De: Arivaldo

Para: Neveline

Oliveira Viana, tenta demonstrar que o aspecto dispersivo da sociedade

brasileira, é inadequado ao desenvolvimento político. Esta sociedade é vista como uma
massa amorfa e desagregada. O atraso do Brasil tem relação, com a formação do seu
povo, com o problema da educação e formação das elites, com o caráter utópico
inspirado em doutrinas estrangeiras, com a origem ibérica, com a origem africana, com
a concessão de favores e a sociedade do favor que norteia a vida política e econômica,
com a elite inapta. Este atraso, é decorrente, da corrupção, da dificuldade de se
construir formas de sociabilidades modernas, do distanciamento entre o Brasil e as
instituições, o "Brasil real e o Brasil Legal". Consequentemente, a população brasileira
é desorganizada, razão pela qual, o Brasil não tornou-se uma nação.
Para Oliveira Viana o moderno estar relacionado ao democrático, liberal e a
livre iniciativa(capitalismo). Doutrinariamente Viana se apoia no liberalismo político e
na democracia participativa. Ele critica a ficção idealista dos nossos políticos, que
supondo existir aqui como na Inglaterra e nos Estados Unidos uma opinião publica
fortemente organizada, estabeleciam paradigmas constitucionais que não encontravam
respaldo na realidade. A reprodução do modelo político inglês não reproduziria o
mesmo "ambiente" político da democracia daquele pais. Não temos no Brasil os
"sentimentos gerais", como a solidariedade de classes e o sentimento de interesse
coletivo.
Oliveira Viana, exalta o partido único na Alemanha de Hitler e na Itália de
Mussolini, foi o suporte teórico do Estado Novo. Seu discurso sócio-interretativo
encontram-se plasmados no conceito de "idealismo utópico" e "idealismo orgânico".
Ainda que não encontramos em Viana referências expressas, o biônimo "idealismo
utópico"/"idealismo orgânico", é fruto de uma elaboração teórica calcada no
positivismo de Auguste Comte e no organicismo de Herbert Spencer.
O Brasil não chegou a atingir o corporativismo; a nossa experiência limitou-se a
introdução da representação profissional. No Brasil, Oliveira Viana e sua doutrina
representaram uma tentativa de justificação do momento de ruptura do principio da
liberdade pelo principio da autoridade.