INTRODUÇÃO
As fontes das sobretensões mais críticas para a isolação entre espiras da bobina
são:
• As descargas atmosféricas;
• A abertura e fechamento de disjuntores no sistema elétrico próximo ao gerador;
• O fechamento de disjuntores fora de sincronismo;
• As rejeições de carga, parcial ou total;
• As falhas à terra no sistema elétrico;
Onde:
nf = Número de espiras de um circuito da fase
ne = Número de espiras em curto
If = Corrente de um circuito da fase
Ie = Corrente na espira em curto-circuito
É o aterramento adequado do neutro que vai limitar alta corrente pelo curto fase-
terra, caso contrário, no ponto do curto-circuito o núcleo do estator também ficará
sujeito a esta corrente e poderá levar as suas chapas a entrarem em curto-circuito
pela fusão do aço silício. Como uma reação em cadeia, o núcleo entrando em curto-
circuito faz surgir correntes também altas entre as chapas em curto, aumentando
ainda mais a extensão do dano, inclusive atingindo uma região maior onde estão
bobinas sãs.
XL = 2 × π × f × L
Onde:
XL = Impedância da bobina
f = Freqüência da rede
L = Indutância da bobina
Até 1970 a isolação do fio e da espira eram componentes distintos nas bobinas.
Desde então, fabricantes adotaram a isolação do fio para desempenhar a função de
isolação entre espiras também, eliminando uma etapa no processo de fabricação,
apesar de exigir ranhura de maior dimensão. Além disso, no procedimento de dobra
do fio e de ajuste da geometria no dispositivo para modelar a bobina, na montagem
das bobinas e de cunhagem das ranhuras, a bobina está sujeita a estresses
mecânicos que podem danificar esta isolação. É necessário portanto, método
confiável que permita avaliar a qualidade da bobina desde o início da fabricação até
a sua colocação em operação.
Considerando bobinas para gerador de tensão nominal 13,8 kV, podemos observar
as envoltórias propostas por ambas as normas citadas diferem apenas um pouco. A
norma IEC 60034-15 é mais exigente que a IEEE 522, embora as formas do impulso
sejam praticamente iguais. Um fato é que ambas as normas propõe valores
reduzidos para aplicação de impulso com frente de onda em torno de 0,2
microsegundos, em função da repartição da tensão ser desuniforme para frentes de
ondas rápidas.
À luz das exigências expostas acima a Alstom elaborou instrução específica para o
cálculo da isolação entre espiras das bobinas. Este cálculo leva em consideração a
tensão nominal do gerador, a geometria da bobina, as dimensões do fio e à
característica dielétrica da isolação entre fios que também desenvolverá a função de
isolação entre espiras. O resultado deste procedimento é a indicação da espessura
e do tipo de isolação básica do fio: esmalte e isolação principal do fio, vidro,
poliéster, mistura de vidro com poliéster, mica com resina epoxidica, etc.
Como já foi mencionado, a norma permite um fator de redução dos níveis de tensão
para geradores protegidos. Para isto, no entanto, é necessário que sejam instalados
próximos aos terminais do gerador capacitores em paralelo com as fases, cuja
função é alongar o tempo de frente, e portanto, para suavizar a taxa de elevação de
tensão incidente no gerador.
As sobretensões que ocorrem em um sistema de potência podem ter origem tanto
externa como é o caso das descargas atmosféricas como ser originadas
internamente através do chaveamento de disjuntores. No entanto, para
equipamentos com nível de tensão abaixo de 230 kV, o dimensionamento da
isolação é ditado pela necessidade de proteção contra descargas atmosféricas, por
serem reconhecidamente mais exigentes que os impulsos de manobra. Em função
disso, em geral se faz a coordenação do isolamento do gerador, onde um pára-raios
será selecionado para ser instalado em paralelo com o capacitor de surto e que terá
a função de drenar as sobretensões acima dos valores para os quais o enrolamento
foi dimensionado e testado.
Para prevenir dano extenso no núcleo do estator caso ocorra uma falha, o estudo de
aterramento do gerador deverá levar em consideração a capacidade térmica do
núcleo, que na prática pode ser dada por:
20
t < 10 × ( ) 2
If
Onde:
t = Tempo máximo que a proporção deve atuar para eliminar a falta, em segundos;
If = Corrente de falta em Ampéres;
Este ensaio deve ser considerado de rotina, pois a sua execução visa medir a
qualidade dos materiais e a eficácia do processo produtivo inclusive a montagem do
enrolamento. Por esta razão não é indicado que este ensaio seja considerado de
tipo, onde uma bobina apenas seja testada, pela importância demonstrada neste
trabalho.
3. PALAVRAS-CHAVE
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS