Anda di halaman 1dari 6

1.

INTRODUÇÃO

Geradores sofrem a ação de transitórios elétricos que exigem da isolação entre


espiras de bobinas estatóricas projeto adequado, realização sistemática de ensaios
durante o processo produtivo e proteção adicional definida nos estudos de
coordenação do isolamento. Não raro, acidentes relacionados com a má qualidade
de bobinas são associados com a deficiência de isolamento entre espiras, em geral
onerando o proprietário pelos altos custos envolvidos na reforma do gerador, dentre
eles o custo da indisponibilidade da unidade por longo período para o sistema
elétrico.

As fontes das sobretensões mais críticas para a isolação entre espiras da bobina
são:
• As descargas atmosféricas;
• A abertura e fechamento de disjuntores no sistema elétrico próximo ao gerador;
• O fechamento de disjuntores fora de sincronismo;
• As rejeições de carga, parcial ou total;
• As falhas à terra no sistema elétrico;

2.0 A ISOLAÇÃO ENTRE ESPIRAS DE BOBINAS ESTATÓRICAS

O isolamento de bobinas de múltiplas espiras é um sistema que contem diferentes


componentes, cada um com função bem definida:

a) Isolação principal: É o componente que isola os condutores de cobre do


núcleo aterrado. Normalmente se especifica 2,5 kV/mm para o o cálculo da
espessura desta isolação. O teste de tensão aplicada é indicado para
testar esta isolação, ao nível de (2Un+1)kV.
b) Isolação do fio: É o componente que isola eletricamente um condutor do
seu vizinho, para evitar o aumento de perdas I²R devido ao aumento da
resistência ôhmica em corrente alternada, evitando a ocorrência do efeito
skin nos condutores. Em geal se especifida ensaio de 250 V entre fios
para testar a sua isolação.
c) Isolação entre espiras: É o componente que isola eletricamente uma
espira de outra espira adjacente. O ensaio para a isolação entre espiras
deverá ser feito em função das sobretensões a que o enrolamento fica
exposto. O valor da tensão de impulso deve ser adotado conforme as
normas citadas neste trabalho.

O papel da isolação entre espiras de bobinas é prevenir a ocorrência de curto-


circuito. Caso ocorra uma falha na bobina, a espira em curto se comportará como o
enrolamento secundário de um autotransformador. Consideremos 80 espiras
conectadas em série para formar um enrolamento de uma fase. Admita, por
exemplo, que uma das espiras entre em curto-circuito num determinado momento
em que o gerador esteja em operação. A corrente que fluirá por esta espira em
curto-circuito será de 80 vezes a corrente que antes estava circulando na fase,
conforme a relação abaixo:
n f × I f = ne × I e

Onde:
nf = Número de espiras de um circuito da fase
ne = Número de espiras em curto
If = Corrente de um circuito da fase
Ie = Corrente na espira em curto-circuito

Esta corrente de curto provoca aquecimento excessivo de forma muito ligeira e


localizada, queimando a isolação entre espiras e em seguida a isolação principal,
evoluindo para um curto-circuito fase-terra. Caso não haja meios externos que limite
esta corrente para valores próximos a 10 A, a corrente de curto fará com que o
cobre evapore e espalhe o metal por todo o gerador pelo efeito da ventilação.

É o aterramento adequado do neutro que vai limitar alta corrente pelo curto fase-
terra, caso contrário, no ponto do curto-circuito o núcleo do estator também ficará
sujeito a esta corrente e poderá levar as suas chapas a entrarem em curto-circuito
pela fusão do aço silício. Como uma reação em cadeia, o núcleo entrando em curto-
circuito faz surgir correntes também altas entre as chapas em curto, aumentando
ainda mais a extensão do dano, inclusive atingindo uma região maior onde estão
bobinas sãs.

A distribuição de tensão de uma fase do gerador de 13800 V pelas 80 espiras do


exemplo anterior ocorre de maneira quase proporcional. A tensão fase-neutro sendo
7967,4 Volts, a partição da tensão será 99,5 Volts entre uma espira e a espira
adjacente. Esta consideração simplificada é feita porque na verdade, podemos
considerar cada bobina como uma impedância de um divisor de tensão, dada por:

XL = 2 × π × f × L
Onde:
XL = Impedância da bobina
f = Freqüência da rede
L = Indutância da bobina

Porém, durante transitórios, o enrolamento é exposto a sobretensões com alta taxa


de elevação. Os impulsos de tensão com tempo de frente em torno de 0,5
microsegundos não se distribuem linearmente ao longo do enrolamento.
Aproximadamente 40% da tensão de impulso incide sobre a primeira bobina, aquela
mais próxima do terminal de fase. Isso exige que o projeto da isolação entre espiras
seja feito em função destas sobretensões e não em função dos 99,5 V calculados
anteriormente. Enquanto isso, sobretensões mais duradouras, em torno de 1
microsegundo, exigem de forma uniforme a isolação entre as espiras e entre todas
as bobinas.

Até 1970 a isolação do fio e da espira eram componentes distintos nas bobinas.
Desde então, fabricantes adotaram a isolação do fio para desempenhar a função de
isolação entre espiras também, eliminando uma etapa no processo de fabricação,
apesar de exigir ranhura de maior dimensão. Além disso, no procedimento de dobra
do fio e de ajuste da geometria no dispositivo para modelar a bobina, na montagem
das bobinas e de cunhagem das ranhuras, a bobina está sujeita a estresses
mecânicos que podem danificar esta isolação. É necessário portanto, método
confiável que permita avaliar a qualidade da bobina desde o início da fabricação até
a sua colocação em operação.

2.1 O CÁLCULO DA ISOLAÇÃO ENTRE ESPIRAS

A suportabilidade de isolamento de geradores é estabelecida nas normas IEEE 522


e IEC 60034 parte 15, onde são expressos os valores de tensão utilizados nos
ensaios de impulso de bobinas de múltiplas espiras. Ambas as normas estabelecem
uma envoltória para as formas de onda de tensão que devem ser aplicadas no
enrolamento através de um gerador de impulso de tensão. As ondas com tempo de
frente entre 0,1 e 0,5 microsegundos solicitam mais fortemente a isolação entre
espiras e as que têm tempo mais longo, acima de um microsegundo, provocam
maior estresse elétrico junto à isolação principal. Concluímos com isto, que o ensaio
de tensão aplicada convencional, utilizando freqüência industrial de 60 Hz, exige
suportabilidade apenas da isolação principal e não serve, portanto, para verificar a
existência de curto-circuito entre espiras.

A envoltória proposta pela IEEE 522 estabelece os seguintes parâmetros:

Tempo de frente da onda em Valor de crista da tensão de impulso


microsegundos onde Un é a tensão fase-fase do gerador
t0 = 0 2
V0 = × Un
3
t1 = 0,1 2
V1 = 3,5 × × Un
3
t1 = 1,2 2
V2 = 5 ×× Un
3
TABELA 1-a: Envoltórias padronizadas da norma IEEE-522.

Alternativamente, caso haja acordo entre fabricante e comprador, a seguinte


envoltória poderá ser utilizada, mas apenas para geradores onde se sabe não é
esperado que sejam expostos a surtos de elevada amplitude e com frente de onda
muito acentuada.

Tempo de frente da onda em Valor de crista da tensão de impulso


microsegundos onde Un é a tensão fase-fase do gerador
t0 = 0 2
V0 = × Un
3
t1 = 0,2 2
V1 = 2,0 × × Un
3
t1 = 5,0 V2 = 1,25 × 2 × (2 × Un + 1)
TABELA 1-b: Envoltórias padronizadas da norma IEEE-522.
Já a norma IEC 60034-15, propõe os parâmetros como segue:

Tempo de frente da onda em Valor de crista da tensão de impulso


microsegundos onde Un é a tensão fase-fase do gerador
t 0 = 0,2 V0 = 0,65 × (4 × Un + 5)
t1 = 1,2 V1 = 4 × Un + 5
TABELA 1: Envoltórias padronizadas da IEC 600034-parte 15.

Considerando bobinas para gerador de tensão nominal 13,8 kV, podemos observar
as envoltórias propostas por ambas as normas citadas diferem apenas um pouco. A
norma IEC 60034-15 é mais exigente que a IEEE 522, embora as formas do impulso
sejam praticamente iguais. Um fato é que ambas as normas propõe valores
reduzidos para aplicação de impulso com frente de onda em torno de 0,2
microsegundos, em função da repartição da tensão ser desuniforme para frentes de
ondas rápidas.

À luz das exigências expostas acima a Alstom elaborou instrução específica para o
cálculo da isolação entre espiras das bobinas. Este cálculo leva em consideração a
tensão nominal do gerador, a geometria da bobina, as dimensões do fio e à
característica dielétrica da isolação entre fios que também desenvolverá a função de
isolação entre espiras. O resultado deste procedimento é a indicação da espessura
e do tipo de isolação básica do fio: esmalte e isolação principal do fio, vidro,
poliéster, mistura de vidro com poliéster, mica com resina epoxidica, etc.

2.2 O ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO ENTRE ESPIRAS

Na Alstom o ensaio de impulso em bobinas é considerado rotina, isto é, todas as


bobinas são testadas de acordo com as normas e o critério adotado é o passa-não-
passa. Baseando-se nas normas, a Alstom elaborou instrução de ensaio específica
a qual estabelece uma seqüência de aplicações de impulso a ser implementada
durante o processo produtivo das bobinas. De acordo com esta instrução a Alstom
testa as bobinas após a prensagem dos fios, após a aplicação da isolação e antes
da impregnação, após a impregnação e cura, após a inserção na ranhura e depois
de finalizado a soldagem dos fios das bobinas formando o enrolamento completo.

Para a realização dos ensaios a Alstom emprega um gerador de impulsos do


fabricante Baker. Este equipamento possui um circuito interno capaz de reproduzir a
forma de onda de descarga de um raio de acordo com os parâmetros preconizados
pelas normas IEEE e IEC citadas.

2.3 A PROTEÇÃO CONTRA IMPULSOS DE TENSÃO ELEVADOS

Como já foi mencionado, a norma permite um fator de redução dos níveis de tensão
para geradores protegidos. Para isto, no entanto, é necessário que sejam instalados
próximos aos terminais do gerador capacitores em paralelo com as fases, cuja
função é alongar o tempo de frente, e portanto, para suavizar a taxa de elevação de
tensão incidente no gerador.
As sobretensões que ocorrem em um sistema de potência podem ter origem tanto
externa como é o caso das descargas atmosféricas como ser originadas
internamente através do chaveamento de disjuntores. No entanto, para
equipamentos com nível de tensão abaixo de 230 kV, o dimensionamento da
isolação é ditado pela necessidade de proteção contra descargas atmosféricas, por
serem reconhecidamente mais exigentes que os impulsos de manobra. Em função
disso, em geral se faz a coordenação do isolamento do gerador, onde um pára-raios
será selecionado para ser instalado em paralelo com o capacitor de surto e que terá
a função de drenar as sobretensões acima dos valores para os quais o enrolamento
foi dimensionado e testado.

2.4 O ATERRAMENTO DO NEUTRO DO GERADOR

Para prevenir dano extenso no núcleo do estator caso ocorra uma falha, o estudo de
aterramento do gerador deverá levar em consideração a capacidade térmica do
núcleo, que na prática pode ser dada por:
20
t < 10 × ( ) 2
If
Onde:
t = Tempo máximo que a proporção deve atuar para eliminar a falta, em segundos;
If = Corrente de falta em Ampéres;

Por exemplo, uma corrente de curto-circuito fase-terra, limitada no neutro por um


resistor ou um transformador com resistor no secundário, em 10 Ampéres, poderá
circular pelo núcleo por 40 segundos sem provocar dano. Por outro lado, corrente de
100 A, deverá ser eliminada em 0,4 segundos. Em geral a corrente no neutro do
gerador é apenas um pouco superior à corrente capacitiva de 8 Amperes que resulta
geralmente dos estudos de aterramento. Normalmente procura-se limitar esta
corrente em 10 A.

2.5 OS COMENTÁRIOS FINAIS E CONCLUSÃO

Este trabalho procurou demonstrar a importância da implementação do ensaio de


curto-circuito entre espiras no processo produtivo de bobinas de múltiplas espiras.
Embora os dados de placa possam indicar que o gerador foi construído em
concordância com a norma IEC, por exemplo, isto somente poderia ser aceito se os
ensaios estabelecidos por esta norma tenham sido realizados e o gerador aprovado.

Este ensaio deve ser considerado de rotina, pois a sua execução visa medir a
qualidade dos materiais e a eficácia do processo produtivo inclusive a montagem do
enrolamento. Por esta razão não é indicado que este ensaio seja considerado de
tipo, onde uma bobina apenas seja testada, pela importância demonstrada neste
trabalho.

Na Alstom a qualidade das bobinas é assegurada através de,procedimento de


cálculo bastante experimentado na prática assistido por programa computacional.
Além disso o ensaio é feito para cem por cento das bobinas de um gerador.
Acrescenta-se que a Alstom, quando responsável pela proteção, faz estudo
completo e simulação digital da coordenação do isolamento, para definir capacitor
de surto, pára-raios e o aterramento do neutro do gerador. Por último, a Alstom
implementa ensaios adicionais que visam completar o plano de inspeção e testes,
tais como: Medição de descargas parciais, medição do tip-up, ensaios de
envelhecimento acelerado, ensaio de ciclo térmico, ensaio de ruptura da isolação e
ensaio de tensão aplicada, além de outros.

Para concluir, o ensaio de impulso é a única forma de verificar a qualidade da


isolação entre espiras. Nenhum outro ensaio para medir a qualidade da isolação
substitui a sua característica, de simular a ação de um raio incidindo sobre a linha
num dia de tempestade temporal. Seja qual for o índice ceraunico do local da usina,
não cabe nenhuma dúvida de que um raio apenas poderia danificar o enrolamento
de um gerador, cuja fabricação não tenha sido assistida por um programa de ensaio
consistente.

3. PALAVRAS-CHAVE

Geradores, Enrolamento estatórico, Bobinas, Isolação entre espiras.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] MIGUEL, PABLO MOURENTE. Considerações sobre coordenação de


isolamento em geradores. Apostila de curso, Rio de Janeiro, 8 de Julho de
2005.
[2] STONE, GREG C et al. Electrical insulation for rotating machines. IEEE Press
Series on Power Engineering.
[3] IEEE Std 522-2004 – IEEE Guide for Testing turn Insulation of Form-Wound
Stator Coils for Alternating-Current Electric Machines, 2004.
[4] IEC 60034 – Rotating Electric Machines – Part 15: Impulse Voltaje Withstand
Levels of Rotating A.C. Machines With Form-Wound Stator Coils, 1995.
[5] STEVENSON, W. D. Elementos de Análise de Sistema de Potência. 2ª Edição,
McGraw-Hill, 1986.
[6] Instrução interna da Alstom para Ensaios de Impulso
[7] Procedimento interno da Alstom para cálculo de isolamento entre espiras.
[8] BELLASCHI, P.L. Characteristics of surge Generators for Surge Tests. Trans
AIEE, 51-936, 1932.
[9] LANGSDORF, A. S. Theory of Alternating Current Machinery. Tata McGraw-
Hill, New Delhi, 1955.

Anda mungkin juga menyukai