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O Sínodo De Dort [John R.

De Witt]
By Editora Monergismo18 de julho de 2019

Os cristãos, em todas as partes do mundo, estão celebrando este ano [1995] o 350º.
aniversário da convocação do Sínodo de Dort. Para a maioria das pessoas o nome nem
é mesmo familiar, talvez por ter alguma relação com o rio Maas e a provinciana cidade
holandesa de Dort. Na mente daqueles que já o ouviram, muito freqüentemente o que
restou é algo do ódio há tanto relacionado com o Sínodo, em razão das calúnias de
seus inimigos. Não obstante, quando a Reforma era ainda jovem e os homens
amavam ardentemente as doutrinas da graça, o nome de Dort era famoso em todo o
mundo protestante. William Cunningham vai longe em dizer: “O Sínodo de Dort,
representando quase todas as igrejas reformadas, e contendo uma grande proporção
dos teólogos do mais alto nível, erudição e caráter, tem direito a maior medida de
respeito e deferência do que qualquer outro concílio registrado na história da Igreja”
[Os Reformadores e a Teologia da Reforma, p. 367]. Isto é de fato um grande elogio!
Mas há muitos grandes nomes na história que em algum tempo significaram muito,
mas que agora não têm nenhum significado prático. Então, alguém poderia perguntar
por que deveríamos estar preocupados com uma assembléia eclesiástica esquecida
pela maioria dos homens há tanto tempo, e que, à primeira vista, parece não ter
qualquer significado contemporâneo?
Em primeiro lugar o Sínodo de Dort é de peculiar interesse histórico para a Grã-
Bretanha, pois – embora fosse principalmente um ajuntamento holandês – o rei James
I foi, na verdade, responsável em parte por sua existência! Nos anos anteriores a
1618-19 ele somou sua forte influência a dos homens na Holanda que clamavam pela
convocação de um Sínodo nacional, para pôr fim às controvérsias teológicas que
estavam perturbando a paz, e mesmo pondo em risco a sobrevivência dos Paises
Baixos. Ainda mais, James escolheu vigorosamente os representantes calvinistas
contra os oponentes arminianos. E, quando um tal Vortius, homem justamente
suspeito como de opinião sociniana [unitarino], foi indicado para susbstituir Arminius
na Universidade de Leiden, após sua morte, James notificou ao Estado Geral da
Holanda que retiraria seu embaixador se Vortius não fosse demitido imediatamente.
O Eleitor do Palatinado era genro de James e acrescentou sua própria influência à do
rei inglês no clamor por um Sínodo. Quando chegou o momento, James indicou cinco
representantes para o Sínodo, todos do partido episcopal, que, juntamente com
outros teólogos estrangeiros, teriam prerrogativas de participação nas deliberações
do Sínodo além do direito de voto. Eram eles George Carleton, então bispo de
Llandaff e posteriormente de Chichester; Joseph Hall, posterior e sucessivamente
bispo de Exeter e Norwich; John Davenant, depois bispo de Salisbury; Samuel Ward, o
celebrado erudito e mestre de Sidney Sussex College, Cambridge; e Walter Balcahqual,
um escocês, capelão do rei e depois deão de Rochester. Hall adoeceu após alguns dias
e ficou impossibilitado de dar continuidade às suas responsabilidades, mas foi
substituído por Thomas Goad, capelão do arcebispo da Cantuária. É importante
lembrar que estes homens não eram representantes do partido puritano da Igreja da
Inglaterra. O fato de que o bispo Carleton estar preparado para participar como
membro ordinário [embora respeita] de um Sínodo convocado nos moldes da reforma
e presidido por um mero presbítero, diz muito sobre a posição do governo episcopal
que prevalecia na Inglaterra, um aspecto que seria em breve alterado radicalmente
pela influência de homens como William Laud com suas enfatuadas noções não-
protestantes do direito divino do episcopado. Também é significativo que todos estes
ingleses, um prelado e dois futuros prelados assinaram os Cânones do Sínodo de
Dort. Era de se esperar tal profissão de calvinismo dos herdeiros de Cartwright e
Perkins; todos sabem que eles faziam coro com seus companheiros do continente.
Mas aqueles clérigos, insuspeitos de puritanismo, são prova suficiente de que o
calvinismo continuava a ser a teologia predominante na Igreja da Inglaterra durante o
reinado de James I. Foi apenas sob o domínio de seu filho Charles I que começou a
triste decadência no fervor, e que mais tarde trouxe conseqüências trágicas.
O Sínodo de Dort é também de grande importância por razões religiosas. “A
controvérsia arminiana”, escreveu Philip Schaff, “é a mais importante que ocorreu
dentro da Igreja Reformada”. Pode-se acrescentar que o sínodo que pôs fim à
controvérsia, definiu claramente assuntos que sempre perturbaram a Igreja e
continuam a perturbá-la ainda hoje. Para entender-se o que ocorreu nos Paises
Baixos, nas duas primeiras décadas do século dezessete, é necessário retroceder até o
próprio Arminius e à origem da luta associada ao seu nome. James Arminius
[latinizado de Jacob Hermanson] nasceu em 1560 e estudou em Leiden e Genebra na
gestão de Teodoro Beza, sucessor de Calvino. Em 1588 tornou-se um dos ministros de
Amsterdam, onde realmente começou o problema por causa da sua pregação
relacionada particularmente com a exposição de Romanos 7. Os homens suspeitaram
que ele estava saindo da confissão reformada, e houve considerável agitação na
cidade por causa disso. Em 1603 foi indicado como professor de teologia em Leiden,
em substituição ao célebre Franciscus Gomarus, um dos grandes teólogos da época, e
assim ficou claro que Arminius tinha sérias objeções contra a doutrina da Igreja.
Entretanto, agora, como antes em Amsterdam, mesmo tendo jurado não contradizer
em seus ensinamentos a Confissão e aderir completamente a ela em suas lições
públicas, dava, todavia, instrução em particular a certos estudantes selecionados,
falando mais livremente de suas insatisfações e dúvidas. Seu sucesso em fazer
prevalecer sobre os jovens seu próprio ponto de vista cedo tornou-se evidente
quando estes se apresentaram ao exame dos Presbitérios para admissão no
ministério.
Arminius morreu em 1609 em meio à controvérsia, mas seu manto logo foi tomado
por Johannes Uytenbogaert, o pregador da corte, e Simon Episcopus, seu sucessor na
universidade. Sob a liderança deles os arminianos, em 1610, prepararam uma
representação (Remonstrance) [desde então passaram a ser chamados de os
remonstrantes] na qual em princípio rejeitavam certas posições defendidas pelos
calvinistas. Esta representação era formulada de tal maneira que oferecia mais uma
caricatura do que uma representação correta da doutrina reformada; e prosseguiam
asseverando em cinco posições [os cinco artigos do arminianismo] seus próprios
pontos de vista; i.é, eleição condicional à presciência da fé; expiação universal [que
Cristo “morreu por todos e por cada um, de forma que ele concedeu reconciliação e
perdão de pecados a todos através da morte na cruz”]; a necessidade de regeneração
para que o homem seja salvo [mas, como apareceu mais tarde, entendido de tal
maneira que subestimava seriamente a depravação da natureza humana]; a
resistibilidade da graça [“mas quanto ao modo desta graça, ela não é irresistível”]; e
a incerteza da perseverança dos crentes. Os calvinistas responderam com a contra-
remonstrance [desde então o nome contra-remonstrantes] com sete artigos
reafirmando o ensinamento das confissões reformadas com respeito à doutrina da
graça. A conferência teve lugar em Hague em 1611, mas não chegou a nenhuma
acordo.
Os anos seguintes testemunharam a exacerbação da controvérsia, que agora se
espalhava velozmente pelo país e era marcada pela demanda crescente, da parte dos
calvinistas, da convocação de um sínodo geral para pôr fim à disputa. Embora a
Constituição da Igreja determinasse um Sínodo, no mínimo a cada três anos, nenhum
havia sido permitido desde 1586. John Van Olden Barneveldt, Grande Pensionário da
Holanda e o grande homem do momento, apoiava os arminianos e era de
posicionamento erastiano quanto à relação entre Igreja e o Estado. Em seu ponto de
vista e dos remonstrantes, que derivavam suas forças de autoridades políticas, o
magistrado civil exercia autoridade em assuntos eclesiásticos. O príncipe Mauricio,
filho de William, o Taciturno, e stadtholder hereditário, permaneceu neutro até 1616,
quando começou abertamente a tomar o partido dos calvinistas e, nos idos do verão
de 1617, estava participando publicamente do culto com a congregação reformada da
capital. No mesmo ano, executou um bem sucedido golpe de estado contra
Barneveldt e determinou, finalmente, a convocação de um sínodo da igreja holandesa.
Este entretanto foi um sínodo único na história do protestantismo pois, pela pressão
de James I, teólogos estrangeiros foram convidados a participar. Convites foram
enviados para todas as igrejas reformadas da Europa, e realmente vieram delegados
da Inglaterra, do Palatinado, Hesse, Zurich, Berne, Basel, Schaffhausen, Genebra,
Bremen e Emden. A França não se fez representar. Os representantes designados,
Pierre du Moulin e André Rivet, dois dos teólogos mais célebres da época, foram
proibidos de deixar o país pelo rei da França. Mas assim mesmo, a Igreja reformada
francesa aprovou os Cânones de Dort e fê-los obrigatórios aos seus ministros em dois
sínodos gerais separados em 1620 e também em 1623. Nem a Escócia foi incluída –
muito estranho, desde que a igreja de John Knox pertencia ao grupo reformado
internacional. Mas, deve-se lembrar que o mesmo rei que indicou os episcopais
ingleses que participaram do Sínodo de Dort, estava, nestes mesmos anos, engajado
em submeter a igreja do norte, do seu reino, a um jugo hierárquico completamente
desprezível e indesejável; por isso a igreja escocesa não ficou livre para participar.
Foi uma extraordinária assembléia. Um antigo escritor disse dela o seguinte: “os
membros deste sínodo formavam uma constelação dos melhores e mais eruditos
teólogos que já se congregaram num concílio desde a dispersão dos apóstolos; salvo
se excetuarmos a convocação imperial de Nicéia no quarto século” [Biographia
Evangélica II, p. 456]. O concílio incluía 56 ministros e presbíteros regentes das igrejas
holandesas, 5 professores de teologia e 26 teólogos estrangeiros, além de 18
comissários políticos [não-membros do sínodo] que iriam supervisionar o processo e
dar informações ao Estado Geral. Para se avaliar o peso da assembléia, basta citarem-
se alguns nomes. Gomarus estava lá, sucessivamente professor em Leiden, Saumur e
agora em Groningen; Lubbertus, de Franeker; Bogerman, o grande ministro de
Leeuwaarden que estudou em diversas universidades continentais e então em Oxford
e Cambridge [sob Reynolds e Perkins]; Diodati, o italiano que ensinava em Genebra; o
jovem Voetius, que não havia ainda iniciado a estupenda carreira acadêmica que o
faria, talvez, o mais influente teólogo da Europa; e Scultetus, Polyander, Lydius,
Alting, Hommius, Triglandius, Meyer. Podia-se prosseguir referindo-se mais e mais
nomes. Interessante é que o grande puritano William Ames, que por causa de seus
princípios fora constrangido a fugir da Inglaterra, foi designado por Bogerman,
presidente do sínodo, como seu secretário particular, para grande descontentamento
dos delegados ingleses. Ames exerceria considerável influência nos bastidores.
O Sínodo começou em 13 de novembro, com culto solene em holandês na Grande
Igreja e em francês naquela que fora antes a igreja dos agostinianos. Após o que,
ocorreram as sessões, 154 ao todo, no Kloveniersdoelen , uma espécie de armazém
arsenal que era aquecido durante todo o inverno por uma grande lareira. Mas, como
proteção extra contra o frio e a umidade de que muitos se queixavam, cada delegado
recebeu um stoofje , um pequeno braseiro para ser colocado sob os pés. O principal
assunto em pauta era, é claro, a controvérsia arminiana, e treze dos remonstrantes
foram convocados diante do Sínodo para prestarem contas de suas opiniões. Após
alguma demora chegaram finalmente em 6 de dezembro, e até 14 de janeiro o Sínodo
engajou-se na vã tentativa de extrair deles uma declaração clara de seus
ensinamentos. Os arminianos – Episcopus à frente deles como presidente de uma
espécie de contra-sínodo – utilizaram de toda engenhosidade para evitarem qualquer
declaração deste tipo, exigiram que fosse seguida sua própria pauta de assuntos em
lugar da do Sínodo, praticaram evasivas, táticas de retardamento e obstruções,
caluniaram o Estado Geral implicando até mesmo o próprio príncipe Mauricio, e
rejeitaram a autoridade do Sínodo em julgá-los; isto a despeito do fato de ser
legalmente um Sínodo da Igreja em que ocupavam cargos, à qual confessavam
pertencer, e a cuja disciplina estavam obrigados a se submeter em virtude de suas
ordenanças e votos!
Após um mês de esforços infrutíferos para se prosseguir com o assunto em pauta,
tempo durante o qual Bogerman, o presidente, se conduziu com tal paciência e calma
contida, que alguns dos seus colegas a achavam excessiva, em face à tamanha
obstinação; não houve alternativa senão despedir Episcopus e seus companheiros. Os
historiadores acusam Bogerman por sua conduta no dia fatídico de 14 de janeiro,
quando por um momento pareceu ter perdido o auto-controle, mas sua exasperação é
compreensível. Referindo-se às distorções deliberadas, e até mesmo falsidades com
que os arminianos trataram o Sínodo, ele vociferou: “Vocês estão sendo mandados
embora. Vão! Começaram com mentiras e terminaram com mentiras”. E uma vez
mais gritou: “Ide! Ide!”. Após este fato o trabalho prosseguiu, fazendo uso, agora,
dos escritos e não dos próprios remonstrantes, e o Sínodo formulou em cinco
capítulos e noventa e três artigos, os famosos Cânones de Dort, que foram assinados
por todos os delegados em 23 de abril e promulgados solenemente na Grande Igreja
em 6 de maio de 1619, diante de numerosa congregação. Três dias mais tarde, após
seis meses de trabalho exaustivo, os teólogos estrangeiros partiram e os teólogos
holandeses permaneceram para 22 sessões adicionais devotadas, em sua maioria, à
preparação de uma nova liturgia e ordem eclesiásticas.
Falou-se muito sobre o “perseguidor sínodo de Dort” e houve muita distorção
propositada quanto a ele. Por isso, é que na Inglaterra uma versão dos Cânones
permaneceu amplamente em voga até 1804, versão esta que tinha o
peculiar pedigree de ter sido produzida por um tal de Daniel Tilenus, que era na
verdade um remonstrante. Esta versão que corria como uma “sinopse conveniente”
era na verdade uma corrupção deliberada dos Cânones. Afirma, por exemplo, que
Deus elegeu para salvação “um pequeno número de homens” e predestinou o resto
para condenação “sem qualquer consideração quanto à infidelidade e impiedade
deles”. Isto era simplesmente uma reprodução da caricatura arminiana original da
posição calvinista na Remonstrance de 1610. Os Cânones não fazem na verdade tal
afirmação quanto à pequenez do número dos eleitos, exceto para rejeitar a acusação
arminiana, para efeito de conclusão, e insiste em estabelecer a conexão entre o
decreto da reprovação e o fato do pecado e desobediência do homem: quanto aos
preteridos, “Deus (…) decretou deixá-los na miséria comum na qual eles mesmos se
precipitaram intencionalmente (…) não apenas por causa de sua descrença, mas
também por todos seus outros pecados” [I.7,15].
Quanto à perseguição, deveria ser lembrado que a Igreja Holandesa estava sujeita a
duas ordens confessionais: a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg. Os
arminianos, dessa forma, enquanto que sujeitos aos votos destas declarações da fé
reformada, estavam advogando a subversão delas. E foram eles, nota bene , nos anos
anteriores ao Sínodo provaram ser intolerantes com os homens, com respeito ao
apoio às doutrinas da Igreja. Em muitas ocasiões ministros depostos pela Igreja por
heresia eram mantidos no cargo pelos magistrados; e os ministros fiéis apoiados pela
Igreja eram depostos por eles. Na verdade, os calvinistas eram privados do uso de
edifícios, postos à parte, como seu próprio local de culto, e forçados a se reunirem
onde quer que pudessem, e nem assim eram deixados em paz. Destarte a acusação de
perseguição pôde escassamente ser feita, com justiça, pelos remonstrantes pois eles
mesmos, quando podiam, se favoreciam dela. O resultado de Dort não foi a supressão
de todas as religiões com exceção da reformada. Diferentemente de outros países da
Europa, a Holanda já era o lar de pessoas oprimidas. Em 1609, os Pais Peregrinos
tomaram o rumo de Leiden, e luteranos, anabatistas e mesmo católicos romanos eram
tolerados, embora que confinados a locais privativos a seu próprio culto. É verdade
que, após o Sínodo ter-se reunido, muitos pregadores que não se adequaram foram
depostos. É verdade também que mesmo no Sínodo os arminianos eram tratados não
como iguais – se bem que tivessem a pretensão de serem uma espécie de contra-
sínodo – mas como aqueles que foram convocados para prestarem contas de si
mesmos e para serem julgados. Mas isso nada tem a ver com a questão da tolerância
como tal; é antes a questão de se a Igreja tem ou não o direito de obrigar sua própria
confissão de fé e insistir em sua prerrogativa de privar de seus cargos os que se
desviram daquela confissão e ensinavam o erro e não a verdade. A ação do Sínodo era
disciplinar, voltada para membros e oficiais da Igreja que se tinham envolvido em
heresias e tentaram mudar a confissão da Igreja, para ajustá-la às suas próprias
opiniões. Apenas aqueles que são por si mesmos cautelosos quanto a adesão de
estatutos confessionais, ou que já viveram sob perjúrio, havendo prometido uma
coisa apenas para crer em outra, questionaram o direito do Sínodo de uma igreja de
agir resolutamente em tais casos.
É impossível aqui aprofundarmo-nos nas questões teológicas inerentes à controvérsia
arminiana. Para isso os leitores devem recorrer ao volume recentemente publicado
pela Reformed Fellowship , de Grand Rapids, e editado pelo Dr. P. Y. de Jong, sob o
título Crisis in the Reformed Churches (Crise nas Igrejas Reformadas), e também à
magistral discussão de William Cunningham no volume II de sua Historical
Theology (Teologia Histórica). A comtrovérsia dizia respeito às diferentes
conceituações do homem e de Deus. Os arminianos representavam o reavivamento
das doutrinas semi-pelagianas que havia tanto tempo flagelado a Igreja cristã.
Embora o próprio Arminius não fosse um não-evangélico, entretanto a história
subseqüente do movimento demonstra claramente que, quando a queda e suas
conseqüências totais para o ser humano como um todo não é levada suficientemente
a sério, e quando a salvação não é compreendida como total e completamente pela
graça divina, então o resultado é inevitavelmente o racionalismo e coisa pior. Os
teólogos de Dort não estavam, em primeiro lugar, preocupados com questões
escolásticas não relacionadas com a vida. Para eles a controvérsia não era acadêmica
em nenhum sentido. Era prática em último caso à vista deles, como na era de
Atanásio, mil e duzentos anos antes em sua luta contra o arianismo, o problema
principal era mesmo a salvação. Se os arminianos tivessem prevalecido e suas
doutrinas introduzidas na Igreja, o resultado final seria destrutivo para a doutrina
cristã da salvação. A partir dos Cânones – o caráter incondicional e gracioso da
eleição; a expiação de Cristo limitada em seu desígnio e amplitude; a depravação total
do homem; a graça irresistível; e a perseverança dos santos – foram todos, em
resposta aos cinco artigos da remonstrance, com a intenção de estabelecer clara e
inequivocamente o absoluto e gracioso caráter da salvação que “não depende de
quem quer, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9.16).
Qual é então a importância atual de Dort? É tão somente esta: o erro arminiano,
embora travestido sob um nome do século dezesseis, é tão antigo quanto o homem e
ressurge sempre e sempre, freqüentemente sob novas formas, até mesmo com vestes
evangélicas [como mesmo no caso de Arminius]. Encontra-se agora entre aqueles que,
embora professem doutrina bíblica, ainda insistem na capacidade do homem de
escolher a Deus por si mesmos. É também corrente, em forma muito mais radical,
entre um grande número de teólogos não-ortodoxos e liberais que concentram seu
raciocínio na antropologia e substituem a busca da Reforma por um Deus gracioso,
pela busca de um próximo gracioso. Encontra-se onde quer que os homens não se
sujeitem com humildade, obediência e fé ao Deus das Escrituras e não atribuem a Ele,
não apenas a iniciativa, mas também todos os meios para o cumprimento da salvação
em toda parte. A verdade fundamental que Dort levantou bem alto é a verdade na
qual a Reforma na linha de Agostinho e mesmo a Palavra de Deus permanecem
firmemente: Soli Deo gloria !

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