42.3% em 2011, e 52,6% em 2012 (CEDSIF, 2013).
Do ponto de vista do mesmo autor, dentro desse processo, a criação da Conta Única do Tesouro
(CUT) e a introdução do e-SISTAFE, a gestão do dinheiro se torna muito mais rápida e eficiente,
tendo melhorado a gestão das disponibilidades financeiras do Estado por meio da CUT. Por
34
UGB é uma Unidade Funcional do Subsistema do SISTAFE e fazem parte todos os órgãos e instituições do Estado
destinatárias de uma parcela do Orçamento do Estado ou detentora de uma parcela do Património do Estado, não tendo
a capacidade de execução orçamental e financeira no e-SISTAFE precisando, para tanto, do apoio das Unidades
Gestoras Executoras – UGE.
35
exemplo, os fundos são transferidos directamente para as contas bancárias de quem tem que receber
do Estado, reduzindo atrasos (De Renzio (2011). Um sistema automatizado de administração
financeira do Estado é importante para melhorar a qualidade, eficiência e transparência da gestão
dos recursos públicos. Ela traz vários benefícios, entre os quais um controlo mais eficaz dos gastos
públicos, e uma maior rapidez nos pagamentos, o que facilita a relação estado-empresas-
fornecedoras.
35
Dados da 1ª Reunião Nacional do SISTAFE 26 e 27 de Novembro de 2015, na Cidade de Maputo, sob o lema
“SISTAFE: Qualidade e Transparência na Administração Financeira do Estado”.
36
e) Módulo de Gestão de Salários e Pensões, que apoia a elaboração da folha de salários e
pensões dos funcionários públicos e pensionistas;
f) Módulo de Gestão da Dívida Pública, que apoia a administração da Dívida;
g) Módulo de Gestão da Rede de Cobrança que apoia a administração da Rede de Cobrança.
Considerando que é vedado o acesso à operação do e-SISTAFE a indivíduos que não sejam
funcionários públicos ou de Empresa Pública e os funcionários públicos que operam o e-SISTAFE
devem ser qualificados em curso de formação específico para a gestão do SISTAFE. Um
funcionário público é cadastrado como usuário do e-SISTAFE num único órgão ou instituição do
Estado, sendo este uma Unidade de Supervisão, Intermédia, Gestora Executora ou Gestora
Beneficiária. O usuário, ao ser cadastrado no e-SISTAFE, pertence a um único perfil de operação.
O usuário do e-SISTAFE pode ser cadastrado para ter acesso a uma ou mais gestões existentes na
Unidade.
Em outras palavras, não pode ter acesso ao e-SISTAFE um indivíduo que seja funcionário privado,
isto é de Empresa Privada, ou alguém que tenha intenções diferentes da execução de procedimentos
do SISTAFE, como por exemplo alguém que deseje mandar “vírus informático” para os servidores
do e-SISTAFE, e também não pode ter acesso indivíduo ou funcionário que não tenha formação e
tenha sido cadastrado para o efeito, só e somente para um único perfil de operação.
Do conjunto dos módulos hospedados no e-SISTAFE vale a pena trazer mais detalhes sobre
Módulo de Gestão de Salários e Pensões (e-Folha), pois não só está ligado à gestão das despesas de
37
finanças públicas como tal, mas também influencia na prestação dos serviços aos FAE, ajuda
identificar o beneficiário através do cadastro feito pela e-CAF36 ao mesmo tempo em que evita o
pagamento a funcionários fantasmas. Em outras palavras, o e-CAF é um aplicativo que utiliza a
plataforma de e-SISTAFE, permitindo o cadastro e manutenção das informações dos FAE. O e-
CAF integra os FAE que possuem nomeação provisória/definitiva ou contractos de trabalho dentro
do prazo, ambos contendo o Visto do Tribunal Administrativo.
Já em 2013 de acordo com o CEDSIF (2013), a cobertura do e-SISTAFE foi de 131 Distritos. Deste
universo 92 distritos já operam o e-SISTAFE. Pelo menos cinco Distritos em cada província estão
ligados ao e-SISTAFE, onde no topo está Nampula com 17 distritos dos 20 existentes. Pode se dizer
que é um dado significativo, mas mais importante é tais distritos estarem a utilizar a ferramenta
correctamente de modo a melhorar a prestação de serviços públicos.
36
No âmbito das reformas levadas a efeito a partir de 2002, visando ao estabelecimento de mecanismos integrados de
gestão eficaz do erário público foi desenvolvido o Cadastro Único dos Funcionários Públicos e Agentes do Estado ‒ e-
CAF, resultado de um recenseamento de funcionário e agentes do estado.
38
expansão do pagamento de salários via e-folha para 267 novos sectores de nível provincial e
distrital incluindo as escolas (CEDSIF, 2013).
Ainda sobre o módulo e-Folha a tendência é incluir toda a função pública como ilustrado
anteriormente, o que significa que, cada instituição pode efectuar o pagamento de salário por via
directa no e-SISTAFE. Este subsistema, de acordo com José (2014:82) efectua o processamento da
folha de pagamento de salários e acrescenta que “antes de calcular o salário faz a verificação se o
beneficiante é um funcionário público e se está registado no sistema e-CAF buscando todos
atributos (cargos, prémios, quantidade de horas de trabalho, encargos como Tribunal de Menores,
entre outros) e só depois de conferir os dados, o salário é transferido para as contas dos
funcionários. Para os que não estão registados, o sistema agrupa por áreas de destino e envia o valor
total para a conta da instituição e esta por sua vez, procede ao pagamento manual aos beneficiários.
Este sistema de pagamento dos ordenados, segundo CEDSIF (2013) permite que, uma vez indicado
no cadastro ou processo individual do funcionário de Estado, a sua Categoria ou Função, o sistema
fixa de forma automática todos os abonos e respectivos descontos do funcionário, dando também as
possibilidades de se indicarem os abonos e descontos específicos por categoria, função, sector e
nível das instituições. É caso para se dizer que o sistema contribuiu para melhorar a questão de
segurança ao cidadão em relação ao seu ordenado, gestão de tempo, apesar de nos dias de salário
verificar-se longas filas nas caixas automática, mas isto já é da competência dos Bancos.
39
demissões, expulsões, exonerações e mortes). Neste sentido, é importante revisitar as
responsabilidades dos agentes destes órgãos, nomeadamente (CEDSIF, 2015):
a) Agente Recenseador: responsável pelo cadastro e manutenção dos dados do FAE, assim
como emissão de comprovativos;
b) Agente Recenseador Distrital: efectua o cadastro dos FAE, incluindo domicílio bancário a
nível Distrital, bem como efectua as alterações, verificações e emissão de comprovativos;
c) Agente Recenseador Sectorial: responsável pelas alterações e verificações das informações
do FAE (incluindo domicílio bancário), assim como a emissão de comprovativos a nível do
sector;
d) Agente de Controlo Interno Sectorial: executa as autorizações de transferências dos FAE
de uma unidade para outra, bem como emissão de conformidades sectoriais e de domicílios
bancários e data-limite para regularização de FAE ausentes; e
e) Administrador do e-CAF: efectua a manutenção das tabelas de carreiras, categorias e
funções, bem como das de vencimento. Este agente está afecto no MAEFP. Contudo, por
questões de segurança, somente o Agente Recenseador afecto ao MAEFP pode alterar dados
dos FAE de qualquer sector, mediante solicitação fundamentada.
Os agentes acima descritos actuam no âmbito do e-CAF, sendo conhecidos como agentes de
Manutenção. E em relação ao e-Folha são responsáveis por estas manutenções os seguintes agentes:
É importante frisar que o AME tem o dever de proceder o envio ao DAF dos documentos que
influenciam o processamento de salários, tais como: despacho de nomeação, promoção ou
progressão, despacho de fixação de vencimentos excepcionais para o cálculo das diferenças
salariais e despachos que fixam os abonos ou descontos de cálculo não automático.
40
b) Agente Sectorial do DAF: afecto à área de Administração e Finanças do sector, é
responsável pelas seguintes actividades no e-Folha, até o dia 30 de cada mês:
Fixação de abonos e de descontos que, por sua natureza, o sistema não fixa
automaticamente;
Envio da documentação que permite a verificação pelo Supervisor Sectorial da Folha
de Salário;
Correcção no caso de erro;
Fecho da fixação de abonos/descontos;
Impressão das subfolhas de vencimento;
Emissão de talões de vencimento e como das declarações anuais de vencimento;
Envio de informação para a verificação pelo Agente Supervisor Sectorial da Folha de
Salário.
41
Conformidade da folha de salários e efectua o carregamento da mesma no e-CAF.
Significa isto que a não utilização ou absorção pela organização da inovação tecnológica induz
facilmente obsolescência no seu modo de estar e actuar. Hoje, a saúde de uma organização mede-se
também por comparação com outras e com as potencialidades de que pode fazer uso. É neste
sentido que uma organização, um serviço ou um posto de trabalho, se tornam mais pobres pelo
simples facto de não terem disponíveis ou usarem os mesmos meios que os seus equivalentes
(Pinto, 2010:42).
A Gestão Financeira é reconhecidamente um dos aspectos mais críticos do Sector Público. Uma má
gestão financeira, além de reduzir a capacidade do Estado na provisão de serviços públicos e de
sustento do seu próprio funcionamento, incorpora em si o fantasma dos défices públicos, cujas
formas de financiamento quase sempre se revelam nefastas para a economia. Tendencialmente, o
aumento da taxa de juros acaba sendo uma das consequências quase lógicas, com a sua decorrente
retracção de investimentos, aumento do desemprego e recessão da economia. O quadro acirra-se
ainda mais quando levamos em conta que na situação actual do País os défices orçamentários, que
rondam cerca de 50%, são financiados por fontes externas (Minyengu, 2013).
Do mesmo modo, o uso de inovação tecnológica pode criar vantagens comparativas, geradoras de
criação de imagens positivas e de capacidade acrescida de implantação em áreas estratégicas,
incluindo o desenvolvimento e oferta de novos bens e serviços. A importância da informação e da
comunicação nas organizações é assumida de uma forma generalizada, mas nem sempre
acompanhada da criação e gestão de sistemas de informação e comunicação aptos a dar-lhes
resposta (Pinto, 2010:42).
42
externa da organização. A obtenção e divulgação desta informação, bem como a necessidade de
relações internas e externas frequentes, exigem sistemas de comunicação que viabilizem o acesso e
troca de informações a qualquer momento (Idem).
É nesta esfera que a Administração Financeira do Estado torna as TIC’s uma componente
indissociável na transparência e responsabilização das contas públicas. As novas tecnologias
parecem favorecer a tendência para a instituição ter fronteiras cada vez menos demarcadas em
relação ao seu meio ambiente, a trabalharem cada vez mais "em rede" com outras empresas e,
dentro delas, os seus colaboradores também trabalharem cada vez mais.
O e-SISTAFE tornou mais difícil os desvios de dinheiro pelo facto de muitas operações do governo
terem deixado de ser feitas com dinheiro vivo, e estarem sujeitas a Auditorias “Online e
presenciais” mas não se pode afirmar que os sistemas electrónicos combatam a corrupção, pois
existem muitas outras formas de corrupção que o e-SISTAFE não pode controlar, como se pode
perceber do texto que se segue:
[N]ove pessoas, cujos nomes omitimos, foram detidas pelo Gabinete Central de Combate à
Corrupção por suspeita de envolvimento no desfalque financeiro havido no Ministério da
Educação (MINED). Trata-se de um funcionário do MINED no activo, dois ex-quadros
expulsos do pelouro no âmbito de processos disciplinares em que respondiam, instaurados
após a descoberta da fraude. Outras seis pessoas alheias ao aparelho do Estado também
foram detidas. Do grupo constam amigos e familiares dos funcionários do MINED
apontados como autores do desfalque, que funcionavam como receptores da parte do
montante desviado, uma vez que disponibilizaram suas contas para a transferência do
43
dinheiro. O prejuízo total da fraude apurada pelos peritos do GCCC é de 30 milhões, 501 mil
e 213 meticais (Jornal Noticias, 2013)37.
[O] Gabinete Central de Combate à Corrupção de Moçambique (GCCC) pediu uma revisão
urgente do Sistema (Electrónico) de Administração Financeira do Estado (e-SISTAFE), já
que parece que o sistema não impede o uso ilícito dos fundos públicos. Os problemas com o
e-SISTAFE contribuem directamente para o desvio de fundos atribuídos ao investimento e às
despesas necessários para o desenvolvimento do País. Em termos práticos, a retirada ilícita
de fundos públicos tem um impacto negativo nas vidas de todas as pessoas no País.
Macuane (2013:100,39 citado por José, 2014:46) acrescenta que, apesar da melhoria dos sistemas de
gestão financeira, a capacitação do sistema de aquisições, o fortalecimento do controlo interno e da
actividade do controlo externo com um Tribunal Administrativo mais actuante, as práticas de má
gestão e desvio dos fundos do Estado não parecem estar a abrandar e cita as recentes mais
emblemáticas descobertas do esquema de desvio de fundos no sector da educação.
Sem se procurar ser exaustivo, mas tomando como referência os traços dos novos modelos de
gestão e organizacionais preconizados, pode se concluir que a sua viabilidade torna indispensável o
incremento de tecnologias avançadas de informação e comunicação na AP e em todas as áreas
operacionais, porque:
37
In Jornal Noticias. (2013). Detidos nove suspeitos na fraude do MINED. Disponível online em:
http://noticias.tvm.co.mz/index.php/component/k2/item/1794-detidos-nove-suspeitos-na-fraude-do-
mined?tmpl=component&print=1. Publicado Terça, 27 Agosto 2013 10:59. Consultado a 02 de Maio de 2015.
38
Davies, Carrie . (2016). O e-SISTAFE vaza como uma peneira – quem é responsável? USAID/speed +. Portal online
disponível em: http://www.speed-program.com/blogs/by-author/carrie-davies/o-e-sistafe-vaza-como-uma-peneira-
quem-e-responsavel. Consultado a 24 de Fevereiro de 2017.
39
Macuane, José Jaime (2013). Sector Público. In NUVUNGA, Adriano & De TOLLENAERE, Marc (2013).
Governação e Integridade em Moçambique: Problemas práticos e desafios reais. Publicações Centro de Integridade
Pública (CIP).
44
A descentralização e consequente reforço da coordenação só é possível interligando os
serviços através de redes e bases de dados distribuídas, em que a informação está disponível
em vários patamares, de forma adequada a cada um e com os níveis de confidencialidade e
segurança necessários;
A implicação das pessoas pressupõe a partilha de informação e a alimentação da
comunicação a qualquer momento e independentemente da distância física;
A gestão e alimentação de redes, interna e externamente, é facilitada e muitas vezes só
possível com o incremento de redes de comunicação que facilitem as trocas, o acesso à
informação de cada um e à informação comum, a emissão de opiniões e contributos
expeditos, o contacto fácil;
O aumento de conhecimentos e saberes exige acesso fácil ao que se vai passando, e
actualizações sistemáticas, o que só é possível com acesso a bases de informação públicas e
especializadas;
O reforço dos serviços de linha e o funcionamento matricial dos serviços é claramente
facilitado com o apoio de redes internas de comunicação.
Num mundo globalizado as AP deve tomar dimensões empresarias para cumprir os seus objectivos
macros “Prestação contínua e permanente das necessidades da colectividade, promoção e garantia
do bem-estar da sociedade”.
Esta leitura é evidenciada na teoria da NGP. A NGP é um modelo (um grupo de símbolos e regras
operacionais) que possui o objectivo de estabelecer regras prescritivas destinadas a reconfigurar a
AP para que a mesma esteja adequada ao Estado ultraliberal40. É um modelo que pretende ser
universal, independente das características singulares de cada país. Não obstante a retórica utilizada
pelos ultraliberais que teorizam sobre gestão pública, este trabalho sintetiza os cinco conceitos
fundamentais que conformam a “Nova Gestão Pública”:
40
Para efeito de entendimento deste parágrafo o Estado ultraliberal será interpretado apenas na vertente do sistema
económico, onde defende menos intervenção do Estado na Economia e portanto menos impostos. Ou seja:
Liberal – Quer menos Estado na Economia e portanto menos Impostos.
Ultraliberal – Quer o fim do Estado e portanto Impostos = 0.
45
e) A gestão deve ser apartada da política.
46
CAPÍTULO 4: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
DA PESQUISA
Este capítulo é reservado a uma breve descrição do local do estudo, apresentação, análise e
interpretação dos dados obtidos durante a pesquisa realizada no Governo do Distrito de Marracuene,
que teve como base os objectivos específicos definidos no presente trabalho.
41
Vide Anexo A.
42
República de Moçambique/ MAE/ Série “Perfis Distritais de Moçambique. (2005). Distrito de Marracuene.
Assistência técnica: MÉTIER – Consultoria & Desenvolvimento, Lda.
43
Informações fornecidas, durante a entrevista que nos foi concedida na Secretária Distrital do Governo do Distrito de
Marracuene aos 20 de Fevereiro de 2017.
47
de Macaneta. Quanto a localidade de Michafutene apresenta infra-estruturas de Floricultura, de
Piscicultura, Ferragens de grande dimensão, entre outras, a IPEX, também instalou a nova FACIM
na Localidade de Michafutene, está é a localidade mais desenvolvida pelo facto de fazer fronteira
com a Cidade de Maputo e as infra-estruturas que são implantadas são resultado da expansão
urbana da Cidade de Maputo. Existem muitas casas de turismo e recreação como a Vila Pitanga,
Vila Paraíso, Complexo Retiro, Roger e muito mais. Em Machubo, encontra-se Lambo que se
dedica na produção de arroz, hortícola e tabaco.
O Método Cartesiano seria um instrumento, que bem manejado levará o homem a verdade, esse
método consiste em aceitar apenas aquilo que é certo e irrefutável e consequentemente eliminar
todo o conhecimento inseguro ou sujeito a controvérsias. O objectivo de Descartes era de abranger
numa perspectiva de conjunto unitário e claro, todos os problemas propostos a investigação
cientifica. Este teórico estabeleceu um roteiro completo para se chegar as causas dos fenómenos por
meio de quatro regras necessárias/obrigatórias para a prática da investigação cientifica ( Silva,
197844 citado por Stigar, 2008):
1. Duvidar de tudo e assumir apenas aquilo que pudesse ser verificado como verdadeiro;
2. Dividir cada uma das categorias em análise em tantas partes quanto fossem necessárias
para fins de simplificação e apreensão correta do todo;
3. Conduzir os pensamentos das categorias mais simples para as mais complexas;
44
Silva, Maurício Óscar da Rocha. (1978). O mito cartesiano e outros ensaios. São Paulo: Hucitec.
48
4. Estabelecer enumerações completas a respeito das categorias em analise, para se extrair
conclusões inequívocas acerca de causas e consequências dos factos.
“O Paralelo sendo na altura o mecanismo concebido pelo Estado para efeito das
processamento e pagamentos de salários teve seus efeitos positivos ou seja permitiu
o alcance dos objectivos da sua concepção, contudo, haviam disfunções ligadas
45
In Jornal Noticias (2014). Salários na Função Pública: Finanças buscam maior flexibilidade e segurança. Disponível
online em: http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/sociedade/19441-salarios-na-funcao-publica-financas-buscam-
maior-flexibilidade-e-seguranca.html. Publicado a 16 de Julho de 2014. Consultado a 04 de Março de 2017.
46
Lino da Graça Rui. Funcionário do Governo do Governo do Distrito de Marracuene afecto a Secretária Distrital de
Marracuene. Exerce a Função de Técnico, na Repartição de Administração Local e Função Pública; Entrevistado aos
21/02/2017. Marracuene.
49
celeridade, transparência e responsabilização. O que acontecia principalmente a nível
do Governo do Distrito de Marracuene é que, depois dos técnicos conceberem a
folha de salários deviam deslocar-se a Direcção Provincial do Plano e Finanças
(DPPF)47 para fazerem a requisição dos fundos, processo este que levava o seu
tempo para ter o retorno (até 8 dias). Por outro lado, os técnicos deviam também
fazer uma folha de salários dirigida ao banco que também levava o seu tempo (até 3
dias em alguns casos), ou seja havia excesso de burocracia envolvido no processo de
processamento e pagamento de salários”.
“No Paralelo havia muito desvios de fundos públicos, por exemplo no Sector da
Educação a escola fazia a requisição do fundo de salário para determinado mês e na
sequência a Direcção Provincial de Economia e Finanças (DPEF) enviava o valor
para a conta da Escola, por sua vez o Director da Escola é que fazia a gestão do
mesmo, não havendo transparência”. Sem querer fazer nenhuma acusação directa ou
alongasse qualquer fundamento, o entrevistado ressalvou que: “O Sector da
Educação é mais sensível a desvios de fundos (…)”.
Este facto faz lembrar do marcante “Rombo” financeiro que o então Ministério da Educação
(MINED) sofreu na sequência do desvio de 33 Milhões de Meticais 48. Ainda de acordo com o Lino
da Graça Rui:
47
Entidade responsável por fiscalizar de forma regular e contínua o processamento e pagamento de salários aos FAE.
48
Este caso foi julgado pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo onde foram acusados 13 Funcionários do sector da
educação do desvio de mais de 33 milhões de meticais no até à altura Ministério da Educação (MINED).
49
Nércia Mambo. Funcionária do GDM. Exerce o cargo de Chefe da Repartição de Administração Local e Função
Pública/Recursos Humanos. Entrevistada a 08/03/2017. Marracuene.
50
Marracuene já houve uma situação em que o carro que transportava o valor dos
salários assaltado e resultou na morte do motorista que era funcionário afecto ao
Governo do Distrito de Marracuene. O movimentação de valores em numerário
resultou também, situações de desvio de fundos do Estado. Por outro lado, havia
sempre problemas no controlo da efectividade pois as faltas deviam ser controladas
manualmente e o pagamento dos salários era feito presencialmente em numerário
colocando em risco também os próprios funcionários.”
Dos dados colhidos aos entrevistados pode-se resumir as principais causas da introdução do e-Folha
na seguinte tabela baixo:
Em suma, conclui-se que as causas condicionantes para a introdução do e-Folha a nível do GDM
foram: O excesso de burocracia no processo de pagamento de salários que obrigava a deslocação
dos funcionários, adicionado a morosidade da parte da DPPF que demorava muito tempo para
disponibilizar os fundos, a fraca transparência da gestão dos fundos, fraca responsabilização em
casos de incumprimentos de prazos para requisição de fundos para pagamentos de salários e desvios
de fundos. Assim, o e-Folha viria a ser a solução para todas estas disfunções do Paralelo, atribuindo
em geral uma maior celeridade no processo de pagamento de salários.
51
4.4. Aspectos Inerentes ao Processo de Pagamento de Salários no GDM
De acordo com Chiavenato (2004:260) ”o salário é uma contraprestação pelo trabalho de uma
pessoas na organização, que empenha parte de si mesma, de seu esforço e de sua vida,
comprometendo-se a uma actividade cotidiana e a um padrão de desempenho na organização”.
Neste trabalho, o salário reflecte o dinheiro que o funcionário recebe proveniente do Estado,
decorrente da tabela salarial em vigor e da categoria ocupada pelo mesmo.
O funcionário deve estar cadastrado no e-CAF, o e-CAF é cadastro electrónico dos FAE. No
e-CAF pode-se encontrar informações como: Estado civil e nº de agregado familiar para o
cálculo de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS)51, Tipo de
vinculação (quadro ou contrato) para calcular o abono de vencimento base; Nível académico
para o cálculo do bonos especial; Cargo de direcção e chefia para o cálculo (ou não) da
gratificação de chefia.
O Funcionário deve estar no estado “ Activo”, ou seja, a desempenhar integralmente uma
actividade pública para qual esteja atribuída e que tenha um vinculo com o Estado.
O seu cadastro no e-CAF deve estar devidamente actualizado (esta actividade é contínua) e
com conformidade sectorial do Controlo Interno (CI);
Devem ser seguidas as datas do calendário de processamento de salários;
Todas informações referentes a alterações mensais devem ter a devida conformidade;
50
Informação obtida no portal online do CEDSIF: http://www.cedsif.gov.mz/index.php/2015-07-08-21-35-47/2015-07-
07-11-27-48/2015-08-19-23-44-06. Consultado a 01 de Fevereiro de 2017.
51
É um imposto directo que incide sobre o valor global anual dos rendimentos, mesmo quando provenientes de actos
ilícitos (Artigo 1 da Lei nº 33/2007 de 31 de Dezembro - Lei que aprova o código do imposto sobre Rendimento das
Pessoas Singulares – CIRPS).
52
3. Cálculo de salários e geração das folhas de salários;
4. Conformidade da folha de salário Perfis/Responsabilidades.
Referindo-se aos aspectos inerentes ao processamento de salários via e-Folha a nível do GDM o
funcionário Sérgio Mário Ndlaze52 confirmou que:
Para se cumprir os procedimentos para o pagamento de salários deve-se ter em conta o Diploma
Ministerial n.º 210/2014 (Concernente aos procedimentos de processamento e pagamento de
salários dos Funcionários e Agentes do Estado), neste instrumento legal estão estabelecidos os
caminhos a seguir para pagar salários e as pessoas que intervém. O entrevistado avançou ainda que
a operacionalização do e-Folha é feita por 3 perfis de agentes, com as seguintes competências:
A seguir temos o Agente do DAF – Este tem a responsabilidade de introduzir no sistema fixação de
abonos, descontos em caso do funcionário ter uma divida resultante de um empréstimo Bancário ou
ter alguma pensão alimentar por pagar, faz também os cálculos para a fixação dos salários e
verifica se existem salários em atraso. e no final destas operações o sistema fornece um relatório
contendo as informações introduzidas e serve de confirmação para o próprio agente. Feito isto, este
relatório também é entregue a Secretária Permanente, que dará o seu visto, recordando que o agente
de DAF deve realizar estas operações no período 21 a 30/31 de cada mês.
Por fim, temos o Supervisor sectorial da folha de salário – Este é responsável por validar a
informação introduzida pelos perfis acima indicados com base nos relatórios fornecidos por ambos.
E assim se encerra a folha de salário. Ainda de acordo com o entrevistado:
Estes passos são inerentes a geração da folha de salários, depois de gerada a folha de salário a
mesma é carregada para Módulo de Execução Orçamental (MEX); e a fase seguinte é a da
requisição de fundos, esta operação é automatizada pelo sistema, o sistema indica o limite a
cabimentar e em seguida é feita a cabimentação, liquidação do salário e agenda-se o pagamento que
normalmente é entre os dias 20 a 25 de cada mês. O salário é transferido para as contas dos
52
Sérgio Mário Ndlaze. Funcionário do GDM. Exerce o cargo de Assistente Técnico com perfil de Agente de
Efectividade. Entrevistado a 03/03/2017.
53
funcionários. Para os que não estão registados no e-CAF, o sistema agrupa por áreas de destino e
envia o valor total para a conta da instituição e esta por sua vez, procede ao pagamento manual aos
beneficiários, no entanto este cenário já foi ultrapassado, no momento todos os salários são
transferidos directamente para a conta do funcionário. O entrevistado realçou ainda que:
Dos dados colhidos aos entrevistados resulta a tabela abaixo, indicando processos, ordem,
operações, responsabilidades e a supervisão no acto processamento e pagamento de salários a nível
do GDM:
e-Folha
Nº de
Procedimentos
Processos Ordem
Operações Prazo Responsável Supervisão
Registo da 21 a 30/31
Agente do mapa Secretaria
1 efectividade do de cada
de efectividade Permanente
período anterior mês
Fixação de abonos 21 a 30/31
Geração da Secretaria
2 e descontos de cada Agente do DAF
folha de Permanente
variáveis mês
salário
Supervisor
Registo da 21 a 30/31
sectorial
3 conformidade dos de cada -
da folha de
processos anteriores mês
salário
Carga da folha de
Carga de Dias 5 e 6 Procedimento
salários no Módulo
Folha de 4 de cada automatizado -
de Execução
Salários mês (53) pelo Sistema
Orçamental
Requisição de Até dia 7
5
recursos financeirosde cada mê
Pagamento no Até dia 7
Módulo de 6 Cabimentação de cada Procedimentos automatizados pelo
Execução mês Sistema
Orçamental Até dia 10
Concessão de limite
7 de cada
a cabimentar
mês
53
Este prazo pode ser antecipado para as UGB’s que cumprirem os procedimentos anteriores com maior celeridade.
54
Até dia 10
8 Liquidação de cada
mês
Agendamento do 20 a 25 de
9
Pagamento cada mês
Fonte: Adaptação do Autor (2017)
Do ponto de vista operacional e em conformidade com a estrutura legal prevista para o SISTAFE, o
e-Folha permite o cálculo e processamento de salários no e-SISTAFE, possibilitando assim que o
seu pagamento seja efectuado mediante transferência ou pagamentos por via directa para as contas
bancárias dos Funcionários e Agentes do Estado (FAE).
Os pagamentos por via directa tem como principal característica o cumprimento das três fases da
despesa (cabimento, liquidação e pagamento) em ordem sequencial compulsória, sendo tanto o
cabimento, quanto o pagamento são direccionados aos beneficiários finais (fornecedores de
serviços, etc.), sem qualquer intermediação.
E os pagamentos por via indirecta tem como característica a utilização de instrumentos especiais
“adiantamento de fundos à UGB” e “fundo de maneio” sendo caracterizada pelo facto de o
pagamento ser realizado antes da liquidação (que é condicionada à prestação de contas) e de os
cabimentos e pagamentos serem direccionados a gestores, que são agentes com a responsabilidade
para solicitar, receber e administrar os recursos financeiros das UGB e que realizam os pagamentos
a favor dos beneficiários finais, prestando posteriormente contas em relação aos fundos recebidos à
UGE vinculada.
54
Vanda Simbine. Funcionária do GDM. Afecta a repartição de Planificação e Desenvolvimento Local. Entrevistada a
07/03/2017.
55
imputou maior celeridade nos processamento e pagamento de salários aos FAE. Em
termos práticos, com a introdução do e-Folha o salário já não leva muito tempo para
entrar nas contas do funcionários”.
Por sua vez, Sarmento Carlos55 considerou haver vários contributos a destacar com a
implementação do e-Folha tais como a própria celeridade, redução de desvio de fundos do Estado,
transparência, responsabilização, consistência dos relatórios de execução orçamental, melhorou o
controlo do número dos FAE, assim como contribuiu positivamente para o controlo e gestão do
processamento de salários e remunerações a médio e longo prazo. Apesar de até então, o Módulo de
Salários e Pensões (MSP) no qual se encontra o e-Folha não agregar o pagamento de pensões a
visão futura é que esta plataforma venha a servir para pagar salários e pensões aos FAE.
Actualmente está em implementação a “Visão das Finanças Públicas 2012-2025”56 onde vários
módulos serão implementados gradualmente de acordo com os prazos estabelecidos e assim facilitar
e melhorar ainda mais a Gestão de Finanças Públicas e consequentemente melhorar a vida do
cidadão em relação aos pagamentos de e para o Estado e principalmente, o próprio Estado, na
Gestão dos recursos financeiros públicos e do seu património, isso se a visão em referência vier à
ser concretizada.
De um modo geral, o e-Folha contribui para o maior controlo do número dos FAE e pensionistas, a
partir do seu recenseamento, reduziu substancialmente o número de salários pagos por via indirecta
55
Sarmento Carlos. Funcionário do GDM. Afecto a Repartição de Administração Local e Função Pública.
Entrevistado a 07/03/2017.
56
CEDSIF (2012). Visão das Finanças Públicas (2011-2025). Ministério das Finanças. Moçambique. Maputo.
56
e proporcionou maior transparência em relação às informações sobre direitos e obrigações
remuneratórias. Assim como melhorou o Administração Financeira do fundo destinado ao
pagamento de salários aos FAE.
Entretanto, apesar dos contributos positivos da introdução do e-Folha a nível do GDM, há desafios.
Vanda Simbine avançou que:
“Há necessidade de investir na capacitação dos técnicos com perfis atribuídos para
acesso ao e-SISTAFE, pois tem vezes que salário fica comprometido devido ao mau
manuseamento do sistema, por exemplo, circunstâncias em que o sistema rejeita
constantes operações fora dos parâmetros concebidos, automaticamente bloqueia o
acesso do usuário. Considerando que no acto do processamento de salário cada
agente tem limitação a nível das atribuições do seu perfil, isto implica que não pode
efectuar operações de um outro perfil. O Agente de efectividade não pode fazer
operações do agente do DAF e vice-versa”.
Face ao contributo destacado pela entrevistada, a mesma não deixou de focar um outro aspecto que
fragiliza a celeridade necessária do sistema, o facto de apenas existir (1) um e único ponto de acesso
ao e-SISTAFE a nível do GDM, composto por (4) quatro computadores. Este ponto é partilhado por
mais de 150 usuários do e-SISTAFE.
Por sua vez, Filoca Custódio Petula57 mencionou que existem programas permanentes de formação
de técnicos com perfis atribuídos para o acesso ao e-SISTAFE/e-Folha, este processo é levado a
cabo pela DPPF e pelo CEDSIF, no entanto, alguns funcionários tem limitações de apreensão e
aplicação prática dos conteúdos ministrados durante as formações. Em relação ao aspecto infra-
estrutural o Distrito apresentou uma evolução considerável com a expansão da rede bancária. Até
2015 o Distrito já possuía as condições infra-estruturais necessárias para a implantação do e-
SISTAFE (Bancos, Internet, Energia).
57
Filoca Custódio Petula. Funcionária do GDM. Afecta a Repartição de Finanças. Entrevistada a 22/02/2017.
58
Sansão Baptista Muanahumo. Funcionário do GDM. Afecto a Secretaria Distrital de Marracuene. Entrevistado a
12/03/2015, Durante o período de estágio pré-profissional.
57
em utilização por um número crescente de utilizadores e longe de ser um sistema
estático”.
Sob ponto de vista teórico, a teoria contingencial avança que não existe uma universalidade de
princípios de administração nem uma única e melhor maneira de organizar e estruturar as
organizações. O ambiente impõe desafios externos à organização, enquanto às tecnologias impõe
desafios internos. Deste modo, qualquer organização deverá tomar em consideração tudo o que
acontece no seu ambiente externo, quer a nível sociológico, tecnológico, político ou demográfico
visto que, pode influenciar a seu funcionamento, sua estrutura organizacional, sua gestão e as
decisões dos seus gestores (Ribeiro, 2010:157).
H1: A introdução das TIC’s em particular do e-folha melhorou a gestão das finanças públicas e a
celeridade no âmbito do pagamento de salários aos Funcionários e Agentes do Estado no GDM.
Dados obtidos com a materialização da pesquisa são categóricos em confirmar que a introdução das
TIC’s em particular do e-folha melhorou a gestão das finanças públicas e a celeridade no âmbito do
pagamento de salários aos Funcionários e Agentes do Estado no GDM, tal facto encontra-se
justificado na secção 4.4 do presente trabalho, através dos dados dos entrevistados e inquiridos
(Tabela 3), de onde concluiu-se que, o maior controlo do número dos FAE e pensionistas, a partir
do seu recenseamento, reduziu substancialmente o número de salários pagos por via indirecta e
proporcionou maior celeridade e transparência em relação às informações sobre direitos e
obrigações remuneratórias. Assim, considera-se válida a presente hipótese.
58
H2: A incapacidade dos recursos humanos em lidar com as soluções informáticas e as condições
infra-estruturais e tecnológicas disponíveis no Distrito de Marracuene tornam deficiente o
pagamento célere dos salários a nível do GDM.
Dados obtidos com a materialização da pesquisa indicam que, desde da introdução (2013) do e-
Folha a nível do GDM, existem programas permanentes de formação de técnicos com perfis
atribuídos para o acesso ao e-SISTAFE/e-Folha, este processo é levado a cabo pela DPPF e pelo
CEDSIF, no entanto, alguns funcionários tem limitações de apreensão e aplicação prática dos
conteúdos ministrados durante as formações. Em relação ao aspecto infra-estrutural o Distrito
apresentou uma evolução considerável com a expansão da rede bancária. Até 2015 o Distrito já
possuía as condições infra-estruturais necessárias para a implantação do e-SISTAFE (Bancos,
Internet, energia), contudo a fragilidade de natureza infra-estrutural e tecnológica ainda existem,
sendo de destacar as falhas constantes no próprio e-SISTAFE e a existência de um e único ponto de
acesso ao mesmo que compreende 4 computadores para aproximadamente 150 usuários do e-
SISTAFE a nível do GDM. Estes aspectos estão reflectido na secção 4.4 do presente trabalho no
âmbito dos desafios. Assim, considera-se também Válida a presente hipótese.
Disponibilidade de tempo das pessoas indicadas para fornecer informações relevantes sobre
o tema em estudo;
Custos de Transporte, principalmente quando a deslocação não era compensada com a
entrevista dos funcionários em função da falta de disponibilidade de tempo;
Dificuldade de obtenção de obtenção de literatura referente ao e-Folha.
59
Considerações Finais
Da análise dos dados deste estudo e da revisão da literatura acerca da contribuição das Tecnologias
de Informação e Comunicação na melhoria da Administração Financeira do Estado com enfâse no
e-folha na celeridade do pagamento de salários: Caso do Governo do Distrito de Marracuene,
conclui-se o seguinte:
O SISTAFE e e-SISTAFE contribuem decisivamente para uma gestão moderna das Finanças
Públicas em Moçambique, com a administração e execução orçamental-financeira totalmente
integradas, registos contabilísticos automáticos e atempados e informações oportunas e fiáveis.
Com efeito, pode-se afirmar que o advento do SISTAFE/e-SISTAFE permite identificar mais
facilmente eventuais fraudes, situação que não era possível na sistemática anterior. São irrefutáveis
os inúmeros benefícios alcançados com a implementação do SISTAFE/e-SISTAFE, destacando-se
o e-Folha.
Actualmente, está em implementação a “Visão das Finanças Públicas 2012-2025” onde vários
módulos serão implementados gradualmente de acordo com os prazos estabelecidos e assim facilitar
e melhorar ainda mais a Gestão de Finanças Públicas e consequentemente melhorar a vida do
cidadão em relação aos pagamentos de e para o Estado e principalmente, o próprio Estado, na
Gestão dos recursos financeiros públicos e do seu património, isso se a visão em referência vier à
ser concretizada.
60
Tal como indicam os pressupostos da Teoria Contingencial e da Nova Gestão Pública, a
sobrevivência de qualquer organização está no acompanhamento do ambiente externo, para caso
especifico, a evolução do ambiente tecnológico. É nesta perspectiva que o Estado tem vindo a
implementar sucessivas reformas no âmbito da AP e da Administração Financeira do Estado
criando a visão futura de um Estado prestador de serviços de excelência caracterizados por
eficiência, eficácia, transparência, equidade, justiça social e sustentabilidade na gestão das Finanças
Públicas.
Sob ponto de vista da excelência a introdução do e-Folha imputou maior celeridade no processo de
pagamento de salários e trouxe segurança para próprio funcionário no acto de recebimento do seu
ordenado.
Conclusão da expansão de salários via e-Folha e respectivo pagamento por via directa dos
FAE de todos órgãos e instituições do Estado, até à plena implementação do MSP, a partir
do Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos (SNGRH), operacionalizado pelo e-
SNGRH).
61
Recomendações
62
Referência Bibliográfica
a) Livros e Revistas científicas
63
16. Gerhardt, T. Engel & SilveiraD. T. S. (2009). Métodos de pesquisa. Curso de Graduação
Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. –
Porto Alegre: Editora da UFRGS.
17. Gil, A. C. (1995). Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed., 2. tir. Editora Atlas: São
Paulo.
18. Gil, A. C. (2002), Como Elaborar Projectos de Pesquisa, 4a ed. Editora Atlas: São Paulo.
19. Ginó, António; Ferreira, Odete (2004), Manual de Técnicas de Gestão Orçamental. INA –
Instituto Nacional de Administração. Cabo – Verde.
20. Gonçalves, Alexandre de Sousa (2013). Dificuldades de modernização dos sistemas de
informação pela gestão pública municipal: o caso do município de Picos-PI. Monografia
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21. Groppelli, A.A. e Nikbakht, Ehsan. (2006), Administração financeira. São Paulo: Saraiva.
22. Jackson, Peter (1994). “The new public sector management: surrogate competition and
contracting out” in Peter Jackson and Catherine Price (ed) Privatisation and regulation: A
review of the issues New York. Tradução Própria do Autor.
23. José, Merina Luís (2014). Governo Electrónico de Moçambique: Uma Análise do Grau de
Implementação - O caso do BAU e do e-SISTAFE (2006-2013). Dissertação de Mestrado.
FLCS:UEM. Maputo.
24. Júnior, Aragon Érico Dasso. (s.d), Nova gestão pública” (ngp): a teoria de administração
pública do estado ultraliberal. Universidad Nacional de La Plata – UNLP– Argentina.
25. Júnior, José de Alencar Rocha Loures (2010), Administração Financeira e Orçamentária.
Centro Estadual de Educação Profissionalizante Francisco Carneiro Martins. 1ª Edição.
Brasil.
26. Kauark, F. S. et al. (2010), Metodologia da Pesquisa – Um guia prático, Via Litterarum:
Itabuna/Bahia.
27. Lakatos, E. M.; Marconi, M. A. (2009), Metodologia: Ciência e Conhecimento Científico,
Métodos, Científicos, Teoria e Hipóteses e Variáveis, Metodologia Jurídica, 5a ed. Atlas:
São Paulo.
28. Lopes, João Carlos dos Santos. (2009), Políticas Públicas para Tecnologias da
Informação e Comunicação, A adopção de Soluções Abertas e Softwares Públicas: “O Caso
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29. Malhotra, N. K. (2001), Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Bookman:
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30. May, T. (2004), Pesquisa social: questões, métodos e processos. 3. ed. Artmed: Porto
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64
31. McLaughlin, Kate (2002). “Lesson Drawing from the International Experience of
Modernizing Local Governance” Public Management Review, Vol. 4, p405-411. Tradução
Própria do Autor.
32. Minyengu, T. T. Zaonazina (2013). Impacto das TICs na Administração Publica
Moçambicana: Caso de Direcção Provincial dos Combatentes de Sofala. Universidade
Pedagógica - Delegação da Beira. Beira. Disponível Online em:
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Metodologia da Pesquisa Científica. Centro de Estudos de Pessoal – CEP. Rio de Janeiro.
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34. Rezende, Flávio. (2004), Por que Falham as Reformas Administrativas? Editora FGV: Rio
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35. Severino, A. J. (2007), Metodologia do Trabalho Científico, 23a ed. Revista e Actualizada,
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36. Severino, António Joaquim (2006). Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez.
37. Soriano, R. R. (2004). Manual de pesquisa social. Petrópolis: Vozes. São Paulo.
38. Sousa, S. (2001), Tecnologias de informação o que são? Para que servem? 3ª Edição
Actualizada, Editora de Informática, Lda: Lisboa
39. Sousa, Sérgio (1997).Tecnologias de Informação; O que são? Para que servem? FCA –
Editora de informática: Lisboa.
40. Spínola, Mauro Mesquita & Da silva, Jacira Jacinto. (2003), O Método de Estudo de
Caso e Sua Aplicação em Pesquisa Espírita. 3ª Versão. Centro de Pesquisa e Documentação
Espírita. São Paulo.
41. Stoner, J. A. F. e Freeman, R. E. (1999), Administração, Livros Técnicos e Científicos, 5ª
Edição, Atlas: São Paulo.
42. Tavares, Marcelo. (2007), Estatística Aplicada à Administração. Brasilia.
43. Vergara, S. C. (2000), Projectos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São
Paulo: Atlas.
44. Warrington, Edwards (1997). “Tree Vies of the “the New Public Administration””. Public
Administration and Development Vol. 17, 3-12. Tradução Própria do Autor.
45. Yin, R. K. (1984), Case study research: design and methods. Beverly Hills: Sage.
65
1. Boletim da Republica (2000). Resolução nº 28/2000, de 12 de Dezembro – Aprova a
Politica de Informática. I Serie, nº 49. Imprensa Nacional: Maputo.
2. Boletim da República (2002), Lei n.º 09/2002 de, 12 de Fevereiro. Cria o Sistema de
Administração Financeira do Estado - SISTAFE. I Série, Número 07. Publicação Oficial da
República de Moçambique. Imprensa Nacional de Moçambique: Maputo.
3. Boletim da República (2004), Decreto n.º 23/2004 de, 20 de Agosto. Aprova o
Regulamento do Sistema de Administração Financeira do Estado - SISTAFE. I Série,
Número 33. Publicação Oficial da República de Moçambique: Maputo.
4. CEDSIF (2012). Relatório de Actividades e de Execução Orçamental do III Trimestre.
Ministério da Economia e Finanças. Maputo.
5. CEDSIF (2013). Relatório de Actividades e de Execução Orçamental do III Trimestre.
Ministério da Economia e Finanças. Maputo.
6. CEDSIF (2015). Manual do utilizador – e-Folha. MEF. Maputo.
7. Comissão Interministerial da Reforma do Sector Público (CIRESP). Estratégia Global
da Reforma do Sector Público (2001-2011). Maputo, 2001.
8. Estratégia para a Melhoria do Ambiente de Negócios em Moçambique 2008-2012
(2008). Gabinete de Apoio ao Sector Privado, Ministério da Indústria e Comércio.
9. INTIC - Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação. (2011).
Informe sobre o grau de Implementação da Estratégia de Governo Electrónico. Maputo.
10. INTIC - Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (2013).
Relatório de Actividades do e-Gov. Maputo
11. República de Moçambique. Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação de Moçambique
(ECTIM), Maputo, 2006.
12. República de Moçambique. Estratégia de Governo Electrónico de Moçambique. 2006.
Maputo.
13. MEF - Ministério de Economia e Finanças. (2015). Balanço da Reforma da
Administração Financeira do Estado 2002 – 2014 e Perspectivas para 2015-2019. 1ª
Reunião Nacional do SISTAFE realizada em Novembro de 2015. Moçambique: Maputo.
c) Páginas da Internet
66
MCTESTP. Tecnologias de Informação e Comunicação, Maputo, 21 de Fevereiro de
2015,http://www.mctestp.gov.mz/?q=content/tecnologias-de-informação-e-comunicação.
Consultado em 08 de Agosto de 2015.
d) Relatórios de TCL
Lampeão, Odibar João (2007), Estratégia Global da Reforma do Sector Público como caminho
para boa gestão da coisa pública: Caso do Sistema de administração financeira do Estado. ISRI.
Maputo.
e) Fontes Primárias
Data de
Nome Função Afectação
entrevista
Sansão Baptista Repartição de Administração
1. Técnico Profissional de AP 12/03/2015
Muanahumo Local e Função Pública
Repartição de Administração
Sarmento
2. Carlos Técnico 07/03/2017
Local e Função Pública
Chefe da Repartição de
Repartição de Administração
3.
Nércia Mambo Administração Local e Função 08/03/2017
Local e Função Pública
Pública
Repartição de Administração
4. Lino Rui Técnico 21/02/2017
Local e Função Pública
Repartição de Planificação
5.
Vanda Simbine Técnica Administrativa 07/03/2017
e Desenvolvimento Local.
Sérgio Mário Repartição de Administração
6. Assistente Técnico 03/03/2017
Ndlaze Local e Função Pública
Olinda Esperança Chefe da Repartição de
7. Repartição de Finanças 22/02/2017
Foquisso Finanças
Filoca Custódio
8. Técnica Administrativa Repartição de Finanças 22/02/2017
Petula
9.Dércia Laura Técnica Administrativa Repartição de Planificação 22/02/2017
67
Victor Machava e Desenvolvimento Local.
68
APÊNDICES e ANEXOS
69
APÊNDICE A. Questionário de Entrevista destinado aos Funcionários do Governo do
Distrito de Marracuene
Questionário
Muito obrigado.
4. Que vantagens notórias oferece o e-SISTAFE no âmbito da realização das despesas públicas?
Terá melhorado a transparência e a flexibilização dos processos?
70
5. Dentre os subsistemas que compõem o e-SISTAFE destaca-se o módulo de pagamento de
salários e pensões suportado pelo e-Folha. Quais são as implicações do uso do e-Folha? Trás algum
contributo qualitativo?
7. Acredita que existem condições infra-estruturas e de recursos humanos capacitados para garantir
plena operacionalidade de recursos informáticos a nível do Governo do Distrito de Marracuene?
8. Como funciona o processo de pagamento de salários e pensões via e-Folha a nível do Governo do
Distrito de Marracuene? Que intervenientes fazem parte deste processo?
9. Fazendo um balanço geral, acredita que o e-Folha tem implicações positivas na melhoria da
Administração Financeira do Estado e na celeridade do pagamento dos salários e pensões aos
Funcionários do Estado?
10. Que desafios o Governo do Distrito de Marracuene enfrentou e enfrenta na com a introdução do
e-SISTAFE em particular do e-Folha?
71
APÊNDICE B. Inquérito Dirigido aos Funcionários do Governo Distrito de Marracuene
Muito obrigado.
Dados do Inquiridor
Nome: Jaime Celestino Xavier Jeremias
Contacto: (+258) 846348575 Whatsup / (+258) 827179937
Email: Jaimes.jeremias@gmail.com
Nacionalidade: Moçambicana
Ps. Caso tenha algo a sugerir sobre a temática em estudo pode faze-lo através dos meios acima
facultados pelo inquiridor.
Contextualização da Pesquisa
Como parte integrante das Reformas Públicas foi iniciada a implementação do programa de
modernização da Administração Financeira do Estado, tendo sido criado o SISTAFE, através da Lei
nº 9/2001 de, 12 de Fevereiro (BR, 2002) suportado pelo e-SISTAFE, a fim de melhorar o sistema
de gestão da “coisa pública” em Moçambique e combater as perdas ilegais de fundos públicos
72
através de controlo intercorrente, comparabilidade, uso de padrões internacionalmente aceites,
uniformidade de critérios em todo o país e formação e capacitação de recursos humanos em
Tecnologias de Informação e Comunicação no âmbito da Administração Financeira do Estado.
Assinale com (x) ou (√) os espaços entre parenteses que correspondam a sua resposta
1. Inquérito Nº____.
1.4. Grau de Escolaridade: Nível Básico ( ) Nível Médio ( ) Nível Técnico ( ) Nível Superior
( ) Nenhum ( ).
1.5. Profissão:___________________________________________________
Comentário?_____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________
Será que a informatização e modernização das finanças públicas são medidas viáveis para alcançar
uma boa gestão das finanças publicas?
a) Sim ( ) b) Não ( )
c) Outra
opnião.__________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
73
________________________________________________________________________________
________________________________________
a) Sim ( ) Não ( )
3.2. Que avaliação faz do e-Folha para o pagamento de Salários aos Funcionários do Estado?
a) Positiva ( ).
Porquê?_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________________
b) Negativa ( ).
Porquê?_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_________________________________________
a) Sim ( ).
Quais?__________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_________________________________________
Não ( ).
Porquê?_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________
a) Sim ( ) b) Não ( )
74
3.4. Acha que existem condições infra-estruturas e recursos humanos qualificados para que
haja bons resultados na implementação do e-Folha a nível do Governo do Distrito de
Marracuene?
a) Sim ( ) b) Não ( )
c)
Comentario______________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________
Entre os dias:
75
ANEXOS
76
ANEXO A. LOCALIZAÇÃO DO DISTRITO DE MARRACUENE
Fonte: marracuene.pmaputo.gov.mz/informação/Perfil_Marracuene.pdf
77
ANEXO B. Processamento e Pagamento de Salários ao FAE via e-Folha
Fonte: CEDSIF
78
ANEXO C. Portais de Governos Distritais no ambito do e-GOV
79
ANEXO D. Confirmação do Levantamento de Dados sobre o e-Folha no Governo do Distrito
de Marracuene
80
ANEXO E. Credencial submetido ao CEDSIF para levantamento de Dados sobre o e-Folha
81
ANEXO F. ILUSTRAÇÃO DO GOVERNO DO DISTRITO DE MARRACUENE
82